Capitulo 24 - Verdade



Capitulo 24 - Verdade


 


 


O jantar seguia calmo e já fazia que meia hora que Samantha e Draco haviam saído do salão principal, as reações foram as mais diversas. Hugo continuava com uma carranca no rosto olhando a todo o momento para a entrada do salão como se estivesse esperando a irmã aparecer a qualquer momento, a única coisa que conseguia distraí-lo mesmo que por alguns segundos era a ruiva dos Weasley, mas nem mesmo ela aprecia ter um efeito completo, tanto que Gina ameaçou dar um belo chute na bunda do namorado caso ele não parasse.


 


Harry jantou na mesa da grifinória e observava divertido a reação do irmão, sem contar a cara que seu pai estava fazendo na mesa dos professores e o moreno tinha absoluta certeza que se não fosse por causa de Lílian estar ao lado dele sussurrando algo para o marido, ele estaria nesse momento varrendo o castelo atrás da filha.


 


Harry permaneceu em silêncio durante todo o jantar, pois seus pensamentos estavam a mil com a possibilidade de Sarah acabar rejeitando-o depois do que ele fosse revelar para ela, possibilidade que ele tentava expulsar de sua cabeça, pois conhecia a morena melhor do que ninguém e sabia que ela não o abandonaria.


 


Quase no final do jantar um fato chamou a atenção de todos os estudantes do castelo, pela porta de entrada do salão principal Draco e Samantha entravam de mãos dadas, o que imediatamente causou murmúrios espantados na maioria dos alunos.


 


Na mesa dos professores o pai da garota só faltava saltar da mesa e matar o sonserino, pois ele tremia de raiva e se um olhar pudesse matar então Draco Malfoy já estaria enterrado a bastante tempo, pois a quantidade de maldições que os olhos castanho amendoados de Tiago lançavam era simplesmente impressionante.


 


Harry meramente sorriu baixinho quando viu que a irmã e o sonserino loiro haviam finalmente se acertado, pois já estava cansado dos olhares enviesados que um enviava ao outro quando pensavam que ninguém estava olhando.


 


Ao contrário do moreno, os outros amigos ficaram bastante surpresos com o novo casal, pois mesmo que houvessem percebido que algo estava acontecendo entre os dois, jamais esperavam que aquilo fosse realmente acontecer, pois conheciam muito bem a opinião do pai da garota sobre os Malfoy, sem nenhuma exceção.


 


Sirius parecia tão raivoso quanto o amigo e se o moreno não estava enganado os olhos do padrinho mostravam claramente que ele gostaria de se transformar em sua forma de cachorro e arrancar a garganta do loiro sonserino, o que fez o moreno rir baixinho.


 


- O que foi? – Sarah perguntou com uma sobrancelha arqueada enquanto voltava os olhos para o namorado que estivera silencioso desde o momento em que se sentara a mesa da grifinória e lhe comunicara o fato de que eles deveriam conversar.


 


- Nada. – respondeu Harry em tom calmo enquanto observava que até mesmo sua mãe parecia levemente incomodada com o novo casal, mas ela parecia bem mais acessível do que o pai que dificilmente aceitaria o namoro.


 


O casal andava calmamente pelo salão principal parecendo ignorar completamente os olhares que pairavam sobre eles, mas ambos detectaram a hostilidade que exalava do pai da morena que voltou os olhos para o mesmo, os olhos verdes dela estavam firmes e determinados quando encararam os olhos castanhos do pai.


 


- Então? – perguntou Harry em tom divertido quando o casal chegou próximo a eles, Samantha sentou-se perto de Gina enquanto Draco sentou-se ao lado dela.


 


- Então o que? – devolveu Draco fazendo-se de desentendido enquanto pegava um prato para conseguir comer alguma coisa, pois ele e Samantha haviam ficado fora durante quase todo o período do jantar e ele estava faminto.


 


- Não se faça de idiota Malfoy. – grunhiu Harry em tom levemente mau-humorado encarando o amigo com firmeza, o que fez o loiro sonserino engolir em seco. – Então será que vocês dois poderiam dizer de uma vez se já se acertaram ou não?


 


- Porque pergunta uma coisa sobre a qual você já sabe a resposta maninho? – perguntou Samantha olhando curiosamente para o irmão que parecia bastante a vontade com o fato dela estar namorando o amigo dele, ao contrário de Hugo que nem sequer a olhara uma segunda vez e parecia estar se segurando para não voar no pescoço do Malfoy.


 


- Porque eu quero ouvir a confirmação da boca de vocês. – disse Harry em tom de voz simples e direto fazendo a irmã olhar estranhamente para ele, como se soubesse que ouvia algum outro motivo para o que ele estava pedindo, então suspirando o moreno voltou a falar. – Tudo bem irmãzinha, eu quero que vocês digam que estão namorando em voz alta para que todos os nossos amigos possam ouvir, sem contar nosso querido papai que parece estar sendo segurado pela nossa mãe que o está impedindo de vir aqui para restaurar a honra da filhinha dele.


 


- Depois eu converso com o papai. – disse Samantha lançando um olhar para a mesa dos professores onde seus pais estavam sentados e conversavam em voz baixa, eles pareciam estar discutindo sobre alguma coisa e a morena tinha certeza de que era sobre o relacionamento dela com o amigo do irmão. – E para a sua informação e a dos nossos amigos, eu e o Draco estamos sim namorando. Pronto, satisfeito?


 


- Muito. – concordou Harry com um sorriso no canto da boca, em seguida o moreno levantou-se calmamente e vendo as expressões confusas dos amigos disse. – Eu já vou, ainda preciso fazer algo muito importante. Boa noite a todos.


 


Em seguida Harry virou as costas e começou a se dirigir para a porta do salão principal sentindo os olhares de todos os alunos se concentrando em cima dele, sabia muito bem o que eles estavam comentando, afinal se ele era capaz de derrotar Alvo Dumbledore que era considerado um dos maiores bruxos do mundo, então o que Azrael poderia fazer em um campo de batalha sendo que provavelmente o líder do Panteão era bem mais poderoso do que o moreno, Harry apenas riu baixinho pensando no dia em que ele demonstraria suas verdadeiras habilidades e utilizaria todo o seu poder, pois esse dia não demoraria muito a chegar.


 


Assim que o moreno virou as costas e começou a se dirigir em direção a porta de entrada do salão principal os amigos ficaram olhando para o moreno um pouco preocupados, pois o conheciam muito bem para saber quando ele se encontrava preocupado com alguma coisa, principalmente se isso se referisse a guerra.


 


- Eu vou atrás dele. – disse Sarah também se levantando e sabendo que o namorado deixara uma brecha para que ela o seguisse para que eles pudessem conversar em silêncio. – A gente se vê amanha pessoal, boa noite pra vocês.


 


Os amigos observaram a morena seguir o mesmo caminho que Harry, perceberam a maneira como os outros alunos olhavam para ela enquanto ela se dirigia para as portas do salão, entre esses olhares era possível perceber cobiça e desejo por parte da ala masculina, embora as garotas cochichassem sobre o que ela havia feito durante a aula de duelo mágico.


