Sangue e Magia



Antes do Amanhecer
Escrito por snarkyroxy
Traduzido por BastetAzazis
Betado por Ferporcel

Sumário: O sangue do Harry pode ter salvo Snape da morte pela mão de Voldemort, mas há mais coisas sobre a magia negra que qualquer um previu.

Disclaimer: Tudo que você reconhecer pertence ao gênio imensurável de J. K. Rowling; eu só gosto de pega-los emprestado e brincar com eles.


* * * * * * *
Capítulo 26: Sangue e Magia

– A Marca Negra – ela sussurrou incrédula. – Ela se foi.

– O quê? – Harry exclamou.

Dumbledore não fez nenhum som, mas atravessou o quarto a passos largos rapidamente e tomou o braço do mestre de Poções dela, correndo sua própria mão retorcida ao longo da pele suave e nua do antebraço interno de Snape.

– Meu caro rapaz – Dumbledore disse brandamente. – Você está finalmente livre dele. Você está finalmente livre.

Hermione observou quando os olhos do velho bruxo ficaram cada vez mais brilhantes, uma lágrima solitária transbordando para percorrer seu rosto e desaparecer dentro da barba branca. Hermione sabia que Snape e Dumbledore tiveram suas diferenças no passado, a discussão mais recente entre eles sobre o ataque à escola trouxa fora apenas uma das muitas delas. Entretanto, por mais que Snape reclamasse das intromissões de Dumbledore, ela sabia que ele considerava muito o ancião, e o Diretor a ele. Hermione vira a relutância com que Dumbledore mandava Snape de volta a Voldemort toda vez.

Os dois conheciam os riscos de responder às convocações, mas as conseqüências de ignorar uma delas enquanto marcado por Voldemort eram ainda maiores. Agora, entretanto, Snape estava livre.

– Como isso é possível? – Hermione perguntou brandamente. Harry, que tinha se movido para parar ao lado do Diretor, balançou a cabeça, incrédulo.

– Não é possível – ele disse. – A Marca não é para desaparecer. Lembram-se do que Sirius disse? É uma servidão para a vida inteira, ou a morte.

O Diretor, ainda segurando o braço de Snape, continuou a traçar sua mão para cima e para baixo, como se reassegurando-se que a Marca realmente se fora. Depois de alguns minutos de silêncio, ele finalmente deixou o braço cair, o membro sem energia caindo de volta no colo de Hermione.

– Acho que entendo por que tanta dificuldade para remover a adaga – Dumbledore disse devagar.

Tanto Hermione quanto Harry se entreolharam, confusos, depois olharam para o Diretor em busca de uma explicação. O velho bruxo se abaixou na cadeira ao lado da cama e tirou os óculos, esfregando os olhos cansadamente.

– A magia das trevas – ele disse – freqüentemente é descrita como uma coisa viva por si mesma. Eu não concordo com esta descrição; prefiro descrevê-la como uma coisa consciente, ou atenta, se vocês preferirem, mas não viva. Esta teoria da consciência vem de algumas artes das trevas que têm a habilidade de procurar e reconhecer outras magias, ou outras magias das trevas, para ser específico.

– Semelhante conhece semelhante – Hermione murmurou, e Dumbledore assentiu.

– Exatamente, Srta. Granger. A Lâmina Consangüínea é um implemento de magia das trevas muito forte, e ao entrar no corpo de Severo, eu acredito que ela reconheceu a outra magia das trevas já residente dentro dele... a Marca Negra. A mágica da adaga parece tê-la procurado, por assim dizer. Isso faz sentido para você?

Hermione assentiu com desconforto; mágica com vontade própria era uma idéia perturbadora.

Parecendo pensativo, Harry disse:

– Então foi por isso que uma daquelas coisas... negras... estava tentando subir no meu braço... para alcançar minha cicatriz. Tem magia das trevas nela, também, não é?

– Brilhante dedução, Harry – o Diretor confirmou. – Entretanto, a adaga ficou no Severo por algum tempo. Acredito que o atraso em removê-la deu à magia tempo para se ligar à Marca dele. Conseqüentemente, quando a adaga foi finalmente removida, arrancou a outra magia das trevas do corpo dele, também.

– Isso é bom, entretanto, não é? – Hermione perguntou, hesitante. – Quero dizer, como você disse, ele está livre de Voldemort... mas você ainda não parecia contente quando deixou o quarto antes.

– Eu estou mais que satisfeito – o Diretor disse – por nós conseguirmos remover a lâmina com sucesso. Eu estava infeliz antes, com uma coisa que o feitiço que lancei revelou; uma coisa estranha, embora acho que agora eu posso entender.

Hermione olhou para Dumbledore curiosamente, e ele continuou:

– O feitiço revelou que a mágica de Severo estava muito enfraquecida, e agora eu acredito que possa ser um efeito colateral da remoção da Marca Negra. A Marca tem sido parte de Severo por tanto tempo que ela se ligou profundamente à magia dele, da mesma forma que a magia da adaga se ligou à Marca. A remoção da Marca Negra, mesmo sendo uma coisa boa, teve um efeito negativo na magia dele, e seu corpo agora deve se recuperar disso.

