Capítulo XIV



Oi, oi povo!!!


Mais um capítulo e as mudanças começam... Alguém dá um palpite sobre esse segredo que a Hermione guarda??


 Nana!! Valeu flor, seu apoio é importante.  ^^  Vou confessar que estou na dúvida se pego um outro título dessa coleção pra adaptar ou a história que li dias atrás... Oh dúvida cruel!!rsrs


Sim, o Draco está perfeito... Sou super fã dele nessa história... Eu queria ter um desse pra mim!rsrs Se existir algo assim, menina agarra e não larga mais!!!rsrs


Sobre a Narcisa... Olha a Narcisa do Harry Potter soube ceder quando foi preciso, afinal era pra salvar o filho dela, acredito que a dessa história não seja muito diferente... Sei lá, não posso falar muito, sou suspeita!rsrs Mas você terá sua resposta nesse capítulo agora...


A inimiga da Mione... está aí, mas acredito que só no próximo capítulo ela ficará mais evidente... Mas posso garantir que ela aparece desde o começo da história... Ajudou a dica???rsrs


Bjs e Boa leitura!!! ^^



*****



Na mesma hora em que o conde falava com a irmã, Arthur Weasley chegava à casa do professor. Hermione estava só na sala, ocupada com alguns consertos de roupa. Seu pai e Alexis, para aproveitar o tempo magnífico desse dia quase fresco, tinham ido fazer um passeio pelo parque.


— Acho que eles não demoram a voltar — disse ela ao visitante — Logo vai começar a esfriar. Sente-se, Sr. Weasley. Por que Ginny e Nimue não o acompanharam?


— Devem chegar daqui a pouco. Mas eu precisava primeiro falar com seu pai e... Com você, Hermione.


— Comigo? — perguntou a moça surpresa.


— Com você, principalmente, e até lhe posso fazer desde já comunicação, porque não duvido do consentimento de seu pai. Não quer tornar-se minha filha, como esposa de meu querido Ron?


Hermione não pôde reprimir uma exclamação.


— Como?!... Foi o senhor quem pensou nisso? — balbuciou, tentando sorrir — Mas Ron pode pretender uma união bem mais alta...


— Mais rica, não é o que quer dizer? Ora, eis uma consideração que os Weasley, em geral, nunca se lembraram de fazer, e Ronald jamais a faria entrar em linha de conta quando se tratasse do seu casamento.


Hermione, nesse instante, reviu em pensamento o jovem Weasley, no salão da cônega, em pé, junto de Luna. Esta também era pobre, mais pobre talvez do que Hermione Granger... Mas havia outro impedimento interposto entre Hermione e Ronald.


— E então, minha querida filha? — perguntou Arthur, com certa ansiedade, vendo que ela ficava silenciosa, um pouco opressa pela emoção.


— Fico-lhe infinitamente reconhecida por ter pensado em mim, Sr. Weasley, mas não penso em me casar, por enquanto.


O rosto do administrador se contraiu ligeiramente.


— Receia não ser feliz junto de meu filho? Precisarei dizer-lhe que ele a tem na mais alta estima, que a rodeará de afeição e de devotamento?


— Oh! Eu jamais duvidaria das qualidades do seu coração, pode crê-lo. Eu própria tive várias ocasiões de as apreciar, mas, repito-o, não penso ainda em me casar.


Um lampejo de irritação brilhou no olhar de Arthur.


— Não contesto a sinceridade dessa afirmação — disse ele friamente — Mas permita a um pai de família, instruído pela experiência pessoal, que lhe dê um pequeno conselho: é preciso cortar bem curtos os sonhos irrealizáveis antes que eles nos causem grandes sofrimentos.


O rubor afogueou o semblante de Hermione, mas os seus olhos não se desviaram do olhar que a perscrutava, e Arthur pôde comprovar que não se enganara.


Tomou, pois, as mãos da jovem e disse com doçura, com o mesmo tom afetuoso e de paternal compaixão que havia empregado no outro dia quando falara ao filho:


— Minha filha, perdoe-me ter falado num sofrimento que, decerto, corajosamente ocultou no mais profundo de sua alma. Mas, em alguns casos, é necessário enfrentar e, mesmo, saber desvencilhar-se de certos sentimentos. Pode crer que o meio mais eficaz...


— É o meio que o senhor aconselhou ao seu filho para esquecer aquela cuja alta origem o separa dele?


