Suicídio



- Mi Lorde?!- repetiu Isabel e então a caveira falou.

- Onde você está, Bela?- perguntou uma voz fria e grave. Harry sentiu o frio percorrer sua espinha e uma dor aguda alfinetar a sua cicatriz. Era Voldemort.

- Não vai acreditar quando eu disser que peguei o traidor, Mi Lorde!- disse Isabel.

- Ele está no Ministério? Lutando ao lado de Dumbledore? É isso? Ou você deixou o seu posto, Bela?!- disse a caveira.

- Perdão Mi Lorde!- disse Isabel.- Eu o peguei em Hogwarts, Mi Lorde! Achei que talvez o Mestre quisesse vingar-se dele pessoalmente...

- Enganou-se Bela.- disse a voz de Voldemort. Harry sentia calafrios. Gina olhava atenta para tudo.- Agora, depois que cuidar de Severo volte para o seu posto no ministério, mais tarde nós conversaremos sobre a sua desobediência.

- Snape revelou o que dizia a profecia, Mi Lorde.- disse Isabel rapidamente.

- Mesmo?- perguntou a voz de Voldemort que parecia interessado.

- O moleque, Potter, ele tem que morrer!- disse Isabel com a voz nervosa apesar de seu rosto aparentar calma.- Você, ou ele Mi Lorde!- disse ela.

- O que quer dizer, Bela?- perguntou Voldemort.

- Que o mestre só pode morrer pelas mãos do garoto, e visse e versa!- disse Isabel.

- Interessante.- disse Voldemort.- Admito que já desconfiava. Mas como eu ordenei há pouco, cuide de Snape e volte para o Ministério, receberá créditos pela informação, Bela. Mais alguma coisa?

- Sim!- disse Isabel de pressa.- Sim! Eu tenho o garoto, Mi Lorde!

- Você?!- perguntou Voldemort que parecia surpreso.

- Sim!- disse Isabel.- Ele veio atrás de Snape, bancar o herói, Mi Lorde. Garoto tolo!

- Tem certeza de que isto não é uma emboscada, Bela?- perguntou a caveira no braço de Belatriz.- Deve-se lembrar do que aconteceu naquela vez no ministério que pensamos estar sendo mais espertos do que eles e acabamos descobrindo que era o contrário.

- Dumbledore está no ministério, Mi Lorde.- disse Isabel.- Meu odiado primo está lá também. E creio que a maioria dos integrantes da plebe defensora dos sangues ruins esteja lá também.

- E os outros garotos? Os guarda-costas de Harry?- perguntou a voz de Voldemort que parecia avaliando a situação.

- A Sangue ruim morreu.- disse Isabel.- E se os outros aparecerem, matamos eles também!

- Tem certeza de que tem o garoto seguro?- perguntou Voldemort.- Lembre-se que ele é imprevisível, Bela.

- Tenho certeza de que ele não escapará, Mi Lorde.- disse Isabel.

- E pode me dizer o que lhe dá essa certeza?- perguntou Voldemort.

- Lembro-me ainda do meu tempo de Hogwarts, Mi Lord.- disse Isabel.- Havia uma sala no sétimo andar, conhecida como sala Precisa. Ela sempre está ali, quando você procura algo com urgência.

- Lembro-me desta sala.- disse Voldemort.- Usei-a algumas vezes... tsc, tsc...Há muito tempo! Mas como sugere que eu chegue até aí, Bela?

- O Mestre pode aparatar em Hogsmead e entrar pela estrada que liga a escola ao povoado, ou pode vir voando.- disse Isabel.

- Hm.- fez Voldemort.

- Cuidarei de Snape e lhe esperarei no saguão de entrada, Mi Lorde.- disse Isabel.

- Pois bem, Bela, eu irei.- disse Voldemort.- Não costumo desviar os meus planos, mas este atalho parece-me tentador.

- Você não se arrependerá, Mi Lorde.- disse Isabel, Harry viu que ela sorria com certa crueldade de modo que se parecia mais do que era possível com sua mãe.

- Até a vista, Bela.- disse Voldemort e segundos depois a caveira se imobilizou novamente.

Seguiu-se algum tempo de silêncio. Ouvia-se apenas a respiração dos presentes.

- Até aqui deu tudo certo.- disse Isabel que parecia ter a boca seca, sua voz voltara ao normal.

- Não temos certeza de que ele virá.- disse Gina que parecia muito pálida.- Ele não parecia muito convencido.

- Snape disse acreditar que ele cairia.- disse Carlinhos.- Mas disse que se viesse traria uma escolta.

- Bom, vamos ao que interessa então.- disse Tonks.- Harry, nos empreste o mapa.

Harry entregou o mapa a ela, que acompanhada de Carlinhos deixaram o poço.

- Acho que eu devo ir cobrir as masmorras.- disse Gina.

Isabel caminhou até ela e a abraçou.

- Escuta.- disse ela.- Vigilância constante. E por favor, não se deixe impressionar com coisas que pode encontrar por lá.