 


- Então finalmente vocês dois se acertaram, hein? – Gina disse em tom malicioso olhando para a amiga, mas acabou recebendo um resmungo de Hugo que fez com que a ruiva olhasse de maneira divertida para ele.


 


- Nos acertamos sim. – concordou Samantha olhando para o irmão curiosamente como se estivesse tentando decifrar algum tipo de enigma extremamente complicado, então a morena sorriu meigamente enquanto perguntava com a voz repleta de zombaria e deboche. – Porque você está com essa cara irmãozinho?


 


- Quer mesmo saber? – retrucou Hugo com raiva perdendo a paciência ao sentir a zombaria e o deboche na voz da irmã.


 


- Quero sim. – respondeu Samantha com a voz calma enquanto olhava para o irmão tentando entender os motivos para tamanha raiva.


 


- Pois saiba que eu não gostei nem um pouco de você estar com esse daí. – rosnou Hugo em voz suficientemente alta para que os mais próximos a eles pudessem ouvir a declaração do grifinório, aquela resposta fez a morena arquear uma sobrancelha.


 


- Esse daí tem nome, Potter. – Draco disse em tom frio e impassível, ele mal se movera e apenas olhava para o irmão de sua agora namorada.


 


- Eu estou falando com a minha irmã, Malfoy. – grunhiu Hugo em tom levemente agressivo de voz e sem que o garoto percebesse, ele passou a exalar um pouco de magia, o que deixou os amigos preocupados.


 


- É melhor você se acalmar irmãozinho, antes que você faça algo do que possa se arrepender depois. – disse Samantha em voz baixa olhando para o irmão e se preparando imediatamente para interromper uma possível luta entre eles, em seguida Samantha olhou para Gina que estava ao lado de seu irmão e disse em voz alta. – Acalme meu irmão Gina, antes que ele faça uma besteira.


 


- Ela tem razão Hugo, esfrie a cabeça antes que faça uma bobagem. – Gina sussurrou apenas para que o namorado pudesse ouvir e ele precisou respirar fundo várias vezes para poder se acalmar um pouco, mas a raiva ainda borbulhava no sangue do grifinório quando ele olhou para o sonserino com uma promessa de que aquilo ainda não acabara.


 


- Eu vou para a cama. – disse Hugo livrando-se dos braços da namorada e saindo do salão principal sob olhar atento dos professores e dos outros alunos.


 


- Ele está realmente revoltado. – Gina suspirou olhando para as costas do namorado antes de olhar para a amiga. – Deixe ele se acalmar Sam, então ele vai perceber que está agindo como um verdadeiro idiota.


 


- Talvez. – disse Samantha olhando descrente para a amiga, pois ela conhecia o irmão gêmeo desde que eles nasceram e podia dizer claramente que ele demoraria um tempo até que estivesse acostumado com a idéia dela estar namorando com um Malfoy, mas sua maior preocupação era seu pai, que estava com uma cara nada boa naquele momento.


 


- Você está bem? – Draco perguntou aproximando-se de Samantha e colocando um braço ao redor dos ombros da morena que apenas aconchegou-se nos braços do namorado enquanto suspirava, pelo menos aquilo estava acontecendo como ela gostaria, pelo canto dos olhos percebeu a rigidez no corpo de seu pai e soube que aquela noite seria muito longa.


 


- Estou bem Draco, não se preocupe. – em seguida ela saiu dos braços do namorado e olhou para os pais novamente antes de se virar para os amigos e falar olhando diretamente para o sonserino. – Acho que vou precisar ter uma conversinha com meus pais, então não precisam me esperar que acho que vou chegar bem tarde no dormitório.


 


- Eu vou com você. – disse Draco pegando na mão da morena que sorriu agradecida pela proposta feita, mas apenas balançou negativamente a cabeça enquanto dizia com a voz calma e simples, afinal conhecia muito bem seu pai.


 


- Não Draco, vou conversar sozinha com eles. – Sam disse em tom firme e vendo a expressão nada amigável do namorado ela apressou-se a explicar. – Meu pai está muito alterado agora Draco, além do mais o que Hugo fez agora não é nada comparado ao ataque que meu pai pode dar em cima de você, acho que ele apenas está se segurando por causa dos outros alunos.


 


- Tem certeza? – perguntou Draco sem nem um pingo de receio do pai da namorada. – Porque eu não me importo nem um pouco com o que seu pai pode dizer, acredito que eu agüento um ataque de ciúmes da parte dele.


 


- Confie em mim amor, é melhor assim. – disse Samantha e em seguida beijou o loiro, mas em seguida afastou-se. – Boa noite pra vocês.


 


A morena dirigiu-se até a mesa dos professores e olhou demoradamente para o pai antes de falar algo com a mãe que apenas acenou com a cabeça antes de se levantar arrastando o marido que continuava encarando o sonserino na mesa da grifinória que devolvia o olhar firmemente demonstrando que não se intimidaria perante o pai da namorada.


 


- Acho que eu também vou me deitar. – disse Draco depois que viu a namorada desaparecer pela porta lateral que havia no salão principal, ela acompanhava os pais, o sonserino sabia que provavelmente eles iriam até a sala de poções que era a que ficava mais perto do salão principal. – A gente se vê no café da manhã.


 


- Devemos ir também. – Hermione disse em tom de voz que revelava que naquele momento era a monitora responsável que estava falando naquele momento. – Acredito que tivemos emoções demais por hoje, embora tenha a sensação de que isso é apenas o começo.


 


- Concordo com você Mione. – disse Gina suspirando enquanto se levantava da mesa dos leões e acompanhada pela amiga e o irmão dirigiu-se para fora do salão principal, deixando apenas Neville e Luna sentados, os dois haviam permanecido em silêncio durante a discussão que havia acontecido, afinal aquilo era entre a família e eles não iriam se intrometer.


 


- Vamos também Luna? – questionou Neville em voz baixa e levemente ansiosa, já fazia muito tempo que ele queria ficar algum tempo a sós com a loira da corvinal, mas sempre lhe faltara coragem suficiente para se declarar para a garota, mas nos últimos tempos ele tinha ganhado muita coragem por causa dos treinamentos e ensinamentos que Harry estava passando para ele e para os outros, por isso ele finalmente tinha tomado coragem e estava tentado a se declarar a qualquer momento e agora que podia ficar sozinho com Luna acreditava que seria o momento perfeito para revelar o quanto ela significava para ele.


 


- Acho que sim Nev. – concordou Luna enquanto se levantava da mesa dos leões sendo seguida pelo grifinório.


 


A loira da corvinal e o grifinório saíram rapidamente do salão principal e começaram a caminhar distraidamente em direção a torre em que ficava o salão comunal da corvinal, Luna não precisava que o garoto a acompanhasse, mas ela gostava muito da companhia de Neville e jamais reclamaria com ele por isso, principalmente porque ela gostava muito dele.


