Audiência
Quando a noite caiu o Sr. e a Sra. Granger voltaram para sua casa. O Sr. Lovegood ainda tardou um pouco.
- Você deve entender as runas melhor que eu.- disse Luna para Hermione.
- Sim, mas Sirius deveria estar aqui.- disse Hermione indicando a casa onde as runas diziam morte.
- Não sei.- disse Luna.- Todos nós estamos aqui, veja.- ela indicou uma outra casa onde estavam cinco ponteiros com os rostos de Harry, Hermione, Rony, Gina e Luna.
- È como se ele estivesse suspenso.- comentou Hermione.
- É!- concordou Luna.
Gina que lia atenta a tal edição do Pasquim de aniversário observou as duas por um momento.
- Vou procurar aquilo que você falou.- disse Luna séria sem desarregalar os olhos.- Vou perguntar a papai.
- Ok!- disse Hermione.- Mas aquela outra matéria é toda verdade mesmo?
- Tudo publicado na revista de papai é verdade!- disse Luna com veemência.
- Ah! Ok!- disse Hermione ficando impaciente.
Já era tarde quando os Lovegood partiram. No dia seguinte todos ajudaram na arrumação da casa o que não foi nada empolgante. As únicas duas coisas que aconteceram foi quando Isabel se transfigurou em um saco de lixo e quando Fred a apanhou, ela provocou uma pequena explosão e voltou ao normal dando uma baita susto no garoto. E este, para se vingar jogou pó de mico na cama da garota o que lhes rendeu um grande torra dado pela Sra. Weasley. Todos se deitaram cedo naquela noite. Havia um clima de expectativa no ar. Harry não conseguiu dormir muito. Antes de dormir praticou oclumência e deu certo pois não teve sonhos porém ele acordou antes mesmo das quatro horas e ficou assistindo a neve cair lá fora. Pouco mais de uma hora mais tarde a Sra. Weasley apareceu no quarto para acordá-los.
O café da manhã foi chato. Todos pareciam pensativos, estavam calados. Harry tentou engolir alguma coisa mas o cheiro do café lhe dava nojo. Meia hora mais tarde eles partiram. Dessa vez foram por flu. O ministério da magia estava novamente esplêndido como da primeira vez que Harry foi até lá. Só a fonte não estava mais lá.
- Bom, vamos descer em dois elevadores.- disse Carlinhos e assim se fez. Tonks, Moody, Lupin, Gina e Molly desceram em um elevador e os restantes no outro. Eles passaram pela entrada do corredor do departamento de Mistérios e desceram as escadas que levavam ao Tribunal dez.
E lá estava a imensa porta de madeira com o ferrolho de ferro. Carlinhos consultou o relógio. Harry percebeu que ele estava caprichosamente arrumado naquela manhã.
- Está na hora.- ele disse.
- Nós iremos entrar.- disse Quim.
- E vocês esperarão até ser chamados em uma sala ao lado.- disse Moody indicando uma estreita porta a um canto.
A masmorra estava iluminada por tochas. Os bancos que cercavam quase toda a masmorra estavam cheios dessa vez. Representantes de Ministérios, estudantes, jornalistas e aurores estavam ali para assistir à grande audiência. Nos bancos ao fundo estava o que parecia ser uma espécie de "comissão julgadora" No banco mais alto estava assentado Dumbledore ladeado por uma mulher de cabelos curtos em um tom de cinza, Amélia Bones e por Cornélio Fudge. Havia outros muitos bruxos que aparentavam ser tão importantes quanto aos três no alto. A grande porta se abriu mais uma vez e por ela entraram Tonks, Moody e Quim seguidos por Carlinhos. Houve um enorme burburinho. Os três se assentaram nos bancos ao fundo e na outra ponta do mesmo banco estava Percy Weasley. Dumbledore se levantou e imediatamente a masmorra se calou.
- Gostaria muito de apresentar aos senhores um nome pelo qual chamar a essa audiência, mas jamais na história houve algo como ela.- disse Dumbledore em seu tom de voz grave.- Nunca na história um bruxo passou doze anos preso por um crime que ele não havia cometido.
