Capitulo 27 – As Faces da Guer

Capitulo 27 – As Faces da Guer



Capitulo 27 – As Faces da Guerra!


 


 


Durante todo o dia no castelo de Hogwarts não se falava em outra coisa que não fosse o duelo espetacular entre Draco Malfoy da sonserina e Terencio Boot da corvinal, os boatos sobre a luta ter acontecido eram os mais espetaculares que se pudesse imaginar, mas todos tinham um dado como base para o restante, o motivo da luta na aula de duelos ter ficado tão séria era ninguém menos do que Samantha Potter.


 


Por onde eles andavam era possível ouvir os murmúrios e os cochichos dos outros estudantes de Hogwarts, todos especulando e apontando para Samantha e para Draco, mas os dois namorados fizeram questão de ignorar o fato.


 


Naquela mesma noite depois do jantar Harry e seus amigos dirigiram-se para a sala onde estavam acostumados a treinar incansavelmente com o moreno de olhos verdes, eles iriam se preparar para partirem para poderem finalmente conhecerem a base principal do Panteão que ficava no continente da Oceania.


 


Naquele momento eles estavam se preparando para poderem partir, Harry os iria tirar de dentro de Hogwarts através de uma chave de portal poderosa o bastante para passar despercebida pelos escudos protetores de Hogwarts.


 


- Antes de sairmos, eu gostaria de avisar a vocês que não iremos apenas conhecer as instalações do Panteão. – disse Harry em voz alta depois de alguns minutos em que ele e os amigos estavam dentro da Sala Precisa.


 


- Aonde mais nós vamos Potter? – perguntou Draco com a voz ligeiramente mais arrastada do que o normal.


 


- Eu vou mostrar o verdadeiro mundo para vocês. – retrucou Harry com a voz completamente impassível e neutra. – Quero que vocês vejam com seus próprios olhos o que a guerra trouxe para o nosso planeta, vocês irão presenciar todas as facetas do mundo, tanto as boas como as ruins, somente assim vocês poderão entender o porque de eu estar fazendo o que faço, somente vendo o que o mundo se tornou vocês estarão prontos para as próximas batalhas.


 


- Se você acha... – disse Draco novamente, dessa vez o sonserino loiro apenas deu de ombros enquanto voltava a terminar de se arrumar.


 


- Ah, mais uma coisa... – disse Harry antes que qualquer um dos amigos pudesse se manifestar novamente. – Antes de sairmos daqui, quero que vocês coloquem as vestes que nós utilizamos para lutarmos na Grécia, ainda não é o momento de ninguém conhecer nossas verdadeiras identidades, quero que seja um choque para o mundo descobrir que os maiores guerreiros da história não passam de adolescentes que nem saíram da escola.


 


- Com certeza vai ser um choque. – disse Hermione no tom prático que a garota normalmente utilizava nas aulas.


 


- Imagine a cara do papai e da mamãe quando descobrirem que os guerreiros mais poderosos do Panteão somos nós... – comentou Hugo em tom divertido e ao mesmo tempo levemente preocupado com a possível reação dos pais.


 


- Mamãe vai ter um enfarte. – Gina disse em tom baixo olhando para o irmão Rony que apenas balançou a cabeça em concordância enquanto fazia uma leve careta, enquanto se lembrava da maneira como sua mãe gritava com eles.


 


- Meu pai com certeza não vai gostar. – respondeu Draco com a voz arrastada e fria enquanto encarava Harry diretamente nos olhos, havia uma espécie de acordo mudo entre os dois a algum tempo, e o moreno de olhos verdes sabia muito bem o que aconteceria com o sonserino loiro, ele queria a cabeça do próprio pai e isso Harry serviria em uma bandeja de prata.


 


- Acho que meus pais vão ficariam orgulhosos de mim. – murmurou Neville baixinho e imediatamente um silêncio reinou dentro da sala precisa, afinal todos sabiam o que havia acontecido com os pais de Neville quando ele era apenas um bebê, Frank e Alice Longbottom ainda estavam internados em St. Mungus até hoje.


 


- Tenho certeza que eles se orgulham muito do filho que tem, Neville. – disse o moreno de olhos verdes aproximando-se do grifinório e colocando uma de suas mãos no ombro do garoto. – Você já fez por merecer o orgulho de qualquer um Neville.


 


- Obrigado, Harry, por tudo. – agradeceu Neville em tom baixo enquanto olhava para o moreno de olhos verdes, em seguida o grifinório voltou seus olhos para a loira de olhar sonhador que encontrava-se ao seu lado e murmurou. – Tenho certeza que eles se orgulhariam de mim por tudo o que eu já fiz e pelo que eu ainda vou fazer.


 


- Nós... – Harry começou a falar calmamente, mas então estacou de repente enquanto sentia duas presenças poderosamente grandiosas aparecerem dentro do castelo de Hogwarts, duas presenças divinas que ele conhecia muito bem e com os quais já tivera bastante contato, somente não entendia o que eles poderia estar fazendo ali em Hogwarts, por isso o moreno fechou os olhos e se concentrou o máximo que pode enquanto tentava descobrir onde os dois deuses haviam aparecido e porque motivo eles poderiam ter ido até ali. Foi com uma pequena onda de choque que Harry percebeu exatamente onde encontravam-se Hades e Baha naquele exato instante, principalmente porque podia sentir seus pais se aproximando rapidamente da sala de poções onde encontravam-se os dois deuses, provavelmente os esperando já que eles haviam ido até ali, o único problema era que Harry não tinha a mínima idéia do motivo dos dois deuses terem ido procurar seus pais, mas ele não podia ficar parado ali na Sala Precisa sem saber o que demônios estava acontecendo, por isso elevou o olhar para os amigos que estavam observando o moreno de maneira curiosa. – Eu preciso sair por um momento, vou ter de resolver um problema.


 


- O que aconteceu, Harry? – perguntou Samantha em tom de voz preocupado enquanto olhava cuidadosamente para o irmão.


 


- Ainda não tenho certeza, mas vou dar uma olhada. – disse Harry e virou de costas caminhando em direção a porta da sala.


 


- Eu vou com você. – a voz de Sarah chegou logo ao lado do moreno de olhos verdes que não havia se surpreendido com a rápida movimentação da garota morena.


 


- Tem certeza? – perguntou Harry em tom simples enquanto a olhava interrogativamente, havia percebido a surpresa da garota e sabia que ela havia sentido a poderosa magia que havia adentrado Hogwarts.


 


- Não sei o que é, mas não vou deixá-lo sozinho. – respondeu Sarah quando eles saíram da sala precisa e começaram a caminhar pelo corredor em direção a sala de poções.


 


- São Hades e Baha. – retrucou Harry em tom calmo e simples surpreendendo a morena que piscou os olhos surpresa.


 


- Os deuses que te enviaram para esse lugar? – perguntou Sarah depois de alguns segundos em que estivera em completo silêncio.


 


- Eles mesmos, somente não consigo entender o que eles estão fazendo aqui em Hogwarts. – respondeu Harry balançando a cabeça em incompreensão. – Principalmente na sala de aula de minha mãe, mas isso eu pretendo descobrir agora mesmo.


 


Os dois atravessaram diversos corredores em questão de menos de dois minutos chegando ao corredor em que a sala de poções ficava, o moreno sabia que não podia simplesmente entrar na sala e resolveu que iria apenas observar para depois então agir caso fosse necessário, por isso murmurou algo no ouvido da morena que apenas balançou a cabeça afirmativamente, logo os dois encostaram ambas as mãos na parede que dava para a sala de poções e começaram a murmurar palavras baixas, logo em seguida os dois se fundiram com as sombras da parede atravessando-a e logo estavam no interior da sala de poções.


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A enfermaria do castelo de Hogwarts encontrava-se silenciosa naquele momento, era sexta feira a noite e apenas o atual diretor da escola estava dentro da enfermaria como paciente, o diretor estava a cerca de dois dias internado em um dos leitos mais reservados que havia no local, os ferimentos que ele havia recebido durante o duelo contra Harry Potter foram muito profundos e se não fosse devido ao atendimento que Dumbledore havia recebido de dois dos Cavaleiros da Luz que estavam presentes no duelo o diretor estaria morto naquele momento.


 


Naquele exato instante a enfermeira de Hogwarts já havia ido se deitar devido ao adiantado da hora, já passavam das dez horas da noite e a maioria dos estudantes já estavam ou em suas camas ou nos salões comunais de suas casas.


 


De repente uma figura furtiva abriu as portas da enfermaria do castelo e em seguida adentrou o local fechando as portas de carvalho logo em seguida, a figura trajava vestes bruxas comuns e uma longa capa negra, tão sorrateiramente como entrou na enfermaria a figura se encaminhou para o leito ao fundo da enfermaria em que o diretor de Hogwarts estava ocupando desde o duelo que tivera contra Harry Potter.


