Uns drinques a mais



Cap. 20_

Quando as pessoas deram por si, Hagrid já estava carregando enormes pinheiros de Natal para dentro da escola, Filch já limpava as armaduras e reclamava das guerras de neve no jardim e Dumbledore já pendurara ramos e ramos de visgo e azevinho pelos corredores escuros da escola. Marisa parecia achar bem engraçados os estratagemas que alguns alunos usavam para passar por baixo deles com outras pessoas. Snape não estava achando nenhuma graça. E vários ramos eram encontrados chamuscados por onde ele passava, ainda que ninguém conseguisse provar quem os estava chamuscando.

Hermione acordou com a neve caindo nos caixilhos de sua janela e a primeira coisa que viu foi a habitual pilha de presentes aos pés de sua cama.

_Presentes! _ela pensou alegre, pulando de sua cama, sem se importar se parecia entusiasmada demais, afinal, tinha um dormitório só para si.

Passou os olhos por todos os presentes, sempre sentindo falta de um em especial. Um que nunca mais estaria ali. Um que certamente não faria falta materialmente, mas que emocionalmente a deixaria com uma lacuna enorme no dia de Natal.

O presente dos seus pais.

Mione fungou tentando não recomeçar a chorar e abaixou-se no chão procurando por um outro embrulho especial. Achou-o no final da pilha. Um embrulho pequeno, com um laço mal feito e com uma etiqueta garranchosa: “Rony Weasley”.

Abriu com o coração palpitando levemente, como acontecia em todos os Natais. Ela não sabia mais porque isso acontecia. Não sabia se era força do hábito. Mas talvez tivesse algo mais significativo do que o normal, dessa vez. Uma carta, quem sabe?

Terminou de abrir o embrulho uma escova de cabelos caiu para o chão.

“Uma escova de cabelos?” _pensou irritada pegando o próximo presente _ “Rony Weasley me deu uma escova de cabelos?”

O pacote mais próximo era verde garrafa e quadrado. Na etiqueta se lia “Harry Potter”

Seu coração palpitou mais uma vez. E ela não teve explicações para isso.

Quando abriu o embrulho encontrou uma caixa transparente com algo preso em um gancho. Mione abriu a tampa da caixa e o gancho se projetou para fora, deixando a mostra um móbile com luas e estrelas de cores claras e com sininhos que tilintavam. Mione reconheceu o móbile. Era o mesmo que ela vira há algum tempo em Hogsmeade.

Ela tirou o móbile da caixa e inclinou a cabeça, examinando-o com um olhar meigo. Ela adorara o mensageiro dos ventos. Como ele podia ter lembrado?

Pousou o presente na cama e olhou novamente para a caixa, encontrando uma carta que ela não percebera que estava ali antes. Sentou-se no chão com as pernas dobradas e abriu-a.

“Nossa varanda vai ter vista para o Oeste. Assim, nós poderemos ver o pôs do Sol sempre que quisermos. E teremos um balanço de dois lugares. Porque ver o pôr do sol em pé deve ser muito desconfortável. E um canteiro de flores. Porque flores alegram os dias das pessoas.
Eu não sei se você concorda com tudo isso, mas eu sei que naquele dia, em Hogsmeade, era exatamente nesse móbile que você estava pensando.
Em como ele ficaria se o pendurássemos na sacada. Se ele faria muito barulho durante a noite. Se ele nos incomodaria. Mas o dono da loja disse que podemos coloca-lo para tocar musiquinhas, se preferirmos.
Enfim, eu não sei como eu soube. Eu não sei porque isso surgiu na minha cabeça. Mas surgiu e não havia meios de tira-lo de lá.
Eu só sei que num momento eu estava imaginando por que você estava triste e no momento seguinte eu sabia e pronto. Como se eu pudesse ler isso em você.
Só quero dizer, Mione, que você nunca mais vai ficar sozinha. Não se depender de mim.
Que você vai ter companhia para todos os seus cafés da manhã. Que você nunca vai ver o dia morrer sozinha.
Não sei como isso passou pela sua cabeça.
Mas eu sei que passou.
Bom, desejo que esse móbile traga-lhe ótimos ventos. Durante dias e noites. Durante toda a sua vida.
Feliz Natal
Harry.”

Mione levou a mão à boca, sensibilizada.

“Ah, Harry, que perfeito” _ela pensou enquanto uma brisa leve batia e fazia algumas luas cintilarem. Suspirou e, de repente, seu Natal ficou muito mais feliz. A neve lhe pareceu mais quente, pois seu corpo, por dentro, se aquecia.

Olhou em volta e seus olhos recaíram sobre a escova. E ela pensou em como tudo seria muito mais perfeito se ele tivesse olhado para os olhos verdes de Harry e se apaixonado por ele, no trem para Hogwarts no primeiro ano. E não por Rony.

“Seria tão melhor se eu gostasse de você”. _ela pensou olhando pela janela.

E, de repente, imaginou se isso não era possível. Se isso não seria o melhor a ser feito. Harry era o amigo dos sonhos. Harry era bonito, esperto, corajoso, ágil...

E uma idéia surgiu em sua cabeça. Ela precisava dele. Ela precisava gostar dele. E era isso que ela ia fazer.

***

Draco resmungou alguma coisa inteligível, enquanto alguém o cutucava insistentemente. Ele fechou os olhos com força, já que a pessoa abrira a janela. Mas isso não foi o suficiente para bloquear a luz.

Muito irritado, Draco soltou um guincho de raiva sentando-se na cama. _Mas que saco! _ele exclamou socando os cobertores _O que é que vocês querem agora?!

_É Natal, Draquinho! _Montague exclamou tentando puxar as cobertas que Draco insistia em segurar com as duas mãos, enquanto Crabbe, Goyle e Winter assistiam o embate ao lado da cama _Levanta daí! Você tem presentes! _e apontou para a enorme pilha de presentes aos pés da cama.

