Peças que se encaixam



Em meia hora estavam reunidos no átrio. Ao contrário do que as garotas esperavam, Carlinhos não contou nada à Sra. Weasley. E esta parecia extremamente feliz com a volta do filho mais velho. Eram quase cinco da tarde quando eles chegaram na Ordem.

Harry parecia aéreo. Rony logo tentou animá-lo convidando-o para uma partida de xadrez bruxo. Hermione disse que queria ler o profeta diário do dia e seguiu para o escritório da casa. Isabel e Gina foram atrás.

- Mas o que mais aconteceu na audiência?- perguntou Gina.

Isabel então contou sobre o aperto que Snape passou.

- Na reunião que houve antes de vocês chegarem foi combinado que Snape seria intimidado, pois é claro, eles esperavam a presença de comensais, mas acho que passamos um pouco dos limites.- disse ela finalmente.

- Você participa das reuniões?- perguntou Hermione.- Não disseram que você é jovem demais?

- Eu sou um membro da Ordem. Foi por isso que voltei à Europa, ou não teria sequer pensado na possibilidade.- disse Isabel com um pouco de secura.

O assunto imediatamente morreu pois segundos depois a campainha tocou. As garotas desceram. Era Mundungo.

- Vocês já chegaram?- perguntou Isabel ao vê-lo.

- Parece que sim.- respondeu Mundungo rindo.

- Todos?- perguntou Isabel.

- Sim.- disse Mundungo, Hermione não pode deixar de reparar no olhar de censura que a Sra. Weasley lançou a Isabel pela pergunta.

Pouco tempo depois a campainha tocou novamente. Lupin, Tonks, Quim, Moody e Carlinhos estavam de volta. Vinham felizes.

- Ele agora é inocente, mamãe!- disse Carlinhos sorrindo.

Hermione não viu bem o que aconteceu, mas algum tempo depois Harry saiu veloz da cozinha. Ela, como já de costume, foi atrás.

- O que foi, Harry?- perguntou quando eles alcançaram o quarto dos garotos.- Você não ficou feliz com a notícia?

- Pra quê eu iria ficar feliz, Mione?- perguntou Harry se jogando em sua cama com violência. Queria morrer também, quem sabe assim poderia encontrar Sirius e contar a ele que ele não é mais um criminoso.- Ele está morto! De que vai adiantar ele estar inocente ou não?

Hermione não disse nada. Ficou apelas observando Harry, ele tinha uma ponta de razão. Não conseguiu encontrar argumentos. Assentou-se na cama de Rony.

- E aquela garota?!- disse Harry.

- Quem, Isabel?- perguntou Hermione.

- É! Não consigo olhar para ela sem ver Belatriz Lestrange! Como eles puderam trazer a filha de uma assassina para cá?- perguntou Harry.

- Eu também fiquei cismada com ela no começo, mas ela não é má pessoa, Harry!- disse Hermione.

Harry deu ombros.

- Havia comensais lá.- disse Harry.

- Sim, havia! Eu os vi.- disse ela.- E eles permaneceram lá mesmo depois de Gui contar que o filho mais velho de Goyle era um comensal também.

- Como você sabe?- perguntou Harry virando o rosto pra ela.

- Eu entrei lá, depois do almoço. Isabel me ajudou.- disse Hermione.

- Estive pensando, a essas horas Voldemort já sabe que você sobreviveu.- disse Harry parecendo preocupado.

- Provavelmente ele já sabia antes, se Malfoy não contou, provavelmente fui vista em Hogsmead.- disse Hermione.

- Eu tenho tanto medo de que algo de ruim lhe aconteça.- disse Harry levantando e se assentando ao lado dela.

- Não seja tolo, Harry.- disse Hermione.

- Tenho tanto medo de que você morra.- disse Harry.- Você devia ter medo de morrer também, sendo namorada de quem é. Sendo a pessoa que Harry Potter mais ama e admira.

- Eu não temo a morte, Harry.- disse Hermione.

- Sirius também não temia.- disse Harry.- Meu pai não temia, minha mãe, também não.

- E você?- perguntou Hermione.

- Eu não sei.- disse Harry.- Às vezes eu temo, mas não pelo fato de EU estar morrendo, e sim por aquela profecia. Se eu morrer, o mundo nunca mais terá paz.

