Inconsciente (Parte II)



A sala de estar dos Lupim estava ficando cada vez menor para as passadas cada vez mais exigentes que Hermione dava, além de que, com certeza, aquele assoalho de madeira antiga nunca mais seria o mesmo, ou pelo menos o ponto onde ela parava dando meia volta e retornando pelo caminho anterior – a marca do salto de seu sapato ficaria gravado ali para sempre. A aflição a estava matando por dentro de tal maneira que ficar sentada estava ficando impossível. Impossível também era o fato de não conseguir controlar os pensamentos mais absurdos, e que faziam seu coração bater mais descompassado, que poderia imaginar sobre seu melhor amigo. O que estaria acontecendo com Harry naquele momento? Será que poderia ser só um susto? Mas por que então seu coração dizia o contrario? E onde diabos estaria Lupim para demorar tanto? Bem, se fosse algo realmente grave então ele estaria me esperando aqui para contar o que quer que fosse e não me deixado o recado para que o aguardasse, pensou tentando esquecer as vibrações negativas que seu coração enviava para sua cabeça. Deu mais um volta na sala quase esbarrando na mesa de centro.

No entanto, não era somente ela que estava quase tento um ataque pela demora de Remo Lupim, na verdade, Tonks estava quase tendo o seu filho ali. O que começou com uma angustia provocada pela espera aumentou quando passou a observar Hermione andando de um lado para outro na sala. Aquilo começou a lhe deixar tonta, mas estava sendo impossível não observar Hermione marcando aquele espaço de sua sala. Mesmo tentando olhar para um ponto que estivesse imóvel sabia que Hermione não parara de andar, e só de imaginar aquilo o seu estomago revirava.

- Hermione, desculpe, eu entendo o que esta passando com você, mas poderia fazer pelo menos o favor de parar de andar? Já estou ficando tonta! – pediu Tonks quase suplicante.

- Não estou pedindo que me olhe! – replicou Hermione sem conter as palavras que saíram tão ásperas de sua boca, mas ao notar o que fizera estancou no meio da sala com um ar de espanto. – Perdão! – pediu sentando no pequeno espaço do sofá que Tonks não ocupava. Ela meramente mexeu uma de suas mãos como se aquilo não lhe importasse.

- Tudo bem, Hermione...

- Eu não deveria ter falado com você desse jeito... com vocês desse jeito. – corrigiu olhando para a barriga grande de Tonks.

- É serio Hermione, tudo bem mesmo. Entendo pelo o que esta passando... Não sei se estou sentindo o mesmo que você que já passou tantas coisas ao lado do Harry, mas, estou muito aflita. – inconscientemente Tonks passou a mão pela barriga, momento esse que Hermione observou com um pouquinho de inveja, pois precisa com urgência de carinho como aquele, que lhe tranqüilizasse. – pelo menos você parou de andar. – disse Tonks tirando um sorriso fraco de Hermione e fez o mesmo, mas quase que instantaneamente os sorrisos se desfizeram para dar lugar novamente às expressões serias que colocaram logo que Hermione entrou na casa.

Hermione levantou do sofá sentando-se mais uma vez na poltrona que ocupara quando chegara. Sentiu suas pernas doerem desconfortavelmente pelas passadas tensas de ainda a pouco, mas isso nem se comparava a dor que sentia em seu coração que com certeza estava bem menor comparado a quando recebera o bilhete apressado de Lupim. E Gina lhe dizendo para se preparar para um jantar que ia ter com Rony... se ela soubesse... se eles soubessem... Mesmo Tonks estando ali dando a maior força que pudesse não era o mesmo que ter Rony ao seu lado segurando sua mão ou Gina encarapitada em uma poltrona com o olhar distante e temeroso.

- Remo esta demorando! – contestou Tonks olhando para um relógio de parede que ficava ao lado oposto do sofá. Hermione concordou com a cabeça olhando para o seu relógio de pulso.- O que será que aconteceu? – perguntou Tonks mais para si do que para a amiga.

- Espero que nada de grave e que possa ser resolvido- disse Hermione se apegando em suas palavras como se fosse a ultima bóia de um naufrágio. Mas por que era tão difícil? – Se pelo menos Rony estivesse aqui. – pós pra fora o seu segundo maio desejo naquele momento – o primeiro era que acordasse daquele pesadelo o quanto antes.

- Ah! Ta Ok! Valeu pela parte que me toca Srta. Granger. É bom saber que nossa companhia não ajuda em muita coisa. – reclamou Tonks apontando para si e sua barriga ao mesmo tempo em que tentava por uma feição descontraída no rosto.

- Mas é claro que ajuda! – replicou Hermione sentando-se mais na ponta da poltrona. – Mas... o Rony... ele faz parte disso... disso que chamam ser o trio maravilha... do que nos tornamos juntos. – Hermione respirou profundamente e apoiou a cabeça nas mãos. – Nem sei o que vai ser de mim quando o Rony descobrir que eu já sabia de tudo!

- Sua cabeça continuara no pescoço se é com isso que esta preocupada!

- Estou falando serio Tonks... – pediu Hermione voltando a olhar para a amiga. – você não conhece o Rony como eu conheço. – Tonks sorriu zombeteira, mas Hermione preferiu não comentar. – Você pode falar o que quiser de todos os irmãos de Rony, ate mesmo de Gina, mas não será a mesma coisa se você o fizer com o Harry. Rony tenta aparentar aquele jeito durão e brincalhão de alguém que tenta ser diferente de todos os irmãos mais velhos, mas quando o assunto é o Harry a coisa se torna bem diferente, mesmo que ele tente disfarçar. Rony sempre pergunta pelo Harry, e não estou dizendo que isso começou desde que Harry foi embora, não! É quase automático. É o primeiro a sentir falta, é o primeiro a querer saber todos os passos de Harry. Você não imagina como ele ficou ao perceber a burrada que fez quando desconfiou do Harry no torneio tribruxo. E mesmo que ele diga para quem quiser ouvir que só não voltou atrás por que não queria dar o braço a torcer, eu ainda acredito que ele estava com medo de Harry não aceitar as sua desculpas. E Rony passou dias sem comer direito quando viu a carta de Harry dizendo que havia ido embora. Ate o quadribol havia perdido a graça. – Tonks soltou um assobio visivelmente impressionada pelas palavras de Hermione. – Rony considera Harry bem mais seu irmão do que os outros verdadeiramente de sangue. Sim, um irmão famoso, que sempre teve bem mais atenção que ele em quase tudo, mas ainda sim... Se acontecer alguma coisa com o Harry...

Hermione nem ousou terminar essas idéias que vagavam pela sua mente desde que descobrirá da doença de Harry. Mas não foi igualmente possível não deixar que seus olhos enchessem de lagrimas. Afundou mais uma vez a cabeça nas mãos.

- Não irá acontecer nada de mal com o Harry, eu sinto. Há dele que bata as botas e não se torne padrinho do meu filho! – Disse Tonks veemente dando um leve tapa no sofá, mas era percebível um tom de gracejo em sua voz. Hermione voltou sua atenção para ela tão bruscamente que sentiu seu pescoço estalar. Aquilo não tinha graça!

