Preliminares



OFF: Eu gostaria que ouvissem o vídeo quando chegar na parte da Câmara Secreta em diante. Expressa muito o sentimento dos Lobos deste dia em diante.


 


Capítulo XIII – Preliminares


 


O dia ainda estava para nascer em Hogwarts. Harry levantou cedo, como já era de costume, porém mais cedo do que o normal. Ele precisava deixar uma mensagem a sua matilha e a melhor hora era quando todos ainda estavam dormindo.


Ele havia pegado pesado com seus companheiros de treino, no primeiro treino, e no próximo seria pior, mas neste eles estariam sobre outro tipo de pressão: a psicológica. Seus colegas foram a vida inteira ensinados de que certas magias são proibidas, e algumas de fato são melhores caídas no esquecimento, para se ter uma sociedade com baixa mortalidade. Mas não numa guerra. Agora eles teriam de mostrar nervos de aço para seguir no programa de treino.


Muitas vezes Harry se perguntava se não era crueldade fazer com seus colegas o mesmo que fizeram com ele, pois Harry desde o início estivera manipulando seus colegas para que eles chegassem ao ponto de querer aderir a guerra. Mas, logo ele se repreendia, pensando que crueldade era saber o que aconteceria com eles se não fossem treinados e não fazer nada para mudar.


A verdadeira busca de todo o soldado é arranjar uma desculpa para todas as mortes que ele causa, e assim será eternamente. A desculpa de Harry Potter? Destino, talvez. Mas ele não acreditava em destino. Harry sempre achou que fora amaldiçoado por Sibila, por Voldemort e até por Dumbledore. Ele estava destinado a ser a ponta da lança que perfuraria a armadura de maldade de Lord Voldemort, furando seu coração negro e pondo um fim na existência do mal, e os Lobos e futuramente os seus exércitos seriam o cabo da lança.


O atual problema era que Tom estava muito silencioso. Não fizera absolutamente nada contra o povo bruxo desde que Harry matara vários de seus comensais, na Caçada Inicial. E isso estava preocupando Harry Potter a um nível extremo, pois isso só poderia significar duas coisas: ou Tom estava buscando mais poder, para garantir que derrotaria Harry Potter; ou estava reunindo suas tropas para começar a atacar o mundo bruxo. Ou talvez até ambos. Poderia haver uma terceira opção, a covardia, mas isto não fazia o estilo do orgulhoso lorde das trevas, de jeito nenhum, ele adorava mostrar poder e subjugar seus adversários.


Sendo assim, ele poderia esperar um ataque a qualquer momento, mas aonde?


Enquanto divagava, percebeu que chegara ao lugar da marcação. Sacou sua varinha e murmurou um feitiço de criar uma imagem prismática, o mesmo feitiço usado para conjurar a Marca Negra, o tão temido feitiço-registro de Tom. Mas sua imagem era diferente, era uma cobra reverenciando a lua cheia, no céu fictício do Salão Principal. Seus lobos com certeza identificariam o sinal, e assim Harry foi para o jardim, ver o sol nascer.


 


 


Depois de uma tediosa aula de Adivinhação (que Harry há muito tempo considerava inútil, e culpava o dom de adivinhar o futuro por todos os seus infortúnios) durante a manhã, agora de tarde todos os alunos de Hogwarts iam para o Clube de Duelos. Só do segundo ano acima era permitido lutar, mas todos deveriam ir para o Clube para aprender, em teoria, o que fazer no combate.


Quem estava dirigindo as aulas do Clube agora era Remo Lupin, um dos poucos membros da Ordem da Fênix a quem Harry gostava, com excessão dos Weasley. Remo estava ensinando algumas azarações comuns, e após terminar a explicação perguntou:


-Alguém pode me dizer a importância do trabalho em grupo?


-Toda e nenhuma. – Disse Harry frio do fundo do grupo, e todos os olhares se voltaram para ele.


-Poderia se explicar, Harry? – Remo estava confuso.


-Pois não. – Sorriu ele. – Ele tem toda a importância se você sabe o que quer, se sabe por que seus companheiros estão ali e se você sabe por que você está lutando. Também depende se você se importa com as pessoas ao seu redor, caso contrário não serve para nada. Vejam um exemplo que todos conhecemos: Tom Riddle, que se auto intitula Lorde Voldemort, não tem nenhum amigo. Não confia em ninguém. Segundo ele mesmo, não precisa de amigos, só de servos. Aí é que ele se engana. A única coisa que ele tem é a maldita cobra dele, Nagini. Mas, ainda é uma cobra, e quem ou o que irá vigiar as costas dele enquanto ele estiver preocupado com o que acontece a sua frente? Ninguém. E aí é que está o seu problema, pois sempre há alguém mais forte do que ele, alguém que pode pegar ele pelas costas, enquanto ele não está preocupado.


