Visita inesperada



- O que aconteceu?- perguntou Luna fitando a cara assustada de Hermione.

Hermione tinha a respiração afobada e sua voz havia fugido. Rapidamente ela passeou os olhos pela reportagem.

- Isso tudo é por causa do Weasley?- perguntou Draco com certo desprezo.

- O que aconteceu com o Rony?- perguntou Harry ainda esfregando a testa.

- Teve uma briga com um dos irmãos. Lançou uma Maldição Cruciatus e fugiu.- disse Draco calmamente.- Li a notícia logo que o meu Profeta Diário chegou.

- E porque não veio logo nos avisar?- perguntou Harry.

- Bom, vocês estavam ocupados...- disse ele.- E eu também, tentando convencer o trouxa a não correr até o Sr. Granger e contar sobre o que viu.

- E o que ele viu?- perguntou Luna.
Draco olhou de Harry para Hermione com desprezo e Luna logo entendeu.

- Porque você não veio nos avisar?- perguntou Hermione.- Sabe que isso não é desculpa!

- Já disse! Eu não queria atrapalhar o casal!- disse Draco com um horrendo tom de falsa tragédia.


****


- Eu preciso fazer alguma coisa!- disse Rony.- Será que você é tão insensível que não pode me entender?

- No seu caso não há nada a se fazer.- disse Belatriz impaciente.

- SEMPRE há algo a se fazer.- disse Rony.

Belatriz se levantou, caminhou até a porta e a abriu.

- Você quer ir embora?- perguntou ela.- Vá Ronyquinho

Silêncio. Rony olhou para ela desconfiado.

- Ou será que você está com medo de enfrentar a realidade?- perguntou Belatriz.

Rony se levantou lentamente e sacou a varinha. Deixou a pequena casa. Só havia uma estreita trilha que parecia levar à Hogsmead. Rony seguiu por ela e em quarenta minutos de caminhada ele estava defronte ao Três Vassouras.

Ele seguiu até a casa onde ele sabia que estavam os aurores mas não conseguiu entrar.

O que diriam seus irmãos ao olharem para ele? “Rony você é um monstro!”, o que diria Hermione? “Você esteve confraternizando com o inimigo!”

Em um clarão ele se viu preso em uma cela de Azkaban. Os Dementadores já haviam sugado toda a sua felicidade e ele era só trevas. Nas celas aos lados ele ouvia comensais da morte gritando.

- WEASLEY É O NOSSO REI!

- WEASLEY É O NOSSO REI!

Ele via Lilá vindo lhe visitar aos fins de semana. Mas não havia pequenos ruivinhos como ele havia um dia sonhado. Só havia frustração, só havia o amargo sabor da derrota e traição.

- Não!- disse ele enquanto começava a correr para longe daquela casa. Não demorou muito e ele estava novamente na trilha. Belatriz o esperava na porta. Ela sorria.

- Eu sabia que você mudaria de idéia.- disse ela.


****


- Você poderia tentar encontra-lo.- disse Harry para Hermione.- Usando a sua mente.

- Tonks me proibiu de fazer isso.- disse Hermione.- Pode ser muito perigoso.

- Por que não paramos de nos preocupar com o Weasley e cuidamos logo do tal plano, Mione?- perguntou Draco.

- Tem a Gina.- disse Hermione.

- Com essa confusão toda ela provavelmente não virá.- disse Luna.

- Não podemos esperar.- disse Draco.- Logo as férias de Natal findarão.

- Ele tem razão.- disse Hermione enquanto recomeçava a abrir o mapa sobre a mesa.
Os demais se ajeitaram em seus lugares.

- A minha idéia é muito simples.- disse Hermione.- Vamos provocar um incêndio.

- E como faríamos isso?- perguntou Draco pensativo.

- Eu estive analisando o mapa durante a noite.- disse Hermione se debruçando sobre ele.- Nós entraremos por aqui.- disse ela indicando uma local no mapa.- E sairemos por aqui.

- Resumidamente faríamos um pequeno tour pelos subterrâneos.- disse Draco.- Este é o plano?

- Na verdade é sim.- disse Hermione sem entender muito bem onde estava o problema.- Atiraremos fogo em tudo e ele logo se alastrará pelo resto da vila.

- O fogo inominável pode ser implacável, Hermione.- disse Draco.- Mas não faz milagres.

- O que você sugere então?- desafiou Harry em defesa de Hermione.