 


O bruxo com a capa longa e negra parou exatamente ao lado da cama do diretor e ficou apenas observando por alguns segundos a face daquele velho bruxo, as barbas brancas e longas estavam devidamente acomodadas em cima do corpo dele, mas o que chamou a atenção da figura que observava Dumbledore foi a expressão que havia no rosto do velho, mesmo de olhos fechados era possível observar o cansaço que exalava do corpo do diretor.


 


- Diretor... – murmurou a figura do bruxo calmamente enquanto colocava uma de suas próprias mãos sobre a do velho bruxo.


 


Dumbledore estivera sonhando com o duelo grandioso que ele havia travado contra Gellert Grindewald a tantos anos atrás, mas aos poucos uma nevoa fora tomando conta de sua mente até que ele pode ouvir claramente a voz de alguém conhecido o chamando, a voz parecia vir de uma longa distância, mas depois de alguns minutos no torpor o diretor conseguiu finalmente abrir os olhos, embora com um pouco de dificuldade.


 


Por um momento não soube onde ele encontrava-se, mas então sua mente encheu-se de lembranças sobre os fatos que haviam acontecidos nos últimos dias, as mesmas cenas que o haviam atormentado desde que ele havia acordado naquela enfermaria, somente depois que ele perdera tudo fora que percebera como vinha falhando com suas ações e atitudes, mas naquele momento era tarde demais para voltar atrás em sua decisão.


 


Soltando um suspiro levemente frustrado e impaciente Dumbledore ergueu os olhos para focalizar quem o havia chamado e reconheceu o rosto de Severus Snape imediatamente, ele parecia mais frio e preocupado do que o normal, mas naquele instante o diretor não achava possível que algo pudesse balar suas convicções mais do que elas já haviam sido destruídas naqueles últimos dois dias em que permanecera na enfermaria.


 


- Como vai diretor? – indagou Severus Snape calmamente enquanto encarava o rosto cansado de Dumbledore.


 


- Acho que já me encontrei em melhores condições, Severo. – retrucou Dumbledore calmamente enquanto observava as faces praticamente inexpressivas do Professor de Defesa Contra as Artes das Trevas.


 


- Com certeza já esteve, Dumbledore. – retrucou Snape utilizando um pouco de ironia na voz olhando para o velho deitado na cama, o diretor apenas suspirou levemente sabendo que o Professor de DCAT estava tentando apenas fazer com que ele reagisse.


 


- Sem ironias hoje, Severo, não estou me sentindo muito legal nesse momento. – disse Dumbledore em um tom baixo e rouco.


 


- Não vim aqui para isso mesmo diretor. – retrucou Snape voltando a ter sua voz tão fria quanto uma parede de concreto.


 


- Então o que veio fazer aqui, Severo? – perguntou Dumbledore olhando curiosamente para um de seus espiões no Império das Trevas.


 


- Somente achei que você iria gostar de ser informado sobre o que andou acontecendo desde que o Potter te derrotou em um duelo pela liderança do Império.  – disse Snape em tom totalmente impassível, não demonstrando nenhum sentimento em sua voz ou expressão. – Principalmente os as coisas que envolvem o ex-Império da Luz...


 


- O que quer dizer com isso? – perguntou Dumbledore demonstrando surpresa pela primeira vez desde que entrara naquela enfermaria.


 


- Quero dizer que não existe mais um Império da Luz. – respondeu Snape em tom calmo e neutro enquanto observava a reação chocada e surpresa do diretor de Hogwarts que parecia ter entrado em uma espécie de torpor.


 


- O que aconteceu? – perguntou Dumbledore enquanto balançava a cabeça para sair do torpor estranho que tomara seu corpo com as informações que Severo Snape havia acabado de jogar em cima dele como se fosse uma bomba.


 


- Como o Potter parece ser um dos aliados de Azrael, o que era o Império da Luz simplesmente foi incorporado a organização que Azrael vem comandando, agora todos os territórios que antes eram o Império da Luz, foram transformados em territórios do Panteão. – disse Snape ainda com a voz calma e sem esboçar nenhuma emoção. – Menos de duas horas depois de você ter perdido o comando do Império para o Potter, os enviados de Azrael já haviam incorporado todas as sedes do Império da Luz. Em menos de um dia tudo já havia sido modificado, todas as lideranças foram revistas e muitas das mesmas foram revogadas, muitos cargos foram excluídos e recolocados sob outra forma, tudo passou por uma reforma geral.


 


- Por todos os deuses. – sussurrou Dumbledore incrédulo, não podia acreditar que aquilo havia acontecido em tão pouco tempo, sabia que como Potter era aliado de Azrael a fusão dos dois grupos seria inevitável, mas jamais poderia imaginar que eles fariam aquilo tão rapidamente. – O que mais aconteceu, Severo?


 


- Não tenho os detalhes do que realmente aconteceu nas sedes do Império da Luz, alguns boatos são bem malucos e fantasiosos, mas todo o mundo bruxo já está sabendo da troca de liderança e da incorporação do Império da Luz ao Panteão, eles já eram um grupo que estava sendo bastante respeitado por causa dos seus guerreiros que haviam se mostrado muito poderosos, mas agora eles estão sendo venerados pelos jornais e revistas... – nesse momento Snape fez uma pequena pausa para pensar um pouco antes de continuar a responder. – O mundo inteiro ficou conhecendo os guerreiros mais poderosos de Azrael e todos eles utilizaram nomes de Deuses durante as batalhas, sem contar que demonstraram serem realmente poderosos ao encararem diretamente os Cavaleiros das Trevas e não terem sido derrotados... Estes mesmos guerreiros estão sendo chamados de os “Deuses da Salvação” desde os últimos acontecimentos, principalmente por causa das habilidades que eles demonstraram possuir nas batalhas em que participaram, o grupo também vem sendo enaltecido pela referência a morada dos deuses.


 


- Você não está me dizendo tudo Severo. – comentou Dumbledore depois de alguns segundos em que os dois bruxos ficaram em silêncio.


 


- Não, não estou. – murmurou Snape em tom baixo e frio antes de encarar o diretor de Hogwarts novamente. – Durante esses dois dias em que o Império da Luz foi reformado e transferido para o Panteão foram descobertos muitos espiões e comensais da morte infiltrados em todas as sedes do mundo. Foram presos mais de trezentos agentes do Império da Luz em todo o mundo, todos eles eram espiões do Lorde das Trevas infiltrados, muitos desses espiões estavam ocupando altos postos dentro do Império, alguns inclusive eram presidentes das sedes do país em que atuava, não sei como eles conseguiram descobrir quem eram os espiões, mas pelo que sabemos foi muito eficiente a ação realizada.


 


- O que aconteceu com os espiões? – perguntou Dumbledore respirando com um pouco de dificuldade por causa da surpresa que aquela notícia havia causado a ele, afinal sabia que havia alguns espiões dentro do Império da Luz, mas jamais imaginara que esse número poderia chegar a tantos, aquilo era simplesmente inconcebível.


 


- Até onde se sabe, todos foram presos e trancafiados em cadeias que foram enfeitiçadas pelo próprio Azrael, pelo menos é o que estão dizendo. – respondeu Snape com o cenho levemente franzido em incompreensão, afinal não entendia o motivo do diretor de Hogwarts ter se interessado justo pelo destino de tantos traidores. – Os boatos afirmam que a cadeia que Azrael enfeitiçou é mais protegida que qualquer outra e que é simplesmente impossível de se escapar dela, sem contar que contam que ela é mais terrível e cruel que Azkaban quando os dementadores ainda eram os guardas dela e acredito que nós dois entendemos o que os dementadores faziam com as pessoas caso você ficasse muito tempo exposto a eles...


 


- Dementadores são seres das trevas, podem causar dores inimagináveis. – disse Dumbledore em tom baixo como se estivesse falando consigo próprio, em seguida o diretor ergueu os olhos e olhou diretamente nos olhos negros do Professor Severo Snape. – Mais alguma coisa que eu deva saber Severo?


 


- Na verdade diretor, eu andei pensando muito sobre esses guerreiros... – comentou Snape vagamente enquanto ele próprio parecia ficar bastante reflexivo. – O nível de magia que eles apresentam é muito superior ao de qualquer bruxo normal, o tempo de treinamento que eles precisariam ter para alcançar tal quantidade de poder e habilidades é muito grande, eu apenas fico me perguntando como eles podem ter ficado tanto tempo escondidos e sem se revelar... Além do mais, os relatos dos Cavaleiros da Luz diziam claramente que as vozes dos guerreiros com nomes de deuses pareciam ser bem jovens, portanto eles não poderiam ser muito mais velhos do que uns vinte e dois anos. Eles precisariam ter participado de um treinamento insano para serem tão poderosos, além do mais, nós nunca fomos capazes de detectar nenhum sinal de magia deles até que eles apareceram, nem mesmo entre as sedes do Império das Trevas foi detectado esse nível de magia fora dos padrões...