Mas, um estampido indiscutível de que alguém acabara de aparatar nos fundos da casa pôde ser ouvido, fazendo Hermione sobressaltar-se da poltrona e ajudar Tonks, quase que mecanicamente, a se levantar do sofá, praticamente no mesmo momento em que Lupim entrava pela porta dos fundos e se dirigia a elas a passos largos. Hermione notou que ele estava aparentando bem mais idade do que realmente tinha, como era de costume, mas se tornou bem mais visível depois do que aconteceu a Harry.

- Desculpem a demora, mas tive que ir buscar Severo. E bem, ele demorou mais do que necessitava e devia. – disse Lupim com um ar irritado. – Só não o azarei por que...

- Não esta na hora de recordar velhas desavenças. – Disse Tonks olhando furiosa para o marido. – Então esta acontecendo algo realmente ruim para que ele tenha sido chamado. – aquilo não era uma pergunta.

- Sim... Infelizmente as noticias não são nada boas. – falou Lupim pegando a mulher em um rápido abraço e beijando sua cabeça roxa berrante. – Hermione me acompanhe.
Chamou Lupim com a voz seria voltando a fazer o mesmo caminho que entrou o que Hermione o seguiu sem fazer comentário ou perguntas.

- Eu vou de Nôitibus, vai demorar um pouco, pois terei que pegar uma escala, mas vou chegar. – a voz de Tonks ia se tornando baixa na medida em que subia os degraus para a outra parte da casa de forma enérgica. Nem parecia que estava grávida.

- Eu, como curandeira, acredito que não seja bom para o estado dela. – ponderou Hermione seguindo Lupim para um jardim grande e bem cuidado.

- E você como Hermione? – perguntou Lupim parando e a encarando.

- Acho que posso abrir essa exceção. – Lupim sorriu de lado antes de parar no meio do jardim.

- Como se alguém tivesse algum controle sobre eles dois em um momento desses. – disse Lupim aparatando e levando Hermione consigo.

*

Ela nunca estivera ali, mas com certeza aqueles corredores com todas aquelas portas pareciam longos demais do que aparentariam em outra ocasião e alem de calmo demais.. Já tinha percebido que em casos de aflição ou ansiedade os lugares que lhe levava ao seu objetivo eram bem longos e desconfortantes do que realmente pareciam e com certeza aquilo estava acontecendo de novo.

Remo andava a sua frente como um guia e nada falara desde que aparataram em uma sala reservada do hospital. Os passos largos e com a expressão indecifrável do bruxo era impossível não considerar que a aflição de Hermione estava aumentando cada vez mais. Ela tentou puxar algum assunto, mesmo algo que envolvesse o que estivesse acontecendo com Harry ou sobre o filho que estava para nascer, mas descobriu que sua garganta estava muito seca e que seu coração parecia grande demais para que procurasse algum fôlego capaz disso. Na verdade, estava ate impossível andar mais depressa que aquilo, pois sua respiração estava falhando. E com certeza aquele embrulho que estava em seu estomago era em decorrência do que estava acontecendo. Respirou fundo e o corredor rodou momentaneamente, mas a fez segurar o que havia mais próximo de si: o ombro de Lupim.

- Hermione? – perguntou o bruxo com uma expressão interrogativa. – Você esta bem?

Ela meramente confirmou com a cabeça e forçou um sorriso. Lupim ainda lhe lançou um olhar preocupado antes de voltar a andar.
Dobraram em um corredor e o coração de Hermione deu um pulo. Varias pessoas vestidas com jaleco em tom de lilás bem claro estavam paradas a frente de uma porta no final do corredor e falando muito ou discutindo alguma coisa. Na verdade, nem todas as pessoas estavam vestidas assim, pois o preto habitual de Snape estava se destacando de tudo que havia ali.

- Ora, ora, ora se não é a Dra. Granger. – falou Snape sem tirar os olhos de alguns pergaminhos em sua mão.

- Bom lhe ver também Snape. – disse Hermione contendo a irritação. Definitivamente Snape não deveria estar ali.

- Sr. Stuart? – chamou Lupim levando Hermione para um lugar longe de Snape. – Essa é a Srta. Hermione Granger amiga de Harry e também curandeira do Hospital St. Mungus. – apresentou Lupim uma Hermione que parecia ter encontrado com o papai Noel só pelo tamanho do sorriso que abriu. Alguns curandeiros cochicharam ao ouvir o nome.

- Prazer em conhecê-lo Sr. Stuart venho acompanhando seu trabalho desde que tinha 18 anos e já li todos os seus livros sobre psicologia no meio da magia e posso considerar que...

- Acredito que tenha realmente muitas considerações a fazer Srta. Granger, mas, com certeza, essa não é a hora. – a voz de Snape se fez presente tão habitualmente cortante que o sorriso de Hermione murchou na mesma hora. – Estou certo de que Lupim a chamou aqui, pois pensava que, de alguma forma, poderia ajudar com o Potter, então, com certeza, deseja ver isso.

Snape ergue os papeis amostrando-os para Hermione que esticou o braço para pegá-los, mas Snape os puxou para si com um sorriso crispado no rosto. Hermione respirou fundo pressionando os maxilares.

- Sim Snape, eu pretendo ajudar o Harry, mas, pelo o que vejo, você não. O que não é novidade. – alfinetou Hermione pedindo os pergaminhos com a mão, o sorriso de Snape se desfez quando os lhe entregou.

- Depois que tudo passar Srta. Granger ficaria muito honrado em ouvir suas considerações sobre o meu trabalho. – disse o Sr. Stuart lançando um breve sorriso para Hermione quando ela se afastava para ler os papeis. – Precisando de alguma coisa, basta chamar, ok.

- Obrigada.

De certo que parte daqueles diagramas ela não havia entendido, mesmo que tenha lido quantos fossem e quantas vezes os livros do Sr. Stuart, mas uma coisa ela havia entendido e muito antes de ler aqueles pergaminhos: algo de muito ruim estava acontecendo dentro da mente de Harry que aqueles homens jamais sonhariam. Se o que estivesse ali, naqueles pergaminhos, estivesse realmente correto, então Harry estaria lutando contra as suas maiores ambições na vida. Uma morta, mas tão viva quanto a que realmente estava.

O que Voldemort significa para Harry muitos poderiam dar palpites e, com certeza, seriam sincréticos, mas só quem realmente estava ao lado dele na maior parte da guerra poderia saber o que somente a menção do nome Voldemort significa. E Hermione sabia disso. Com mais certeza quando estavam no seu quarto ano onde Harry passou a compartilhar dos momentos de felicidade do Lorde das Trevas e, principalmente, no ano seguinte quando os momentos de ódio também eram sentidos. Porém, como ela poderia imaginar que aquela pequena obsessão pelos passos de Voldemort resultaria nisso? Se Harry tivesse aprendido a oclumência aquilo não estaria acontecendo. Ou estaria?

- Alguma coisa ai Hermione? – perguntou Lupim lhe pregando um leve susto. – Desculpe, eu não queria...

- Tudo bem! – sorriu virando-se para o bruxo. – Está bem mais complicado do que eu podia ter imaginado... e que eles também – disse apontando o pequeno grupo de curandeiros com a cabeça.