Gina ia perguntar que tipo de coisas mas achou que não era conveniente. Caminhou até Harry.

- Boa sorte.- disse ele.

- Pra você também.- disse Gina.- E... Por favor, não amarele.

- Eu tentarei.- disse Harry.

Gina deu-lhe as costas e caminhou em direção à abertura do malão.

- Gina!- chamou Harry. A garota se virou e ele correu até ela e a abraçou.- Não deixa nada acontecer com você! Por favor.

- Não se preocupe Harry. E não amarele!- repetiu ela e depois de dar um sorriso tímido a ele ela deixou o poço.

Ouviu-se a voz de Tonks dizer qualquer coisa e um adeus dado por Carlinhos, em seguida ouviu-se a porta se fechar.

- Ela acha que eu sou um covarde que pode amarelar a qualquer momento?- perguntou Harry para Isabel.- Covarde era aquele namorado dela!

- Ela não acha que você é um covarde.- disse Isabel.- Só acha que você é nobre demais para matar alguém.

- Todos pensam assim, é?- perguntou Harry que se sentia tenso.- Porque entraram nesse plano se sequer tem certeza de que eu irei ter coragem suficiente para matá-lo, então?

- Você vai conseguir.- Afirmou Isabel.

- Isabel!- chamou Tonks.

A garota e Harry deixaram o poço. Carlinhos fechou o malão e o abriu na parte das flechas, apanhou uma e entregou a Harry.

- Você não pode se dar ao luxo de errar, Harry.- disse.

Harry sentiu o peso da flecha, parecia ser feita de madeira ou qualquer outro material rústico, mas era pesada como metal.

- Eu e Tonks estaremos aqui, você já conhece o plano.- disse Carlinhos no momento em que a porta da sala se abriu com violência. Tonks e Carlinhos se viraram para ela com as varinhas erguidas.

- Sou eu.- disse a voz de Sirius.

- Tio?- perguntou Isabel.- O que está fazendo aqui?

Sirius caminhou para dentro da sala e fechou a porta. Harry viu que ele tinha um corte na perna pois mancava.

- Dumbledore deixou que eu viesse.- disse ele.- Não podia deixar Harry só numa hora dessas.

Ele foi até Harry e bagunçou o cabelo do garoto num gesto de carinho. Harry sentiu metade da tensão que sentia ir embora. Sentia-se bem mais seguro com Sirius ali.

- Em que parte do plano já estamos?- perguntou ele.

- Voldemort disse que virá.- disse Carlinhos.- Mandou que Belatriz matasse Snape e cuidasse de manter Harry aqui até a sua chegada.

- Tem uma coisa falha no plano.- disse Harry de repente de modo que ele próprio se assustou por dizer isso.

- O que?- perguntou Carlinhos olhando para ele.

- Dizem que eu e ele nos parecemos, não é mesmo?- perguntou Harry.- Pois se eu estivesse no lugar dele conferiria o corpo de Snape antes de mais nada.

- Pra que?- perguntou Isabel.- Com a proposta de matar você ele não vai nem se lembrar de Snape.

- Não tenho nem dezessete anos ainda, mas já tive provas suficientes de que nem tudo que se julga morto está morto.- disse Harry olhando para Sirius.

- Teremos que contar um pouco com a sorte.- disse Tonks.- Isabel, acho que você deveria assumir o seu posto.

- Ok.- fez Isabel fechando os olhos e se concentrando, alguns segundos depois ela havia assumido a forma de Belatriz.

Harry observava a expressão confusa no rosto de Sirius quando a garota deixou a sala.

- Quem está cobrindo meu antigo posto?- perguntou ele algum tempo depois.

- Gina.- disse Carlinhos.

- Vá para lá, Carlinhos.- pediu Sirius.

- Tenho que cuidar de interrogar Belatriz Lestrange.- disse ele.

- Eu faço isso.- disse Sirius.

Carlinhos concordou com a cabeça e apanhou a varinha sobre a mesa.


****


Assim que Gina deixou a sala ela assumiu sua forma animaga e rumou veloz para as masmorras, estava quase lá quando viu alguém que não devia estar ali.

- Rony?!- disse Gina voltando a sua forma normal.

- Gina!- disse ele que parecia assustado.- Snape está na sala dele. Venha... Venha ver.

Gina acompanhou o irmão até a velha sala de aula de Snape.

- Eu disse pra você sair daqui, garoto!- disse ele entre dentes. Gina, que a pouco o havia visto aparentemente lúcido quase não o reconheceu. Seus cabelos estavam desgrenhados, os olhos arregalados. Haviam ingredientes e frascos espatifados por todos os cantos.

- Professor Snape...- disse Gina.- O que está acontecendo com o senhor?

- Vocês são muito jovens para entender...Seus...Fedelhos!- disse Snape tateando a bancada, por trás da qual ele estava, à procura de alguma coisa.

