Estrela
N/A: Desculpem a demora, mas, como eu disse na N/A da outra fic, essas minhas ultimas duas semanas foram meio corridas e eu quase não fiquei no pc. Semana retrasada eu adoeci e essa semana que passou tive que arrumar o quarto e depois a mala às pressas para viagem e só deu para terminar o cap agora.
Devo aqui avisar que o cap não foi totalmente betado então, se do meio para o final, possuir um erro, me perdoem... Eu não entreguei o cap completo para minha beta e, como ela vai viajar amanhã, resolvi postar logo hoje. Também devo aqui dizer que eu não revisei a parte final * caindo de sono no teclado * e, qualquer erro brusco, me perdoem novamente.
* emocionada por TAL está em segundo lugar nas mais lidas.XDDD* Tudo isso foi graças a vocês. Muiito obrigada mesmo. (^.^)
Vamos agora aos comentários... Bem, são muitos e eu lamento muito não poder responder a todos, mas saibam que eu leio todos com muito carinho (^.^).
Jéssica Tonks - Sim, a Agatha apareceu para o Thi no capítulo Ilusões. E realmente, eu sou má. XD. Já é costume eu terminar na melhor parte. * corada * Como não puxar a sardinha para o meu lado? XDDD. Quem não sonha em acordar e ver um caminho de pétalas de rosas e que te leve até o ser amado? * olhos brilhando * Já vi essa cena em um filme - não me lembro qual... acho que foi Escrito nas Estrelas - e em uma propaganda de uma rádio... XD. Eu TINHA de colocar isso. XD Babando de sono no teclado? Pois é... agora quem está sou eu...risos. Me mandar um vírus por e-mail? Lá ela lá e bem lá mesmo! Hehehehe. Já basta o meu vírus da gripe, estou muito satisfeita com ele, obrigada. Huahahahahahaha. Meu desespero é tanto que, na maioria das vezes, eu gravo os caps como rascunho em um e-mail, para não precisar ficar gravando constantemente... XD.
Iuri Black - * corada até os ossos * Nossa, eu simplesmente amei o seu comentário. Muito obrigada mesmo. Bom, eu não acho que o Sirius que eu descrevo seja parecido com o da tia Rowling... Y.Y. Porque, se eu não me engano, eu li não sei onde que ela alegou que o Sirius não tinha tempo para namoros... o.O. Mas, aí eu penso, qual seria o garoto - ainda mais lindo e maravilhoso como ele... - não teria nem sequer beijado UMA garota? Talvez ele não deva ter namorado ninguém, mas deve ter curtido um pouco com garotas. Bom, desde a primeira vez que eu li HP 5 que eu imaginei o Sirius assim... e minha visãos sobre ele não mudou. Hehehehehe. Quanto a sua pergunta... Minha história ser tão boa a ponto de influenciar na personalidade dos meus escritores... Eu realmente nunca cheguei a pensar nisso... o.O... Acho que isso é relativo, quando ao fato de ser bom ou ruim... Se a pessoa está satisfeita com a nova personalidade, não tem porque reclamar... mas se não estiver... * só espero que não me mande a conta do psicólogo... hehehehehehe * Eu resumo essa resposta em uma frase: Eu fiquei absolutamente surpresa. XD
Talita de Nobrega Lima - Que bom que está gostando da minha fic. Quanto ao fato do Thiago se declarar para a Lily... só no último cap...huahahahaha. Quanto a Lílian descobrir se o Remo é um lobisomem, ela descobre ainda esse ano. XD.
Sassis - o.O Leu a fic em uma madrugada? Uma madrugada? Nossa, você deve ter leitura dinâmica. XD. Que bom que você gostou da fic. Agora, eu não entendi uma coisa. Como assim "publicar"? É publicação como um livro, em um jornal, ou revista? Hehehehe.
Celina Nakarina - Eu não entendi o fato de todo mundo ter pensado que a fic acabou...huahahahaha. Ela está na reta final... para dar lugar a continuação. XD.
Aline Chiarelli Cristofolini - Sim, você me disse uma dica, mas o meu estado de sonolência não me permite recordar qual foi... o.O. Mas não se sinta como uma chata. Críticas, assim como sugestões são sempre bem-vindas. Fico feliz que tenha gostado do cap e espero que goste desse também. XD
Krika John Snape - Bom, eu realmente tive que atender a todos. Mas, como diz o ditado, não se pode agradar a gregos e troianos. XD. Espero que esse cap esteja bom para você. Apesar de quer, não tem T/L. Mas o cap foi todo voltado para Thiago...
Sarah Potter - Nossa, que coincidência. XDD. Não, que eu saiba, o nome da mãe do Thi nunca foi dito pela titia Rowling. É que esse foi o primeiro nome que me veio a cabeça quando eu quis nomear a mãe de Thiago e ficou esse mesmo... E eu acho Sarah um nome forte. Não sei, sempre quando ouço acho que isso demonstra que é uma pessoa determinada e que não desiste assim tão fácil dos seus objetivos. E eu achei que esse nome era perfeito para ser o da mãe do Thiago. XD. Tá adicionada.
Babi Potter - Ah, muito obrigada por ter me avisado. XD. Eu acabei não conseguindo mandar o email para a moderadora do site, mas, aparentemente o negócio se resolveu. XD. Disseram que a fic era da floreios e borrões e que era de outra autora - errou o meu nome, mas tudo bem, eu supero...rsrsrsrsrs- Muito obrigada mesmo!
Mayara - Me mandar o Clodovil? * desmaia * Não tem nenhum Sirius perdido por aí para me mandar no lugar dele? XDDDD Se tornar uma homicida incendiária canibal e ainda por cima palmeirense? o.O. Em termos de palmerense, você daria bem com o meu primo... rsrsrsrsrs. E não, eu não tive massagista... foi uma bela de uma gripe e uma bendita febre mesmo e depois eu viajei sexta a noite e voltei domingo à noite.
Lílian Magalhães - Não, eu ainda não terminei Relatos Marotos, mas ela já está chegando na fase final, por que o Tiago e a Lílian, no próximo cap, terão o seu primeiro encontro "Não oficial"... hehehehehehe. A criatura de cabelos loiros e olhos negros se parece tanto com você? o.O Eu realmente não sabia dessa... rsrsrsrs. Acho que você vai mudar de opinião quando terminar de ler esse cap...hehehehe.
Isabela Resende - Já gosta de mim só pelo que eu escrevo? * totalmente corada * Ah, que é isso... Eu sou uma insuportável, você não aguentaria ficar mais do que dois minutos no mesmo lugar que eu estivesse... Huahahahahahahahahaha.
