Capitulo 17 - Reações



Capitulo 17 - Reações


Sirius apareceu junto com Dumbledore e todos os Cavaleiros da Luz que haviam ido em auxilio dos gregos e que voltaram vivos no centro de operações do Império da Luz que ficava na Inglaterra, muitos dos que haviam ido agora estavam mortos e seus corpos haviam ficado para trás.

O animago estava com os pensamentos a mil por hora com o que havia visto, vira o tal Azrael e uma outra garota que o acompanhava, embora não pudesse ver o rosto de nenhum dos dois pudera sentir o poder bruto deles, e Azrael matara Korcet. Aquele que todos temiam, tanto quanto o próprio Voldemort ou Kassius.

Lembrava-se de ter visto Dumbledore apanhar feio do Cavaleiro das Trevas mais poderoso e o líder do tal Panteão não apenas o vencera como o torturara reduzindo o todo poderoso cavaleiro a nada mais do que uma massa chorona e suplicante. Pela primeira vez desde que a guerra começara Sirius sentia que eles não poderiam vencê-la, o diretor de Hogwarts e líder do império da Luz não tinha capacidade suficiente para enfrentar nem mesmo um dos Cavaleiros das Trevas quanto mais o próprio Voldemort em pessoa.

Mal haviam conseguido fazer frente aos comensais da morte e as criaturas das trevas e se os Cavaleiros de Voldemort houvessem participado desde o inicio do ataque teriam sido massacrados facilmente, só estavam vivos porque Azrael e a companheira dele haviam aparecido para ajudar e venceram praticamente todos os aliados das trevas, inclusive mataram um Cavaleiro das Trevas cada um, o que já era um grande alívio para eles.

Aos poucos Sirius ia ouvindo os relatos que os outros Cavaleiros da Luz estavam fazendo sobre o ataque a Grécia, cada vez mais incrédulo ouvia os relatos dos estranhos que haviam aparecido e enfrentado os Cavaleiros das Trevas de frente, sem contar de centenas de guerreiros que faziam parte de antigas guerrilhas e dos países conquistados e que agora eram soldados do Panteão e que haviam derrotado as criaturas das trevas e os comensais da morte.

Parecia que o tal Azrael sabia o que estava fazendo e treinava bem seus guerreiros que demonstravam ser poderosos, Sirius tinha certeza que eles teriam sido dizimados se tivessem enfrentado os aliados das trevas sozinhos e por isso achava justo que agora o território grego estivesse em posse do Panteão e não mais com eles, afinal não foram capazes de defenderem o lugar e nem de salvar os moradores, e olhando ao redor também acabou percebendo que nenhum dos guerreiros gregos haviam partido, todos haviam ficado, provavelmente para se unirem a Azrael.

- Aquele maldito desgraçado. – Sirius ouviu Dumbledore praguejar a altos brados contra Azrael – Quem ele acha que é para simplesmente tomar a Grécia?

- Se não fosse por ele estaríamos todos mortos. – retrucou Sirius friamente enquanto se lembrava dos corpos de alguns amigos mortos na batalha.

- Isso não dá a ele o direito de se impor. – rosnou Dumbledore agressivamente olhando para Sirius com impaciência, ele já havia sido curado dos ferimentos que Korcet provocara nele, inclusive a perna quebrada.

- Eu prefiro que ele tenha a Grécia do que se ela ficasse com Voldemort, que é o que aconteceria se não tivéssemos recebido a ajuda dele. – Sirius falou com a voz ainda mais alta do que a do diretor que o olhou incrédulo.

- Quer dizer que agora você está do lado dele? – perguntou o diretor friamente se aproximando do animago que o enfrentou de frente.

- Não, mas estou pensando seriamente em me aliar a ele se houver a oportunidade. – disse o mais claro possível.

- Como é? – Dumbledore piscou surpreendido pela afirmação convicta de Sirius que nem sequer piscou antes de falar.

- Estou dizendo o que sinto Dumbledore, e minha intuição me diz que não sobreviveremos a essa guerra se estivermos do seu lado. – Sirius parecia absolutamente calmo e certo do que estava dizendo, os outros Cavaleiros da Luz apenas observavam em silêncio, muitos concordando silenciosamente com as palavras de Sirius Black – Hoje nós morremos como moscas no campo de batalha diretor, mal conseguíamos bater de frente com os comensais da morte que estão mais poderosos do que eu me lembrava, provavelmente andaram treinando pesado nesse período que tivemos de calmaria que era totalmente falsa.

- Sirius, estamos tão bem preparados quanto é possível, vocês treinam diariamente para elevarem seus níveis de magia... – Dumbledore falava pacientemente, mas foi interrompido bruscamente por um dos outros Cavaleiros da Luz presente na sala.

- Mas isso não é o suficiente, eu estive na batalha hoje em uma das localidades gregas e encontrei alguns dos antigos guerrilheiros que eu já havia visto em batalha, posso garantir que eles dobraram o nível de magia deles. – falou o Cavaleiro em tom pesado e carregado de raiva – E não faz mais do que uma semana que eles se aliaram a Azrael, com certeza ele conhece um meio mais efetivo de treinamento, pois os guerreiros que estavam lutando ao lado dele se mostraram muito poderosos na batalha.

- Isso mesmo Dumbledore, como pode pensar em derrotar Voldemort se nem mesmo conseguiu manter uma luta contra Korcet por mais de alguns segundos? – Sirius indagou olhando intensamente para o diretor que teve a decência de ficar constrangido com a insinuação do animago – Azrael derrotou Korcet com facilidade depois que ficou furioso com ele e antes estava lutando de igual para igual com ele.

- Ainda temos Harry Potter. – tentou minimizar os estragos da discussão um Cavaleiro da Luz que observava calado.

- É. Talvez ele consiga... – Dumbledore estava falando quando foi interrompido pela risada sarcástica de Sirius.

- Eu acho que vocês estão enganados. – ele comentou de maneira desdenhosa olhando para o diretor. – Pelo que Tiago me contou da conversa que ele e Lílian tiveram com o filho parece que o meu afilhado está ao lado de Azrael na guerra.

- O que? – se sobressaltou Dumbledore arregalando os olhos ante aquela noticia que não era nem um pouco boa.