- Por quê?

- Por que eles não sabem o que Voldemort significa para Harry. – sentenciou. - Aqui diz que Harry esta enfrentando tudo que ele conhece de ruim e tudo de bom, ou seja, Voldemort e Gina. Estou correta? – Lupim confirmou com a cabeça. – E você sabe como nos destruímos Voldemort? – Lupim negou – Nem eu. Ate hoje eu não conseguir entender aquele feitiço e olha que o venho estudando desde aquela época em todos os livros que já conseguir colocar as mãos, mas cada vez que penso que estou perto concluo que estou muito longe de saber alguma coisa. E, se nem eu que estive presente, que sei o feitiço que lancei e que o que aconteceu depois, estou longe de descobrir alguma coisa, então ninguém sabe o que o Harry esta usando para se defender. Que tipo de magia ele esta usando e muito menos se pode afetar quem estiver perto ou a ele próprio.

- Você quer dizer que se para derrotar Voldemort ele usou daquela combinação desconhecida de feitiços então... agora ele deve estar fazendo a mesma coisa? – perguntou Lupim com um tom de voz alarmado. Hermione concordou com a cabeça. – Então já esta acontecendo.

- O quê?

- Você precisa ver isso...

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A gargalhada de Voldemort reverberou na cabeça de Harry tão intensa e verdadeiramente que o fez levar as mãos a ela. Aquilo não poderia estar acontecendo. Mas, agora, pelo menos, ele tinha certeza de uma coisa: estava vivo. Pois só alguém realmente vivo poderia sentir a dor que o estava matando por dentro só por ter ouvido da boca da mulher que ama que o odeia, além daquele formigamento irritante e desconfortante na cicatriz que muito sentiu, mas que nunca se acostumou.

Era insuportável a visão que era Gina. A cobra Nagine se enroscava ameaçadoramente no seu pescoço e peito sibilando palavras que Harry não entendia muito bem, pois toda a sua atenção estava voltada para a boca de Gina que não parava de repetir as palavras “eu te odeio”, como se fosse um mantra enquanto se balançava para frente e para trás.

- Harry? Você não acha que a Senhorita aqui não se transformou em uma bela mulher? Bem diferente daquela criança que abriu seu coração para o meu eu mágico contido naquele diário? – Voldemort disse tão calmamente como se estivesse comentando sobre o tempo, enquanto dava a volta na cadeira de espaldar alto em que se encontrava Gina e se postando bem atrás dela para acariciar a cabeça de Nagine que sibilou excitada – Calma Nagine quem tem pressa come frio. E com certeza você prefere a Srta. Weasley bem quentinha não? – mais uma vez a cobra sibilou. Harry engoliu em seco, porém, nada disse. – Estou percebendo que você está muito calado Potter. O que houve? Não esta gostando da companhia? É descortês não continuar uma conversa quando iniciam uma. Com certeza, Dumbledore lhe ensinou boa maneiras. – Voldemort sorria com sua boca ofídica. - Vamos, Harry, converse comigo.

- Não me interessa o que você tem a falar...

- Ah! Que pena Harry, mas acho que lhe interessa sim. Ou será que você não se importa com os sentimentos da Srta. Gina Weasley?

- Você não conhece nada sobre sentimentos. – Harry estava tentando ao máximo controlar a voz, pois um ataque de fúria não iria resolver nada.

- Ah, isso é verdade. – concordou Voldemort com um falso pesar na voz. – Não os sentimentos bons que fragilizam os homens, mas os ruins, esses sim eu conheço e possuo todos. – com um sorriso debochado Voldemort abaixou a cabeça ate ficar na altura da de Gina passando a acariciar o rosto dela com um dos dedos esqueléticos.

- Não toque nela! – Harry não conseguiu se contiver ao presenciar aquela afronta e gritou. Sua voz ecoou por todo o lugar. Será que estaria mais uma vez em uma espécie de câmara?

De repente, varias luzes vindas de archotes começaram a acender pelo lugar. Harry reconheceu quase que imediatamente aquelas colunas enroscadas com serpentes em relevo de olhos de esmeraldas que sustentavam um teto que se perdia na escuridão. Depois, dando alguns passos para frente pôde perceber uma estatua alta, como a própria câmara, que apareceu na parede ao fundo e ele teve que esticar o pescoço mais uma vez para ver o rosto barbudo de Salazar Slytherin. Estavam de volta a Câmara Secreta.

- Olhem só se não e a câmara de meu antepassado. – disse uma voz ao lado de Harry que deu um leve sobressalto de susto. – Muito bem Harry. Fico extremamente satisfeito que tenha nos trazido a um lugar que me favorece. Agradeço a simpatia. – Disse Voldemort olhando para o rosto de Slytherin.

- O que você quis dizer com isso? – perguntou Harry dando alguns passos para longe de Voldemort.

- Continua o mesmo obtuso de sempre. – disse Voldemort balançando a cabeça negativamente. – Sempre soube que a inteligência é a melhor virtude dos melhores homens. E você não se enquadra neles...

- Dá pra responder a minha pergunta? – Harry quase gritou.

- Ok, ok... não se irrite. – era quase palpável a satisfação de Voldemort perante o descontrole de Harry – O que eu quis dizer Potter é que a mente é sua e por isso é você quem escolhe o que quer que aconteça.
Então era isso. Então era ele quem decidia o que aconteceria. Então isso queria dizer que ele poderia fazer com que tudo aquilo sumisse e que poderia voltar ao mundo real? Será que a chance de voltar a sanidade estava bem a sua frente, mas ele ainda não tinha percebido? Estava na hora de tentar tudo.

- Se esta acontecendo na minha cabeça então posso fazer com que pare de acontecer. – Harry se prendeu a essas palavras com grande afinco.

- Eu não teria tanta certeza.
Lançando um olhar de fúria para Voldemort, Harry comprimiu os olhos o máximo que pôde ate que começassem a ficar doloridos – explodiram estrelinhas - pedindo com toda a vontade e força que conseguiu reunir que voltasse para qualquer lugar que lhe permitisse ficar fora daquele. No entanto, o mantra que Gina executava começou a chegar mais intenso em seus ouvidos, dessa forma, lhe faltando à concentração que achava ser devida para o retorno ao mundo “normal”. Mas, não poderia deixá-la ali. Se Voldemort estava certo quanto quem conduz sua mente ser ele então ele poderia levá-la consigo. Por que se ele considerava, pelas dores que sentia, estar vivo, então Gina também estava e bem mais perto do que ele imaginava. Ele tinha de levá-la!

Abriu os olhos. Voldemort riu fazendo os cabelos da nuca de Harry eriçarem.

- Tsc, tsc, tsc... fraco! – disse Voldemort.

Mas Harry fingiu não ouvir, estava mais preocupado com Gina que não estava mais sentada na cadeira de espaldar alto com a cobra Nagini jubilando em seus ombros. Na verdade, nem a cadeira mais havia e muito menos Gina ou as Horcruxes. Por um breve momento Harry achou que teria conseguido tirar Gina dali, mas ao olhar para os pés cinzentos e enormes apoiados no chão frio da câmara ele viu um vulto de cabelos flamejantes.

