Triste Notícia



- Cara, nós arrasamos!- disse Rony feliz para Simas.

- Trezentos e vinte à cento e dez!- disse Simas.

- Acho que aquele Zecarias Smith perdeu até o caminho da torre.- disse Neville.

- Aí vem o Harry.- disse Collin.

Harry vinha entrando no vestiário seguindo por Gina e por Ann Mishaky.

- E então, Harry?- perguntou Collin.

- Fantástico.- disse o garoto sorrindo.- Agora temos de espera que a Corvinal ganhe da Sonserina. Nosso próximo jogo será contra o time de Draco Malfoy e não podemos esperar a moleza de hoje contra o time dele.

- Se continuarmos bons como fomos hoje no jogo não vai ter pra mais ninguém!- disse Simas dando um soco no ar.

- Calma Simas!- disse Harry.- Os batedores foram realmente bons, porém eu não daria nota maior que 8. Neville, você tem que aprender a mergulhar melhor e o Collin precisa de um pouco mais de força nos balaços. A artilharia ganha 9. Simas está excelente no meio, e Gina fantástica na direita, só que Ann, estive pensando, talvez você acerte mais bolas se trocar de lugar com o Simas.

- Por mim tudo bem!- disse Simas.

- E Rony, você foi bárbaro, cara!- disse Harry tentando olhar Rony nos olhos.- Você já está quase tão bom quanto Olívio era.

Rony deu ombros.

- Essa vitória merecia uma comemoração!- disse Simas.

- Mas não temos mais Fred e Jorge para tirarem cerveja amanteigada do nada!- disse Neville.

- Mas conhecemos o caminho da cozinha!- disse Gina.- E se não temos cervejas amanteigadas vamos de suco de Abóbora.

- Demorou!- disse Collin.

- Vou me trocar e passar na cozinha.- disse Gina.

- Vou com você!- disse Harry enquanto entrava em um boxe para se trocar.

- Eu também.- disse Collin.

- Então vamos o time todo de uma vez!- disse Simas.

- Eu vou ir direto para o salão comunal. Aliás, vou me trocar no dormitório. Até mais.- disse Rony.

Vinte minutos depois o restante do grupo estava saindo do vestiário. Hermione os esperava lá fora. Harry correu até ela e a abraçou.

- Não mereço parabéns?- perguntou ele.

- Lógico!- disse ela dando um selinho nele.- Parabéns. Vocês jogaram muito bem, vocês todos.- completou se virando para o restante do time.- Onde está o Rony?

- Não quis se juntar ao Harry para ir até a cozinha providenciar suco de abóbora para uma comemoração.- disse Gina.

- Ah! Não vai ser preciso.- disse Hermione.- Quando Harry pegou o pomo eu mandei que Euan Abercrombie, Dênis Creevey e mais dois amigos calouros deles providenciassem cervejas amanteigadas para nós.

- Providenciassem?- perguntou Harry.

- È!- Disse Hermione sorrindo.- Eu apenas ensinei como pegar a passagem mais curta. A essa hora eles já devem estar voltando.

- E isso lá é coisa que uma boa monitora faça?- perguntou Gina em tom de brincadeira.

- Ah! È por uma boa causa.- justificou Hermione enquanto eles atravessavam o saguão principal.

Algum tempo depois o grupo atravessou o buraco do retrato que levou a um salão comunal lotado.

Muitos ali vieram cumprimentar o time e algum tempo depois os dois garotos apareceram trazendo uma enorme quantidade de garrafinhas de cerveja amanteigada que Harry logo distribuiu entre todos.

Harry estava se sentindo extremamente feliz. Sempre se sentia contente após uma vitória no quadribol mas agora que ele próprio comandava o time a sensação era ainda melhor.

- Ei Rony!- o garoto piscou e olhou para o lado. Era Gina.- Não vai participar da comemoração? Toma uma cerveja amanteigada.

- Não quero obrigado.- disse ele secamente.

- Você não está feliz? Maninho você foi fantástico no jogo, deveria estar feliz!- disse Gina.