 


- Também não fomos capazes de detectar o nível de poder do Senhor Potter. – disse Dumbledore calmamente enquanto olhava para o rosto de Snape.


 


- Nós medimos o poder dele quando eles saíram de férias Dumbledore e o moleque não passava de um bruxo comum como qualquer outro, mas quando voltou esse ano demonstrou possuir habilidades inclusive maiores do que as suas... – replicou Snape com a voz tensa e rouca. – Isso somente seria explicado se esse tal de Azrael soubesse aplicar algum tipo de feitiço que altere o tempo em alguma sala, por exemplo, onde ele poderia treinar com seus guerreiros.


 


- O que está insinuando, Severo? – perguntou dumbledore olhando com os olhos levemente estreitados na direção do Professor de DCAT.


 


- Acredito que apenas um feitiço que altere a maneira do tempo correr poderia ter dado um período o bastante grande para que esses guerreiros pudessem treinar e tornarem-se tão poderosos como eles demonstram ser. – disse Snape em tom frio e categórico enquanto olhava diretamente nos olhos do diretor.


 


- Nem mesmo eu ou Voldemort conseguimos elaborar um feitiço dessa magnitude, Severo. – Dumbledore falou com um pouco de rispidez enquanto estava se lembrando dos fracassos que obtivera naquela área da magia. – Tenho certeza que um feitiço desse porte não existe ou então já o teríamos encontrado nos livros mais antigos que recuperamos em todos esses anos, e pelo que eu saiba nenhum dos pesquisadores tanto do Império da Luz como do Império das Trevas já chegou sequer perto de conseguir algo assim.


 


- É a única explicação razoável que eu consigo encontrar, Dumbledore. – retrucou Severo Snape em tom frio.


 


- Existe a possibilidade deles serem pessoas que trabalhavam para o Império da Luz ou das Trevas e que estiveram treinando em segredo, Severo. – disse Dumbledore em tom calmo e pensativo, sabia que o Professor de DCAT estava apenas tentando ajudar e entender o que estava acontecendo e o motivo daquilo tudo.


 


- Não, Azrael é independente demais para ter ficado tanto tempo sob as ordens de alguém. – comentou Snape vagamente enquanto se lembrava das memórias que havia assistido dos Cavaleiros da Luz que estiveram em Atenas quando ele havia matado o Líder dos Cavaleiros das Trevas. – Sabe Dumbledore, eu estive observando aquelas memórias da luta entre Azrael e Korcet ontem a noite, fiquei intrigado com algo que eu achei muito semelhante na luta em que eu vi entre você e o Potter. Analisei cada movimento do Potter na luta que ele teve contra você, além daquelas que se referem a Hogsmeade e a luta dele contra os comensais e contra o Harris, fiquei muito intrigado com as semelhanças entre os movimentos dos dois...


 


- Como assim? – perguntou Dumbledore franzindo as sobrancelhas enquanto tentava entender exatamente o que Snape estava tentando lhe dizer.


 


- Pode ser apenas uma coincidência ou não, mas os movimentos de Harry Potter são extremamente parecidos com os de Azrael. – disse Snape em tom levemente baixo e rouco enquanto encarava Dumbledore com firmeza. – Pode ser que Azrael tenha realmente treinado o Potter como Lílian e Tiago informaram a você, isso certamente explicaria as semelhanças nos movimentos e na maneira de utilizar a magia, mas também a uma possibilidade pequena de que na verdade Azrael e o Potter sejam a mesma pessoa.


 


- Está sugerindo que os dois são a mesma pessoa, Severo? – perguntou Dumbledore incrédulo enquanto arregalava os olhos.


 


- É apenas uma suposição. – disse Snape dando de ombros, nos minutos seguintes cada um dos bruxos ficou em completo silêncio enquanto o diretor pesava as palavras do Professor de DCAT, mas por fim acabou apenas balançando a cabeça de maneira indiferente, afinal de contas mesmo que aquilo fosse verdade não iria auxiliá-lo em nada.


 


- A mais alguma coisa que devo saber, Severo? – perguntou Dumbledore quebrando o silêncio depois de quase cinco minutos.


 


- Na verdade, há sim. – respondeu Severo Snape dessa vez utilizando um tom de voz bastante tenso e preocupado enquanto encarava o diretor de Hogwarts. – Pedro Pettigrew simplesmente desapareceu ontem a noite.


 


- Desapareceu como? – questionou Dumbledore sentindo um leve estremecimento em seu corpo ao imaginar o motivo daquilo.


 


- Simplesmente sumiu. – disse Snape em um tom de voz fúnebre e preocupado. – Ninguém o viu ou sabe para onde ele foi, acredito que tenha sido a namorada do Potter, mas não posso afirmar com absoluta certeza.


 


- As coisas estão ficando cada vez mais complicadas, Severo. – murmurou Dumbledore em tom de voz baixinho sabendo muito bem que a garota não iria descansar enquanto não tivesse se vingado de todos os que haviam destruído a família dela, na verdade não havia muito que o diretor pudesse fazer naquele momento, ainda mais porque tinha a leve impressão de que Sarah Connor não estava fazendo aquilo sozinha. – Tome cuidado Severo, se for mesmo ela que pegou Pedro então sabe que ela vira atrás de nós dois também...


 


- Eu sei me cuidar, Dumbledore. – retrucou Snape calmamente antes de inclinar levemente a cabeça. – Agora eu preciso ir diretor, nos vemos depois.


 


- Até mais, Severo. – murmurou Dumbledore enquanto observava o Professor de Defesa Contra as Artes das Trevas saindo da sala, logo depois o diretor suspirou pesadamente antes de fechar os olhos e se virar em sua cama, naquele momento tudo o que ele queria era dormir e poder esquecer pelo menos por algumas horas o que havia acontecido.


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Harry e Sarah adentraram a sala em que Lílian Potter dava aula de poções através das sombras e foi onde os dois adolescentes permaneceram para poderem ouvir a conversa que parecia estar acontecendo ali dentro.


 


Os dois morenos ouviram calados e silenciosos o que os deuses contavam aos pais de Harry, o moreno de olhos verdes bem que tinha vontade de interromper a conversa, mas sabia que a decisão sobre aquilo já havia sido tomada por Baha e Hades, portanto não havia nada que ele realmente pudesse fazer para evitar que Lílian e Tiago descobrissem a verdade.


 


Sarah ouvia tudo em absoluto silêncio enquanto sua mão segurava firmemente a do moreno de olhos verdes, afinal sabia que não deveria estar sendo fácil para Harry ouvir aquelas coisas sobre a vida anterior dele, também tinha convicção de que não havia nada que ela pudesse fazer pelo moreno além de oferecer seu apoio incondicional a ele.


 


Harry ouviu o relato de sua miserável vida através dos lábios dos dois deuses, o que acontecera desde o momento em que ele fora deixado na casa dos Dursley’s, os anos de sofrimento e felicidade em Hogwarts, as aventuras que ele e os dois melhores amigos haviam enfrentado, bem como as mortes terríveis de Cedrico e de Sirius.


 


Harry e Sarah estavam completamente absorvidos no relato que ambos os deuses se alternavam para fazer, a morena pensava e analisava as informações que ela já conhecia e que estavam sendo ditas por outras pessoas além de Harry, já o moreno de olhos verdes apenas deixava sua mente vagar pelas lembranças que Hades e Baha citavam.


 


- Quando iniciou seu sexto ano, Harry finalmente começou a ser preparado para poder enfrentar Voldemort e passou a receber os mais diversos treinamentos, mas no final acabou não adiantando, pois Voldemort atacou brutalmente Hogwarts onde praticamente todos os alunos foram mortos. – o moreno ouviu Baha dizer com a voz soando mais intensa e fria do que o normal. – Harry fez o possível para poder derrotar Voldemort, mas o bruxo das trevas possuía muitos anos de pratica e treinamento em magia, seu poder era bastante superior ao de Harry, sem contar que ele também já havia perdido a vontade de lutar, pois todas as pessoas que ele realmente amava estavam mortas.


 


- Foi então que nós entramos, logo depois de Voldemort exterminar o castelo de Hogwarts e Harry ter sido morto a alma dele foi para o mundo dos mortos onde eu e Baha o interceptamos e fizemos a proposta a ele. – eles ouviram Hades comentar tomando a palavra, a deusa ao lado nem mesmo se importou com o fato. – Quando ele aceitou, nós destruímos e apagamos a existência dele daquele mundo, desviamos a linha temporal até a data em que Voldemort atacou Godric’s Hollow e fizemos com que vocês não estivessem em casa, então criamos uma nova zona temporal.