— Ah! Também adivinhou? — disse Arthur, sem surpresa — Isto é preferível, porque poderemos proceder com toda a lealdade. Sim, Ron teve a loucura de olhar para muito alto, mas eu consegui torná-lo mais razoável, fazendo-o pensar em outro casamento...


— De razão — completou Hermione, com melancólico sorriso — Não duvido da prudência do meio que o senhor nos propõe, Sr. Arthur, mas lembre-se que sou ainda muito moça para um enlace desse gênero.


— Será talvez, romântica, Hermione?


Ela meneou a cabeça, replicando:


— Não o creio, mas em minha idade hesita-se muito antes de entrar nesse caminho da simples razão. Mais tarde, não digo que não, quando pudermos considerar com calma, sem amargura, os nossos sonhos, os nossos erros do passado.


— E até lá se alimentaram de pesares, e os dois sofrerão muito! — exclamou o administrador quase indignado — Eu a julgava mais razoável, Srta. Granger! Espera, porventura, que um dia se enfraqueça a arrogância dos Malfoy e que o Conde Draco desça do seu orgulho...


Ela o interrompeu com um gesto.


— Não espero nada — disse firmemente — Não procure outro motivo em minha recusa, além daquele que já lhe dei. Esta recusa, repito-o, talvez não seja definitiva, mas será preciso deixar passar alguns anos Sr. Weasley, não me quer mal por isso, não é verdade?


Ele passou a mão pela fronte descobrindo a cicatriz azulada, lembrança do dia em que salvara Ceres Malfoy.


— Não, certamente não, minha filha! Sei, por mim mesmo, o que isso custa, quanto nos dói a resolução de aceitar um casamento de razão, quando se sonhou... Uma coisa absurda. Mas afirmo-lhe que ainda se pode ser feliz se tiver a coragem de cumprir o dever e de nunca mais olhar para trás. Enfim, reflita.


Levantou-se, aproximando-se da janela.


— Estou vendo Adrian e Alexis. Seu irmão está bem melhor.


— Tem melhorado sensivelmente. O conde julga que ele ainda poderá andar. O Dr. Slughorn mostra-se mais pessimista, não ousando, entretanto, contradizer o seu nobre aluno.


— Esse bom homem vive em perpétua admiração do Conde Draco, e para que servem a este a sua grande inteligência e os seus dons? — acrescentou Arthur levantando os ombros.


— Tudo isso lhe servirá — disse Hermione alegremente — O conde, enfim, reconheceu o seu erro, decidiu-se a sair da ociosidade em que vivia e a ir aperfeiçoar os seus estudos médico. Depois, ganhará a sua vida e a dos seus.


O rosto de Arthur demonstrou grande satisfação.


— Ainda bem! Eu sentia tristeza, certa irritação mesmo, por ver essa natureza de elite sujeitar-se a levar uma tal vida! Ele imitará a corajosa iniciativa do tio-avô Cepheus. Entretanto, esperemos que não tenha a mesma sorte... E que dizem a condessa e a tia?


— Ignoram ainda o seu projeto. Ele vai encontrar uma terrível oposição.


— Sim, jamais lhe perdoarão. Entre os Malfoy, as mulheres põem ainda mais alto do que os homens o seu desmedido orgulho. Neste ponto são uns verdadeiros demônios.


Sua voz entristeceu ao proferir estas últimas palavras.


— Entretanto...


Uma chama iluminou-lhe o olhar e um sorriso de sarcasmo arregaçou um pouco os lábios.


— ... Entretanto, condessas Malfoy, esses plebeus que as senhoras consideram tão inferiores poderiam revelar certos fatos escabrosos, e lhes dizer com toda a razão: “A sua família é indigna de se aliar à nossa!”


Hermione estremeceu, perguntando numa voz sumida:


— O senhor sabe?...


— Sim... e a senhorita também?


— Gellert disse-me tudo. A mãe dele falou antes de morrer.


— Foi também por Bathilda que eu soube, ou antes, adivinhei.


— Há muitos anos?


— Há uns doze, mais ou menos.


Então ele possuía o meio de humilhar a orgulhosa, cujo desdém tanto o tinha flagelado outrora, e no entanto havia guardado silêncio! Conservara o segredo cuja revelação teria torturado Ceres Malfoy.