- Não... de novo não... –

Um fio de voz fraco saiu de Harry quando se aproximou hesitante de Gina que estava deitada de peito para cima, como se estivesse pronta para algum tipo de sacrifício, rodeada pelas seis horcruxes de Voldemort. Os olhos abertos, frios e fixos em um ponto que ele não podia ver, eram bem diferentes daqueles que o esquentava por dentro quando os fixava

- Essa cena não é entranha. – comentou Voldemort se aproximando dos dois.

- O que foi que você fez com ela?

- Eu?

- O QUE FOI QUE VOCE FEZ COM ELA? – gritou Harry avançando para Voldemort que sequer mexeu um dedo.

- Eu não fiz nada garoto insolente! Quem fez foi você! Você e essa mania idiota de querer me matar. – ponderou Voldemort com uma voz calculada e cortante. – Sempre colocou tudo na frente dela. Da frente da mulher da sua vida. – debochou Voldemort sorrindo. – Tsc, tsc, tsc... Isso não é digno de um Grifinório. Pelo o que eu lembro palavras que não se pode cumprir não era o lema de vocês... ou era?

- Cala a boca!

- Isso você não pode fazer com que aconteça. Na verdade, nada comigo ou com a Srta. Weasley. Não somos fruto da sua imaginação, mas sim da sua realidade.

- Eu matei você...

- E pode me trazer de volta... Ou ficamos presos para sempre aqui... Ou... você pode fazer com que a Srta Weasley aqui morra... Muitas decisões, como sempre foi...

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Mesmo levando às mãos a boca, Hermione não conseguiu reprimir um grito que ecoou pelo quarto onde Harry continuava a planar sobre a cama exalando uma aura de fogo de seu corpo. Sentiu alguma coisa escorrer por sua face e deduziu que fossem as lágrimas que continha tão fortemente ao receber o bilhete de Lupim. Então era aquilo que estava acontecendo. Era aquilo que ela precisava ver?

- Harry... – sua voz saiu em um sopro.


Sentiu que poderia ficar deitada naquela superfície macia para sempre. Estava tão bom. Macio. Quente. Confortável. É! Ela podia ficar ali e esperar que o mundo acabasse sem se afetar com qualquer coisa, sem se preocupar com ninguém... Mas, sabia que tinha que se preocupar com alguém ou com muitas outros. E então por que estava deitada naquele lugar?

- Harry? – gritou com a voz esganiçada abrindo os olhos e com isso tudo a sua volta rodou. Levou às mãos a cabeça fechando os olhos. Aquilo a deixou enjoada. Sentiu mãos em seus ombros lhe pressionando para que votasse a deitar. Tronou a abrir os olhos

- Hermione, acalme-se senão vai acordar todos os pacientes desse hospital. – falou Tonks entrando no seu plano de visão.

- O que aconteceu?

- Você desmaiou. – Hermione arregalou os olhos. – Não sei bem o que aconteceu, quando cheguei você já estava aqui e Remo me pediu para lhe fazer companhia.

Ela ficou um tempo calada e pensativa, enquanto contemplava o teto branco de onde vinham luzes que iluminavam candidamente aquele lugar. Olhando mais atentamente percebeu que eram as mesmas bolhas luminosas que pairavam nos corredores do St. Mungus.

- Foi tão de repente... – começou de vagar como se aquelas bolhas a estivessem hipnotizando. - Eu tinha acabado de falar com Remo sobre minhas suspeitas quando ele me levou ao quarto onde... – um nó surgiu em sua garganta. – Preciso levantar daqui. – falou de forma enérgica, pregando um leve susto em Tonks, e já se levantando quando as mãos da amiga a fizeram deitar de novo.

- Não. Você não acha melhor descansar um pouco mais...?

- Mas é claro que não! – enfatizou Hermione tentando mais uma vez se levantar. – Harry precisa de mim...

- E se você desmaiar de novo? Harry precisa de você lúcida e com todos os pensamentos no lugar e não desacordada. E também, ele não vai sair daquela sala correndo do nada, não é?

- Não... ele não vai... Você tem razão. – concordou relaxando o corpo. Percebendo isso Tonks soltou seus ombros.

- Eu sei que tenho. – disse Tonks sorrindo.

- Estive muito tempo desacordada? – Hermione perguntou fechando os olhos.

- Levando em consideração o tempo que sair de casa e o que cheguei... hum... em torno de vinte minutos. – respondeu Tonks se sentado na ponta da cama que Hermione estava.

- O quê? – Hermione sobressaltou-se de novo arregalando os olhos.

- Não se preocupe Remo esta lá com eles.

- Mesmo que fosse Mérlim eu ainda estaria preocupada.

- Remo, não me deixou ver Harry... ele esta muito mal? È realmente complicado – pediu Tonks falando baixo.

Complicado era pouco. Era assustador. Hermione nunca tinha visto e nem lido nada igual. Era como se estivesse vivendo um pesadelo. Na verdade era. Era o pior pesadelo de sua vida. Era o pior desde que conhecera o nome Voldemort. E o que mais doía era que nada passava por sua cabeça que pudesse ajudar Harry. Snape estava certo, Remo achou que ela poderia ajudar, mas não estava e não sabia como fazer isso. E continuaria impossível se permanecesse naquela cama sabendo que existia alguém precisando de mais cuidado que ela. Mas sabia também que antes de levantar deveria colocar as idéias em ordem em sua cabeça, senão tudo tornaria muito mais confuso. Contudo, a imagem de Harry não saia dela e, com isso, a impossibilitava de pensar calmamente em possíveis soluções para o caso.

Fechou os olhos tentando absorver melhor a imagem que o amigo era para poder se acostumar e não tornar a desmaiar. Era quase impossível, pois só de lembrar seu coração inchava de dor e seu estomago embrulhava na mesma hora. Deveria ter tomado café direito, pois estava se sentindo fraca, ou melhor, fez bem de não ter ingerido nada por que da forma que seu estomago estava era bem capaz de colocar tudo para fora. Voltou a pensar em Harry no fogo que o amigo exalava de seu corpo. Sentia que já tinha visto isso acontecer antes. Mas onde?

Acomodou-se melhor na cama de forma que ficasse o mais relaxada possível, tentando deixar a mente livre e que, com isso, alguma lembrança do passado viesse lhe ajudar a encontrar uma explicação sobre sentir que já presenciara aquilo. Foi quando a ultima batalha com Voldemort se fez presente...

- Sim! – exclamou Hermione sorrindo e levantando da cama antes que Tonks pudesse reagir e fazê-la deitar novamente.

- O que aconteceu? – perguntou a amiga espantada.

- Preciso falar com Remo... o Sr. Stuart... e Snape...

Disse Hermione colocando os sapatos e saindo pela porta agilmente. Olhou para os lados tentando se localizar e agradeceu internamente que ainda estivesse no mesmo andar que os outros quando os avistou no final do mesmo corredor. Andou de forma enérgica se limitando a olhar apenas para a porta do quarto de Harry com isso sem notar que dois Curandeiros que estavam ali a olhavam com expressões intrigadas. Parou diante a porta respirando profundamente e entrou.