Draco sacou sua varinha.

- Entraremos por aqui.- disse ele fazendo surgir uma mancha vermelha em certo ponto do mapa.- Caminharemos por estes caminhos até este ponto da casa.- continuou fazendo o caminho com a varinha.- Estes são os aposentos do Lord das Trevas. Teremos que encurralá-lo. E não podemos atear fogo nos subterrâneos ou não escaparemos com vida.

- Nós vamos provocar um incêndio e não matar alguém queimado!- disse Hermione.

- Existe alguma diferença entre os dois?- perguntou Draco com certo cinismo.

- E o restante?- perguntou Luna que até então permanecia calada.

- Que restante?- perguntou Draco.

- Nós vamos invadir o covil dos Comensais!- disse Luna.- Não vamos conseguir simplesmente entrar lá, queimar Você-sabe-quem e sair simplesmente vivos. Há mais gente por lá.

- Quem aparecer em nosso caminho morrerá!- disse Draco.

Harry arregalou os olhos.

- Eu não vou fazer isso!- disse Harry.- Não vou matar ninguém.

- E- eu também não!- disse Hermione.

- Vocês dois se merecem!- disse Draco com desprezo.- Não nasceram para guerra!

Silêncio.

- A Guerra só começou porque alguém queria o poder.- recomeçou Draco.- Ela só vai terminar quando o melhor de nós conquista-lo. Aquele que possui o poder hoje não vai entrega-lo com vida. É por isso que algumas pessoas terão que morrer!

- E você quer que eu passe o resto da minha vida pensando que matei um homem?- perguntou Harry.

- Como alguém pode ser tão...- Draco fez cara de enojo.- Tão bom?

- Porque Draco não pode matar Voldemort por Harry?- perguntou Luna.

- Porque o único capaz de mata-lo nasceu no final do sétimo mês.- disse Hermione.- O único capaz de mata-lo foi marcado dentre todos os outros...

- Harry!- murmurou Luna.

- Olha.- fez Draco ficando de pé.- Não há tentativas! Ou você faz, ou não faz! Ou você acaba com isso logo ou vai chorar por aqueles que morrerão no futuro.

Silêncio.

- Você vai ser um herói!- disse Draco fitando Harry como quem implora por algo.

- Será que você não entende, Malfoy?- perguntou Harry se erguendo também.- Você sabe qual é a coisa que eu mais odeio em mim? É ser idolatrado! Eu não quero ser um herói! Eu só quero ter paz! Me casar, ter filhos e algumas histórias pra contar!

- Essa seria mais uma.- disse Draco se assentando.

- Eu não quero contar para os meus netos que eu matei um homem!- disse Harry se assentando também.

- ESSE HOMEM MATOU SEUS PAIS!- gritou Draco. Hermione e Luna se assustaram. De certa forma ele tinha razão, pensou Hermione.

- E pra completar não vai ser um só a morrer.- disse Harry.- Nós vamos incendiar aquilo tudo não é mesmo? Vamos provocar uma chacina!

Draco se levantou e fitou Harry com desprezo. Em seguida ele puxou o mapa e enrolou-o.

- O que vai fazer?- perguntou Hermione.

- Vou embora.- disse Draco.

- Não, você não vai!- disse Luna.

As duas se entreolharam e então se viraram para Harry como que esperando uma atitude.

- Ok.- disse Harry.- Digamos que eu tope.

Hermione e Luna se assentaram. Draco olhou de uma para outra e então para Harry. Uma era a única pessoa que ele amava nesse mundo. A outra vinha se mostrando uma grande amiga. O terceiro era o namorado de sua amada.

Draco se assentou.

- O que vai adiantar? Me diga! Nós podemos fazer isso agora, mas Voldemort e Dumbledore não são os únicos bruxos que buscam o poder, nesse mundo!

Draco se ajeitou na cadeira.

- Não adianta adiar um começo.- disse Hermione.- Ele tem que ser agora.

- Não! As pessoas a começarem não precisam ser a gente.- disse Harry.

- Preferiria garantir um começo aqui, agora! Se você morrer, creio que haverá alguém para seguir o seu exemplo, sempre há! Se você não morrer, haverá muitos a seguir o seu exemplo. E se você não fizer nada o mundo vai estar à mercê da sorte. Talvez nasça outro capaz de começar, talvez não. Nunca vai se saber.

Harry fitou Hermione sem pressa, ela parecia angustiada. Ele lembrou-se de algo que disse fazia já alguns dias. “Eu confio em você.”