 


- O que você acha do Draco e da Sam juntos? – perguntou Neville tentando aliviar um pouco a tensão silenciosa que se formara entre eles desde que haviam saído do salão principal, além de estar reunindo coragem para poder se declarar a ela.


 


- Eles se amam muito. – Luna comentou enquanto caminhavam pelos corredores do castelo que levavam diretamente para a torre da corvinal que ficava na ala oeste do castelo. – Mas eu acho que eles vão ter alguns problemas com o Senhor Potter, ele não pareceu aceitar muito bem que a filha esteja namorando com um Malfoy, além do mais, Hugo não ficou nem um pouco satisfeito com a escolha da irmã para um namorado.


 


- Acho o Malfoy um cara legal, mesmo ele sendo filho de quem é. – comentou Neville baixinho, no começo ele também não gostava do sonserino, mas com o passar dos treinamentos acabara descobrindo que no fundo o loiro era um cara legal.


 


- Tudo vai dar certo no final. – Luna disse com a voz pensativa e olhar vago. – Eles se amam e isso é o que importa.


 


- Você tem razão, isso é realmente o que importa. – Neville disse baixinho enquanto parava de caminhar subitamente e segurava o braço esquerdo da loira da corvinal que voltou seus olhos para o amigo de maneira surpresa.


 


- O que foi Nev? – perguntou Luna enquanto olhava para o grifinório que parecia estar tomando coragem para dizer alguma coisa.


 


- Bem Luna, é que eu... – Neville parou e respirou fundo, pois sentia que se continuasse acabaria gaguejando e pagando o maior mico.


 


- Pode dizer Nev. – Luna disse abrindo um pequeno sorriso no rosto enquanto seus olhos deixavam de ser sonhadores e ficavam levemente interessados no que o amigo estava para lhe revelar, mas ela sentia exatamente o que ele queria lhe dizer e Luna torcia muito para que ele tomasse coragem suficiente para falar para ela o que sentia.


 


- Eu queria dizer que te amo Luna. – Neville soltou tudo de uma única vez, sabendo que se fosse de outra maneira acabaria se enrolando com as palavras, assim que falou o grifinório viu os olhos da loira corvinal arregalarem-se surpresos enquanto o olhava, por isso apressou-se a continuar. – Eu gosto de você a bastante tempo, mas nunca tive coragem o bastante para poder me declarar, achava que você me rejeitaria ou acabaria zombando de mim, afinal eu não passava de um desastrado que tinha alguns amigos.


 


- Não diga isso Nev, você não era um desastrado. – disse Luna se aproximando do grifinório que finalmente olhou a garota nos olhos, os sentimentos que refletiam os olhos do garoto mostraram para Luna que ele estava sendo muito mais do que sincero no que dissera. – E além do mais, eu sou a louca da Di-Lua, lembra-se?


 


- Você não é louca Luna. – Neville falou com firmeza olhando nos olhos azuis sempre enevoados que agora estavam sérios.


 


- Eu sei que não Neville, mas é o que todos dizem de mim, eu era a louca amiga da Gina. – disse Luna em voz baixa e pensativa, ela lembrava-se muito bem dos comentários que sempre ouvira dos outros alunos. – Nós dois mudamos muito desde que começamos a treinar com o Harry não é mesmo? Eu e as garotas ficamos mais bonitas e agora te mesmo para mim os outros garotos estão olhando com desejo, você e os outros garotos ficaram mais bonitos e encorpados atraindo assim a atenção das garotas, mas apenas vocês não conseguem ver isso claramente. Só que eu sempre gostei de você Nev, desde a primeira vez que a Gina nos apresentou, naquele dia eu me apaixonei por você, porque você havia sido tão gentil e legal comigo como a Gina sempre era, os outros não agiram como você mesmo que tivessem me aceitado como amiga, naquele dia você mexeu em algo dentro de mim que fez com que eu me apaixonasse.


 


- Então... – Neville parou de falar com medo de que fosse algum tipo de piada ou brincadeira, mas a loira aproximou-se mais até que as mãos dela encostaram no peito do grifinório que suspirou olhando para a loira.


 


- Eu também te amo Neville. – disse Luna abrindo um sorriso no rosto, sorriso que foi imediatamente correspondido pelo grifinório que enlaçou a corvinal pela cintura antes de abaixar sua cabeça indo de encontro ao rosto da garota.


 


As bocas tocaram-se levemente, de maneira quase tímida e em seguida encostaram-se rapidamente enquanto o primeiro beijo do casal começava. Neville sentia o gosto e o cheiro da corvinal invadindo-lhe todos os sentidos e deixando-o embriagado com o que estava descobrindo com a loira, ela tinha cheiro de floresta, pensou o garoto, mas não uma mata qualquer, ela tinha o cheiro e o aroma de uma floresta selvagem e inexplorável, algo puro e magnífico que o fez se deleitar e respirar fundo varias vezes enquanto a beijava.


 


Luna tinha um gosto difícil para Neville decifrar, mas era algo que o deixou imediatamente viciado e ele apenas queria provar mais e mais daquela especiaria que parecia ser a boca da loira da corvinal, naquele momento o grifinório sentiu que jamais poderia ficar saciado com ela, pois nunca teria o bastante de Luna.


 


Luna sentia-se nas nuvens enquanto era beijada pelo grifinório, ela jamais pudera imaginar que o que ela estivera sonhando durante quase três anos finalmente estava acontecendo, mas de uma coisa ela sabia, afinal a realidade era muito melhor do que todos os sonhos que ela tivera durante todo aquele período de tempo.


 


Em poucos segundos o beijo ficou mais quente e o que era um beijo calmo tornou-se um beijo febril de línguas que se digladiavam entre si, cada um deles parecia estar colocando a alma durante aquele beijos e isso não ficava muito longe da realidade.


 


Depois de alguns minutos eles finalmente se afastaram, mas apenas devido ao fato de que ambos precisavam respirar ou então poderiam morrer asfixiados. Eles ficaram se encarando por alguns momentos enquanto tentavam normalizar a respiração que saiam em golfadas de ar, a loira da corvinal com um aspecto tão sonhador que fez Neville sorrir orgulhosos, pois certamente ele havia afetado em muito a garota, tanto como ela o afetara.


 


- Então você aceita namorar comigo Luna? – perguntou Neville sorrindo de maneira orgulhosa para a garota que retribuiu o sorriso.


 


- Mas é claro que eu aceito Neville. – respondeu Luna antes de avançar e beijar o garoto, dessa vez o beijo foi faminto e quente desde o começo deixando a ambos completamente sem fôlego depois de alguns segundos.


 


- Fico muito feliz em ouvir isso. – disse Neville com um sorriso enquanto se afastava da loira de maneira contrariada, mas sabia que ela precisava ir logo para a torre da corvinal, afinal eles estavam em um corredor do castelo onde os alunos da casa das águias passavam para ir para a torre e ao salão comunal da corvinal.


 


- Você me acompanha até a entrada do salão? – perguntou Luna com um sorriso brincando em seus lábios.


