O Passado Volta à Vida



CAPÍTULO VINTE E DOIS – O Passado Volta a Vida





Harry Potter havia mudado muito desde o dia em que havia constatado de que seu padrinho havia morrido. Harry, não era mais o garoto risonho e tímido que sempre fora. Havia passado por tantas mudanças psicológicas e comportamentais, que havia mudado completamente. Os alegres olhos verdes, agora estavam sempre vidrados, o garoto estava muito quieto ultimamente, e mesmo Gina, com quem sua confiança havia sido depositada, ele conversava muito pouco. Ele havia sido tomado por uma energia tão pesada que mal conseguia pensar em seu futuro. Olhava todos ao seu redor, pareciam tolos demais, infantis demais. Fracos demais. Em uma aula de transfiguração, Harry pode finalmente contar aos amigos, sobre o que havia ocorrido na Sala Precisa.


– A Gina, ficou lá em cima, eu não resisti e comecei a descer... – McGonnagal os observava com os lábios crispados. – O véu ficou ondulando e as vozes vieram ao meu ouvido de forma que ficou difícil se concentrar. Foi quando uma est... – por alguns centímetros, a mão de Harry não foi atingida por um raio de luz azul ofuscante que cortou a calmaria da sala de aula.


– Srta. Granger! Esperava um comportamento mais adequado ao seu perfil! – reclamou a professora indignada com seu pupilo. – espero que o que você esteja falando seja algo de útil aos seus dois amigos. – Como ia dizendo. A cor dos cabelos pode alterar drasticamente a aparência das pessoas. Quem pensa em uma carreira da Auror, seria melhor que prestasse atenção! – Harry não olhou para professora. – Digam: Chevelures!


Após a aula de McGonnagal, os três foram caminhando para o salão principal. Os três começaram a descer as escadas do segundo andar quando encontraram Gina junto com Luna, que o olhou de forma diferente. As duas se juntaram ao grupo, e chegaram até a estátua de Gregório, o Infeliz e desceram até o andar térreo.


– Mas então é apenas um portal? – disse Rony incrédulo.


– Portal? Para onde? – interrompeu Luna com seus olhar esbugalhando alternando entre Harry e Rony.


– Estão falando do Arco que encontramos ano passado no Departamento De Mistérios. – informou Gina rapidamente.


– Aquele Arco me dava arrepios. – comentou Hermione.


– Ele realmente é perigoso. Aprisiona pessoa em um outro plano. E elas ficam presas para sempre... – disse Harry com a seriedade de sempre. O garoto sentiu uma mão delicada lhe tocar as costas. Em sua frente Cho Chang passou e olhou para o garoto com um olhar de indignação. A mão em suas costas era Gina, pedindo para que melhorasse o humor.


– Vamos lá! Você não pode ficar assim! – comentou Gina.


Harry encarou a garota.


– Eu ainda não contei para vocês! – mudou Hermione rápido de assunto – Eu descobri umas coisas novas sobre aquela pedra rúnica que eu e Gina visitamos.


Ao chegar, Harry viu o teto encantado e ficou feliz de ver que no céu da noite havia estrelas, e que as diversas nuvens cinzentas que ocuparam a paisagem por meses pareciam não mais estar presentes. O grupo dividiu-se. Todos se despediram de luna e foram sentar-se à mesa da Grifinória, onde diversas travessas com perus, presuntos, pudins de rins e muitas batatas os aguardavam. Sentaram-se um de frente para o outro, Gina e Harry defronte para Rony e Mione. Rony já ia se servindo de uma grande porção de batatas, Hermione voltou a falar.


– Bem na verdade, tem muito haver com você Gina! – a garota que estava cortando um pedaço de carne com a faca levou um susto e fez com que a faca voasse no ar e caísse no chão fazendo o maior estardalhaço – Não é nada de mais...


– Você me olhou de um jeito... – Comentou a garota. –...Pensei que fosse algo sério.


– Bem, na verdade é sério. – Harry olhou para Hermione. – Você se lembra de um sonho estranho, você nos contou aqui no café da manhã? Um que você via uma pirâmide. – Harry sabia que estava interessado na palavra pirâmide, mas não entendia o porquê.


– Lembro! Ele foi realmente engraçado. Acordei confusa. – relembrou erguendo as sobrancelhas.