- Pois então pare de se preocupar com a morte de outras pessoas e se preocupe em manter sua vida!- disse Hermione dando um sorriso materno à Harry. Harry respondeu com discreto sorriso também e em seguida abraçou Hermione. Eles ficaram ali abraçados por um longo tempo. E então Hermione empurrou Harry para que pudesse olha-lo nos olhos.

- Você me promete uma coisa?- perguntou ela.

- O que?- perguntou Harry.

- Se eu morrer, quero dizer, o dia em que eu morrer...- começou ela.- Você não vai deixar que isso atrapalhe a sua vida.

- O que você está querendo dizer?- perguntou Harry.

- Se eu morrer antes de realizarmos todos aqueles nossos planos, reconstrua sua vida.- disse ela.

- Porque está dizendo isso?- perguntou Harry,

- Não sei.- disse Hermione.- Só quero que você prometa.

- Eu prometo.- disse Harry.- Mas você não vai morrer tão cedo! Pessoas como você não podem morrer cedo.

- É!- disse Hermione e inexplicavelmente o rosto de Tonks falando lhe veio à cabeça: "Lílian era uma pessoa fantástica, eu era muito nova quando tive a oportunidade de conhecê-la mas posso lhe garantir que ela era genial! Queria que tivesse uma espécie de lei que proibisse a morte de pessoas tão promissoras quanto ela. É um desperdício matar gente assim." Em seguida o rosto de Tonks se transformou no da Profª. Minerva: "Qualquer um que conhecesse Lílian Potter a confundiria com ela. Do jeito de pensar! De agir!". Hermione sacudiu a cabeça. Você está imaginando coisas. Disse a si mesma.

- O que foi?- perguntou Harry.

- Nada.- respondeu Hermione.

- Sabe, eu tenho medo quando você fica desse jeito.- disse Harry.

- Porque?- perguntou Hermione tentando tirar os comentários sobre Lílian Potter da cabeça.

- Não sei.- disse Harry.- Tenho medo.- e então inesperadamente ele deu um sorriso brejeiro.- Porque não me faz esquecer os meus medos?

- Como?- perguntou Hermione aérea.

- Você é tão inteligente.- disse Harry.- Deveria notar que eu estou lhe pedindo um beijo.

Hermione sorriu. Estava vermelha.

- Ah!- fez ela.- Não seria muito agradável o Rony ou alguém entrar no quarto e nos pegar aos amassos.

- É.- concordou Harry.- Deixe eu pensar.- completou.

Hermione ouviu passos no corredor.

- Última noite das férias no quarto do Bicuço.- disse Harry.

- Ok.- disse Hermione.- Vou descer agora.

O restante das férias de natal seguiu monótonamente. Não foram nada parecidos com o do ano anterior. Mas não se podia comparar muito, pois dessa vez Sirius não estava junto deles. Hermione estava sempre lendo um dos livros que ganhara no natal. Harry não pode deixar de reparar que ela parecia preocupada desde a noite de Audiência. Rony estava animadíssimo com a nova vassoura. E no penúltimo dia das férias ele e Harry deram uma passada na loja dos gêmeos. E então a última noite das férias chegou.

- Já arrumaram todas as coisas?- perguntou a Sra. Weasley durante o jantar.

- Sim.- disse Hermione, sentia-se nervosa desde que acordara naquele mesmo dia.

- Então acho que vocês devem ir pra cama cedo.- disse a Sra. Weasley.

- É.- concordou Rony.- Vamos Harry?

- Vamos.- disse Harry se levantando e lançando um olhar discreto para Hermione. Algum tempo depois ela e Gina subiram também.


Harry abriu com cuidado a porta do quarto que antigamente pertencera à mãe de Sirius. Bicuço estava adormecido a um canto do imenso quarto. Do lado oposto havia uma velha cama de colunas. Harry se assentou nela. Seu coração estava disparado. Cinco minutos depois a porta se abriu e ele viu o vulto da namorada entrar no quarto e caminhar parando diante dele.

Ela vestia seu robe cor de rosa, o mesmo que usara certa vez que os dois se encontraram por acaso no quarto que pertencera a Sirius.

- Lumus!- disse Harry para ver a garota melhor. Ela permanecia imóvel. Os braços estendidos para baixo. Seus cabelos estavam totalmente soltos, o rosto quase ilegível e aqueles olhos castanhos estavam mais penetrantes do que nunca agora.