- Ok.- disse ele.- Eu vou.

Hermione soltou um suspiro aliviado. Luna gargalhou, também com alívio. Draco Malfoy sorriu. Foi a primeira vez que ele sorriu com satisfação para Harry.

- Mas eu só vou incendiar UMA pessoa.- disse Harry com veemência.

- Tenho que pensar em como vamos entrar e vamos sair sem sermos percebidos.- disse Draco.- E qual será o nosso verdadeiro caminho.

- Pense.- disse Harry com certa secura.

- Preciso de tempo.- disse Draco.

Harry abriu a boca para dar qualquer resposta mas Hermione o atropelou.

- Você tem até a chegada de Gina.- disse ela.

- Ela não virá.- disse Draco.

- Ela virá sim.- disse Hermione olhando discretamente para Gina.- Eu garanto.


****


- O que você viu ao ler a minha mente?- perguntou Rony.

- Como?

- O que você viu quando usou o seu MALDITO dom da Legilimencia em mim?- repetiu Rony.

- Regra número um de convivência com Belatriz Lestrange.- disse Belatriz.- NUNCA levante o tom de voz para mim.

- E se eu estiver com vontade?- perguntou Rony mau-humorado assentado no braço de uma das poltronas.

- A sua vontade não tem muita importância perante a minha...- disse Belatriz.- Dentro desta casa.

- Eu posso ir embora.- disse Rony.

- Oh! Você não iria.- disse Belatriz se aproximando de modo que seu rosto parou há alguns milímetros do de Rony.- A sua estadia aqui pode ser muito prazerosa, basta você querer.

- Eu continuo podendo ir embora a qualquer momento.- disse Rony.

- Você já tentou uma vez.- disse Belatriz enquanto desviava do rosto do garoto e examinava o brasão sobre a lareira.- E se você fosse realmente embora eu não deixaria as coisas de uma forma fáceis.

Rony a observou deslizar pela casa.

- Eu poderia encontra-lo em segundos.- disse Belatriz.- Poderia provocar um ruinoso conflito interno.

- Eu poderia tirar o anel e você nunca mais saberia de mim.- disse Rony.

- Desde a noite passada esta deixou de ser a ligação principal entre nós dois, Rony.- disse Belatriz fazendo realçar o tom rouco de sua voz.

- Você é baixa!- disse Rony com desprezo.

- Não.- disse Belatriz se virando novamente para Rony.- Jamais repita isso. Baixo é o Lord das Trevas. Eu sou como uma flor. Sou como uma rosa. Sou a rosa negra e num futuro próximo você ouvirá as pessoas falando de mim.- ela sorriu com certa crueldade.- Isso é, caso você viva o suficiente para escutar o meu novo nome.

Rony riu.

- Você fala como se achasse que é mais forte que Você- Sabe- quem.- disse ele.

- Eu não acho.- disse ela.- Eu sou.

Rony riu em tom duvidoso, mas arrependeu-se em seguida. Belatriz lançou a varinha no ar e esta soltou uma pequena nuvem de fumaça escura. Segundos depois ouviu-se o som da varinha alcançando o chão. Belatriz ergueu as mãos e as fechou em torno da pequena nuvem que desapareceu.
Rony a fitou e ela sorriu. Se havia crueldade em seus olhos? É claro, mas não só nos olhos como em toda a sua face, em todo o corpo, em todo gesto.

E então Belatriz abriu uma das mãos, soprou e Rony nada pôde fazer. Fora lançado por um jato de luz negra contra a parede oposta. Num último clarão de lucidez ele viu a varinha subir no ar até a mão de sua dona.


****


Devia ser quase cinco da tarde quando a campainha tocou. Draco se encontrava no quarto de Hermione debruçado sobre o mapa. Luna lia O Pasquim, de cabeça pra baixo, a um canto do mesmo. Harry e Hermione estavam na varanda ao fim do corredor.

- Você realmente o acha confiável, Mione?- perguntou Harry fitando-a.

- Sim.- disse ela.- E além do mais ele é o único de nós que conhece aquela vila, que sabe das táticas dos Comensais e tudo o mais. Ele vai ser útil.

- Porque você não pergunta a ele se ele sabe do Rony?- perguntou Harry.

- O que você está insinuando, Harry?- perguntou Hermione.

