Escolha



N/A: Onze e cinquenta da noite. Uma Lisa extremamente sonolenta praguejando a internet por ela ter caído quando ela tornou a entrar no pc para postar o capítulo...Y.Y.
Bem, eu sei que eu demorei demais. Mas, como eu sempre ando avisando em entrevistas e comunidades. Além de eu estar sem tempo, ter mais de uma fic, eu ainda ando tendo muitos aborrecimentos - pessoais - e eles meio que criam um bloqueio, me impedindo de escrever qualquer coisa ou então achar tudo o que eu escrevo ficou uma porcaria. Fora que, durante um período de quase três semanas, uma prima estava aqui em casa e eu simplesmente não me sentia confortável para escrever nada...Y.Y.
Antes que minha mãe resolva me expulsar de vez do pc, eu irei postar aqui o capítulo e verei os comentários com mais calma amanhã a tarde * sim, eu ainda me lembro que estou devendo os de Relatos Marotos também... *.
Agradeço a todos que estão lendo e/ou comentando e mandando ameaças de morte... e fiquem então com mais um capítulo.

Editado:
Bom, creio que, como o capítulo anterior, as perguntas mais usadas foram: “Quem é Agatha?”, “O que ela quer do Thiago?”, “Como ele a conhece?”.
Tudo o que eu posso dizer sobre ela, creio que já foi dito. A única coisa que eu posso acrescentar é que ela é um espírito muito antigo. XD. Quanto ao fato do que ela quer com o Thiago, é meio que mostrado nesse capítulo de agora e também como ele a conhece.

Outra pergunta muito frequente é se a Agatha chegou a fazer algum mal a Lily. Pelo fim desse capítulo há para chegar a uma conclusão. XD

Tudo bem que eu não esclareci muita coisa, mas... Assim eu entrego o segredo da fic! XD. E até o capítulo Revelações, eu não posso dizer absolutamente nada.

Nathália Eastford - Não foi necessariamente legilemência. Eu postei isso na comunidade, mas irei colocar aqui novamente. A Agatha ela descende de uma linhagem de druidas e ela conhece várias formas de encantamentos, magias, entre outros. Ela entra na mente das pessoas, mas de uma forma meio diferente da do que os bruxos atuais conhecem. / não precisa necessariamente ter um contato visual, apesar de que, o mesmo “cansa” menos... /. Porque eu fui assim tão má? Huahahahaha. O que fazer? Eu bolei a história assim. E, realmente, a Agatha está certa... Lily não viu a Agatha / não necessariamente /... Quanto a quando eu vou falar melhor dessa Agatha, você saberá melhor dela aos poucos...

Milazoka - Não, não. A Lily não é a Agatha / não necessariamente /. Você saberá mais sobre isso nesse capítulo.

Carol Catta Preta - Sim. Isso vai complicar e muito a relação entre eles dois. / Acho que mais pela parte do Thiago do que qualquer outra coisa /. Acho que por esse capítulo você deverá saber se ele vai jogar tudo para o alto mesmo...kkkk.

Luri Potter - Filha da Rowling? / corada / Bem, creio que não. Huahahahahahaha. Que bom que você está gostando da fic. Quanto a de onde eu sou, eu sou de Salvador-BA. (^.^)

Carline Potter - Eu não sei se cheguei a te falar isso no msn. / normal... /. Mas, sim. É exatamente o local que eu moro. Recanto do Cabula. XD

Viviane Galdino - Se isso que está acontecendo tem a ver com alguma profecia? Hum, não necessariamente. E sim, a mãe do Thiago sabe. Mas ela quer dar uma de super-protetora e, bem, quando o Thiago descobrir ele não vai gostar muito disso....huahahahaha.

Bia B. Black - Se o Thiago será o culpado pela morte da Lily? Hum, tudo vai depender da escolha dele...hehehehehe. Quanto ao que Agatha era. Basicamente – como eu disse lá em cima – ela é um espírito errante.

Luisa Assis - A pergunta sobre a Lisa? Era se eu tinha me inspirado em algum jogo de RPG para faze-la, não é? Eu acho que respondi... / coça a cabeça / Se não foi, manda de novo, que eu não lembro...Y.Y Mas, de qualquer modo, a Lisa foi homenagem a uma personagem original minha que se chamava Elisabeth, a quem o irmão chamava carinhosamente de Lisa. E, o Delacourt, bem, eu realmente quis que as pessoas pensassem que ela era metade veela ou parente da “Fleuma”. Mas, bem, ela não tem nada a ver com a Delacour...

Mila Weasley Malfoy - Não. A Agatha não é a mãe do Voldie. Mas, mesmo assim, teria lógica, porque o Thiago só iria nascer alguns anos depois...huahahaha. Mas, não, ela não é. / Coitado do Thiago se ela fosse... kkkkkk/

Natália Magalhães Tahim e Nathalia Weasley / são a mesma pessoa? / - Quanto aos significados dos apelidos. Eu fui pelos nomes em português.
Apesar de que, o Almofadinhas do Sirius também pode ser relacionado as “almofadas do pé”, que é o significado do nome dele no original: “Padfoot”.
“Moony” é como conhecemos mesmo: Aluado.
“Wormtail”, significa rabo de minhoca. Mas, quando eu olhei Rabicho o significado que mais se equiparava ao inglês era “rabo de porco, vitela ou boi, sem pêlos nem pele”. Ficou nas entrelinhas. Remo lembrou-se do rabo do rato, que é sem pêlos e rapidamente associou-o a Rabicho, além do mais, a própria sonoridade da palavra nos faz lembrar um rato.
“Prongs”, devo confessar que o do Thiago foi um dos mais difíceis de eu entender. / para falar a verdade, até hoje eu não entendo /. Eu olhei no dicionário e significa “Dentes”. Então, eu preferi seguir pelo português mesmo: “Pontas”. Mas fuçando sites por aí, colocaram “dentes de garfo” e que isso seria uma referência a ele ser um veado – ou cervo – com chifres. Obs: Natália Weasley. Eu te adicionei no msn.

Mari-Buffy - Não, a Lily não está doente. Você verá por esse capítulo. (^.^). Quanto a o que é a estrela do mundo bruxo... É um segredo que ainda não poderá ser revelado...kkkkkk. Não, acho que não precisa necessariamente mandar para o autor...

Julynha_Black - É, acho que eu preciso controlar minhas tendências sádicas. Huahahahahahahaha. Bom, acho que vou tentar maneirar um pouco antes que as coisas piorem...kkkkkk.

Mirela Batista silva - Me confundiu com uma amiga sua de um fórum. XD. Que bom que ela lê minhas fics. / corada /. Ah, sim, eu conheço as fics da Silverghost. / sou uma fã incondicional dela... (^.^)/. Acho que ela não deva ter todas as suas fics aqui no FB, mas se estiver interessada, o profile dela é: www.fanfiction.net/~silverghost.

Gabby Potter - Quando você fala todas as personagens, é literalmente falando? / desde os marotos e as garotas, passando pelos pais deles, Agatha e chegando à Lula gigante? /. Own, eu creio que deva ter começado a fazer dos principais. / Thiago e cia /, mas ele ficou perdido em um cd depois do pc ser formatado. Eu farei e publicarei aqui, ok?

Lily Evan§ - Não. A Agatha não é uma estrela do mundo bruxo. Só por curiosidade Agatha significa “Bondosa”. De certa forma, podemos considerar isso como uma ironia...kkkk / pelo que ela já fez... /. Ela também não estudou com o Tom na época em que ele estava em Hogwarts... Você vai perceber o que ela estava fazendo com esse capítulo. Tudo será melhor explicado no próximo. (^.^) Ah, quanto a pessoa que plageou a fic, você denunciou ao site? Eu não pude ver ainda. Vou dar uma olhada depois. Obrigada mesmo assim! O.O. / sobre o outro comentário / Bom, eu realmente fico mal por não conseguir atualizar mais cedo, mas a culpa não é somente minha. Mas, não se preocupe, eu não pretendo parar de atualizar a fic, a não ser por algum motivo de força maior... kkkkk. Quanto ao fato dos Longbotton, eles sim estudaram na mesma época que os marotos. A própria JK fala em alguma entrevista que Molly e Arthur estudaram antes em Hogwarts, eu acho... XD. Eles terão mais destaque em “A Era das Sombras”.

Mariana Lestrange - Preguiça de se cadastrar? Kkkkkkk. Essa foi nova para mim. Mas, de certa forma, fico feliz que você tenha feito isso e que tenha gostado da minha fic. Sua prima te passou por e-mail? O.O. Nossa... Hehehehehehe. Quanto a fics para indicar, eu indico as que tem em outro site que eu escrevo www.fanfiction.net/~lisablack e também algumas daqui como: A Tríade do Poder, Magicalmente Pintado, Caricaturalmente Pintado, Só me dê uma chance, Lily; A fic que antecede Marotos e o Primeiro desafico / que eu não me recordo agora...Y.Y /, O país das Fadas...