Alguns dos bruxos da "platéia" concordaram com a cabeça.
- Durante mais de cento e quarenta anos de estudos eu sempre admirei a justiça bruxa!- disse Dumbledore.- Pois, ao contrário da trouxa, ela era quase cem por cento realmente justa se é que posso falar assim.
- Com licença.- pediu Fudge.- Mas Dumbledore, você não é o advogado de defesa.
- Você está certo meu caro Cornélio.- disse Dumbledore sorrindo amavelmente.- Eu não sou o advogado de defesa. Porém sou o Bruxo Chefe Cacique Supremo da Confederação Internacional dos Bruxos e responsável pelo veredicto final desta audiência.
Houve novamente uma inquietação. Fudge se assentou novamente.
- Mas como eu ia dizendo.- disse Dumbledore.- Vou chamar essa audiência de Audiência do dia vinte e sete de Dezembro.
Uma mulher jovem de cabelos crespos e ruivos assentada a um canto começou a anotar tudo o que ele dizia.
- Passo a palavra a você, Amélia.- disse Dumbledore se assentando e a mulher de cabelo cinza ao seu lado se levantou.
- A Audiência do dia vinte e sete de dezembro irá condenar ou inocentar o já falecido Sirius Fineus Black dos crimes pelos quais ele foi preso quinze anos atrás.- disse Amélia.- Em nossa bancada interrogadora contamos com a presença de todos os vinte e três Aurores do Ministério da Magia Britânico e Irlandês; Cornélio Oswaldo Fudge, Ministro da Magia; Amélia Susan Bones, chefe do departamento da Imposição da Lei Mágica e Alvo Percival Wulfrico Brian Dumbledore, Chefe Cacique Supremo da Confederação Internacional dos Bruxos, membro ilustre da mesma e diretor da Escola de Magia e Bruxaria Hogwarts.- Ela fez uma pausa e só o que se podia escutar era a pena da escrivã arranhando o pergaminho.- Escrivã da corte, Penelope Mariah Clearwater. Advogado de defesa Carlos Arthur Weasley e advogado de acusação Percy Inácio Weasley.- Ela se assentou.- Sr. Percy Weasley por favor.- completou.
Percy se levantou sorrindo. Também estava caprichosamente vestido naquele dia e os óculos de aros de tartaruga pareciam ter sido lustrados com algum produto mágico.
- Primeiramente bom dia senhores.- disse fazendo uma pequena reverência para o público antes de caminhar até o centro da masmorra onde ficava a cadeira com as correntes.- Há pouco mais de quinze anos atrás o Sr. Sirius Fineus Black foi julgado e condenado pelo já falecido Bartô Crouch.- Percy falava em um tom alto que lembrava um desses políticos trouxas em comícios.- Havia cinco dias a Grande Primeira Guerra havia terminado oficialmente. Os nossos ilustres Potter haviam sido assassinados e o principal culpado pela morte dos mesmos era ele, Sirius Black! Mas ele não foi condenado simplesmente por isso!- ele fez uma pausa como que para tomar fôlego.- Ele estava também sendo acusado de ter pertencido a um grupo de bruxos das trevas e de ter matado o Sr. Pedro Pettigrew junto com mais doze trouxas em uma rua Londrina, nessa audiência o acusaremos de tudo isso, além, é claro, do fato de ele ser um animago ilegal e de ter fugido da Fortaleza de Azkaban e invadido a Escola de Magia e Bruxaria Hogwarts. Pois esta será a primeira acusação a ser avaliada nesta audiência!
E depois de dizer isso Percy se assentou novamente. Houve algum burburinho até que a pena de Penelope parou. Carlinhos se levantou.
- Por estas acusações Sirius Black foi condenado e passou em Azkaban doze anos de sua vida!- disse Carlinhos.- Até que há três anos ele fugiu de lá na forma de um cachorro. Chamo aqui a minha primeira testemunha. A Srta. Hermione Jane Granger, primeira aluna de Hogwarts e namorada do afilhado do acusado, o Sr. Harry James Potter.