Deyse - Que bom que você gostou da fic. XD. Quanto ao caso da Vívian Agatha, o segredo vai ser destrinchado aos poucos. Agora mesmo você vai saber porque tanto ela queria falar com o Thi... XD. Você gostou da idéia de fazer uma fic em que T/L não morrem. XD. É, será projetos futuros... Ela será baseada no filme Moulin Rouge e ainda tenho outra, que seria de uma Challenge, e que se passa no ano de 2200... XD. Projetos e mais projetos e nada de tempo...rsrsrsrsrs. Quanto ao fato da fic acabar no sexto ano, é que terá a continuação depois. XD. Eu preferi fazer assim, porque senão ela ficaria muito extensa. Aliás, a primeira parte do primeiro cap e o trailler da continuação já estão prontos. E ela já tem um nome "A Era das Sombras".
Nohara Tonks - Você tem um palpite do que seja Agatha? Você deixou a resposta na comu, não foi? XD. Eu acho que foi... eu me lembro que você comentou no tópico lá no orkut, mas não me lembro o que foi...* meio lerda por causa do sono * Se não... coloca sua teoria no próximo comentário, vou adorar ler. XD
Carline Potter - Sim, sou daqui de Salvador. XD. E fiz UFBA e UNEB... Quanto aos cursos que eu optei foram, respectivamente, Direito e Letras. Eu nova e já escrevo como a JK? * corada * Ah, que é isso, eu não chego a unha do pé dela... huahahahahaha. Eu moro no Cabula, mas precisamente em frente à Uneb * minha futura universidade, com fé em Deus *. Claro que sim, vamos nos falar. XD. A propósito, te adicionei no msn. Quanto ao fim de Ana e Lisa... Segredo absoluto...risos.
Lara Elisa Latância - Quando ao vestibular que eu prestei foram dois: um para Direito e outro para Letras. Quanto ao cap, aqui está (^.^)
Ellen - Eu não tenho só essa fic. Eu tenho mais cinco. * acho que eu fiz a conta correta...huahahahahaha * Oceano - que é uma H/G pós HP6 / Relatos Marotos - Os marotos narrando fatos numa espécie de gravador / Como os nossos pais... (...ou quase ) - Tiago e Lílian tendo que criar seus amigos que, ele não fazem a mínima ideia de como, voltaram a serem crianças e, consequentemente, eles acabaram se tornando "pais" para eles. / Metal Contra as Nuvens... A Sina de um Prisioneiro - Sobre Sirius em Azkaban / Crying In The Rain - Sobre um shipper que eu não posso falar, pois estraga a surpresa...huahahahaha.
BB Potter - Portuguesa? XD. Que honra! XD Como vão as coisas do outro lado do oceano? Quanto ao veado... Aqui no Brasil, pelo menos, é outro "nome" que designaram para chamar um homem de homossexual... hehehehehehe. Acho que atribuem um gay ao animal por causa da maneira de andar * saltitando *... hehehehehe. Ah, e quanto ao fato de por a capa. Tipo... Você precisa ter um site para hospedar a fic... * photobucket, entre outros * aí você vai na parte de editar a fic e em imagem você coloca o endereço. XD.
Pamina Black - Bom, eu postei ainda hoje... rsrsrsrsrs. É que aqui não tem horário de verão...hehehehe.
Ginho - Nossa, realmente fico honrada. XD Você comentou na minha fic entre 36 lidas? (^.^)
Nessa Black - Sim, eu fiquei muito feliz * na realidade, só pude ver isso hoje *... Quanto ao msn, eu já aceitei. XD E aos vestis... o primeiro eu nao passei... estou a espera do segundo agora... o resultado, digo.
Como sempre, agradeço a todos os comentários e todos que lêem e/ou comentam e/ou votam na fic. Beijos para todos.
Ah, e a propósito. Feliz 2006 para todos!!!!
Cap 42 – Estrela
O silêncio reinou entre eles. A garota alargou o sorriso e caminhou lentamente até Thiago. O maroto se surpreendeu com a maneira majestosa com que ela andava e, se não ouvisse o som dos passos dela ecoando pelo cômodo, poderia jurar que ela estava flutuando.
-Com medo? – ela sussurrou lentamente. Thiago só então percebeu que a garota estava usando uma túnica azul.
-Agatha...? – ele indagou, um pouco receoso.
Em resposta, a garota apenas sorriu pelo canto dos lábios e parou, ficando muito próxima a ele. Thiago percebeu que durante todo aquele tempo ela não desviara os olhos dos dele e parecia impedi-lo de fazer o mesmo, o que o fazia se sentir levemente incomodado.
-Foi... – ele pigarreou levemente. – Foi você quem mandou aqueles dois bilhetes para mim?
-Você quer tanto saber... – ela respondeu calmamente.
-Claro que eu quero saber. – ele resmungou, emburrado. – Se não quisesse, decerto que não perderia meu tempo estando aqui.
-Uma mente povoada de dúvidas, Sr. Potter... – ela estreitou os olhos e Thiago deu um passo para trás.
-V-você está lendo minha mente? – ele sussurrou, rouco, dando outro passo para trás quando ela se aproximou dele.
Houve silêncio em resposta. Thiago começou a dar passos lentos para trás, sentindo uma leve taquicardia e tentando não deixar transparecer o desespero que começava a tomar conta de si. Por que não estava conseguindo desviar daquele olhar?
-Sonhos... Receios... Medos... Alegrias... Tristezas... – a cada palavra proferida ela se aproximava mais e mais de Thiago, enquanto o mesmo recuava.
Ele sentiu a cabeça latejar e os olhos arderem intensamente. Toda sua vida era passada em sua mente com sucessivos flashes.
-P-pára com isso... – ele falou com dificuldade quando suas costas encontraram a parede fria atrás de si. Sentia que a cabeça ia explodir a qualquer instante e lágrimas quase ferventes escorriam pelos seus olhos.
-Amor... – a voz dela parecia distante para ele agora. – Um nome...
-PÁRA! – ele gritou.
Thiago sentiu-se se jogado contra a parede ao mesmo tempo em que os flashes cessaram. Suas mãos trêmulas alcançaram a cabeça e ele a segurou calmamente, enquanto ofegava. O piso do chão estava disforme e ele sentiu tudo escurecer e o corpo perder a sensibilidade. Mas, com um leve sobressalto, ele recobrou os sentidos. Fechou os olhos calmamente, numa tentativa inútil de parar a tontura que ainda o dominava.
-Evans... – ela sussurrou como se estivesse satisfeita.
Com um pouco de dificuldade, Thiago ergueu o rosto para fitar a garota à sua frente com um profundo ódio. Ele desencostou-se um pouco da parede, exibindo um porte ereto.
-O que raios é você? – ele falou num fio de voz. – Pretende me matar?
-Se você esperasse eu terminar, certamente não estaria assim agora. – ela falou seriamente. – Desculpe, mas essa foi a única forma de obter as respostas para as minhas dúvidas.
-Dúvidas...? – ele respirou profundamente, ainda um pouco confuso, antes de soltar um fraco gemido. – E quanto às minhas? – ele silenciou alguns segundos antes de prosseguir. – Quem é você?
-Você mesmo já disse a resposta para a sua pergunta, Thiago Potter.
-Então... – ele parou de segurar a cabeça, sentindo-se um pouco melhor. – Você é mesmo Agatha.