Milena - Que bom que você gostou da minha fic. Eu também acho que eu tenha um estilo meio diferente de escrever do que o da Tia Rowling, apesar de eu ter a estranha mania de deixar tudo em entrelinhas e adorar mistérios... huahahahahahahah. Você está esperando a inspiração chegar para escrever uma? Bem, se ela chegou ou não chegou, eu creio que deva dá um conselho. Acho que você, antes de mais nada, precisa planejar a fic. Pelo menos um esboço geral do que acontecerá. Mesmo que você não tenha os fatos fixos do que acontece em cada capítulo, mas que você tenha todas as idéias relacionadas, principalmente se você quiser trabalhar com mistérios. Bom, espero ter ajudado.

Hitomi Chang - Leu a fic toda em dois dias? O.O. Nossa... Seu comentário não foi chato, muito pelo contrário, eu gostei muito. Ah, eu também tenho uma curiosidade em saber como fora o passado dos marotos. (^.^). Aliás, de todas as personagens. Dumble, Voldie... mas, como isso não é possível...Y.Y. Eu fico feliz que minha fic não tenha tido nenhuma espécie de “Esse capítulo não vai acabar nunca” para você. XD. Ficou muito feliz mesmo.

Jeh Tonks - Tinha que ser “Quem matou Lineu...” huahahahahahahah. Devo dizer que a Agatha foi uma das personagens que mais me deu trabalho – e que ainda vai dar – huahahahahahaha. Ela meio que não aparenta, mas, de certa forma, ela tem uma espécie de estima pelo Thiago. Você pode perceber isso um pouco nesse capítulo, quando ela... bem, leia para saber... huahahahaha. Nossa, quantas perguntas. Huahaha. Creio que você terá todas – ou quase todas – respondidas no próximo capítulo. Vamos saber como o Thiago chegou até o quarto e também terá o que realmente aconteceu neste. Hehehehehe. Sim, a sua carta... Eu preciso acha-la no meu quarto...Y.Y.

Mary Evans - O Thiago não falará com o Dumbledore a respeito disso. A minha visão do Thiago lembra um pouco o Harry. Ele difícilmente conta as coisas que o aflige para as outras pessoas. Prefere guardar tudo para si. De certa forma, não que pôr os outros em risco ou faze-los ficarem preocupados com os seus problemas. Ele meio que acha que deve resolve-los sozinho...

Violet Lestrange - Futura Tia Rowling do Brasil? / corada / Ah, que é isso... (^.^). Fico feliz que tenha gostado da minha fic. Msn add.

Beatriz Potter - O fim da Ana e da Lisa já está formado. XD. Quanto a minha idade, eu sou uma idosa. Huahahaha. 18 primaveras. XD

Fabiene Pattinson - Noites mal dormidas por causa da fic? o.O. Nossa...

Sarih - Ah, amei a imagem!!! Muito ti fofis. (^.^). Vou coloca-la aqui junto com outras capas. Muito obrigada!!!

Kel Gryffin - Eu leio todos os comentários, sim. Mas é que, infelizmente, não dá para responder a todos. Quanto às suas perguntas...huahahah. A de Agatha está respondida – em parte – lá em cima. Quanto a do porquê da Lily morrer se Thiago não tomar a decisão certa, é um segredo que eu ainda não posso revelar...huahahahahahah. Mas, acho que com esse capítulo pode se entender um pouco, é posta como entrelinha. Quanto a Lily ser a estrela. Não, não é. XD. Quanto ao seu pai não ter deixado você ir para o show de CPM 22, foi pelo mesmo motivo que minha mãe não me deixou ir para o de Ana Carolina ou Los Hermanos...huahahahahah. Y.Y. O céu ser rosa? Ah, não, Azul é uma cor maravilhinda... / suspira /


Juane valentim miranda – Huahahaha. Gostei do vai agourar o namoro da mãe! Huahahahahaha. Sério, tive crise de risos em frente ao pc / o que resultou num “Você já viu que horas são?” dito por minha mãe, mas tudo bem...Y.Y / Quanto ao vestibular, eu não passei /explicações melhores vide fim de N/A /. Eu fiz para Direito e Letras como segunda opção. E você?

*Belinha* Potter* e Anna Black - É. Eu percebi isso... O outro erro foi ter criado M Rivel, sendo que a Pomfrey já estava em Hogwarts no tempo de Remo. / esse aqui foi porque eu tinha me esquecido desse detalhe... isso é o que dá os outros ficarem “sequestrando” meus livros para ler...Y.Y / Bem... o outro foi a professora Ambel para ensinar poções. Mas, o que fazer? É que eu escrevi a fic antes do lançamento do sexto livro, é normal acontecer esse tipo de coisa. Vou dar uma olhada melhor na fic e tentar reverter isso nos próximos capítulos. XD Obrigada mesmo assim! Ah, Anna, quanto à musica colocada no capítulo Luau é “More Than Words” cantada pelo The Extreme e que foi regravada também pelo Westlife. Eu gosto das duas versões, mas a do West se iguala a original, é claro.

Rodrigo Abreu e Thaís - Ainda não tem uma quantidade de capítulos especifica, mas creio que Te amo Lily não passe de mais dez capítulos, doze no máximo. Terá a continuação “A Era das Sombras” que será até Harry ser colocado na casa dos Dursley. Ela está sendo planejada os capítulos com mais calma. E Rodrigo, quanto a do combate final entre Voldie e Harry, eu pretendo fazer duas Harry/Ginny, sendo que uma já foi postada: “Oceano”. A outra, se chama “Escolhas”. A que está mais prevista a ter algumas partes do combate entre eles é Oceano, que de one-shot, passou a ser uma short-fic, mas com as idéias da Mirtes, creio que ficará um pouco maior...huahahahahahaha.


Gabriel black - Ah, eu não tive tempo de ver a fic ainda. Y.Y. Quando puder eu verei. Fico lisonjeada que tenha sido inspirada em Relatos Marotos. (^.^)

Lillith e Bru - Bem, a única coisa que eu posso dizer é: “Não se pode agradar a Gregos e Troianos”.

Luciana Soares - Adicionada.

Jow - Se o Harry é a Estrela do Mundo Bruxo? Talvez...

Camille - Finalmente você comentou, hein? Huahahaha. Ah, nem me fale em dor nas costas. Elas estão começando a doer agora...Y.Y

Fábio Barcelos - Para ser sincera contigo, eu nem gosto muito do início da fic. Huahaha. Mas, é que eu era muito inexperiente e, apesar de ter feito o esquema desde o começo, eu não sabia como expressar... Eu creio que tenho muito a aprender, mas eu estou pegando o jeito com a prática. XD. Sim, meu pc não estava muito bem das pernas, tadinho... ele estava querendo ter vida própria e só funcionava quando quisesse e bem entendesse. Mas, desde final de fevereiro que ele se encontra melhor. XD. Quero sim seu msn. Me adiciona: [email protected]. E, quem ler esse comentário e vir a me adicionar, pelo amor de Deus, me avisem. Porque eu só adiciono quando eu descubro quem é... XD.

WheeZy Bruna - Ah, muito obrigada pelo aviso. Não tinham pedido a minha permissão, não. Mas depois me falaram que foi tipo uma divulgação da fic. Erraram o nome da autora, mas o que fazer? Huahahahahahahah. Antes eu postava como Letícia Potter e depois passei para Lisa Black, acho que confundiram e acabaram por colocar Lily Potter.

Gessi Tonks - Ah, é que eu geralmente faço esses avisos nas comunidades. Sorry mesmo. É que, falando sério, eu tenho medo de entrar nos comentários... Os “atualiza” me deixam ligeiramente desesperada.

*paTi** - Eu vi sua sugestão. Eu tenho planos para fazer fics estilos Universo Alternativo / que é como são classificadas essas fics do estilo que você disse /, mas ela não estará envolvendo magia. Eu sei que tem algumas já aqui no FB, mas ela será baseada num filme que eu amo muito: Moulin Rouge. Mas, isso é para tempos futuros e eu creio que eu só deva vir a posta-la quando a primeira parte estiver concluída.

Gabrielle Lessa - Tem ela toda imprimida? E já emprestou para quatro pessoas? O.O. Er, eu também deveria te-la imprimido. Mas, sempre quando eu quero tirar dúvidas eu recorro a anotações ou ao próprio site em que ela está postada. Kkkkk.

Tasha Black - Eu não tenho muita certeza se isso já foi resolvido ou não. Mas parece que a fic que está plageando a minha é: Thiago e Lílian, a prova de que os opostos se atraem!! De qualquer modo, eu preciso ver isso melhor. ^^

Srta. Black - Para ser sincera, nem eu mesma gosto do começo da fic. Huahahahahahaha. Tipo, eu não tinha experiência alguma, possa-se dizer. Eu estou aprendendo com o tempo e sinto que tenho muito a aprender ainda.... Que bom que você está gostando da fic.

Leonardo Henrique - Te adicionei no msn. Quanto ao meu orkut. É o maior processo, quase nunca me acham. Huahahahaha. Mas, tenta aí: Letícia C. Silva / com acento /. Se for uma garota de óculos, sorrindo e com uma blusa branca, essa sou eu...huahaha.