****
- Você deve entrar agora.- disse o Sr. Weasley. Hermione se levantou. Seu coração estava veloz e ela sentia suas pernas como chumbo no caminho até a grande porta do tribunal. Estas rapidamente se abriram. A masmorra sombria estava repleta de bruxos e bruxas estranhos. Hermione caminhou até onde Carlinhos estava. Havia uma cadeira com correntes, exatamente do jeito que Harry descrevera, ali.
- Sente-se Srta. Granger.- disse Carlinhos com cerimônia. Hermione obedeceu. Mal se assentara e cadeira girou de modo que ela pode ver o conselho julgador. Os olhos cintilantes de Dumbledore fitavam-na com doçura.- Sr. Percivaldo Weasley passo a palavra a você.
Percy pigarreou e depois de examinar Hermione por algum tempo falou:
- Primeiramente, Srta. Granger, gostaria que você contasse ao nosso conselho exatamente o que aconteceu na noite em que vocês se encontraram com Black.- disse Percy rapidamente.
Por um momento Hermione achou que não teria voz. Mas em seguida despejou tudo.
- Naquela tarde eu e meus amigos, Harry e Rony fomos visitar Hagrid.- disse ela devagar.
- Rúbeo Hagrid é o Guardião das chaves de Hogwarts.- disse Carlinhos à escrivã que para surpresa de Hermione era Penelope Clearwater, namorada de Percy.
- Um dos animais que ele criava, o hipógrifo Bicuço seria executado naquela tarde, quando vimos os homens do ministério chegando, saímos correndo.- disse Hermione que agora observava os Aurores do Ministério que faziam suas anotações.- Demos então a volta na cabana e.... afrouxamos a corda que prendia o hipógrifo.- Hermione suspirou.- Estávamos então voltando para o castelo quando um enorme cão negro nos atacou.
- No relatório sobre o hipógrifo, o responsável pela execução não citou que vocês foram vistos saindo da cabana do guarda caças.- disse Percy revirando os olhos.
- Nós...- Hermione hesitou por um instante.- Nós estávamos usando a velha capa da invisibilidade do pai de Harry.
Houve um burburinho.
- Continue.- disse Percy.- O cão os atacou mesmo com a tal capa?
- Não.- disse Hermione.- Na verdade Rony havia se livrado da capa pois o seu rato, o Pereba, havia escapulido. Rony só conseguiu agarrar o rato próximo a um salgueiro lutador que fica próximo à floresta e foi lá que o cão nos atacou.
Houve um segundo em que só escutou o som da pena arranhando.
- O cão então arrastou Rony com Pereba por uma passagem nos deixando para trás.- continuou Hermione.
- Gostaria apenas de ressaltar que o meu irmão teve a perna cruelmente quebrada por Sirius Black ao ser arrastado!- disse interrompeu Percy.
- Acho que quem tem que prestar o depoimento sou eu.- recomeçou Hermione.- Pois como eu ia dizendo, nós não sabíamos como abrir novamente a passagem, porém o meu gato, Bichento, mostrou como fazer. Nós, eu e Harry, seguimos então por um túnel que nós levou à casa dos gritos, em Hogsmead. Quando chegamos na casa ouvimos barulhos no andar de cima mas quando encontramos Rony, que tinha fraturado uma das pernas ao tentar se livrar do cão, Sirius nos desarmou e disse a Harry que sabia que ele viria atrás de Rony. Nós dizemos a ele então que para matar Harry teria que nos matar também. Sirius então respondeu secamente que só haveria uma morte naquele dia.
Hermione observou os três rostos no alto que a observavam. O rosto cansado de Fudge que tinha os olhos atentos como se esperasse que ela dissesse algo que pudesse comprometer Sirius. Dumbledore que tinha a mesma aparência calma de antes e os olhos azuis brilhando e Amélia Bones que a examinava com imensa apreensão.