- Eu quero ficar quieto no meu canto, ok?- disse Rony emburrado.

- Tá bom ué!?- disse Gina se levantando e saindo. No outro canto do salão comunal estavam Harry e Hermione.

- Não se empolgue com a festa e esqueça de ir à enfermaria cuidar do braço ein?- disse Harry.

- Quando você fala assim fica parecendo que é meu pai, um irmão mais velho ou coisa assim.- disse Hermione sorrindo.

- È que eu me preocupo contigo.- disse Harry.

- E com o Rony, você se preocupa?- perguntou Hermione olhando para alguma coisa às costas de Harry que se virou e viu Rony encostado a um canto.

- Sim.- disse Harry, o sorriso desaparecendo de seu rosto.

- Então vai lá e resolve essa coisa de vocês de uma vez.- disse Hermione.

- Eu não vou pedir desculpas pra ele.- disse Harry.

- Só puxa papo.- disse Hermione.

- Ah! Não vou lá não. Ele provavelmente vai me acertar outro soco ou ser extremamente grosso.- disse Harry.

- Eu e a Gina conversamos com ele sobre vocês ontem.- disse Hermione.- Na verdade foi a Gina quem aprofundou no assunto.

- E o que vocês falaram com ele?- perguntou Harry.

- Eu nem prestei muita atenção no que a Gina falou com ele.- disse Hermione.

- Mas o que você disse?- perguntou Harry.

- Eu contei a ele a solução que você tinha me apresentado. Aquela baboseira que você disse de terminar por causa dele.- disse Hermione.

- Você contou isso a ele?- perguntou Harry se ajeitando na poltrona.- E o que ele disse?

- Calma. Eu contei a ele que você tinha feito a proposta e que eu recusei. E falei que se ele quisesse brigar com alguém por minha causa que brigasse comigo mesma.- despejou Hermione.- O que ele disse eu não sei porque em seguida eu subi.

- Aposto que ele nem ouviu!- disse Harry.

- Ouviu sim.- disse Hermione.- Até parece que você não conhece o Rony. Ele está agindo dessa maneira porque está com o orgulho ferido. Mas ele ouviu, eu sei que ouviu. Porque desde ontem ele esta abaixando a cabeça quando passa por mim como se estivesse com vergonha por algo que ele fez.

- Outro dia eu estava pensando se o Rony não tem razão.- disse Harry sério.

- Como assim?- perguntou Hermione.

- Sei lá, ele sempre deu indícios que gostava de você, você notou, a Gina notou, fico pensando se não foi uma falha minha começar a gostar de você.- disse Harry.

- E você por acaso consegue escolher de quem vai gostar?- perguntou Hermione.

- Não mas seu eu soubesse talvez tivesse ficado longe de você, como que em respeito ao Rony.- disse Harry com simplicidade.

- Não fica falando do que poderia ter sido e não foi.- disse Hermione.- Sabe, eu vou lhe contar uma coisa. Venha aqui.- E ela saiu puxando Harry até um canto do salão. Eles se assentaram no sofá que havia por ali.

- Diga.- disse Harry.

- Sabe a carta do Krum, que você me entregou quando eu saí da enfermaria?- perguntou Hermione.

- Sim.- disse Harry.

- Você a leu?- perguntou Hermione.

- Não.- disse Harry.

- Ah! Foi por isso, estranhei que você não comentou nada.- disse Hermione.

- Por que? O que estava escrito lá?- perguntou Harry.

- O Krum achava que nós iríamos nos casar quando eu me formasse.- disse Hermione.

- Como assim?- perguntou Harry.

- Eu tinha uma espécie de caso com o Vítor desde o nosso quarto ano.- disse Hermione meio desajeitada.

- Mas...- fez Harry sem querer acreditar.- Como?

- Tudo começou naquele baile no quarto ano.- disse Hermione.

- Eu me lembro. Você apareceu no baile com ele, você estava linda!- disse Harry.