Bem, agradecimentos também aos vários atualizas, pedidos ao Noel e ao Coelhinho da Páscoa e o bando de Elfos levantando plaquinhas escritas “Atualiza, Lisa!”, além dos “Vem 43” e semelhantes. As cartas de audiência ao Ministério da Magia e a perda dos meus gloriosos galeões, sicles e nuques por indenizações e semelhantes... (^.^). E eu não fui atacada pelo Voldie, Comensais, Gigantes e Fadas Mordentes. XD. Acho que foi por marcianos da celulose mesmo...Y.Y

Quanto ao vestibular. Eu não passei. Sou muito ansiosa e acabo errando besteira. Mas fiquei feliz com meus 47%. Huahahahahaha. De qualquer modo, depois de muitos choros e arranques de cabelo, uma pilha de almofadas jogadas no chão e ganas de rasgar a prova após ver a comemoração dos aprovados no jornal da tarde e ainda a voz da minha mãe ecoando nos meus ouvidos, dizendo que eu tenho que aprender a enfrentar as minhas derrotas com a cabeça erguida... Depois de muitas teorias malucas de conspirações e subornos de terceiros para entrar em universidades públicas e tentar descobrir como isso funciona para, logo depois, rir de mim mesma... eu estou aqui, pronta para outra...

Beijos!

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Cap 43 – Escolha

Outubro amanhecera sombrio em Hogwarts. Um cheiro úmido peculiar, que era trazido pela leve brisa que adentrava pelas janelas entreabertas do dormitório masculino Grifinório, prenunciava que aquele seria um mês tempestuoso.
Um garoto de cabelos extremamente arrepiados, sentado no parapeito da janela, observava os primeiros raios rasgarem o céu acima das montanhas, ao longe. Suspirou longamente. Se dependesse dele, um silêncio quase solene estaria reinando sobre o cômodo. Mas, os resmungos de Sirius – que lembravam muito algo como “Amasso idiota” – e a respiração ruidosa e alta de Pedro, o fazia crer que eles não desejavam cooperar com a falta de ruídos, ansiada intimamente pelo maroto.
Recostou a testa extremamente quente no vidro gelado da janela e sentiu-se acometido por um breve arrepio. Outubro chegava e, com ele, aquela maldita febre... Encolheu-se mais sobre os cobertores e respirou profundamente. Não havia, sequer, algum fundamento naquilo tudo. Desde quando a doença tem uma data certa de chegar?
Riu fracamente. O caso era cômico, se não fosse tão... estranho.
Lembrou-se do fato de ter perguntado à sua mãe o porquê daquela estranha febre todos os anos, de como ela ficara desconcertada com àquela pergunta e com o fato dela não o ter encarado diretamente em seus olhos enquanto lhe dava a explicação sobre isso: Um bebê saudável, porém prematuro, nascido um mês antes do esperado. Ele mordeu o lábio inferior. Saúde levemente fragilizada... Riu fracamente. Conversa fiada. Se ele era levemente frágil deveria se encontrar constantemente doente e não em um dia – específico – e sem nenhuma causa aparente.
Um novo arrepio acometeu o seu corpo febril e, calmamente, ele desencontou a testa do vidro e desviou o olhar para o cortinado da cama ao seu lado que, naquele exato momento, encontrava-se fechado. Por breves momentos, ele sentiu uma pontada de inveja do amigo, que tormia tranquilamente, a mente limpa de preocupações e dúvidas...
Ouviu um murmúrio que lembrava um nítido “Lisa” dito de uma forma um tanto quanto... diferente, e permitiu-se sorrir marotamente. Pelo menos, alguém aparentava estar se divertindo... mesmo que somente em sonhos.
Quando tornou a fitar a paisagem através da janela, percebeu que pingos grossos começavam a cair gradativamente, lavando os terrenos do castelo e castigando o telhado de forma ritimada e sonora.
O som costumeiro que lembrava muito uma chapa quente em contato com a água fria povoou seus ouvidos e Thiago fechou os olhos. O melhor que tinha a fazer no momento, era dormir... ou ficar em repouso, talvez até mesmo falar com M. Pomfrey. Mas, não tinha vontade de, nem ao menos, cogitar a idéia de se levantar dali e tomar rumo até a Ala Hospitalar. Sabia perfeitamente que na manhã seguinte acordaria perfeitamente bem. Sempre acordava.
E ele tornou a voltar ao ponto inicial de seus pensamentos. Por que... Por que tudo aquilo?
A atitude estranha de Lily, ocorrida a uns dias atrás, sumira da mesma forma com que veio, assim como a própria Agatha. E esse fato fazia com que Thiago acreditasse fielmente que tudo aquilo não passava de uma alucinação, apesar daquela frase ainda produzir ecos na sua mente... “ Não foi um sonho, apesar de sê-lo”. Respirou penosamente. Estava cansado de tentar entender o que aquilo tudo poderia significar... Temia saber o que aquilo tudo significaria.
-O futuro me apavora... – ele encolheu-se mais sobre os cobertores que usava, como um animal que se encontrava acuado... com medo. Um medo que ele até então não conhecia, que não sabia que possuía.
Meneou a cabeça, a fim de espantar aqueles pensamentos. Talvez fosse a febre...

“Ainda com a mente repleta de dúvidas, Thiago Potter?”.

Seus olhos foram abertos num sobressalto, deixando à mostra orbes intensamente castanhas encobertas por uma tênue camada esverdeada, que faiscaram levemente. Thiago curvou os lábios num irônico sorriso e soltou uma breve risada.
-Então, você é mesmo real? – ele murmurou, a voz saindo extremamente rouca e carregada. – Ou estou num novo sonho, Agatha...?– ele alargou o sorriso. – Eu tenho uma espécie de consciência que possui vida própria? Sofro de dupla personalidade a ponto de não me lembrar de alguns fatos que ocorreram em minha vida?
Silêncio em resposta.
-Sem palavras? – ele riu num meneio de cabeça. –Começo a ouvir vozes e discutir com o nada... – ele passou a mão pelos cabelos num gesto cansado. Sim, aquilo o estava cansando. – Talvez eu esteja ficando louco.

“Você já fez a sua escolha?”

Ou talvez, não esteja ficando tão louco assim.
-O que é você afinal? – ele soltou num resmungo. – Surgiu do nada?

“Você me conhece, apenas não se lembra de mim... Você era muito novo na época, Thiago. E ainda é muito novo para saber a sua real importância.”

Thiago franziu o cenho, confuso. Do que diabos ela estava falando? Iria abrir a boca para expressar a sua indagação verbalmente, mas se calou. Agatha voltara a se comunicar com ele.

“Você saberá na hora certa... Você precisa esperar pelo momento certo.”

-É o que meus pais escondem de mim, não é? – ele estreitou os olhos, ainda fitando a chuva cair ruidosamente sobre os vidros da janela, os pingos descrevendo um trajeto tortuoso e breve sobre a superfície lisa do objeto.
Novo silêncio em resposta.
-Devo considerar isso como um sim? – insistiu.

“Você sabe demais...”

-E o que eu não deveria saber? – ele disse, levemente exaltado. Se ele, sabendo tão pouco, já era demais, ele nem queria imaginar o que seria considerado o ideal para ela.
Novo silêncio...
-Quer, ao menos, me responder quando eu falo com você? – ele indagou, rude. Aquilo já o estava irritando. Odiava ser ignorado. O corpo ardia com mais intensidade.

“E a sua escolha?”

Thiago suspirou resignadamente. Ela não se entregava assim tão fácil e, aparentemente, ele não tinha tato algum para persuadi-la a atender às suas vontades.
-Ainda é cedo para pensar. – ele suspirou e se ajeitou nervosamente debaixo das cobertas. – Tudo será revelado quando eu atingir a maioridade, não é mesmo? Minha mãe me contará. Depois disso, eu tomo a decisão que seja mais favorável. – ele suspirou. – Minha mãe sabe de tudo, não é?

“O tempo urge, Potter. E sua voz soa trêmula. Você está mentindo...”

Ele balançou a cabeça furtivamente, em sinal de negação. Suspirou profundamente e hesitou por breves momentos antes de começar a falar.
-Não. – ele falou com convicção. – É que, pela primeira vez, em anos, eu sinto medo... e não sei como agir.

“Do que você tem medo, Potter? Morrer...?”

Ele respirou profundamente.
-Da morte dela.
Um novo silêncio. Thiago fechou os olhos e recostou a cabeça na parede, seu rosto se encontrava extremamente pálido.

“Você a ama?”

-Acho que isso já está um tanto quanto óbvio, não? – ele questionou fria e desdenhosamente. Amargura...
Agora o silêncio veio da parte dela. Thiago hesitou novamente.
-Você sabe. – ele completou num fio de voz. – Mas isso está errado, não é?

“Eu em nada posso opinar...”

-Mas, você não me disse para esquece-la? – ele murmurou, num tom receoso.