- Harry então partiu pra cima dele e perguntou se Azkaban havia estragado seu cérebro, pois da última vez ele não se preocupou em matar as outras pessoas também.- continuou Hermione.- Eu e Rony partimos pra cima dele também e conseguimos recuperar as varinhas, Harry estava furioso e tinha a varinha apontada para o coração de Sirius quando disse que ele havia matado seus pais. Sirius perguntou se Harry o mataria por isso e disse que não negava ter matado os Potter só que achava que Harry deveria saber a história toda.- Os olhos de Fudge brilharam, Hermione continuou a despejar as palavras, falava muito rápido.- Harry não quis nem ouvir e, ele e Sirius tiveram uma pequena discussão e quando esta morreu por um momento achei que Harry realmente o mataria.- Ela parou para recuperar o fôlego.- Então ouvimos ruídos no andar debaixo e eu gritei que estávamos no andar de cima. Era o professor Lupin, ele chegou e a primeira coisa que fez foi arrancar a varinha da mão de Harry.
Hermione prosseguiu com a narração até o ponto em que ela acordou na enfermaria. Fora advertida para não falar como Bicuço fora levado a Sirius. Quando ela terminou Percy voltou a falar.
- Alguma observação do advogado de defesa?- perguntou ele para o irmão que balançou a cabeça negativamente.- Pois lembro-me perfeitamente de ver o professor Severo Snape afirmar que Black os havia enfeitiçado.- prosseguiu Percy.
- Como eu disse aqui, e também na presença do Sr. Fudge no dia do ocorrido, o professor Snape não presenciou nada, pois foi nocauteado antes.- retrucou Hermione.
- Mas foi o professor Snape que os levou de volta para o castelo.- disse Percy.- Junto com Black.
Hermione se irritou.
- O Professor Snape é um idiota que não consegue esquecer seus traumas de infância!- disse ela.- Ele inventou aquela história para se vingar de Sirius por uma brincadeira que este pregou nele quando adolescentes!
- O Sr. Snape é uma das minhas testemunhas, portanto não permito que a Srta. o insulte!- disse Percy.
- Eu não estou o insultando!- disse Hermione.- Eu estou dizendo a verdade! Qualquer pessoa serena pode ver o que estou falando no professor Snape!
- Creio que o professor Snape não é o assunto do momento.- disse Percy.- Alguém mais deseja fazer alguma pergunta?
Uma das auroras, uma mulher de cabelo muito curto em um tom entre o ruivo e o castanho ergueu a mão.
- Diga.- disse Percy.
- Eu gostaria de perguntar a Srta. Granger se ela foi uma testemunha da morte de Black.- disse a Aurora.
- Não senhora.- disse Hermione séria.
- Creio que a Srta. pode se retirar.- disse Percy.
****
- E então?- perguntou Rony quando Hermione entrou, pálida, na saleta.
- Agora é com você, Lupin.- disse Hermione.
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- Quando entrei no quarto desarmei Harry e perguntei a Sirius onde estava o outro.- disse Lupin.- Sirius indicou o pequeno Weasley na cama e eu então comecei a entender o que tinha acontecido. Pedro não podia estar vivo. Exceto se na última hora eles tivessem trocado. Sirius fez que sim com a cabeça e então eu o abracei. Quando a Srta. Granger viu aquilo ela ficou irada e tratou de contar o meu segredo aos dois garotos.
- Segredo?- indagou Percy.
- Sim.- disse Lupin com firmeza.- Eu sou um Lobisomem.
- E como a garota sabia disso?- perguntou Fudge lá do alto.- Pelo que sei alunos de terceiro ano não são capazes de identificar um lobisomem tão facilmente.
- Snape.- disse Lupin.- Severo Snape vinha me substituindo na época de lua cheia e em uma das substituições passou um trabalho sobre lobisomens para os alunos. E na aula em que trabalhamos com bichos papões todos viram ele se transformar em uma lua.
- Hum.- fez Fudge anotando algo.