- E no verão, antes de ir para a casa dos Black nós nos encontramos no beco diagonal.- disse Hermione.- E depois no passeio à Hogsmead. Você se lembra, quando eu arrumei a entrevista pro Pasquim? Você tinha saído com a Cho, e antes de ir me encontrar com Rita eu me encontrei com o Victor. E depois, no começo do ultimo verão também.

- Vocês namoravam?- perguntou Harry.

- È!- disse Hermione.- Sabe, o Vítor é uma grande pessoa. Ele tem todo aquele jeitão atrapalhado e aquela cara carrancuda mas ele é uma ótima pessoa.

- Mas como acabou? Quando?- perguntou Harry.

- No dia em que a gente se beijou naquele bosque, na mesma noite eu escrevi uma carta para ele. E aquela carta era a resposta dele.- disse Hermione.

- E ele não ficou bravo? Não quis me bater como o Rony?- perguntou Harry.- E você... não gostava dele?

- O Victor é bem mais maduro do que o Rony. E nós éramos, antes de sermos namorados, bons amigos. Ele sabia que eu não gostava dele muito mais do que como amigo.- disse Hermione.- Sabe, o Vítor foi o primeiro garoto que me disse coisas bonitas. Acho que era por isso que, mesmo eu não estando apaixonada por ele, eu deixei a coisa ir pra frente.

- E comigo?- perguntou Harry franzindo a testa.- Eu também sou só um carinha bacana e amigo?

- Sabe, beijar o Victor era legal.- disse Hermione.- Mas quando você me beijou foi totalmente diferente.

- Porque, diferente? Você não gostou? Você não gosta?- perguntou Harry, sua expressão era de preocupação.

- Porque quando você me beijou meu coração disparou e eu me senti como dizem: apaixonada!- disse Hermione.- E eu não pensei duas vezes antes de terminar tudo com o Vítor.

- Mas você disse que o problema era o Rony! E não era o Rony, era o Vítor!- disse Harry.

- Eram os dois. Eu já sabia que o Rony gostava de mim, pois já fazia um tempo que eu estava fugindo dele toda vez que parecia que ele ia tentar alguma coisa. Eu já imaginava que ele reagiria mal.- explicou ela.

- Mas então, porque você está me dizendo isso tudo?- perguntou Harry.

- Pra que você não se sinta culpado.- disse Hermione.- Pois mesmo que o Rony fosse mais prático, não teria acontecido nada entre a gente.

- Ah!- disse Harry mas permaneceu sério e deu uma golada em sua garrafinha de cerveja amanteigada.

- Que foi?- perguntou Hermione.

- Nada!- disse Harry.

- Você ficou grilado?- perguntou ela.

- Não.- disse Harry.

- Então porque está com essa cara?- perguntou Hermione.

- Estou pensando no que vou dizer ao Rony.- disse ele olhando para o mesmo do outro lado do salão.

- Ah!- Fez Hermione virando-se para o outro lado. Harry sorriu e a virou de volta pra ele e a beijou.

- Bobinha!- disse ele ainda sorrindo.- Vou lá falar com ele.- mas quando olhou de volta para onde estava Rony este tinha sumido.- Gina, aonde foi o seu irmão?

- Foi dormir! Acabou de subir.- disse Gina.- Ele está mal-humorado sabe.

- Eu vou atrás dele.- disse Harry indo na direção da escada que levava ao dormitório masculino.

Gina se assentou no lugar de Harry.

- Eu contei ao Harry sobre o Vítor.- disse Hermione que estava vidrada em qualquer coisa.

- Você o que?- perguntou Gina engasgando com a cerveja amanteigada.

- Contei ao Harry sobre tudo o que houve entre eu e o Vítor!- disse Hermione.

- Mas, e o que ele disse?- perguntou Gina.

- Na verdade nada.- disse Hermione.- Parece que ele ficou surpreso. Mas não comentou nada de excepcional.


****


Harry entrou no quarto e encontrou o cortinado de Rony fechado.

- Rony?!- chamou ele.