“Não nego que esse é o meu desejo, mas é somente você quem irá decidir... Você possui o livre-arbítrio. A benção e maldição de toda a humanidade. Muitos homens já sucumbiram por causa das suas escolhas, Potter. Espero, sinceramente, que você não se torne um deles...”

-Mas, as cartas... Elas disseram que... – ele balbuciou, relembrando de uma das aulas de Adivinhação. A única que estava nítida em sua já confusa mente. Era como se esse fato estivesse ocorrido há muito, sendo que nem havia se passado um ano desde que o mesmo ocorrera.

“As cartas só mostram um lado da verdade, Potter. Elas mostram a verdade que você quer ver. E ela só mostrou uma parte da sua vida. A parte da vida que você, incoscientemente, anseia. O futuro não poderá ser o que você espera realmente...”

-Eu não quero ver a Lily morta. – ele fechou os olhos e passou a mão pelos cabelos, deixando escapar um novo suspiro. – Eu prefiro...

“Ir primeiro?”

Dessa vez não houve hesitação.
-Sim. – ele disse num tom firme.

“Faria de tudo para protege-la?”

-Sim.

“Morreria. Mataria a si mesmo se assim desejasse? Se o fato garantisse a segurança dela?”

Thiago mordeu o lábio inferior.
-Sim.
Houve um longo suspiro em resposta.

“Você está mais próximo da sua escolha do que imagina...”.

Thiago franziu o cenho, confuso.
-O que disse...? – ele indagou, o cenho cada vez mais enrrugado. – O que você quer dizer com isso?
Mas, novamente, não houve resposta. Sua cabeça latejou. Uma lâmina reluziu perante os impetuosos raios solares. Uma varinha sendo posta em punho. Um altar. Uma porta sendo aberta de forma brusca. Hesitação. Medo. Gritos... Um corpo inerte no chão...
Thiago sentiu o grito se reter em sua garganta, enquanto sentia como se mil agulhas perfurassem a sua mente, estraçalhando-a aos poucos. Os flashs se repetiram, cada vez mais rápidos... mais intensos...
Sentiu um peso adicional sobre o seu peito, o suor descendo sobre a sua face suada... Ofegante, ele abre os olhos bruscamente e solta um fraco gemido antes de tudo entrar em foco.
Três faces pálidas o encaravam de forma curiosa e ao mesmo tempo preocupada. A face dos seus amigos.
-Pontas, você está bem? – Sirius indagou, rouco. Retirando a mão do peito de Thiago com extremo cuidado.
Thiago olhou tudo ao seu redor, como quem procura a resposta flutuando pelos ares. Sentia que a cabeça estouraria a qualquer minuto, enquanto percebia que estava caído no chão, aos pés da janela em que se encontrava e que o cobertor havia escorregado até as suas pernas, encobrindo-as parcialmente.
O som da tempestade estava mais intenso e os trovões ecoavam fortes em seus ouvidos, dando uma impressão quase real de que o céu estava realmente sendo rasgado.
-Pontas? – repetiu Sirius, ainda o fitando atentamente.
Thiago voltou o olhar para o amigo e respondeu ao fato com uma breve careta.
-Devo entender isso como um não? – Almofadinhas indagou, num tom meio risonho, meio nervoso.
-Eu... – ele disse num fio de voz, mas se calou ao sentir o corpo estremecer. A febre tinha aumentado. – Estou bem. – completou depois de um tempo, sem encarar nenhum dos outros.
-Você não me parece bem. – a voz sensata de Remo ecoou em seus ouvidos.
-Mas também não está em péssimo estado. – observou Pedro, meio temeroso. – Pelo menos, ele se encontra melhor do que há minutos atrás.
Um silêncio denso se instalara no dormitório e se prolongou sem que nenhum dos marotos ousassem se encarar. Thiago suspirou resignadamente.
-Eu falei alguma coisa...? – ele indagou e, utilizando Sirius como sustento, ergueu-se vagarosamente, a fim de sentar-se. Sua cabeça rodava e ele levou as mãos à têmpora.
-Nada sem muito nexo. – foi Remo quem respondeu e Thiago voltou-se para encara-lo. O maroto estreitou os olhos perante às orbes febris do amigo. – Você está ardendo em febre, Pontas. Acho melhor...
-Eu vou ficar bem. – ele interrompeu, orgulhoso. – Vocês sabem que... todo ano... – ele suspirou.
-Nenhuma das suas, como dizer, crises anuais foram tão fortes quanto a de hoje, Pontas. – retrucou Sirius, cruzando os braços de forma desafiadora.
-O Almofadinhas percebeu quando a sua face, de repente, havia ficado pálida. – comentou Pedro. – Ele pretendia te acordar com um susto, mas... – ele abaixou o tom de voz. – quem se assustou foi ele, quando você caiu duro no chão.
-Eu achei que você tinha tido uma espécie de ataque. – Sirius sorriu meio de lado, mas os olhos, meio fundos, demonstravam uma muda preocupação. – Primeiro, eu achei que você estava brincando...
-Ele te sacudiu, mas você sequer abriu os olhos. Foi quando você começou a balbuciar coisas sem sentido e remexer-se de forma inquieta. – completou Remo seriamente.
-Delírios... – concluiu Sirius num suspiro. – Foi quando eu percebi que você estava ardendo em febre. – ele o encarou com censura. – E ainda está. Você deveria ter nos contado, Pontas. Nós o levaríamos para a ala hospitalar.
-Eu... – Thiago suspirou. – Não há problema algum nisso, Sirius.
-Ah, não... – Sirius continuou, irônico. – Você cai teso na minha frente e não há absolutamente nada de anormal nisso. E, apesar de você sempre chamar pela Lily. – ele permitiu-se sorrir maliciosamente. – Não devo considerar que isso deva ter sido algo bom. Pelo menos, não para mim. – o sorriso de Sirius se alargou, ao passo que Remo revirou os olhos.
-Não é hora para brincadeiras, Almofadinhas. – Remo resmungou, ignorando a face ruborizada de Thiago e o riso prendido de Sirius.
-Bem, parece que eu acertei, Aluado. – ele exibiu um ar triunfante.
-Não diga? – Remo retrucou num tom abertamente irônico, enquanto encarava Sirius e depois voltou o olhar para Thiago, que àquela altura, passara a fitar um ponto qualquer do dormitório, como se estivesse muito distante... – Pontas?
Ao ouvir o seu apelido, Thiago voltou o olhar para Remo e fez um leve movimento com o queixo, pedindo para ele continuar a falar.
-Pode nos dizer o que raios está acontecendo com você? – ele disse, sério. Thiago sustentou o olhar penetrante de Remo por um período, mas depois desviou o olhar, respirando profundamente em resposta.
-Se eu tivesse a resposta para isso tudo, Remo, eu bem que contaria a vocês. Só que... eu não posso.
-Por quê? – foi Sirius quem retrucou, Thiago voltou o olhar para o amigo e percebeu que seus olhos se enevoaram levemente. – Você anda estranho, Thiago. Você não é mais o mesmo.
-Talvez eu esteja deixando à mostra a minha verdadeira natureza. – ele exibiu um sorriso cínico e suspirou, sua feição se tornando mais serena. – Sirius, até mesmo melhores amigos guardam algo só para si. E esta é uma das coisas que eu não me sinto preparado para revelar no momento. Por mais confuso que seja para mim. Mesmo que eu saiba que vocês poderiam ser capazes de me ajudar, mas... não dá. E creio que você, como meu amigo, saberá aceitar a minha decisão.
Sirius abriu a boca para protestar, mas se calou ao sentir a mão de Remo sobre o seu ombro. Voltou-se lentamente para Aluado e percebeu que ele esboçava um fraco sorriso.
-Você sabe que o Thiago está certo, Sirius. Ele sabe o que está fazendo. – ele encarou Thiago meio de soslaio, no que este sorriu de forma sincera e ao mesmo tempo agradecida.
-Você sabe que pode contar com a gente sempre, não é, Pontas?
Os três fitaram Rabicho com um ar surpreso, no que o gordinho sentiu o rosto esquentar e encolheu-se um pouco sobre o próprio corpo.
-Hum... – ele disse baixinho. – Falei algo de errado? – completou, meio receoso, os olhos escuros exibindo um leve brilho.
Remo e Sirius se entreolharam, prendendo o riso levemente. Thiago, por sua vez, exibiu um sincero sorriso.
-Eu sei que posso, Rabicho, eu sei que posso.