- Acho que é melhor o senhor sair daqui e ir para um lugar seguro, professor.- disse Gina.

- Ele disse que ia se matar.- sussurrou Rony.

- Se eles não me pegarem hoje...E me matarem...- disse Snape fora de si.- Eles me pegarão depois!

- Eles não poderão lhe pegar depois, professor.- disse Gina tentando manter a calma.- Pois Voldemort cairá hoje! Definitivamente!

- Ele cairá, Weasley, mas os seus seguidores não!- disse Snape erguendo um punhal de prata reluzente.

- Mas eles não vão achá-lo, professor.- disse Gina.- O senhor tem que largar esse punhal agora e fugir para um lugar seguro.

Rony tinha a boca seca. Odiava Snape, mas não a ponto de querer vê-lo suicidar-se.

- Eu não sou nenhum criminoso para passar o resto da minha vida fugindo!- sibilou Snape enquanto desabotoava as vestes do colarinho até o umbigo deixando aparecer seu peito pálido.

- Não faça isso, professor.- disse Gina.

- Não passarei a vergonha de morrer pelas mãos de bruxos das trevas.- disse Snape.- Como um traidor. Pois eu não sou um traidor!

Rony quis perguntar o que ele era então, mas achou que não seria adequado para o momento. Gina deu um passo em frente.

- Não se aproxime!- disse Snape apontando o punhal para ela.- Lembrem-se: Eu não sou um traidor! Sou apenas um soldado neutro! Adeus...Fedelhos!- disse ele antes de cravar o punhal no próprio peito. Gina fechou os olhos para não ver o que viria a seguir. Rony se virou com o mesmo objetivo.

- Você não teve nojo de me ver morrer, Gina.- disse uma voz arrastada.

Gina congelou. Não podia ser quem ela pensava que era. Rony abriu os olhos antes dela e viu de onde via a voz.

- Malfoy!- disse ele observando o fantasma do garoto pairando um metro acima do chão.

Gina respirou fundo e se virou.

- Você mereceu morrer, Draco.- disse ela tentando não entrar em pânico ou chorar por ver aquela imagem deprimente do garoto que ela mais amava ali, pálido e irreal.

- Só não esperava que fosse pelas mãos da minha amada.- disse ele sorrindo galantemente.- Mas paremos de falar da minha morte, minha querida.

- Espera aí.- disse Rony de repente.- Hermione também virou um fantasma?

- Não.- disse Draco calmamente.

- Porque só você virou um?- perguntou Rony.- Ela seria bem mais bem vinda do que você!

- Só viram fantasmas as pessoas que temem a morte, Rony.- disse Gina.

- Então ao virar fantasma o Malfoy assinou o atestado de covardia dele?- perguntou Rony dando um sorriso cruel.

- Cala a boca ou eu desisto de ajudar vocês!- disse o Draco fantasma.

- Você ia nos ajudar?- perguntou Rony.

- Sim.- disse Draco.- Ajudar a Gina, na verdade...

- E como?- perguntou Gina.

- Você- Sabe-quem virá.- disse ele.- Eu o vi voando veloz por sobre a floresta.

- E daí?- perguntou Rony.

- Ele só cairá no plano de vocês se ver o corpo de Snape.- disse Draco.

- A gente deve levar o corpo de Snape até Voldemort?- perguntou Rony.

- Pirraça disse que se eu arrumasse algo realmente divertido a se fazer no castelo, nesses tempos de melancolia, nós seríamos uma dupla.- disse Draco sorrindo sonhador.

- Não estou entendendo aonde quer chegar.- disse Rony.

- Carreguem o corpo até o saguão de entrada.- disse Draco.- E deixe que nós cuidaremos do restante.

Em seguida ele sumiu pela parede da masmorra.

- Ele tem razão.- disse Rony.

- Se formos até o saguão de entrada corremos o risco de sermos pegos por comensais quando chegarem.- disse Gina.

- Eu disse que ele tem razão sobre Voldemort cair como um patinho após ver o corpo.- disse Rony.

- Realmente.- disse Gina.

- Mas como você disse, é arriscado.- completou Rony observando pelo canto do olho o corpo de Snape.

- Mas eu tenho uma idéia.- disse Gina.- Você volta para o seu posto e eu sigo com Snape, qualquer coisa eu serei apenas uma gata perdida.


****


- Não tranquem o malão.- disse Sirius já dentro do poço segurando o frasco da poção da verdade entregue por Tonks.

- Ok.- disse Tonks lá de cima.

- E... Harry, boa sorte!- completou.

- Obrigado.- disse Harry momentos antes.

Harry observou a tampa do malão se fechar. O mapa do maroto estava sobre a mesa. Ele se assentou na cadeira.

- Sabe o que tem que fazer, Harry.- disse Tonks.- Quando ele surgir no mapa vista a capa, apanhe a flecha e se prepare.

- Espero que corra tudo bem.- disse Harry.


****


Belatriz abriu os olhos e ao ver Sirius assentado em uma cadeira recém conjurada ali ela recuou contra a parede, ainda esparramada no chão.