– Há alguma coisa que nós podemos fazer para ajudar? – Hermione perguntou, baixando os olhos para o mestre de Poções. O pano ainda estava sobre a testa dele, mas o resto do rosto estava ensopado de suor novamente. Esquecendo-se de si mesma, ela apanhou o segundo pano, que ela usara para limpar o sangue das mãos dele, e secou o suor do rosto dele. Quando ela afastou a mão, Harry estava observando-a novamente, os olhos estreitos numa forma cautelosa.

– E quanto às lágrimas de fênix? – Harry disse repentinamente.

Dumbledore balançou a cabeça.

– Eu fiz Fawkes tentar isso na ferida logo que Severo retornou para nós, sem resultado, e deve haver uma ferida aberta para que as lágrimas sejam absorvidas, o que Severo não tem mais.

– Acho que o que ele mais precisa é descansar – Dumbledore continuou. – Embora, uma Poção Fortalecedora não seria inoportuno. Pedirei para Minerva pegar um pouco da Ala Hospitalar para ele.

– A Profa. McGonagall sabe do que aconteceu? – Hermione perguntou.

Dumbledore assentiu, puxando suas vestes volumosas com ele quando se levantou da cadeira.

– A Profa. McGonagall e o Prof. Lupin estão cientes da situação. Vou informá-los deste novo acontecimento assim que eles estejam livres das aulas. Posso confiar em você para ficar com o Severo até o jantar?

Hermione assentiu com a cabeça. Ela não tinha nenhuma intenção de deixar seu professor-que-virou-amigo antes do absolutamente necessário. Ela sabia que provavelmente teria que voltar para as aulas amanhã, entretanto, mais para evitar levantar suspeitas sobre sua ausência dela que para manter atualizados seus estudos para os N.I.E.M.s.

Harry e o Diretor saíram logo depois, e Hermione saiu da cama para a cadeira. Ela não sabia o quanto a Profa. McGonagall sabia sobre o trabalho dela com Snape... ou outras coisas, por assim dizer. Ela não fazia questão de explicar sua familiaridade em se sentar na cama dele para sua Diretora de Casa, e não podia imaginar a severa professora de Transfiguração sendo muito compreensiva.

Ela apenas observou Snape por algum tempo, renovando o feitiço que umedecia o pano na testa dele com freqüência. A barba por fazer escurecia a mandíbula dele, e Hermione resistiu à vontade apará-la com um feitiço.

Ela não tinha nenhuma vontade de estudar, mesmo se tivesse trazido seus livros com ela, mas precisava de alguma coisa para distraí-la. Saiu furtiva e rapidamente para a sala de estar e recuperou os Contos de Canterbury da extensiva coleção de livros do Snape; ela tinha começado a ler algumas semanas antes, enquanto o esperava retornar da companhia de Voldemort uma noite.

Apesar da sua preocupação com Snape, estar perto dele lhe dava algum conforto, e ela se viu novamente perdida nas histórias estranhas, parando apenas para esticar seus músculos enrijecidos ocasionalmente e renovar o feitiço no pano novamente.

O mestre de Poções ainda não mostrava sinais de que acordaria quando, horas depois, o som da rede Flú na sala de estar chamou a atenção de Hermione e, no instante seguinte, o Diretor entrou no quarto, seguido pela McGonagall, que trazia um frasco com um líquido azul leitoso – a Poção Fortalecedora padrão.

Dumbledore cumprimentou Hermione quietamente, e depois se virou para a cama, lançando o mesmo feitiço diagnóstico que tinha lançado mais cedo naquele dia. De novo, ele franziu o cenho.

– O que foi, Alvo? – perguntou McGonagall, colocando o frasco em cima da cômoda do outro lado da cama de onde Hermione ainda estava sentada.

– Eu ainda não entendo – Dumbledore disse vagarosamente. – O corpo dele parece ter enfraquecido ainda mais.

– O quê? – Hermione disse, pulando da cadeira e inclinando-se para observar Snape mais de perto; ele não parecia ter piorado... mas, para ser justa, ele também não parecia melhor. – Como é possível?

McGonagall, também, inclinou-se sobre a cama, lançando um feitiço diferente, que produziu outro conjunto de runas flutuantes sobre o peito do mestre de Poções.

A professora de Transfiguração olhou longa e severamente para as runas, até que Dumbledore limpou a garganta e disse:

– Perdoe-me, Minerva. Faz muito tempo desde que usei este feitiço. Talvez você possa esclarecer a Srta. Granger e eu mesmo sobre o que isso significa. – Ele gesticulou para as runas que se apagavam.