- O que você quer?- perguntou Rony.

- Eu estou querendo falar contigo, dá pra sair aqui?- disse Harry.

Como que de má vontade Rony abriu o cortinado.

- O que foi?- ele rosnou.

- Será que dá pra você parar com essa sua criancice e fazer as pazes comigo?- perguntou Harry sério.

- E porque eu deveria fazer as pazes com você?- rosnou Rony de mal-humor.

- Hm..- fez Harry se sentando em sua cama.- Primeiro porque eu estou precisando de alguém para ir comigo espionar o treino da Sonserina amanhã. Sabe, é que o nosso próximo jogo é contra eles e eu sou um excelente apanhador porém sou péssimo em montar táticas e eu estava precisando de alguém como você pra me ajudar. Depois porque você é igual a um irmão pra mim e eu não acho que o fato de eu agora estar namorando a Mione seja um motivo pra lhe tirar esse cargo. E outra, daqui a pouco o natal está chegando e a Sra. Weasley não iria ficar contente em nos ver brigados.

- Cala a boca Harry!- interrompeu Rony.

Harry que ia contando nos dedos os motivos ergueu o rosto. Rony estava de pé.

- Para de falar esse monte de merda e dá cá um abraço no seu irmão!- disse Rony finalmente.

Harry levantou sorrindo e obedeceu à ordem do amigo.

- Amigos de novo, cara?- perguntou Harry depois de abraçar Rony.

- Lógico.- disse Rony.

- Então vamos voltar lá pra baixo.- disse Harry.

- Harry, me desculpa por qualquer coisa, cara.- disse Rony.

- Me desculpa também.- disse Harry.- Mas ande, vamos.

Mas mal Harry chegara à porta e ele deu meia volta.

- Ih! Sujou!- disse Harry.

- O que?- perguntou Rony.

- McGonagall está lá em baixo mandando o pessoal ir dormir.- disse Harry.

Algum tempo depois Neville e Simas entraram no dormitório.

- Que droga!- dizia Simas.- Tava tudo perfeito, cara. A Ann Mishaky já estava caindo na minha quando a profª. Minerva apareceu.

- Você já pensou em oferecer treinos extras de quadribol pra ela, Simas?- perguntou Rony.

- Nossa! Boa idéia, cara!- disse Simas.- Mas por enquanto eu vou me limitar a chamá-la para sair no fim de semana em Hogsmead.


O café da manhã de Domingo foi agitado, principalmente para os alunos da Grifinória. Todos ainda comentavam sobre a grande vitória da casa sobre a Lufa-lufa. Harry, Rony, Simas e Neville desceram juntos para o café e logo foram cercados por muitos alunos.


****


- Porque não veio trocar o curativo ontem Srta. Granger?- perguntou Madame Pronfey.

- Desculpe.- disse Hermione.- É que com essa confusão de jogo eu acabei me esquecendo.

- Pois o seu esquecimento fez esse machucado aumentar em três centímetros.- disse a enfermeira enquanto limpava o ferimento no braço de Hermione.

- Ele está doendo.- disse Hermione.

- È!- disse Madame Pronfey.- Talvez ele volte a inflamar.- completou enquanto enfaixava o braço da garota novamente.- E você, Srta. Weasley, não deixe que ela esqueça novamente.

- Sim senhora.- disse Gina.


****


- Bom dia.- disse Gina quando ela e Hermione se assentaram junto aos quatro garotos. O correio chegou em seguida. Harry cresceu o olho na correspondência de Hermione.

- Calma Harry.- disse ela observando o namorado.- É só o jornal.- completou enquanto abria o mesmo com um pouco de dificuldade por causa do braço.

- E o que tem de interessante aí?- perguntou Harry.

- Hum.- fez Hermione examinando a primeira página do jornal.- "Chuva de meteoritos nas Américas" é a matéria principal.

- Gui foi para as Américas.- disse Rony.- O que mais diz aí?