 


Harry ficou olhando para Lílian e Tiago, ambos permaneceram em completo silêncio logo após os deuses terminarem as narrativas, o moreno observou como cada um dos dois parecia estar imerso em seus próprios pensamentos, provavelmente tentando fazer com que aquelas informações entrassem em suas mentes.


 


- Porque vocês nos contaram isso? – perguntou Lílian depois de permanecer quase cinco minutos em completo silêncio.


 


- Para que vocês possam compreender melhor o filho de vocês. – Baha respondeu como se aquilo fosse óbvio. – A guerra está prestes a terminar, seja para um lado ou para o outro, mas tudo depende do que Harry pretende fazer.


 


- Como assim? – perguntou Lílian olhando confusa para a deusa, não havia entendido muito bem a afirmação da mesma.


 


- Vocês saberão no momento certo. – disse Baha em tom firme deixando claro que não falaria a respeito daquilo.


 


- Acho que está na nossa hora Baha. – a voz de Hades estava clara e objetiva fazendo a deusa olhá-lo com mais intensidade que o normal.


 


- Acho que deveria se juntar a nós Harry. – a voz de Baha soou calma e decidida ignorando propositalmente o comentário de Hades.


 


Lílian e Tiago quase pularam de surpresa com a afirmação da deusa, mas o casal ficou ainda mais surpreso quando a deusa olhou para o lado esquerdo deles e quando os dois seguiram o olhar da deusa encontraram a figura de Harry saindo das sombras.


 


O moreno de olhos verdes havia observado a troca de palavras entre os deuses e seus pais, mas algo dentro dele estava lutando desesperadamente contra a verdade que se instalara naquele local, agora seus pais sabiam exatamente quem e o que ele era.


 


- Vocês não deveriam ter contado a eles. – disse Harry friamente olhando para os deuses com uma acusação velada nos olhos.


 


- Você também queria que seus pais ficassem sabendo, Harry. – Baha acusou em tom calmo de voz olhando para o moreno.


 


- Sim, mas não poderia ter esperado a guerra acabar para falar disso? – perguntou Harry olhando para a deusa como se ela fosse um inimigo.


 


- O futuro é incerto e você sabe disso, tanto você como Voldemort podem vencer. – declarou Baha não se importando com o olhar frio e levemente selvagem que o moreno tinha, em seguida Baha olhou novamente para o lugar de onde o moreno havia aparecido. – Porque não se junta a nós Senhorita Connor?


 


No momento seguinte Sarah também surgia das sombras e aparecia diante deles com o semblante tão impassível e frio que nem mesmo os deuses puderam dizer nada do que se passava na mente da garota, que postou-se ao lado de Harry.


 


- Eles saberem ou não a verdade não vai mudar o destino dessa guerra. – disse Harry em tom baixo e grave olhando para Baha.


 


- Não, não vai, mas pelo menos agora você não precisa ficar se preocupando com esse detalhe. – disse Baha calmamente. – Eu sei que você estava se sentindo culpado por ter resolvido contar a verdade para Sarah do que para um de seus pais.


 


- Não seria justo contar para um e deixar o outro no escuro. – disse Harry simplesmente sem se virar para os pais.


 


- Por isso eu resolvi poupá-lo desse fardo, Harry. – disse a deusa antes de se aproximar do moreno e inclinar-se beijando delicadamente a bochecha esquerda do garoto. – Agora você pode se concentrar nas batalhas que estão por vir.


 


- Sabe Potter, tenho de admitir que você tem muito bom gosto para escolher uma companheira. – Hades falou enquanto observava Sarah de cima a baixo como se estivesse avaliando-a, em seguida ele aproximou-se e estava para inclinar-se para próximo da morena quando um rosnado ameaçador soou na sala fazendo o deus recuar instintivamente embora em seu rosto uma careta divertida surgisse enquanto ele observava o moreno.


 


Harry nem mesmo tentou entender de onde vinha todo aquele poder que parecia querer rasgar-lhe a alma e se libertar, mas concentrou-se apenas na figura de Hades que havia tentado encostar em Sarah, ninguém jamais a tocaria daquela maneira e sobreviveria para contar a história, nem mesmo se essa pessoa fosse um maldito deus.


 


- Se tocar nela eu faço picadinho de deus. – a voz de Harry soava agressiva e brutal enquanto se colocava em frente a Sarah encarando Hades de maneira direta e firme sem se preocupar com o óbvio poder que o outro tinha.


 


- Você sabe quem eu sou e mesmo assim me desafia Potter? – a pergunta de Hades era levemente divertida, ele sabia que o garoto tinha um potencial gigantesco para a magia, mas ainda não passava de um pequeno inseto. – Então me diga o que um mero bruxo como você poderia fazer contra um deus como eu? Você já sabe o que é não sabe Potter? Mas ainda falta muito chão para que isso possa acontecer.


 


- Você pode se surpreender Hades, eu jamais vou ser um deus como você, mas não porque não tenho poder suficiente... – a voz de Harry estava sombria e maligna enquanto ele falava e encarava o deus diretamente nos olhos, Hades viu os olhos verdes escurecerem brutalmente enquanto o moreno falava, então um lampejo prateado atravessou a escuridão dos olhos negros. – Você já deveria saber que eu estou mais para um demônio, Hades.


 


Hades ficou extremamente sério ao ver o poder escuro e maligno arranhando a superfície querendo ser libertada, ele sabia que Baha ao seu lado também podia observar e ver o que se passava dentro da alma do moreno a frente deles.


 


- Seu poder está aumentando muito rapidamente Harry, em breve você estará pronto. – disse Baha em tom longínquo e enigmático enquanto se colocava ao lado de Hades, em seguida a deusa curvou-se levemente e sussurrou para o moreno. – Porque você não leva seus pais junto com seus amigos para visitarem as sedes do Panteão, pode ser interessante e uma boa oportunidade deles conhecerem o que você está fazendo pelas pessoas.


 


- Agora nós devemos ir. – Hades disse em tom frio olhando para o moreno com um sorriso levemente contente nos lábios.


 


- Até mais Harry. – disse Baha com um pequeno sorriso nos lábios antes de simplesmente desaparecer no ar, sendo seguido quase imediatamente por Hades.


 


Harry ficou parado e em completo silêncio depois do que ouvira Baha lhe dizer, sabia que mesmo Baha tendo praticamente sussurrado que seus pais e Sarah haviam ouvido claramente o que a deusa havia dito.


 


- O que ela quis dizer com nos levar junto com seus amigos para que possamos conhecer as sedes do Panteão? - perguntou Lílian com curiosidade e evitando tocar no primeiro e mais importante assunto, afinal aquilo era um pouco mais delicado.


 


- Hoje eu vou levar Sarah, meus irmãos e meus amigos para que eles possam conhecer todas as faces dessa guerra, quero que eles saibam exatamente o que nós e os outros estamos fazendo. – disse Harry com a voz completamente sem nenhuma emoção, o que deixou Sarah levemente preocupada com o garoto de olhos verdes.


 


- Você nem mesmo iria nos avisar, não é mesmo? – questionou Tiago com a voz soando levemente estranha.


 


- Não, não iria. – respondeu o moreno de olhos verdes com calma. – Não era realmente necessário que vocês soubessem sobre a nossa saída.


 


- Vocês são nossos filhos. – disse Lílian com a voz levemente embargada e Harry notou que ela o incluíra na frase, o que o fez mentalmente respirar com um pouco mais de alívio, pois pelo menos ela não o estava desprezando por ele não ser realmente o filho deles. – Nós somos os pais de vocês e temos o direito de saber o que acontece com vocês.


 


- Hugo e Samantha estariam bem, eu os protegeria com minha vida caso fosse necessário. – respondeu Harry com a voz impassível.


 


- Mas e a sua segurança? – questionou Tiago olhando preocupado para o filho que continuou olhando para os dois adultos.


 


- Agora vocês sabem quem eu realmente sou e o quanto eu posso ser poderoso... – começou Harry com a voz ainda sem emitir nem mesmo um pingo de emoção, em seguida Harry olhou diretamente nos olhos castanhos de seu pai antes de sussurrar. – Não há ninguém nesse mundo ou em qualquer outro que possa me matar além de Voldemort.


 


- Isso é o que aquela profecia diz, mas profecias podem estar equivocadas. – disse Lílian em tom suave enquanto mirava o filho mais velho.


 


- Essa não está. – murmurou Harry em tom vago enquanto demonstrava algo além da impassibilidade de antes.


 


- Sobre sua vida... – começou Tiago em um tom entre preocupado, arrependido e levemente curioso, mas Harry simplesmente o cortou.


 


- Esse não é o momento para termos essa conversa, vocês acabaram de descobrir sobre isso e portanto ainda precisam pensar por um tempo, se vocês quiserem nos acompanhar é melhor se apressarem porque assim que chegarmos a Sala Precisa iremos partir. – disse Harry rapidamente logo depois de ter cortado a fala de seu pai, sabia exatamente o que iria vir naquele momento e não sabia se já estava pronto para aquilo.