- Isso mesmo que você ouviu. –Sirius confirmou com um sorriso frio no rosto – Parece que foi o próprio Azrael quem treinou o Harry, o que explica as habilidades que ele demonstra possuir além da enorme quantidade de poder.

- Merlin. – suspirou Dumbledore sentando-se em uma cadeira que tinha ali perto – Isso não é nada bom.

- Na verdade eu até que fiquei feliz por isso. – comentou Sirius distraidamente fazendo Dumbledore olhar chocado para o animago e os outros Cavaleiros olharam para Sirius com as sobrancelhas arqueadas em incompreensão, vendo as expressões deles Sirius chegou a rir levemente e pensou no que Tiago pensaria de sua opinião sobre aquele fato antes de continuar a falar – Está surpreso por isso Dumbledore?

- Como você pode ficar feliz com uma coisa dessas? – o diretor perguntou levantando-se novamente irritado com a situação.

- Eu fico feliz por saber que alguém levou meu afilhado a sério, coisa que eu e Tiago deveríamos ter feito a mais tempo, coisa que você deveria ter feito Dumbledore. – exclamou Sirius furioso com o diretor, estava cansado de tudo – Você sabia o destino dele, sabia o que ele teria que enfrentar e mesmo assim não fez nada para ajudá-lo.

- O que mais eu poderia ter feito por ele Sirius? – o diretor questionou com a voz cansada e exausto com o que o homem jogava em sua cara.

- Você ainda pergunta o que mais poderia ter feito por ele Dumbledore? – Sirius repetiu a pergunta em tom de deboche e voltou a falar com a voz furiosa antes que o diretor pudesse abrir a boca – Que tal um treinamento mágico para ele se preparar para enfrentar Voldemort para começo de conversa? Você sabia que ele precisaria disso, mas em vez disso o que você fez? Mandou o Snape seguir o garoto aonde quer que ele estivesse em Hogwarts, cuidando de cada passo que ele dava como se ele fosse um inimigo.

- Era necessário Sirius... – Dumbledore foi interrompido mais uma vez pela voz fria e agressiva de Sirius.

- Não era necessário coisa nenhuma, ele era só uma criança de 11 anos e você mandou que o vigiassem. Ele deveria ter sido preparado por você desde o dia em que entrou na escola, mas não... – Sirius usou o sarcasmo novamente enquanto se afastava do diretor indo em direção a porta do enorme salão onde eles se encontravam – Você não quis perder seu precioso tempo com uma criança mesmo sabendo da importância que ele teria no futuro, preferiu ficar indo a suas reuniõezinhas com o bunda mole do Fudge... Bem, agora Harry tem alguém que o ensine e o treinou para ser um verdadeiro Guerreiro, alguém que assumiu a responsabilidade e fez sua parte e esta na hora de eu fazer minha parte para com ele também...

- O que vai fazer Sirius? – Dumbledore se atreveu a perguntar enquanto via o animago abrindo a porta do salão de reuniões dos Cavaleiros da Luz.

- Vou ser o padrinho dele, algo que eu nunca deveria ter negligenciado. – respondeu Sirius antes de sair pela porta do local e a seguir aparatar com destino a Hogwarts, queria dar a noticia sobre a Grécia a Lílian e Tiago em primeira mão.

No salão de reuniões os Cavaleiros da Luz não se atreviam a abrir a boca para nada, apenas estavam pensativos lembrando-se das palavras de Sirius sobre a guerra e também sobre o fato de que a maior esperança deles para derrotar Voldemort estava aliado a Azrael, que todos estavam considerando como inimigo do Império da Luz, simplesmente pelo fato de que Dumbledore ordenara que assim fosse feito e eles haviam acatado.

Porém as coisas tinham mudado drasticamente aquele dia, os guerreiros que estiveram em Atenas e observaram a derrota humilhante que Alvo Dumbledore sofrera para Korcet e depois a morte do mesmo feita por Azrael estavam vendo as coisas de outro ângulo naquele momento. Depois que Dumbledore também partiu para Hogwarts esses guerreiros começaram a comentar com os outros aliados o que haviam visto na cidade Grega e logo todos sabiam.

As opiniões eram diversas, mas em uma coisa todos concordavam, Alvo Dumbledore estagnara e era fraco demais para ser um líder competente, muitos deles apenas seguiam com o império da Luz porque Harry Potter era uma esperança de vencer o Lorde das Trevas e agora que eles sabiam que o garoto estava aliado ao Panteão as coisas mudavam. Se surgisse uma oportunidade de eles se aliarem a Azrael a maioria deles não pensaria duas vezes antes de azeitar, pois conheciam os relatórios sobre as barreiras impenetráveis que ele pusera ao redor de seu território fazendo com que seus guerreiros e as famílias destes estivessem a salvo, e uma coisa era universal para os aliados da Luz, suas famílias vinham em primeiro lugar.
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Os primeiros a surgirem no corredor da passagem secreta foram Draco e Hermione, e assim que surgiram o loiro fez um rápido movimento com a mão e conjurou algumas tochas que se grudaram nas paredes iluminando o local estreito e escuro. Logo depois Hugo e Luna surgiram com expressões impassíveis nos rostos, embora a fadiga fosse claramente visível tanto nos recém chegados como nos dois primeiros a aparecerem no local.

Rony e Samantha foram os próximos a aparecerem silenciosamente no meio do local, ambos estavam fracos e cansados pelo esforço que haviam tido durante a batalha, a garota lançou um rápido olhar para os amigos confirmando que estavam todos bem apesar de cansados e então se recostou contra uma das paredes desabando até o chão onde ficou sentada. Rony não parecia muito melhor que a garota, mas aproximou-se de Hermione perguntando como ela estava e confirmando que não havia nada mais do que ferimentos leves e um enorme cansaço por parte da garota.

Assim que Neville e Gina surgiram na estreita passagem a garota correu em direção a Hugo e o beijou de maneira apaixonada, algo que Hermione e Rony também estavam fazendo e só pararam porque o ruivo vislumbrou a irmã se agarrando com o amigo.

- Ei, olha o respeito. – falou ele com a voz ríspida e irritada fazendo com que Hugo parasse o beijo e ficasse levemente vermelho.