***

Depois de muitos esforços – recheado de ameaças de leva-lo arrastado até a Ala Hospitalar – Thiago concordou em permanecer em repouso pelo resto do dia, ainda sobre os resmungos de que estava sendo tratado como se fosse uma completa criança.
E, foi sobre os comentários de “Você e a ruivinha se merecem” dito por Sirius, que o rapaz viu-se em companhia de Remo, que de vez em quando o encarava de forma preocupada e séria, enquanto organizava uma certa quantidade de livros que estava em cima da cama.
-Vai estudar com a Ana hoje, não é mesmo? – Pontas questionou num murmúrio enquanto afundava o corpo na cama e se encolhia debaixo das cobertas.
-Sabe, eu iria sugerir que você fizesse o mesmo. – Remo abriu os lábio num breve sorriso. – Mas visto que eu te conheço há seis anos...
-Você estaria sentenciando a minha morte. – Thiago disse num breve riso. – Mas, até mesmo estudar me parece ligeiramente tentador a ter que ficar o dia inteiro fitando o nada e ouvindo esses trovões ecoando em meus ouvidos...
Remo apenas assentiu lentamente e o silêncio reinou entre os dois amigos.
Aluado voltou a atenção aos livros, ao passo que Pontas deixou escapar um longo suspiro.
-Aluado... – o rapaz o chamou depois de longos minutos, fazendo com que Remo desviasse o olhar do teto e passasse a encara-lo. Thiago sentiu que podia continuar. – Obrigado.
O rapaz franziu o cenho em resposta.
-Do que você está falando, Pontas?
-Se não fosse por você, o Sirius jamais entenderia. – ele disse seriamente.
Remo riu fracamente e meneou a cabeça.
-Nós conhecemos bem o Sirius. Por mais que ele não queira admitir, ele está preocupado com você.
-É... Eu sei. – ele fez uma breve careta com a boca. – E também sei que ele é um perfeito cabeça-dura e que não irá desistir assim tão fácil...
-Você tem toda razão. – disse Remo se levantando calmamente e ajeitando uma pilha de livros sobre o braço.
-Já vai? – Thiago o olhou com curiosidade.
Remo assentiu levemente.
-Eu marquei com a Ana daqui a alguns minutos. – Remo lhe lançou um olhar preocupado. – Tem certeza de que vai ficar bem?
Thiago deu de ombros.
-Se eu não definhar de tédio até à noite... – Remo riu fracamente. – É, acho que eu sobrevivo.
-Bom, já estou indo. – ele afirmou calmamente. – Qualquer coisa, mande uma mensagem por Apollo.
Thiago assentiu levemente e curvou os lábios num tênue sorriso, enquanto observava Remo sair do dormitório e fechar a porta ao passar.
O maroto desceu as escadas calmamente. Como o tempo estava frio, muitos dos alunos optaram por ficar na sala comunal, o que proporcionava uma balbúrdia infernal que se sobressaía ao som de penas sendo arranhadas e os olhares emburrados que alguns setmanistas lançavam aos baderneiros.
A um canto, a risada peculiar de Sirius foi ouvida e Remo arriscou uma breve olhada para a direção que ela viera, a ponto de ainda ver uma Lisa extremamente corada cutucando-o de forma ameaçadora e irritada com o que parecia ser uma pena.
Correu o olhar pela sala e encontrou uma cabeleira ruiva em frente a uma loira, treinando o que parecia ser uma das últimas aulas de transfiguração. Remo esboçou um fraco sorriso quando o seu olhar e o da ruiva se encontraram e ela apontou com a cabeça para uma mesa mais afastada, enquanto escondia uma feição divertida em seu rosto.
Remo sentiu o rosto corar antes mesmo de voltar o olhar para onde saberia que Ana deveria estar sentada.
A morena ao perceber o olhar do namorado sobre si, esboçou um sorriso sincero e colocou uma mecha do cabelo atrás da orelha, enquanto sentia as faces levemente ruborizadas. Passariam-se os tempos e as reações de ambos pareciam ser sempre as mesmas... Remo riu e meneou a cabeça. Ela jamais mudaria...
-Como está? – ele disse num murmúrio, enquanto ocupava uma poltrona ao lado dela e dava um leve beijo em seus lábios.
-Você está atrasado. – ela disse num tom sério, encarando-o com os olhos levemente brilhantes.
-Hum... – o maroto parecia envergonhado. Ana riu. – Eu estava conversando com o Thiago.
-Ele está doente, não é mesmo?
Remo franziu o cenho e depois arqueou a sobrancelha em sinal de incredulidade.
-Como você...?
-O Sirius comentou com a Lisa isso. E, bem, eu ouvi porque estava presente.
Remo revirou os olhos.
-Mas, ele tem isso todo ano, não é mesmo?
-É.
-A Lisa fez menção de subir para ver como o Thiago estava, mas o Sirius não permitiu isso.
-Até imagino porquê. – Remo soltou, rindo, ao mesmo tempo em que abria um livro qualquer e começava a folhear. – Hum, vamos estudar.
Ana assentiu levemente, apesar de ter mirado Remo por breves segundos antes de voltar a atenção para o seu próprio livro.
As horas decorreram sem que um ou outro percebesse. E, apesar dos ruídos que ainda se faziam presentes no recinto, Ana pôde dizer que o estudo estava sendo proveitoso. Mas, o que a mais intrigava era a feição extremamente pálida do namorado, sendo que ainda faltava algumas semanas para a Lua Cheia. Será que ele também havia adoecido e não teria contado para ela?
-Você aparenta estar cansado, Remo. – Ana o mirou de forma incisiva, enquanto fechava o livro calmamente. – Aconteceu alguma coisa?
O rapaz sustentou o olhar a morena por breves instantes para, logo depois, recostar-se na poltrona adquirindo um ar cansado.
-Isso tudo... Isso tudo que está acontecendo, você não acha um tanto quanto estranho, Ana? – ele indagou num tom sério.
Para a grande surpresa de Aluado, Ana sorriu docemente e ajeitou-se na poltrona, a fim de ficar mais próximo a ele. Remo sentiu a face corar quando percebeu que ela colocara a mão dela em cima da sua e a acariciava num gesto terno.
-Você sempre se preocupa demais com os outros... – comentou ela baixinho. – No que os outros estão pensando ou vão pensar. Na maneira com que eles vêm agindo ou vão agir. Em como eles estão ou vão estar... Eu acho que o que quer que esteja acontecendo com o Thiago, ele contará a vocês no devido momento.
-Mas não é a isso que eu estou me referindo. – ele apertou a mão dela com sinceridade. – Digo, eu estou me referindo a isso, mas... – ela adquiriu uma face risonha. – Você entendeu o que eu quis dizer. Mas, é que... parece que estamos prestes a entrar numa guerra no mundo bruxo e eles estão tentando esconder isso de nós.
A face da garota tornou-se mais séria e soturna.
-Todas as informações sobre mortes ou desaparecimentos que chegam de vez em quando nos jornais, são sempre relacionadas a antigas desavenças entre bruxos, entre outras coisas. – ele passou a mão pelos cabelos num gesto nervoso. – O fato é que, de vez em quando, aquela estranha marca aparece novamente. Isso não é digno de preocupação?
-Você acha que Voldemort deve estar ocasionando todas essas mortes?
-Sim. – ele respirou profundamente. – Mas, o que mais me intriga é isso que eu venho pensando ultimamente...
-E o que você vem pensando, Remo?
-Voldemort tem um interesse incomum pelo Thiago... – ele a encarou firmemente. – Ou pela Lílian.
-Mas, por que você está dizendo isso? – Ana franziu o cenho, confusa.
Remo suspirou e deu de ombros.
-Não sei, talvez seja besteira minha. – ele sorriu para ela. – Vamos voltar a estudar.
Ana abriu a boca para retrucar mas, por fim, assentiu levemente. Não adiantaria tentar arrancar mais nada do maroto. Ela sabia perfeitamente que Remo Lupin não diria mais nada.

~~~~~~~~~

Quando Remo subiu para o dormitório, já era tarde da noite. Sorriu fracamente ao lembrar-se dos momentos que tinha aproveitado com a sua moreninha depois de uma cansativa e proveitosa tarde de estudos. Sentiu a face esquentar e meneou a cabeça a fim de espantar os pensamentos, enquanto abria a porta do recinto da forma mais cautelosa que podia.
O dormitório estava envolto num breu acolhedor, o que fez o rapaz crer que todos já estariam dormindo. Fechou a porta cautelosamente e, piscando várias vezes para se acostumar com a escuridão, divisou um vulto remexer-se inquieto em algum canto do recinto.
-Remo...? – a voz de Sirius veio com um sussurro.
Mesmo esperando que fosse um dos marotos, Remo não pôde impedir-se de pular de susto levemente.
-Ainda acordado, Almofadinhas? – ele rebateu num mesmo tom. – Aconteceu alguma coisa?
-Nada, só não estou conseguindo dormir... – ele disse num murmúrio. – Pelo visto o encontro foi bom, não?
Remo sentiu o rosto esquentar e agradeceu por estar escuro.
-E o Pontas? – ele desconversou quase que imediatamente.
-Quando eu cheguei ele estava dormindo. – o tom da voz de Sirius adquiriu um tom sério. – A Liz também veio vê-lo e checou a temperatura dele. – ele suspirou. – Eu acho que ele já está melhor. – o rapaz demorou alguns segundos antes de continuar. – Você acha seguro ele dirigir os testes para quadribol amanhã, Remo?