- "A previsão para uma chuva de meteoritos que deve acontecer nas próximas vinte e quatro horas tem assustado todo o mundo. Apesar de bruxos especialistas terem afirmado que o fenômeno não afetará nem a população trouxa, nem a bruxa, uma organização trouxa, denominada NASA, diz que vai impedir os meteoritos de alcançarem a terra. Se eles falharem, a única região que poderá ser atingida pela chuva é a região Amazônica principalmente na divisa da Colômbia com o Brasil. Mesma região onde fica a Escola de Magia e Bruxaria Amazônica mas os membros do Ministério da Magia Americano, garante que a chuva não será prejudicial à escola."- leu Hermione.

- Me lembrei!- disse Harry.- Lupin havia me contado que Gui partiu para a Amazônia à serviço de Gringotes, mas em seguida o professor fugiu do assunto.

- Aqui diz também que "Bruxos estudiosos de todo o mundo estão migrando para a região e buscam uma explicação para o fenômeno. Chuvas de meteoritos acontecem raramente. Uma vez a cada dez mil anos. E a próxima estava prevista para daqui a três mil anos."- disse Hermione.- Mas se Gui foi à serviço de Gringotes... O que os duendes querem com meteoritos?

- Parece suspeito.- disse Rony.

- Acho mais provável que A Ordem queira algo com esses meteoritos.- disse Gina.

- Mas se for...- disse Hermione.- O que tem de tão importante nesses meteoritos?

- È você quem é a sabe tudo aqui!- disse Rony.

Hermione ia responder mas seus olhos captaram algo mais interessante antes que ela pudesse pronunciar a primeira palavra. Draco Malfoy estava alguns metros adiante acenando para Gina que concentrada na conversa nem reparou.

- Eu vou pesquisar sobre isso mais tarde.- disse Hermione enquanto cutucava Gina por baixo da mesa.

- Sabia que você diria isso.- disse Rony.

- Com licença.- pediu Gina se levantando.

- O que mais tem aí?- perguntou Harry para Hermione.

- Especulações sobre a guerra.- disse Hermione.- E uma matéria dizendo que a corte suprema dos bruxos já marcou o julgamento de Umbridge e que pretende logo marcar o de Fudge também.

- Mamãe disse que Dumbledore indicou Carlinhos como advogado de acusação de Umbridge.- disse Rony.

- E sobre o caso do Sirius?- perguntou Harry com estranha calma.

- Não sei muita coisa, mas parece que como ele morreu eles decidiram passar outros casos na frente.- disse Rony.

- Um absurdo!- disse Hermione.

- Ah! Quem se importa. Em nada vai mudar ele ser inocentado mesmo.- disse Harry com desânimo.

- Bom, do pouco que eu já li sobre direito bruxo se ele for inocentado os bens dele serão liberados.- disse Hermione.

- Como assim?- perguntou Harry.

- Sirius não tinha filhos nem esposas, não tem herdeiros.- disse Rony.

- A herança provavelmente seria dividida entre os parentes mais próximos, no caso as três primas de Sirius. As antigas Narcisa, Belatriz e a outra prima cujo nome eu não consegui ver na tapeçaria.- disse Hermione.

- Você andou vendo aquela tapeçaria também?- perguntou Harry.

- Sim.- disse Hermione.

- È a mãe de Tonks.- disse Harry.

- Ah! Eu imaginava.- disse Hermione.- Só que Belatriz não pode herdar nada pois está em dívida com a corte suprema.

- Pra que Narcisa Malfoy iria receber uma herança?- perguntou Rony indignado.

- Vocês podem para de me interromper?- pediu Hermione.- Só que no caso o parente herdeiro de Sirius é o Harry.

- Eu?- perguntou Harry.

- Sim.- disse Hermione.- Ele é seu padrinho e como seus pais já faleceram...ah! nem importa o porque.

- Isso quer dizer então que se ele for inocentado eu vou poder sair da casa dos Dursley e me mudar pra casa dos Black definitivamente?- perguntou Harry fascinado.