- Sirius?- perguntou ela que parecia não se lembrar de como chegara ali.

- Olá, Bela.- disse Sirius sério.- Pensou que estava sendo esperta, não?

- Desgraçados.- Sibilou ela.- Minha própria filha...

- Não fale de Isabel!- disse Sirius.- Ela não deve nada a você...Aliás, tive pena dela quando você disse que a mataria também.

- Pois eu o faria com prazer.- disse Belatriz cruelmente.- Desde que ela reapareceu só tem me dado problemas.

- Tenho tanto nojo de você.- disse Sirius fazendo cara de nojo.

- Nojo ou ódio por eu ter conseguido construir uma vida sem você?- perguntou Belatriz.

- Nojo por você ser tão repugnante. Tão insensível!- disse Sirius.

- Não é pra falar que tem nojo de mim que você está aqui.- disse Belatriz friamente.

- Queria me despedir de você.- disse Sirius.

- Despedir?- perguntou Belatriz.

- Voldemort cairá definitivamente, Bela.- disse Sirius.- E eu sinceramente não sei o que será de você.

- Você realmente acredita que conseguirão derrubá-lo, Sirius?- perguntou Belatriz como se aquilo fosse uma piada.

- Sim.- disse Sirius calmamente.

- Ele nunca cairá totalmente, amado primo.- disse Belatriz.- Alguns dos seus seguidores, como eu, serão leais a ele até no inferno!

- Só que no seu caso, você só poderá fazer alguma coisa por ele no inferno mesmo.- disse Sirius.

- Você irá me matar, Sirius?- perguntou Belatriz.- Ou vai ser a sua filhinha? Pois da última vez ela quase me matou, se não fosse aquela sangue ruim...

- Ela salvou a sua vida, não deveria chamá-la de Sangue ruim.- disse Sirius.

- Aquela fedelha, sangue ruim, é isso mesmo que ela é!- disse Belatriz.- Demorou até demais para morrer...E o seu outro agregado, o Harry, tem sofrido muito pela namorada?- ela gargalhou.

Sirius se levantou da cadeira. Belatriz continuava agachada encostada na parede do poço. Sirius foi até ela e segurando-a pelo pescoço a ergueu.

- O que eu te fiz?- perguntou ele.- Porque faz isso comigo?

- Talvez seja pelo simples fato de você ser bonzinho demais.- disse Belatriz sorrindo.

- Me perguntou porque foi logo você. Poderia ter sido Andrômeda, ou até Narcisa com toda a sua antipatia, mesmo assim, qualquer outra seria melhor do que você!- disse Sirius.- Mas foi logo você e esse seu coração de pedra!

- Narcisa também tem o coração de pedra.- disse Belatriz já sem sorrir.

- Mas ela ganhou um pouco de minha admiração quando trouxa a sua filha até mim.- disse Sirius.- Porque, Bela, porque logo o Régulo, meu irmão! Porque não aquele almofadinha do seu marido ou qualquer outro?

Sirius ainda segurava Belatriz pelo pescoço, talvez estivesse apertando um pouco demais, mas ele nem se importou.

- Repetirei a pergunta.- disse Belatriz calmamente como se nada de anormal estivesse acontecendo.- Vai me matar?

- Será que você nunca deu a mínima para tudo o que existiu entre a gente?- continuou Sirius.

- Existem coisas mais importantes do que um romance, Sirius.- disse Belatriz.- O meu ideal, por exemplo...

Sirius soltou o pescoço da prima e recuou dois passos.

- Você é tão sentimental...- disse Belatriz em voz de falsete.- Dá até medo de acabar contaminada...

Sirius permaneceu calado. Pensando.


****


- Eles chegaram.- disse Tonks de repente.

- Quantos?- perguntou Harry.

- Seis.- disse Tonks.- Voldemort, Malfoy, os dois Lestrange, Rookwood e Dolohov.

- Se vierem todos até a sala o plano falhará.- disse Harry.

- Gina está no saguão de entrada.- disse Tonks.

- Ela é louca?- perguntou Harry tirando o relógio do bolso. Estavam todos em escola, exceto Hermione.

- Vá para seu lugar.- disse Tonks entregando-lhe o mapa.

Harry apanhou a capa e foi para o seu canto, ficando invisível em seguida. Ele viu Tonks se assentar onde antes ele estiver e assumir a sua forma. Era estranho olhar para a figura dele próprio e saber que aquilo era ele. Ela transfigurou as roupas e fez surgir os mesmos óculos redondos que Harry usava.

- Me avise quando eles estiverem chegando.- disse ela com a voz de Harry.


****


Gina chegou ao alto da escada do saguão principal e viu Isabel como Belatriz lá em baixo. Não tardou muito e a porta se arreganhou e por ela entraram seis homens. Gina sentiu um arrepio e se escondeu atrás de uma armadura.