-O tempo vai estar melhor amanhã. Mas, eu simplesmente não sei... E o Pedro?
-Ele já estava dormindo quando eu cheguei. Creio que ele estava com o Pontas.
Remo exibiu um fraco sorriso e retirou a capa do corpo.
-Hum, acho que eu vou tentar dormir. – disse Sirius calmamente. – Boa Noite.
-Boa Noite, Sirius.

***

Como o próprio Remo dissera, o dia amanhecera levemente melhor na manhã seguinte. E, apesar do sol ainda se encontrar encoberto por nuvens carregadas, uma brisa soprava levemente por entre as janelas entreabertas do dormitório feminino do sexto ano.
Apesar de ser uma manhã de domingo, na qual elas poderiam usurfruir de mais algumas horas de sono, as quatro garotas já estavam relativamente acordadas com a proximidade das sete horas.
Lisa acabara de comentar o fato de que Thiago havia caído doente novamente e, como era de se esperar, o assunto no dormitório recaiu diretamente para ele.
-Isso é realmente preocupante... – a ruiva disse num murmúrio, enquanto penteava seus cabelos em frente ao espelho. – Qual pessoa normal teria algum dia específico para ficar doente?
-Bem... – Lisa adquiriu um ar pensativo, enquanto abraçava o próprio travesseiro. – Nós mulheres temos menstruação todos os meses e em dias específicos, não é mesmo? – ela suspirou. – Por que o Thiago poderia não ter uma espécie de doença anual?
Lily revirou os olhos enquanto Alice prendia o riso.
-Você está comparando a doença do Potter a isso? – Lily indagou, incrédula. – De onde você tira essas idéias, Lisa?
-Está tudo aqui. – ela apontou para a própria cabeça. – Pronta para ser dita na melhor das oportunidades. Mas eu não creio que a doença do Thiago resulte em tanto interesse da sua parte, Lily.
A ruiva corou furiosamente.
-Como futura curandeira tenho que está a par das doenças que rondam o mundo bruxo.
-Talvez seja psicológico. – Ana deu de ombros, enquanto se enfiava debaixo das cobertas. – Ele pode ter tido durante um tempo e achou que teria todo ano e então...
-Mas todos foram no mesmo dia do ano e só duram o mesmo. As possibilidades disso ocorrer são quase impossíveis!
-Estamos num mundo bruxo, Lily. – Lisa disse num meio sorriso. – O que pode parecer improvável ou até mesmo um milagre para os trouxas, é completamente normal para nós.
A ruiva fitou a amiga e riu um pouco, meneando a cabeça levemente.
-Se você está dizendo... – ela comentou, dando de ombros de modo displicente.
-Você não acredita em mim? Você mesmo dizia que o Thiago era um anormal, Lily, por que as doenças que ele tem deveriam ser diferentes?
As outras prenderam o riso quando a ruiva reprimiu uma careta.
-Ah, cala essa boca!
Lisa riu fracamente.
-Bom, eu preciso ir agora. Tenho um assunto a tratar. – ela disse pulando da cama e jogando o travesseiro em cima dela de qualquer maneira.
-Sirius novamente? – disse Ana num meio sorriso.
-Hum, bem, sim e não. Eu vou treinar um pouco. – ela enrubesceu. – E depois vou ver se encontro o Thiago.
-Por quê? – Lily questionou, confusa. – Vai tentar suborna-lo antes dele marcar um novo teste?
A amiga revirou os olhos.
-Não. – Lisa respondeu, risonha. – Vou tentar convence-lo a não fazer o teste hoje.
-Ele vai fazer os testes hoje? – fora Ana quem questionara. – Ele é doido ou o quê?
-Para você ver. – ela suspirou e virou-se para Lílian enquanto colocava a vassoura nos ombros. – É melhor você ir se preparando, Lily. Terá que agüentar a teimosia dele quando se casarem.
A ruiva ficou levemente corada e fez menção de jogar a escova na amiga, no que a mesma saiu rapidamente do dormitório, sobre os risos prendidos das outras.

***

-THIAGO POTTER, VOCÊ QUER MORRER?
O rapaz ajeitou a vassoura de modo displicentemente em um dos ombros e virou-se lentamente para trás, enquanto observava a uma face relativamente vermelha aproximar-se gradativamente dele.
-Achei que você guardasse os seus gritos para o Sirius, Lisa. – ele disse num meio sorriso. A garota revirou os olhos em resposta.
-Não quando você merece uns bons puxões de orelhas! – ela bradou, furiosa. – Você esteve doente ontem. Como você pode continuar com essa idéia insana de escolher um novo artilheiro nessas condições?
-Temos jogo daqui a três semanas, Lisa, como você quer que eu me comporte? – ele fitou o tempo nublado através da janela. – Não está relativamente perfeito para um teste, mas é bom o bastante para faze-lo. O ar meio parado vai testar mais da agilidade dos que aspiram a ser artilheiros. – ele voltou-se para ela num meio sorriso. – E você bem me conhece, Lisa, eu sempre tive isso todos os anos e eu acordo maravilhosamente bem no dia seguinte.
-Eu bem sei disso, Thiago. Mas isso não significa que você deva ficar por aí voando em cima de uma vassoura e gritando com jogadores. – ela revirou os olhos. – A doença pode acabar voltando, sabia?
-Ela nunca volta. E... – ele exibiu um sorriso debochado. – Vejo que você não está muito interessada que eu cancele os testes, não é mesmo? Até a vassoura você trouxe!
A garota fez uma breve careta com a boca e meneou a cabeça.
-Eu vim na pressa. – ela sorriu um pouco e seus olhos brilharam intensamente. – Estava, hum, estava treinando com o Sirius. – ela disse num tom doce. – Mas isso não significa que eu queira que você fique se arriscando! – completou num tom irritado.
-Sinceramente, Lisa, tem vezes que você me lembra a minha mãe...
-Só estou cumprindo uma promessa que há muito eu fiz para a tia Sarah. – ela piscou o olho para ele e sorriu meio de lado. – Tenho que zelar por você, esqueceu?
Thiago riu.
-Sei... – ele fez uma breve careta com a boca e depois tornou a rir. – Mas, o que você pretende fazer para me impedir?
-Creio que nada que eu faça surtirá algum efeito em você, não é mesmo? – ela disse num tom derrotado.
-O que você acha.
-Mas, Thiago... – ela insistiu. – Você tem certeza de que vai ficar bem?
-O treino será daqui a menos de meia hora, Lisa, eu não posso simplesmente desmarcar as coisas assim, não é?
-Ah, é? E por que você teve que marcar justo hoje?
O rapaz coçou a cabeça levemente e semi-cerrou um dos olhos.
-É que eu me esqueci...
Lisa exibiu uma feição entediada.
-Você, realmente, não existe, Thiago Potter.
Ele riu.
-Pronto, agora que você ralhou comigo, diga para que veio de verdade.
-Eu estou pensando sinceramente em te fazer uma proposta... – ela exibiu um ar pensativo.
-O que você me ofereceria em troca da vaga de artilheiro? – ele arqueou a sobrancelha. – Sinto muito, Lisa, eu sou um maroto, mas ainda sou honesto.
Ela prendeu o riso e meneou a cabeça.
-Você está nervosa, não está?
A garota assentiu levemente.
-Um pouco. – ela repetiu num murmúrio. – De qualquer forma, eu só concordei com isso por insistência do Sirius. Ele acha que eu jogo bem.
-E você, não? – ele indagou com um olhar levemente penetrante.
-Acho que dou para o gasto. Pelo menos sei segurar a bola, não?
Thiago riu fracamente e ambos seguiram em silêncio até o campo de quadribol.
Quando os dois chegaram, o local já se encontrava relativamente cheio. Lisa riu e meneou a cabeça ao perceber que havia várias alunas de outras casas nas arquibancadas, aos cochichos e lançando olhares entrecortados com um longo suspiro para alguns dos jogadores presentes.
Lisa esboçou um sorriso nervoso quando seu olhar cruzou com o de Sirius antes dela se juntar ao restante do grupo que iria participar do teste.
Pontas, por sua vez, observou cada canto do campo e parou por alguns segundos uma cabeleira ruiva que lançava olhares nervosos para o chão, enquanto ouvia atentamente algo que Remo dizia.
Desviando o olhar da ruiva, ele lançou um olhar nervoso para o seu relógio de bolso e percebeu que já estava em cima do horário combinado.
Fitou todos os presentes e percebeu que uma pequena balbúrdia havia se instalado no local, se surpreendendo com o fato de, nem ao menos, ter ouvido nem um ruído.
Pigarreou de forma significativa para se fazer presente, mas pareceu que esse gesto só fez aumentar mais os ruídos. Revirou os olhos e retirou a varinha de um dos bolsos.
O som de uma pequena explosão foi ouvida, no que todos pularam assustados e voltaram o olhar para Thiago, que exibiu um sorriso triufante.