- Mais ou menos. Você herdaria todos os bens dos Black. Quer dizer, pelo que Carlinhos me disse antes da Sra. Black morrer ela dividiu o ouro que eles possuíam entre a sobrinha Narcisa e uma outra pessoa cujo nome é sigilo.- disse Hermione.- Só que a casa não foi citada no inventário. Logo ficou pro herdeiro mais próximo, no caso Sirius que era o filho vivo dela. O dinheiro que Sirius tem no banco também fica pra você. Só que você só pode tomar posse dos bens depois que for maior de idade.

- Mas isso não vai mais demorar.- disse Harry sorrindo.

- Legal.- disse Rony.


****


- Você é louco, Draco!- disse Gina assim que alcançou Draco debaixo das escadas do saguão principal.

- Você está cedendo!- disse ele sorrindo.

- O que?- perguntou Gina.

- Você me chamou de Draco.- disse ele.

- Não chamei não. Mas ah! Quem se importa?- disse Gina.

- Eu me importo. E ganhei o meu dia por ter sido chamado de Draco. E sim, eu sou louco! Louco por você.- disse ele.

- Mas diz logo o que você quer.- disse Gina.

- Você jogou muito bem ontem.- disse Draco.

- Não foi pra falar de quadribol que você me trouxe aqui.- disse Gina impaciente.

- È!- disse ele.- Você tem razão. Eu bolei o plano para Sábado que vem.

E então ele começou a explicar para Gina o que ela teria de fazer.

- Não sei se vou.- disse Gina.

- Por favor.- disse Draco.


****


E o Domingo foi seguindo. Hermione deu uma grande ajuda à Harry e Rony nos deveres. À tarde voltou à enfermaria. E logo o Domingo caiu, a Segunda feira nasceu novamente. Mal fazia um mês que eles estavam ali e para Harry tinha sido como uma eternidade. Mas a semana foi passando. Começando com aulas de poções, onde os alunos do 6º ano estavam começando a estudar a poção polissuco e terminando com a aula dupla de Lupin na Sexta feira sobre Dementadores e os seus poderes.

- ...O feitiço capaz de afugentá-los é o patrono.- dizia Lupin.- Cada pessoa produz um patrono com uma forma animal própria. Não é difícil, para alunos como vocês, que já enfrentaram o N.O.N.s, produzir um patrono.- Ele sacou a varinha.- Expecto Patrounum!- disse girando a varinha e um lobo prateado e enfumaçado saltou da ponta da mesma.

Muitos dos alunos fizeram "oooh!".

- Expecto Patronum são as palavras usadas no feitiço. E para que este dê certo você deve se concentrar em coisas boas, momentos felizes.- disse ele e então seus olhos alcançaram Hermione que estava concentradíssima em um livro sobre astronomia.- Srta. Granger, será que poderia guardar este livro e prestar atenção na minha aula?!- pediu ele. Hermione fechou o livro e com um sorriso amarelo ela se posicionou para assistir a aula.- Como eu ia dizendo vocês devem se concentrar em momentos e coisas felizes para ser bem sucedido no feitiço, o que na hora em que você se encontra com um Dementador não é uma coisa fácil. Agora vamos praticar o feitiço.

Ouve um burburinho na sala.

- Como fizemos com o bicho papão, no terceiro ano.- completou Lupin sorrindo e girando a varinha fez aparecer uma caixa de madeira que sacudia fazendo barulho.- Falando nisso, esse é um bicho papão que nó usaremos para praticar, mas isso acontecerá somente na próxima aula. Quero que venham aqui na frente para vermos o que vocês podem fazer.

Ouve novamente um burburinho na sala.

- Algum voluntário para começar?- perguntou Lupin.

- Eu.- disse Harry erguendo a mão.

- Então venha aqui na frente e mostre aos seus colegas o que pode fazer, Harry.- disse Lupin sorrindo com satisfação.

Harry obedeceu. Ele nem precisou se concentrar demais pois logo o rosto de Hermione lhe veio à cabeça e o seu patrono atravessou a sala veloz.

