Duelo Entre irmãos



- Sabe, Sr. Fudge!- disse Harry. Ele já estava ali fazia quarenta minutos e a tal comissão julgadora o estava bombardeando com perguntas.- Se vocês tivessem acreditado em nós quando falamos sobre Sirius e Rabicho... mas não! O Sr. preferiu me chamar de Adolescente Perturbado, não é mesmo? E o que disse sobre Dumbledore? Velho caduco?!

- Sr. Potter, quem está sendo interrogado aqui é o senhor.- disse Percy.

- Sirius poderia estar aqui hoje, ele contaria com prazer a todos vocês a verdadeira história!- disse Harry ignorando Percy.- E se todos tivessem acreditado quando eu disse que Voldemort havia voltado, garanto que ele não teria morrido!

Houve dessa vez um enorme burburinho. Harry olhou à volta, na arquibancada da esquerda um grupo de estudantes onde estava Fleur Delacour concordavam com ele. Logo atrás estava uma figura esquisita que usava um chapéu de abas grandes que sombreavam seu rosto. A pessoa ergueu o rosto e Harry pode ver os olhos negros e cintilantes de Isabel, ela sorriu para ele. Ele se virou então para Dumbledore. Havia um leve sorriso nos lábios deste também.

- Silêncio!- pediu Percy. A masmorra se calou.- A questão agora não é o que o Sr. Fudge fez de certo ou errado!

- Pela primeira vez em o que posso chamar de "toda a audiência" você está certo meu caro irmão Percivaldo!- disse Carlinhos se levantando.- Deixe que na hora certa as verdades sobre o seu querido chefe, o Sr. Fudge, virão à tona!

Harry viu Percy ficar talvez tão vermelho quanto Rony costumava ficar.

- Como nós todos estamos cientes.- continuou Carlinhos.- Após todos os acontecimentos que acabamos de ouvir, o réu, Sirius Black acabou falecendo.

- O Sr. Tem mais algo a dizer, Sr. Harry James Potter?!- disse Percy entre dentes.

Harry pensou por um tempo. Olhou a platéia, viu dois comensais lá. Nott e Goyle. A raiva que sentia do mundo aumentou e ele soube que era a hora de ele dizer aquilo que ele tanto queria dizer para o mundo. Aquilo que era o motivo de toda a sua angustia, de toda a sua tristeza.

- Sim.- disse Harry. Seu maxilar tremia.

- Diga.- disse Percy.

- Sabe, às vezes passamos onze anos sofrendo para conseguir achar nosso lugar, conquistar o nosso espaço e ser aceito em uma sociedade que acredita, confia e até nos venera...- sua voz estava embargada, ele lutava com todas as suas forças para impedir as lágrimas de raiva, rancor e dor de pularem para fora de seus olhos.- E então passamos a sentir falta de uma outra coisa...- ele não conseguiu. Uma lágrima solitária escorreu pelo seu rosto.- Algo mais paterno, algo familiar e ficamos longos treze anos para encontrar e descobrir todo o afeto e carinho com o qual podemos contar e...- pausa, ele engoliu o nada, sua boca estava com um gosto estranho, lágrimas lavavam seu rosto.- Então no nosso auge de felicidade...- ele viu Dumbledore o fitando por trás dos óculos de meia lua apoiando o queixo na mão.- Quando essa pessoa se torna mais que um pai e sim um amigo passam-se dois anos e vem um grupo de pessoas sem caráter e nem coração e nos leva tudo isso que demoramos tanto para encontrar...- ele fez uma pausa maior dessa vez, a pena de Pénelope Clearwater rangia, Percy parecia surpreso, Carlinhos olhava Harry como quem diz "é isso aí garoto" Moddy tinha ambos os olhos fixos em Harry, Tonks tateava o bolso a procura de alguma coisa.- Deixando-nos da penumbra...- Tonks abriu um lenço branco.- Arrancando toda a nossa capacidade de felicidade...- Tonks abafou um soluço com o lenço.- E nos deixando até com um pouco de remorso...- continuou Harry tirando os óculos e limpando os olhos com um pedaço das vestes.- Por pensar que não demos a atenção devida à essa pessoa que morreu lutando por nós.- Ele recolocou os óculos e se ajeitou na cadeira.- Era só isso o que queria dizer.