-Assim está melhor. – ele disse num tom levemente maroto. – Agora, por favor, eu peço que os primeiranistas se retirem e esperem algum outro ano para fazerem o teste, sim? – ele passou a mão pelos cabelos ao entreouvir alguns resmungos. – Isso vale também para as pessoas que não vieram com vassouras. – algumas garotas soltaram risinhos e ele piscou o olho. – Eu posso ter a fama de desobedecer regras, mas, quando diz respeito a quadribol, as mesmas são como algo sagrado para mim. Reclamações acerca desse assunto, favor comparecer a sala da Minnie. – alguns prenderam o riso. – Creio que ela terá o imenso prazer em dar-lhes um sermão sobre regras e responsabilidades... – ele respirou profundamente. – Agora, vejamos... Como são doze ao todo, creio que vocês devam se dividir em quatro grupos de três para uma melhor avaliação. Teremos primeiro uma avaliação dos dois grupos, depois do outro e depois cada uma invidualmente. E... – ele olhou significativamente para Sirius e depois para Lisa. – Para ninguém dizer que eu estou favorecendo ninguém... – ele olhou para os outros presentes e tirou uma espécie de saquinho vermelho do bolso. – Sugiro que tirem aqui os seus próprios grupos. Os batedores, é claro, tirarão uma bola a mais.
Houve murmúrios de concordância e os doze concorrentes, juntamente com os batedores do time, se dirigiram até o saquinho que Thiago estendia e tiraram os seus grupos.
Lisa e Sirius se entreolharam e sorriram antes de olharem para a bolinha que tinha em mãos. O moreno abriu uma das mãos e percebeu que era uma dourada e alaranjada, diferente da Lisa, que pegara uma bolinha vermelha.
-É... – a garota disse num murmúrio rouco. – Parece que ficamos em times contrários.
-Não se preocupe, farei um jogo limpo.– ele piscou o olho. – Não mandarei balaços muito fortes. – completou num tom provocativo. – Acho que eles só deverão te deixar desacordada por alguns dias...
-Oh, grande consolo. – ela disse num revirar de olhos, no que Sirius prendeu o riso.
Sirius ficou sendo batedor do grupo composto por uma terceiranista, e dois quintanistas. Lisa, por sua vez, fez parte do grupo de um quartanista e uma quintanista, que tinha um sorriso meio suspeito em seu rosto enquanto fitava Thiago. Os outros dois grupos restantes eram compostos, cada um, por um setimanista, um quartanista e um terceiranista.
-Vallins, comece a rodear os aros. – ele disse, enquanto abria o malão onde era guardado as bolas. – Black... – ele soltou um sorriso meio cínico para Sirius, no que este riu um pouco. – e Vallins, estejam a postos. Eu vou soltar os balaços.
-Mas... – a terceiranista perguntou, engolindo em seco.
-O que você esperava...? – Thiago rapidamente desviou a atenção d malão e fitou a garota de forma penetrante. – Isso não é nenhuma brincadeira. Quando estivermos jogando, estaremos com os balaços, não?
A garota assentiu levemente.
-Mas, eu pensei que seriamos testados separadamente... – insistiu.
-E serão. – Thiago disse seriamente. – Depois que passarem dessa etapa.
A garota abriu a boca para retrucar, mas resolveu se calar. Sirius e o outro batedor levantaram vôo quando Thiago voltou a atenção para o malão e soltando os balaços.
-Será um treino-teste. – ele explicou calmamente, enquanto segurava a goles em uma das mãos e montava calmamente na vassoura. – Os outros artilheiros também acompanharão o seu desempenho e, assim como eu, prestará atenção em qualquer deslize ou tentativa de aparecer mais. – ele estreitou os olhos. – Cada um dos grupos jogará contra o outros e, como só temos um goleiro, iniciaremos o jogo do outro lado do campo. Terminará quando algum dos lados obter setenta pontos.
Remo observou com os olhos levemente estreitados, os jogadores se dirigirem ao outro lado do campo. Apesar de ainda ser tarde o tempo se encontrava levemente escuro, o que fazia com que se pensasse que o sol estava começando a se por. Suspirou profundamente. O cheiro de terra molhada invadia suas narinas e o ar se encontrava ligeiramente úmido, o que prenunciava a queda de uma nova tempestade.
-O sistema de teste de Thiago é bem diferente dos antes vistos, não é, Remo? – Ana indagou calmamente, enquanto acompanhava os competidores duelarem pela bola no céu, seus corpos não passando de pontinhos negros ziguezagueando para cá e para lá.
-Ele e o Sirius viviam estudando possíveis testes a serem aplicados em cada posição. – ele deu de ombros. – Eu não creio que essa seja a melhor, mas há, de certa forma, um trunfo nela. Afinal, todos os jogadores são pegos de surpresa. Estimula uma capacidade de raciocínio rápido, por assim dizer...
-Será que a Lisa está se saindo bem? – Lily indagou de olhos estreitados, tentando distinguir os cabelos castanhos da amiga em meio aos outros pontinhos pretos que voavam de forma ágil pelo céu.
-Acho que só vamos saber quando isso acabar, não? – Alice respondeu com um profundo suspiro.
Os minutos decorreram lentamente. E, pelo que os quatro amigos puderam perceber, a disputa entre as duas equipes estava sendo acirrada.
Lisa respirou fundo quando sentiu um balaço zunir perto da sua cabeça pouco depois dela ter se inclinado sobre a sua vassoura. Olhou meio de soslaio para trás e percebeu o sorriso divertido que Sirius esboçou para, logo depois, piscar o olho e soltar um leve beijinho para ela. A garota bufou de raiva, antes de menear a cabeça e revirar os olhos. Quando ele disse que iria jogar limpo, ela não esperava que fosse tão limpo assim. E, muito menos, que o maroto demonstrasse um prazer especial em rebater balaços para a direção dela, como se quisesse testa-la. Lançou a goles para um dos componentes do seu próprio grupo e seguiu em frente, ainda podendo divisar a feição risonha do namorado.
-Continue a se divertir, Black. – ela disse num resmungo. – Teremos uma conversinha bem séria quando chegarmos lá embaixo...
Não que ela quisesse que Sirius maneirasse um pouco com ela. Mas, ela também não queria que ele quase sempre jogasse os balaços para cima dela!
Sentiu outro balaço vir em sua direção e empinou a vassoura para cima, desviando do mesmo por muito pouco. Soltou um longo suspiro. O outro time estava com uma diferença mínima de dez pontos, mas ela se sentia feliz, por ter feito um número considerável de gols. “Claro, teríamos um desempenho melhor se a idiota da Salys parasse de olhar para o Thiago e prestasse mais atenção a goles” pensou num resmungo.
E, depois de uns quatro jogadores terem sido retirados do campo por causa de balaços lançados por batedores, muitas reclamações de uma quintanista por sua unha ter quebrado e muita dor de cabeça para Thiago já razoavelmente estressado, eles finalmente se viram de volta ao chão, para as avaliações individuais.
Enquanto Thiago começava a explicar como seria a nova fase do teste, uma chuva fina e constante começou a cair. O rapaz suspirou profundamente e fitou cada um dos presentes com os olhos estreitados.
-Se algum de vocês se opor a continuação dos testes... – ele mirou um a um de forma penetrante. – Fale agora ou não terá direito a futuras reclamações.
Como ninguém havia se manifestado, Thiago deu a entender que todos tinham concordado.
Essa fase do teste seria bem simples. Os artilheiros veteranos e o candidato a artilheiro trabalhariam em campo durante um tempo para, logo depois, o candidato teria que tentar acertar qualquer um dos três aros e esse processo se repetiria durante cinco vezes.
Um a um os jogadores foram testados sobre os olhos atentos de Thiago. Lisa foi uma das últimas e, com um leve sorriso no rosto, aterrizou no campo, satisfeita por ter conseguido acertar quatro vezes, sendo que a última não acertara por muito pouco.
Um pouco mais à frente, Sirius a esperava com um magnífico sorriso no rosto.
-Você foi ótima. – ele disse num murmúrio.
-Acho que tive um bom treinador. – ela respondeu com um sorriso constrangido, enquanto ele a puxava para um leve beijo.
Mas alguns candidatos foram testados, até que Thiago finalmente descera para o chão mais uma vez. Sirius e Lisa se separaram lentamente, ao mesmo tempo em que Lily e os outros corriam até eles.
A ruiva correu e abraçou a amiga fortemente, no que os outros riram.
-Calma, Lily, não falta nenhum pedaço! – a garota disse risonha.
-Meu Merlim. – a ruiva murmurou, se separando da amiga. – Eu ainda não consigo ver alguma espécie de motivação que vocês têm para gostarem tanto desse jogo de atrocidades. A Lisa quase morre!
-Lily, também não exagera! – Ana disse entre risos. – Parabéns pelo desempenho, Liz.
-Hum, agora é só esperar uma resposta, não é mesmo? – a garota disse num sorriso nervoso.
-Espero que seja logo. Eu estou ensopado! – disse Sirius num resmungo.
-Depois daqui o Thiago vai direto para uma ducha quente e uma cama. – Lisa o encarou firmemente, enquanto o rapaz guardava as bolas e voltava-se para o resto dos presentes.