 


- Nós vamos com vocês. – disse Lílian antes que o marido pudesse sequer pensar em retrucar o filho mais velho.


 


- Ótimo, então nos sigam. – disse Harry olhando brevemente para Sarah que apenas assentiu com a cabeça antes de acompanhar o namorado para fora da sala de poções, Lílian e Tiago os seguiram logo depois.


 


Enquanto atravessavam os corredores do castelo em direção a Sala Precisa, Harry tinha os pensamentos completamente centrados no que havia acabado de acontecer dentro da sala onde sua mãe dava aula e o moreno sabia exatamente o que aquilo poderia significar tanto para ele como para seus próprios pais, afinal de contas eles deveriam estar com os pensamentos a mais de mil por hora naquele exato momento.


 


Harry nem mesmo sabia porque Baha sugerira que ele levasse seus pais para o passeio que ele pretendia fazer com os amigos onde ele queria mostrar para eles o que a guerra realmente fazia com o mundo e seu povo.


 


Sarah também encontrava-se perdida em pensamentos enquanto se encaminhavam para a Sala Precisa, mas diferente dos outros ela pelo menos sabia mais ou menos o que o moreno de olhos verdes pretendia mostrar para eles, afinal ela vivera durante muito tempo em um orfanato e sabia muito bem como o mundo poderia ser cruel.


 


Já Lílian e Tiago tinham os pensamentos em polvorosa em suas mentes, as palavras dos dois deuses que haviam surgido na sala de poções ainda queimavam a mente de ambos, as explicações que Baha havia lhes dado eram ainda um pouco confusas e mesmo que os dois professores quisessem realmente acreditar no que haviam ouvido, a mente ainda se recusava a acreditar que realmente poderiam existir outros “mundos”.


 


Nesse meio tempo em que os quatros caminhavam silenciosos pelos corredores do castelo eles chegaram no corredor do sétimo andar e imediatamente o moreno de olhos verdes tomou a dianteira e encaminhou-se até onde ficava a entrada da Sala Precisa e passou em frente a ela durante três vezes fazendo uma porta surgir a frente do moreno que não se fez de rogado e imediatamente abriu e entrou na Sala Precisa sendo seguido por Sarah e pelos pais.


 


- Até que enfim Potter... – a voz de Draco morreu no instante em que ele se virou para a entrada da Sala Precisa e viu Lílian e Tiago Potter entrando junto ao moreno de olhos verdes e de Sarah, que naquele momento fechava a porta da entrada.


 


- Eles vão conosco. – disse Harry em tom frio e neutro enquanto se encaminhava para o outro lado da sala.


 


Lílian e Tiago olhavam completamente embasbacados para os adolescentes que estavam dentro da Sala Precisa, não que estivessem surpresos por ver cada um deles ali dentro, afinal sabiam que eles eram amigos de Harry, o que deixou o casal em completo assombro foram as roupas que esses mesmos adolescentes estavam usando.


 


Cada um deles estava usando um sobretudo completamente negro com um capuz pendurado para as costas, cada um dos sobretudos tinha apenas o diferencial dos animais que estavam impressos nas costas dos mesmos.


 


Lílian e Tiago lembravam-se muito bem dos relatos de Sirius e das fotos que haviam saído nos jornais sobre os guerreiros que estavam acompanhando Azrael quando eles defenderam e tomaram a Grécia como território.


 


A revelação foi como uma pancada no estômago em Lílian e Tiago, embora a ruiva estivesse suspeitando de que provavelmente seus filhos estivessem realmente envolvidos naquela guerra, jamais poderia supor que eles seriam os guerreiros que estiveram na frente de batalha lutando contra os Cavaleiros das Trevas.


 


- Mamãe. Pai. – sussurrou Samantha baixinho antes de se aproximar de ambos e os abraçar rapidamente, Hugo também se aproximou e abraçou os pais, afinal agora eles não precisariam mais esconder aquilo deles.


 


- Sam, Hugo, o que... – começou Lílian em tom curioso enquanto olhava brandamente para o casal de filhos gêmeos.


 


- Perguntas depois. – rosnou Harry quando percebeu que os pais iriam começar a questionar o que haviam acabado de descobrir.


 


O moreno de olhos verdes estava segurando um livro velho e enrugado quando se aproximou de onde os pais estavam, Harry fez um sinal para os outros amigos que se aproximaram rapidamente de onde o garoto estava.


 


- Essa chave de portal vai nos tirar daqui de Hogwarts, portanto segurem nela. – disse Harry friamente enquanto sentia Sarah ficar ao seu lado.


 


Cada um dos adolescentes levou a mão e segurou em uma parte do velho livro que o moreno de olhos verdes estava segurando, Lílian e Tiago foram os últimos a segurarem em uma das pontas do livro, quando todos estavam com as mãos colocadas no livro Harry murmurou algo que nenhum dos outros foi capaz de ouvir e então o livro começou a emanar um brilho levemente esverdeado antes de englobar todos ao redor e no momento seguinte simplesmente desaparecer de dentro da Sala Precisa ultrapassando as defesas do castelo como se elas não fossem nada.


======


 


 


Um grupo de doze pessoas apareceu do nada juntamente com um brilho esverdeado dentro de uma casa que parecia abandonada naquele momento, nenhuma daquelas pessoas sentiu os enjôos e tonturas que a maioria dos bruxos sente quando viaja através de chave de portal, embora nenhum deles tenha dado realmente atenção para aquilo.


 


A casa encontrava-se uma verdadeira bagunça, os móveis estavam completamente quebradas e espalhados, as poucas peças de mobília que ainda estavam intactas encontravam-se espalhadas por todos os lados, aquilo não parecia o lar de ninguém, mas todos eles foram capazes de perceber a pessoa nos fundos da sala que os olhava completamente assustado e com os olhos arregalados, nenhum deles precisou sequer pensar muito para perceber que se tratava de um trouxa e pelas roupas também viram que ele não possuía muito dinheiro.


 


- Antes de sairmos quero que vocês coloquem os capuzes de seus sobretudos. – disse Harry em tom firme voltando seus olhos para os amigos e ignorando o trouxa por alguns instantes, o moreno observou como seus amigos faziam o que ele dizia e em seguida percebeu algo que os deixaria reconhecíveis e então suspirou. – Utilizem um feitiço para ocultar os animais que estão impressos em suas costas, afinal de contas não vamos querer ser reconhecidos por qualquer um não é mesmo? Vocês dois vão precisar de capuzes e sobretudos também.


 


- Porque? – perguntou Tiago surpreso pelo que o filho dissera.


 


- Porque todo o mundo conhece os rostos de vocês dois. – disse Harry em tom simples e frio antes de apontar sua mão em direção aos pais e murmurar um feitiço d transfiguração que imediatamente alterou as vestes bruxas que Lílian e Tiago estavam utilizando, os capuzes eram largos e quando ambos os colocaram na cabeça cobriu totalmente o rosto de ambos, em seguida o moreno voltou-se para os amigos e percebeu que eles já haviam feito o que ele havia pedido, então Harry virou-se para o trouxa que ainda estava paralisado pela surpresa com o que estava observando e apontou a mão direita para ele. - Obliviate. – sussurrou Harry apontando sua mão direita para o trouxa que não teve nem tempo de reação e foi atingido pelo feitiço de memória, imediatamente seus olhos ficaram desfocados e sem vida. – Vamos antes que ele recupere a consciência.


 


Assim que eles saíram da casa e olharam em volta perceberam que aquele não era um bom local para se viver, o céu encontrava-se completamente cinzento e frio, embora não parecesse que estivesse prestes a chover, o tempo ali parecia realmente melancólico e triste, era como se o local não visse o sol a muitos anos.


 


- Me sigam. – disse Harry e começou a andar em direção a uma rua movimentada que parecia mais uma cena de algum filme antigo.


 


Muitas pessoas caminhavam apressadamente pela rua entrando em prédios mal cuidados e desbotados, a rua estava completamente suja e cheia de lixos, muitos mendigos e maltrapilhos estavam sentados ou deitados encostados as paredes dos prédios e em cima das calçadas, todos eles estavam pedindo esmolas para as pessoas mal-vestidas que atravessavam as ruas a passos rápidos, provavelmente indo ou voltando do trabalho.


 


Havia muitas crianças sujas de terra e cinzas que corriam pela rua suja, dos dois lados da rua havia algumas barraquinhas e alguns outros tipos de lojas que vendiam as coisas mais corriqueiras e habituais até as mais frias e sinistras, desde simples sanduíches e livros de feitiços, até as poções e livros de magia negra.


 


- Onde nós estamos exatamente? - perguntou Samantha olhando com um pouco de nojo e pena para aquelas pessoas.