Um novo sorriso em resposta.
-Se sente melhor? – ela fez menção de se aproximar dele, no que Thiago estendeu a mão para que não o fizesse.
-Eu não preciso de sua ajuda... – ele falou, irritado. – Eu quero saber o que você quer de mim. – ele completou num tom imperativo.
-Tudo em seu devido tempo, Potter, tudo em seu devido tempo.
-O que veio fazer aqui, então? – ele indagou seriamente, soltando um outro gemido de dor ao sentir uma nova latejada na cabeça.
-Você já o conhece... – ela falou seriamente. – Ele já o atingiu. Você... e Evans.
Thiago recostou a cabeça na parede e a encarou intrigado.
-Você está falando de Voldemort?
-Voldemort...? – ela indagou. – É como ele é chamado agora, não é mesmo? Mas eu o conheço apenas como Tom Riddle.
-Você conhece Voldemort? – Thiago se mostrou interessado, esquecendo-se por um minuto que a sua cabeça ainda doía.
-Sim, eu o conheço. – ela sorriu misteriosamente. – Mas não ele a mim.
Uma brisa suave soprou pela sala e Thiago suspirou, sentindo o ar frio cortar-lhe o rosto novamente. Ele constatou que não havia emoção alguma na voz daquela garota e, com um olhar surpreso, percebeu que os cabelos dela, apesar do vento que circulava na sala, sequer se moviam. Fitou-a mais atentamente e percebeu a sua face pálida, como se tivesse sido talhada em mármore. Sentiu um arrepio percorrer a sua nuca. Era como se... como se...
-Você não é uma pessoa viva. – ele constatou num murmúrio.
O vento soprou com mais freqüência entre eles e Thiago viu os olhos de Agatha brilharem estranhamente.
-Como você pode ter tanta certeza? – ela respondeu com outra pergunta.
-Seus cabelos... eles não se movem. Sua face extremamente pálida... – ele comentou pausadamente. – É como se você já tivesse morrido...
Ela sorriu calmamente.
-Certo. Não vou negar o fato de que eu não sou uma pessoa viva.
-Você possui sabedoria demais para ser um Inferi... É sólida demais para ser um fantasma... Aparência terna demais para ser de um espírito agourento... Possui um sistema locomotor perfeito demais para ser de um zumbi... Mas a sua palidez... você tem alguma parte humana, ao menos, ou é uma vampira completa?
Silêncio em resposta. Thiago a fitou atentamente. Sabia que aquela era uma possibilidade, mas algo lhe dizia que a indagação dele estava bem longe da verdade.
-Sim, está. – ela respondeu de imediato.
Thiago despertou dos seus pensamentos e a encarou firmemente.
-Você estava lendo meus pensamentos? – perguntou, contrariado.
-Não é preciso ter muito trabalho para fazer isso depois que se faz pela primeira vez...
-E o que te dá o direito...
-Não se preocupe, não contarei a ninguém as coisas que eu descobri... – ela calou-se por breves instantes. – Potter, o que você sente pela Evans?
Thiago ergueu uma sobrancelha em resposta e cruzou os braços de forma quase que desafiadora.
-Acho que não preciso me dar ao trabalho de responder. – ele respondeu friamente. – Pode vasculhar a minha mente para obter uma resposta.
-Seu próprio subconsciente não permite... – ela disse numa calma sobrenatural. – Você se empenha tanto em esconder o que sente realmente por ela, que é impossível ver esse seu lado em sua mente.
Thiago sorriu triunfante para Agatha, cujos cabelos formavam uma cortina dourada sobre o seu rosto.
-O que você sente por Evans, Potter? – ela repetiu a pergunta.
-Vai me contar o que você quer de mim? – ele retrucou, desafiador.
-Eu quem faço as perguntas aqui, Potter.
O maroto sentiu o sangue ferver e a cabeça latejar novamente. Ele cerrou os punhos, sentindo um acesso de ódio dominá-lo por dentro. Os olhos negros dela tornaram a fitá-lo de forma penetrante. Thiago sentiu uma nova latejada na cabeça e exibiu uma feição de fúria e ao mesmo tempo determinação.
-Ama ou não ama, Potter? – ela insistiu.
-O que te faz pensar que eu vou me dar ao trabalho de responder a todas as suas perguntas, se você não responde as minhas? – ele retrucou com ar superior, sentindo a dor na cabeça piorar a cada minuto. – Você não manda em mim, Agatha.
Ela o encarou com os olhos estreitados.
-Não me subestime. Você pode ter poderes, mas não se iguala aos meus. – ela sussurrou ameaçadoramente. – Ama ou não ama, Potter? – ela repetiu.
Thiago viu uma aura dourada brilhar levemente ao redor do corpo da garota, ao mesmo tempo em que uma brisa que cortou-lhe levemente o rosto esvoaçava os cabelos da garota de modo calmo.
-Para quê você quer saber? – ele falou num tom rouco. Podia sentir um arrepio percorrer o seu corpo ao sentir a aura de poder que emanava daquele ser.
-Não faz parte do seu destino ficar com Lílian Evans. – ela disse, ainda o encarando firmemente, com os olhos estreitados e uma feição imperativa no rosto.
-Eu não acredito no destino. Portanto, pouco me importo com ele. – Thiago suspirou e cruzou os braços sobre o peito. – O que você quer de mim? – ele repetiu a pergunta. – Além de saber sobre a Lílian, é claro.
-Você cometeu um profundo erro se apaixonando por essa garota, Thiago. – ela disse por fim e respirou profundamente. – Você verá as conseqüências dos seus atos no futuro. Lembre-se dos seus sonhos, é tudo o que eu posso te dizer.
Agatha deu as costas para Thiago e o mesmo a viu se afastar com o cenho franzido. “Meus sonhos...”.
A garota sentiu uma mão fechar sobre o seu ante-braço e virou a cabeça lentamente, para encarar Thiago. Com um novo arrepio, Thiago percebeu que os olhos negros dela estavam praticamente em chamas.
-C-como... Como você sabe dos meus sonhos?
Ela sorriu de modo misterioso.
-Eles se tornarão reais se você não tomar a decisão correta.
Thiago empalideceu por longos minutos e seus olhos se arregalaram.
-Ela... ela vai... – ele engoliu em seco.
-Ela não será a única. – ela olhou atentamente para ele.
-E aquele garoto que eu vi, quem é ele? É o meu filho? Eu preciso saber.
Agatha apenas deu de ombros.
-Você sabe... O que o futuro reserva... o que o futuro me reserva. – ele falou num sussurro rouco. – Eu sei que você sabe.
-Sim, eu sei. Você...
Thiago percebeu que o brilho dourado ao redor dela se intensificou, os cabelos dela balançavam-se lentamente para os lados. Os olhos negros dela brilhavam intensamente, tornando-se quase alaranjados.
-...pela estrela do mundo bruxo.