- Cala a boca Ronald, você não tem muita dignidade para falar de mim já que toda vez que você vê a Hermione você a agarra. – Gina devolveu com a voz no mesmo tom do irmão enquanto o olhava com os olhos flamejando de raiva – Sem contar todas as vezes que eu tive que agüentar aquelas ceninhas que eu presenciei na Sala Precisa.

Hermione e Rony ficaram roxos de vergonha e o garoto estava para responder a provocação da irmã quando o som de mais alguém aparecendo reverberou pelo espaço estreito da passagem secreta, e ao olharem viram uma Sarah fatigada aparando um Harry completamente imóvel e desacordado, assim que eles apareceram Draco se adiantou e amparou o amigo livrando a garota do peso do corpo do moreno, mas mesmo assim ela não se afastou totalmente do corpo de Harry e “ajudou” Draco a manter o garoto em pé, embora ele estivesse desacordado.

- O que aconteceu? – perguntou Samantha, que havia se levantado do chão de um pulo ao ver o irmão desacordado.

- Ele usou magia demais, já havia usado tudo o que podia no duelo contra Korcet e ainda forçou seu poder para se conectar com toda a Grécia e depois ele ainda fez o feitiço de proteção. – explicou Sarah rapidamente sem tirar os olhos da expressão desgastada do moreno – Ele é um cabeça dura idiota por ter forçado tanto seus poderes.

- O que vamos fazer? – questionou Hugo preocupado com o irmão mais velho. - Não podemos levar ele para a Ala Hospitalar, teríamos que responder perguntas que não podemos e nossos pais ficariam desconfiados.

- Harry disse para irmos para a Sala Precisa e programar para que se passe um ano em apenas uma hora. – disse Sarah enquanto forçava Draco a começar a andar pela passagem em direção a escola novamente.

- Será que ele não precisa de atendimento médico? – Hermione perguntou preocupada enquanto acompanhava mais atrás os amigos, ela estava de mãos dadas com o namorado que havia ficado para trás junto com ela.

- Não. – discordou Sarah sem se preocupar em olhar para trás enquanto respondia a pergunta de Hermione. – Antes de desmaiar ele me disse que precisava apenas de descanso e então estaria novo em breve.

- Acho que todos nós precisamos de uns dias para nos recuperarmos das batalhas de hoje. – falou Draco concordando com a garota.

- Espere. – Gina exclamou assim que eles chegaram no fim da passagem e estavam para abri-la para saírem nos corredores de Hogwarts. – Não podemos simplesmente sair assim, se alguém nos pegar estaremos perdidos.

- Tem razão. – concordou Samantha distraída, ainda estava preocupada com o irmão e só ficaria tranqüila quando ele despertasse, subitamente ela lembrou-se de algo e olhou para o irmão. – Você trouxe o mapa com você Hugo?

- É claro. – exclamou o garoto mexendo nos bolsos das vestes até que encontrou o que procurava em um bolso secreto de seu sobretudo e em seguida sorriu falando para os amigos. – O Mapa do Maroto. O melhor amigo dos quebradores de regras e obra prima de nosso pai e seus amigos. Juro solenemente que não pretendo fazer nada de bom.

Assim que terminou de falar o garoto deu uma leve batida sobre o pergaminho e imediatamente linhas surgiram no papel velho, logo as linhas ficaram claras transformando-se nos corredores de Hogwarts e pequenos balões apareciam em cima de bonequinhos com o nome da pessoa. Todos, exceto Sarah e Draco que amparavam o moreno, se debruçaram para olhar melhor os pontinhos negros no pergaminho surrado.

- O Professor Snape está no segundo andar, Pirraça está dois corredores mais adiante. – Hugo murmurou baixinho apontando para os bonequinhos que se moviam de maneira lenta, parecia que ele estava fazendo uma espécie de ronda.

- Papai e mamãe estão nos aposentos dela. – falou Samantha olhando também para os bonequinhos que se moviam.

- Os monitores estão patrulhando os corredores principais. – disse Hermione apontando pessoas em vários corredores diferentes.

- Podemos ir pela Torre Nordeste, no corredor do terceiro andar. – comentou Rony analisando os corredores que apareciam no mapa. – Os monitores acabaram de passar por aquele corredor e pela programação só vão passar por lá novamente em meia hora, teremos tempo o suficiente para chegar lá e passar sem sermos percebidos.

- Perfeito. – falou Hugo levantando-se rapidamente guardando o mapa após murmurar a contra senha – Depois nós pegamos a passagem no canto oeste do terceiro andar e sairemos direto no corredor do sétimo andar.

E assim eles fizeram saindo para o corredor e fechando a passagem secreta em seguida. Cerca de quarenta minutos depois eles entravam na Sala Precisa e cada um dirigia-se a um canto para poderem finalmente descansar e pensar em tudo o que haviam feito durante a batalha, principalmente sobre o fato de que todos eles haviam matado pessoas e estavam se sentindo terrivelmente culpados por terem ceifado a vida de alguém.

Ao contrario deles Sarah e Draco levaram o moreno por uma porta e entraram em um quarto levando-o em seguida até a cama que ele sempre ocupava enquanto eles estavam ali, que ficava no quarto destinado aos garotos, havia uma segunda porta que dava a um quarto que era ocupado pelas meninas do grupo.

Assim que acomodou o moreno na cama Draco saiu do quarto e se juntou aos outros que estavam conversando sobre a batalha deixando Sarah sozinha com Harry. Lentamente a menina começou a tirar o sobretudo que o moreno estava usando e logo que conseguiu colocou-o cuidadosamente na cabeceira da cama. Em seguida ela despiu-o da camisa que ele usava e também da calça jeans deixando-o apenas com a roupa de baixo e então o cobriu com o edredom que era dele.

Ela ficou ali olhando-o e cuidando do moreno mesmo estando exausta, pensava em tudo o que vinha sentindo por ele e mesmo sabendo que não era merecedora dele não podia negar a atração que ele exercia sobre si, na verdade não queria negar. Sua vontade era agarrar ele e o beijar de uma maneira que ele jamais fosse esquecer, mas ela não tinha certeza se teria coragem o suficiente para fazer uma coisa daquelas, afinal que experiência ela tinha nesse assunto pra começo de conversa? A resposta era obvia e frustrante, ou seja, nenhuma experiência em relacionamentos.