 


- Com prazer. – disse Neville sorrindo enquanto abraçava a loira de maneira possessiva e então eles passaram a caminhar em direção a torre da corvinal.


 


Enquanto passavam por um corredor lateral eles puderam observar quadrados de luz que vinha da lua e que eram projetados no chão através das janelas que haviam na parede, o grifinório havia passado por aquele caminho algumas vezes, mas sempre se impressionava com o que ele via durante o trajeto até a torre das águias.


 


Haviam armaduras de ferro cujos capacetes rangiam a cada passada que alguém dava, o grifinório sorriu baixinho escutando os barulhos que as armaduras faziam, parecia que elas estavam vivas embora elas estivessem apenas enfeitiçadas, na primeira vez que utilizara aquele corredor Neville havia se assustado com os barulhos, mas agora ele já estava bastante acostumado com eles, assim como Luna que parecia nem sequer ouvir os ruídos.


 


Eles subiram em uma escada espiral quando chegaram ao final de um corredor, a escada seguia em círculos compactos e vertiginosos, Neville nunca havia subido por aquela escada antes, mas deixou de pensar nisso quando chegaram a uma porta onde não havia nem mesmo maçaneta ou uma fechadura, tudo o que existia era um extenso painel de madeira envelhecida e uma aldrava de bronze que possuía a forma de uma águia.


 


A loira adiantou-se ao garoto e olhando uma vez mais para ele levou a mão até a aldrava e então ela bateu uma vez com a aldrava na madeira, no silencio que havia no local pareceu com um baque forte e intenso, o bico da ave abriu-se, mas surpreendendo Neville soou uma voz suave e musical ao invés de um canto de ave.


 


- Quem veio primeiro, o homem ou a mulher? – a voz suave e musical perguntou fazendo Neville arquear a sobrancelha surpreso.


 


- O que você acha Neville? – Luna perguntou voltando os olhos para o seu agora namorado que aprecia espantado enquanto olhava para o bico da águia.


 


- Sei lá Luna. Mas vocês não tem algum tipo de senha? – perguntou Neville voltando a encarar a namorada e desviando os olhos da águia.


 


- Não temos senha não, pra entrar no salão comunal nós temos que responder a uma pergunta. – declarou Luna em voz sonhadora enquanto voltava a fitar a águia.


 


- E se você errar? – perguntou Neville curioso enquanto esperava para ver que resposta a garota daria, pois ele não fazia a mínima idéia do que aquilo queria dizer.


 


- Então você terá de esperar até que outro aluno apareça e responda corretamente, dessa maneira você aprende. – disse Luna baixinho enquanto analisava a pergunta por todos os ângulos possíveis até por fim balançar a cabeça e olhar diretamente para a águia antes de responder. – A resposta é que nenhum ciclo possui um começo.


 


- Excelente. – disse a voz musical e em seguida a porta de madeira abriu-se revelando o salão comunal da corvinal.


 


- Acho que nos separamos aqui Neville. – disse Luna aproximando-se do garoto e o beijando de maneira ardente antes de voltar e entrar pela porta indo para o salão comunal, mas antes que a porta se fechasse completamente ela virou-se. – Boa noite Neville.


 


- Boa noite Luna. – sussurrou Neville baixinho olhando a porta terminar de fechar-se e em seguida virou as costas e começou a descer as escadas em espirais, para voltar pelos mesmo corredores que havia seguido acompanhado de Luna.


 


Neville caminhou distraidamente durante a maior parte do caminho de volta para o salão comunal da grifinória, pois seus pensamentos estavam completamente concentrado em uma certa loira da corvinal que definitivamente havia roubado seu coração.


 


Quando chegou ao salão comunal da casa dos leões encontrou o lugar com alguns alunos que ainda estavam ali depois do jantar, mas como não encontrou nenhum dos amigos e também não queria ter que dizer para ninguém o que havia acontecido entre ele e Luna, o garoto subiu apressadamente as escadas e quando entrou no dormitório apressou-se a se colocar debaixo das cobertas logo depois de retirar a maioria das roupas.


 


Em poucos minutos o garoto já se encontrava completamente desmaiado na cama sonhando com uma certa garota, tanto que nem percebeu o momento em que os outros garotos que ocupavam o dormitório entraram pela porta e se dirigiram a suas camas ou quando Rony saiu do banheiro e também se acomodou na cama.


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Samantha virou as costas para os amigos e o namorado dirigindo-se até a mesa dos professores, a morena caminhou rapidamente em direção onde seus pais se encontravam enquanto sentia os olhares de todos os alunos do salão principal em cima de si, mas ignorando isso Samantha subiu os pequenos degraus que haviam em frente as mesas das casas do castelo que as separavam da mesa dos professores e ficou de frente com seus pais.


 


A morena encarou seu pai de maneira firme e decidida por alguns instantes, podia sentir tantas emoções diferentes vindas da parte dele que por um momento a garota perdeu o rumo de seus pensamentos, mas então balançou a cabeça e virou-se para a mãe.


 


- Acho que nós precisamos conversar. – disse Samantha em tom calmo enquanto seus olhos verdes encaravam os verdes da mãe.


 


Lílian limitou-se a acenar positivamente com a cabeça e antes que o marido resolvesse falar qualquer coisa ela o puxou pelo braço forçando-o a levantar-se da mesa dos professores e os encaminhou em direção a saída lateral do salão principal.


 


Samantha acompanhou os pais silenciosamente, mas percebeu que seu pai olhava em direção a mesa dos leões e ela sabia muito bem quem era a pessoa que seu pai estava encarando, mas permaneceu em silêncio enquanto saíam do salão principal e dirigiam-se para onde a morena percebeu ser a sala de poções de sua mãe, afinal era o lugar mais próximo em que eles poderiam ter privacidade para poderem conversar.


 


Lílian e Tiago iam a frente enquanto Samantha se mantinha a pelo menos três metros atrás dos pais, os pensamentos da morena varriam a cabeça dela, pois sabia que aquela conversa poderia ser a chance dela de convencer seu pai e sua mãe de que ela fizera a escolha certa ao se apaixonar pelo sonserino, mas aquilo ser ia difícil e ela sabia.


 


Chegaram em frente a sala de Lílian e ela apressou-se a abrir a porta desfazendo os feitiço de tranca que ela própria havia colocado para segurança, a ruiva entrou seguida pelo marido e logo depois Samantha entrou calmamente dentro da sala.


 


Lílian fechou a porta e trancou-a assim que Samantha adentrou o local, ela já conhecia a sala de sua ame muito bem, mas fingiu olhar atentamente alguns quadros nas paredes antes de poder encarar seu pai. Tiago assim que entrara dentro da sala se acomodara encostado em uma parede no canto da sala como se quisesse manter um pouco de distancia da filha para poder se controlar, enquanto Lílian se acomodou sentada em cima de sua mesa.


 


- Você tem algo a dizer filha? – Lílian perguntou em tom calmo olhando para a filha pacientemente, diferente de Tiago que parecia uma fera pronta para atacar.