- Não permito que me ofenda dentro do meu hospital e diante de um caso tão preocupante, Sr. Snape! – Hermione ouviu a voz irritada do Sr. Stuart antes de vê-lo e estancou na porta quando notou Snape e o próprio Curandeiro de varinhas erguidas um para o outro e Remo olhando para os dois sem saber o que fazer.

- O que esta acontecendo?

- Que bom que voltou Hermione! – Remo suspirou ao olhar para ela como se fosse à salvação de tudo. – Entre. – Hermione nem notou que ele estava agora ao seu lado e muito menos que os Curandeiros do lado de fora estavam tão espantados quanto ela perante a situação, quando Remo fechou a porta atrás de si.

- O que esta acontecendo aqui? – tornou a perguntar.

- Um pequeno conflito entre idéias. – respondeu Snape de forma ríspida sem abaixar a varinha.

- Pelo amor de Deus, Snape! Isso lá é hora para discussões! – Disse Lupim encarando Snape. – Abaixe essa varinha.

Mas Snape pareceu não ouvir e, pelo o que parecia, os dois homens estavam obstinados a não demonstrarem aquela fraqueza.

- Abaixe a varinha Snape. – falou Hermione trincando os dentes e erguendo a própria, esquecendo momentaneamente o que viera fazer ali. – Não estou nem um pouco a fim de travar um duelo aqui, mas se não baixar essa varinha podes ter certeza de que me empenharei ao máximo para colocá-lo no chão. – Snape olhou para ela e para a varinha apontada diretamente para o seu peito.

Como se avaliasse a situação, Snape baixou a varinha segundos depois. – Vou lhe dar um Excede as expectativas se isso, um dia, vier a acontecer Srta. Granger. – Remo rolou os olhos nas orbitas enquanto o Sr. Stuart e Hermione baixavam as varinhas

- Muito bem. Agora que estamos todos controlados. – Remo lançou um olhar de esgoela para Snape que crispou ainda mais a boca. – Podemos voltar ao assunto.

Hermione olhou relutante para onde a cama de Harry estava e só nesse momento percebeu que haviam conjurado uma cortina ao redor do lugar. Mas ainda era percebível uma iluminação incomum que transpassava o tecido que pendia mole pouco abaixo do teto.

- Ok. Diante o caso observado pelo Sr. Snape – começou o Sr. Stuart parecendo relutante ao mencionar o nome do outro. – Percebo que não temos muitas saídas obvias no momento.

- O quê... o quê ouve? – perguntou Hermione perdida naquelas palavras com um ar intrigado.

- Ah, sim! Claro! Desculpe Srta. Granger. – pediu o Sr. Stuart. – Ok... – respirou fundo antes de continuar. – Acredito que seja de seu conhecimento o que estava planejado que faríamos no caso de Harry...

- Sim. Remo me passou algumas coisas.

- Usaríamos da hipnose e da oclumência para descobrir e, se possível, converter o que estivesse passando na cabeça de Harry, mas...

- Isso só seria possível se Harry estivesse acordado... – cortou Lupim sentando-se em uma poltrona a um canto.

- Coisa que não está agora, o que torna essa... digamos, saída lamentavelmente inviável. – continuou Snape com uma voz nada lamentável.

- Nos não estávamos nos atentando a esse fato ate o Sr. Snape colocá-lo em discurssão. – disse o Sr. Stuart pouco à vontade em admitir seu erro.

- O que acabou gerando o que você presenciou Hermione. – Disse Lupim fazendo um movimento com os braços abrangendo o quarto.

- E é por isso que o senhor disse não haver soluções...

- Eu não disse isso. Apenas que, nenhuma obvia no momento. – respondeu o Sr. Stuart. – Mas, vamos fazer o possível para encontrá-la. – sentenciou de forma que encorajasse Hermione.

Mas, se demoraram tanto para levantar um parecer sucinto sobre o caso de Harry, com certeza, para diagnosticar um novo caso e uma nova solução, aconteceria o mesmo quando, a única possível, parecia agora inviável. Espero que não. Pensou Hermione voltando a olhar para as cortinas que escondiam seu amigo. Quanto Harry anda teria que agüentar ate que isso acontecesse?

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Harry avaliava o rosto ofídico de Voldemort com repugnância e preocupação. O que será que quis dizer com trazê-lo de volta? Os mortos não podem voltar. Dumbledore o falara isso tantas vezes quando o assunto sobre os seus pais surgia que, mesmo o ouvindo e concordando no momento, nunca quis acreditar de verdade. Mas agora era diferente, ele não queria que Voldemort ressurgisse para tornar a sua vida ainda pior.

- Os mortos não podem voltar à vida! – sentenciou.

- Mas, eu posso Harry ou será que não acredita no meu potencial mágico. – disse Voldemort caminhando majestoso pela câmara olhando com admiração para o lugar. – Ou será que se esqueceu das minhas horcruxes?

- Claro que não! E como poderia já que destruir todas.

- Será que destruiu mesmo? – perguntou Voldemort olhando para Harry com o cenho ligeiramente franzido. – Não é isso que estou vendo. – seu olhar se dirigiu as Horcruxes no chão que rodeavam Gina.

- Sim! Todas! – Harry já estava começando a perde a paciência mais uma vez. – Destruir o seu diário com a presa do basilisco quando tinha 12 anos...

- Você nem sabia o que estava fazendo, moleque insolente...

- Não importa! Dumbledore destruiu o anel...

- Dumbledore sempre foi inconveniente... E se não fosse por Severo estaria nas minas mãos...

- Mas preferiu morrer a permitir que isso acontecesse. O que o torna bem diferente de você!

- E quem disse que eu queria ser igual ao velho? Aquele amante de sangues-ruins, sempre me perseguindo em Hogwarts quando eu era garoto...

- Por que não confiava em você. Foi o único que você não conseguiu driblar com seu jeito perverso...

- Infelizmente. Mas o Slughorn foi de ótima serventia. Aquele velho barril não sabia que estava me dando armas para ir o mais fundo na magia negra do que qualquer outro bruxo.

- Se tivesse mesmo não estaria morto. – disse Harry colocando toda a convicção na voz.

- Mas, já disse que posso voltar Potter e será com a sua ajuda e... claro... da Srta. Weasley também. – abrandou a voz ao olhar para Gina que ainda estava deitada no chão frio da câmara, mas já não falava nada. – Vamos fazer um trato Harry?

- Com você? Jamais!

- Primeiro me escute antes que responda qualquer coisa que ira lhe beneficiar em nada.

- Já disse que não tenho nada para ouvir de você! – Harry mais uma vez quase gritou.

- Tem... claro que tem. Mas... – Voldemort andou devagar ate onde Harry e Gina estavam e parou contemplando a garota do alto. – Se você não quer ouvir de mim... então...

- Harry? – ouviu uma voz baixa e fraca lhe chamar.
Harry olhou devagar para onde Gina estava deitada e percebeu que a garota não estava mais com o olhar vidrado e que olhava para ele. Lágrimas começaram a escorrer por sua face e um sorriso fraco surgiu ali, fazendo o coração de Harry bater descompassado. Baixando-se devagar e sem, contudo, tocar em qualquer horcruxe, Harry tocou no rosto quente de Gina indicando que ela também estava viva e que não era nenhuma miragem, aquilo o fez sorrir pela primeira vez desde que voltou àquela câmara.