Seguiu-se um longo silêncio. Todos pareciam paralisados, estupefatos e chocados.

- A morte de Sirius só será discutida após o almoço, Srs.- disse Dumbledore interrompendo o silêncio.- Até lá.

A grande porta se abriu e por ela saiu primeiro o grupo de estudantes. Os aurores estavam todos de pé e conversavam entre si. Harry viu Dumbledore conversando com Amélia Bones lá em cima. Carlinhos foi até ele.

- Bárbaro, Harry!- disse ele.- Nós não só livramos a cara de Sirius diante todo o mundo mas também acabamos de complicar a vida de Fudge.

- Todos já prestaram depoimento?- perguntou Harry tentando voltar ao normal.

- Não. Percy provavelmente trará umas duas pessoas ainda.- disse Carlinhos.- Mas pude ver que Amélia já está decidida a finalmente acreditar em nós. Você ensaiou aquilo para dizer?

- Não.- disse Harry olhado o chão.- Não conte aos outros sobre o que eu disse, não quero comentários.

- Tudo bem!- disse Carlinhos meio sem entender.

Os dois se reuniram com Lupin, Rony, Gina, Hermione e a Sra. Weasley na porta da masmorra.

- Digamos que Harry complicou Fudge pelo resto da carreira dele.- disse Carlinhos sorrindo para Lupin.- Até Percy ficou entupido.

- Falando em Percy.- cochichou Hermione para os outros três.

Percy e Fudge estavam juntos na outra parte da grande porta. Podia-se escutar o que eles conversavam.

- O garoto não podia ter tocado no assunto, Percivaldo!- dizia Fudge.

- Eu sei, Sr. Fudge, mas eu não esperava que ele fosse faze-lo.- disse Percy.- Eu disse ao senhor que não viesse.

- Realmente!- disse Fudge.- Devia ter indicado Willian no seu lugar e mandado você como representante. Foi um grave erro, meu jovem. O que mais me irrita é aquela calma de Alvo Dumbledore! Aposto em como ele veio ensaiando os garotos desde que ele mandou seu irmão entrar com o caso! Viram só o discurso que o garoto fez no final! Até Você- Sabe- Quem ficaria comovido!

Ele viu o grupo de ouvidos apurados.

- Vamos almoçar, Percivaldo! Pois o dia é longo!- e em seguida os dois saíram em direção às escadas.

- Percy é um idiota!- disse Rony.

- Não, ele não é!- disse Gina.

- Além de namorar aquele traste você vai defender o Percy também, é?- perguntou Rony ao mesmo tempo que Hermione fazia sinais para ele calar a boca.

- Ele é só um rapaz ganancioso.- disse Gina.- E essa ganância o torna tão estúpido quanto um porco!- completou fazendo cara de nojo.

- Vamos comer, crianças!- disse a Sra. Weasley.

O grupo voltou ao átrio. Ao canto da parede dos elevadores havia um corredor que levava a um bar tão grande quanto o Caldeirão Furado.

- Harry!- disse uma voz. Harry se virou e viu Tobias.- Estive assistindo à audiência, você foi ótimo quando disse ao Fudge que a culpa da guerra era dele!

- Você disse isso na cara dele?- perguntou Rony.

- Com todas as letras, Rony!- disse Tobias.- E aí Carlinhos!- disse cumprimentando-o.- Você também foi ótimo, calou a boca daquele seu irmão idiota inúmeras vezes!- completou antes de sair com um grupo de estudantes.

- Tobias é do Partido Liberal.- disse Carlinhos para a mãe.- Eles odeiam Fudge e tudo à volta dele.

- Ah!- fizeram Rony e Harry se entreolhando.