- Eles não queriam me ouvir. Acharam que eu estivesse ajudado Sirius até ali.- continuou Lupin trocando olhares com Moody.- Então entreguei as varinhas a eles e comecei a narrar a verdadeira história.
- E qual era a verdadeira história?- perguntou Fudge.- Porque seja lá qual for Dumbledore acreditou nela, pois contratou o Sr. novamente.
- Eu estava na minha sala àquela tarde examinando o mapa que há alguns dias eu havia tomado de Harry. O velho mapa do maroto.
- Mapa do Maroto?- perguntou Fudge.
- Você está falando daquele mapa que meus irmãos usavam?- perguntou Percy.- Aquele de Hogwarts que mostra as pessoas que estão no castelo?
- Exatamente.- disse Lupin.
- O mapa estava com Harry?- perguntou Percy.- Como o Sr. sabia usá-lo?
- Eu ajudei a criá-lo jovem Weasley.- disse Lupin.
- O Sr. criou um mapa que ajuda os alunos a desobedecerem as regras da escola?- perguntou Fudge olhando Dumbledore pelo canto dos olhos.
- Eu tinha dezesseis anos, ministro.- disse Lupin.- Eu, Sirius, Thiago e Pedro o criamos. E o mapa esteve perdido por aí até cair nas mãos dos dois Weasley, que o passaram para Harry.
- E como o mapa foi para suas mãos?- perguntou Percy.
- O mapa era programado para agredir aos professores que tentassem usá-lo. Snape me chamou para examiná-lo ao descobrir Harry ilegalmente em Hogsmead. Eu achei que o mapa não deveria permanecer nas mãos de alunos.
- E mesmo assim o usou.- disse Percy de pouco caso.
- Eu estava em minha sala observando o mapa...- disse Lupin virando-se para Percy.- pois desconfiava que o trio iria visitar Hagrid. E eu não estava enganado.
- E o que aconteceu então?- perguntou Amélia Bones.
- Eu me assustei ao ver que ao sair da cabana de Rúbeo eles levavam consigo uma quarta pessoa.- disse Lupin.- Pedro Pettigrew estava com eles e quando Sirius atacou os garotos levou consigo não só o Rony, mas o Pedro também.
- O mapa poderia estar errado.- disse Percy.
- O mapa do maroto nunca mente!
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- Acho que tem mais de duzentos bruxos lá dentro.- disse Hermione.
- Percy está lá?- perguntou a Sra. Weasley com a voz fraca.
- Ele e aquela Penelope.- disse Hermione.
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- Então o senhor está dizendo que Thiago Potter, Sirius Black e Pedro Pettigrew se tornaram animagos ilegais no quinto ano de vocês em Hogwarts?- Perguntou Amélia Bones.
- Sim.- disse Lupin evitando o olhar de Dumbledore.- E nós andávamos por aí durante a noite uma vez por mês.
- E se esta história é realmente verdade, porque Severo Snape disse ao Ministro que Sirius Black havia enfeitiçado os garotos?- perguntou Percy com um olhar fuzilante sob Lupin.- Desculpe cara Amélia, mas preferiria acreditar em um ex comensal do que em um lobisomem!
Ao ouvir a última frase Lupin se levantou.
- Pra que está dizendo isso Percy?- perguntou ele.- Acha que vai conseguir uma promoção com isso?
- Sente-se por favor Sr. Lupin.- disse Percy com uma sombra de triunfo no rosto.
- Nós ainda vamos ouvir o depoimento do Sr. Snape não se preocupe.- disse Amélia Bones.
Ouve um burburinho na masmorra.
- Se quiserem usar a Poção da Verdade em mim.- Propôs Lupin.
- Não será preciso, Lupin.- disse Amélia Bones.- Se ninguém quiser perguntar mais nada o senhor pode se retirar.
- Eu quero!- disse um homem corpulento na "platéia".
- Diga Sr. Goyle.- disse Amélia Bones.