Os olhos da garota o fitavam. Harry procurou adiantar o encontro dos dois. Já tinha visto, um dia, no fundo daqueles olhos algo maternal, amor. Já tinha visto segurança, ódio, raiva, pena, angustia e um muito pouco de medo. Já tinha visto até certa crueldade que às vezes se misturava com paixão, ou não. Mas nunca tinha visto tudo junto, como via agora. Pareciam duas janelas abertas. Abertas para ele. E havia uma chama lá dentro. Algo que era ao mesmo tempo confortável e frio, e cruel. Algo que era um misto de tudo que se pode sentir de bom e o seu contrário também.

Harry se levantou da cama. Os olhos dos dois agora estavam praticamente na mesma altura. Ele sentiu um frio no baixo ventre como sentira na primeira vez que vira Cho, em um jogo de quadribol no terceiro ano. Só que dessa vez era mais forte. Talvez fosse porque era Hermione e não Cho. Porque Hermione era tudo de bom que Cho podia ser, e tudo o que não podia também. Porque não era outro cara qualquer, era ele. Porque ele a amava. E porque ela era só sua.

Ele deu dois passos em frente. Hermione continuava impassível. Harry tremia um pouco. Sua respiração foi ficando acelerada. Ele não sabia bem o que fazer. Será que ela sabia?

- E então?- disse ele com a voz fraca e sem jeito. Eles ainda se olhavam nos olhos mas no segundo seguinte Hermione puxou Harry pela nuca e os dois se beijaram ardentemente.


****


Gina acordou assustada ao ouvir um barulho de algo que se choca contra a janela. Assentou-se na cama e viu que Hermione não ocupava a dela. Apanhou o relógio de pulso sobre a mesinha de cabeceira. Era quase uma da madrugada. Virou-se para a janela. Uma coruja parda estava parada sobre o peitoral no lado de fora.

Gina se levantou, abriu a janela e recolheu a coruja para dentro do quarto. Trazia um envelope grosso. Gina a apanhou e abriu.


Querida Gina,


Era a letra de Draco.

- Seu louco!- disse Gina baixinho.


Sei que é loucura lhe escrever enquanto estamos fora de Hogwarts. Alguém daqui poderia interceptar a carta, assim como alguém daí, mas o risco vale a pena.

Não tenho feito outra coisa durante essas férias a não ser pensar em você. Faço isso a todo momento. Tenho andado distraído, avoado e é para tentar aliviar isso que estou lhe escrevendo.

Primeiro devo lhe desejar um feliz natal! E o restante que tenho para lhe dizer é simples e sei que você entenderá ao ver o cartão que segue neste envelope.

Mil beijos e abraços

Com carinho,

Do seu Draco


Gina apanhou o cartão que estava dentro do envelope. Era de um pergaminho em tom esverdeado. Ela o abriu havia uma foto de Draco trajando vestes muito elegantes.


Gina,

Esta fotografia é do cara que mais te ama neste mundo. Haja o que houver nunca se esqueça dele.

Beijos.


Gina abraçou a carta e ficou assim por algum tempo até que ao ver a cama de Hermione novamente, vazia, se perguntou onde a amiga estaria a essa hora.


****


Hermione, de pé, ao lado da cama vestiu o robe por cima da camisola amarrotada.

- Acho melhor eu voltar para minha cama.- disse ela.

- Já?- perguntou Harry que ainda estava deitado na velha cama da Sra. Black.

- Temos de acordar cedo amanhã.- disse Hermione.- E não vai ser nada agradável se alguém perceber alguma coisa.

- Você já experimentou tirar um pouco os pés do chão?- perguntou Harry ainda deitado.

- Mais do que experimentei esta noite?- perguntou Hermione sorrindo.

Harry sorriu e se assentou na cama. Vestiu a blusa do pijama e se levantou.

- Boa noite, meu bem.- disse Hermione antes de passar o braço em torno do pescoço do namorado e dar-lhe um demorado beijo.

Harry a observou deixar o quarto, esperou algum tempo e partiu também. Rony continuava adormecido.


****


- Onde você estava?- perguntou Gina quando Hermione entrou no quarto. Ela estava incrivelmente ruborizada.

- Fui ao banheiro.- disse ela.

- Nossa.- disse Gina fingindo estar distraída.- Tem uma hora que eu estou acordada. Você não estava aqui quando eu acordei.

Ela viu Hermione corar ainda mais se é que isso era possível.

Hermione deitou e se cobriu. Contaria para Gina sobre a noite que tivera. Algum dia contaria, mas não agora.

- Acho que devemos dormir.- cortou Hermione.- Boa noite, amiga.- disse antes de se virar.