 


- Não tenho muito a dizer, apenas que eu estou namorando Draco a partir de hoje. – disse Samantha como se aquilo fosse algo simples.


 


- Como pode sequer pensar em se envolver com aquela cobra? – gritou Tiago perdendo a paciência e dando dois passos em direção a filha que o encarou seriamente, apesar de ter estremecido por dentro, afinal seu pai dificilmente perdia a calma e quando acontecia, quem estivesse por perto deveria se cuidar.


 


- Você não o conhece pai, então não sabe como o Draco é. – disse Samantha tentado ser paciente, o que estava se revelando muito difícil.


 


- Eu sei como os Malfoy são. – gritou Tiago raivosamente e ele parecia pronto para agredir alguém, por isso Lílian adiantou-se e segurou no braço do marido fazendo com que ele percebesse que estava a ponto de avançar na própria filha.


 


- O Draco é diferente do pai dele. – disse Samantha em um tom levemente magoado, pois percebera a intenção do pai dela, ele queria sacudi-la para tentar colocar alguma razão em sua cabeça quando não havia nenhuma possibilidade dela sequer pensar em largar dele, principalmente porque seu irmão Harry apoiava o romance dela como o amigo dele e aquilo era o suficiente para Sam se sentir absolutamente confiante de que tudo daria certo.


 


- E você quer que eu acredite nisso Samantha Elizabeth Potter? – perguntou Tiago gritando novamente e ainda a chamando pelo nome completo, uma coisa que dificilmente acontecia, apenas quando ele estava realmente zangado.


 


- Quero que você confie em mim quando digo que o Draco não é como o pai dele. – disse Samantha baixinho, mas o suficientemente alto para que os pais pudessem ouvir claramente o que ela havia falado.


 


- Eu confio em você minha filha, mas não confio nem um pouco em um sonserino miserável, principalmente se ele for o filho de Lucius Malfoy. – Tiago grunhiu novamente com a voz áspera mostrando todo o desgosto que estava sentindo.


 


- Não esqueça que seu filho mais velho também é um sonserino. – a voz de Lílian foi suave, mas continha uma inegável repreensão que fez com que o Professor de Duelos fechasse os olhos para poder respirar fundo várias vezes.


 


- Tem razão Lílian, isso não é motivo para desconfiar de alguém. – concordou Tiago depois de alguns segundos em completo silêncio.


 


- Eu o amo. – disse Samantha no silêncio que seguiu-se a declaração de seu pai, sua declaração chocou ambos os pais.


 


- Oh minha filhinha. – disse Lílian enquanto lágrimas escorriam pelos olhos verdes da ruiva que aproximou-se da filha a abraçando em seguida, gesto que foi prontamente correspondido pela garota. – Minha menina está apaixonada.


 


- Eu o amo muito, mãe. – disse Samantha também chorando silenciosamente, as lágrimas também começaram a escorrer porque sabia que sempre poderia contar com sua mãe, tanto nas horas boas como nas ruins.


 


- E ele? – perguntou Lílian se afastando levemente da filha para que pudesse olhar nos olhos da menina, olhos que brilhavam de tal maneira que fez Lílian suspirar de felicidade por sua filha ter encontrado alguém para amar.


 


- Ele também me ama, mãe. – então Samantha riu baixinho olhando para a mãe. – A senhora tinha que ver a maneira como ele se declarou mãe, ele ficou todo envergonhado e começou a gaguejar, algo que eu nunca poderia imaginar.


 


- E como foi? – perguntou Lílian sorrindo pela obvia felicidade que sua menina estava sentindo naquele momento.


 


- Foi o melhor beijo da minha vida. – disse Samantha rindo levemente envergonhada, ambas pareciam ter esquecido que Tiago ainda estava dentro da sala.


 


- Fico muito feliz por você meu amor. – disse Lílian antes de se virar para o marido que ainda permanecia com o semblante carrancudo. – E não ligue para seu pai não, ele só está com medo de perder a filhinha querida dele.


 


- É, não ligue para mim não. – resmungou Tiago enquanto se aproximava da filha, ele havia se acalmado o suficiente para perceber a idiotice que estava fazendo, estava a um passo de brigar com a filha por causa do namorado dela.


 


Mesmo que ele não gostasse da idéia do sonserino namorando sua filha e sabendo muito bem o que os adolescentes costumavam fazer, Tiago sabia que deveria deixar que sua filha namorasse, porque se proibisse, então seria muito pior.


 


- Eu te amo papai. – disse Samantha jogando-se nos braços do pai e o abraçando com força. – Mas eu amo o Draco e quero ficar com ele.


 


- Eu já entendi filha. – falou Tiago com um suspiro baixo, o que ele podia fazer além de rezar e torcer para que sua filha nunca fosse magoada seriamente pelo garoto. – Espero que você seja muito feliz, mas se algum dia ele magoar você, eu juro que acabo com a raça dele.


 


- Não se preocupe pai, porque se um dia o Draco me magoar quem vai acabar com a raça dele vai ser o Harry. – disse Samantha em um tom de voz divertido, afinal de contas ter um irmão como Harry tinha muitas vantagens, principalmente com relação a um namorado. – E acho que meu maninho faria isso tão lentamente que Draco imploraria pela morte.


 


A maneira como Samantha disse aquela frase deu a certeza para Tiago que seu filho faria aquilo muito facilmente, sem nem mesmo um pingo de remorso. Eles ficaram conversando por mais alguns minutos até que Samantha resolveu voltar para seu dormitório, então depois de se despedir dos pais ela saiu da sala de poções e caminhou rapidamente através de alguns atalhos que havia aprendido com o irmão mais velho e em menos de cinco minutos já se encontrava em frente ao quadro da mulher gorda e depois de revelar a senha para ela, a morena adentrou o salão comunal da casa dos leões que já se encontrava praticamente vazio naquele horário, mas não encontrou nenhum dos amigos ali, então subiu diretamente para o dormitório feminino do sexto ano.


 


Na sala de poções, logo após a saída da filha do casal, Lílian e Tiago subiram para os aposentos privados que a Professora de Poções possuía e quando estavam no interior da mesma, passaram a conversar sobre os últimos acontecimentos, além de discutirem por mais alguns minutos sobre o relacionamento da filha, mas acabaram não chegando a lugar algum, pois mesmo tendo se resignado Tiago não aceitava muito bem aquele namoro.


 


Como os assuntos estavam interligados, o casal também discutiu sobre os relacionamentos dos outros dois filhos do casal, afinal ter todos os filhos namorando não era muito fácil de ser assimilado. Lílian apoiava o namoro dos três filhos independente de quem eram os escolhidos por cada um de seus “bebês”, já Tiago era a favor do namoro entre Hugo e Gina, mas totalmente contra o súbito namoro entre sua filha Samantha e Draco Malfoy, além de ter sérias restrições sobre o namoro do filho mais velho com Sarah Connor, pois ela fora acusada por Dumbledore de pertencer a uma família de comensais da morte muito tradicional, mas Lílian não concordava com o marido sobre as acusações contra Sarah, afinal a garota havia demonstrado que estava ao lado do filho e para Lílian aquilo era prova suficiente de que ela não era uma espiã do Lorde das Trevas dentro daquele castelo, independente de qual o verdadeiro nome dela.