Ele voltou a grunhir incoerentemente e empurrou o cobertor para longe.

_Puxa, vida, será que é muito difícil para você dormir vestido? _Winter perguntou olhando com nojo para o peito, barriga e braços de Draco.

_Se você se incomoda, pode se retirar. _ele respondeu descendo da cama e começando a fuçar nos presentes. Goyle e Crabbe o acompanharam.

Crabbe olhou um, dois, três presentes. No quarto ele olhou para Draco.

_Caramba, Draco! São todos da sua mãe.

Todos olharam para ele.

_Só sua mãe manda presentes para você, Draquinho? _Winter perguntou com uma voz risonha e maldosa.

Draco deu de ombros. _Mas pelo menos ela manda muitos. _respondeu arrogantemente empinando o nariz.

_Tsc, tsc. _Winter fez, cruzando os braços e simulando uma expressão de dó _Pobre garoto rico.

Draco fuzilou-o com o olhar, mas Winter não parecia contente e continuou _E já que começamos a falar de desgraças, eu estava pensando em anunciar mais uma. Quer dizer, _ele coçou o nariz _Draco virou capitão porque saiu com a Weasley, mas francamente, acho que não foi justo. Devíamos tirar o título dele. Eu vou com ela no baile e, sinceramente, ela foi fácil demais.

Ninguém soube exatamente o que aconteceu. No minuto seguinte, Draco atravessou o quarto até Winter derrubando vários presentes pelo chão e agarrou-o pela frente da blusa, empurrando-o e batendo-o na parede.

_Retira o que disse. _ele rilhou os dentes, batendo-o na parede mais uma vez.

_Solta, Draco! _Montague tentou interferir _Eu não vou tirar a vaga de capitão de você! Solta ele!

Só então Draco se deu conta do que estava fazendo. Os amigos estavam pensando que ele se irritara pela vaga de capitão. Mas ele sabia que não era. Ele sabia que se irritara ao ouvir Winter dizendo que Gina Weasley era fácil. Ele se irritara por uma Weasley.

Lentamente, Draco soltou a camisa de Winter e se deu uns passos incertos para trás.

_Fora daqui! _ele sibilou passando uma mão pelo cabelo e apontando para a porta.

Todos saíram dizendo para que Draco se acalmasse. Ou ele achou que todos tinham saído. Quando se virou mais uma vez, Winter ainda estava lá.

_O que é?! _ele perguntou de maus modos.

_Você não se irritou por causa da vaga. Irritou-se por causa da ruivinha. _Draco cruzou os braços fortes sobre o peito nu. _Mas é bom você parar com isso, porque, se você não ouviu direito, Gina disse que o vestido dela tem pouquíssimo pano. O que você vai fazer? Sair batendo em todo mundo que olhar para as pernas dela.

Draco deu de ombros.

_Talvez ela mude de idéia e resolva ir com outra roupa.

_Qual é, cara? É uma Weasley. Você acha que ela tem um estoque de vestidos sociais no armário?

Draco sorriu meio enviesado. _Talvez ela ganhe algo novo no Natal.

Winter não entendeu, mas, naquele mesmo momento, Gina Weasley abria um dos presentes que ganhara de Natal.

O embrulho era prateado com um laço verde. Aquilo lhe lembrava alguma coisa, mas ela não sabia dizer o quê. E não tinha cartão.

Abriu o embrulho e um vestido branco, feito de uma seda rara e caríssima, escorregou para a sua cama.

Gina ficou olhando-o intrigada e ergueu-o para vê-lo melhor. Era um pouco pesado, com uma saia balão e comprida. As mangas também eram compridas e o decote totalmente fechado.

Gina ficou imaginado quem seria o abilolado que gastaria tanto dinheiro com uma brincadeira sem graça dessas. Ou alguém esperava realmente que ela fosse usar aquilo? Francamente, se um centímetro da pele da garota aparecesse por baixo de tanto pano, ela já acharia muito.

***

Harry estava com Rony se entupindo de bolo no salão comunal da grifinória. Os bolos que a sra Weasley mandara de Natal eram fabulosos. Para a comilança ficar perfeita e típica, só faltava Hermione descer correndo as escadas com um livro na mão, gritando para que eles parassem de comer e estudassem um pouco. “Afinal”, ela diria, “estamos de férias, mas os NIENS estão na nossa porta”.

Então ela desceu. Com um livro na mão. Rony e Harry se preparam para levar bronca. Mas, no lugar disso, ela passou reto e atravessou o buraco do retrato. Rony e Harry se entreolharam intrigados. Então ela voltou e passou a cabeça pela abertura do quadro.

_Escovem os dentes depois, ok? _e voltou a sair.

Harry e Rony não entenderam.

Mione caminhou lentamente pelos corredores desertos da escola, com a cabeça enfiada no livro enquanto andava. No topo da página que ela lia, estava escrito “Poção da lua doce” em letras garrafais. A isso, seguia uma lista de ingredientes e de instruções para preparar a tal poção. Mione leu isso muito atentamente. Mas não se preocupou muito em ler a parte sobre efeitos colaterais. Lera que ela ficaria meio eufórica e descontrolada no começo, mas que depois passaria. Fora isso, não leu muita coisa.

Caminhou diretamente para o único lugar que conhecia onde poderia achar ingredientes. A sala do profº de poções, Severo Snape.

Para sua sorte, convivera demais com Harry, a ponto de aprender tudo sobre discrição. Não que ele fosse mais discreto que ela ou coisa assim. Ele era apenas mais audacioso. Ele nunca tinha medo de nada.

Ela sentiu um calafrio e seus braços se arrepiaram. E ela achou que isso fosse medo de ser pega.

Esgueirou-se para dentro da sala, lentamente. Olhou para os dois lados e, somente então, abriu a frente da blusa. Lá estava a velha capa da invisibilidade de Harry, que ela roubara enquanto ele e Rony se entupiam de bolos e doces com os outros garotos.