Eles se assentaram em uma cumprida mesa a um canto. Algum tempo depois Isabel apareceu e se reuniu a eles.

- Eu diria que aquele ministro com cara de ovo está no mínimo encrencado.- disse ela sorrindo.

- Você tomou cuidado de se manter longe de Goyle e Nott?- perguntou a Sra. Weasley.

- É!- disse Isabel em um tom não muito convincente.- Mas o que eu quero mesmo é assistir à parte do veredicto final.

- Será que nós poderemos assistir também?- perguntou Hermione observando Isabel

- Não!- respondeu a Sra. Weasley rapidamente e antes que Hermione falasse mais alguma coisa se virou para Carlinhos.

- Eu posso te ajudar se realmente quiser ir.- disse Isabel em tom baixo para só Hermione ouvir. A principio Hermione ignorou mas depois de algum tempo virou-se para ela.

- Como?- perguntou.

- Poção Polissuco.- disse Isabel e tirou do bolso um pequeno frasco com uma poção escura.

- Inteligente. Cabelo de quem?- perguntou Hermione.

- Tinha duas estudantes ao meu lado que iriam embora. Consegui o cabelo de uma delas.- completou e mostrou alguns fios dentro de um outro frasco.

- E as roupas?- perguntou Hermione.

- Eu as transfiguro.- disse Isabel com simplicidade.

- Mas eles vão sentir a minha falta.- disse Hermione.

- Gina dirá que vai passar a tarde no escritório do pai, você diz que vai junto, só que na realidade não irá.- disse Isabel.

- E quando a poção acabar?- perguntou Hermione.

- Tenho uma coleção de frascos desses aqui nos bolsos.- disse Isabel que usava um sobretudo negro.


- Tudo bem.- disse a Sra. Weasley.- Isabel irá acompanhá-las até lá então. E não fiquem perambulando por aí! Qualquer problema eu estarei naquela mesma saleta.

- Vocês são loucas!- disse Gina assim que a Sra. Weasley sumiu de vista.

- Vamos lá, Hermione.- disse Isabel tocando as vestes de Hermione com a varinha e ela passou a trajar um sobretudo parecido com o de Isabel.- A sala do Sr. Weasley é logo ali.

Isabel e Gina seguiram até uma porta no fim do corredor. Hermione tratou de se ajeitar.

- Olá garotas!- disse o Sr. Weasley por trás de uma montanha de papéis.

- A Sra. Weasley pediu que eu trouxesse Gina aqui.- disse Isabel.

- Sempre quis passar um dia de trabalho com você, papai!- disse Gina fingindo empolgação.

- Oh Querida!- disse o Sr. Weasley orgulhoso.- Sente-se aqui.- disse indicando uma cadeira.

Isabel saiu e tirou o frasco do bolso.

- Tome.

Hermione hesitou por um segundo. Será que deveria confiar na filha de Belatriz Lestrange? Mas não tinha muitas opções. Tinha uma idéia se formando em sua cabeça e ela sentia que encontraria algumas respostas na audiência.

Tomou o conteúdo do frasco.

- Urght!- fez ela segundos antes de sentir o seu corpo crescer. Até ali tinha dado certo. Hermione agora era uma garota negra de cabelos curtos.

- Certo, agora guarde os frascos em seu bolso.- disse Isabel enquanto ia tirando frascos dos bolsos do sobretudo.- Entre logo atrás de mim e não fale com ninguém.

As duas desceram novamente ao tribunal dez. Ele estava novamente movimentado. Isabel entrou e foi direto para o alto de uma arquibancada à direita. Hermione fez o mesmo e se assentou ao lado dela. A audiência recomeçaria em dez minutos. Ela viu um dos rapazes que antes estava do lado de fora da porta do tribunal. Achava que tinha visto Carlinhos falar com ele e que seu nome era Willian. Ele acenou para ela que retribuiu timidamente. Ela viu Dumbledore entrar acompanhando de Amélia Bones. Algum tempo depois Cornélio Fudge e Percy também apareceram. Tonks estava conversando com mais três aurores. E quase na hora de começar Moody e Quim apareceram também.