- E então, Bela.- disse uma voz fria. Era a mesma voz que saíra da tatuagem de Belatriz Lestrange fazia já algum tempo. E então Gina o viu, pela primeira e última vez na vida, era um homem alto e magro, os olhos vermelhos. Era Lord Voldemort.

- Quer que eu o leve até o moleque, Mi Lorde?- perguntou a Isabel-Belatriz.

Onde estaria Draco? Gina resolveu assumir a forma animaga e assim que o fez ela viu que Voldemort examinava Isabel de cima a baixo.

- Quero ver Severo, primeiro, Bela.- sibilou ele parecendo desconfiado.

- Não acha que estou lhe enganando, Mi Lord, ou acha?- perguntou Isabel.

- Você já me enganou uma vez, Bela, sobre a bastarda...O que lhe impediria de me enganar novamente?- perguntou Voldemort.

- Não foi culpa minha, Mi Lorde, minha irmã, Narcisa....

- Não fale de minha mulher.- disse a voz do homem à direita de Voldemort.

Com um segundo arrepio Gina percebeu que era. Era Lúcio Malfoy.

- Gina...- murmurou uma voz. Gina olhou para o lado, Pirraça e Draco estavam um pouco acima de sua cabeça.- Dê o fora daqui, ande!- completou o fantasma de Draco enquanto Pirraça erguia o Snape morto pelos cabelos no ar.

- Onde está Snape?- perguntou novamente Voldemort.

- Já cuidei dele, Mi Lorde.- disse Isabel.

- Quero ver o corpo, Bela!- disse Voldemort.

- Si...Sim senhor, Mestre.- disse Isabel.- Venha comigo. Deixei o corpo em uma sala.

Isabel alcançou o pé da escada quando se ouviu um zunido de algo pesado cortando o ar. E então, com um baque, o corpo de Snape colidiu com o chão.

- Não será preciso... Mi Lordezinho...- gargalhou Pirraça antes dele e de Draco mergulharem diante dos visitantes e sumirem de vista.

- Aquele era os eu filho, Lúcio.- caçoou Voldemort observando Lúcio cruelmente pelo canto dos olhos.

- Já disse que não tenho filho, filho meu não é covarde a ponto de virar fantasma, Mi Lorde.

Um dos outros quatro homens, além de Lúcio se precipitou até o corpo de Snape e o virou de barriga pra cima.

- Nossa meu amor, achei que o mataria com um simples feitiço.- disse ele. Era Rodolfo Lestrange.

- Va...Vamos ao que interessa.- disse Isabel começando a subir as escadas.

Gina prendeu a respiração quando eles alcançaram o alto da escada.

- Espere, Bela.- disse Voldemort, Gina gelou, eles estavam bem diante dela.- Não quero que nada me atrapalhe nessa grande noite.

- Nada vai atrapalha-lo, Mi Lorde!- disse Isabel.

- Lúcio e você virão comigo.- disse Voldemort.- Os outros vasculhem esse castelo. Não creio que Dumbledore seja tolo a ponto de deixá-lo desguarnecido.

- Sim senhor, mestre.- disse Rodolfo Lestrange.- Vamos.- completou antes de sair com mais três comensais.

- Por aqui.- disse Isabel.

Não era seguro, mas Gina resolveu seguí-los.


****


- Gina ficou louca.- disse Harry aflito.- Ela os está seguindo.

- Quantos estão vindo para cá?- perguntou Tonks.

- Isabel, Lúcio Malfoy e Voldemort.- disse Harry.

- Comece a se preparar, Harry.- disse Tonks.


****


O trio, seguido de perto por Gina, rumou silencioso até o sétimo andar. Isabel parou à porta e encostou a varinha na maçaneta.

- Alohomora!!- disse ela.- Ele está aí dentro, mestre.

- Vá primeiro, Lúcio.- disse Voldemort ainda receoso.

Isabel abriu a porta, Lúcio Malfoy entrou lentamente na sala com a varinha em punho e então viu Tonks, fingindo ser Harry, erguer o rosto para ele.

- Sr. Mafloy.- disse Tonks fingindo estar assustada.

- Pode vir, Mi Lorde.- disse Lúcio.- Parece que dessa vez nossa querida Bela acertou. O moleque está mesmo aqui!

Mal sabia ele que o verdadeiro Harry estava há sete metros dele, assentado no chão, observando tudo com a respiração presa e o coração disparado, encoberto pela capa da invisibilidade.

Voldemort deu alguns passos até a entrada da porta e sorriu maliciosamente.

- Harry Potter!- disse ele.- Nunca imaginei que um dia chegaria a vê-lo dessa forma...Desprotegido!

Tonks não respondeu. Harry sentia a cicatriz doer.

- Melhor entrarmos, Mi Lorde.- disse Isabel.

- Lúcio!- chamou Voldemort.- Poste-se do lado de fora dessa porta e mate qualquer criatura que tentar se aproximar.

- Sim senhor, Mi Lorde.- disse Lúcio antes de sair. Isabel entrou na sala e puxou a porta.

