Cartas, cortes e sangue ruim

Cartas, cortes e sangue ruim



Comensal da morte. Palavrinhas proibidas na mansão Malfoy. Não por vergonha e, certamente, não por medo. Apenas uma precaução, já que, por ocasião das investigações sobre a volta de Lord Voldemort, a família Malfoy estava sob constante vigilância (informal, é claro).

- Temos de ser prudentes. - Lúcio costummava dizer quando tinha a família reunida, e o nome de Voldemort ou a palavra “Comensal” eram pronunciados - O mestre não aceita idiotices!

Se a ocupação secreta do senhor Malfoy não era um assunto bem vindo nas reuniões de família, nas cartas era um assunto totalmente liberado. Especialmente se eram cartas auto destrutivas, como as que Draco recebia de seu pai.

- Mais carta Draco?

- Poxa! Seu pai nunca te escreveu tanto!!

Eram cerca de duas cartas por semana, pode não parecer muito, mas para quem já tinha passado um ano inteiro sem receber corujas, era uma freqüência impressionante. Além disso, se Crabbe e Goyle tinham percebido alguma coisa, é porque tinha algo diferente mesmo. Se o numero era impressionante, o conteúdo das cartas não era tão surpreendente.

Algumas vezes, Draco nem abria o envelope, ficava só olhando, esperando sadicamente que a carta entrasse em combustão. Outras vezes ele mesmo a queimava. Uma vez ele tinha transformado a carta em um bolinho de chocolate e dado para Crabbe comer... Dificilmente Draco lia. Para que? Sabia exatamente o que estava escrito.

Mas dessa vez, a carta não ia poder ser destruída de nenhum modo (pelo menos não imediatamente). A coruja escura de seu pai tinha trazido a carta logo após um treino de Quadribol, e tinha muita gente reunida no campo.Queimar a carta chamaria atenção demais.

- Sumam daqui vocês dois! - disse rispiddamente para Crabbe e Goyle enquanto abria e envelope. A coruja, acostumada a não receber respostas, foi embora.

“Draco”

A mesma caligrafia firme, e a mesma apresentação fria. O garoto começava a se arrepender de ter começado a ler.

“Você não tem respondido as cartas e eu espero que isso seja um sinal de seu empenho nos estudos. Se eu souber que seu silencio tem algo haver com desprezo pela sua família, ou de perda de tempo com aquela tolice de Quadribol...”.

Draco balançou a cabeça concordando.

- Tá pai...Eu já sei...

“Você não tem tempo para perder com meninices! Deve se preparar com muito estudo e dedicação para o grande momento que esta chegando. Seria uma enorme desgraça ter um filho recusado por incompetência! E já que talento natural não é seu forte, você deve se empenhar ao máximo”.

Draco recusou-se a ler o parágrafo seguinte. Sabia que era um enfadonho discurso cujas palavras chave eram: “sangue puro”, “responsabilidades”, “futuro brilhante”, “grande dia”, “mestre” e “não me decepcione”.

- Pai - disse dirigindo-se ironicamente à carta que segurava na mão – Você é tremendamente original...

“Sua mãe esta bem. Manda-lhe seus sentimentalismos e recomendações habituais.”

O penúltimo parágrafo das cartas de Lúcio sempre trazia essa mesma frase. Draco a lia e relia muitas vezes, já que era a única noticia que tinha de sua mãe. Ela raramente escrevia.

“Fique tranqüilo e seja prudente. Logo estaremos juntos na glória”

- “Juntos na glória” - ele ironizou - Ahh, pai! Nunca estivemos juntos nem no almoço!

Ele pensava aonde iria para queimar a carta, quando sentiu braços roliços em volta do seu pescoço.

- Falando sozinho, fofo?

Tudo que ele não precisava era de Pansy enchendo o saco.

“Fofo? Que coisa mais ridícula! Parece coisa da Weasley! - UGH! O que a Weasley tem a ver com isso?” foi o primeiro pensamento que ocorreu a Draco.

Pansy tinha um jeito muito sufocante de abraçar, Draco detestava gente apertando seu pescoço. Foi para não dar um soco em Pansy, que ele tirou as mãos dela de sí e puxou a garota para sua frente.

- Carta de quem, Drac... - e para evitarr que ela continuasse falando com aquela voz irritante Draco a interrompeu com um beijo grosseiro.

Draco já estudava como iria se livrar da garota quando o beijo acabasse. Foi quando foi interrompido por um pigarreio alto e forçado - era Hermione que olhava para os dois censuradora.

- Esta olhando o que Granger? - ele fez uma cara de malícia que deixaria até Pansy encabulada - Quer também?

Rony e Harry, que estavam logo atrás de Mione, quase avançaram para Draco, mas a garota os impediu. A raiva estava evidente em seu rosto, mas ela se limitou engolir seco e dizer, muito cheia de dignidade.

- Srta Parkinson e Sr Malfoy, isso não éé lugar pra esses agarramentos.

- É mesmo? - disse Pansy com desdém

- Sai Pansy, que eu resolvo isso. - dissse com frieza. Ela deu de ombros e saiu, olhando Mione de um modo provocador. - Você é muito intrometida, sangue ruim!

- Sou uma monitora muito intromettida - disse com decisão - E a Sonserina vai perder 20 pontos pela sua falta de vergonha!

- Vinte pontos? – ele tentava conter o ttom de voz, mas quando Hermione anotou “20 ptos menos Sonserina – Draco Malfoy/Pansy Parkinson” no seu caderninho de monitora-chefe ele perdeu a compostura – SUA VADIA!

Imediatamente, Rony, livrou-se dos braços de Harry (que prevendo algo assim, tentava segura-lo), tirou Mione delicadamente do seu caminho e deu um soco, nada delicado, na boca de Draco. Tudo isso em menos de 1 segundo.

Draco entendia o olhar vitorioso de Rony, afinal, ele tinha conseguido o que queria. Mas por que Harry estava sorrindo também? E Hermione? Draco não entendia porque ela parecia tão nervosa com o Weasley. Logo, o gosto salgado em sua boca respondeu a essas perguntas. Ele estava sangrando.

- Ah! – Rony estava extasiado – Você tinnha razão Malfoy! Seu sangue é bom, alias, ele é OTIMO!

Draco levantou-se num pulo.

- Olhe o que seu namoradinho fez, Grangeer! – ele vociferou apontando para a monitora sua mão suja de sangue. Não era muito, mas do modo como ele falava parecia que estava tendo uma hemorragia.

Mione olhou furiosa para o ruivo, que se defendeu alegando que Draco a tinha ofendido. Não funcionou muito, porque a garota voltou-se para Harry dizendo que ele deveria ter contido o garoto, que ela tinha obrigações como monitora que não poderiam ficar presas a questões particulares.

- Ei, monitora! – Draco sentiu que era ssua deixa – Se um beijo em público valia 20 pontos, quantos pontos vale isso? – e estendia dramaticamente a mão suja de sangue, quanto deixava que o sangue do lábio escorresse pelo seu queixo de propósito.

- Vinte e cinco pontos a menos para a grrifinoria... – disse Hermione, contrariada, enquanto anotava as mesmas palavras no caderninho de ocorrências.

Draco limpou o sangue nas vestes e sorriu triunfante para o trio. Já estavam indo embora quando se dirigiu para Hermione.

- A admirável justiça dos grifinórios! EEstou orgulhoso de você sangue ruim! – e saiu pisando triunfantemente no chão, e tocando o machucado com a ponta dos dedos. Rony esbravejava alguma coisa na qual ele não prestou atenção.

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