Invasão à Hogwarts



- Porque virou, então?- perguntou Gina impaciente.

- Pansy nos viu juntos e contou a meu pai!- disse Draco.- Ele queria me matar, ele sabia que eu não pretendia me tornar um comensal. Ser um comensal não é simplesmente ter sede de matar! Um comensal deve ter obediência incondicional ao Lorde das Trevas. Um comensal da morte não pode temer a morte!- ele parecia ainda mais pálido.- E isso é o que eu mais temo, Gina! Entretanto eu fui obrigado a virar um. E se eu não cumprir com as minhas obrigações eu morrerei!

- Porque lançou a maldição em mim?- perguntou Gina.

- Se eu não o fizesse eles a matariam!- disse Draco.

- Do que você está falando?- perguntou Gina.

- Hogwarts é como uma fortaleza no meio da guerra!- disse Draco.- E eles finalmente encontraram uma forma de destruí-la.

- Do- do que você está falando?- perguntou Gina quase em um grito.

- Dolores é uma comensal também.- disse Draco.- E ela sabia que se conseguissem driblar os centauros seria possível invadir Hogwarts.

- Ela não teria a audácia! Ela quase foi morta por eles uma vez!- disse Gina.

- Audácia é a principal virtude dos Comensais!- disse Draco. Gina viu que ele ria. A velha malícia havia voltado a brilhar em seus olhos.- E se eles não conseguirem, os próprios Centauros farão o serviço.

- Do que você tá falando?- perguntou Gina pela terceira vez.

- Todos nós sabemos que os centauros estão por um triz desde que Dumbledore trouxe um deles para a escola.- disse Draco consultando o relógio.- E se meus cálculos estiverem certos, a essa altura Dolores e minha tia Belatriz já estão na cabana daquele Guardião.

Gina não pensou duas vezes antes de dar as costas para Draco e sair correndo pela neve em direção à cabana de Hagrid. Draco vestiu o casaco novamente e segui atrás dela. Gina parou ofegante na porta da casa de Hagrid e bateu. Ninguém respondeu. Gina bateu de novo. Hagrid abriu. Parecia alterado. Gina entrou veloz com Draco em seu encalço. Então ela ouviu uma risada e viu o rosto de Belatriz Lestrange surgir de uma sombra. Ela estava bem mais bonita do que na vez em que Gina a tinha visto no ministério. Parecia ter engordado um pouco e seus olhos não estavam mais tão fundos, apesar de continuarem com aquele brilho cruel. Era uma mulher realmente bela e Gina imediatamente viu porque Hermione falava tanto que Isabel era idêntica à mãe.

- Vejam quem estão aqui!- disse ela.- Veja Dolores, a noite hoje vai ser boa!

- Gina?- perguntou Hagrid.- O que você faz aqui?

- E vejo porque você gritou tanto que não queria se tornar um de nós, Draquinho!- disse Umbridge.- Você não consegue sequer segurar uma garota burrinha feito essa!


****


- E quando você vai ver o Harry?- perguntou Hermione sorrindo feliz por ver Sirius bem daquele jeito.

- Creio que Dumbledore vai dar um jeito. Eu pensei em atraí-lo até aqui, mas estamos proibidos de levá-lo para fora da escola.

- Ele vai ficar tão feliz!- disse Hermione

Eles ouviram passos e Tonks e Isabel surgiram pela porta do quarto.

- Snape tinha razão!- disse Tonks assim que ela e Isabel se reuniram a Sirius e Hermione.- Umbridge tinha realmente um plano para invadir a escola. E ela não só obteve sucesso como conseguiu despertar a ira dos Centauros. Eles vão invadir a escola.

Hermione sentiu toda a felicidade que estava crescendo em seu peito se esvair mais rápido que um flash.

- E o que vamos fazer?- perguntou ela ficando de pé de repente.

- A princípio vamos entrar na escola pelos fundos.- disse Tonks.- Uns pelo túnel do salgueiro e os outros pelo portão de Hogsmead.

Sirius se levantou e apanhou a varinha do chão.

- Vamos de dois em dois.- disse Tonks.- Eu e Sirius iremos em direção à orla da floresta. Algo me diz que Umbridge vai começar a sua vingança por Rúbeo.

- E nós?- perguntou Isabel.

- Vocês vão na direção das estufas e do campo de Quadribol.- disse Tonks.- Se tudo estiver bem com Hagrid e por aquelas bandas nós soltaremos fogos vermelhos no ar e então vocês deverão correr até o castelo e procurar Minerva, Snape, Lupin ou Dumbledore, o que vocês encontrarem primeiro.