Vestiu a capa e isso lhe deu mais coragem. Atravessou a sala a passos rápidos, até o armário de Snape. Com um feitiço complexo que aprendera enquanto estudava para os NIENS, desarmou os feitiços de proteção. Snape poderia achar que eram o suficiente para manter qualquer aluno longe de seus preciosos ingredientes, mas ele não imaginava que Mione estivesse estudando ainda mais do que o habitual naquele ano.

Entrou no armário e retirou tudo que precisava. Depois deu meia volta, armou novamente todos os feitiços e, já ia sair da sala, quando Snape entrou no lugar.

Mione prendeu a respiração. Imaginara que ele estaria no salão principal, tomando café da manhã. Mas, aparentemente, seres como ele não precisavam comer. Nem dormir. Nem ir ao banheiro, talvez.

Mas Snape não se demorou na sala. Ele abriu uma gaveta, mexeu em alguns papéis e saiu novamente, deixando a gaveta aberta.

Mione ficou dividida entre se mandar rapidamente dali e entre a curiosidade de verificar o maço de papéis na gaveta.

Ela nunca desconfiara de Snape. Tinha certeza que nada dali seria importante ou interessante para ela. Mas alguma coisa da personalidade de Harry estava ecoando fortemente em sua mente. Alguma coisa de Harry a fez ir até a escrivaninha e a mexer nos papéis.

Papéis velhos. Papéis amarelados e bem velhos. Papéis com letra feminina. Papéis com uma letra que ela conhecia de algum lugar. De algum quadro negro.

A letra de Marisa Sumers.

Intrigada, ela passou alguns papéis por baixo da capa e começou a ler, sentada no chão.

“Severo
Você me prometeu que voltaria logo. Eu não sei quanto tempo ainda eu vou ter que esperar por você.
Eu sei que posso estar parecendo grudenta, mas eu não posso acreditar que nada entre a gente faz diferença para você.
Céus, Severo, eu preciso de você perto de mim.
Não em um lugar que eu não sei onde é, fazendo algo que eu não sei o que é.
Por favor, mande notícias.
Marisa”

Mione passou para a segunda carta, com a testa franzida.

“Eu não consigo acreditar nisso!
Droga, Severo, essa é a sua vida! Eu sei que o mundo está mudando, mas acredite em mim! Isso não é o certo a ser feito!
O que houve com você?
Você tinha sonhos... Nós tínhamos sonhos juntos...
Você não pode fazer isso comigo... Você não pode me largar assim...
Marisa”

A garota estava surpresa. Marisa gostava de Snape. Por que isso soava tão estranho? Quer dizer, como alguém podia, realmente, gostar de Severo Snape?

“Eu desisto de tentar trazer você de volta para a realidade em que você devia estar vivendo...
Se você quer se arriscar, se você quer mergulhar de cabeça na porcaria de uma VIDA QUE VOCÊ NÃO SABE O QUE É, se você quer servir um mestre idiota que não dá a mínima para se você ainda tem sangue nas suas veias, me deixe ao menos ir com você.
Por favor, deixe eu me arriscar com você. Eu odeio essa porcaria toda que você chama de lealdade, eu odeio destruir a vida de outras pessoas sem um propósito maior, mas eu entraria nessa por você.
Se você me pedisse para matar, eu mataria.
Se você me pedisse para morrer, Severo, eu morreria.
Por favor, eu não agüento mais ficar longe de você.
Deixe que eu o acompanhe
Marisa”

Então a coisa fazia sentido. Marisa e Snape haviam tido um caso na adolescência e ele a largara para entrar para os Comensais da Morte. Como ele podia ser tão... Snape.

De repente uma pontada de pena de Marisa surgiu em seu coração.

“SACO, SEVERO, PÁRA DE DIZER QUE QUER ME MANTER LONGE DISSO!
É tarde demais para me manter longe de alguma coisa!
Que droga, Severo, eu estou grávida”

Mione deixou os papéis caírem no chão. Aquela era a última carta e Mione estava chocada demais para continuar com elas na mão.

Ainda meio aparvalhada, ela recolheu os papéis do chão e guardou-os na gaveta. Depois saiu cambaleando para o corredor. Ela já descobrira demais por um dia.

Ficou imaginando se devia dividir tanta intimidade com Harry e Rony.

Não. Com Rony não. Ele era insensível demais para compreender. Mas uma imensa vontade de dividir com Harry tudo o que descobrira crescia dentro de si. Mas ela não podia. Como explicaria a ele o que estava fazendo na sala de Severo Snape?

Contentou-se em subir de volta para o seu quarto. Ainda tinha muita coisa para fazer.

Passou ainda invisível pelo salão comunal, subiu para o dormitório masculino e tirou a capa, guardando-a no mesmo lugar em que estava antes. Depois, aproveitando-se do fato de que os garotos haviam caído no sono, de tanto comer, desceu e subiu para o seu próprio quarto.

Com cuidado, armou um caldeirão no chão e começou a preparar a poção da lua doce. Seguiu todas as instruções e deixou o preparado ferver por uns minutos. Quando uma fumacinha rosa começou a sair do caldeirão, Mione retirou de um frasco um fio de cabelo de Harry e jogou na poção.

A imagem de Harry não saía de sua cabeça e isso a fazia sorrir.

Com ainda mais determinação, colocou um pouco em um copo e bebeu, de um só gole, sua própria poção do Amor.

Um rumorejo percorreu o quarto. Os cabelos de Mione se agitaram levemente. Mas fora isso nada aconteceu.

Mione prendeu a respiração. Se tudo tivesse dado certo, ela deveria estar apaixonada por Harry Potter. Mas ela não sentia nada de diferente.