 


Por fim, os dois perceberam que aquela discussão não levaria lugar algum, principalmente porque eram os filhos quem escolhiam seus próprios relacionamentos e não os pais, então Lílian e Tiago se dirigiram para a cama, afinal havia coisas muito melhores para se fazer do que ficar discutindo sobre algo que estava praticamente resolvido.


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Sarah seguiu rapidamente o mesmo caminho que o namorado e ela também foi acompanhada pelos olhares do restante do salão principal junto com cochichos sobre o duelo entre ela e o namorado, entre os comentários que conseguiu ouvir estavam o de que ela era tão poderosa quanto o namorado e que poderia fazer muito estrago se lutasse abertamente, percebeu também alguns comentários cheios de malícia por parte de alguns garotos, mas ela ignorou completamente o que eles falavam e seguiu rapidamente até a porta do salão principal a tempo de ver o corpo do namorado virar em um corredor do lado direito do salão.


 


Harry caminhava a passos firmes e decididos pelo corredor, sentindo a aproximação da namorada cada vez mais perto. Harry estava fazendo o caminho que levaria ao sétimo andar e consequentemente a Sala Precisa, pois o que ele contaria para a garota não deveria sair de lá e apenas ela teria acesso aquilo, lembrava-se claramente do que os deuses haviam dito para ele, que ele poderia informar apenas uma pessoa sobre o que acontecera verdadeiramente com ele, por um tempo havia pensado em contar a sua mãe, mas acabara decidindo que Sarah era sua melhor opção e a garota fizera por merecer sua confiança.


 


Harry chegou em frente a Sala Precisa e então passou três vezes em frente da mesma desejando ardentemente um local calmo e aconchegante onde ele e Sarah pudessem conversar em paz, e quando voltou seus olhos para a parede uma porta vermelha escarlate surgia na parede no mesmo momento em que Sarah chegava ao lado dele e sem falar nada apenas olhou curiosa para a porta que havia acabado de aparecer.


 


- Vamos? – pediu Harry em tom calmo enquanto abria a porta revelando um ambiente muito mais do que acolhedor.


 


Parecia o interior de uma cabana pequena e bastante aconchegante, havia uma lareira acessa e que aquecia todo o interior do local, em frente a lareira havia um enorme sofá de três lugares que provavelmente caberia duas pessoas dormindo tranquilamente, o que dava muitas idéias ao moreno, embora ele precisasse deixá-las para mais tarde.


 


Havia também duas poltronas ao lado do sofá, as poltronas eram largas e dariam bastante conforto a quem estivesse sentado em uma delas, ao lado direito da sala havia uma pequena cozinha com alguns armários onde provavelmente haveria algum tipo de mantimento para que fosse possível preparar um café da manhã ou um jantar.


 


Balançando a cabeça o moreno virou-se para a porta da sala precisa e a fechou rapidamente, lacrando-a em seguida com um poderoso feitiço escudo, e um outro que impediria qualquer tipo de acesso externo impedindo qualquer pessoa de ouvir alguma coisa.


 


- O que você queria conversar comigo Harry? – perguntou Sarah sendo direta, sabia que algo estava realmente preocupando o namorado.


 


- Eu quero revelar um segredo meu, algo que ninguém sabe, quer dizer, nenhum humano sabe. – corrigiu-se Harry lembrando-se que Baha e Hades sabiam tudo sobre ele. – Eu quero contar para você a verdade sobre minha existência.


 


- O que quer dizer com isso? – perguntou Sarah intrigada com as palavras que o namorado utilizara para falar.


 


- Antes de eu lhe falar sobre isso, preciso que você entenda que cada escolha que uma pessoa faz cria uma realidade diferente. – disse Harry calmamente enquanto observava Sarah sentar-se em uma das poltronas, o moreno aproveitou para sentar-se na outra poltrona, mas diferente da morena ele não recostou-se na poltrona mantendo-se sentado normalmente. – O que eu quero dizer é que existem vários caminhos que uma pessoa pode seguir, por exemplo, eu poderia muito bem ter me aliado a Voldemort, pois tenho certeza que apesar de tudo o que aconteceu entre mim e ele quando eu era apenas um bebê, ele adoraria ter um guerreiro poderoso como eu em suas fileiras. Ou poderia aceitar receber as ordens do velhote do Dumbledore, mas eu resolvi seguir sozinho, formar meu próprio grupo de guerreiros e tomar a frente de batalha. Entende?


 


- Se eu entendi direito, você está querendo me dizer que existem vários caminhos que uma pessoa toma e que cada um deles gera uma espécie de realidade alternativa, é isso? – perguntou Sarah levemente interessada, não que ela alguma vez houvesse pensado nessa possibilidade, mas se ela existia o moreno era pessoa certa para dizer.


 


- Exato. – disse Harry sorrindo levemente enquanto olhava para a namorada, mas em seguida ficou sério e voltou a falar. – Você sabe que Voldemort invadiu minha casa quando eu era apenas um bebê e que tentou me matar, mas ninguém sabe o que aconteceu exatamente, mas ele executou uma maldição da morte contra mim e quando ele fez isso, meus poderes meio que despertaram e produziram um tipo de barreira que refletiu a maldição da morte contra o Lorde das Trevas...


 


- E ele ressurgiu durante seu primeiro ano após roubar a pedra filosofal que estava escondida em Hogwarts e a partir daí passou a espalhar seu reinado de terror conquistando diversos países até que os que ainda estavam livres da maldade do Lorde das Trevas foram forçados a formar uma aliança única, que tornou-se o Império da Luz. – completou Sarah.


 


- Sim Sarah, mas e se eu lhe dissesse que essa é apenas uma das alternativas? – disse Harry olhando fixamente para os olhos da namorada que brilharam de uma maneira que ele não soube decifrar completamente, mas se forçou a continuar. – E se eu lhe dissesse que existe uma realidade em que meus pais estavam em casa quando Voldemort a invadiu, uma realidade em que Pettigrew foi escolhido como fiel do segredo do Feitiço Fidellius de meus pais e que ele entregou nossa localização para Voldemort que nos atacou no dia das bruxas, matou meu pai enquanto ele ordenava que minha mãe fugisse comigo, mas ela acabou me levando para o quarto onde eu dormia e quando Voldemort finalmente arrombou a porta do meu quarto ele executou uma maldição da morte diretamente em cima de mim e que minha mãe se jogou na frente recebendo o impacto e morrendo, criando assim uma espécie de escudo protetor que fez com que a maldição que o Lorde executasse logo depois fosse refletida diretamente para ele.


 


Sarah escutava o que o moreno contava de maneira fascinada, ouvia cada uma das palavras que ele dizia e aquilo parecia formar imagens em sua cabeça, como se ela realmente pudesse ver o que acontecia, embora soubesse que aquilo era apenas parte de seus poderes que induziam a super criatividade.