– Então, – começou Hermione – você sabe que não acredito nessas coisas de Adivinhação, certo?


– Certo. – respondeu Harry.


– Então, o engraçado é que aquelas runas são formadas por anagramas alfas, você sabe o que são anagramas alfas! – clamou á Gina.


– Jura? Pensei que fossem, sigma ou então, teta, mas são alfas?


– Hei! Hei! – interrompeu Rony – O que são anagramas alfo, zigma e tete?


– Anagramas, são nomes que se reorganizarmos as letras criam novas palavras. Não é alfo, nem zigma ou tete. Alfa, sigma e teta são os níveis de complexidade de uma Runa Antiga. Alfa é a mais bem feita runas, a mais bem preparada, e a mais difícil de ser interpretada.


– ‘Tá bom Mione! – pediu Gina – Conta logo!


– Se interpretados a partir do quadrante segundo, a runa que tenho a foto, conta a história de um príncipe que viu despojado de seu reino. – Hermione pôs a mochila no colo e enfiou o rosto dentro da mesma. A voz abafada pela mochila disse. – Eu anotei a interpretação. Aqui achei!


Hermione retirou o pergaminho e nele a fina caligrafia de Hermione havia escrito um pequeno texto, todo em rimas com no máximo seis linhas.



Com Herpo e Paracelso, o príncipe estudou,
Na grande Maraton, a Enguia esbelta!
A coroa tomada pera força da Espada,
No seio da Bretanha fundou,
Amistad ond ali era celta,
Deixou sua entrada.
Rathan Salzriels



Harry releu o pergaminho umas quinze vezes até concluir que realmente não havia entendido nada. Hermione puxou o pergaminho e disse.


– Isso como eu disse, é apenas o quadrante segundo. Lido do quadrante terceiro temos isso.



O proeum do príncipe,
Em lótus será usado
Cobras vocarem
Amistad ond ali era celta
Lótus en locus
Tudem finda
Salazar Slytherin (?)
Proeum terás (?)



Novamente foi necessário ler umas quinhentas vezes para se tirar alguma conclusão do que havia escrito. Das duas hipóteses uma seria correta, ou aquilo não era inglês, ou então Hermione não sabia mais escrever.


– O que é isso? – perguntou Harry curioso.


– Vocês não estão vendo? – perguntou Gina com incredulidade.


– Só um lembrete, – informou Rony sarcástico. – Não fazemos o curso de Runas.


– O primeiro papel você entenderam?


Harry balançou a cabeça negativamente.


– É exatamente a descrição do sonho de Gina! – exclamou Mione – Quando você leu Herpo, não associou a Herpo, o sujo? Criador dos basíliscos?


– É mesmo! – argumentou Rony desnecessariamente.


– Então! – disse Gina – Eu sonhei com um bruxo entregando um ninho e um sapo á um jovem que trazia na cabeça um enfeite de flores roxas!


– O enfeite, você o associou com príncipe? – disse Harry descrente. – E a enguia com cobra gigante?


– Isso mesmo Harry! – disse Hermione contente.


– E o restante do texto? – perguntou Harry – Amistad e entrada?


– Você só é capaz de decodificá-las caso você consiga decodificar a segunda. – afirmou Gina analisando o papel – Uma Runa interalfa.


– Na segunda parte, fala do poder, proeum, de um príncipe, possivelmente esse Rathan que assina o fim da Runa. – começou Hermione – E depois fala cobras vocarem, que significa cobras falantes. Isso lhe lembra alguém?


– Salazar Slytherin! – afirmou Harry. – Ascendente de Voldemort.


– Isso mesmo Harry! Rathan Salzriels é um outro anagrama de Salazar Slytherin! – Você daria um bom aluno de Runas. Só que no final da runa, o tempo corroeu o mármore e a inscrição se apagou. Por isso a interrogação no nome de Slytherin e a identificação do poder.


– Era por isso que Dumbledore nos impediu de ficar na Sala dos Documentos da Ordem! – disse Harry entusiasmado. – Aquela sala guarda a genealogia de Slytherin e logo também sabe que poder é esse! – Mas porque esconder de mim? pensou Harry. Justo ele que estava na empreitada fantástica de derrotar o maior bruxo das Trevas que o mundo já viu. Às vezes era difícil entender as decisões de Dumbledore.

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