– Humm – disse McGonagall, franzindo a testa. – Eu não sou Curandeira, você sabe, mas parece que a mágica de Severo foi danificada, como você presumiu, e, no seu esforço para se reparar, ela está drenando a força física dele gravemente.

– Ele precisa da Poção Fortalecedora, então – Hermione declarou –, para permitir que o corpo dele recupere sua magia sem drenar sua força física ainda mais.

McGonagall concordou com um gesto de cabeça, mas o Diretor franziu a testa, considerando o homem deitado novamente.

Finalmente, ao invés de explicar sua relutância, ele simplesmente disse:

– Qualquer coisa vale a tentativa.

Hermione não gostou do tom da voz dele.

* * * * *

Na manhã seguinte, durante o café, Dumbledore anunciou, devido à circunstâncias imprevistas, que o Prof. Snape não ensinaria mais Poções. O anúncio foi recebido com uma mistura de alívio, surpresa e curiosidade pelo corpo discente.

Hermione, instruída pelo Diretor para parecer desconcertada, não precisou fazer muito esforço quando viu Crabbe, Goyle e alguns outros alunos em volta deles olhando de relance na sua direção. Snape podia não estar morto, como o Diretor queria que os filhos dos Comensais da Morte acreditassem, mas ele estava longe de estar fora de perigo. Ela tinha descido até os aposentos do mestre de Poções brevemente antes do café da manhã, na esperança de encontrá-lo acordado, mas sem sucesso. Ele ainda estava pálido e imóvel, como estivera na noite passada. A Poção Fortalecedora, seu frasco vazio na cômoda ao lado da cama, não parecia ter dado nenhum resultado... ainda.

– Olhe para o Malfoy – Harry sussurrou, cutucando-a nas costelas.

O olhar de Hermione viajou para a outra ponta da mesa da Sonserina, onde o Monitor Chefe estava sentado com os dois monitores do quinto ano. Embora o Diretor tivesse parado de falar e se sentado para retornar ao seu café da manhã, Malfoy estava olhando fixamente para o ancião com uma expressão clara de descrédito. Então, como se sentindo que estava sendo observado, ele se virou e prendeu os olhos nos de Hermione.

Confusa, ela segurou o olhar dele tempo suficiente para que ele registrasse seus olhos vermelhos e depois voltou-se para o Harry.

– Estranho – ela murmurou. – Parece que ele não sabia.

Qualquer especulação foi cessada, entretanto, com a chegada do correio matinal, e Hermione observou quando uma grande coruja amarelada mergulhou no ar para depositar uma carta no colo de Malfoy.

– Aquela é a coruja do pai dele – disse Rony, sentado do outro lado de Hermione. – É a mesma que sempre traz comida extra para ele de casa.

O trio continuou o café da manhã, observando furtivamente quando Malfoy abriu o envelope e tirou um pedaço de pergaminho. Mesmo do outro lado do salão, Hermione o viu ficar visivelmente pálido quando os olhos dele passaram pela carta. Ela o viu lendo-a pela segunda vez e então guardá-la de volta no envelope, enfiando-a rapidamente num bolso das suas vestes.

Sua boca se fechou numa linha fina quando ele baixou os olhos para a mesa até Crabbe, Goyle e os filhos de outros Comensais da Morte conhecidos. Parte do grupo parecia ter recebido suas próprias cartas e as discutiam furtivamente entre eles.

Quando Hermione voltou seu olhar para o Malfoy, ela o descobriu observando-a novamente, e por apenas um instante, ela pensou ter visto uma centelha de pânico nos olhos dele.

O sonserino levantou abruptamente, deixando sua tigela de mingau pela metade para trás quando saiu do Salão Principal.

– Curioso – Harry murmurou baixinho.

Hermione franziu a testa e levantou os olhos para a Mesa Principal. Tanto McGonagall quanto o Diretor a observavam, a interação silenciosa com o Malfoy não passou despercebida por nenhum dos dois.

Era óbvio que a carta que Malfoy recebera era do seu pai, e Hermione podia apostar que era um relato em primeira mão do que quer que tivesse acontecido na noite anterior, quando Snape foi convocado. Mas o que foi nesta situação que deixara o Malfoy parecendo tão inquieto? Será que foi o choque de descobrir que seu Diretor de Casa era um traidor da causa que sua família seguia? Ou realmente o Malfoy estava indeciso sobre sua lealdade, como Snape tinha sugerido, e percebeu apenas tarde demais que o mestre de Poções poderia tê-lo ajudado, e não delata-lo ao Lorde das Trevas como um fraco.

Se era esse o caso, o Malfoy iria até Dumbledore agora? Se fosse, como o Diretor poderia ter certeza dos verdadeiros motivos dele?

Ele não podia, Hermione pensou. Não com certeza. Por mais intrigantes que as ações do sonserino se tornavam, não havia meios de saber se isso não era parte de um plano do pai dele, ou mesmo de Voldemort, para infiltrar outro espião na Ordem.