- E se não estiver nada bem?- perguntou Isabel.

- Eu soltarei fagulhas verdes.- disse Tonks.

- E vocês correram para nos dar cobertura.- completou Sirius.

- Não! Isabel nos socorre, Hermione vai chamar ajuda.- disse Tonks.

Hermione concordou com a cabeça, mas sabia, intimamente, que se as fagulhas verdes fosse ao ar ela não deixaria Isabel sozinha.

Minutos depois Isabel e Hermione seguiram correndo pelo túnel que levava ao salgueiro lutador e Sirius e Tonks foram pela estrada.


****


- Vamos começar por qual?- perguntou Umbridge.

- Espere!- disse Belatriz.- Talvez ela saiba onde está meu primo.

- Do que você está falando?- perguntou Gina.

- Vai me dizer que você não sabe que o meu odiado priminho está vivo!?- disse Belatriz. Ela falava como uma louca psicopata.

- Não! Eu não sabia!- disse Gina encarando destemidamente a mulher.

- Crucio!- Gritou Belatriz e Gina sentiu uma dor de uma intensidade que nunca tinha sentido antes. Ela sentiu seu joelhos cederem e baterem violentamente no chão. Mas não iria gritar. Não! E então a dor parou e ela ouviu uma gargalhada de Belatriz. Só então percebeu que Hagrid havia sido estuporado e que a varinha de Umbridge estava apontada para Draco

- E agora?- perguntou Belatriz.- Vai me falar onde ele está?

Gina se apoiou na mesa de Hagrid e com dificuldade se levantou.

- Eu realmente não sei onde Sirius está!- disse Gina arfando. Belatriz ergueu novamente a varinha.- Mas acho que você iria sentir-se satisfeita de saber que sei onde a sua filha está!

Gina observou a expressão de crueldade no rosto de Belatriz se transformar em choque.

- Do que você está falando, sua pirralha?- perguntou ela.

- De Isabel Black! A sua filha!- disse Gina dando um sorriso ao ver a cara de susto da outra.

Belatriz baixou a varinha.

- Fique onde está!- ordenou à Gina. E então ela caminhou até Draco e virou o rosto do garoto violentamente para ela.- Você, Draco! Vai lá para fora.

- Fa- fazer o que?- perguntou Draco.

- Vai matar ou ferir qualquer um que se aproxime desse barraco!- disse Belatriz.

- Porque?- perguntou Draco.

- Sem perguntas! Você deve me obedecer!- disse Belatriz.- Agora!- E então ela caminhou até a porta e abriu. Draco caminhou lentamente por essa. Mas antes que alguém pudesse fazer alguma coisa um gato avermelhado passou pela porta velozmente.

- MALDITA!- gritou Belatriz.

- A PIRRALHA É UMA ANIMAGA!- gritou Umbridge.

Gina se distanciou o máximo que pode. A única coisa que lhe veio à cabeça para fazer foi interromper o treino e chamar Harry.


****


- Gente o que está acontecendo aqui?- perguntou Harry ao ver tantas pessoas no vestiário.

- Estão todos aqui?- perguntou Rony rindo.- Faltam Hermione e Gina.

- O que é isso?- perguntou Harry

Mas ninguém pode responder, pois ouve um estrondo e um gato vermelho entrou pelo basculante do vestiário. Por um momento todos olharam para o gato, mas então este se transformou em Gina que caiu tremendo sob o banco.

- Gina?- Fez Harry.- O que aconteceu?

- Lestrange.- disse Gina ofegando.- Umbridge.

- O que?- perguntou Harry.- Acalme-se, o que aconteceu?

- Comensais invadiram Hogwarts!- disse Gina.- Umbridge, Malfoy e Lestrange estão na cabana de Hagrid.

Houve um imenso burburinho. Harry estava branco feito cera.

- Acalmem-se!- ele ordenou.- Voltem todos para o castelo...

- Não vamos voltar!- disse Neville.

- É!- concordou Simas.- Estivemos esperando ansiosos uma oportunidade para praticarmos tudo aquilo que você nos ensinou!

- Vocês não podem ir!- disse Harry.- Não posso colocar a vida de vocês em risco.

Houve um silêncio inquietante até que Zacarias Smith sacou a varinha.

- Não podemos deixar que acabem com o único lugar seguro nesse mundo em guerra!- disse ele.

- É!- concordou Ana Abboutt sacando sua varinha também.- Se Você- Sabe- quem tomar Hogwarts será o nosso fim!

- O que faremos nós se não concluirmos nossos estudos?- perguntou Justino Finch-Fletchley enquanto tirava a sua varinha também.