 


- Uma realidade em que somente eu sobrevivi, onde meu padrinho Sirius foi acusado injustamente de ser o traidor dos meus pais e de ter matado algumas dezenas de trouxas e sendo enviado para azkaban por mais de doze anos até o dia em que ele fugiu. – Harry falava com firmeza e depois que começara a soltar o que sempre estivera entalado na garganta dele parecia ser incapaz de parar, ele mal parava para respirar entre cada uma das frases. – Um lugar onde Dumbledore me enviou para viver com meus parentes trouxas que me odiavam por eu possuir magia, meus tios que me tratavam como se eu fosse um elfo domestico me obrigando a fazer todo tipo de serviço físico que você possa imaginar como cortar grama, limpar a casa e fazer o café. Tios que me castigavam por qualquer coisa que eu fazia, seja ela boa ou ruim, enquanto eu era obrigado a apanhar do porco do meu primo que era cinco vezes maior do que eu.


 


Cada palavra saía raspando da garganta do moreno, ele sabia que precisava se acalmar um pouco e revelar de maneira calma para a namorada o que havia acontecido com ele, mas parecia impossível naquele momento.


 


- Uma realidade em que eu descobri que era bruxo apenas quando tinha onze anos e apenas depois de que Hagrid foi até o local onde meus tios estavam se escondendo, pois eles não me deixaram ler as cartas de Hogwarts. Um lugar onde Draco Malfoy sempre foi o meu maior inimigo dentro da escola, assim como meus melhores amigos eram Rony e Hermione. Uma realidade em que eu era um grifinório e não um sonserino. – Harry falava com a voz rouca nesse momento, mas a menção de seus amigos serviu para acalmá-lo levemente. – Um lugar em que eu e meus dois melhores amigos impedimos que Voldemort roubasse a pedra filosofal de dentro do castelo de Hogwarts, onde eu me tornei o mais jovem apanhador do século ao entrar para o time dos leões. Uma realidade em que durante meu segundo ano em Hogwarts, Gina Weasley foi usada para abrir a Câmara Secreta que possui um basilisco encerrado em seu interior, basilisco que atacou diversos nascidos trouxas deixando todos petrificados, mas no fim eu e Rony entramos dentro da Câmara acompanhados pelo nosso então Professor de DCAT que não passava de um covarde e tentou aplicar um feitiço de memória em mim e em Rony, mas a varinha estava quebrada e o feitiço saiu pela culatra e quem acabou perdendo a memória foi o próprio professor.


 


- E o que aconteceu depois? – perguntou Sarah com voz séria, pois havia percebido que o namorado estava falando de experiências que ele havia vivido de verdade e apesar do choque que teve ao perceber que aquilo era verdadeiro, ela manteve a expressão calma e controlada enquanto olhava nos olhos do namorado.


 


- A Câmara desabou com o impacto dos feitiços acabando por me separar de Rony e do idiota do nosso professor, então eu tive que seguir sozinho pelos corredores da câmara, até que eu finalmente encontrei Gina completamente inconsciente e imóvel na base de uma estatua do fundador da casa das serpentes, mas ela não estava sozinha naquele lugar, pois junto dela e a controlando estava um garoto de aparentemente dezesseis anos. – Harry falava com a voz mais calma naquele momento, pois era bom com os fatos quando deixava as emoções de lado e agora parecia que ele estava contando a vida de uma outra pessoa. – Ele era uma lembrança de Voldemort adolescente e ele estava controlando Gina através de um diário, depois disso ele convocou o basilisco e eu precisei enfrentá-lo, mas para minha sorte apareceu a fênix do velhote e ela cegou o basilisco dando assim uma chance para que eu pudesse matar a cobra, o que acabou acontecendo depois que eu enfiei a espada de Gryffindor dentro da boca dela e antes que você pergunte eu a retirei do chapéu seletor que Fawkes havia levado junto com ela, no processo eu acabei sendo envenenado, mas a fênix pingou algumas lagrimas no ferimento e tudo acabou bem pra mim. E se eu lhe disse que no meu quarto ano acabei sendo inscrito em um Torneio Tribruxo por um comensal da morte e depois de um ano muito ruim e três provas fatais no decorrer do ano eu acabasse em um cemitério em Little Hangletom levado por uma chave de portal colocada na Taça Tribruxo. No cemitério Voldemort voltou a seus plenos poderes depois de usar um ritual em que ele utilizou meu sangue, onde eu e ele duelamos naquele lugar maldito, apenas para eu perceber o quanto era fraco perante ele. Ou então meu quinto ano, onde ninguém acreditava em mim quando eu dizia que o Lorde das Trevas tinha ressurgido e onde os jornais diziam o tempo inteiro que eu era um louco e que somente contava mentiras, que eu era um moleque mimado querendo atenção, um ano em que eu caí em uma armadilha preparada por Voldemort que me levou até o Departamento de Mistérios no Ministério da Magia, onde eu descobri a profecia que se referia a mim e a ele, onde meu padrinho acabou sendo jogado dentro do véu da morte pela prima maldita dele. Ou então que a partir desse momento eu recebi um treinamento insano em magia e todos os outros tipos de artes marciais, exceto esgrima, um período em que eu fui severamente treinado em batalhas, mas que no final não adiantou de nada, pois Voldemort se revelou muito mais poderoso do que eu e matou todos os meus amigos, e como golpe final executou um poderoso feitiço de extinção varrendo completamente Hogwarts do mapa, assim como todos os bruxos que resistiam a ele. O que você me diria Sarah se eu lhe dissesse que isso aconteceu?


 


- Eu acreditaria em você. – foi a resposta que a garota deu para o moreno fazendo com que ele voltasse os olhos para a garota e percebesse que a morena tinha algumas lágrimas no rosto, lágrimas que escorriam por causa de todo o sofrimento que o moreno obviamente havia passado. – Como você veio parar aqui?


 


- Quando eu morri, eu acordei em um lugar completamente desconhecido por mim, era um lugar onde o chão era completamente branco e achatado, simplesmente existia. Também havia algumas correntes de água ligadas a um extenso rio, as correntes de água pareciam levar a vários lugares diferentes. Quando eu cheguei mais perto dório pude perceber que as águas eram completamente esverdeadas e que nela havia um barco de aparência muito velha, ele parecia que iria afundar a qualquer momento, mas tinha alguém na proa do barco, ele se aprecia com um cadáver de tão magro que se encontrava, era uma figura horripilante mesmo. – disse Harry em tom baixo lembrando-se daquele dia como se ele houvesse ocorrido no dia anterior. – Então duas pessoas se aproximaram de mim, eu vi os dois se aproximando e quando os vi simplesmente pensei que eles eram belos demais e a aura de poder que eles emanavam era tão forte e intensa que eu pensei que deveriam se tratar de verdadeiros deuses, é obvio que achei aquilo o maior absurdo e interiormente eu ri de mim mesmo, mas eles se dirigiram diretamente a mim, como se eles estivessem apenas aguardando minha chegada naquele lugar.