 


- Em uma cidade do interior do País de Gales. – respondeu Harry em tom vagamente furioso com o que estava vendo a sua frente, mesmo que ele já tivesse presenciado aquelas cenas através da mente de seus clones, era sempre um choque presenciar aquilo novamente. – Estamos em território do que até dois dias atrás era o Império da Luz, agora esse lugar pertence ao Panteão, as mudanças começarão a acontecer nos próximos dias, mas primeiro precisávamos tomar posse das sedes do Império e acabar com os espiões que estavam infiltrados. Foi por esse motivo que pedi para vocês utilizarem os sobretudos com os capuzes, qualquer um poderia nos reconhecer.


 


Nenhum dos amigos do moreno de olhos verdes entendeu exatamente o motivo de toda aquela cautela por parte dele, mas mesmo assim seguiram as ordens dele, afinal ele era o líder deles e haviam jurado obedecê-lo.


 


Eles passaram por uma casa levemente abandonada, a porta encontrava-se aberta e eles puderam ver algumas pessoas tossindo e espirrando muito, alguns possuíam feridas pelo rosto e corpo, outros pareciam estar tremendo muito enquanto suavam abundantemente, havia alguém vestido de branco no interior da casa, a pessoa estava usando uma mascara que cobria totalmente o rosto dela, eles deduziram que aquela pessoa fosse o medico da região, somente não entendiam o motivo daquela casa estar servindo de hospital.


 


- Malária e Hanseníase. – disse Harry em tom frio e impassível enquanto traduzia as perguntas mudas no rosto dos amigos.


 


- O que é hanseníase? – perguntou Gina com a sobrancelha arqueada, nunca havia ouvido falar daquela doença antes.


 


- Hanseníase é também popularmente chamada de Lepra. – adiantou-se Hermione antes que o moreno de olhos verdes pudesse sequer abrir a boca, o que fez os outros revirarem os olhos de maneira entediada, embora Harry e Lílian ocultassem sorrisos nos lábios. – É transmitida pelo Mycobacterium leprae, ele é um bacilo que se aloja preferencialmente na pele da pessoa, periferia nervosa e vias aéreas superioras. O principal sintoma são manchas insensíveis e sem pigmentação na pele, em casos muito graves, as lesões e nódulos levam a deformidades e leves mutilações. A cura é um pouco complicada e difícil, com um tratamento ambulatorial complexo e demorado, em que se utilizam diversas poções diferentes.


 


- Muito bem Hermione. – disse Harry sorrindo levemente com o canto dos lábios, embora não fosse possível de observar já que ele encontrava-se com o capuz do sobretudo tampando seu rosto. – Já a Malária é transmitida através da picada de um mosquito, o doente acaba tendo febre, calafrios e suores. Se a doença não for tratada a tempo, pode provocar insuficiência renal, encefalite e por fim o coma profundo.


 


- Sim, mas ambas as doenças tem cura. – disse Neville olhando chocado e enojado para aquela situação.


 


- Essa cidade parece um local onde as coisas mais básicas como medicamentos são realmente a prioridade das pessoas? – perguntou Harry com a voz soando levemente despreocupada, mas Sarah percebeu a raiva que ele sentia naquele momento. – Em cidades como essa, muitas famílias passam fome e precisam tomar medidas drásticas para poderem alimentar os filhos e continuarem sobrevivendo.


 


- Que medidas? – perguntou Samantha não acreditando no que os seus olhos estavam vendo, aquela cidade mais parecia o inferno.


 


- Algumas mulheres vendem os próprios corpos para poderem conseguir um pouco de comida para os filhos, além de drogas para elas próprias. Outros pegam dinheiro emprestado com os agiotas para poderem se alimentar, assim como os vícios que possuem com jogos, drogas e álcool, dando como garantia a vida dos próprios filhos. – disse Harry em tom impassível enquanto continuavam caminhando pelas ruas daquela cidade que parecia mais arruinada e abandonada em cada quarteirão que eles passavam. – Muitos pais vendem os corpos dos filhos para agiotas para terem um pouco de dinheiro. Meninas e meninos de pouco mais de sete ou oito anos são vendidos como prostitutas para aqueles que podem pagar, aqui a virgindade de uma garota vale algum dinheiro e por isso os pais vendem as filhas.


 


- Isso é repugnante. – disse Lílian escondendo as lágrimas enquanto olhava para aquele local, ela já estivera nos campos de batalha, mas nunca antes havia presenciado aquele tipo de coisa, afinal já fazia algum tempo que ela encontrava-se trabalhando apenas em Hogwarts e antes disso ela havia trabalhado no St. Mungus como curandeira e Cavaleira da Luz.


 


- As doenças são bastante comuns nessas cidades, as pessoas morrem diariamente de todos os tipos de infecções, desde o Tétano, Febre Amarela, mas principalmente por causa de Verminoses e de doenças sexualmente transmissíveis. – disse Harry quando passaram em frente a uma espécie de vale enorme que ocupava quase o tamanho de um campo de quadribol. – Aqui é onde eles enterram os corpos daqueles que morreram por causa das doenças, afinal não querem que elas sejam transmitidas para os outros, como a prostituição é algo banal e comum nessas cidades mais pobres as pessoas morrem por causa de doenças como a Aids e outras, afinal utilizar poções protetores ou mesmo as antigas camisinhas bruxas é bastante custoso.


 


Por onde eles passavam os mendigos e pedintes imploravam por esmolas, por qualquer moeda que eles pudessem dar, em todo o caminho os amigos do moreno davam uma ou outra moeda para os mendigos, mas Harry sabia que aquilo não adiantava de nada, afinal provavelmente esses mesmos mendigos iriam comprar rogas e bebidas com o dinheiro, mas também não reclamava e não impedia que os amigos doassem as moedas.


 


Eles viraram em uma rua a esquerda que parecia mais escura e sombria, o moreno nem mesmo precisava olhar ou se concentrar para saber que ali era uma espécie de território de gangues, enquanto atravessavam as ruas estavam chamando a atenção das pessoas que ficavam olhando para eles, afinal as vestes eram diferentes daquelas que as pessoas utilizavam naquela cidade, a maioria das pessoas utilizava roupas velhas e esfarrapadas, embora houvessem alguns poucos que vestiam roupas mais finas.


 


Quando eles estavam na metade da rua, um grupo de cerca de vinte rapazes saiu das sombras cercando Harry e os amigos, os rapazes riam alto e não tinham uma cara muito amigável, os rapazes se aproximaram vagarosamente do moreno e os amigos quando um deles se destacou na frente, ele parecia ser o líder do grupo.


 


- Olha só o que nós temos aqui, parece que pescamos alguns bacaninhas. – disse o rapaz com aparência de ser um viciado em alguma droga, pela maneira como os olhos dele estavam levemente injetados e vermelhos Harry soube que ele encontrava-se completamente chapado, assim como todos os outros rapazes.


 


- Ei Joe, tem algumas garotas no grupo... – disse um outro rapaz aproximando-se vagarosamente enquanto olhava de maneira lasciva para Sarah, os outros também estavam observando as meninas fazendo com que os respectivos namorados sentissem uma sede de sangue pela cabeça daqueles imbecis.


 


- Ei lindinha, porque você não tira essa sua roupa para que possamos nos divertir um pouco? – perguntou o cara chamado Joe olhando para Samantha que rangeu os dentes enquanto dava um passo para trás olhando com repugnância para o cara a sua frente. – Ah, não faz assim não meu bem, eu tenho muito dinheiro e posso pagar pelos seus serviços.


 


- Eu não faço serviços, bastardo. – grunhiu Samantha com asco enquanto pensava em lançar uma maldição da morte no desgraçado.


 


- Então nós vamos tomar a força mesmo. – disse o tal Joe com um sorriso presunçoso nos lábios ignorando completamente os homens que estavam junto com as garotas. – Vocês são em seis garotas, aposto que vamos nos divertir muito...


 


- Com certeza. – grunhiu Samantha e no momento em que o tal Joe deu um passo em direção dela, Sam simplesmente ergueu sua mão direita em que ela estava segurando a varinha e lançou um feitiço de extinção que acertou o peito do líder do grupo de rapazes, o mesmo foi pego de surpresa e recebeu o feitiço diretamente sendo brutalmente jogado para trás enquanto o sangue espirrava de seu peito onde o feitiço o havia atingido, antes mesmo de Joe cair ao chão ele já se encontrava morto. – Mais alguém está interessado em mim?


 


Os outros rapazes olharam indecisos entre si antes de darem a volta e começarem a correr rapidamente, mas Harry já havia se adiantado e segurado um deles pelo pescoço, o mesmo bastardo que estivera olhando de maneira lasciva para Sarah.