- Bem vindos de volta à Audiência do dia vinte e sete de dezembro!- disse Dumbledore assim que todos assentaram.- Vamos continuar a audiência, senhores advogados.

Percy se levantou.

- Que entre a minha próxima testemunha. O Sr. Severo Tomas Snape.- disse ele e pela grande porta de madeira entrou Snape com um ar que lembrava o de um morcego.

- Se me permite Percivaldo.- disse Carlinhos se levantando assim que Snape se assentou.- Creio que a narração que Severo Snape iria fazer não seria muito fora do que nós já sabemos.

- Mesmo assim eu insisto que...- começou Percy.

- Eu gostaria de fazer algumas perguntas a ele.- interrompeu Carlinhos.

- Fique a vontade!- disse Percy se assentando impaciente.

- Bom, Sr. Snape!- disse Carlinhos.- Acho que para todos aqui presentes já ficou bastante claro o fato de que Sirius Black é inocente!

Ouve um burburinho, a maioria das pessoas concordavam. Hermione passeou os olhos pela sala. Viu um homem parecido com Goyle que conversava com um outro homem baixinho. Aqueles deveriam ser Nott e Goyle. Eles eram comensais mas não haviam provas contra eles pois nenhum dos dois estivera no Ministério na noite em que Sirius morreu.

- Mas eu estive me perguntando então, desde o depoimento do Sr. Lupin, por que o Sr. disse ao nosso ilustríssimo Ministro da Magia, na noite em que Black fugiu de Hogwarts, que Sirius havia enfeitiçado os garotos e que você os tinha salvo?!

Ouve um novo burburinho. Hermione notou que Snape estava pálido. Dumbledore o fitava e ela viu que Nott e Goyle olhavam vidrados para ele também.

- A Srta. Granger disse que Severo estava desacordado!- interrompeu Percy ficando de pé.

- Eu sei, caro Percivaldo!- disse Carlinhos.- E Lupin também afirmou isso, assim como Harry Potter e Ronald Weasley. Não restam dúvidas, então, de que ele estava desmaiado! Mas então que explicação você me dá para a história que ele inventou, caríssimo Percivaldo?

- Pelo que estive conversando com Snape durante o almoço...- começou Percy ajeitando os óculos de aro de tartaruga.- ele supôs o que havia acontecido!

- ELE SUPÔS?!- perguntou Carlinhos em um tom exageradamente alto de modo que varias pessoas se assustaram.- Pergunto-me se ele realmente supôs isso tudo ou se ele quis se vingar de Sirius!

- Ele não tinha o que vingar!- disse Percy.

- Percebo que os depoimentos ouvidos antes do almoço já foram apagados de sua mente, caro Percivaldo!- disse Carlinhos.- Pois não foram só os três adolescentes que narraram a discussão entre Snape e Lupin na casa dos Gritos. Snape e "os marotos", como disse Lupin, foram "inimigos" durante o período de estudos em Hogwarts e pelo que já ouvi de Harry, Snape parece descontar nele até hoje a raiva que ele sentia de Tiago Potter!

- Potter é apenas um garoto metido, Carlos Weasley!- disse Snape crispando a boca.- Nunca descontei nada em Potter, ele sempre teve o tratamento que mereceu!

- Mas continuo sem entender o porque da história que você contou a Fudge!- disse Carlinhos.- Fiquei pensando comigo mesmo se você realmente deixou de ser um comensal!

Houve um burburinho. Por um instante Hermione achou que Carlinhos iria realmente ferrar Snape.

- Pois parece estranho!- disse Carlinhos.- Há dois anos Bartô Jr. esteve lecionando em Hogwarts, todos aqui devem se lembrar do fato! Enquanto Snape e Fudge alegavam que a história de que Pettigrew estava vivo era falsa, este se juntou ao "seu Lord" e ajudou a resgatar Bartô, e então os dois "seqüestraram" Alastror Moody e Bartô passou um ano letivo inteiro fingindo ser Moody em Hogwarts!