Se Draco Malfoy queria sair de qualquer situação que tinha se metido, ele teria que dar o primeiro passo.

* * * * *

Três dias depois, estava claro que nem a Poção Fortalecedora, nem outras poções que eles tentaram, estava ajudando Snape, e Hermione não sabia mais o que fazer.

Ela tinha passado todas as horas do dia fora das aulas com o mestre de Poções, ou na biblioteca, procurando pela menor menção do que poderia estar afligindo-o.

Entre ela, o Diretor, a Profa. McGonagall e o Prof. Lupin, eles elaboraram uma dura escala de plantão para cuidar do Snape, de maneira que ele jamais ficasse sozinho.

Depois do almoço no domingo, seguindo uma manhã exaustiva e ainda infrutífera na biblioteca, Hermione foi pela rede Flú do escritório do Diretor para os aposentos de Snape. Ela já tinha desistido de encontrá-lo acordado quando entrou no quarto, e hoje não foi uma exceção. Lupin a cumprimentou em silêncio, pegando a pilha de livros que ele estivera lendo, tentando encontrar alguma coisa que pudesse ajudar o mestre de Poções.

O professor de Defesa vinha parecendo cada vez mais preocupado a cada dia que passava sem nenhuma melhora da condição de Snape. Hermione não duvidava que a preocupação com o bem-estar do homem era genuína, mas quando ela estava no quarto do Snape na noite anterior, as cortinas pesadas abertas para um relance pelos jardins congelados de Hogwarts, ela percebeu a outra razão pela qual Lupin estava tão preocupado.

A parte escura do ciclo lunar tinha acabado de passar, e a lua estava crescendo, a cada noite chegava mais perto da lua cheia que disparava a transformação do professor de Defesa... e a única pessoa que podia preparar a poção para sedá-lo durante esta época era o Snape.

Ela fez uma anotação mental para mencionar isso ao Diretor, que provavelmente estivera preocupado demais para notar a fase da lua. Snape dissera a Hermione que ela teria que preparar a poção se ele não fosse capaz, e mesmo que ela não estivesse totalmente confiante, ela faria o seu melhor. Dumbledore não ia querer outro professor – e outro membro da Ordem – fora de ação.

– Dumbledore estará aqui perto das nove, Hermione – Lupin disse. – Você gostaria que eu providenciasse que algo fosse trazido da cozinha para o seu chá?

– Não, mas obrigada, professor – ela disse. – Tenho certeza que ficarei bem. Você achou alguma coisa nos seus livros?

– Não. – O professor de Defesa balançou a cabeça. – Vou continuar procurando, entretanto.

– Assim como eu – Hermione disse brandamente.

Lupin saiu, e Hermione derrubou sua mochila no chão, novamente se acomodando na cadeira ao lado da cama e olhando para o mestre de Poções.

Alguém, provavelmente McGonagall, tinha trocado o lençol azul escuro por um branco liso, que estava dobrado sob os braços de Snape. O tecido muito branco parecia estranho colocado sobre o corpo magro dele, a palidez doentia da sua pele acentuada pela clareza do lençol.

O suor gotejava de sua testa novamente, e brilhava no resto do rosto na luz suave. Ela havia desistido de secá-lo, sabendo que retornaria depois de poucos minutos, de qualquer forma.

A tranqüilidade do seu corpo era enganadora, escondendo uma luta interna terrível enquanto ele lutava para se recuperar da magia das trevas que procurava drená-lo da sua própria magia e vida.

Hermione apenas esperava que ele tivesse força e vontade para vencer. Ele estivera resignado com a morte, sem ousar acreditar até mesmo que Harry pudesse salvá-lo. Será que ele percebia agora, no seu estado inconsciente, que fora libertado das engrenagens mágicas que o prenderam por vinte anos? Será que não valia a pena lutar por esta liberdade?

Tudo depende de você, agora, Severo – ela pensou. Não havia nada que ela, ou mais ninguém, pudesse fazer por ele agora... nada a não ser esperar, observar e confiar.

Suspirando, ela abriu a mochila e tirou um dos tomos de magia antiga das trevas que trouxera da Seção Restrita da biblioteca. O Diretor instruíra Madame Pince que Hermione estava fazendo um projeto especial para ele e deveria ter acesso ilimitado a todos os recursos disponíveis. Ainda assim, a rígida bibliotecária tinha apertado os lábios numa linha fina de clara desaprovação quando dera baixa na retirada da coleção de Hermione. Os livros estavam cheios de magia das trevas, tanto teórica quanto prática; eles eram tanto fascinantes quanto perturbadores, mas até agora inúteis no atual problema.

Ela se perdeu na leitura, e quando percebeu, o Diretor entrava silenciosamente pela porta.

– Nenhuma mudança, então – Dumbledore murmurou suavemente, movendo-se para o lado da cama oposto ao de Hermione. Ele esticou uma mão enrugada e descansou as costas dela gentilmente na testa do mestre de Poções por um momento.