Lúcio parou defronte a porta, do lado de fora e ficou ali, de braços cruzados e então viu algo que lhe chamou a atenção. Um gato alaranjado estava por ali.

- Se não é a minha norinha assassina!- sibilou ele sorrindo.

Dentro da sala Harry viu pelo mapa o encontro do lado de fora. Cuidando para não fazer barulho ele tirou o relógio do bolso das vestes e viu o que temia ver. O ponteiro com o rosto de Gina havia se soltado da casa Hogwarts e se dirigia lentamente para morte. Teve que se segurar para não largar tudo e correr até lá. Ele guardou o relógio e tateou à procura de alguma coisa. Quando encontrou a antiga moeda usada nos encontros da AD Harry a acionou. Mas no momento seguinte a voz de Voldemort soou novamente fazendo com que sua cicatriz fisgasse de dor.

- Seu tempo acabou, garoto.- disse ele.


****


- Realmente fazia parte dos meus planos me casar contigo.- Dizia Belatriz ainda encostada na parede do poço, Sirius assentado novamente na cadeira.- Você era meu primo. Era puro sangue. E muito poderoso.

- Era só isso que lhe interessava em mim?- perguntou Sirius.

- Como marido, e para um bom casamento, sim!- disse Belatriz.

- Achava que um dia você tinha me amado.- disse Sirius.

- Mas eu o fiz.- disse a mulher.

- Se o tivesse feito teria renunciada a muitas coisas por mim.- disse Sirius.

- Eu lhe dei uma grande prova do meu amor, certa vez.- disse Belatriz.- Mas você não soube enxergá-la.

- Não me lembro de prova alguma.- disse Sirius.- O que foi? Me seduzir, para atrasar a minha chegada na casa dos McKinnons e colocar a minha lealdade à Ordem em prova?

- Eu lhe dei uma filha, Sirius.- disse Belatriz séria.

- Deu-me uma filha que na verdade era filha do meu irmão, não é mesmo?- perguntou Sirius.

- Nunca parou para fazer as contas?- perguntou Belatriz.- Isabel nasceu exatamente nove meses depois da morte dos McKinnons.

Sirius não respondeu. Calculava mentalmente os fatos.

- Mas então eu achei que o matariam se descobrissem que era você o pai.- continuou Belatriz.- E eu seduzi Régulo para poder culpá-lo. Mas da mesma maneira eles descobriram toda a verdade. E eu achei que o meu plano tinha falhado, e que tinham matado a garota.

Sirius ainda calado não conseguia acreditar no que acabara de ouvir.

- Eu contei à garota sobre isso.- disse Belatriz.- Pensei que ela tivesse corrido até você para lhe contar.

- Ela não disse nada.- disse Sirius sério. Se esclarecia agora, em sua cabeça, o porque de Isabel não querer falar sobre o seu encontro com a mãe em Hogwarts, durante a invasão.

- E você sabe muito bem que isso é uma grande prova, seja do que for.- disse Belatriz.- Sabe que eu nunca quis ter filhos. Que odeio crianças.


****


A manhã já vinha nascendo quando Lúcio ergueu a varinha.

- Crucio!- disse ele e o gato laranja começou a se revirar miando alto.

Gina sentiu pela segunda vez na vida a dor estrema que era estar sobre a maldição Cruciatus. Não conseguia controlar seus poderes, acabou voltando à sua forma normal.

- Pensou que o meu dia nunca chegaria, garota?- disse Lúcio.- Você matou o meu único filho e agora terá que pagar por isso.

Gina não sabia o que fazer, talvez devesse sair correndo, mas se o fizesse Lúcio descobriria a emboscada e ao invés de persegui-la avisaria a Voldemort. Tinha que manter um diálogo.

- Eu no seu lugar teria vergonha de ter um filho covarde como aquele.- disse ela sorrindo enquanto se levantava.

- Crucio!!- gritou Lúcio novamente, mas dessa vez Gina foi mais rápida.

- Protego!- gritou ela que ainda sentiu como se tivesse levado um soco na barriga, mas a barreira funcionara.

- Pensa que pode resistir a mim?- perguntou Lúcio.- Esperei meses por poder me vingar de você. Não vou desistir enquanto não ver o seu sangue derramado.

- Resisti à Maldição Imperius de Draco, porque não resistira a você?- perguntou Gina.- Seu verme!

- Expeliarmus!- disse Lúcio, Gina desviou.

- Isso é o melhor que pode fazer?- perguntou a garota sorrindo, queria realmente irritá-lo.


****


Rony sentiu alguma coisa ficar quente em seu bolso, e então tirou de lá a velha moeda da AD. Gina o havia avisado que moeda quente era sinal de que ele deveria rumar para a sala Precisa, mas naquele momento ele havia escutado passos.