Gina apagou a luz alguns minutos depois. Hermione ficou ali, quieta. Demorou um bom tempo para adormecer. Amava Harry, ah! Como amava.

E então o dia do retorno chegou, uma Quarta feira com aparência branca, talvez por causa da neve. Os quatro garotos, como no ano anterior, seguiram de Noitebus. Dessa vez, Tonks, Lupin e Isabel os acompanharam. Hermione já estava se acostumando àquelas viagens e não achou nada de estranho até o momento em que eles desceram do Noitebus. Bom, talvez ela não tivesse se sentido incomodada por que tinha a cabeça ainda na noite anterior mas isso não vinha ao caso naquele momento.

- Hermione!- chamou Tonks e quando Hermione se aproximou ela abraçou a garota.- Se quiser ter as respostas que há muito procura esteja na casa dos gritos daqui a dois dias às cinco e meia da tarde. Até a vista!- e dizendo isso ela soltou Hermione e foi se despedir de Gina.

Hermione ficou paralisada por um momento. Mas então começou a arrastar o malão pela estradinha que levava à Hogwarts junto dos outros. Logo Tonks e Isabel sumiram de vista. As palavras de Tonks ecoavam infinitamente nos ouvidos de Hermione. Havia neve em seu cabelo e ela observava as árvores brancas de neve com a sensação de que aquela era a última vez que ela viria aquilo. Aquela estrada.


Os garotos foram dormir cedo naquele dia, cansados por causa da viagem. O salão comunal ainda estava vazio. No dia seguinte as aulas recomeçaram com força total e a Escola estava novamente cheia. Harry encontrou Gina e Hermione já no café. Ele vinha com Rony.

- Pelo que vi Cho recomeçou a chorar.- disse Gina.- Será porque? Acabamos de chegar do natal, deveríamos estar felizes!

- A Cho é louca! Não é possível entendê-la.- disse Rony.

- Ela é garota, e garotas são complicadas assim mesmo.- disse Hermione que estava escondida por trás do profeta diário.- A propósito, Pedro Pettigrew foi morto.

Harry deixou a torrada a caminho da boca cair. Rony engasgou com o suco que bebia.

- Rabicho o que?- perguntou Gina.

- Ele e um tal de Valdemir Goyle foram encontrados mortos naquela cabine que leva ao Ministério. Suspeita-se que eles não foram mortos ali, pois eles já estavam mortos há pelo menos uma semana.- disse Hermione.

Rony fez uma cara de nojo.

- Aqui diz que não se sabe bem a causa da morte, mas que eles tem a certeza de que não foi Magia Negra. E que quando foram revistar os corpos descobriram que ambos tinham a marca negra gravada no braço direito, o que indica que eles eram comensais.- disse Hermione.

- Caraca!- fez Rony. Harry por sua vez estava paralisado, não conseguia emitir som algum. Como assim? Rabicho estava morto?!

- Mas vamos andando.- disse Hermione se levantando enquanto dobrava o jornal.- Temos aula de Transfiguração daqui a pouco.

- Eu tenho Herbologia.- disse Gina se levantando também.- Vejo vocês mais tarde.

Depois que Rony engoliu uma torrada rapidamente os três se dirigiram para a sala de Transfiguração. Só quando eles entraram na sala foi que Harry pode pronunciar alguma coisa.

- Como Rabicho pode ter sido morto? Vocês acham que pode ter sido coisa de gente da Ordem?- perguntou ele enquanto eles se assentavam. Mas antes que pudessem responder a Profª. Minerva entrou na sala. Parecia apressada. Ela já não precisava mais da bengala.

- Bom dia.- disse ela.- Como anunciei antes das férias nós vamos começar a estudar o ramo da transfiguração que para muitos é um dos mais fascinantes! Só existem duas maneiras seguras de você se transfigurar em uma outra pessoa, alguém pode me responder quais são?

O braço de Hermione subiu mais rápido que um foguete.

- Diga Srta. Granger.

As duas formas são através da poção Polissuco ou se a pessoa tiver o Dom da Metamorfose.- disse Hermione.

- Muito bem.- disse Minerva.- Dois pontos para a Grifinória.- Nós vamos começar pelo Dom da Metamorfose. É o que se pode chamar de um Dom raro. Existem atualmente apenas três Bruxas que possuem este Dom que nunca foi muito estudado exatamente pelo fato de ser raro. Uma das poucas certezas que se tem é de que este Dom vem da família Nigellus. O único bruxo do século passado a possuir este Dom foi o Fineus Nigellus, ex. diretor de Hogwarts. Não houve mais casos de pessoas com o Dom por duas, três gerações até que uma de suas tataranetas nasceu com o Dom.