***

Harry e Rony já haviam colocado suas vestes a rigor e esperavam seus pares nos pés da escadaria do salão comunal. Rony olhava a todo o momento para o topo da escada, enquanto reclamava porque Lilá estava demorando muito. De acordo com ele, mulheres não deviam ter tanta coisa assim para arrumar.

Harry estava de costas. Estava ansioso. Mas Mione podia demorar o quanto quisesse. Ainda que não precisasse. Ele a acharia linda mesmo se ela aparecesse com o uniforme da escola e com o cabelo preso em um rabo de cavalo.

De repente, os olhos de Rony se arregalaram, sua boca abriu e ele derrubou o copo que estava segurando. Harry encarou-o intrigado. Então se virou, imaginando que Lilá deveria estar deslumbrante para deixar Rony daquele jeito. Com certeza o tempo que ela demorara se arrumando valera a pena, porque Rony não desviava, de maneira alguma, o olhar da escada.

Mas quando terminou de se virar, não foi Lilá quem ele viu parada no meio da escadaria. E sim Hermione. E imediatamente sua boca se entreabriu também.

Ela descia os degraus a passos lentos, com um sorriso tímido. Seu vestido era feito de um tecido leve e rosa claro, com duas alcinhas finas prendendo-o aos ombros e que se entrelaçavam nas costas, deixando o vestido justo e sua cintura bem delineada. A saia caia solta e levemente até o chão, com algumas aplicações de strass. Bem pouco. O suficiente para faze-la brilhar, mas não o bastante para confundi-la com um lustre. Seu cabelo estava preso, porém caindo ao redor de seu pescoço e roubando o brilho de um pingente em forma de coração. A única jóia que colocara.

Seus olhos ergueram-se e encontraram-se com os de Harry. Seu peito inundou-se de excitação e seu sorriso se abriu ainda mais. Harry nunca a vira tão linda. Nunca se sentira daquela maneira. Nem mesmo quando levara Cho ao baile.

Lembrou-se de Krum levando Mione ao baile no quarto ano. E se sentiu a pessoa mais sortuda do mundo por ir com ela naquele ano. Com a garota que mais despertava, dentro dele, um sentimento que ele não sabia descrever. Um sentimento chamado amor.

Quando ela alcançou os últimos degraus, Harry estendeu a mão. Mione entrelaçou sua mão a dele e parou ao lado de Rony. Ele ainda não tirara do rosto a expressão de incredulidade.

_Caramba, Mione. _Rony comentou franzindo a testa _É só o Harry. Não precisava se arrumar assim.

Harry não achou graça. Mione também não.

_Estamos descendo, ok? _Harry perguntou e Rony não pareceu muito contente. Estava pronto para pedir que o esperassem quando outra pessoa desceu as escadas e desviou totalmente sua atenção.

Gina. Com o seu vestido. Ou com o que ela chamava de vestido e Rony começaria a chamar de retalho.

Era um frente única, preso apenas pelo pescoço, que caía folgadamente até o quadril, onde ficava apertado, para depois se alargar em uma saia que caia com leveza até a metade da coxa. E de lá não passava. E, fora as sandálias pretas de salto altíssimo e o bracelete prateado que ela colocara, isso era tudo o que ela estava usando.

_Merlim! Gina! _Rony gritou correndo até ela e tirando o próprio casaco _Que porcaria é essa?! _ele perguntou atirando o casaco sobre os ombros nus da garota. Foi a vez de Harry e Hermione ficaram com a boca aberta e com uma expressão incrédula

_Ei, ei! _ela empurrou-o para longe _É um vestido caro que Fred e Jorge me deram. Não é uma porcaria.

_Fred e Jorge deram isso para você? _ele pronunciou o isso com um imenso asco _Eu não vou deixar você sair assim, Gina. Simplesmente não posso.

Gina olhou como se ele fosse insano, deu uma risadinha sarcástica e saiu marchando até a saída do quadro. Harry e Mione se afastaram para que ela passasse e Rony foi atrás dela.

_Gina! Gina Weasley! Estou falando sério! _ela não deu atenção e continuou andando pelo corredor _Eu vou contar tudo para a mamãe! O que você acha que ela vai achar dessa sua miniatura de vestido?! _então passaram por um grupinho de alunos do quarto ano e Rony fechou a cara quando eles giraram o pescoço para olha-la _Por Merlim, Gina, estão todos olhando para as suas pernas!

Gina estava pronta para se virar e responder que isso não era da conta dele. Então alguém surgiu na outra ponta do corredor. Alguém que ela esperava, com todas as forças, que não tivesse que encontrar na frente de Rony.

Winter.

Quando a viu, Winter abriu a boca, da mesma maneira que quase todas as pessoas que olhavam para o seu vestido, e foi até ela.

Sorrindo. Rony não entendeu porque o batedor da sonserina estava sorrindo para sua irmã. Até ele chegar onde eles estavam e puxar a mão da menina.

_Gina, eu procurei você por toda a parte. Vamos?

Rony parecia ter congelado. Ele apertou tanto os olhos que eles ficaram parecendo fendas em seu rosto.

_Você vai com ele ao baile?! _ele sibilou bem lentamente. Gina esperava algo assim.

_É, Rony, eu vou. E você vai com a Lilá e eu não disse nada. Portanto, bom baile para você. _e saiu marchando pelo corredor, puxando Winter como se fosse um cachorrinho na guia. Ele não se importou. Estava imaginando a cara de Draco quando a visse com ele.

Rony ficou para trás, esbravejando e chutando o ar. Sua noite podia ser pior que isso?

_Adivinha quem é, Rom-Rom? _alguém perguntou tampando seus olhos por trás. E ele percebeu que era melhor não ter perguntado.

***

O salão já estava cheio quando Hermione e Harry entraram. Pequenas fadinhas espalhavam luz por uma pista de dança no meio do salão. Pinheiros e mais pinheiros decorados com todos enfeites imagináveis, enfeitavam todas as paredes. Visgos e azevinhos pendiam do teto em várias direções. O salão estava lindo.