- Gina...

- Onde estamos? – perguntou a garota com o mesmo tom de voz. - Você veio me buscar, Harry?

Mesmo sem saber o que responder, Harry confirmou com a cabeça. Não lhe importava mais que Voldemort estivesse ao lado deles, que tivessem voltado à câmara secreta ou que Gina tivesse feito seu coração comprimir quando disse que o odiava. Só lhe importava que Gina estava ali, bem a sua frente, e que poderia ouvir sua voz e, melhor ainda, que podia tocá-la.

- Senti saudades de você. – falou levantando-se junto com ela e a ajudando a passar pelas horcruxes.

- Eu também. – respondeu com um sorriso maior que o anterior. – Por que você demorou?

- Desculpa! – pediu Harry baixando a cabeça.

- Responde Harry, por que você demorou mesmo? – disse Voldemort imitando ridiculamente a voz de Gina.

- Desculpe Gina, eu não queria...

- Mas demorou... demorou muito. – Harry olhou para Gina e percebeu que grandes gotas de lagrimas escapavam de seus olhos. – Diga-me o porquê, eu tenho o direito de saber.

- É verdade! Ela tem o direito Harry. – Falou Voldemort mais vez e parecendo se divertir com o que estava acontecendo.
- Pelos Comensais da morte. Eu tinha que detê-los. Não iria sossegar enquanto eles estivessem por ai, soltos, acabando com mais vidas. Um terror que todos nós não merecemos viver mais. – respondeu achando que ela pudesse parar de chorar. Ele não gostava de vê-la assim. E, intimamente, que ela o compreendesse também. – Que você não merece viver...

- Como sempre decidindo por mim. Será que não lhe interessa o que eu quero? – as lágrimas pararam de cair assim como começaram, inesperadamente. O tom de voz de Gina tinha mudado de saudoso para irritado e magoado. – Mais uma você me deixa sozinha por causa desse fardo que teima em carregar sozinho. E agora não fui apenas eu, Rony e Hermione também ficaram enquanto você foi ser mais uma vez o herói.

- O quê? Eu nunca... Eu não sou um herói Gina. Eu não quero ser. – respondeu Harry na defensiva, não sabia por que estava sendo tratado daquela maneira. Na verdade sabia, mas Gina nunca havia falado com ele daquela forma. E na primeira vez que a deixou era por uma causa justa: Voldemort.

- Você tem uma maneira bem engraçada de demonstrar isso. Enquanto deseja o bem de todos está duelando com uma penca de bruxos que não vale nada. Deixa a mim e seus amigos, que chama de família, por algo que não tem mais jeito. Você não vai erradicar o mal do mundo, Harry. Você nunca vai conseguir isso. – as palavras de Gina eram repletas de ironia e uma frieza que Harry nunca conhecera.

– Eu nunca pretendi isso! Sei que não posso acabar com o mal, mas
Dumbledore...

- As favas com Dumbledore! – gritou - Agora ele está morto e enterrado e nos, Harry, estamos vivos queira isso ou não. E como sobreviventes de uma guerra temos que viver ainda mais intensamente, mas parece que você não quer isso. Parece que gosta de viver no limite, de saber que esta sendo perseguido. De não querer viver um amor, a sua vida que é muito mais do que Comensais da Morte e Voldemort. – Gina disse as ultimas palavras em tom de suplica enquanto Voldemort se sentava em uma cadeira de espaldar alto que não estava ali antes, como um expectador atencioso.

- Eu não queria lhe ter deixado. Você sabe muito bem que se fosse por mim eu nunca teria ido...

- Tem certeza? Você sempre colocou empecilhos para que ficássemos juntos...

- Eu nunca fiz isso!

- Fez! E bem mais vezes do que pode imaginar!

- Tudo bem! Você pode ter razão! Mas... mas estou aqui... estamos aqui, não sei exatamente onde, mas agora podemos ficar juntos. – Harry olhava para os lados como se uma porta para fora daquele lugar surgisse a qualquer momento e com isso não percebia que Gina o avaliava enquanto balançava a cabeça para os lados.

- Não! – Harry virou a cabeça para olhá-la tão rápido que sentiu o pescoço estalar. Não estava ouvindo aquilo. – Agora quem terá um objetivo sou eu e será o de ficar longe de você ...

- Gi...

- Não quero me entregar aos seus braços sabendo que a qualquer instante o complexo de herói ira invadi-lo e com isso me deixar mais uma vez sozinha...

- Isso não irá mais acontecer!

- Não me interessa, pois nem sei se valera à pena. – Gina lhe deu a costas andando em direção as horcruxes que haviam ganhado um brilho fantasmagoricamente esverdeado.

- O quê você quer dizer com isso? – o coração de Harry disparou parecendo já pressentir o que vinha a seguir.

- Antes, o amor que eu sentia era apenas pelo fato de não ter você. Eu não o amava. Eu amava o impossível Mas, agora, o vendo implorar, vejo que já não amo nada que envolva o grande menino-que-sobreviveu. Que já não o amo Harry e aprenda a conviver com isso.

Era difícil respirar. Manter-se em pé enquanto suas pernas diziam o contrario era impossível. Deixou-se cair de joelhos devagar na medida em que os mesmos inclinavam com o peso do corpo. Sentiu algo molhado escapar de seus olhos percorrendo sua face indo de encontro ao chão que Harry não via. Devia estar chorando. Sentia muitas coisas, mas nada se comprava com o que as palavras de Gina fizeram com o seu coração. Era difícil assimilar que o amor de sua vida havia lhe dito aquelas coisas e, principalmente, que saíram tão esnobes e frias da boca mais perfeita que já vira no mundo. Ela não o amava e era tudo culpa dele...

Seu urro de dor ecoou pelas paredes da Câmara Secreta juntamente com a gargalhada de triunfo que Voldemort soltou.

~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*

Respirou fundo. Não deveria ficar pensando naquelas coisas. Já haviam se metido em situações piores e sempre sobreviveram e não seria agora que tudo acabaria. Não agora que contavam com a ajuda das melhores pessoas que conheciam. Ate Snape, com seu jeito morcegão, se enquadrava nisso.

- Teria alguma questão para nos colocar Srta. Granger? – perguntou o Sr. Stuart, tirando Hermione de seus devaneios, após alguns segundos de silêncio. Parecia que todos haviam desejado aquele momento.

Mas, antes que Hermione pudesse responder, um grito ecoou pelo quarto, sobressaltando a todos que estavam ali. Pelo choque de susto ninguém, imediatamente, se moveu, apenas quando os olhos de Hermione correram para as cortinas, onde a luz, que escondiam, havia se intensificado foi que o Sr. Stuart correu ate onde Harry estava e, com um movimento de varinha fez com as cortinas sumissem revelando que a camada de fogo que exalava de Harry havia realmente se intensificado, dessa forma impedindo que qualquer um chegasse perto o suficiente para lhe ajudar. Mas, Hermione percebeu que lagrimas caiam dos olhos de seu amigo quase que ao mesmo tempo uma camada fina cobriu os seus.