- Se Hogwarts for tomada, a Guerra terá terminado.- Disse Ernesto Macmillan tirando sua varinha também.

- E Voldemort terá ganho.- disse Neville sorrindo por conseguir pronunciar o nome e logo as varinhas de Colin e Dennis Creevey também estavam no ar.

- Não posso fazer isso!- disse Harry se assentando ao lado de Gina.

- Nós podemos, Harry!- disse Terêncio Boot juntando sua varinha às outras.

- Não sabemos sequer quantos comensais estão aqui!- argumentou Harry.

- No Ministério foram doze enquanto nós éramos seis e nós saímos vivos.- disse Luna empolgada tirando sua varinha também.

- E agora nós somos quase vinte!- disse Cho tirando sua varinha.

- Gente! Não vou levar esse tanto de pessoas para a morte comigo!- disse Harry

- O que foi?- perguntou Michael Corner sacando sua varinha.- O fato de Sirius Black ter morrido da última vez amoleceu seu coração?

- Não é certo!- disse Harry com o rosto de Sirius em sua cabeça.

- Se não corrermos o risco de morrer agora, defendendo Hogwarts, acabaremos morrendo depois.- disse Parvati séria.

- E eu prefiro morrer lutando.- completou Padma se unindo ao grupo.

- É isso aí!- disse Antônio Goldstein.

Harry olhou à sua volta. Gina, Rony, Lilá e Dino eram os únicos ainda quietos. Então, lentamente Gina juntou sua varinha às outras.

- E vocês?- perguntou ela.

Lilá e Dino sorriram e fizeram o mesmo.

- É cara, creio que somos um exército agora!- disse Rony rodando sua varinha entre os dedos. Harry ia argumentar qualquer coisa, mas então sentiu uma enorme dor na cicatriz. Respirou fundo e se levantou.

- Gina, onde eles estão?- perguntou ele.

- Estavam na cabana de Hagrid, como eu disse. Mas creio que mais deles devem estar para chegar. Eram três.- despejou Gina.

- Certo.- disse Harry enquanto vestia o casaco esquecido sob o banco.- Teremos que cobrir o máximo possível do castelo. E temos também que avisar à ordem. Ana, Cho, Collin e Dênis irão seguir pelo caminho tradicional ao castelo. Quando alcançarem o Saguão de entrada Collin irá à sala da Profª. Minerva e a informará sobre o que está acontecendo. Dênis irá ao Prof. Snape e Cho à Lupin. E você, Ana, deve saber como chegar à Dumbledore, pois é monitora. Vá até ele.

- Certo!- disse a garota loura enquanto Gina tirava um estranho caderno de seu armário no vestiário e escrevia nele.

- Hermione logo saberá o que está acontecendo.- informou ela.

- Ok.- disse Harry.- Bom, Justino, Parvati, Padma e Simas irão ficar de olho nas bandas do lago. Enquanto Dino, Lilá e Michael irão cobrir as estufas!

Harry amarrou os cadarços.

- Zacarias, Antônio, Ernesto e Terêncio serão responsáveis pela saída para Hogsmead.- continuou Harry.- O restante virá comigo. E depois Neville, Luna e Gina seguirão para a orla da floresta enquanto eu e Rony cuidamos da cabana de Hagrid.

- E se precisarmos de ajuda?- perguntou Zacarias.

- Faíscas azuis no ar indicarão que estão em apuros.- disse Harry.

Houve um novo silêncio.

- O que estão esperando?- perguntou Gina que já se recuperara da tremedeira.

- Esperem!- disse Harry.- Se por acaso encontrarem um comensal, não tenham dó em feri-los, pois, tenham certeza, eles não sentirão penas de vocês.

Harry acabou de falar e o vestiário se esvaziou rapidamente.

- Você está bem, Gina?- perguntou Rony ajudando a garota a se levantar.

- Sim!- disse Gina que não pode deixar de sorrir pelo irmão ter dirigido a palavra a ela depois de muitos dias de gelo.- Creio que temos que correr.

- Porque não voar?- perguntou Luna olhando sonhadora as vassouras encostadas na parede.

Eles imediatamente apanharam as vassouras.


****


- Veja!- disse Hermione.- Fagulhas verdes!

Ela e Isabel tinha acabado de sair do túnel e se afastavam do salgueiro. Isabel parou

- Eu sei que você não vai querer ir chamar ajuda...

- Não mesmo.- disse Hermione

- Eu imaginava, mas então vamos correr até lá.- disse Isabel.


****


- Achei que tardaria uma pouco mais a revê-lo. Sirius Black!- disse a voz de Lúcio Malfoy.