Uma música tocava bem alta. Quando Mione foi reparar de onde vinha, percebeu uma pequena mesa no meio da pista. E na mesa, um DJ que Dumbledore contratara para animar a festa. Um Duende DJ, mais precisamente falando.

Mione não sabia dizer se era impressão sua, mas, conforme eles iam passando por entre os casais que dançavam, até uma mesa vazia, ela sentiu que várias cabeças femininas se viravam para olha-los. Algumas até se curvavam e começavam a cochichar violentamente. Mione não podia ouvi-las, mas imaginava o que elas poderiam estar falando.

“Eu ouvi dizer que eles vão se casar no fim do ano”

“Disseram que eles são casados desde o verão passado”

“Vocês repararam que ela está mais inchada e comendo mais? Será que ela está grávida?”

Mione não ligou. Elas podiam dizer o que quisessem. A única coisa que lhe afetava no momento era um frio na barriga, toda vez que ela sentia o toque macio da mão de Harry.

Borboletas dançavam na sua barriga. E ela ficou se perguntando se isso era a poção fazendo efeito.

Harry puxou a cadeira para ela sentar. Não tinha expectativas muito altas. Sabia que Hermione estava ali como amiga. E ele se propunha a fazer da noite uma das mais divertidas da vida dela. Como amigo. Se era isso que ela queria que ele fosse. Se era isso que ela queria que ele fosse.

A mente de Hermione estava um verdadeiro turbilhão. Ela não sabia se o que fizera era certo. Não sabia o que ia acontecer agora. Sua consciência pesava. Seu coração acelerava. E no meio de tudo isso, ela ainda pensava nas cartas de Marisa Sumers.

Então Harry fez uma dobradura com o guardanapo da mesa e ela esqueceu-se de tudo isso.

***

Gina praticamente se esgueirou para dentro do salão. Até ali, ela tinha andado majestosamente por todo o castelo. Mas quando chegou nos pés da escadaria principal, viu Minerva McGonagal entrando no salão e, somente então, começou a pensar no que ela ia achar da idéia quando a visse com aquele vestido.

Ela achou que Minerva não ia gostar nem um pouquinho.

Nem um pouquinho mesmo.

Winter, para ajudar, parecia querer exibi-la para todos os colegas, em todos os cantos do salão. Gina estava começando a se irritar.

Draco entrou no salão no momento que Gina puxava seu braço da mão de Winter e dizia que não era um acessório, tinha pernas e sabia muito bem andar sozinha. Winter respondeu que ele sabia que ela tinha pernas. Graças ao vestido que ela estava usando, toda a escola sabia muito bem como eram as pernas dela.

Só então Draco se deu conta do vestido dela. E seu rosto foi atingindo uma coloração vermelha, que se acentuava cada vez que um aluno passava olhando para a menina.

Draco olhou para Pansy ao seu lado, pensando em como ia se esquivar dela, e concluiu que ia ser uma noite bastante trabalhosa.

Gina acabara de virar as costas para Winter e já se projetava, cobiçosa, para uma mesa no canto do salão. Com muita sorte, ela poderia ficar sentada ali até o fim do baile e nenhum prof veria o tamanho da sua saia por baixo da toalha de mesa.

Mas ela nunca fora exatamente sortuda; quando estava a alguns metros da mesa, uma mão segurou com firmeza em seu braço e a girou no mesmo lugar.

_Ah, eu juro, profª, o vestido encolheu na lavagem! Eu juro que... _então se deu conta de que os olhos que a encaravam eram azuis. E no momento estavam visivelmente raivosos.

Gina afastou-se para vê-lo melhor. E nunca o vira tão lindo. As vestes pretas que ele usava contrastava com sua pele clara, seu cabelo loiro e seus olhos azuis. Ele nunca estivera tão fascinante.

E além de fascinante, estava fascinado. Ele também nunca vira Gina Weasley tão bonita. Talvez ele nunca tivesse realmente prestado atenção em Gina, mas era impossível não prestar atenção nela no momento. O vestido que ela usava lhe garantia isso.

Por uns momentos eles ficaram se encarando. Draco não sabia explicar o que estava sentindo. Ele tinha vontade de abraça-la, de pegá-la no colo e leva-la para longe dali. Por que se mais algum idiota passasse olhando para as pernas torneadas da ruiva, ele seria capaz de explodir.

_Por que você não usou o outro vestido?! _ele sibilou ainda segurando o braço da menina.

_Que vestido? _ela perguntou com as sobrancelhas franzidas.

_O vestido que você ganhou de natal.

Gina continuou com uma expressão confusa. Até que entendeu. Quem mais gastaria dinheiro mandando-lhe um vestido que ela, certamente, jamais usaria?

_Foi você? _ela perguntou e, com um puxão, tirou o braço que ele segurava _Era ridículo, Malfoy. Tenha santa paciência.

_Ridículo? _ele perguntou ofendido e empinou o nariz_ Ele era de uma autêntica dama da realeza.

_Parecia de uma freira.

_Ela era freira. _ele concluiu dando de ombros _E o vestido foi tecido por damas cegas da Camaméia.

_Por isso que o vestido é feio. _ela respondeu curvando-se para frente _Elas não viam o que estavam fazendo.

_Humpt, feio é isso aí que você está usando. _ele retrucou torcendo o nariz e apontando para o vestido dela. Então ela abriu bem os olhos.

_Os outros alunos gostaram.

Então Gina viu o rosto de Draco começar a ficar vermelho. Ele nunca sentira tanto ciúme na vida. Mas, repentinamente, algo lhe ocorreu e seu rosto se abriu em um sorrisinho cínico.

_E os professores, o que acharam?

Gina arregalou os olhos de susto. E isso foi um deslize que não deveria ter dado. Draco percebeu imediatamente que nenhum professor a vira ainda.