Harry achava saber sobre quem ela estava falando. Mas não tinha certeza.

- Andrômeda Black, que mais tarde se tornou Andrômeda Tonks apresentou os sinais de um bruxo Metamorfo desde os primeiros meses de idade. Alguém sabe alguns desses sinais?

- Saber imitar vozes muito bem e aprender a falar muito antes do normal.- disse Hermione.

- Muito bom.- disse Minerva.- Um bruxo metamorfo começa a falar aos seis meses e é geralmente assim que se identifica o Dom.

Simas levantou a mão.

- Diga Sr. Finnigan.- disse Minerva.

- E quem são as outras duas?- perguntou o garoto louro.

- Uma jovem aurora chamada Ninfadora Tonks, filha de Andrômeda e uma outra garota sobre a qual pouco se sabe chamada Isabel Black.- disse Minerva.- Mas o Dom da metamorfose não consiste em simplesmente conseguir transfigurar o próprio rosto, ou partes dele, em rostos de outras pessoas. Um bruxo metamorfo além de possuir o Dom de imitar a voz ou o som de qualquer outro ser é um Legilimente natural. Ou seja, é capaz de ler a mente de uma pessoa antes mesmo de ter idade para ir para a escola o que pode se transformar em algo extremamente perigoso. Por isso esse tipo de bruxo costuma entrar para escola aos dez anos de idade. Um bruxo metamorfo é também um excelente pseudografico. Mas falemos agora da outra forma de se transfigurar em outra pessoa que é através da poção polissuco...


- Hm. Ok! Acabamos de descobrir que Tonks poderia ler a mente de qualquer um de nós quando quisesse e ainda temos aula dupla de poção a seguir.- disse Rony no caminho para as masmorras.

A aula de Snape foi tão chata quanto se é possível ser. Snape estava mais rápido do que nunca com a matéria e Hermione não pode deixar de reparar que ele estava bem mais pálido e magro do que a última vez em que ela o viu.

Logo eles estavam trabalhando no preparo da poção polissuco que só ficaria pronta dali a um mês. À tarde Rony e Harry seguiram para a aula de Adivinhação enquanto Hermione foi para aula de Runas. Depois eles se encontraram para a aula de feitiços na qual aprenderam feitiço para laçar coisas para longe, no fim eles praticaram com bolas de borracha usando a palavra repellere.


****


- Gina!- Gina se virou, era Draco que estava atrás de uma das estufas. Ele fez sinal para que ela fosse até ali, quando ela se aproximou ele a abraçou.

- Aconteceu alguma coisa?- perguntou Gina. O garoto estava estranho, mais pálido do que nunca e parecia aflito.

- Não!- disse Draco.- Escuta, queria que você se encontrasse comigo amanhã às cinco e meia nesse mesmo lugar!

- Não sei se posso!- disse Gina dando as costas ao garoto e olhando se não vinha vindo ninguém.

- Por favor, Gina. É importante.- disse Draco. Gina ia responder que era melhor não arriscar, mas então sentiu como se algo gelado tivesse batido em suas costas, ela se virou rapidamente.

- Sim, eu virei.- disse ela. Não sabia porque estava dizendo isso, mas era como se ela não pudesse controlar suas vontades.

- Ok, então.- disse Draco, ele estava sério e aparentemente angustiado.- Agora volte para suas aulas e aja normalmente.

Gina obedeceu e saiu marchando em direção ao castelo.


****


- Marquei um treino para amanhã às cinco, Rony.- disse Harry quando se reuniu aos outros no jantar.

- Vocês são animados.- disse Hermione.- treinar neste frio.

- Não posso treinar amanhã.- disse Gina. Hermione olhou para ela. Estava estranha. Sua voz parecia artificial e seus olhos estavam perdidos no nada.

- Você está bem?- perguntou Hermione.

- Sim.- respondeu Gina se levantando.- Estou agindo normalmente, vou ir estudar.

E dizendo isso saiu.

- Aposto que ela irá se encontrar com aquele traste!- disse Rony serrando os punhos.

- Vai ver são os N.O.N.s.- disse Harry.

- Bom, vamos indo também? Acho que temos alguns deveres para fazer.- disse Hermione.


- Vou buscar o livro de adivinhação.- disse Harry.