E como teria se tudo o que ela pensara nos últimos anos fora em sua vingança contra os malditos que haviam destruído sua vida? Passara todos aqueles anos planejando a melhor maneira de se vingar e treinando os feitiços mais mortais que conseguia encontrar. Se transferir para Hogwarts fora o primeiro passo do plano que ela elaborara a tanto tempo, mas então Harry aparecera em sua vida e agora ela tinha o conhecimento necessário para se vingar.

Agora era uma questão de tempo até que ela encontrasse com os desgraçados que a tinham feito sofrer por tanto tempo, mas ainda havia algo naquilo tudo. De alguma maneira Sarah sabia que Harry havia adivinhado suas verdadeiras intenções ao vir para Hogwarts e não parecia recriminá-la por isso, ela devia uma explicação a ele, sabia disso.

Antes de colocar seu plano em prática teria de revelar a verdade sobre seu passado para ele e talvez torcer para que ele e os amigos que ela fizera não a olhassem com nojo e passassem a desprezá-la a partir daquele dia, porque sabia que se Harry não a quisesse mais no grupo iria contar aos outros sobre seu passado, embora ela não estivesse interessada em revelar a mais ninguém sobre seu passado, mas se Harry havia aceitado por amigo alguém como o filho de um comensal da morte, por que não a filha de um também.

Cansada demais por seus pensamentos negativos a garota bocejou e deitou-se ao lado de Harry na cama prometendo que seria por apenas alguns minutos e em seguida ela se levantaria e iria para sua própria cama, mas mal ela se aconchegou ao lado de Harry e adormeceu profundamente. Nem percebeu a aproximação inconsciente do corpo do moreno ou a movimentação dele erguendo o edredom e passando por cima do corpo dela e a puxando para mais junto de si e também não reparou quando ela se aproximou mais do corpo quente e masculino acomodando-se nos braços dele com um suspiro satisfeito.
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Enquanto Harry e Sarah estavam dormindo na cama do moreno os outros estavam acomodados em uma sala de estar que a Sala Precisa improvisara para eles no local onde eles costumavam treinar, vários sofás grandes e confortáveis haviam aparecido em frente a lareira que tinha um fogo crepitante, Draco havia se acomodado ao lado de Samantha assim que deixara o quarto dos garotos onde acomodara o amigo.

- Eu não sei porque vocês estão discutindo sobre isso. – disse Draco com a voz fria e sarcástica enquanto se ajeitava melhor no sofá que ocupava.

- Como assim não sabe? – devolveu Hermione com a voz alterada – Nós matamos pessoas hoje, seres humanos que tinham uma família...

- Os mesmos que mataram e torturaram centenas de pessoas antes de serem mortos. – retrucou o loiro friamente dando de ombros como se aquela fosse uma discussão boba e sem importância. – Eles eram monstros Granger.

- Eles eram seres humanos. – Hermione insistiu freneticamente. – Mesmo eles sendo comensais da morte não tínhamos o direito de tirar a vida deles, não podemos decidir quem vive e quem morre, não podemos ser carrascos de ninguém.

- Estamos em uma guerra Hermione. – falou Gina suavemente, também não estava muito contente por ter matado, mas não iria fazer aquele escândalo todo como Hermione estava fazendo. – E eles são nossos inimigos.

- Eu sei Gina, mas... – Hermione parou de falar balançando a cabeça sem saber exatamente como continuar, sabia que a amiga estava certa, mas isso não impedia dela sentir um estranho vazio pelo que fizera.

- Nós também não estamos nos sentindo legal com o que fizemos Hermione. – Neville falou olhando para a amiga com sinceridade no olhar.

- É Hermione, estamos meio abalados com o fato de termos matado pessoas. – falou Samantha enquanto abraçava os próprios joelhos.

- É que isso me assusta. – Hermione desabafou de uma única vez a angustia que sentia remoendo seu peito.

- Calma Mione. – falou Rony a puxando para seus braços e começando a acariciar os cabelos castanhos da garota enquanto murmurava palavras carinhosas no ouvido dela. – Eu estou aqui com você, todos nós estamos do seu lado.

- Eu sei. – falou a garota balançando a cabeça e se afastando levemente do ruivo embora não saísse dos braços dele.

- Olha, eu sei que vocês estão se remoendo de culpa e tudo mais. – Draco falou se levantando e chamando a atenção de todos para ele. – Tudo bem. É aceitável que algo desse tipo ocorra com vocês, afinal vocês foram criados em um ambiente cheio de tranqüilidade e segurança, portanto não sabiam como as coisas são realmente no mundo real, mas agora que vocês conseguem uma visão ampla e geral do quadro todo ficam assustados com a realidade.

- Malfoy, eu não acho que seja isso... – Hugo tentou falar, mas foi silenciado por um cutucão da namorada que olhou-o com censura quando ele direcionou seus olhos para a menina completamente surpreso pelo que ela fizera.

- Obrigado Gina. – o loiro disse com um sorriso agradecido em direção a ruiva que sorriu de volta ganhando um olhar carrancudo por parte de Hugo, embora ela fingisse ignorar. – Como eu dizia, hoje vocês conheceram a realidade da guerra, a crueldade das pessoas com os inocentes e isso deixou vocês assustados.

- Você não está assustado com isso? – perguntou Luna olhando pela primeira vez interessada para o loiro.

- Um pouco. – admitiu Draco dando de ombros em seguida e voltando a falar. – Mas não pelo mesmo motivo de vocês. Eu estou um pouco assustado pelo que sou capaz de fazer agora, não tinha uma noção real do nível de meu poder e quando eu vi do que era capaz lutando contra Liam fiquei muito apavorado embora depois tenha me acalmado. Eu realmente não esperava ficar tão forte quanto os Cavaleiros das Trevas, por isso eu fiquei meio agitado, mas agora já voltei ao normal e quero ficar ainda mais poderoso, porque quando eu me encontrar com Liam novamente eu vou estar pronto e quero matá-lo.

- Mas nós não temos todo o sangue frio dos sonserinos Malfoy e sendo filho de quem é você provavelmente já está acostumado a este tipo de violência. – Rony falou de forma acida fazendo olharem reprovadoramente para ele, inclusive a namorada dele que o repreendeu chamando-o pelo nome.