— A senhorita vê, pois, que nós é que faríamos uma grande honra aos Malfoy se entrássemos em sua família — acrescentou Arthur num tom sarcástico — Como, porém, por delicadeza e caridade, não podemos esclarecê-los a esse respeito, é inevitável deixá-los nessa ilusão de superioridade.


Interrompeu-se, porque o professor e Alexis chegavam à porta da casa. Enquanto Arthur erguia em seus braços vigorosos o rapazinho, para depô-lo no divã, Hermione saía do apartamento, dirigindo-se para a capela, pois sentia uma premente necessidade de silêncio, de reflexão, de prece. Ao virar um corredor, encontrou-se com Filch; fez, instintivamente, um movimento de recuo, reprimindo com dificuldade uma exclamação de susto.


— Causo-lhe medo, senhorita? — perguntou o velho com a sua voz grossa, na qual Hermione julgou descobrir uma entonação irônica.


— Um pouco... Aqui não está muito claro...


Dizendo isto, continuou o seu caminho com uma secreta ânsia de afastar-se daquele homem que lhe havia inspirado, desde o primeiro encontro, viva repulsa, agora bem justificada.


“Queira Deus que Gellert mantenha a sua promessa!” pensava ela com angústia. “Se ele soubesse!... Se eles soubessem!...”


 


*****


 


Um mês mais tarde, os restos mortais da Condessa Narcissa Malfoy eram levados para o túmulo dos senhores de Runsdorf. Ela se extinguira lentamente, resignada com a morte, como o havia sido toda a vida na luta contra a pobreza ameaçadora.


Nos últimos momentos, sem dúvida iluminada por uma luz sobrenatural que lhe mostrara as vaidades terrestres, havia murmurado para o filho, inclinado sobre ela:


— Draco, você talvez tenha razão. Proceda segundo sua consciência.


Estas palavras, esse supremo consentimento, foram uma consolação para o jovem senhor de Runsdorf, profundamente aflito pela perda dessa mãe ternamente amada.


Mas outras preocupações o esperavam. Necessitou estabelecer um balanço da situação pecuniária, com o auxílio de Arthur Weasley, que lhe foi, nessa circunstância, de Inapreciável valia. Runsdorf estava coberto de hipotecas, a fortuna dos condes Malfoy se reduzia a algumas centenas de florins. Entretanto, não havia dívidas a pagar, fora as hipotecas. A Condessa Narcissa havia operado o prodígio de educar os filhos e de manter as aparências sem dever nada a ninguém.


— Agora, temos que fazer com que apareçam as pessoas que têm hipotecas sobre o domínio — disse Draco ao administrador — Só poderei pagá-las aos poucos, quando minha profissão estiver estabelecida. Daqui até lá quem sabe se não nos obrigarão a vender Runsdorf!


Arthur, sentado em frente do conde, considerava tristemente a fisionomia preocupada do moço. Logo, porém, replicou:


— Posso oferecer-lhe uma proposta, Conde Malfoy. Pagarei as hipotecas, constituindo-me, assim, seu único credor. Em troca, pedir-lhe-ei autorização para mandar beneficiar, segundo uma idéia minha, uma pequena parte do domínio, que se acha em bom estado para cultura, e mais esse grande terreno, limpo há pouco, situado junto à extremidade do parque. Imagine que, no último outono, quando eu passava por ali com um amigo viticultor, ele exclamou: “Veja, que pena! Deixar improdutivo um terreno admiravelmente exposto! Tudo aqui é favorável à cultura da vinha e ganhar-se-ia uma fortuna com a sua produção”. Desde essa época sempre tenho pensado na opinião desse homem autorizado e eu desejaria tentar essa cultura. Ronald, que aprecia tudo quanto se relaciona á agricultura, ocupar-se-ia da exploração. Ginevra também gostaria de auxiliar esse trabalho e julgo que a Srta. Granger ficaria encantada por encontrar nesse serviço um meio de empregar a sua atividade e inteligência. O trabalho de administração e fiscalização, naturalmente, dar-lhe-ia direito a uma parte dos lucros e, em caso de bom êxito, esses lucros lhe constituiriam um dote e para todos seria a abastança.


Uma sombra fugitiva passou pela fisionomia de Draco.


— A idéia é excelente — disse, depois de um curto instante de reflexão — Faça o que lhe aprouver desses terrenos, meu caro Sr. Weasley. E obrigado. Sei que o senhor é um verdadeiro amigo.


Suas mãos, calorosamente, apertaram as de Arthur.