Ele se espremeu por trás de uma armadura e então viu Rodolfo Lestrange passar penosamente pelo corredor com a varinha em punho. Ele chegou, pensou Rony. Talvez algo tenha dado errado. Era melhor ele ir rápido para o sétimo andar. Ele se preparou para sair mas então esbarrou na armadura provocando um ruído alto. Rodolfo que já estava mais adiante se virou em alerta.

- Uediuósi!- murmurou Rony apontando para armadura que havia adiante, atrás de Rodolfo, que olhava atencioso a todos os cantos.

Com um ruído estridente a viseira da armadura se abriu e de lá saiu uma aranha peluda que voou até a nuca de Rodolfo que se virou assustado.

Rony, depois de controlar um pequeno arrepio ao ver a aranha, disparou veloz pelo corredor. Rodolfo provavelmente o viu, mas estava ocupado em se livrar da aranha. O garoto então subiu três lances de escadas mas quando foi virar uma esquina correndo colidiu violentamente com Zacarias. Os dois caíram no chão.

- Aonde ia com essa pressa?- perguntou Rony esfregando o ombro onde batera de frente com Zacarias.

- A moeda ficou quente.- disse o garoto louro.

- Eu vi.- disse Rony.- Tem um comensal no terceiro andar.

- E outro perto da cozinha.- disse Zacarias.- Mas ele não me viu.

- Pois o do terceiro andar me viu.- disse Rony.- Escuta, eles não podem, de forma alguma avisar a Voldemort o que está acontecendo.

- E se eles usarem a tal tatuagem?- perguntou Zacarias enquanto se levantava.

- Vamos para a sala Precisa.- disse Rony.- Ninguém sai e ninguém entra de lá!


****


- Como são curiosos os fatos.- disse Voldemort. Tonks permanecia assentada.- Quando cheguei à casa de seus pais já há quase dezesseis anos encontrei seu pai assentado na mesa da sala, parecido com você, agora.

Harry no seu canto sentia a dor da cicatriz aumentar.

- E então ele se levantou e mandou que sua mãe fugisse...- dizia Voldemort

Harry ouvia os gritos.

- Fuja, Lílian! Pegue o Harry e fuja.- era a voz de seu pai.- Eu vou atrasá-lo.

- E acreditou que poderia me impedir de cumprir os meus objetivos...- continuou Voldemort. Isabel permanecia imóvel logo atrás de Voldemort.

- Mas não conseguiu, não foi?- disse a voz de Tonks, Harry sabia que ela não o estava imitando tão bem. Se fosse realmente ele estaria cuidando irritar Voldemort, logo este notaria que havia algo de errado.- Pois eles morreram, mas eu sobrevivi!

- Do que lhe adiantou sobreviver por dezesseis anos, Harry?- perguntou Voldemort gargalhando.- Você iria morrer de uma forma ou de outra...


****


Neville saiu da biblioteca deserta, havia sentido a moeda quente, então viu um vulto se aproximando. Voltou pra dentro da sala. O vulto, de um homem magro de aparência nervosa, vinha se aproximando lentamente. Neville prendeu a respiração e o viu passar direto pela porta da biblioteca. Mas então ele o reconheceu. Era Rabastan Lestrange. Um dos comensais que torturaram seus pais até a insanidade. Sua avó havia lhe mostrado, em meio às foto dos fugitivos de Azkaban no Profeta Diário, os três Lestranges certa vez.

O garoto se esgueirou de volta para o corredor e ergueu a varinha. Mas podia estar enganado, hesitou por um momento. O homem continuava seu trajeto sem notá-lo.

- Ei!- disse Neville. O homem parou e lentamente se virou.- Você é Rabastan Lestrange?

- Sim!- disse o homem espremendo os olhos tentando se lembrar que era o garoto.- Porque?

- Atoa.- disse Neville e então ele ergueu a varinha rapidamente.- Rictusempra!- completou e o comensal caiu no chão com as pernas se mexendo loucamente. Talvez Neville devesse tê-lo estuporado, mas o fato é que ele se limitou a chutar a varinha do homem longe e sair correndo em direção ao sétimo andar.

Mal soube ele que Rabastan Lestrange, com dificuldade, se arrastou até a sua varinha e se livrou do feitiço tocando a tatuagem com a varinha em seguida.

- Mi Lorde! Mi Lorde!- gaguejou ele.


****


- Para não dizerem que fui cruel vou lhe dar um minuto para fazer seus últimos pedidos.- disse Voldemort.

- "Mi lorde! Mi Lorde!"- disse uma voz.

- Harry gelou! Aquela voz não era de ninguém ali presente.

- Cale-se Belatriz.- sibilou Voldemort.

- Mi Lorde! Ouça-me. Isso é uma emboscada!- disse a mesma voz.

Voldemort pareceu paralisado por um segundo. E não só ele, como todos na sala. Mas no segundo seguinte, quando ele se virou violentamente para Isabel segurando-a pelo pescoço, Harry sentiu a dor na cicatriz mais forte do que nunca e teve que se segurar para não gritar.