- Tem razão Weasley, eu estou acostumado a este tipo de violência. – sibilou Draco de maneira perigosa e lenta fazendo com que todos olhassem chocados para ele, mas o loiro ignorou as expressões deles e continuou a falar com a voz mais mortal que conseguiu. – Ser castigado por qualquer motivo, ser obrigado a usar a maldição cruciatus nos elfos domésticos de casa e se eu não conseguisse lançar a maldição então quem a recebia era eu. Apanhar por qualquer motivo e ser obrigado a ver seu próprio pai violentando sua mãe no quarto, ouvindo os gritos de dor dela, mas sabe qual é a pior parte disso... a pior parte é saber que ela gosta do que ele faz, gosta de ser torturada e estuprada, sente prazer nisso. É Weasley, eu estou acostumado a violência sim.

- Malfoy, eu... – começou a falar Rony depois de alguns minutos de um silêncio chocado entre todos eles, mas foi interrompido pelo loiro que respirava ruidosamente e voltou-se falando agressivamente com o garoto.

- Não quero sua piedade Weasley e nem a de ninguém aqui dentro, e isso não sai daqui ou eu vou garantir uma passagem só de ida para o inferno para o boca grande. – rosnou Draco ameaçadoramente antes de tentar se aclamar respirando com um pouco de dificuldade, as lembranças doíam muito e ele precisava lembrar a si mesmo que não iria mais voltar para aquela casa, nunca mais colocaria os pés naquele lugar novamente agora que era maior de idade.

- Ninguém está oferecendo pena para você Draco. – falou Samantha com a voz baixa e carinhosa tocando levemente no braço do loiro que sentiu um arrepio passando por seu corpo e percebeu que ela também sentira e dera um leve sorriso. – Nós somos seus amigos agora, pode confiar em nós assim como você confia no meu irmão.

- Tudo bem. – concordou Draco pensando no amigo, ele era o único que sabia de seus segredos pelo menos até agora, mas não se arrependia por seu desabafo, de repente sentia-se mais leve e livre de um peso enorme, suspirou e então voltou a falar para todos eles. – Voltando ao assunto de antes... Por que vocês não pensam dessa forma, cada comensal que vocês matam são vidas de pessoas inocentes que estarão salvando. Pensem em quantas pessoas cada comensal da morte mata e tortura, quantas meninas e mulheres são violentadas todos os dias por aqueles vermes, quantos são obrigados a servir de fetiche e brinquedo para Voldemort e seus asseclas. Eles são verdadeiros animais, não são mais seres humanos. Pessoas de verdade não fazem as coisas que eles fazem, eles são piores que animais, são verdadeiras bestas sanguinárias, fanáticos por poder e por causar dor nos outros, eles abandonaram a humanidade deles assim que se deixaram ser marcados pelo louco do Voldemort...

- Nós também torturamos e matamos Malfoy. – Neville falou quando o loiro fez uma ligeira pausa para respirar antes de continuar a falar.

- Sim, nós matamos e torturamos, mas diferente deles nós não torturamos pessoas inocentes que não tem nada a ver com a batalha, matamos os aliados das trevas, aqueles que gostam de torturar e causar dor, nós apenas damos a eles o que eles mais gostam que é matar e torturar. – Draco falava de maneira intensa olhando para eles tentando convencê-los de seu ponto de vista. – Estamos em guerra e em uma guerra vence o lado mais forte, por enquanto Voldemort ainda é o lado mais poderoso da guerra, mesmo com a derrota que sofreu hoje, mas em breve espero que nós possamos superar o Lorde Negro e libertar cada vez mais pessoas da opressão dele.

- Nós já entendemos Malfoy. – Rony falou tentando fazer com que o loiro se calasse, já não agüentava mais ouvir a voz dele.

- Não Weasley, vocês não entenderam a coisa toda. – Draco falou friamente olhando diretamente para o ruivo antes de voltar seus olhos para todos eles novamente. – Mesmo que vocês se tornem guerreiros de fibra, o que já está acontecendo, afinal vocês participaram de uma batalha e mataram os inimigos, nunca serão como Harry é.

- O que quer dizer com isso? – indagou Samantha surpresa com a convicção na voz do sonserino que voltou seus olhos para ela.

- Eu quero dizer que vocês nunca conseguirão se abandonar durante uma batalha, ultrapassar seus próprios limites e superá-los em seguida. – Draco falou firmemente – Harry é capaz de esquecer tudo em uma luta, abandonar-se completamente. Eu percebi isso enquanto ele lutava contra o Cavaleiro das Trevas em Hogsmeade, ele estava lutando de maneira agressiva e de frente sem se preocupar com os golpes que sofreria, é claro que ele ficou preocupado com a segurança de vocês o que fez com que ele não usasse todos os poderes dele, o que mudou quando Harris atacou Sarah, naquele momento ele mudou de nível ao ficar furioso, o poder dele transbordou quando Harris ameaçou algo que ele considerava como dele.

- Isso é um absurdo. – reclamou Hermione exaltada, não podia acreditar que o garoto que ela passara a admirar estivesse tentando se matar ou algo parecido.

- Não, não é. – Discordou Draco balançando a cabeça e voltando a se pronunciar. – Eu não sei o que causou todo o ódio que ele tem dentro dele, ou quem causou ele. O que eu sei é que tenho pena dos responsáveis quando Harry se encontrar com eles, e eu acho que o principal responsável é Voldemort e quando os dois estiverem frente a frente é que nós veremos o verdadeiro potencial que Harry pode demonstrar, por que tenho certeza que ele estará furioso. Gostaria de estar presente quando esse dia chegar, o dia em que os Titãs irão se enfrentar mais uma vez e dessa vez somente um deles irá sobreviver.

- O que isso quer dizer? – perguntou Rony confuso com a ultima frase do loiro e recebeu outro cutucão de Hermione.

- O Draco está se referindo ao encontro entre o Titã Urano e Cronos, a guerra que aconteceu entre os deuses Rony. – falou a garota em tom exasperado.

- Ah ta. – murmurou ele envergonhado.

- Eu não quero mais discutir esse assunto. – falou o loiro sentindo-se subitamente exausto e cansado como nunca se sentira antes. – Coloquem uma coisa bastante simples na cabeça de vocês: numa guerra é “Matar ou Morrer”, vocês só precisam decidir em qual das duas categorias estarão incluídos, se nos assassinos ou nas vítimas.