-Estrela... – Thiago sentiu um arrepio percorrer todo o seu corpo e um leve torpor acometê-lo.
Agatha havia desaparecido. O ar ao seu redor estava parado e seus sentidos adormecidos. Tudo ficou escuro.
-Estrela do mundo bruxo... – ele sentiu os seus lábios moverem-se e o sussurro da sua voz soar longínqua em sua mente. Um novo arrepio...
Thiago abriu os olhos e inspirou profundamente, sentando-se na cama de imediato. Sentiu uma leve tontura tomar conta de si e, passado alguns minutos, abriu os olhos receosos, sentindo o corpo um pouco trêmulo. Estreitou os olhos, reconhecendo, apesar do breu, o dormitório masculino do sexto ano.
Seu pijama, encharcado de suor, grudava na sua pele e ele soltou um longo suspiro, passando a mão pelos cabelos. Baixou o olhar, fitando as cobertas vermelhas que ainda lhe cobriam. Então, tudo fora um sonho?
Seu coração ainda palpitava dentro do peito e a respiração estava acelerada. Fechou os olhos, sentindo as pálpebras trêmulas.
-O que ela quis dizer com “Pela estrela do mundo bruxo”? E porque eu não me lembro das outras palavras...?
Afastou as cobertas de cima dele para longe e colocou os pés para fora da cama. O chão gelado fez seu corpo se arrepiar. Caminhou a passos lentos até a tão conhecida passagem que dava acesso aos telhados da Torre.
Sentiu o ar frio cortar-lhe o rosto, sentou-se calmamente e depois estirou-se sobre as telhas, a fim de contemplar as poucas estrelas que apareciam por entre as nuvens negras. As cenas daquele estranho sonho ainda estavam nítidas na sua mente. Quando terminava a realidade e começava o sonho? Será que nunca havia recebido os dois bilhetes? Havia dormido e sonhado com aquilo tudo sem ter percebido? Será que estava a sonhar novamente?
Sua cabeça latejou e um novo suspiro escapou dos seus lábios. Como saber se tudo o que presenciara fora mesmo verdade, ou não passara de fruto da sua imaginação? Agatha estaria então certa? Lílian ia morrer se Thiago ficasse com ela? Seria ele culpado da morte dela? Levantou-se e passou a caminhar pelo telhado a passos lentos, em seu rosto uma feição pensativa.
Fechou os olhos por breves momentos e ergueu o olhar, a fim de contemplar as sombras gigantescas que ele sabia pertencer às montanhas. Como gostaria de ter as respostas para todas as dúvidas que lhe vinham na alma. Como gostaria de esquecer que ela ia morrer...
Abaixou o olhar e fitou as telhas aos seus pés. A mancha branca. Estreitou os olhos e lembrou-se que estava exatamente em cima do dormitório dela. Abaixou-se lentamente e passou os dedos pela telha marcada. Será que ela tinha um sono tranqüilo? Seria um erro ele seguir em frente no seu objetivo de conquist´s-la? Se é que ela já não o amava...
Mordeu o lábio inferior. Sim, tinha que tomar uma decisão. E essa decisão não passaria dessa noite...
Thiago acordou àquela manhã com os raios de sol incidindo de modo incomodativo sobre o seu rosto. Abriu os olhos de forma relutante e piscou várias vezes até que se acostumasse com a luz.
-Hum... onde eu estou? – indagou num murmúrio, ainda entorpecido pelo sono, fitando tudo ao seu redor com um olhar quebrado.
As lembranças da noite anterior vieram à tona na sua mente e, dos seus lábios, um suspiro escapou. Sim, as peças daquele quebra-cabeça estavam cada vez mais difíceis de serem encaixadas, principalmente pelo fato de ele não conseguir se lembrar de como fora parar na sua cama e de não ter certeza se aquela conversa com Agatha ocorrera realmente ou fora apenas fruto da sua imaginação.
Segurou os cabelos, ainda podendo fitar os últimos resquícios de estrelas no céu. O que ele achava que seria a resposta para as suas dúvidas, tornou-as ainda maiores.
De tudo, a única coisa que ele podia relacionar era aquela noite em que apagara em sua casa, quando teve aquele ritual estranho, é o fato dele estar se sentindo tão... diferente.
E o que fora aquela discussão que ouvira dos seus pais? Por que sua mãe sempre tinha de achar que ele era novo demais para saber dessas coisas? Será que ela não o achava tão responsável assim? “Ou talvez...” seu estômago revirou com esse pensamento “Ou talvez esse segredo que tanto escondem de mim tenha tamanha carga que poderia me deixar louco...”.
Fechou os olhos e relaxou o corpo. Apesar de não ter feito muitos esforços no dia anterior, sentia-se exausto. Até podia sentir leves pontadas em sua cabeça, e algo lá no fundo dizia que aquilo tudo que ocorrera era mesmo verdade.
Espreguiçou-se levemente e levantou-se, tomando rumo à passagem que o levaria de volta ao dormitório masculino.
Os cortinados fechados e o silêncio cortado apenas pelos roncos de Pedro e a respiração alta de Sirius faziam-no crer que todos estavam dormindo. Fitou sua cama e constatou que o cortinado estava aberto e as cobertas, meio emboladas.
Pendurada de qualquer maneira na cabeceira de sua cama, encontrava-se a sua capa. Sentou-se na cama e puxou a peça de roupa para perto de si, checando os bolsos com cuidado. Encontrou o mapa do Maroto, acompanhado de um novo bilhete.
“Não foi um sonho, apesar de sê-lo.”
A mesma caligrafia... Thiago suspirou e guardou o pedaço de pergaminho de volta ao bolso. Recostou as costas na cabeceira e afundou levemente o corpo. Se aquilo não fora mesmo um sonho, como estava dizendo – em parte – naquele pergaminho que acabara de ler, ele tinha plena certeza. Se ficasse com Lílian ela provavelmente morreria. “Mas será que você não ficando com ela, ela não morreria da mesma maneira?” uma vozinha retrucou no fundo da sua mente. A verdade é que ele não tinha a mínima idéia do que faria...
-Thiago...?
O maroto tornou a abrir os olhos, encontrando a face preocupada de Remo encarando-o firmemente.
-Aconteceu alguma coisa?
Não foi um sonho, apesar de sê-lo... Thiago permitiu-se pensar novamente. Será que a interpretação então poderia...
-Remo, o que você sabe sobre sonhos?
Aluado apenas exibiu um ar confuso e sentou-se na cama de Thiago.
-Como...?
-Sabe... – ele começou um pouco receoso. – O que você sabe sobre... interpretação de sonhos.
-Você não está pretendendo retomar Adivinhação, não é mesmo? – ele indagou, desconfiado.
-Não. Claro que não. Até porque nossas decisões não têm mais volta e um “P” não é considerado das melhores notas. E, bom, eu fique imensamente feliz por me ver livre daquela matéria, esqueceu?
-Então eu digo que, em algum lugar do fundo da sua mente, você desejava cursar a matéria.