Então ele tomou bastante fôlego e empinou o peito. _Ô profª McGon...

Mas o restante da frase foi abafado pela mão que Gina colocou com toda a força na boca do garoto.

_Droga, Malfoy! Será que você não pode me deixar em paz hoje? Só hoje?

_Não, eu não posso. _ele respondeu categoricamente _Não enquanto você fica por aí desfilando com essa _e franziu o nariz de novo _promiscuidade.

_Qual é o seu problema? _ela perguntou apertando os olhos _Você não é meu pai, não é meu irmão _(Graças a Merlim _ele comentou rapidamente) _não é meu namorado. Então pare de se importar com o que eu visto.

_Eu não me importo. _ele rosnou se inclinando para frente. Por alguma razão, o fato dela ter mencionado que não eram namorados o incomodava _Mas eu não quero nem ver a cor desse seu vestidinho pelo resto da noite, ou eu denuncio você para os professores. _e virando as costas com desprezo, saiu caminhando pelo salão, na direção da Pansy.

Gina não sabia como seu baile poderia ficar pior. Chateada, sentou-se em uma mesa distante, tendo o cuidado de se esconder atrás da toalha de mesa, e ficou, sozinha, remoendo a raiva.

***

Harry estava achando Hermione muito estranha. Sem perceber o que estava fazendo, ela torcia um guardanapo com as mãos, varria o salão constantemente com os olhos e ficava mordendo o lábio inferior.

Ele achava que ela estava chateada. Achava que ela não estava se divertindo e, ao lembrar-se de como ela se divertira no baile que fora com Krum, concluiu que a culpa era absolutamente sua. Afundou-se na cadeira e ficou se perguntando se Mione não estaria se divertindo mais com outra pessoa.

Hermione estava nervosa. Ansiosa. Não sabia explicar. Às vezes seu estômago embrulhava, outras vezes se contorcia e ainda outras ela sentia uma tontura tão grande que parecia prestes a perder os sentidos. Não sabia se isso era efeito da poção. Não sabia de nada no momento.

Lembrava-se de algo no livro dizendo que ela iria perder o próprio controle. Era um efeito colateral. Mas ela não sabia se passar mal também era normal. E até aquele momento ela não perdera o controle nenhuma vez. Ainda que todas as vezes que seus olhos cruzavam com os de Harry, ela sentisse uma vontade desesperada de estar mais perto dele. De sentir mais uma vez o toque das mãos dele em sua cintura de seus lábios no seu. Por isso ela mastigava com tanta intensidade o lábio e transformava em fiapos o guardanapo que segurava.

De repente, um vestido vermelho aproximou-se da mesa deles, derrubando uma onda de perfume forte, que fez o nariz de Hermione coçar.

_Harry, você não vai dançar nenhuma música hoje? _Parvati perguntou, deixando seus brilhantes cabelos negros caírem para frente de uma maneira provocante.

Harry não respondeu imediatamente. Ficou pensando no que Hermione dissera quando ele a convidara para o baile. Que se ele tivesse vontade dançar com alguma outra garota, para ele certamente fazer isso. Ele não sentia vontade nenhuma de dançar com Parvati. Aliás, não sentia vontade de dançar com garota alguma que não fosse Hermione. Mas então ele pensou em algo que não havia pensado ainda...

... E se Mione tivesse dito isso apenas para se livrar dele quando tivesse oportunidade? Quer dizer, e se ela tivesse ficado sem graça de falar “não” e se agarrado a esperança de que ele se interessasse por outra garota, deixando, assim, ela em paz? Ele não conseguia pensar em outra hipótese. Ele não conseguia entender porque Mione estava tão chateada.

Entrementes, Mione tomava esse silêncio como um consentimento. Enquanto ele pensava em tudo aquilo, sem responder, ela começou a pensar que, certamente, ele estava morrendo de vontade dançar com Parvati e não tinha coragem de dizer a ela.

Mas, afinal, qualquer um estaria. Ela não podia culpa-lo, porque Parvati era a garota mais bonita do baile, sem dúvida alguma.

Só que ela não conseguia evitar. Uma onde de ciúme escaldante começou a tomar conta de todo o seu corpo. Era Harry, céus, como ela podia ter ciúme do melhor amigo que ela tivera em toda a vida? Mas tinha. E, quando se lembrou da poção que tomara durante a manhã, tratou de se convencer de que isso era efeito da dita poção. Só podia ser.

E antes que pudesse controlar o que estava fazendo, Mione bateu com as duas mãos espalmadas na mesa e exclamou com um tom mais alto do que pretendia:

_Vai. Vai com ela! Você está mesmo se mordendo de vontade, não é mesmo?

Os olhos de Harry se arregalaram. Ele não entendia do que ela estava falando. Por que ela estava gritando?

_Mione, eu não disse que ia...

_Droga, eu não estava falando sério, ok? _ela continuou falando. Parvati deu um passo para trás assustada _Você acha que eu ia gostar de vir ao baile com você e ser abandonada na mesa enquanto você dançava com outra?

Harry encolheu os ombros. _Foi você quem disse. Não eu.

_Harry, você vai dançar comigo sim ou não? _Parvati insistiu.

_Você faz tanta questão de me lembrar que eu disse isso porque você quer ir! _Mione afirmou com energia, sem dar atenção à garota.

_Harry, vai ou não? _Parvati teimou.

_Mas eu não estou lembrando. _Harry tentou explicar _Eu só... Só... Estou... Dizendo que você disse que eu...

_ENTÃO VAI! _ela berrou _Você não está amarrado ao pé da mesa! VAI!

_Harry, vamos? _Parvati tentou puxar o braço dele.

_Não. _Harry puxou o braço de volta _Eu não quero ir. _e virou-se para Mione _De onde você tira essas idéias?