Em seguida o loiro levantou-se do sofá em que estava acomodado e se dirigiu para o quarto dos garotos deixando os outros para trás bastante pensativos com as suas últimas palavras.

- O que vocês acham disso? – Gina perguntou baixinho depois de alguns segundos de silêncio após a saída do sonserino.

- Acho que ele está certo. – Luna falou chamando a atenção dos outros para si, os olhos azuis estavam determinados e sérios.

- Parece que ele sofreu bastante quando era criança. – comentou Samantha sentindo um aperto doloroso no peito com o que provavelmente havia acontecido com o cara que ela amava. – E ele está certo sim, estamos sendo bonzinhos demais. Lembram-se do que o Harry nos disse uma vez enquanto estávamos trinando aqui dentro, acho que deveríamos ter prestado mais atenção nas palavras dele aquele dia, talvez não estivéssemos sentindo esse dilema agora.

- O que ele falou Sam? – Hugo perguntou olhando interrogativo para a irmã enquanto tentava se lembrar das palavras do irmão.

- Ele disse: Em uma guerra não há heróis, apenas sobreviventes e mortos. Devem decidir se vão querer se tornar sobreviventes ou irão se entregar e morrer. – Samantha repetiu o que irmão dissera certa vez para eles, embora não tenha sido exatamente com aquelas palavras que ele falara. – Agora acredito nas palavras dele, hoje nós fomos ansiosos para o campo de batalha porque queríamos nos tornar heróis, não precisam negar.

- Não vou negar. – Rony falou meio envergonhado, pois a garota havia acertado em cheio, fora para a luta pensando em ser ovacionado.

- Nós entramos naquela batalha pensando na glória que receberíamos por salvar pessoas e vencer os caras maus, esse foi nosso erro. – Samantha falava com voz firme e decidida. – Quando formos lutar novamente não devemos pensar em ser reconhecidos por nossos feitos, temos que lutar pensando nas pessoas que estaremos salvando das garras dos comensais da morte. A partir de hoje vamos lutar pensando que cada comensal morto por nossas mãos, ou até mesmo as criaturas das trevas, significa uma vida inocente salva. É assim que eu vou pensar de agora em diante.

- Tem razão Samantha. – Hermione concordou vendo a verdade por trás das palavras não apenas da amiga como também nas que Draco havia dito antes de ir para o quarto. – Harry disse que não seriamos capazes de vencer nenhum dos Cavaleiros das Trevas e ele estava certo, não conseguimos vencê-los, nenhum de nós.

- Vamos treinar mais e nos aplicar com mais empenho. – Neville falou também se levantando e ficando de pé.

- E quando nos encontrarmos novamente com aqueles bastardos mostraremos a eles nossa força. – a voz de Hugo se juntou a de Neville enquanto ele se colocava ao lado do amigo e ajudava Gina a se erguer também.

- Isso aí pessoal, mas agora vamos descansar também que todos nós merecemos. – Samantha falou levantando-se e juntando-se ao coro.

- Ei, cadê a Sarah? – Rony perguntou somente naquele instante reparando que a garota não se encontrava com eles.

- Você é tão tapado Ronald. – Hermione exclamou exasperada batendo com a palma da mão aberta na própria testa.

- Onde você acha que ela está Roniquinho? – Gina perguntou com uma voz carregada de malicia que fez o irmão ficar vermelho como um tomate.

- Já entendi. – resmungou o ruivo andando ao lado dos amigos em direção aos quartos, as orelhas dele estavam pegando fogo de tão quentes que estavam.

Estavam chegando perto da porta quando Draco saiu do quarto dos garotos com um sorriso genuíno no rosto, sorriso que imediatamente atraiu a atenção de Samantha que ficou vidrada por alguns segundos enquanto uma expressão sonhadora aparecia em seu rosto, mas foi por apenas um instante e em seguida ela desviava o rosto certa de que ninguém percebera a atitude estranha dela, mas ao contrário do que ela pensava um certo loiro percebera e estava feliz com o que vira, afinal significava que alguma coisa certa ele estava fazendo.

- Porque o sorriso Malfoy? – perguntou Rony de maneira ríspida descontando no sonserino a vergonha que estava sentindo, mas o loiro não se importou com o fato já que estava mais interessado na expressão que vira transparecer pelo rosto de Samantha.

- O Harry está dormindo que nem um anjo lá dentro galera. – Draco falou com a voz alegre e apontando a porta do quarto atrás de si.

- Isso é meio obvio Malfoy. – Hugo falou impaciente e interrompendo o loiro que estava para terminar de falar.

- Porque não me deixa terminar Potter e então você pode soltar suas asneiras. – replicou Draco friamente enquanto Hugo ficava tão vermelho quanto Rony. – Eu estava dizendo que o Harry está dormindo profundamente, mas afinal ele tem motivo para estar dormindo com aquela expressão satisfeita no rosto. Qualquer um dormiria como um anjo tendo uma garota daquelas abraçada a si embaixo do edredom.

- Sério? – Gina soltou um gritinho feliz acompanhada de Hermione e Samantha – Já estava mais do que na hora desses dois resolverem se acertar de uma vez.

- Espero que agora eles possam conversar e se entender. – falou Samantha torcendo para que aquilo acontecesse, Harry merecia ser feliz.

- E vocês, nem pensem em acordar os dois ouviram bem? – Luna falou agressiva olhando para os garotos e foi seguida por todas as outras meninas que olharam os garotos que apenas levantaram as mãos em sinal de defesa.

- Melhor, vocês não vão dormir ai hoje. Deixem eles sozinhos, acho que quando eles acordarem vão precisar conversar seriamente. – Hermione falou fazendo gestos com a varinha e quatro camas surgiram próximo do local onde eles estavam sentados conversando, o que ninguém entendeu o motivo dela ter usado magia já que bastava ter pedido a sala precisa que ela com certeza forneceria o que ela estava desejando.

- Mas nossas coisas estão lá dentro. – Rony falou apontando o quarto enquanto Draco entrava silenciosamente no aposento e voltava logo depois com uma muda de roupa, não precisaria de mais do que aquilo.

- Façam como o Draco, peguem apenas uma muda de roupa e depois que Harry e Sarah acordarem e saírem do quarto vocês podem voltar para lá.