- Rony nunca lançaria uma maldição imperdoável em alguém.- disse Harry.- A menos que se encontrasse sob uma Maldição Imperius.

- Com licença.

Os dois se viraram em sobressalto e foram encontrar Gina encostada à porta.

- Moody quer falar com vocês.- disse ela.

- Moody?- perguntou Harry.

- Sim, ele está aqui.- disse Gina, seus olhos estavam fundos.- Veio me trazer e os espera no quarto de Hermione.

Os dois se levantaram e seguiram silenciosamente até o quarto. Draco havia dado um sumiço no mapa e Hermione agradeceu por ter guardado a esfera com o fogo em uma gaveta mais cedo.

- Boa tarde.- disse ele que se encontrava assentado, espaçosamente, em uma poltrona.

- Boa tarde.- respondeu Hermione.

- Quando Dumbledore me contou o motivo pelo qual Harry passaria as férias aqui eu não podia sequer imaginar que tudo estaria assim.- disse Moody passando o olho mágico por todo o quarto.

- Assim como?- perguntou Hermione. Moody está estragando tudo, pensou. Ele logo identificaria objetos estranhos pela casa. Não que o plano fosse falhar por isso, mas isso o atrasaria.

- Isso mais parece uma colônia de férias.- disse Moody.

- Não há ninguém brincando por aqui!- respondeu Draco secamente.

Moody imediatamente fixou os dois olhos sobre ele.

- Não te conheço!- rosnou.- Como se chama?

- Draco Malfoy.- disse o garoto. Hermione tentava se controlar, estava quase entrando em pânico. Moody não podia ter aparecido por ali, não mesmo!

- Um legítimo herdeiro de Lúcio Malfoy e o seu pequeno império!- murmurou Moody.- Digo-me surpreso por encontra-lo aqui. Em casa de trouxas.

- Não sou como meu pai.- disse Draco.- Não tenho nojo de trouxas.

- O que não parece com o dono é roubado, Sr. Malfoy.- murmurou Moody.

- Toda regra tem uma exceção.- disse Draco calmamente.

- E a Srta.- disse Moody se virando para Luna.- Quem é?

- Luna Lovegood.- respondeu ela sem baixar O Pasquim.

- Ah! Não me diga.- disse Moody.- Como vai seu pai?

- Bem.- ela limitou-se a dizer.

- Mamãe lhe ofereceu algo para beber, Moody?- perguntou Hermione tentando aliviar o ambiente pesado.- Um chá, um café?

- Prefiro a minha própria bebida.- disse Moody batendo no próprio bolso enquanto se levantava.

Ele lentamente andou pelo aposento. Harry não pode deixar de perceber que ele mantinha o olho mágico preso em Draco.

- O que temos a fazer é muito simples.- disse ele finalmente.- Todos voltaram para Hogwarts hoje e...

- Mas, Moody.- interrompeu Hermione.- As férias de Natal ainda não terminaram.

- Foi um pedido da Sra. Weasley.- disse Moody.- Mas antes quero conversar a sós com cada um de vocês.

- Para...?- perguntou Draco.

- Estamos ansiosos em descobrir o paradeiro de Rony.- disse Moody.- Harry, você pode ser o primeiro. Enquanto isso os demais vão arrumar suas coisas. Partiremos assim que eu terminar.

- Você pode usar a biblioteca.- disse Hermione.


****


- Quando foi a última vez que falou com Rony, Harry?- perguntou Moody por trás da mesa da biblioteca.

- No dia que desembarcamos.- disse Harry.

- Havia algo de estranho nele?

- Não.- disse Harry.

- Tem certeza?- insistiu Moody.

- Não.

- Tente se lembrar de algo estranho, Harry.

- A cicatriz.- disse o garoto.- Ela está doendo desde ontem.

- Interessante.- disse Moody conjurando um bloquinho e anotando.

- Acha que Voldemort pode estar com Rony?- perguntou Harry.

- Talvez.- disse Moody.


****


- Você é amiga de Rony, certo?

- Sim senhor.- disse Luna.

- Notou algum comportamento estranho?- perguntou Moody fixando os dois olhos na garota.- Nos últimos meses?

- Ele estava mais extrovertido.- disse Luna.- E usava um anel, também.

- Um anel?

- Sim.- disse Luna.- Desde o baile.


****


Assim que Luna saiu da sala e foi se reunir à Luna, Hermione, que já tinhas o malão pronto, entrou. Moody se encontrava assentado ereto atrás da escrivaninha e algo estranho dentro dela lhe disse que aquela cena lhe era familiar.