Parvati olhou para Harry com uma expressão muito ofendida. Depois bufou, virou-se e voltou para o próprio par. Um garoto do ano anterior, que ela deixara pegando duas bebidas enquanto tentava a sorte grande com Harry Potter.

_É claro que você queria ir. _Mione sibilou, levantou-se e começou a marchar para fora do salão. Harry levantou-se para segui-la, mas ela mal chegara na metade do salão e cambaleou para o lado, parecendo que ia cair. Harry correu até ela.

_Mione! _ele segurou-a por trás, passando um dos braços em volta de seus ombros _Merlim, você está bem?

_Tira as mãos de mim! _ela respondeu meio tonta, empurrando-o para longe _Eu estou ótima. Ótima mesmo. Bastante. _e voltou a caminhar para fora, com passos mais incertos e vacilantes.

Harry, sem entender, seguiu-a rapidamente. Alcançou-a no saguão de entrada.

_Mione, _de repente uma idéia lhe surgiu _você andou bebendo alguma coisa hoje?

Hermione parou subitamente e virou-se para ele. Será que ele percebera que ela tomara um poção?

_Sei lá... Álcool? _ele completou meio incerto.

Mione estreitou os olhos. _Mas é claro que eu não bebi! Que tipo de pessoa ia beber em um baile de Natal.

_Eu não sei. Eu não sei o que deu em você hoje. Eu não sei porque você está assim.

_Você quer saber o que deu em mim? _ela perguntou se aproximando dele e colocando um dedo em seu peito forte de apanhador _Deu que tem alguma coisa muito forte explodindo dentro de mim. _sem que ela percebesse as palavras começaram a sair. Tudo que ela estava sentindo começou a transbordar _E eu não posso controlar. E isso foi minha própria culpa, mas eu não sei se foi o melhor a ser feito. Mas eu não posso voltar a trás. E é desesperador. Eu me sinto... _ela baixou os braços, exasperada _Eu estou entrando em pânico. Eu me apaixonei da maneira mais errada pela pessoa mais inadequada e eu...

Então Harry pensou ter entendido. Segurou a garota ternamente pelos dois ombros. Ainda que saber de tudo que ela estava falando lhe fizesse muito mal, ele se sentia na obrigação de consola-la.

_Não fique assim, ok? O Rony está sendo cabeça dura, mas um dia ele vai se dar conta da garota perfeita que você é e vai assumir o amor que ele sempre sentiu por você.

Mione balançou a cabeça com energia. Ergueu os olhos e encontrou os olhos verdes do amigo recaindo diretamente sobre si. Um olhar que emanava sentimento, paixão, energia, atração. E ela se deu conta de que não podia agüentar.

_Eu estou falando de você, Harry. _ela sussurrou, mas não parou para observar a expressão confusa que surgiu no rosto de Harry. Assim que terminou de falar, ela segurou a face do garoto com as duas mãos e puxou-a para si.

Então ela sentiu novamente seus lábios e beijou-o com toda a paixão ardente que estava sentindo. Com sentimento, paixão, energia e atração.

Harry foi pego de surpresa. Um arrepio percorreu todo seu corpo e ele se sentiu como só Hermione sabia fazê-lo se sentir. Seus instintos responderam imediatamente. Seu coração dizia que era a garota que ele amava. Seu cérebro concordava. Então todo o seu corpo obedecia. Ele abraçou-a com força pela cintura e aprofundou ainda mais o beijo.

Qualquer um que passasse pelo saguão naquele momento acreditaria, realmente, nos boatos de que eles eram casados.

***

Gina não conseguia desviar o olhar de um casal, em todo o salão. E isso estava acabando com ela. Era extremamente difícil ver uma garota dançando com o cara que ela queria estar. Era difícil vê-la se envolvendo nos braços fortes dele sem desejar estar no lugar dela. Era insuportável ver Draco sussurrando alguma coisa no ouvido de Pansy e vê-la rir da piada dele, de uma forma sensual e envolvente. Ela estava morrendo de raiva. Morrendo de ciúme. Com vontade de arremessar um arranjo de visgo na cabeça dos dois. Mas isso, é claro, ela jamais admitiria.

Ela ainda era Gina Weasley.

Foi enquanto pensava se alguém ia desconfiar dela se um pinheiro de Natal caísse sobre os dois que Winter surgiu, com um copo na mão, ao seu lado.

Gina ergueu os olhos _O que é? _ela perguntou com uma expressão entediada, com o queixo apoiado na mão _Esqueceu de me mostrar para alguém?

_Acho que você não está se divertindo muito, aí sozinha, não é? _ele perguntou puxando uma cadeira e se sentando ao lado dela.

Gina tirou da mesa o cotovelo que apoiara e encarou-o com as sobrancelhas franzidas. _Escuta, eu convidei você para sentar? Eu realmente não me lembro.

_Eu sou seu par. _ele respondeu tranqüilamente _Você não tem que me convidar.

_Bom, eu estava me divertindo bem menos com você do que agora. _ela respondeu com provocativa.

Winter não pareceu zangado. Ele estava com um sorrisinho que Gina não conseguia decifrar. _Eu sei como você pode se divertir mais. _e bateu com o fundo do copo na mesa. _Gina franziu as sobrancelhas mais uma vez.

_Eu não me divirto batendo copos na mesa. _ela respondeu em um tom confuso.
Winter riu.

_Eu estou falando do que tem dentro do copo. _ele retrucou e empurrou o copo para ela, com um brilho de malícia no olhar.

Gina pegou o copo da mesa e levou-o até o nariz. Nem precisou aspirar o ar com muita força. O cheiro de álcool era evidente. Imediatamente ela fez uma careta, contorcendo o nariz.

_Mas que droga é essa? _ela perguntou empurrando-lhe o copo de volta.

_Uísque de fogo. _ele respondeu naturalmente _É ótimo.