Os garotos mesmo resmungando fizeram o que as meninas ordenaram, Hugo e Rony por temerem deixar as namoradas zangadas com eles e Neville apenas concordava com elas, pois gostava do moreno e ele merecia ser feliz. Logo todos eles se encontravam profundamente adormecidos em suas camas, todos exaustos pelo desgaste provocado pela batalha.
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Lílian e Tiago Potter estavam profundamente adormecidos na cama dos aposentos da Professora de Poções quando batidas fortes e secas na porta os acordaram. Ambos levantaram de um salto e depois de gritar um já vai para a porta o Professor de duelos vestiu uma calça que estava pendurada próximo a cama enquanto Lílian tentava desesperadamente vestir suas roupas o mais rápido possível, encontrou uma blusinha jogada quase perto da porta e ficou vermelha enquanto se lembrava da loucura que ela e o marido haviam cometido.

As batidas soaram impacientes novamente e somente quando Tiago percebeu que a esposa estava vestida ele abriu a porta dando entrada a um Sirius que entrou sem cerimônia, mas Tiago não se importou com isso enquanto fechava a porta, pois havia percebido a agitação do amigo sem contar a expressão preocupada que ele exibia no rosto.

- O que foi Sirius? – perguntou Lílian vendo que o marido parecia não ser capaz de articular uma palavra sequer no momento.

- Voldemort voltou a atacar hoje e com força total. – Sirius falou parando subitamente de andar de um lado para o outro e sentou-se em uma cadeira que estava próxima a porta. – Ele atacou com comensais da morte, vampiros, lycan’s, lobisomens e dementadores, sem contar que os Cavaleiros das Trevas estavam presentes no ataque.

- Onde eles atacaram? – Tiago perguntou com voz objetiva quando finalmente percebeu que seria capaz de falar normalmente.

- Grécia. – respondeu simplesmente o animago enquanto olhava de um para o outro e depois para a cama percebendo que talvez tenha interrompido algo. – Mal conseguimos resistir as investidas dos comensais da morte e das criaturas das trevas, eu estava vendo a hora em que os Cavaleiros das Trevas iriam entrar no combate e nos massacrar.

- Então perdemos a Grécia para Voldemort. – sussurrou Tiago com a voz baixa, mas audível para os outros dois.

- Sim e não. – respondeu Sirius divertido pela primeira vez desde que entrara nos aposentos de Lílian e Tiago.

- Como assim? O que isso quer dizer? – Lílian perguntou intrigada com a resposta de Sirius e também do sorriso enviesado que ele tinha no rosto, não era costume de Sirius Black sorrir após perderem uma batalha.

- Quero dizer que nós perdemos o controle sobre a Grécia, mas não foi para Voldemort e sim para Azrael. – falou Sirius dessa vez chamando a atenção do casal que olhou surpreso na direção do animago.

- Azrael também estava lá? – questionou Tiago tentando ser o mais objetivo possível e ignorando que seu filho estava aliado com aquele homem.

- Sim, estava. – Sirius respondeu olhando distraído para o nada enquanto continuava a falar. – Eu fui para Atenas com alguns Cavaleiros da Luz e Dumbledore para darmos apoio a eles, logo ficou claro a superioridade dos comensais tanto em quantidade como em poder, eles estão mais fortes e mais bem treinados do que nunca.

- Então eles andaram treinando. – Lílian falou suspirando sabendo que aquilo com certeza era um problema.

- Não apenas os comensais da morte como os próprios Cavaleiros das Trevas estão bem mais poderosos. Lembram-se que nós já lutamos contra eles e conseguimos nos manter firmes em uma luta de igual para igual com eles? – perguntou Sirius repentinamente e quando obteve a concordância dos amigos voltou a falar mais enfaticamente. – Ainda bem que eu não tentei lutar contra Korcet assim que eu cheguei no lugar ou então já estaria morto a essa altura. Dumbledore se atreveu a enfrentar o líder dos Cavaleiros das Trevas e sabe o que aconteceu Tiago, o diretor levou a maior surra que eu já vi. Ele foi humilhado em campo de batalha por Korcet e se não fosse Azrael aparecer para lutar contra o Cavaleiro nosso diretor estaria morto a essa altura.

- Dumbledore não conseguiu lutar contra Korcet? – perguntou Tiago espantado afinal de contas Dumbledore era um dos poucos que sempre conseguia encarar os Cavaleiros das Trevas, qualquer um deles que fosse.

- Nem por um segundo. – Sirius falou enfaticamente. – Estou dizendo Tiago, eles ficaram muito mais fortes que antes, a guerra subiu de nível e nós ficamos para trás. Eu vi Azrael lutando Pontas, vi o que ele é capaz de fazer e sei que agora sim temos uma chance de vencer Voldemort, por que esse cara é poderoso e se Harry está com ele, melhor ainda.

- E Azrael conseguiu lutar contra Korcet? – perguntou Lílian curiosa enquanto pensava quão poderoso aquele ser poderia ser.

- Foi a melhor luta que eu já vi em toda a minha vida. – Sirius falou sorrindo abertamente dessa vez. – Vocês tinham que ter visto. Os golpes que eles usavam, a força e a velocidade deles, não dá pra simplesmente descrever o que eu vi, mas posso garantir que Azrael não apenas conseguiu lutar contra Korcet como também o aniquilou. O líder dos Cavaleiros das Trevas está morto, não antes de implorar pela vida chorando que nem uma criança.

- Caramba. – sussurrou Tiago espantado afinal sabia o quão poderoso um Cavaleiro das Trevas poderia ser e se eles haviam aumentado os poderes ainda mais o tal Azrael deveria ser muito poderoso para conseguir matar um deles.

- E isso não é tudo. – falou Sirius sorrindo mais ainda ao perceber o olhar chocado dos dois ao saber que ainda tinha mais alguma coisa.

- O que você ainda não falou Sirius? – Tiago perguntou ansioso, queria saber logo todos os detalhes da batalha.

- Bom, parece que junto com Azrael apareceram centenas de guerreiros por toda a Grécia, provavelmente os homens dos países que ele conquistou. – Sirius falou rapidamente antes que o amigo explodisse. – Mas não é sobre isso que eu quero falar, segundo os relatos dos Cavaleiros da Luz que sobreviveram e que voltaram para a sede dos Cavaleiros na Inglaterra alguns seres apareceram em algumas cidades e lutaram contra os aliados de Voldemort, sem contar que alguns deles lutaram contra os próprios Cavaleiros das Trevas.