-Bom. – ele começou num tom ligeiramente cansado, mas satisfeito. – Primeiro eu gostaria de dizer que vocês, em sua maioria, estiveram ótimos. E, é claro que, como todo teste, muitos de vocês estiveram emocionalmente abalados e, talvez, não tiveram um desempenho pleno. Mas, infelizmente, eu não posso fazer nada a respeito disso. – ele exibiu um fraco sorriso. – Bem, eu não vou mais me demorar, todos aqui estamos completamente encharcados e tudo que desejamos no momento é uma boa dose de chocolate quente. Então... – ele fitou cada um dos presentes antes de continuar. – Eu creio que devo chamar a Delacourt para fazer companhia ao nosso grupo. – ele esboçou um sorriso meio de leve para a garota, que empalideceu e depois corou furiosamente, ao mesmo tempo que recebia as congratulações dos amigos e um beijo de Sirius. – E, como eu disse anteriormente... Qualquer suposta reclamação... Creio que vocês devam se dirigir a sala da Mimi. – ele fez uma breve reverência. – E obrigado pela presença de todos.
Alguns se retiraram, ainda aos resmungos pelo fato da Lisa ser a namorada do melhor amigo do capitão, no que Thiago alargou o sorriso e se dirigiu até os amigos.
-Sempre presunçoso, não Potter? – Lily disse num ar debochado.
-Só estou fazendo o meu papel, Lily. – ele disse passando a mão pelos cabelos molhados e, logo depois, voltou-se para Lisa. – Vai ser um prazer imenso mandar em você durante os treinos de quadribol, Lisa.
A amiga riu.
-Só espero que você não fique aos agarros com o Almofadinhas enquanto dito táticas.
-Não se preocupe, Pontas, nos comportaremos direitinho. – Sirius piscou o olho.
-Vamos para o castelo, já está um pouco frio, não acham? – Lily disse esfregando as mãos.
Thiago a encarou estranhamente.
-Não está tão frio assim, está?
-Não para você, que estava voando e gritando com todo mundo. – ela disse num revirar de olhos.
-A Lily sempre foi assim, Thiago. – Ana disse num meio sorriso. – Nunca foi de agüentar temperaturas frias.
Todos seguiram em direção ao castelo ainda falando sobre o treino. Thiago dava um ou outro comentário acerca do assunto, mas seus olhos estavam fixados em Lily que, mesmo depois de se encontrar nas paredes acolhedoras do castelo, ainda esfregava as mãos e sentia leves calafrios, ficando cada vez mais para trás.
-Lily, você tem certeza de que está mesmo bem? – ele perguntou seriamente.
A ruiva assentiu levemente.
-Já vai passar.
-Lily...? – ele tornou a chama-la quando a ruiva parou de andar abruptamente e o encarou num meio sorriso e Thiago sentiu um arrepio involuntário percorrer todo o seu corpo. Conhecia aquele olhar...
-Parece que ficamos para trás, Thiago. – ela falou com a voz levemente etérea, no que ele olhou para a frente e percebeu que os amigos haviam sumido.
-Você...
O cenário havia se dissolvido na sua frente, mas não havia nenhum silêncio profundo.... Vozes conhecidas murmuravam ao fundo...
-Eu disse que não seria nada bom para ele se arriscar dessa maneira. Mas, ele me ouviu? Não. Claro que não... – a voz bufou de raiva. – Pelo visto, eu não presto para nada mesmo...
-Você sabe que o Thiago é um cabeça dura, não é Lisa?
– ele agora reconhecera a voz de Sirius. – Não adianta tentar persuadi-lo a fazer algo contrário ao que deseja.
-Ah, pelo amor de Merlim, parem de discutir vocês dois, antes que a M. Pomfrey resolva nos expulsar daqui.
– a voz de Remo soou de modo emburrado.
Thiago abriu os olhos vagarosamente e piscou várias vezes quando reconheceu uma massa de rubros cabelos em sua frente. Aos poucos, tudo voltou a entrar em foco e ele pôde perceber que os rubros cabelos esvoaçaram de modo quase que imperceptível e os olhos dela estavam vagos, opacos... negros...
Teve um leve sobressalto, mas não conseguiu desviar seus olhos do olhar da ruiva. A mão dela apertava a sua firmemente e ela sorria... sorria como...
-Feche os olhos novamente, Thiago... – a voz dela soara doce e etérea. – Você não quer descobrir alguma coisa...?
O rapaz obedeceu com um leve aceno na cabeça e depois tornou a fechar os olhos. Quando tornou a abri-los, ainda se encontrava na ala hospitalar mas, ao invés de Lily estar em pé ao seu lado, era ele quem se encontrava em tal posição, enquanto ela estava deitada na maca, os olhos verdes entreabertos e desfocados. Ele apertava a mão dela firmemente.
Thiago sentiu um aperto no peito. O que estaria vivendo era sonho ou realidade?

“Uma parte do seu futuro...”

-Ela está...?
Ele teve um leve sobressalto quando a ruiva voltou o olhar para ele e o fitou com um doce sorriso. Thiago sentiu a cabeça latejar.

“-Quem é essa mulher, papai?
-Uma velha amiga, Thiago...”


Os olhos castanho-esverdeados do rapaz brilharam tenuemente e ele os estreitou, enquanto firmava o contato visual com as orbes esmeraldas da ruiva com um ar ligeiramente cansado. O moreno hesitou por breves instantes, assim como o pequeno garotinho da lembrança que agora estava tendo. A mão de Lily fechou-se com mais intensidade sobre a sua e ela piscou quase que imperceptivelmente.

“-Não tenha medo minha criança... Eu não vou lhe fazer mal”.

A ruiva exibiu um doce, um doce e frio sorriso.

“-Você daria um belo rapaz, Thiago Potter...”

Thiago desviou o olhar de Lílian quando sentiu que as vozes se tornavam cada vez mais distantes em sua mente. Então, suas suspeitas estavam verdadeiras...

“-Você é bem fria...”

-Você tem a mesma frieza dela... – ele disse num murmúrio e apertou a mão da ruiva com mais intensidade. – Então, isso quer dizer que... – ele fechou os olhos e suspirou.
-Eu disse que você daria um belo rapaz, Thiago... – a ruiva acariciou-lhe a face com a mão completamente gélida, tão gélida quanto a que ele sentira em sua face há anos atrás. Um tempo que lhe parecia tão distante...
O maroto abriu os olhos e sentiu a respiração levemente descompassada. Isso não podia estar acontecendo com ele.

“Estou mais perto do que você imagina...”

-Ela... – ele começou num murmúrio, dando alguns passos para trás. – Ela é... Você... – concluiu num fio de voz, apesar dos seus olhos terem faiscado levemente. – Saia do corpo dela, agora. – completou num tom ligeiramente incisivo.
Agatha meneou a cabeça e soltou um breve riso. Thiago divisou por breves segundos os rubros cabelos de Lílian tornarem-se ligeiramente dourados e suas orbes verdes escurecerem.
-As coisas não são tão simples como você imagina, Thiago. – ela sentou-se cautelosamente na maca e retirou a mão do rosto dele. – Isso era para acontecer. Foi a decisão dela, você não pode impedir isso.
Thiago a encarou com o cenho franzido.
-Não creio que a Lily tenha desejado isso. – concluiu firme.
-Mas o desejo dela permitiu a minha entrada. – o rosto de Lily esboçou um fraco sorriso e olhou para as mãos, ainda entrelaçadas e soltou a de Thiago calmamente. – Ela não quer ser um peso para você, Thiago.
-Mas... – ele a encarou, confuso. – Como?
-Eu já me comuniquei com ela em sonhos. Ela pode não saber o que você tem de fazer...
-Assim como eu também não sei... – ele disse num resmungo.
-Mas ela acredita que o destino não deve ser modificado. – ela tornou a curvar os lábios num sorriso e meneou a cabeça. – E não está nele você ficar com Lílian Evans.
-Eu já disse, pouco me importa essa droga de destino. – ele a encarou com uma expressão firme. – Eu faço da minha vida o que eu quero e bem entender.
-Você não pensará assim quando a hora chegar... – ela falou num murmúrio e respirou profundamente.
Thiago observou o corpo de Lily dar um leve sobressalto e cair graciosamente em direção ao seu. Ele a amparou com cuidado e, ainda sentindo o coração levemente descompassado, entreouviu um leve gemido dado pela garota e a cabeleira ruiva remexer-se inquieta sobre o seu peito.
Calmamente, o moreno observou Lily erguer a face e encarar Thiago com os olhos levemente desfocados e cansados.
-Ela disse a você, não disse? – ela falou com a voz falha.
Thiago não respondeu nada, apenas desviou o olhar de Lílian e a abraçou instintivamente.
-Eu prometo, Lily, eu não vou deixar que nada de mal lhe aconteça... – ele disse num sussurro, apertando-a contra si com vontade.

“Você já fez a sua escolha...?”

N/A: Certo, entreguei o primeiro segredo. Agatha está possuindo a Lily para poder se comunicar com o Thiago. Essa cena será melhor explicada no próximo capítulo. Mas, eu já vou adiantando... huahahahaha. O Thiago desmaiou pouco depois de dar o resultado de quem seria o novo artilheiro e foi mandado para a Ala Hospitalar, e Lily/Agatha estava junto dele desde então... Espero que tenham gostado.

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