Thiago olhou feio para Remo, no que ele prendeu o riso.
-Ok, eu paro. – ele concluiu seriamente.
-É que... – Thiago tornou a falar, passando a mão pelos cabelos num gesto preocupado. – Tem algo me intrigando ultimamente.
-Além da Lílian? – Remo disse risonho.
-É... – Pontas não pôde deixar de sorrir. – Além dela.
-E o que seria?
-Hum... – ele exibiu um ar pensativo. – Se alguém te dissesse essa seguinte frase “Você... pela estrela do mundo bruxo”, o que você tiraria de proveitoso dela?
Remo franziu o cenho.
-Que a pessoa tem dificuldade de formar frases concretas? Thiago revirou os olhos em resposta.
-Isso também, mas... Sei lá. Algo em entrelinhas...
-Bom, Pontas, o caso é que essa frase resulta em várias interpretações. Não necessariamente de sonhos.
Thiago continuou em silêncio, no que Remo decidiu continuar.
-Eu pensei em, se a pessoa tivesse um pouco de receio de falar, poderíamos concluir que querem você para se ter a estrela do mundo bruxo.
-E o que raios seria essa estrela?
Remo mordeu o lábio inferior e encarou Thiago meio de soslaio.
-Muitas vezes as estrelas eram guias para os viajantes. Mas existem ramos da Adivinhação que prevê o futuro através das estrelas. Pode ser que tenha algum desses sentidos, não?
Thiago ajeitou os óculos e concordou com um meneio de cabeça.
-Mas por que você gostaria de saber isso?
-Eu... eu só tive curiosidade. Fiquei intrigado com esse sonho que eu tive.
-Sirius comentou que você recebeu um novo bilhete. Descobriu quem era?
Thiago silenciou por breves minutos, e apenas sustentou o olhar firme que Remo lhe lançava.
-Não. Ela não apareceu.
Pontas achou melhor não contar, pois, se relatasse que encontrou-se com uma garota que era sólida, mas tinha aparência de fantasma e que entrou na sua mente, descobriu quase todos os seus segredos, e ainda disse que não fazia parte do destino dele ficar com Lílian e que ele não se lembrava de como voltara para a cama depois desse encontro, certamente ele iria dizer que o amigo estava pirando.
-Pode ter sido alguma brincadeira de mau gosto de algum dos verdinhos.
-Mas eles usariam Apollo para isso?
-Talvez com um feitiço eles tenham amarrado o pergaminho no pé do Apollo, não? - ele indagou ao que Remo assentiu. – Hum, Aluado, e por que você acordou tão cedo?
O garoto corou furiosamente, no que Thiago prendeu o riso.
-Ana?
-É. Ela vem me tirando o sono ultimamente.
-Em que sentido? – Thiago falou num tom malicioso.
-Não é nada disso que você está pensando. – Remus reprimiu uma careta, ao que Thiago gargalhou, e Sirius resmungou durante o sono. – É ainda sobre o fato de querer ser animaga. Acho que ela quer tentar fazer isso sozinha.
Thiago ergueu uma sobrancelha.
-Remo, você sabe muito bem que não há livros de animagia disponíveis para alunos. Você acha então que ela está entrando na restrita?
-Entrando ou não, será que vocês poderiam me fazer o favor de calarem essas bocas? – Sirius resmungou com a voz abafada.
Remo e Thiago se entreolharam e começaram a rir.
-Ah, o humor matinal de Almofadinhas... – Pontas comentou em tom de deboche.
-Eu achava que ele não poderia ser pior do que você, Thiago, mas concluí que me enganei.
Eles ouviram um novo resmungo de Almofadinhas, e Pontas, ainda prendendo o riso, aproximou-se do cortinado do maroto, mas antes que conseguisse abrir muita coisa, viu-se pendurado no ar da mesma maneira que deixara Snape há alguns meses atrás.
-Bom dia, Almofadinhas. – ele disse ainda risonho, segurando a blusa do pijama, para impedi-la de cobrir o seu rosto. – Agora esta dando para azarar seus amigos, é? Ou tem algo aí que você deseja esconder de nós?
Alguns segundos depois o rosto amassado e o olhar quebrado de Sirius apareceram puxando o cortinado, ainda com a varinha erguida.
-Boa noite, você quer dizer. – ele disse num tom rouco.
-Então, o que anda escondendo de nós aí dentro?
A face de Sirius ficou levemente ruborizada, no que os outros dois amigos gargalharam.
-Nada de interessante. – ele disse se levantando da cama e fechando o cortinado estrategicamente. – E o que vocês querem acordados uma hora dessas?
-É, e acordando o dormitório inteiro? – uma outra voz respondeu num resmungo ao fundo. – Não são nem sete horas ainda, sabiam?
-Achei que podíamos ter uma conversa no dormitório. – disse Thiago de modo displicente. – Sobre um certo encontro de ontem à noite. – e olhou automaticamente para Sirius.
-Dois encontros, Pontas. – ele disse num sorrir de canto de lábios. – Eu só gostaria de saber como a Lílian fica nessa história.
Pedro apareceu ainda a ponto de ver a careta que Thiago exibia.
-Ela fica do jeito que está. Até porque, não houve encontro nenhum. – Thiago falou enquanto Pedro se sentava na ponta da sua cama.
-Não houve? É uma pena. – Sirius agitou a varinha e, com um baque surdo, Thiago caiu no chão.
-Merlim, você sabia que isso dói, Sirius? – ele falou emburrado, arrancando o riso dos outros enquanto se levantava.
-E por que você acha que eu faço isso?
Thiago apenas espanou a poeira do pijama e lançou um olhar meio enviesado para Sirius.
-Mas então... – começou Remo, não escondendo o tom risonho da sua voz. – Pode nos contar, com detalhes, o que houve ontem à noite?
Sirius apenas exibiu um sorriso com ar de mistério e sentou-se na cama de Thiago, sobre as reclamações do mesmo por ter roubado o seu travesseiro e ter se sentado no lugar que ele iria sentar.
***
Depois de cerca de uma hora sobre o pedido de Sirius, os marotos resolveram se arrumar e descer para tomarem café da manhã no salão principal. O cheiro da pólvora provenientes dos fogos soltados na noite anterior ainda permanecia ali, e Remo podia jurar que quando dobrou o corredor, o resquício de um dragão luminoso dobrou para o outro lado.
Os murmúrios que faziam Sirius alargar o sorriso enquanto seguia em direção à mesa da Grifinória fizeram Lisa erguer o olhar de um emaranhado de cabelos ruivos espalhados sobre a mesa para o grupo que estava se aproximando.
Com um beijo que fez os murmúrios aumentarem, Sirius se sentou ao lado da namorada e lançou um olhar desconfiado para Lílian, ao passo que Thiago se sentava ao lado da ruiva.
-Ela acordou assim essa manhã. – disse Ana num murmúrio, enquanto Remo ocupava lugar ao seu lado e Pedro começava a atacar os bolinhos em cima da mesa. – Completamente indisposta.