 


- Quem eles eram? – perguntou Sarah curiosamente enquanto percebia que o namorado parecia mais leve enquanto contava aquilo para ela.


 


- A mulher se apresentou como sendo Baha, Senhora do Tempo, Guardiã das Eras, ela disse que era a observadora do passado, presente e do futuro. – comentou Harry em tom clamo olhando nos olhos da morena que arregalou os olhos chocada com o que ele acabara de revelar. – Já o homem que a acompanhava se apresentou como sendo Hades, Deus dos Mortos e Senhor do Submundo, ele disse que era o guardião das almas das pessoas mortas. Entende, eu estava diante de dois deuses naquele momento.


 


- O que eles disseram? – perguntou Sarah tentando se recuperar da surpresa que a pegara de jeito com o que ele lhe dissera.


 


- Eles me ofereceram uma oportunidade de alterar as coisas, de lutar novamente na guerra, me avisaram das conseqüências que essa decisão teria e me revelaram como estava a situação desse mundo. – disse Harry em tom baixo e pensativo olhando para o rosto da namorada. – Eles me disseram que as conseqüências de minha decisão podiam ser grandes demais para qualquer um suportar e eles estavam certos, pois tudo o que eu sempre desejei foi ter uma família que me amasse, queria meus pais vivos e queria viver com eles, quando Hades disse que eu teria irmãos fiquei simplesmente empolgado pensando na felicidade que eu teria vivido durante minha vida, mas o que eu recebi quando cheguei aqui? Descobri que não me dava bem com meus irmãos, que meu pai estava a ponto de me desprezar por eu ser quem eu era, que eu era um sonserino e que ainda por cima era amigo do Malfoy, mas esse foi um dos lados positivos, afinal ele até que é um cara legal. Quando cheguei aqui descobri que minha vida estava longe de ser aquilo que eu gostaria, mas afinal de contas qual a outra possibilidade que eu teria mesmo, eu tinha sido morto por Voldemort e minha outra opção seria seguir para o mundo dos mortos, mas aqui pelo menos eu posso reverter o resultado da guerra. Por isso eu estou treinando meus amigos, para garantir que eles saiam com vida ao final dessa guerra, quero que eles sejam felizes quando tudo isso acabar.


 


- Entendo. – disse Sarah baixinho enquanto abaixava um pouco os olhos pensando no que o garoto havia dito para ela, então um detalhe chamou sua atenção e então ela voltou os olhos ao moreno. – Durante todo o tempo que você contou sua historia, não mencionou meu nome uma única vez. Por que? Eu morri junto com minha família ou o que?


 


- Eu não sei Sarah, nunca ouvi falar de sua família antes e nem de você. Você nunca esteve em Hogwarts. – disse Harry balançando a cabeça.


 


- Obrigada pela sua sinceridade Harry e também por ter revelado a verdade sobre você para mim, mas eu realmente não sei o que dizer. – comentou Sarah depois de ficar alguns segundos em silêncio olhando para o nada.


 


- Eu entendo. – Harry falou baixinho, a voz dele estava um pouco abafada porque ele não sabia o que poderia esperar da garota que ele passara a amar em tão pouco tempo.


 


 


 


 


Agradecimentos especiais:


 


Enry Almofadinhas Black: Isabel é na Despertar cara, mas fico feliz que tenha gostado a ponto de se confundir e misturar as fics, espero que goste desse capitulo, no próximo teremos a viagem que Harry e os amigos farão até a sede do panteão. Abraços.


 


Haseo: que bom que gostou do capitulo anterior cara, não se preocupa que logo o Dumbledore vai se danar, assim como a vingança da Sarah vai continuar em breve e dessa vez vai ser em doze tripla. Espero que tenha gostado do capitulo. Abraços.


 


Trinity: não se preocupe que não estou bravo não, eu entendo a falta de tempo, principalmente para quem escreve, afinal é difícil escrever e acompanhar outras fics ao mesmo tempo. Que bom que gostou da surra que o Dumbie levou do Harry, mas ele ainda vai levar mais, só que da Sarah, mas vai morrer pelas mãos do moreno. Espadas divinas sim, não sei exatamente como vou colocar esse capitulo, mas já to com algumas idéias na cabeça e vamos ver o que vai acontecer, quanto ao Azrael acredito que ele tenha uma foice e não uma espada, embora não possa afirmar com certeza... não se preocupe que o Draco vai dar revide no Terencio na aula de Duelos, o idiota vai apanhar tanto que nem sequer vai saber o que o atropelou. A reação da Sarah no próximo capitulo ,assim com ao excursão pelo território do panteão. Eu vi sua fic e dei uma olhada nela na semana passada e ainda estava com o resumo e como estava sem tempo naquele dia deixei para comentar no final de semana, mas quando entrei na fic já vi dois capítulos postados e fiquei surpreso, então precisei lê-los para poder comentar, mas adianto que adorei os dois primeiros capítulos. Beijos.


 


Gy Magno: espero que tenha gostado da reação do Tiago com relação ao namoro da filha... quanto ao Dumbledore, ele ainda vai demorar alguns capítulos pra ir par ao inferno, mas antes do Harry matar o velhote a Sarah vai se divertir com o velho, quanto ao Pedro esse vai morrer antes, sob muita tortura. Abraços.


 


Anderson potter: realmente a Lílian vai ficar muito surpresa quando descobrir que ela estava certa, afinal intuição de mãe e difícil de falhar; as espadas vai vir em breve cara, talvez em dois capítulos, não posso afirmar com certeza, mas não terão armaduras não, pelo menos eu não estou planejando nada do tipo. Quanto ao nome do capitulo, na verdade foi sim pelas ações do Draco e da Sam, pois achei que ficaria melhor do que um outro nome. Abraços.


 


James V Potter: Que bom que gostou tanto assim do capitulo fera. Espero que goste desse também, onde o Harry contou seu segredo para a Sarah, não ficou exatamente da maneira que eu queria, mas espero que pelo menos tenha ficado bom. Harry possui duas forças divinas, mas eu não diria que ele possui a essência de algum deus, afinal nenhum dos dois são realmente deuses, pois são maiores que eles. Mas isso só será revelado durante o final da fic. Abraços cara.


 


Kalih: O dumbledore apanhou muito mesmo no capitulo anterior, a Sarah vai torturar bastante o Dumbie antes do Harry dar cabo do velhote, isso eu garanto. O duelo entre Harry e Dumbledore foi realmente muito bom, agora quanto ao dele contra Voldemort, bem, já dá pra imaginar não é mesmo, mas antes de Voldemort ainda vão aparecer o Dragões Negros. Que bom que gostou da reuniãozinha dos deuses, mas eles ainda vão aparecer novamente. Com certeza que o Azrael e o Harry se tornariam bons amigos, ambos são sanguinários e frios, imagine o que sairia de uma dupla formada pelos dois... sem mais, Beijos.


 


 


 

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