- Muito bom!- disse Lupin.- Pode se sentar agora.

Ouve mais um burburinho na sala.

- Hermione!- chamou Lupin.

Hermione levantou o rosto assustada e corou. Estava novamente submersa no livro de astronomia.

- Será que a Srta. Poderia vir aqui na frente tentar realizar o feitiço do Patrono e aproveitar para deixar esse livro sobre a minha mesa?- disse Lupin sério.

Levemente corada Hermione obedeceu. Sem nenhuma dificuldade ela também realizou o feitiço e surgindo da ponta da varinha a sua lontra prateada atravessou o aposento.

- Muito bom.- disse Lupin.- Quem quer ser o próximo? Pode ser você Neville.

A sala que estava levemente inquieta parou para ver Neville. O garoto caminhou até a frente da sala. A caixa se debatia sobre a mesa. Neville sacou a varinha. Parecia nervoso. Limpou o suor do rosto redondo com as costas da mão.

- Vamos lá Neville, tente.- disse Lupin.

Neville ergueu a varinha e espremeu os olhos como se tentasse lembrar de algo feliz.

- Expecto Patrounum!- disse ele girando a varinha e para a surpresa de muitos um pássaro, que parecia uma gaivota prateada, saiu da ponta da varinha de Neville.

Depois disso a sala se calou. E lentamente, um por um foi tentando realizar o feitiço.

- Excelente!- disse Lupin sorridente ao final da aula.- Muito bom mesmo! Todos realizaram sem muitos problemas o feitiço. Mas eu devo lembrar que quando você está frente a frente com um Dementador não é tão fácil assim. E é isso que nós vamos tentar na próxima aula. E para ela quero também que vocês façam uma redação de trinta centímetros sobre o que são dementadores e quais são os poderes que eles possuem.


- O que era aquele livro que você lia, Hermione?- perguntou Rony durante o jantar.

- Um livro qualquer.- respondeu Hermione.- Mas a aula de Lupin me fez lembrar uma coisa.- e se virando para Harry.- As pessoas tem perguntado sobre as reuniões da AD.

- É mesmo, Harry.- disse Rony.- Eu acho que a gente deveria continuar com elas.

- Não sei.- disse Harry.

- E agora não temos mais Umbridge e a ditadura dela.- disse Hermione.- Não precisaríamos fazer nada escondido.

- É!- disse Rony.- E agora muitas pessoas mais acreditam em você.- disse Rony.

- É! E talvez mais delas queiram aprender contigo, Harry!- disse Hermione com um brilho nos olhos.

- Ei!- disse Harry.- Eu não acho que a AD deva se ampliar. Não sei nem se ela irá continuar. Agora temos um bom professor de DCAT.

- Mesmo assim, Harry.- disse Hermione.- Lupin é um bom professor, porém VOCÊ é Harry Potter! Você esteve lá, quando ele voltou! Você esteve no ministério lutando contra ele quando ele resolveu dar ao mundo o ar de sua graça.

- E para que a guerra acabe um de nós tem que morrer!- disse Harry.

- Ninguém nunca disse isso.- disse Rony.

- Eu realmente não me sinto bem contando isso a vocês.- disse Harry, a expressão em seu rosto era grave.- Mas acho que chegou a hora.

- Contar o que?- perguntou Hermione preocupada.

- A verdade sobre aquela profecia.- disse Harry.

- Como assim?- perguntou Hermione.- Ela se quebrou, foi isso que você nos disse, e ninguém na câmara escutou o que ela dizia.

- Dumbledore sabia.- disse Harry.- Ele me contou sobre a profecia assim que retornamos à Hogwarts.

- E porque você não nos contou?- perguntou Rony parecendo indignado.

- Por que o que eu não sentiria bem.- disse Harry.- Mas acho que vocês deveriam saber.

- E o que ela diz?- perguntou Hermione.

Harry engoliu em seco.

- Ela previa que um garoto nasceria e que ele seria o único capaz de vencê-lo.- disse Harry.- Foi essa a parte que Voldemort escutou.