Thiago exibiu um ar preocupado e, cautelosamente, afastou algumas mechas de cima do rosto de Lílian, no que ela soltou um longo suspiro.
-Lily, aconteceu alguma coisa?
-Parecer que uma manada de Hipogrifos passou por cima de você e estão espremendo o seu cérebro até que não sobre nada diz algo para você? – ela respondeu num fio de voz.
Thiago lançou um olhar para Lisa, para Ana e para Alice, que apenas deram de ombros e suspiraram.
-Lily, você teve uma noite ruim, é isso? – indagou Remo calmamente.
-Provavelmente estou doente. – ela falou num murmúrio. – Se eu tiver a devida coragem de levantar desse banco, posso pedir para que a nova enfermeira me examine.
-Nova enfermeira? – indagou Thiago curioso, lançando um olhar para Remo, que corou um pouco e revirou os olhos como quem dissesse “Eu te falei sobre isso, mas você estava aéreo demais para ouvir”.
-Hum, hum. M. Ponfrey...
-Lily... – Thiago insistiu.
-Que foi? – ela falou emburrada.
-Eu ainda não entendo o porquê de você estar assim... – ele sussurrou, o corpo se arrepiando na possibilidade da tal da Agatha ter feito algo a ela.
-Eu não fiz absolutamente nada... – Thiago prendeu a respiração por breves segundos, mas a soltou quando viu que a ruiva continuou a falar. – ...para ficar dessa forma. – Lílian comentou, erguendo o rosto de um jeito um tanto relutante. – Eu disse, estou me sentindo meio quente, acho que devo estar ficando doente... e o fato de ter tido uma noite praticamente insone também pode ter feito eu ficar dessa maneira. – ela completou, pegando suas coisas de qualquer maneira e se levantando, caminhando em direção às portas do salão principal com passos meio trôpegos.
-Lily...? – Thiago a chamou meio receoso, no que ela virou-se para encará-lo. – Te cuida. – completou numa voz meio trêmula.
-Eu estou bem. – ela respondeu com um sorriso e tornou a seguir o caminho que tomara.
-Vejo que o Thiago não é o único a estar estranho ultimamente. – Thiago ouviu Remo dizer quando ele voltou o olhar para a mesa.
-Alguém pode me dizer o que houve com a Lílian? – Sirius perguntou com um olhar intrigado, mirando Thiago significativamente. Este se mantinha em silêncio e esboçava um ar pensativo.
-Se você souber a resposta dessa pergunta, Sirius, agradeceria se me dissesse. – comentou Ana. – Ela não quis nos contar nada... Muito menos onde tinha ido quando saiu do dormitório ontem à noite.
Thiago automaticamente virou-se para Ana e a encarou com os olhos meio arregalados.
-Quê? – Thiago tentou não gritar. – A Lílian saiu do dormitório ontem à noite?
-Sim. – dessa vez quem respondeu foi a Lisa. – Encontramos a Lily deitada no sofá da sala comunal quando descemos para tomar café. – Thiago ergueu uma sobrancelha, desconfiado. – Ah, não me olhe com essa cara! – ela resmungou rapidamente. – Qual é o drama, hein? É algo extremamente normal a Lílian ir para a sala comunal quando está com insônia.
-Ela desceu depois da meia-noite? – Thiago insistiu.
-Não sei ao certo. Eu a vi saindo, mas não me preocupei em olhar horário.
-Ela me viu voltando? – ele falou, com a voz rouca. Por que raios não se lembrava de nada? Será que aquela louca havia feito algo a ela? A cabeça pesada... Será que Agatha entrou na mente de Lílian também?
-Voltando? – Alice indagou surpresa.
-É que, hum... – ele sentiu o rosto esquentar. – Eu saí da sala comunal por volta da meia-noite.
-E você não viu a Lílian lá? – foi a vez de Sirius perguntar.
Pontas encarou Almofadinhas com um ar extremamente sério. Ambos encararam-se por vários minutos, até que Thiago desviou o olhar com um suspiro.
-Na realidade, eu nem ao menos sei como que cheguei em minha cama ontem à noite.
-Você estava... bêbado? – indagou Lisa com ar meio desconfiado.
-Não! – Thiago respondeu de imediato.– Claro que não. Eu só... não me recordo. Talvez tenha tido perda parcial de memória enquanto dormia.
-Mas não devemos deixar de comentar que essa história está um tanto quanto esquisita. – comentou Pedro num murmúrio. – Como você não sabe como voltou para a sua cama, Pontas?
-E se você estiver sobre um efeito de uma maldição imperdoável? – comentou Ana, ao que Pedro tremeu levemente.
-Eu... – Thiago começou, surpreso, mas imediatamente se calou. Ana não estava de todo errada.
-Mas maldições imperdoáveis não são proibidas? – Rabicho indagou apressadamente.
-Não para algumas pessoas. – Sirius olhou significativamente para a mesa da sonserina.
-Deixem de besteiras. – murmurou Lisa, fazendo com que o namorado desviasse o olhar de Snape. – Quem seria doido de lançar uma maldição imperdoável num aluno debaixo do nariz de Dumbledore? E com quê objetivo?
Os outros apenas deram de ombros, ao passo que Remo fitou Thiago de forma discreta, e percebeu que o amigo estava estranhamente calado.
-Pontas...? – ele indagou num murmúrio. – Você quer nos contar alguma coisa?
Thiago ergueu o olhar e encarou os outros presentes, que o observavam, atentos. Sentiu-se levemente incomodado com os olhares dos outros e já ia se preparando para inventar uma desculpa qualquer, quando foi salvo por Pedro, que murmurou que eles estavam atrasados para a primeira aula.
***
Foi uma Lílian extremamente sonolenta e um Thiago extremamente atrapalhado que assistiram as aulas da manhã. Sirius constantemente perguntava a Pontas coisas extremamente simples, para ter plena certeza de que o amigo era mesmo o seu amigo.
-Sirius, eu estou bem. – Thiago respondeu aborrecido quando o maroto perguntou pela quinta vez se ele se lembrava o que tinha comido no almoço.
-Mas você não me respondeu, Pontas. – retrucou Almofadinhas demonstrando indignação.
-Sirius ao molho branco. – ele disse entediado. Pedro, que estava ao lado de Sirius, soltou um risinho, no que este deu-lhe um tapa na cabeça.
-Isso é sério. – ele disse emburrado. – Pontas, o que Ana disse pode ser mesmo verdade...
Ele revirou os olhos, derrotado.
-Eu me lembro de tudo o que eu fiz hoje. – ele ajeitou a mochila irritadamente.
-Mas quem sabe isso só não ocorra à noite? – insistiu Sirius.
-E o que você quer que eu faça? – ele parou de imediato, encarando Sirius firmemente.
-Me conte onde esteve ontem à noite. – o outro resmungou, parando também.
Thiago suspirou em resposta.
-E então?
-Eu já te disse que não aconteceu nada. – ele falou seriamente. – Não houve encontro.