 


O moreno levantou o homem pelo pescoço com uma facilidade incrível, o cara era loiro e naquele momento tinha os olhos arregalados em choque, mas no momento seguinte o moreno apertou o pescoço do loiro com força até que todos puderam ouvir um estalo seco e forte, em seguida Harry soltou o homem que desabou inerte no chão.


 


Harry nem mesmo precisou olhar para saber que Draco, Rony, Neville e Hugo haviam interceptado quatro outros rapazes, todos eles estiveram praticamente babando em cima de suas respectivas namoradas, no final seis dos vinte rapazes que os haviam cercado encontravam-se mortos no chão da rua, o moreno observou a expressão levemente chocada de seus pais quando observaram o que eles haviam feito, mas não se importou.


 


- Vamos continuar. – disse Harry começando a caminhar como se nada tivesse acontecido, logo os outros o estavam seguindo.


 


Depois de andarem mais alguns metros avistaram um estabelecimento maior do que qualquer outro que eles já tenham visto até aquele momento, era também o local mais limpo e bem estruturado daquela cidade, muitas pessoas estavam entrando e saindo do estabelecimento, a maioria das pessoas que saíam estavam completamente bêbadas e eram jogadas através da porta, o local era claramente uma espécie de bar.


 


- Esse lugar é uma taberna, talvez o local mais próspero da cidade... – murmurou Harry quando eles pararam do outro lado da rua e puderam observar claramente o local, aquela conclusão era bastante obvia visto que eles podiam sentir o cheiro de cerveja e de bebida forte de onde estavam. – Não sei se vocês sabem, mas dentro do que era o antigo Império da Luz existiam muitas pessoas consideradas mercadorias...


 


- Não existem escravos no Império da Luz. – exclamou Tiago respirando forçadamente e esquecendo-se momentaneamente que não existia mais um Império da Luz.


 


- Eu nunca disse que existiam escravos, falei que existiam pessoas que são consideradas como mercadorias, é um pouco diferente. – retrucou Harry com a voz calma enquanto continuava a olhar para a taberna. – Dentro desse local, por exemplo, existem três garotas de aproximadamente vinte anos que são obrigadas a trabalhar para o dono, porque pediram uma soma muito grande em dinheiro emprestado para ele, elas trabalhavam na taberna para poderem pagar a dívida que possuem com ele. Se você deve muito dinheiro para alguém e não pode pagar a ele, então você é obrigado a trabalhar para essa pessoa até que você quite sua dívida, embora dificilmente essa mesma dívida seja paga uma vez que você faz cada vez mais dívidas com comida e moradia que o seu patrão lhe oferece, é uma espécie de círculo vicioso que nunca irá terminar.


 


- Em outras palavras, essas garotas são escravas do dono da taberna. – exclamou Sarah com a voz fria e debochada, afinal ela já vivera em um país onde as coisas eram exatamente daquela maneira, o mais fraco sempre era pisoteado.


 


- Mas e os Cavaleiros da Luz que fazem a segurança da cidade? – perguntou Samantha ainda espantada por causa daquela constatação.


 


- Eles fazem vista grossa desde que recebam uma pequena contribuição semanal que preenchem seus bolsos. – explicou Harry em tom levemente frio e despreocupado. – Vamos ir para aquele beco e então aparataremos, pois a viagem apenas começou.


 


Depois de dizer isso o moreno dirigiu-se para um beco escuro e foi seguido pelos outros, chegando ao local ele pediu que todos descem as mãos e depois que eles fizeram isso, o moreno de olhos verdes segurou nos ombros de Sarah e no momento seguinte um barulho seco foi ouvido enquanto eles desapareciam.


======


 


 


O grupo apareceu no alto de uma colina, primeiramente eles ficaram confusos com o local em que haviam surgido, mas acabaram sendo atraídos pela bela paisagem que se encontrava a frente deles, o sol estava alto naquele momento, o que deixou claro para os bruxos que estavam acompanhando o moreno de olhos verdes que eles não se encontravam mais próximos da Inglaterra, provavelmente estavam no outro lado do mundo.


 


Abaixo deles havia uma espécie de vale extremamente fértil onde parecia reinar uma paz absoluta e calma, havia algumas casas espalhadas pelos terrenos e pelo que os bruxos podiam observar, aquela era uma pequena cidade, embora pelo número de casas eles pudessem perceber que muitas pessoas moravam naquele local.


 


Havia crianças correndo e brincando por todos os lados da vila, todas elas riam e gritavam excitadas e completamente felizes, aquela era uma realidade completamente oposta da cidade pela qual eles haviam acabado de passar.


 


Harry ficou apenas observando a expressão dos amigos e dos pais que observavam praticamente embevecidos para o vale abaixo deles.


 


- É lindo, não é mesmo? – perguntou o moreno com frieza atraindo a atenção dos outros onze bruxos para ele.


 


- Sim, é muito bonito. – concordou Hermione com a voz baixinha e reverente enquanto voltava a observar o vale.


 


- Onde nós estamos, Harry? – perguntou Luna em voz baixa e calma enquanto também voltava a observar as crianças brincando.


 


- No Brasil. – respondeu o moreno de olhos verdes e viu imediatamente o choque no semblante dos que o estavam acompanhando, quase sorriu com aquilo. – Estamos na América do Sul, território controlado por Voldemort.


 


- Mas... – gaguejou Hermione surpresa assim como os outros, jamais poderiam imaginar que um dos territórios de Voldemort pudesse ser tão pacífico e calmo, ali não havia guerra e nem ameaça de nada e nem ninguém, não havia fome e ninguém parecia nem mesmo remotamente doente, aquilo era simplesmente diferente de tudo o que qualquer um deles pudesse ter sequer imaginado encontrar nos territórios inimigos.


 


- Como conseguiu ultrapassar as barreiras de proteção do Lorde Negro? – perguntou Tiago surpreso com aquilo.


 


- Eu não ultrapassei as barreiras que Voldemort impôs em todo o seu território, apenas contornei as proteções. – disse Harry em tom calmo e neutro. – É obvio que fazer isso transportando um exército seria bem mais trabalhoso e praticamente impossível de se fazer.


 


- Como pode esse paraíso ser um dos territórios de Voldemort? – perguntou Hugo olhando abismado para o vale abaixo deles, ainda não havia entrado completamente aquela informação na mente do garoto.


 


- Voldemort iludiu seus comensais e suas famílias com um mundo perfeito e pacífico como o que vocês estão observando nesse momento. – começou Harry em tom baixo e frio, sabia que não precisava levantar a voz, pois todos os que o acompanhavam estariam prestando absoluta atenção nele. – Cada país que ele conquistou ou que se aliou a causa dele possui um lugar como o que vocês estão vendo nesse momento, lugares onde as famílias de seus guerreiros vivem em paz e harmonia, onde os futuros comensais dele são formados e treinados, todos eles acreditando na purificação do mundo, um mundo onde apenas os bruxos viveriam e seriam absolutos.


 


- Mas isso é apenas um sonho. – murmurou Neville em tom sério enquanto observava duas crianças jogando bola.


 


- Sim, apenas um sonho. – concordou Harry ainda em tom impassível e neutro. – Mas muitas pessoas estão mais do que dispostas a lutar por um sonho como esse, um mundo onde suas famílias poderiam viver em paz, um local onde não haveriam guerras e nem mortes, esse vale é um verdadeiro paraíso na terra. Um paraíso falso com o qual Voldemort ilude seus guerreiros, um sonho pelo qual ele consegue aliciar cada vez mais bruxos para seu lado, é dessa maneira que ele consegue tantos espiões em todos os países... É óbvio que todo o restante do Brasil não é nem um pouco parecido com o que vocês estão vendo aqui, existem cidades ainda piores das que vocês viram agora pouco, lugares onde os trouxas são tratados piores do que se fossem escravos, cidades inteiras que já não possuem mais esperança de salvação. Assim como o Império da Luz também possui alguns lugares como esse vale que vocês estão observando nesse momento, dessa maneira os dois lados mantinham seus guerreiros fiéis e lutando por uma única causa.


 


- Você está querendo nos mostrar o que exatamente, Harry? – perguntou Sarah assim que o moreno terminou de explicar, a morena encarava o moreno diretamente onde ela sabia que encontravam-se os olhos verdes do garoto. – Nos dar um choque para o que está acontecendo com esse mundo? Nos mostrar que os maus nem sempre são tão ruins e que eles possuem um outro lado? Nos mostrar que existe tanto o paraíso quanto o inferno tanto nos nossos territórios como nas linhas inimigas? O que exatamente você quer dizer?


 


- Quero que vocês entendam que em uma guerra existem muitas facetas, não existe apenas o caos ou a ordem. – respondeu Harry em tom calmo e levemente satisfeito por ter sido Sarah quem o questionara diretamente. – A guerra sempre favorece algumas pessoas e causa sofrimento e dor em outras, não importa qual o lado em que você esteja, sempre existem os prol’s e os contras. Querem saber porque eu estou mostrando essas coisas para vocês, esses lugares, tanto os que pertenciam ao Império da Luz como os que são território de Voldemort?