Hermione via a si, com seus mau completos onze anos parada à porta. Escutando, escondida, uma conversa de seus pais. Seu pai estava sério e ereto atrás da escrivaninha. Sua mãe estava de pé e de costas para ela.

- Não sei se seria algo bom para ela.- dizia sua mãe.- Um bando de pessoas estranhas aparecem da noite para o dia querendo levar para uma escola de Bruxaria! Pra mim parece mais algum tipo de golpe!

- Quando eu era moço sempre acreditei em bruxos!- disse seu pai.- Um dia, estava em um acampamento quando presenciei uma chuva de estrelas e um amigo disse: “Isso é coisa de bruxos!”

- Não sei!- disse sua mãe.- Tenho que pensar.

- Deixe que a garota seja quem nasceu para ser, querida, e tudo dará certo.- disse seu pai.- Hermione? O que quer querida?


- Hermione?

Hermione piscou e fitou Moody. Em seguida foi se assentar diante a ele.

- Posso começar as minhas perguntas?- perguntou o homem fitando-a. Hermione fez que sim com a cabeça.- Quando foi a última vez que você viu Rony?

- Vocês também acham, não é mesmo?- perguntou Hermione em resposta.- Que o Rony foi persuadido por algum bruxo das trevas a se comportar de maneira estranha e então desaparecer.

- Responda a minha pergunta, por favor.- disse Moody.

- Nada adianta ficar procurando pessoas e fazendo perguntas.- disse Hermione.- Vocês têm que procura-lo. Eu sei que ele não foi exatamente enfeitiçado. Mas também não está agindo puramente por vontade própria.

- Conte-me sobre o que você sabe, Hermione.- disse Moody então.

Hermione fuzilou Moody com os olhos. Concentrava-se em Rony. Concentrava-se no gosto que sentira ao beijar o amigo, certa vez. Porque lembrar de um beijos que não era de Harry? Talvez essa fosse a lembrança mais forte que ela tivesse de Rony. Mas por mais que tentasse ela não o encontrava.

- Eu não consigo encontra-lo.- disse ela.

- Fale sobre os últimos dias.- disse Moody se levantando e sacando a varinha. Se algum bruxo oportuno se aproximasse ele agiria.- Luna Lovegood disse que tudo pode ter começado no baile.

E Hermione via. Rony a levou até Harry e em seguida foi se juntar a Lilá.

- Lilá Brown o entregou o anel.- sibilou Hermione com a voz neutra e os olhos desfocados.- O anel lhe tornou maior. O anel foi capaz de não fazê-lo, em momento algum sentir-se culpado.

Moody anotava tudo rapidamente.

- O anel veio da Travessa Trancoso.- sibilou Hermione.- E Rony esteve no Cabeça de Javali na noite do dia 25 de dezembro. Ele bebeu vários Whiskys de Fogo e conversou com uma mulher.

Hermione revirou os olhos.

- Ele esteve na porta de uma casa em Hogsmead, hoje, no meio da manhã.- disse Hermione.

- Tente descrever esta casa.- disse Moody.

- Uma casa grande.- disse Hermione.- Na rua principal. Havia um tapete roto e cheio de neve. Em um tom de castanho, combinando com a madeira da casa. Número 16.

- A casa dos aurores.- disse Moody com certa decepção enquanto escrevia.

Hermione sentiu o vento lamber seus cabelos e segurou-se na mesa, para não cair, quando voltou ao seu corpo. Sua respiração estava falha.

- Tonks tinha razão.- sibilou Moody.- Você é uma grande Legilimente. Devo-lhe parabéns.

- Preciso de um método para fechar meu corpo enquanto estiver fora.- disse Hermione enquanto se levantava.- Assim poderei encontra-lo.

- Chame Draco Malfoy, por favor.- disse Moody.

Hermione deixou a biblioteca e encontrou Draco, de braços cruzados, do lado de fora. Ele a fitou demoradamente. No primeiro momento Hermione se sentiu tentada a penetrar aqueles atraentes olhos cinzas, mas não era justo. Só então ela notou que eles estavam abertos, assim como a mente de Draco. Abertos como o garoto nunca havia deixado estar antes.

- Conte sobre isso a Moody.- disse Hermione.- E depois ao Harry.- em seguida ela deu as costas e seguiu pelo corredor.


***continua***

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