- Eu gostaria de perguntar ao Sr. Lupin,- disse ele.- Porque não contou às autoridades que Black era um animago, e, sendo o aluno exemplar que costumava ser em Hogwarts em nossa época, porque permitiu que os amigos burlassem a lei.
Lupin girou a cadeira e fuzilou Goyle com o olhar. Comensal maldito, pensou.
- Quando entrei para Hogwarts há quase quarenta anos, Dumbledore depositou muita confiança em mim, me aceitando, sendo eu como era.- disse Lupin.- Contar a ele que Black era um animago ilegal seria admitir que não tinha respondido à altura à confiança que ele tinha depositado em mim. E eu realmente precisava daquele emprego.- ele fez uma pausa.- E sobre a Segunda questão. Eu passei a minha infância isolado dos outros garotos, tanto trouxas quanto bruxos por representar perigo para eles. Nunca tive amigos até os onze anos de idade quando conheci Sirius, Tiago e Pedro. Eu sabia que seria errado, mas além de ser um adolescente inconseqüente na época eu sabia que eles queriam me ajudar, mesmo daquela forma, fora da lei. Sabia também que aquela seria a maior prova de amizade que eu receberia em toda a minha vida.- ele olhou para o alto da comissão julgadora.- Pois todos nós sabemos muito bem que no mundo em que vivemos as pessoas só fazem complicar a vida de um lobisomem.
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Mais de uma hora havia passado quando Lupin voltou à saleta.
- Molly.- disse ele.- sua vez.
- O que disse a eles?- perguntou Hermione assim que a Sra. Weasley saiu.
- Percy trouxe Snape para depor.- disse Lupin.
- Ele vai apresentar a versão que ele contou a Fudge!- disse Rony dando um soco no ar.
- Ele não vai, Rony.- disse Lupin.- Nott e Goyle estão no tribunal. Ele não pode se arriscar sob uma poção da verdade.
- Eles usaram em você?- perguntou Harry.
- Não.- disse Lupin.- Mas há muitas pessoas da Ordem ali. E se Snpae mudar de idéia e não admitir que mentiu eles usarão nele. E ele não pode correr o risco de se expor sob uma poção dessas.
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- Sirius era uma excelente pessoa.- dizia Molly.- Convivi com ele durante quase um ano e posso garantir isso a todos.
- A Sra. Pareceu indignada quando viu Sirius Black na enfermaria em Hogwarts, mamãe!- disse Percy.
- Eu não sabia da verdadeira história, Percivaldo!- disse Molly.- E até eu me entristeci quando soube que ele foi morto.- os olhos dela se encontraram com os de Tonks e a Sra. Weasley baixou o rosto.
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A Sra. Weasley entrou na sala vinte minutos após sair. Rony era o próximo. Uma hora depois ele voltou.
- Harry.- disse ele que parecia meio pálido.- É a sua vez!
Harry saiu acompanhado de Lupin até a porta.
- Estou com medo, Lupin.- disse ele que esperava o sinal de dois jovens rapazes parados à porta.
- Não tenha medo, Harry.- disse Lupin.- Dumbledore está lá, Ninfadora, Alastror e Quim estão lá!
- E se eu não me sair como eles querem? E se tudo for perdido por minha causa?- perguntou Harry.
- Sabe quem são os juizes principais?- perguntou Lupin.- Dumbledore, Amélia Bones e Fudge. Dumbledore já teria absorvido Sirius há muito se pudesse, Fudge não tem muita moral mais e Amélia Bones é o que se pode chamar de uma pessoa justa! Não se preocupe, vai dar tudo certo.
As portas se abriram. Harry viu a luz fraca das tochas lá dentro. De repente a sua cicatriz ardeu loucamente e em um flash ele lembrou de seus sonhos com Sirius e aquele tribunal. Suas pernas pareciam grudadas no chão.
- É a sua vez, garoto!- disse um dos rapazes à porta.- Entre.
Harry não teve escolha. Depois de esfregar a cicatriz ele entrou como se caminhasse para um matadouro.
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