 


- É claro que queremos saber. – retrucou Draco rispidamente enquanto olhava com um pouco de raiva para a vila abaixo, afinal aquilo não passava de uma mera ilusão para os pobres servos do Lorde das Trevas.


 


- O mundo é muito grande Draco, os territórios são extensos e vastos, mas a humanidade foi completamente corrompida e os humanos estão cheios de vícios e debilidades, a guerra transformou as pessoas de tal maneira que dificilmente irão se recuperar novamente, vai demorar muito tempo para que a paz possa reinar novamente no mundo, tanto no bruxo como no trouxa. Eu vou matar Voldemort, não importa o quanto isso me custe, o Lorde das Trevas deve morrer de uma maneira ou de outra, por isso eu irei até as ultimas conseqüências e sei que irei derrotá-lo. - disse Harry com uma voz um pouco diferente do normal, parecia mais imperiosa e fria, dominadora e ao mesmo tempo calmante. Por um instante o moreno ficou em silêncio enquanto se lembrava do que vinha tomando conhecimento nos últimos dias, ainda era um pouco difícil de acreditar que ele realmente podia descender de um deus, mas quanto mais pensava naquilo, menos aquela informação se tornava importante, afinal não era imortal e não se tornaria diferente por ser quem era, por isso vagarosamente deixava aquela informação de lado, embora se esforçasse ao máximo para superar logo seus limites e poder destruir Voldemort de uma vez por todas. – Como vocês sabem, eu possuo muitos guerreiros sob meu comando, principalmente agora que o Império da Luz está sendo reestruturado e modificado conforme as necessidades da guerra, mas por mais que eu tenha tantos soldados poderosos e pessoas bem intencionadas, não é possível vigiar todos os países do mundo ao mesmo tempo, principalmente enquanto essa guerra ainda não acabar, mas mesmo depois que ela chegar ao fim será muito complicado para manter tudo sob controle. As pessoas do mundo inteiro são gananciosas por natureza, mesmo aquelas que fazem parte do Panteão querem mais, todos querem subir na vida e possuírem mais do que já tem. A corrupção e o domínio do mais forte sobre o mais fraco são algumas coisas que sempre irão existir no mundo, não importa o que aconteça, isso vem desde a nossa criação e nunca poderá ser erradicada. Mesmo se eu vencer Voldemort, ainda haverão muitos bruxos querendo sobrepujar o poder, cada um mais ganancioso do que o outro, a humanidade já está corrompida e nunca mudará, faz parte de nossa natureza sermos assim.


 


- E o que podemos fazer para mudar isso? – perguntou Rony um pouco alterado com o que havia acabado de ouvir, secretamente concordava com o moreno de olhos verdes, afinal todo mundo sempre desejava algo a mais, por menor que essa coisa fosse. – Não podemos simplesmente destruir tudo para depois reconstruir...


 


- Eu não disse que deveríamos fazer algo assim, Ronald. – murmurou Harry em tom vago e longínquo, algo que lembrou aos pais do moreno e a Sarah a voz da Deusa Baha. – Eu mostrei o mundo como ele realmente é para vocês perceberem que nem tudo é como os jornais e os meios de comunicação nos mostram enquanto estão ocultando todos os problemas que a guerra traz para a população. Eu treinei todos vocês para serem mais fortes e melhores do que todos os outros guerreiros que existem nesse mundo, mas treinei vocês principalmente para que cada um de vocês pudesse fazer a diferença quando a hora certa chegasse.


 


- O que você quer dizer com isso? – perguntou Samantha em tom curioso, afinal havia compreendido o que o irmão estava tentando mostrar para eles.


 


- Eu quero dizer que quero a cabeça de Voldemort. – disse Harry em tom calmo enquanto olhava para os bruxos que o acompanhavam. – Mas quando isso acontecer, provavelmente uma rebelião em massa irá acontecer com os comensais e os aliados das trevas que ainda estiverem vivos depois da guerra, claro que eu espero que a grande maioria seja completamente exterminada durante as próximas batalhas, mas nunca conseguiremos derrotar cem por cento dos soldados inimigos, isso é praticamente impossível. Mas quando vencermos essa guerra, os territórios que Voldemort domina estarão “desprotegidos” e poderão ser reclamados por qualquer um que seja poderoso o bastante. Lugares como aquela cidade que vimos a pouco irão surgir aos montes nos países em que Voldemort domina, muitos confrontos se formarão para decidir quem vai ocupar cada local, mas temos de evitar essa corrida gananciosa, por isso precisava de pessoas de minha completa confiança que poderiam tornar esses países um local melhor para as pessoas viverem, é obvio que não será nada tão perfeito como aquilo ali embaixo, mas pelo menos será um local onde as pessoas possam viver despreocupadas e sem o medo de morrer por doenças ou de fome, um local onde crianças não precisem se prostituir para poderem comer no final do dia...


 


- Então foi por isso que você nos treinou? – perguntou Neville com a voz baixa e curiosa enquanto olhava o moreno de olhos verdes.


 


- Eu treinei vocês em primeiro lugar porque não queria que vocês morressem durante a guerra que está por vir, mas principalmente porque quando esta guerra terminar nós iremos precisar garantir que o mínimo de caos reine no mundo. – murmurou o moreno de olhos verdes em tom calmo enquanto passava os olhos por cada um de seus amigos. – Quando eu enfrentar Voldemort provavelmente eu não irei sobreviver, por isso treinei tão pesadamente cada um de vocês e ainda pretendo elevar o nível de poder de todos vocês antes que a batalha final aconteça... Porque quando essa guerra terminar precisaremos garantir a ordem no mundo, se eu morrer vocês é que estarão encarregados de garantir a segurança das pessoas, vocês irão comandar cada um dos meus exércitos para garantir que o que vimos naquela cidade volte a acontecer.


 


- Você tem certeza que pode vencer Voldemort, Potter? – perguntou Draco em tom de voz curioso enquanto observava o amigo.


 


- Quanto a vencer Voldemort em uma batalha, sim Draco, eu tenho certeza que vou matar ele. – disse Harry em tom impassível.


 


- Mas você não sabe se vai conseguir sobreviver depois da batalha. – murmurou Sarah com a voz levemente baixa e tensa enquanto tentava ocultar a dor que aquela constatação causou no interior dela, mas Harry percebeu.


 


- Muito provavelmente eu morrerei no processo. – concordou Harry baixinho enquanto encarava a morena nos olhos e podia ver todos os sentimentos que percorriam a alma da garota. – Mas é claro que não me entregarei de bandeja para ele, vou fazer todo o possível para matá-lo e continuar vivendo, mas todos sabemos que o Lorde das Trevas é extremamente poderoso e não vai ser nem um pouco fácil matá-lo.


 


- Basicamente você quer que controlemos determinados países para que eles não caiam em deterioração, além é claro de restaurarmos cada país que formos conquistando. – sussurrou Gina com a voz levemente pensativa, a ruiva estava analisando cada uma das informações que Harry havia dito para eles naquele dia.


 


- Exatamente, Gina. – disse Harry com um tom de voz levemente satisfeito. – Mas isso vai ficar apenas mais para frente, por enquanto vocês somente devem se preocupar com os novos treinamentos e em ficarem cada vez mais poderosos. Não precisam comentarem nada sobre o que viram e ouviram até agora, vocês vão precisar de algumas horas para poderem colocar os pensamentos em ordem. Agora se aproximem que eu vou levar vocês até o primeiro território que eu conquistei, vocês vão conhecer a base principal do Panteão.


 


- Oceania. – sussurrou Neville para si próprio antes de se aproximar do moreno de olhos verdes que havia retirado novamente o livro de dentro das vestes.


 


- Não Neville, nós iremos até a Austrália. – disse Harry com um leve sorriso nos lábios e ficou observando enquanto cada um do grupo colocava uma mão no livro velho que ele havia sacado de dentro de suas vestes, quando todos eles estiveram com as mãos no livro Harry murmurou algo em tom baixo e um brilho azulado tomou conta do grupo de bruxos que no instante seguinte simplesmente desapareceu sem nem mesmo um ruído.


 


 


 


 


N/A: Ai GUTO, como eu prometi, capitulo postado. Abraços fera.


 


Agradecimentos especiais:


 


Biank Potter: que bom que gostou da fic, espero ansioso para saber o que você achou do novo capitulo. Abraços.


 


xXxXxXxX: Já se tornou um pouco repetitivo, mas feliz aniversario atrasado cara. Capitulo postado para você camarada. Abraços.


 


 


Próximas Atualizações (26/10): Harry Potter e a Herança das Sombras e Apocalipse – O Anjo Negro.


 


 


 


 

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