- Quem eram eles? – questionou Tiago pensando em quem poderiam ser as pessoas que faziam frente com os guerreiros mais poderosos de Voldemort.

- Segundo o relato deles eram guerreiros sob o comando de Azrael, mas eles se diferenciavam, pois assim como o líder do Panteão eles também escondiam seus rostos com capuzes. – Sirius informou. – Em Atenas apareceu uma companheira junto com Azrael e ela também matou um Cavaleiro das Trevas.

- Mais um Cavaleiro morto? – perguntou Tiago entre chocado e feliz, aquilo sim que era uma boa notícia – Qual deles que foi morto Sirius?

- Rabinor. – informou o animago com a voz sorridente. – Em apenas uma noite dois Cavaleiros das Trevas mortos.

- Isso sim é uma boa noticia. – concordou Lílian sorrindo e vendo a alegria do marido, então voltou a ficar séria enquanto perguntava olhando para Sirius com firmeza. – Como Dumbledore reagiu a perda da Grécia?

- Ficou furioso com Azrael. – falou agora gargalhando ao se lembrar da cara do diretor de Hogwarts ao ser questionado por ele. – Principalmente por ter perdido todos os Cavaleiros e Guardiões gregos que aceitaram se aliar ao Panteão em troca da segurança de suas famílias. E sinceramente Pontas, acho que a maioria dos aliados do Império da Luz estão pensando seriamente em se debandar para o lado de Azrael, pois em primeiro lugar ele oferece a segurança dos familiares e todos nós sabemos que não dá pra invadir nenhum dos países que ele conquistou, duvido até mesmo que Voldemort possa conseguir esse feito.

- Deixando isso um momento de lado, porque não fomos chamados para ajudar na batalha? – perguntou Tiago levantando-se da cama onde estava sentado ao lado da esposa e dirigindo-se ao amigo com uma expressão nada amigável.

- Você sabe muito bem porque meu amor. – Lílian respondeu puxando-o pelo braço e fazendo com que ele se sentasse novamente ao seu lado na cama. – Agora somos professores de Hogwarts e nossa obrigação é cuidar da segurança dos alunos, já havíamos conversado sobre isso e concordado que era a melhor opção assim poderíamos proteger nossos filhos se houvesse algum ataque a escola, não podemos abandonar nossas obrigações.

- Tem razão, mas porque o Sirius pode participar se ele também deveria ter ficado na escola? – perguntou o homem emburrado olhando o amigo.

- Porque eu pedi autorização para Dumbledore e ele me concedeu. - respondeu o animago simplesmente.

- Conta melhor como foi a batalha Sirius. – Lílian pediu antes que o marido iniciasse uma discussão idiota que demoraria vários minutos.

Sirius sorriu para a ruiva antes de passar a narrar os detalhes das outras batalhas que haviam acontecido em toda a Grécia e que ele tinha ouvido os relatos dos outros Cavaleiros, logo depois ele retirou a sua memória da batalha em Atenas e os três entraram na penseira que pertencia a Lílian e viram as lutas, o ódio inegável de Azrael e da companheira dele com algo que os Cavaleiros haviam dito, mas nenhum dos três notou a semelhança na maneira de lutar que Azrael tinha com Harry, se tivessem prestado mais atenção talvez pudessem ligar os fatos.





Agradecimentos especiais: É cara, por enquanto eu ainda consigo atualizar todas as fics uma vez por semana, mas está cada dia mais complicado dar conta de tudo e o tempo é pouco, mas eu me esforço pra conseguir. Isso mesmo, os dois mostraram que não levam desaforo pra casa, principalmente a Sarah. Das suas teorias sobre a Sarah eu posso dizer simplesmente que são muito interessantes e realmente eu poderia ter usado uma delas, mas não é nenhuma dessas infelizmente, na verdade a história sobre o que aconteceu no passado da Sarah vem no próximo capitulo onde vai mostrar ela contando o que aconteceu para o Harry. Abraços.

Silvia Cecil: os deuses não vão gostar mesmo, mas eles tambem não podem fazer muita coisa enquanto o Hades estiver “protegendo” o Harry deles. Isso ainda não é todo, em breve todos eles vão estar ainda mais poderosos e os Cavaleiros das Trevas vão ser fichinha para todos eles. Beijos.

TiuToddy: Exatamente cara, posto sempre na segunda feira ou muito raramente no sábado, mas na segunda é mais certo. Espero que tenha gostado do capitulo. Abraços.

Kalih: Harry e Sarah mostraram a todos do que eles são capazes de fazer, de verdade eu tambem senti um pouco de pena dos comensais da morte e dos dois Cavaleiros das Trevas, principalmente do Korcet... Brincadeira, não senti pena nenhuma, na verdade adorei escrever a cena do Harry torturando o Cavaleiro. A Sarah revelou um pouco sobre ela sim, e no próximo capitulo ela vai contar o que aconteceu na vida dela para o Harry, talvez isso vá decepcionar alguns e outros não, para ser sincero eu não pensei originalmente o que aconteceu com ela como eu estou escrevendo, era para ser outras coisas, mas eu pensei um pouco e decidi não ser tão cruel aquele ponto. Sinceramente, espero que gostem. Quanto ao Bônus do Ares... Bem, quem sabe, vou pensar nisso. Beijos.

Trinity: Eu adorei escrever essas duas lutas, o Harry tem realmente duas formas animagas, mas isso virá um pouco mais para frente. Que bom que gostou da tortura do Cavaleiro, foi a cena que eu mais gostei de escrever. Quanto a suas suspeitas quanto ao que aconteceu com a Sarah, no próximo capitulo ela vai revelar a verdade para o Harry, espero que não se decepcione com o que aconteceu com ela. Espero que tenha gostado da reação do Dumbledore e dos outros, o Voldemort vem no próximo capitulo tambem. Beijos.

Kaos StoneHange: acho que o capitulo passado respondeu as suas perguntas cara, espero que tenha gostado, a humilhação que o dumbledore vai sofrer será em breve. Abraços.

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