Hermione odiava o olhar nos olhos do Diretor quando ele observava Snape. Era o mesmo olhar que ele tinha quando a trouxera para os aposentos do mestre de Poções na manhã que Snape retornara; resignação e derrota. Hermione se recusava a desistir, mas ela seria uma tola se não admitisse que a situação estava ficando feia.

* * * * *

Na segunda-feira à tarde, depois de sua última aula do dia, Hermione tomou vantagem do sol de final da tarde para caminhar até a orla da Floresta Proibida para recolher algumas raízes de valeriana frescas para a Poção Mata-cão.

Ela mencionara a aproximação da lua cheia ao Diretor na noite anterior, e ele concordara que ela deveria começar a preparar a poção. Embora não fosse necessário que a poção estivesse pronta antes de quatro dias e levava apenas algumas horas para ser preparada, as raízes de valeriana tinham que ficar de molho na salmoura por pelo menos dois dias antes de serem adicionadas à poção.

A valeriana crescia na base das árvores, espalhando-se pelo chão e gerando pequenas flores lilases durante a primavera. Hermione ficou grata que a planta preferia um pouco da luz do sol e, assim, não crescia no interior da Floresta como alguns outros ingredientes de poções.

Localizando uma moita espessa da planta, Hermione se ajoelhou, colocando sua bolsa cuidadosamente no chão, já que estava cheia de pequenos frascos. Cada raiz que ela colhia tinha que ser separada, e Snape lhe ensinara que os frascos eram a melhor maneira de mantê-las intactas.

Tirando uma pequena faca da bolsa, ela começou seu trabalho.

Ela tinha recolhido três raízes quando um som na floresta atrás dela chamou sua atenção; girou o quadril para ver a égua apaixonada emergindo das sombras das árvores. Ela encarou incrédula a criatura; Snape a levara fundo na Floresta para encontrá-la, e Hermione sabia que a criatura se afastava do contato humano sempre que possível. O que a levara para tão perto da escola naquela noite?

Ela deu um passo cauteloso em direção à Hermione, observando-a com seus olhos grandes e brilhantes, e se ajoelhou no chão quando ficou próxima o bastante para ser tocada.

– Olá – ela disse calmamente. – O que você está fazendo tão longe de casa?

A égua apaixonada cheirou as vestes dela gentilmente, procurando pelos bolsos.

– Sinto muito, não trouxe nada para você – ela disse.

A criatura deu um passo para trás e olhou para ela com o que só poderia ser descrito como um olhar questionador. Não tinha voz exatamente, e Hermione não sabia o suficiente de conversação em latim para falar com ela como o Snape falara, mas a pergunta nos olhos brilhantes era clara.

– Severo não pode vir para vê-la – ela disse calmamente, e a criatura relinchou, talvez reconhecendo o nome do mestre de Poções. – Ele está doente; ele pode estar morrendo. Eu não sei... Eu não sei o que fazer – ela terminou num sussurro, sentindo sua garganta repentinamente apertada.

A pequena criatura abaixou a cabeça e fuçou sua mão. Hermione não conseguiu segurar as lágrimas, a ação compreensiva do pequeno animal trouxe à tona todo o desespero e desamparo que ela sentira nos últimos dias.

Ela baixou a cabeça, os ombros tremendo enquanto as lágrimas desciam silenciosamente pelo rosto.

– Eu não sei o que fazer – ela soluçou.

Ela se assustou um pouco quando sentiu o nariz macio no seu rosto, e a égua apaixonada bufou para as lágrimas dela. Ela lembrou-se de ter lido no livro de Snape que as éguas apaixonadas podiam sentir a dor, e embora ela não conseguisse se comunicar com o animal, talvez a frágil criatura pudesse entender o que ela estava sentindo.

– O que eu posso fazer? – ela sussurrou, e abriu os olhos para descobrir a égua apaixonada a observando. Quando Hermione encontrou o olhar dela, a criatura enfiou a cabeça na sua manga, puxando a mão que ainda segurava a faca.

Ela olhou para a faca, e a égua apaixonada fez de novo, puxando com mais força.

– Eu não entendo o que você está tentando me dizer – ela disse calmamente, confusa.

A criatura empurrou a cabeça embaixo da mão dela, quase fazendo com que ela quase derrubasse a faca.

– Cuidado – ela disse, afastando a mão. – Esta faca está afiada.

A égua apaixonada relinchou e continuou a cutucá-la.

– Não seja tola, você vai se cortar...

Os olhos de Hermione se arregalaram, e ela encarou a criatura quando ela bufou e deu um passo para trás repentinamente, como se sentindo que finalmente fora entendida.

Ela lembrava-se das palavras de Snape alguns meses atrás: “... uma promessa para jamais pedir pelas demais dádivas da égua apaixonada.”

– Não – ela disse, olhando para a frágil criatura. – Eu não posso. Ele prometeu jamais tirar isso de você.

A égua apaixonada a cutucou novamente, com impaciência.