Gina, por uns momentos, achou que tinha entendido mal. Inclinou a cabeça e estreitou os olhos. _De onde você tirou isso, Winter? _ela perguntou, séria.

_Eu e uns amiguinhos achamos que isso é bem melhor do que cerveja amanteigada, e trouxemos escondidos de Hogsmeade.

_Winter, é um baile de escola. _ela argumentou projetando-se para frente _Você não pode beber aqui.

_Ei, relaxa, Gininha. _ele bebeu um pouco do copo e recostou-se na cadeira _É Natal. Vamos lá, afogue suas mágoas no álcool.

Gina balançou a cabeça e, com um ar de desprezo, desviou os olhos de Winter, virando-se para a pista de dança. É óbvio que ela sabia que isso não funcionava. É óbvio que ela sabia que bebidas não solucionavam os problemas da ninguém...

Então seus olhos recaíram sobre um casal que dançava extremamente juntos na pista de dança. Draco e Pansy estavam praticamente colados, apesar de estar tocando uma música agitada. Enquanto ela olhava, Pansy encostou a cabeça na curva do pescoço de Draco e uma das mãos dele desceu pelas costas dela, puxando-a para mais perto.

Gina desviou os olhos disso, apertando-os com força. A bebida podia não resolver seus problemas, mas, bem, um copo de uísque não ia matar ninguém, certo?

Nem um pouco de cerveja amanteigada, que alguém ofereceu para ela. E nem um pouquinho de vinho, de uma garrafa que uns amigos de Winter levaram até a mesa. Nem mesmo aquela batida que Winter, sorrindo, deu para ela experimentar. Mas aquela estava muito boa e ela bebeu mais uns dois copos... Ou teriam sido três? Não teria problemas, certo?

Mas, quando ela se deu conta, já tinha bebido, pelo menos, uma dose de cada bebida do grupinho de Winter e já tinha perdido completamente o equilíbrio.

E o autocontrole também.



NAs; pronto, agora eh oficial, vcs me odeiam e vaum me atirar tomates e ovos qndo me virem por aí...
Maaaaaaas, antes q iso aconteça eu queria realmente implorar por compaixão e pedir q vcs naum abandonem a fic. Eu sei q a Mione nuuuuunca faria isso, jamais, eu fiz uma coisa mto feia com ela e com o Harry, mas eh como no resumo: ela estava se sentindo sozinha e se obrigou a gostar da pessoa mais especial para ela... Mas ateh q ponto um amor pode naum se real?
Entaum era disso q eu estava falando no resumo. Eu sei q ficou mto feio e q td mundo vai odiar, mas era necessário pra história e eu prometo q vou consertar ;)

Kamikinha, eeeeeee brigada menina, brigada msm, rsrsrsrs, naums ei se vc continua gostando dela tanto assim agora rsrsrs deixe sua opiniaum taaaah Ó q vc achou do baile?

Lilian, entaum axu q naum andei naum... Eh q no msm doc q tah o 15 tah ateh o 20... Era esse negócio da Mione q eu queria q vc visse rsrsrsrs pra dar uma opiniaum talz... Entaum, deixe a opiniaum agora tah ; ) AAhhh q xau, espero q vc tenha melhorado... ^^

India, eeeee eu tbm acredito no Zacharias, do msm jeito q acredito no Snape O.o rsrsrsrs .... Aaaah o cap do baile taí mas naum sei se eh bem o q vc esperava rsrsrsrs... aaaahhh naum me mate naum me mate, ele naum terminou ainda neh sabe como eh rsrsrs... Masss eeee q bom q vc acha o Harry fofo... Eu adoro o Malfoy, pq ele eh mau... Mas o Harry eu quis fazer o cara perfeito dos meus sonhos S2 ai ai rsrsrsrs Deixe sua opiniaum sobre o baile tah? bjssss

Tata, o Rony estragou td neeeehhh... Profundidade emocional de colher de chá... rsrsrsrsrsrs.... Queru saber o q achou do novu tah??? Mts bjsssssss e obrigada por leer

Bárbara, eeeee q bom q vc tah gostando!!!! Entaum, soh naum sei se gostou tanto assim desse >< rsrsrs dah pra notar q eu fikei meio insegura com esse cap neh?? mas enfim, ai ai Entaum a fic tah na metade agora, se tah com uns 20 vai ter uns 40... vai, uns 35... E faz assim, vc tem orkut? Se vc tiver, me passa seu perfil q eu te aviso pelo orkut... Fica mais fácil ;) Aí eu aviso sim, sem problemas...

Bia, q booom q gostou do cap ^^ Atualizei rapidinho, soh naum sei se vc gostou rsrsrs Deixe um coment falando tah? Xero pra vc tbm :D

TheBlueMemory, vc viiiiiu eh coisa de homem msm... Entre dez, meio se salva desse mal de ser insinsivel ... Triste viu... rsrsrsrs aaaaaahhh e o q vc achou entaum da história do Severo e da Marisa? Isso ainda promete rsrsrss.... Entaum, sua surpresa ficou pro prox cap... hehehehe Esse tava mto grande eu cortei... A segunda parte do baile fica pro próx >< mas ela vem acredite... :D

Gente entaum, eu axu q deu pra perceber neh, esse cap foi o q me deu mais trabalho e me deixou mais insegura pra fazer... Por isso eh mto mto mto importante eu saber o q vcs acharam...
e por favor naaaaum abandonem a fic!!!!!
e deixem sua opiniões por favor por favor?????

bjssssssssssssssssss


Ps: gente, vcs gostam de drama? Vai entrar uns draminhas básicos agora rsrsrs, aí me falem se vcs gostam ou naum tah?
bjsssssss

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Comentários (1)

  • Isis Brito

    Meu Merlin, que beijo foi esse?!! Foi perfeito, foi mágico... Até meu coração acelerou aqui!! *-*

    2012-08-03
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