- Desculpe, Carlos, mas esse ponto já é responsabilidade de Alvo Dumbledore!- disse Percy.

- Não creio que seja totalmente!- disse Carlinhos.

Hermione levantou os olhos para Dumbledore e tomou um susto quando encontrou os olhos do homem grudados nela. Será que ele sabia que era ela quem estava ali? Ela olhou para Isabel que fez um sinal indicando o relógio. Hermione tirou um dos frascos e o bebeu.

- Quem nos garante que ele não esteve ajudando Bartô em Hogwart?- indagou Carlinhos.

- Não seja tolo, Weasley!- disse Snape.- Eu mesmo providenciei a Poção da Verdade para usar em Bartô. Ele teria me entregado se eu o tivesse ajudado!

- Eu iria dizer exatamente isso, Severo!- disse Carlinhos sorrindo.- Portanto não posso afirmar de que lado você realmente estar a não ser que você nos diga.

Houve um novo burburinho. Hermione viu que Dumbledore franziu a sobrancelha para Carlinhos como se o mandasse parar.

- Tens algo a declarar, Severo Snape?- perguntou Carlinhos.

- Quando eu acordei na noite em que Sirius Black fugiu, eu vi a todos desacordados eu realmente SUPUS o que teria acontecido. Antes de ser atrevidamente nocauteado pelos três jovens eu não vi sinal algum de Rabicho por ali! E eu vi que haviam cordas amarradas em Black. Imediatamente eu pensei que Remo Lupin havia recuperado a razão e resolvido levar Black ao castelo!

- Hum. Então o você admite que foi um tanto quanto IMPULSIVO?- perguntou Carlinhos levando a mão ao queixo.

- Sim.- disse Snape olhando o chão.

- Terminou?- perguntou Percy olhando impaciente o irmão.

- Sim.- disse Carlinhos pouco antes de se assentar novamente.

- Alguém tem alguma pergunta a fazer ao Sr. Snape?- perguntou Percy e para a surpresa de Hermione Isabel levantou a mão.

- Qual o seu nome, por favor?!- pediu Percy.

Hermione sentiu o coração disparar. Todos da Comissão julgadora estavam olhando naquela direção.

- Isaura Crof!- disse Isabel, sua voz estava diferente e ela tinha um sotaque acentuado.- Sou estudante, venho da Nova Zelândia.- completou.

- Pois diga Srta. Crof.- disse Percy.

- Eu gostaria de perguntar ao Sr. Snape se ele não pretende declarar algo sobre a sua posição diante a Guerra, como um ex-comensal.- disse Isabel.
Hermione viu que Nott e Goyle tinham os olhos pregados nela.

- Creio que este não é o assunto da audiência nem é uma coletiva para jornais estudantis, Srta. Crof.- disse Percy.

- Pode se retirar, Sr. Snape.- disse Amélia Bones.

- Creio que você não tenha mais depoimentos, Percivaldo.- disse Carlinhos.

- Correto, Carlos.- disse Percy dando um sorriso cínico.- Suponho que você também não.

- Enganou-se.- disse Carlinhos sorrindo se levantando.- Recebi um recado e vamos ter ainda a presença de uma pessoa que na verdade tinha sido convidada a fazer parte deste Juri.- disse indicando a arquibancada da comissão.- Mas que não poderia vir por estar viajando. Mas por sorte ele chegou a tempo.


****


- Que bom que você está bem, querido!- disse a Sra. Weasley abraçando Gui no momento em que Snape entrou.

- Como foi, Severo?- perguntou Molly.

- Eu disse a vocês que haveriam comensais lá!- disse Snape ignorando Rony e Harry ali.- É a sua vez Gui.


****


- Peço que entre o meu ilustre irmão.- disse Carlinhos.- Guilhermino Arthur Weasley, bruxo supremo de Gringotes.