– Eu não posso – ela disse novamente, desesperada. – Ele disse que jamais pediria. Eu não posso trair isso... ou ele.

A égua apaixonada balançou a crina, e a idéia que entrou na cabeça de Hermione era que ela não estava pedindo pelo sangue da criatura; ele estava sendo oferecido livremente. Ela lembrava-se de ter lido brevemente o capítulo sobre o sangue no livro da égua apaixonada, e de ler sobre seu potencial como um meio curativo. Na verdade, entretanto, ela deu pouca atenção àquele capítulo devido a promessa de Snape para a criatura.

Ainda que fosse um ingrediente curativo raro e apreciado, usado tanto sozinho quanto em algumas das mais poderosas poções curativas conhecidas pelos bruxos, era tão raro de se obter que as poções dificilmente eram citadas nos livros modernos. Se pego a força, o sangue se transformava num veneno fatal.

Mas ali estava ele, sendo oferecido livremente.

Poderia curar o mestre de Poções quando tudo mais falhara?

Ela olhou para a criatura novamente, seus olhos brilhantes a observando em expectativa.

– Você tem certeza? – ela perguntou nervosamente. Ela sacudiu a cabeça de uma maneira que Hermione podia quase traduzir como um assentimento, mas ainda hesitou.

– Severo não vai gostar disso. Ele vai se sentir como se tivesse traído a sua confiança nele. – Mesmo enquanto ela falava, entretanto, Hermione pensava que Snape poderia ficar bravo o quanto quisesse, se aquilo salvasse a vida dele.

A égua apaixonada bufou e cutucou a bolsa ao lado de Hermione. Os frascos vazios que ela trouxera para coletar a valeriana tilintaram audivelmente no silêncio da noite.

O sol havia se posto, e a lua nascido, mas havia apenas uma fina linha prateada no céu, jogando pouca luz nas sombras das antigas árvores da orla da floresta.

Hermione colocou a mão na bolsa e tirou o menor frasco, mal tinha o tamanho do seu dedo mindinho. A égua apaixonada olhou para ele com uma aprovação visível e novamente apontou com o focinho a outra mão dela, que ainda segurava a faca.

Hermione respirou fundo.

– Se você tem certeza...

Como resposta, a criatura levantou a perna frontal esquerda e colocou a pata no colo de Hermione, focinhando um ponto logo acima da primeira junta óssea.

Ela a observou com olhos confiantes quando, mordendo os lábios em concentração, Hermione levantou a faca e fez a menor incisão possível na pele da criatura. Ela tirou a faca tão logo viu um sinal vermelho, e apertou as bordas do corte levemente para que o sangue saísse.

Trocando a faca pelo frasco, ela o destampou e pressionou contra o ferimento, deixando o sangue correr lentamente para o recipiente. Levou apenas um minuto para enchê-lo, e ela o removeu, tampando-o rapidamente.

Voltando seus olhos para a égua apaixonada, ela quis sacar sua varinha e curar o corte quando percebeu que ele já tinha curado sozinho. Ela piscou, surpresa, e a criatura relinchou, olhando para o frasco ainda preso nas mãos de Hermione.

– Se isto funcionar – ela disse calmamente –, não sei como ele ou eu seremos capazes de agradecê-la um dia.

A égua apaixonada agitou a cabeça novamente, fuçando na mão livre de Hermione e depois saiu saltitando pela escuridão abaixo das árvores.

Ignorando os seis frascos vazios ainda na sua bolsa, Hermione levantou-se num pulo, juntou faca e bolsa, e voltou apressada para o castelo, tomada por uma sensação repentina de urgência. Aquilo funcionaria; ela sabia que sim. Tinha que funcionar.

Ela encontrou Lupin na gárgula de pedra do lado de fora do escritório do Diretor e passou à frente dele para subir a escada em espiral.

– Hermione, espere! O que aconteceu? – ele chamou atrás dela.

– Não há tempo – ela disse, assim que entrou no escritório circular. A sala estava vazia, mas ela foi direto para a lareira, pegou um punhado de pó de Flú e chamou: – Aposentos do Snape!

A sala de estar do mestre de Poções estava vazia também, e Hermione pegou a cópia dele do livro sobre éguas apaixonadas da prateleira e abriu a porta do quarto assim que Lupin emergiu da lareira, dizendo:

– Hermione, o que está acontecendo?

Dumbledore e McGonagall estavam ao lado da cama de Snape e levantaram o olhar quando Hermione entrou no quarto. O Diretor parecia mais cansado e esgotado que nunca, e Hermione notou que os olhos de McGonagall estavam levemente avermelhados. O repentino pensamento horripilante de que ela chegara tarde demais a atingiu, e ela se apressou até o pé da cama.

Ela não tinha visto o mestre de Poções desde a noite anterior, e agora, o levantar e abaixar do peito dele sob o lençol era quase imperceptível. O rosto dele tomara um tom pálido cinza doentio, e aquilo, combinado com o olhar solene nos rostos dos seus professores, dizia-lhe que ela tinha chegado bem na hora.