- Como diz o ditado, Lúcio, quem é vivo sempre aparece!- disse Sirius sorrindo.

- Pensei que tivesse morrido, sobrinha!- disse um homem e corpulento de olhos parados.- Aonde já se viu, tentar possuir uma bruxa como minha querida esposa!

- Creio que o senhor, Tio Rodolfo se esqueceu...- disse Tonks sorrindo, seus cabelos estavam verdes hoje.- que eu não só sou uma Black, e no entanto tenho tanto poder quanto à sua desprezível esposa, como também que EU tenho o Dom que ela tanto cobiçou de mamãe!

- Vamos parar com essas discussões tolas de família.- disse um terceiro homem. Era Rookwood.

- Grande idéia, Augusto!- disse Rodolfo.

- Sinto lhe dizer, Sirius.- disse Lúcio.- Mas você pode não ter morrido daquela vez, mas morrerá desta.

- Ah é?!- perguntou Sirius.- Acho que não ein?!

- Eu não acharia nada se fosse você!- disse Rookwood rindo.- Temos um a mais que vocês!

- Acho que quem tem um a mais somos nós!- disse Isabel que vinha correndo com Hermione em seu encalço. Isabel não estava em sua forma normal. Tinha os olhos em um tom esverdeado e os cabelos castanhos.

- Duas estudantes da Armada Dumbledore, suponho!- disse Lúcio rindo.- A Sangue Ruim eu conheço, e a outra, quem é?

- Isabel Black!- rosnou Isabel.

Lúcio gargalhou alto.

- Creio que começaremos a purificação da raça hoje! Nos livraremos de uma vez só de uma Sangue Ruim, de duas mestiças e de um traídor do próprio sangue! Creio que o Lord das trevas irá ficar satisfeito.

- Não sabia que tinha uma filha com uma trouxa, Sirius!- disse Rodolfo.

- A garota é minha sobrinha, Rodolfo.- informou Sirius.

- Ah! E este deve ser Rodolfo Lestrange! Meu Padrasto!- disse Isabel enquanto, para a surpresa de Hermione voltava à forma normal. Foi a vez dos membros da Ordem gargalharem.- Creio que a minha odiada mamãe deve estar por perto!- completou Isabel contemplando a cara de susto de Rodolfo e dos outros dois.

- Avada Kedavra!- gritou Rodolfo apontando a varinha para Isabel. Mas nada aconteceu.

- Parece que vocês não leram Hogwarts uma história.- disse Hermione sorrindo.- Então não devem saber que da mesma maneira que não se pode aparatar ou desaparatar nos terrenos da escola não é possível matar alguém com esse feitiço!

- Expeliarmus!- gritou Lúcio apontando a varinha para Sirius mas este foi mais rápido.

- Protego!- Gritou Sirius fazendo com que Lúcio recuasse alguns passos para trás.

Logo Lúcio estava duelando com Sirius e Tonks com Rookwood.

- Vingardium Leviosa!- Gritou Isabel e Rodolfo Lestrange subiu uns quatro metros no ar.- Repellere!

E com o segundo feitiço o homem foi lançado contra uma árvore e caiu desacordado.


****


- Vejam quem eu encontro aqui!- disse Umbridge ao ver os cinco garotos descendo das vassouras.

- Andem! Vocês têm que cobrir os seus postos!- disse Harry e logo Gina, Neville e Luna sumiram de vista.

- Venha me ajudar, Draco!- gritou Umbridge sacando a varinha. Logo Draco apareceu. Estava extremamente pálido, muito mais do que o normal.
Logo havia mais duplas duelando por ali. Rony parecia estar dando enorme trabalho a Umbridge. Enquanto Harry e Draco pareciam equilibrados.

Belatriz permanecia dentro da cabana. Hagrid ainda estava caído no canto. Ela se assentou sobre a mesa. Talvez tivesse ouvido errado, mas a Weasley caçula tinha dito que sua filha estava viva. Aquela que só ela, só ela própria sabia quem era o verdadeiro pai. Ela podia ver Potter e o outro Weasley lá fora. Talvez devesse ir lá e acabar com eles. Seu Lord ficaria satisfeitíssimo! Mas algo, como certa intuição feminina, lhe dizia para permanecer ali. E se a garota viesse? Devia ser uma grande bruxa. Com a mãe que tinha. E com o pai que tinha e não sabia... E Belatriz esperou. Ela poderia ser a mulher mais cruel do mundo, mas era mulher. Era como se o instinto maternal estivesse aflorando de repente. Ela queria ver sua filha e estava disposta a esperar ali o tempo que fosse. Mas as respostas que buscava não tardaram a chegar.

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