- O que esta acontecendo? – perguntou Lupim com a voz engasgada.

- Com certeza não é nada bom. – começou o Sr. Stuart que estava tão espantando quanto. – Não sei se percebem, mas ele esta chorando...

- E vamos ficar aqui parados sem fazer nada? – pediu Hermione com a voz esganiçada e limpando o canto dos olhos.

- Se você tem alguma idéia, pode ficar a vontade, Srta. Granger. – disse Snape com um tom de voz irônico, mas não escondia que estava intrigado só pela expressão no seu rosto que poucas vezes Hermione havia visto.

- No que esta pensando Snape? – perguntou ela se aproximando do antigo professor.

- Que com certeza já viu isso antes. – disse Snape indicando Harry.

- Do que estão falando? – perguntou Lupim.

- Que Harry adquiriu essa forma quando destruiu a varinha de Voldemort. – disse Hermione virado-se para Remo.

- Quê?

- Exatamente isso. Eu estava perto. Eu vi.

- Por favor, me contem do que estão falando. – pediu o Sr. Stuart olhando
nos olhos de cada um dos três e, por fim, parando nos de Hermione.

- Harry estava duelando contra Voldemort na última batalha e de novo aconteceu o Priore Encantatem... – o Sr. Stuart assoviou impressionado. – A fênix que cedeu uma de suas penas para a varinha de Voldemort foi à mesma da de Harry, ou seja, as varinhas são irmães. E, como da primeira vez, elas se ligaram. Mas não sei dizer o porquê de uma não ter feito a outra regurgitar os últimos feitiços lançados...

- Por que esse não era o desejo do Potter. Você deveria saber disso Granger, já que se diz tão inteligente. – alfinetou Snape.

- Poupe-nos de suas ironias Snape! – pediu Lupim girando os olhos nas orbitas impaciente. – E explique logo o que você quis dizer.
Snape ainda respirou alguns segundos antes de falar.

- No primeiro Priore Encantatem, Potter não sabia o que estava acontecendo. De tão obtuso que era não sabia o que aquele encantamento milenar poderia causar em sua varinha ou da do Lorde das Trevas. Mas, nessa segunda vez, ambos sabiam o que havia ocorrido. Em nada me surpreende que o Potter tenha percebido nessa, a única maneira de destruiu a horcruxe que a varinha de Voldemort era. – dizia Snape como se aquele assunto fosse desnecessário, no entanto sua boca estava levemente crispada, como se estivesse sendo repugnante externalizar aquilo.

- Como assim, não lhe surpreende Snape? – perguntou Hermione com uma leve ruga no cenho.

- Por que fui eu que disse isso a ele. – Hermione e Lupim arregalaram os olhos perante a confissão de Snape.

- Harry nunca me contou...

- Mas é claro que não garota! Ele estava confuso...

- Você o confundiu? – perguntou Hermione espantada.

- É claro que sim! – disse Snape de forma brusca ao mesmo tempo em que, com um floreio de varinha, conjurou novas cortinas para cobrir a cama de Harry. – Seria impossível ter um conversa normal com o Potter sabendo que Voldemort pudesse invadir a mente dele a qualquer momento e com isso acabaria com o plano que Dumbledore criou. Voldemort não poderia saber que eu estava do lado de Dumbledore o tempo todo e a minha única alternativa foi confundir Potter, dizer à forma que precisava agir e fazê-lo acreditar que...

- Havia sonhado com isso. – concluiu Hermione se lembrando de uma das muitas conversas e discussões que travara com Harry sobre a maneira insensata de destruir uma horcruxe ainda mais quando provinha de um sonho, mas que, no fim, havia dado certo.

- Sim! Foi isso que fiz numa tentativa quase desesperada de fazer com que o moleque fizesse algo direito. – concordou Snape balançando a cabeça negativamente.

- Continue sim, Sr. Snape. – pediu o Sr. Stuart. Snape lhe lançou um olhar de esgoela ao se sentar na poltrona que Remo ocupara antes do grito de Harry.

- Mas, algo havia acontecido que, particularmente, foi muito interessante. – recomeçou Snape com a voz arrastada. - Algo que somente as lendas, que envolvem os quatro fundadores de Hogwarts, contam e que acabou se transformando em uma das leis seguidas por todos os pertencentes à casa de Godric Gryffindor.

- E o que seria? – perguntou o Sr. Stuart interessado em casa palavra dita por Snape.

- Lealdade. – disse Snape com a voz ainda mais arrastada. – Característica básica para qualquer membro da Grifinória. Mas, Potter não era leal apenas aos seus amigos de casa, mas também a Dumbledore. Só alguém verdadeiramente leal a Dumbledore poderia fazer com que fawkes, a fênix, fosse ate ele. E o Potter nunca teve receio em demonstrar tal sentimento.

- Um acontecimento realmente impressionante, mas o que isso teria haver com o que esta ocorrendo agora com Harry? – Perguntou o Sr. Stuart.

- Ainda não encerrei Sr. Stuart e por isso não me interrompa. – replicou Snape crispando a boca. – Quando o Priore Encantatem surgiu... – continuou. – era percebível que Potter estava em demasiada desvantagem. Acredito que após todos os feitiços que recebeu tanto do Lorde Negro quanto de outros Comensais lhe haviam deixado extremamente debilitado para a força, tanto mental quanto corporal, que o encantamento exige.

- Mas ele se manteu firme ate o último momento...

- Se deseja relatar o que aconteceu, Srta. Granger então o faça, mas não fique me importunando com interrupções indevidas, sim.

- Pelo o que lembro Snape, era eu que estava contando ao Sr. Stuart o que havia ocorrido. – retrucou Hermione.

- Você estava apenas relatando Srta. Granger, diferente de mim que estou explicando fatos. Então queira permitir que eu termine. - disse Snape perfurando Hermione com os lhos ate que ela acabou quebrando o contato visual, olhando para os pés que pareceram ficar interessantíssimos.

- Acredito que Potter tenha pedido alguma ajuda naquele momento pelo fato de sentir que não agüentava mais e com isso a fênix surgiu. Como a alma das varinhas era da mesma fênix, então não foi tão difícil que ela atendesse o seu chamado. Fawkes surgiu em sua forma mais exuberante e possuiu o corpo do Potter.

Um silêncio percorreu o quarto onde o Sr. Stuart era a única pessoa que estava impressionadíssima com o fato, por não ter participado de guerra alguma e por não ter convivido com nenhum dos outros. Olhava com a boca ligeiramente aberta para Hermione, Remo e Snape sem saber o que falar ate que Hermione quebrou o silêncio.

- Naquele momento, fawkes, apenas ajudou Harry a permanecer em pé, a não sucumbir ao cansaço ou dor.

- Vocês estão querendo dizer que a fênix esteve aqui? – perguntou o Sr. Stuart ainda impressionado.

- Evidentemente que não! – sentenciou Snape. - Desde aquele dia Fawkes sumiu. Nunca mais a vi e parece que nunca mais apareceu em Hogwarts de novo.