– Diretor – ela disse, folheando as páginas do livro rapidamente para encontrar o capítulo sobre o sangue. – Acho que descobri um jeito de ajudá-lo.

Dumbledore olhou para o outro lado da cama onde McGonagall estava parada, depois para Lupin, que se movera para ficar ao lado da professora de Transfiguração.

– Srta. Granger, temo que nós já tenhamos feito tudo o que podíamos – o Diretor disse tristemente. – Por mais que me doa admitir, não é o suficiente.

– Apenas leia – ela disse, estendendo a página aberta para ele, recusando-se a acreditar que não havia mais nenhuma chance. – Em voz alta.

O Diretor a olhou por um momento, mas então limpou a garganta e leu a partir da página aberta:

– O sangue da égua apaixonada é o agente curativo mais potente conhecido na bruxandade, ainda mais poderoso que as lendárias lágrimas de fênix. Entretanto, não é muito usado na medicina bruxa porque é considerado nada menos que impossível de se obter por bruxos ou bruxas comuns, cujas éguas apaixonadas evitam efetivamente. Apenas quando oferecido livremente pela criatura é que o sangue de égua apaixonada possui propriedades curativas. Retirar o sangue através de artifícios ou a força irá apenas fornecer um veneno mortal às mãos de quem o retira.

McGonagall e Lupin olharam de Dumbledore para Hermione, levemente confusos. O Diretor fechou o livro cuidadosamente e considerou Hermione novamente.

– Srta. Granger – ele disse seriamente. – Por mais que eu quisesse de ter esperança nessa possibilidade, Severo prometeu à criatura na floresta que jamais pediria pelo seu sangue ou pêlo. Ele não quebraria essa promessa, mesmo que sua vida estivesse em risco.

– Ele não precisou pedir – Hermione disse, mostrando o frasco com o sangue viscoso. – Foi dado para mim.

Dumbledore olhou fixamente para o frasco, maravilhado.

– Foi dado livremente? – ele perguntou cautelosamente.

Hermione assentiu com a cabeça. Ela rapidamente explicou o que havia acontecido na floresta, terminando brandamente:

– Eu não podia recusar depois que entendi. Pode ser a única coisa capaz de salvá-lo agora.

– Certamente – murmurou Dumbledore, ainda encarando o frasco na mão dela, o conteúdo quase preto na luz fraca do quarto.

– Bem, Alvo – McGonagall disse do outro lado do quarto. – Vai funcionar?

– Eu acho que pode funcionar – ele disse devagar, e desta vez, pela primeira vez em dias, a voz do ancião estava repleta de esperança, não desespero. – Em todos esses anos, eu nunca vi sangue de égua apaixonada, mas suas propriedades curativas, como o livro diz, são lendárias. Nós devemos tentar, e se não funcionar...

Não havia necessidade de Dumbledore terminar a frase. A aparência doente de Snape era o bastante para que todos no quarto soubessem que esta era a última tentativa para salvar a vida dele. Se isso – o agente curativo mais poderoso do mundo – não funcionasse, nada funcionaria.

– Vamos tentar logo, então – disse McGonagall urgentemente. – Nós não temos muito tempo.

Hermione baixou o olhar para o mestre de Poções novamente. Mesmo nos cinco minutos desde que ela entrara no quarto, a pele dele tinha ficado ainda mais acinzentada, as olheiras escuras abaixo dos olhos pareciam manchas roxas na pele pálida.

– Nós podemos colocar isso magicamente no estomago dele? – McGonagall perguntou, olhando para Dumbledore. Tanto Hermione quanto sua Diretora de Casa haviam usado este método para administrar a Poção Fortalecedora a Snape, sendo mais fácil que forçar o líquido a descer pela garganta do homem inconsciente.

Dumbledore balançou a cabeça, parecendo considerar a questão.

– Eu acredito – ele disse – que isso deva ser feito sem magia, se possível. O próprio sangue já é mágico, e eu estou relutante em interferir nisso, no caso de diminuir sua potência...

O Diretor se interrompeu incerto, e Hermione franziu o cenho, relembrando suas aulas de Magia Medicinal. Assim como os primeiros socorros mágicos, Madame Pomfrey também lhes ensinara muitas práticas que ela pegara de um nascido trouxa conhecido da área, e Hermione viu que podia usar uma delas agora.

– Acho que posso fazê-lo engolir isto – ela disse –, mas preciso de alguém para, hã, levantar o corpo dele um pouco, para descer mais facilmente.

– Permita-me – disse McGonagall, e surpreendeu Hermione sentando-se prontamente na cama ao lado de Snape e puxando o débil mestre de Poções para recostar-se contra ela, a cabeça dele descansando na curvatura do braço dela.