- Por isso ele tentou te matar?- perguntou Rony.

- Sim.- disse Harry parecendo infeliz.- Só que ele só sabia do começo da profecia.

- E o que mais ela dizia?- perguntou Hermione.

- Ela dizia que Voldemort me marcaria como seu igual.- disse Harry lentamente, ficando pálido.- E também, que essa guerra só acabaria quando um de nós morresse pelas mãos do outro.

Quando ele terminou Rony e Hermione estavam, também, igualmente sérios e pálidos.

- Então isso quer dizer que um dos dois TEM que morrer?- perguntou Rony.

- É!- disse Harry.

- Então se...- Hermione engoliu em seco.- Se por acaso quem morrer for você, Voldemort se tornará invencível?

- É.- disse Harry.- Quero dizer, pode nascer depois de mim outro cara capaz de vencê-lo.- completou afundando na cadeira.

- Mas você tem tantas chances de vencê-lo quanto o contrário.- disse Rony.

Harry concordou com a cabeça. Mas ele estava observando atenciosamente Hermione. O brilho que estavam nos olhos dela há pouco havia se transformado em sombra. E ela parecia submersa em seus pensamentos.

- E você-sabe-quem já sabe o final da profecia?- perguntou Rony.

- Acho, e espero que não.- disse Harry.

- Você tem que voltar a praticar oclumência.- disse Hermione

- Eu tenho praticado antes de dormir.- disse Harry.

- Você tem que praticar com alguém experiente.- completou ela se levantando.

- Aonde você vai?- perguntou Rony.

- Tenho que fazer uma coisa.- completou se distanciando da mesa.

- Aposto que ela foi falar com Lupin ou McGonagall que você tem que praticar oclumência.- disse Rony.


****


Hermione caminhou veloz pelos corredores já escuros em direção à sala dos professores. A revelação de Harry havia deixado um enorme peso em suas costas e ela começava a sentir algo que ela não estava acostumada a sentir, desespero. O que aconteceria se Harry morresse? Voldemort seria o vitorioso e todo o mundo se renderia ao seu poder? Haveria, ainda, esperança? O que seria da ordem? O que seria de grandes bruxos como Dumbledore? Talvez muito mais poderosos que o próprio Voldemort incapazes de vencê-lo? O que seria dela? De Rony? Dos Weasley? De seus pais, pobres trouxas?

Ela tinha um nó na garganta que a incomodava profundamente. Ela não podia se sentir assim! Logo ela que sempre teve aquela enorme capacidade de encontrar uma última solução para tudo. Não! Ela não podia!


****


- Veja isso Minerva.- disse Lupin esticando para a professora o livro de Hermione.

- È um livro de Astronomia.- disse Minerva.- Você disse que o tomou de Hermione em uma aula, mas não vejo nada demais nele.

- Leia as anotações no alto da página.- disse Lupin.

Minerva ajeitou os óculos e fixou as coisas escritas na letra de Hermione no alto da página.

Aquilo não parecia muito mais do que um grande buraco negro atrás de um arco e coberto por um véu.

Minerva franziu a testa.

- Isso pode não ser nada.- disse ela.

- Talvez.- Disse Lupin.- Mas eu realmente havia estranhado que ela não tivesse desconfiado de nada.

- Hermione é muito esperta, Remo, mas não acho que ela tenha conseguido desconfiar de coisa alguma.- disse Minerva.

- Talvez. Mas algo me diz que ela sabe.- disse Lupin.- Talvez não de tudo, mas ela sabe mais do que devia.

- Com licença.

Lupin se virou, pálido, para a porta.

- Professor, eu vim pedir para que o Sr. devolva o meu livro.- disse Hermione.- Prometo que aquilo não irá se repetir.

Minerva fechou o livro e esticou para a garota.

- Já trocou os curativos hoje?- perguntou a professora.- Madame Pronfey me contou que você esqueceu deles no Sábado.

- Eu os troquei antes do jantar.- disse Hermione.- Com licença.


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