- Rony.- disse Hermione baixinho assim que Harry saiu.- Eu combinei com todos da AD para irem até o campo de quadribol amanhã às seis e meia.

- Para que?- perguntou Rony.- Harry já disse que não quer voltar com isso.

- Acho que se todos nós insistirmos ele vai topar.- disse Hermione.- Mas não conte nada a ele.

- Você não chamou aquela Marieta ou chamou?- perguntou Rony.

- Não chamei, o Harry está voltando.- disse Hermione.

- Bem, o dever de Adivinhação é sobre premonições.- disse Harry.- "Como prever desastres com simples coincidências do dia- a- dia" é o nome do capítulo.

- O meu dever sobre Runas parece muito mais interessante.- disse Hermione que tinha um pergaminho mais largo do que o normal sob a mesa e uma pena diferente que parecia ter uma ponta de metal.

- O que podemos escrever aqui?- perguntou Rony.

- Que tal: Eu sonhei que estava engasgando com um bacon e amanhã não comerei bacon pois poderei morrer engasgado.- disse Harry.

Rony riu.

- Excelente.- disse Rony.- Ela pediu três exemplos, que tal: Hoje pela manhã eu derrubei a minha miniatura do Vítor Krum do criado e a cabeça dele se partiu, isso quer dizer que ele irá morrer.

- Rony!- fez Hermione que no impulso de se virar para os garotos acabou furando o dedo com a pena. Uma gota de sangue se aventurou para fora e pingou no pergaminho manchando-o.

- Hum. Que tal: Vi uma gota de sangue de Hermione se espalhar pelo pergaminho branco o que quer dizer que o sangue de Hermione será derramado sobre aquela maldita neve que irá atrapalhar nosso treino de amanhã.- disse Rony.

Harry riu.

- Boa, e essa: Marco Evans acabou de deixar cair um porta-retrato com uma fotografia de sua família que se espatifou no chão, logo toda sua família morrerá.- disse Harry.

- Acho que se você disser morrerá tragicamente ficaria melhor.- disse Rony.

- Não sei para quê vocês continuam nesse curso de adivinhação!- disse Hermione enquanto tentava limpar o pedaço do pergaminho tingido de vermelho.

- Pelo menos não precisamos nos concentrar tanto quanto você para fazer o dever.- disse Rony.

Já passavam das onze horas quando os três foram dormir. Hermione não viu Gina e quando passou em seu dormitório a garota já estava adormecida. Ela não tardou a dormir também. Teve um sonho esquisito. Ela via centauros que vinham velozes atirando flechas e ela via uma dessas atingir Hagrid e então via Umbridge que soltava uma gargalhada maldosa. A neve não parava de cair e ela via um gato, Gina vir veloz pelo gramado branco de tanta neve. Hermione viu Malfoy por ali também e então ela colidiu com uma árvore, seu ombro parecia ferido, ela podia sentir o gosto de sangue em sua garganta.

- Hermione?!

Ela abriu os olhos, Lilá e Parvati estavam ao lado de sua cama.

- O que?- perguntou ela se levantando.

- Acho que você teve um pesadelo.- disse Parvati.

- É eu tive!- disse Hermione.- Mas estou bem, não se preocupem.

- Bom, se está mesmo bem, vamos dormir. Ainda não devem ser cinco da manhã.- disse Lilá. Hermione, porém, não conseguiu voltar a dormir. Era estranho mas ela ainda podia sentir aquele gosto horrível em sua garganta.

Resolveu se levantar. Logo estava pronta para o novo dia. Quando saía do dormitório lembrou-se do que Tonks dissera. Alguma coisa dentro de Hermione dizia que ela devia ir, talvez devesse contar a Harry que ela iria à casa dos Gritos, para o caso de qualquer problema.

- Harry!- O garoto abriu os olhos e colocou os óculos. Era Hermione.

- Que horas são?- perguntou ele.

- Pouco menos de cinco horas.- disse ela se assentando à janela do quarto dele. O dia vinha nascendo lentamente. Ela podia ver a imensidão branca lá fora. A chaminé de Hagrid soltava uma fumaça cinza. Hermione o viu abrindo caminho na neve.

- Já de pé?- perguntou Harry se levantando.

- Sim. Não tive uma noite de sono tranqüilo.- disse Hermione. Queria falar com Harry que iria à Casa dos Gritos, mas alguma coisa estava lhe impedindo.
Acabou inventando uma desculpa qualquer e descendo para o café. O dia seguiu quase normal.

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