- Como ousou?!- sibilou Voldemort. Harry viu o rosto de Isabel, ainda como Belatriz, ir ficando vermelho como se ela estivesse sentindo falta de ar, obviamente Voldemort estava apertando o seu pescoço.

Tonks se levantou, mas Voldemort, ainda segurando Isabel pelo pescoço usou um feitiço convocatório e apanhou a varinha dela. E então quando ele se virou novamente para Isabel esta havia voltado à forma normal. Ele a soltou e a garota caiu arfando no chão.

- Que plano fútil o de vocês!- riu ele virando-se novamente para Tonks.- Mas vamos logo acabar com isso. Avada Kedrava!- completou.

Nada aconteceu.

- É lógico!- sibilou Tonks sorrindo. Harry viu Tonks olhar em sua direção pelo canto dos olhos, sabia que era a hora de agir, mas sentia-se preso ao chão.- O que Sr. não leu Hogwarts uma história, então não deve saber que não é possível realizar este feitiço aqui dentro.- Completou ela em um tom que lembrava Hermione.

- Que seja da forma mais dolorosa então.- disse Voldemor sorrindo.- Crucio!!

Mexa-se Harry! Mexa-se! Você tem que agir agora! Dizia uma voz no interior da cabeça do garoto. Mas o único movimento que pode fazer fez o relógio cair no chão com um claque.

Voldemort se virou com a varinha em punho. Só então Harry percebeu que Tonks havia voltado pela metade ao normal, depois de cair desacordada no chão. O homem foi caminhando na direção de Harry. O garoto por sua vez lançou um olhar rápido ao relógio no chão. Agora não só o ponteiro de Gina estava caminhando para a morte, mas o de Rony também.


****


- Curcio!- gritou Lúcio Malfoy e Gina começou a se contorcer. Não ia gritar, mas aquela dor era intensa. Sabia que não resistiria por muito tempo. Seus joelhos não demoraram muito a ceder novamente.

Lúcio gargalhava, mas Gina já não escutava apenas a sua risada. Ouvia um grito no fundo de sua mente. Ela sabia de quem era aquele grito. Era de Hermione, o mesmo grito que ela soltara ao ser atingida pela espada.

Já devia estar quase inconsciente quando o feitiço parou. Mas ela sequer tinha forças para abrir os olhos e ver o que acontecera.


****


Zacarias parou de repente em sua corrida. Rony teve que segurar para não colidir violentamente com ele.

- Veja.- sussurrou.- É Lúcio Malfoy, ele está torturando alguém.

Rony espremeu os olhos e tentou ver a dupla no fim do corredor. Quem seria a outra pessoa?

- Vamos chegar por trás e desarmá-lo.- disse Zacarias.

- Ok!- fez Rony.

Os dois então foram seguindo pé ante pé, se aproximando da dupla. As varinhas em punho. Até que finalmente Rony reconheceu a outra pessoa. Era Gina. Ele parou. E então viu Neville vir correndo pelo outro lado do corredor.

- Estupefaça!- gritou o garoto e então Rony viu Lúcio Malfoy desmontar no chão. Mas nem parou para ver o homem por muito tempo. Correu até Gina, Neville já a havia alcançado e tentava acordá-la.

- Ela desmaiou, Rony.- disse ele.

- Não! Não pode ser.- disse Rony.- Gina, acorda!- completou dando tapinhas no rosto da garota.

- Temos que levá-la daqui, logo aparecerão outros comensais.- disse Zacarias.

Mal Zacarias terminara a frase e Luna surgiu andando apressada pelo corredor.

- A moeda.- disse ela.- O que aconteceu com a Gina?

- Lúcio Malfoy a torturou até ficar assim.- disse Neville aflito.

- Vamos levá-la para a sala da Profª. Minerva!- disse Luna.

- A sala só fica no primeiro andar?!- disse Rony.

- Mas de lá ela pode seguir para casa.- disse Luna colocando a varinha atrás da orelha e se agachando para ajudar Neville a levantar Gina.- vocês dois fiquem aqui.- completou para Rony e Zacarias.

- Eu daria tudo para saber o que está acontecendo aí dentro.- disse Zacarias quando os outros três sumiram de vista.

- Eu também.- disse Rony.


****


Harry apertou a flecha na mão. Era hora de agir, ele sabia. Mas então ouviu-se um ruído e Voldemort se virou. E então Harry conteve todo o impulso que já tinha tomado. Não matava ninguém pelas costas!

- Não há Harry nenhum aqui!- era Isabel, estava novamente de pé.- Então enfrente a mim!

- Droga!- sussurrou Harry.

Voldemort gargalhou.

- Crucio!- gritou ele.

- Protego!- gritou Isabel.- Vamos brincar usando as mesmas armas então!- completou a garota. Quando estava duelando lembrava ainda mais a mãe.-Crucio!

Voldemort desviou, mas não havia só a parede atrás dele. Havia Harry.

- Ai!- disse o garoto que não estava preparado para aquilo.

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