— Sim, um amigo sincero que lhe pede para o considerar como tal e que sempre o ponha ao corrente de tudo o que lhe acontecer, seja de bom ou de mau.


— Prometo-o. Mais do que nunca necessito dessas verdadeiras amizades, agora que minha mãe já não existe e que minha tia me demonstra tanta frieza.


A cônega, efetivamente, havia de novo manifestado o seu grande descontentamento e a sua ameaça de ruptura de relações, diante da resolução inabalável do conde de ir completar em Viena os seus estudos, logo que regularizasse os negócios. Draco, porém, fechara-lhe a boca com estas palavras:


— A senhora quer então, titia, que eu deixe que vendam Runsdorf? E depois como viveremos? Não desejo acusar meu pai nem os meus ascendentes, mas, enfim, encontro-me atualmente numa situação criada por eles. Indique-me um meio leal de sair destes apuros e então poderemos discutir a minha resolução.


Ela havia guardado silêncio, porque o único meio possível seria um casamento rico e lembrava-se muito bem do vibrante protesto do sobrinho a esse respeito.


Entretanto, o seu orgulho estava profundamente ferido pela idéia de ir o Conde Malfoy trabalhar para ganhar dinheiro. Além disso, estava agora incitada pela Princesa Karkaroff, completamente exasperada contra o sobrinho-neto. Este, chamado pela princesa ao chalé, teve que sustentar uma penosa cena, depois da qual, pálido de irritação, o olhar brilhante de altivez, disse a Luna:


— Nunca mais porei os meus pés lá. Ela julgou que um conde Malfoy aceitaria a esmola que pretendeu oferecer-me e, diante da minha recusa, cobriu-me de censuras, acusando-me de desonrar toda a minha raça. Pois bem, essa princesa pode ficar tranqüila, porque este Malfoy, do qual ela se envergonha, nunca mais aparecerá perante ela!


A cônega logo deixou Runsdorf, indo para o seu Cabido. Quis muito levar Luna em sua companhia. Esta, que o irmão deixara livre para resolver se ia ou não, hesitou algum tempo. De um lado, seria a vida calma, mas desprovida das alegrias familiares e também das consolações da verdadeira vocação religiosa; do outro, a existência em Runsdorf, cheia de trabalho em comum com Hermione, para a exploração das videiras de Arthur Weasley, com a certeza do dever cumprido e a esperança de um futuro feliz.


Enfim, os preconceitos foram vencidos. Quando o conde saiu de Runsdorf, deixou Luna com Ariadne e Maia, tendo Hermione se encarregado de continuar a instrução das meninas. Draco levou o irmão, para o internar em um colégio de Viena, onde poderia atender à sua inclinação para o estudo das ciências.


Uma manhã de setembro, os dois subiram para a carruagem, conduzida por Filch, mais rígida do que nunca. A despeito da cega admiração por todo aquele que usasse o nome Malfoy, o velho não podia dissimular a desaprovação que lhe inspirava o que decidira o jovem senhor. No entanto, se bem que a Princesa Karkaroff lhe tivesse oferecido abrigo no chalé, quis ficar em Runsdorf; esse homem parecia apaixonadamente apegado à velha moradia, como os liquens tenazes que cobriam a base das muralhas senhoriais.


Todos estavam no pátio na hora da partida; Luna e as meninas, os Granger, os Weasley e o Dr. Slughorn, comovidíssimo ao se despedir de seu nobre aluno, a quem devotava incondicional admiração.


Com um suspiro, disse apertando-lhe a mão:


— Vamos, já que está mesmo decidido, senhor conde, profetizo-lhe que se tornará um dos mais sábios médicos do mundo.


— E me curará completamente! — exclamou Alexis, cuja cadeira havia sido empurrada até o pátio por Ronald, para que ele também pudesse assistir à partida do amigo.


— Pelo menos o tentarei com todas as minhas forças, meu caro Alexis.


Draco tirou o chapéu para cumprimentar todos ao mesmo tempo, uma vez ainda. Enquanto a carruagem se afastava, ele se voltou, fitando Hermione. A jovem, um pouco pálida e muito comovida, ficara encostada na rampa de pedra da escadaria. Sua silhueta elegante, vestida de fazenda escura, se destacava na claridade do sol outonal que envolvia o velho Runsdorf.


Draco estremeceu, pensando:


“Quando eu lhe puder pedir para ser minha esposa, estará livre ainda?”

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