-O que nos leva a crer que isso seja mais suspeito ainda. Você devia falar com o Dumbledore sobre isso.
-Preocupar o Dumbledore com besteiras? – Thiago falou irritado. – Francamente Sirius, o que você quer eu diga a ele?
-Que você está achando que está sendo dominado pela Imperius?
O maroto respirou profundamente e voltou a andar, meneando a cabeça em resposta.
-Eu não estou dominado pela Imperius. Eu só... – sua voz morreu com um suspiro. – Esquece. – ele completou num murmúrio e, ajeitando a mochila, recomeçou a andar em direção ao corredor da torre da Grifinória.
Sirius exibiu um ar entediado e mortífero ao mesmo tempo e seguiu Thiago, ao mesmo tempo em que puxava Pedro pela capa para fazer com que ele o seguisse.
- Pontas... – começou Sirius quando finalmente alcançou o outro maroto. – Sinceramente...
Thiago parou e voltou-se para Sirius com um ar cansado.
-Sinceramente o quê, Almofadinhas?
-Você está muit...
Sirius exibiu uma feição ameaçadora para um Thiago que gargalhava entusiasmadamente, ao passo que ele ainda tinha o pergaminho amassado dentro da boca.
-Olhando assim... – comentou Pontas prendendo o riso, bagunçando os cabelos de Sirius, que ainda o olhava irritadamente e tinha o pergaminho na boca. – Você até se parece com gente.
Em resposta, Sirius jogou o pergaminho amassado em cima de Thiago e tirou outro do bolso.
-Devo te lembrar que eu sou uma pessoa extremamente vingativa, Pontas? – ele indagou, exibindo um ar maroto, enquanto jogava e aparava na mão o pergaminho que amassara.
-E não é que eu tinha me esquecido? – ele respondeu num tom levemente sarcástico.
Sirius estreitou os olhos e Thiago sorriu amarelo. No segundo seguinte, o segundo estava sendo perseguido pelo primeiro, seus passos apressados ecoando pelo corredor, àquela hora deserto.
Remo, que estava dobrando o corredor e conferia atentamente suas anotações de Runas, sentiu alguém puxa-lo bruscamente pelo braço, fazendo-o voltar-se para ele.
-Mas o q...? – ele indagou, meio atordoado, ao ver a face risonha de Thiago.
-Eu vou te fazer engolir cada pedaço desse pergaminho, Pontas... – a voz de Sirius ecoou ameaçadora atrás de Remo.
Aluado soltou um fraco riso e meneou a cabeça, enquanto Pontas o girava, ora para um lado, ora para o outro, ao passo que Sirius tentava enfiar o pergaminho dentro da boca do outro maroto.
-Pontas... – disse Remo com um ar entediado. – Se não for pedir muito... – ele revirou os olhos quando Thiago se abaixou e ele viu a mão de Sirius passar por cima de um dos seus ombros. – Será que dá para me largar...?
-Não seja chato, Remo. – respondeu o maroto. – Proteja seu amigo dessa fera enfurecida almofadinha.
A gargalhada de Thiago ecoou pelo corredor, no que Sirius exibiu um ar falsamente emburrado. Thiago largou Remo e voltou a correr, sendo seguido quase que imediatamente por Sirius.
Aluado virou para a direção que eles haviam tomado a ponto de ver Sirius pulando em cima das costas de Thiago, ao mesmo tempo que o próprio tentava se desvencilhar da mão do amigo, que encaminhava o pergaminho amassado em direção a sua boca.
-Come tudo, Pontinhas... Senão titio Sirius vai ficar magoado...
Remo gargalhou quando Sirius pulou graciosamente para o chão e fechou a boca de Thiago com uma das mãos, enquanto dava tapinhas amigáveis nas suas costas.
-Vocês nunca vão crescer... – Aluado comentou com um meneio de cabeça.
-E você nunca vai largar de ser tão insuportável... – retrucou Thiago com um sorriso, depois que tirou o pergaminho de dentro da boca e tacou no rosto de Sirius.
-Hey, isso aqui está babado... – Almofadinhas resmungou, ao passo que os amigos gargalharam.
-Sirius... – chamou Pedro baixinho. – A Lisa estava te procurando...
Sirius sorriu amarelo e coçou a cabeça.
-Você pediu para ela espera-lo, Sirius? – Thiago indagou calmamente.
-Foi, mas...
-Se atrasou...?
-Graças a você. Agora, se ela me matar a culpa é sua... – ele retrucou emburrado. – Ela está muito irritada, Pedro? – ele indagou receoso.
-Não. Ela está preocupada com o Thiago. – Pedro disse, no que os amigos prenderam o riso ao ver a feição indignada do garoto. – Ela estava saindo do buraco do retrato para te procurar e olhou para o corredor a ponto de ver você perseguindo o Pontas.
-Ótimo. – ele cruzou os braços e exibiu um ar pomposo. – Se ela está preocupada tanto assim com o Pontas... que fique com ele então, oras.
Remo e Thiago se entreolharam, para logo depois apertarem, cada um, uma bochecha de Sirius.
-Ah, o Almofadinhas está com ciuminhos... que bonitinho... – falaram ao mesmo tempo para depois explodirem em gargalhadas.
Sirius se desvencilhou das mãos dos amigos e riu fracamente.
-Calem essa boca vocês dois. – ele indagou risonho. – Vamos para torre logo de uma vez... – ele parou de falar por breves segundos. – Ela ainda está lá não é, Rabicho?
-Está.
-Então, vamos para lá mesmo.
Remo sorriu fracamente e Thiago revirou os olhos e mirou o teto, pedindo paciência.
-Rabicho, você sabe se a Lílian está lá? – comentou Thiago calmamente, quando começaram a andar.
-Estava demorando... – soltou Sirius num tom irônico.
-Ah, cala essa boca. – resmungou Thiago, empurrando Sirius levemente. – Eu realmente estou preocupado com ela.
-Desde quando você não se preocupa com o seu lírio, Pontas? – retrucou Sirius com uma sobrancelha erguida. – Aliás, desde quando você não consegue ficar mais de metade de um dia sem falar dela?
Remo prendeu o riso e Sirius sorriu triunfante, quando Thiago resmungou qualquer coisa e voltou o olhar para Pedro.
-E então? – indagou ansioso.
-Eu não vi a Evans lá.
-Ela não estava cansada? – disse Remo no tom calmo habitual. – Ela pode simplesmente ter ido dormir um pouco no dormitório, Pontas.
-Mas será que ela não ficou doente?
-Querendo se oferecer para tomar conta dela, Pontas? – indagou Sirius num tom maroto.
Thiago apenas sorriu em resposta e eles pararam em frente ao retrato da Mulher Gorda.
Sirius murmurou a senha e eles adentraram o recinto calmamente.
O salão comunal não estava muito cheio, afinal, o horário do jantar ainda não havia acabado e os Grifinórios, em sua maioria, ainda se encontravam na mesa do salão principal.