A porta se abriu e por ela entrou Gui. Para quem conhecia o rapaz em seu dia a dia ele estava praticamente irreconhecível. Tinha o cabelo preso em um caprichoso rabo de cavalo. As vestes pareciam ter acabado de sair da loja e ele usava uma elegante capa púrpura. Hermione não pode deixar de reparar no distintivo com o brasão de Gringotes.

- Posso saber O QUÊ Gui testemunhou?- perguntou Percy se levantando também. Hermione viu, antes de tomar outro frasco, que Dumbledore sorria e que Tonks tinha um brilho fascinado no olhar.

- Testemunha de que Pedro Pettigrew está realmente vivo.- disse Gui.

- Você o viu?- perguntou Percy parecendo entupido.

- Eu o vi há quinze dias, Percivaldo.- disse Gui.

Houve uma inquietação na masmorra.

- Impossível!- disse um dos aurores um homem muito louro de olhos azuis.- Pelo que sei o Sr. Weasley estava a serviço de Gringotes nas Américas quinze dias atrás.- completou o auror.

- E quem disse que eu o vi aqui, na Inglaterra?- perguntou Gui.- Estive viajando por toda a América, caro Aboutt! Mas a escola na Amazônia era como o meu ponto de parada! E eu estava ali tomando um delicioso suco de uma fruta local certa manhã quando o Guardião da escola me informou que havia visto dois homens suspeitos por ali. E eis quem eu encontro?! Pedro Pettigrew com uma horrenda mão metálica e um jovem chamado Valdemir Goyle.

- E o que aconteceu com eles?- perguntou Percy.

- Fugiram oras!- disse Gui.- Assim que notaram a nossa presença.

Houve outro imenso burburinho. Hermione viu que Gui olhava na direção delas mas nem se preocupou, sua cabeça estava cheia. Como eles deixavam que o pai de um possível comensal ficasse ali como toda aquela tranqüilidade?

- Bom, ilustríssimo Sr. Guilhermino. Creio que se o seu "depoimento" estiver encerrado devemos fechar essas seção para que o conselho se reúna, agora completo com vossa presença, e decida o que será feito do primeiro caso.- disse Percy.

Dumbledore se levantou.

- Se nenhum dos lados tem mais testemunhas ou declaração essa seção está encerrada.- disse ele.

E novamente as portas se abriram e os bruxos começaram a sair.

- E agora?- perguntou Hermione.

- O conselho irá se reunir e em duas horas haverá outra seção para tornarem "pública" a decisão.- disse Isabel.

- Hermione, você ficou louca?- perguntou Carlinhos que vinha subindo as arquibancadas em direção a elas.

- Como sabe que sou eu?- perguntou a garota.

- Dumbledore acabou de me informar.- disse ele.- E você, Isabel, mamãe vai ficar irada. Onde está Gina?

- Com seu pai.- disse Isabel sorrindo.

- Tsc tsc. Andem, irão todos para casa.- disse Carlinhos.




Nota da autora: Gostaria apenas de ressaltar, que a frase dita pelo Harry durante seu depoimento, que é o seguinte: "Ás vezes, passamos 11 anos inteiros sofrendo para conseguirmos achar nosso lugar, conquistar o nosso espaço e ser aceito em uma sociedade que acredita, confia e até nos venera e então passamos a sentir falta de uma outra coisa, algo mais paterno, algo mais familiar e ficamos longos 13 anos para encontrar e descobrir todo o afeto e carinho que podemos contar e então no nosso auge de felicidade, quando essa pessoa se torna mais do que um pai e sim um amigo passam-se dois anos e vem um grupo de pessoas sem caráter e nem coração e nos leva tudo isso que demoramos tanto para encontrar, deixando-nos na penumbra, arrancando toda a nossa capacidade de felicidade e nos deixando até com um pouco de remorso por pensar que não damos a atenção devida á essa pessoa que morreu lutando por nós.... foi escrita pelo Luiz Henrique (G4ambit - [email protected]).

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