– Assim está bem, Srta. Granger? – ela perguntou. Notando o olhar incrédulo de Hermione, ela acrescentou: – Bem, o que você esperava que eu fizesse?

– Transfigurasse alguns travesseiros a mais para escorá-lo? – Hermione ofereceu, sorrindo um pouco.

– Isso é um tanto impessoal – McGonagall replicou. – Há lugar e hora para transfiguração, e não acredito que seja agora.

Hermione assentiu e subiu na cama também, ajoelhando-se ao lado de Snape. Lupin e o Diretor ficaram em pé, em silêncio, observando Hermione inclinar gentilmente a cabeça de Snape um pouco mais para trás. Ele estava quente ao toque, ainda ardendo em febre. McGonagall ajustou seu abraço para suportar a cabeça dele novamente, e Hermione destampou o frasco com o sangue.

Ela estudou o rosto pálido do mestre de Poções por um instante, rezando para qualquer entidade, trouxa ou bruxa, que pudesse estar ouvindo para que aquilo funcionasse.

Separando os lábios macios e secos dele com as pontas dos dedos, ela colocou o frasco entre eles e o inclinou cuidadosamente, permitindo que o líquido deslizasse lentamente para a boca dele. Com sua outra mão, ela gentilmente massageou a garganta, provocando os reflexos para que ele engolisse e espalhar o líquido para dentro do corpo dele.

Ela continuou até que o pequeno frasco ficasse vazio.

– O que acontece agora? – ela perguntou a Dumbledore enquanto McGonagall abaixava Snape de volta cuidadosamente sobre os travesseiros e levantava-se da cama.

– Agora – o velho bruxo respondeu –, nós esperamos.

Depois de um momento de silêncio, no qual Hermione não fez nenhuma menção de sair do lado de Snape, McGonagall limpou a garganta e disse:

– Talvez Remo e eu devamos aparecer para o jantar.

O professor de Defesa, que estivera observando os procedimentos em silêncio, assentiu com a cabeça, acrescentando:

– Vai parecer suspeito se todos nós estivermos ausentes.

– Eu devo até descer para me verem comendo alguma coisa também – o Diretor comentou. – Duvido que o sangue terá algum efeito imediato. Srta. Granger, você tem alguma objeção quanto a nós deixarmos você aqui por uma hora ou mais?

– Não, tudo bem – Hermione disse. Era o turno dela de ficar com o mestre de Poções, de qualquer maneira.

– Muito bem – disse o Diretor, baixando o olhar para Snape. – Eu realmente espero que vejamos alguma melhora logo.

Os três professores deixaram o quarto, Lupin dando à Hermione um sorriso encorajador quando fechou a porta.

Ela o devolveu e depois desceu da cama quando a porta fechou, puxando o lençol sobre o peito de Snape novamente; ele tinha escorregado quando elas o levantaram para engolir o sangue. A cicatriz da faca ainda estava lá, ela notou, mas – ela pousou uma mão na testa dele para ter certeza – ele não estava mais suando profusamente. Era uma coincidência, ou um efeito do presente da égua apaixonada?

Ela deixou que sua mão descesse pelo rosto dele até encontrar o pulso no pescoço. Não, não era sua imaginação; uma cadência forte e regular pulsava sob seus dedos pela primeira vez em quase uma semana.

Os joelhos de Hermione subitamente ficaram fracos com o alívio, e ela ficou feliz pela cadeira atrás dela quando tropeçou para trás e caiu sobre ela.

Ele ia viver.

Ela tinha presumido isso quando ele ainda ficou vivo depois da adaga ter sido removida, mas os últimos cinco dias ensinaram-lhe a não tomar nada como garantido. Agora, entretanto, ela sabia que ele ia viver. Ela podia sentir e, olhando para o rosto dele, podia ver.

A pele pálida já tinha perdido aparência doentia e acinzentada, e embora as olheiras cansadas e escuras permanecessem sob seus olhos, toda a sua aparência dava a impressão de um homem dormindo, não de um inconsciente e próximo da morte.

Hermione se viu sorrindo – realmente sorrindo – pela primeira vez em dias, e ela inclinou-se para frente para descansar sua mão sobre a dele; era macia e quente ao toque.

As cortinas do outro lado do quarto estavam abertas novamente, e ela podia ver o borrão escuro da Floresta Proibida ao lado do lago. Ela mandou um agradecimento silencioso para a pequena criatura em algum lugar dentro das árvores.

Naquele momento, uma voz sussurrante, rouca pelo desuso, atingiu seus ouvidos.

– Hermione.

* * * * * * *

Continua

N.A.: Obrigada a todos que leram e mandaram reviews para o último capítulo.

Muito obrigada a Keladry pelos comentários e idéias neste capítulo e na história como um todo. Parece que ela não liga eu me ouvir discursar (ou ela é boa em fingir – rs), e as contribuições dela são inestimáveis, especialmente em resolver pequenos problemas como pontos do plot e aquela coisa irritante conhecida como continuidade.



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