Sirius correu o olhar pelo lugar e sorriu abertamente ao encontrar um emaranhado de cabelos castanhos, que exibiu uma falsa careta quando percebeu que ele a encarava e depois sorriu.
-Aberta a temporada da sessão agarramento... – Thiago comentou risonho, quando Sirius foi ao encontro de Lisa.
Almofadinhas apenas ignorou o comentário do amigo e sentou-se numa poltrona ao lado de Lisa e a chamou para o seu colo, exibindo um sorriso maroto.
Os outros três ocuparam as outras poltronas, um com o cenho franzido, o outro com um ar ansioso e o último com um revirar de olhos ao ver Sirius e Lisa se beijando.
-Lisa, você viu a Lílian por aí? – disse Thiago, agora exibindo um ar preocupado. Remo ainda mantinha o cenho franzido e corria o olhar pelo salão comunal.
-A Ana também. – completou Remo colocando a mochila em cima da mesa.
-Ela está com a Lily... – ela comentou calmamente e Sirius soltou um fraco gemido de dor. – Tire a mão daí, Sr Almofadinhas. – ela comentou no que os outros riram.
-Nós não somos namorados? – ele comentou indignado. – Qual é o problema de eu pegar em áreas antes proibidas para mim...? E você...
Ela deu outra cotovelada em Sirius, no que ele resmungou em resposta e tirou as mãos de cima das coxas dela e a enlaçou pela cintura, fazendo Lisa escorregar levemente pelo seu colo e deitar-se sobre ele, recostando a cabeça no seu ombro.
-Ela está com a Lílian, Remo. – comentou Lisa calmamente. – Ela e a Lice.
-Ela está bem? – indagou Thiago nervoso.
-Se recusa a dormir, alegando que já se sente melhor.
-E ela parece melhor? – interrogou Thiago sem esconder sua ansiedade.
-Um pouco...
-E por que você não está lá? – Remo indagou calmamente.
-Porque eu tinha marcado com essa praga antes. – ela apontou para Sirius, no que ele exibiu uma feição indignada.
-Por que será que, quanto mais nos entendemos, mas os “apelidos carinhosos” vão evoluindo?
-Por que suas mãos estão descendo novamente... – ela comentou calmamente, no que os amigos riram quando viu um sorriso maroto brotar nos lábios de Sirius.
O silêncio reinou entre eles. Sirius apenas suspirou brevemente e enlaçou Lisa pela cintura de um jeito mais forte. Thiago ajeitou os cabelos e lançou um olhar nervoso para a escada do dormitório feminino. Remo decidiu rever as anotações que estava olhando – antes de Thiago usa-lo como um escudo – e Pedro se contentou em olhar ora para um, ora para o outro.
Os minutos se passaram de forma quase penosa, sem que Thiago tirasse os olhos da escada do dormitório feminino. Passou a mão nos cabelos num gesto nervoso. Como será que ela estaria? Desejava muito ir até lá, mas se conteve. Talvez, ele aparecendo lá, do nada, só acabaria por piorar as coisas...
Teve um leve sobressalto ao avistar um vulto no alto da escada e quase levantou-se da cadeira bruscamente ao se deparar, segundos depois, com um emaranhado de cabelos ruivos que reprimia um bocejo.
Logo atrás, Ana e Alice seguiam a amiga com um ar emburrado. Lisa lançou um olhar significativo para as amigas, no que elas deram de ombros.
-Ela está impossível. – resmungou Ana, abandonando sua calma habitual. – A Lily simplesmente se recusa a ficar deitada... – ela cruzou os braços irritadamente. – Eu realmente não mereço isso.
-Eu já disse... – ela reprimiu um novo bocejo. – Eu já estou melhor. – completou, sentando-se no braço da poltrona de Thiago.
-Não me parece. – falaram Thiago, Lisa, Sirius e Remo ao mesmo tempo.
-Ah, esqueçam isso... Só porque eu não tive uma noite boa, não signifique que eu precise que vocês fiquem me tratando como se eu tivesse cinco anos. – ela resmungou.
Lisa, Ana e Alice se entreolharam significativamente e respiraram pesadamente. Com Lílian Evans era praticamente impossível entrar em um acordo, já que a mesma, quando se encasquetava com alguma coisa, era extremamente difícil alguém convença-la a agir de forma contrária.
-Ótimo. – comentou Lisa, erguendo-se lentamente, desencostando-se de Sirius. – Mas você ao menos deveria ficar deitada, para tentar dormir.
A ruiva apenas abanou as mãos em sinal de descaso e reprimiu uma careta.
-Tentar dormir... – ela murmurou. – Vocês sabiam que é extremamente entediante ficarmos olhando o teto, sem fazer absolutamente nada?
-Lily. – Thiago começou baixinho, no que a ruiva o encarou alguns segundos depois. – Os outros estão certos, você precisa descansar.
A ruiva lançou um olhar entediado para o maroto e suspirou derrotada.
-Ok. – ela resmungou, se levantando num pulo. – Eu vou para o quarto. Mas, nem você Ana e também você Alice, precisam e seguir, certo?
As duas assentiram levemente ao passo que todos observaram a ruiva se afastar de modo quase silencioso. Thiago respirou profundamente e passou a mão pelos cabelos. Realmente, aquilo tudo era muito estranho.
Nota da Beta: você se superou com esse capítulo, Lê. É sério. Ele está com um ar de suspense, como se tivesse uma certa tensão pairando. A linguagem parece também ter evoluído, você parece estar em novo “padrão” de escrita. Um padrão elevado, diga-se de passagem.
Mas você foi cruel. Vocês não concordam? Ela foi muito cruel com a revelação da Agatha. Thiago pode ser culpado pela morte da Lily. Porque ela não estava no destino dele. É cruel, não é?
Independentemente das facetas sádicas da Lety (Lê, Lety, Lisa, Liz... vocês já perceberam que ela tem dupla [tripla, quádrupla...] personalidade? Eu disse que ela é psicopata!), eu ameeeei o capítulo. E, bom, eu sou suspeita para falar sobre impulsos sádicos ou surtos psicóticos... hehehe... Perversas, não é? E a Lety é minha priminha. Sabe o que é, tá no sangue. Hasusahsauhasuh... ok, ok.
Vamos ser bonzinhos e comentar um monte??? E torcer pro vestibular ter ido tudo bem, né? Hehe... beijão, pessoal!!! E REVIEWS!
N/A: * corada * Bom, se pelo menos a parte de Agatha não ficasse razoável depois de tê-la reescrito cerca de três vezes, eu sinceramente iria me matar ou me aposentar... huahahahahahahahahaha. Cruel? * olha para os lados e assobia * Quem...? Eu? Imagina...rsrsrsrsrsrsrsrs.
É, acho que devo ser psicopata mesmo... rsrsrsrsrsrsrs. Mas, o que fazer, eu sempre soube que tinha tendências sádicas... E, como o Sirius disse: "Isso é só o começo..." * risada maléfica ao fundo *
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