- O que estamos querendo dizer, Sr, Stuart. – dizia Hermione enquanto olhava para as cortinas que escondiam seu amigo. – É que, possivelmente, ela sempre esteve aqui ou qualquer vestígio que aquele encantamento possa ter deixado em Harry. E ele esta o usando, de forma inconsciente, para se proteger de qualquer ameaça externa a que esta vivendo.

- O que nos coloca a frente de mais um obstáculo: como passar por essa proteção? – disse Lupim, escorando-se a parede do quarto, com o semblante cansado.

Mais um desafio? Era tudo que precisavam. Nem tinham chegado a uma conclusão sobre o primeiro e agora mais um surgia o que diminuía a esperança que havia crescido dentro de Hermione quando se lembrou de onde te visto a mesma aura de fogo em Harry. Tirou os olhos das cortinas e passando a observar todo o quarto que, agora notara, estava um pouco com a cara de Harry. Um pôster dos Chudley Cannons estava pregado ao lado da porta. Rony ia adorar isso, pensou dando um leve sorriso para o time de sete jogadores que sacudia as mãos, enquanto uma bola de canhão os rodeava. Em cima de uma mesa de cabeceira, particularmente grande, estavam empilhados vários livros de Defesa Contra as Artes das Trevas juntamente com revistas sobre quadribol e de trouxas, algumas edições do Semanário das Bruxas que deduziu estar ali por causa de Tonks e outros exemplares do Profeta Diário, Vespertino, Noturno e Dominical, sendo que o primeiro da pilha era o que ela estava junto com Gina, as duas sorrindo depois de conseguirem a reforma do departamento. Sorriu mais uma vez.

- Harry, sempre quis estar a par de tudo que acontecia na Inglaterra e ficou extremamente contente quando viu a reportagem sobre você e Gina. – disse Lupim que havia acompanhado o seu passei com os olhos pelo quarto.

- Tudo poderia ser diferente. – disse Hermione, mas uma vez com lagrimas nos olhos.

- E ainda pode ser Srta. Granger. – falou o Sr. Stuart tocando carinhosamente em seu ombro. – Confie nisso. – Hermione assentiu enxugando as lagrimas.

Snape observava tudo de sua poltrona com as feições azedas como se estivesse ali apenas por obrigação. E na verdade estava. Daria tudo para estar em sua casa fazendo nada do que ali no meio daqueles de quem nunca foi a favor. Principalmente o Potter. Odiou o garoto antes mesmo dele nascer. Odiou qualquer Potter que tivesse passado por sua vida e, particularmente, aquele que era o pai do que estava enfermo. Praguejou mentalmente ao lembrar-se do antigo rival de escola e se Tiago Potter estivesse vivo, também, seria seu rival fora dela. Mas, não estava e Lilian também não. Um desconforto percorreu seu corpo de forma que o fez mexer-se na poltrona. Ela nunca deveria ter morrido. Ele nunca deveria ter sucumbido ao Lorde das Trevas e delatado a metade da proferia de Sibila Trelawney. Mas, não importava mais, Lílian tinha morrido junto com o marido naquela noite trágica por sua culpa e a única coisa que restara era o bebê. Harry Potter. O garoto que sempre odiou mesmo elesem saber o porquê. E que agora estava entre a vida e a morte mais uma vez.

*** (1)


- Pensei... que o senhor fosse... mantê-la... segura...

- Ela e Tiago depositaram sua fé na pessoa errada – disse Dumbledore. – Muito semelhante a você, Severo. Você não tinha a esperança de que Lorde Voldemort fosse poupá-la?

A respiração de Snape era ansiosa.

- O filho dela sobreviveu. – ressalvou Dumbledore.

Com um brusco e quase imperceptível aceno de cabeça, Snape pareceu espantar uma mosca irritante.

- O filho sobreviveu. Tem os olhos dela, exatamente os mesmo. Você certamente se lembra da forma e da cor dos olhos de Lílian Evans, não?

- NÂO! – berrou Snape. – Se foi... morreu...

- Isso é remorso, severo?

- Eu gostaria... gostaria que eu é que estivesse morto...

- E que utilidade isso teria para alguém? – perguntou Dumbledore friamente. – Se você amou Lílian Evans, se você a amou verdadeiramente, então o seu caminho futuro é cristalino.

Snape parecia espiar através de uma névoa de dor, e as palavras de Dumbledore levaram um longo tempo para alcançá-lo.

- Como... como assim?

- Você sabe e por que ela morreu. Empenhe-se para que não tenha sido em vão. Ajude-me a proteger o filho de Lílian Evans.

- Ele não precisa de proteção. O Lorde das Trevas se foi...

-... o Lorde das Trevas retornara, e Harry correrá um perigo terrível quando isso ocorrer.

Fez uma longa pausa e lentamente Snape recuperou o controle, normalizou sua respiração. Por fim, disse:

- Muito bem. Muito bem. Mas jamais, jamais revele isso, Dumbledore! Isto deve ficar entre nós! Jure! Não posso suportar... particularmente o filho do Potter... Quero sua palavra!

- Dou a minha palavra, Severo, de que jamais revelarei o que você tem de melhor. – Dumbledore suspirou, olhando para o rosto feroz e angustiado de Snape. – Se você insiste...


***

Mais uma vez se mexeu na poltrona, no entanto o motivo não era apenas o desconforto, sua garganta estava seca, seu coração estava acelerado como poucas vezes havia ficado, pois a lembrança da conversa que tivera com Dumbledore há anos atrás ainda mexia muito com o que ele, como disse o grande bruxo, tinha de melhor. Mas Dumbledore estava morto, assim como seu grande amor Lilian Evans, contudo Harry Potter estava vivo e precisando de ajuda. Se ele, Snape, não fosse realmente importante não teria sido chamado. Mas estava ali, ao lado de pessoas que estavam fazendo de tudo para salvar a vida de Potter. Mas ate que ponto iriam para conseguir aquilo? Apenas por você Dumbledore... Apenas por você Lílian... Pensou Snape, ainda praguejou logo em seguida, antes de falar:

- Ate que ponto iriam para salvar o Potter?

- Do que você esta falando Snape? – perguntou Lupim olhando rapidamente para ele e franzindo o cenho.

- Existe um jeito.

- Que jeito? – pediu Hermione com um sorriso fraco no rosto sentindo que alguma coisa quente a invadia.

- Não responderam minha pergunta. – lembrou Snape pondo-se de pé. – Ate que ponto?

Hermione ainda olhou para Lupim e para as cortinas que escondiam Harry de seus olhos, antes de responder:

- Ate o fim. Ate Magia das Trevas se é disso que esta falando.

*Continua...

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(1) -> Trecho tirado do Livro Harry Potter e as Relíquias da Morte, capítulo 33 A história do príncipe. pag. 527

N/A: Demorou neh...
eu sei... desculpem por isso...
Bem... pelo o q viram o cap. Inconsciente sera divido em tres parte... A do cap anterior... esse e o proximo... esqci d coloca esse detalhe logo no anterior...
Responderei aos comentarios no proximo cap. Ok q ñ ira demorar nada...
B-jus e desculpem-me.

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