-Bem, - Continuou Harry, após uma pausa retórica. – O defeito dele é que ele se acha poderoso demais, se acha muito bom e melhor que os outros. Por isso, sempre há traidores nas suas fileiras, sempre há, é só saber procurar. Sempre há alguém que quer tomar o seu lugar. Se ele realmente fosse tão poderoso como diz, ele não precisaria de soldados, ele iria vir aqui e agora e matar a todos nós sozinhos, e ele poderia fazer isso, e poderá, a menos que nós aprendemos o trabalho em equipe. Pois essa é a diferença de nós para eles, os Comensais: cada um aqui, eu tenho certeza, tem pelo menos uma pessoa com quem se importa, estando ela aqui ou não. Por exemplo, aqui eu não luto por mim, nem por um mestre ou coisa assim, eu luto pela liberdade, pelos meus amigos, pelos meus colegas e por Hogwarts num todo. E é assim que todos deveriam fazer, levar os treinos do professor Remo a sério e aprender o máximo que puderem com ele, e ainda assim, buscar conhecimento externo. Por mais competente que seja um professor, o quão bom será de seu aluno depende inteiramente do mesmo.


Todos os alunos, desde o primeiro ano até o sétimo, de todas as casas, inclusive da Sonserina, começaram a o aplaudir.


Ponto. Pensou ele.


-Muito bem, Harry. – Disse Remo impressionado. – Vinte pontos para a Grifinória. Eu não poderia dizer em melhores palavras. Agora, quero que se dividam em grupos de quatro pessoas, e dentro deste grupo devem escolher uma dupla, para treinarmos exercícios de ataque e defesa simultâneos...


E assim a aula transcorreu normalmente.


Na hora do almoço, Harry estava sentado com Gina, Rony e Hermione (pra variar).


-Então, Hogsmeade neste final de semana... – Comentou Rony.


-Pois é. – Disse Gina. – Harry, nós poderíamos ir ao Café da Madame Pudifoot, não poderíamos?


-Claro Gina, seria ótimo. – Respondeu ele, e tanto ele quanto Gina perceberam o olhar que Hermione dirigiu a Rony e depois suspirou.


Harry apenas balançou a cabeça. Ele teria que fazer os dois ficarem juntos, poderia ser um importante ponto forte na sua equipe se eles assumissem seus sentimentos. E ele faria isso do jeito que une as pessoas mais do que cem anos de amizade: a dificuldade e o sofrimento.


 


 




Na Câmara Secreta, onde agora estavam instalados os Lobos da Noite, o clima era tenso. Todos eles esperavam pelo líder da matilha, apreensivos. E quando ele finalmente chegou todos prenderam a respiração por um instante, e Harry percebeu isso, e isso o agradou. “Não deveis temer, mas sim respeitar.” – Dizia-lhe Hefesto.


-Meus caros colegas. Hoje foi um dia especial para nós. Como todos puderam perceber, no clube de duelos eu sutilmente insinuei que eles deveriam se preparar para o que vem, e também sorrateiramente insinuei que eu poderia lhes ensinar mais do que eles aprendem com Remo. – Disse sorridente. – De qualquer forma, comecemos com o nosso treino. Já estão aquecidos?


-Sim, Harry. – Responderam todos em uníssono.


-Ah, só para constatar, hoje no final do treino terão um presente especial. – Disse ele. – Agora, vou lhes ensinar o que vocês jamais aprenderiam em lugar algum senão nas fileiras de Voldemort.


-Vai nos ensinar as Imperdoáveis? – Perguntou Simas e seus colegas se arrepiaram.


-Não, mais do que isso. Vou lhes ensinar a ter sangue frio. – Respondeu Harry seco. – Para quem tem a alma inocente, matar parece algo muito fácil, mas não é. Muitos veteranos de guerra acabam se matando por remorso e por vergonha. Simas!


-Sim? – Perguntou ele temeroso.


-Me mate. – Imperou Harry.


-Como é? – Questionou ele sem entender.


-Me mate! – Gritou Harry.


-Por que? – Perguntou ele.


Enquanto gritava a frase a seguir, Harry ia se aproximando de Simas até quase encostar seu rosto no dele:


-Por que eu sou o seu comandante! Por que eu estou lhe mandando. E diabos, Simas, por que se você não me matar agora eu vou pegar minha varinha e vou matar a todos os outros agora.


Simas ficou sem ação. Estava apavorado. Harry sacou sua varinha e apontou para Neville.


-Me ataque, Simas! Crucio!


Neville se retorcia de dor e isso só deixou Simas mais nervoso.


-Pare! – Gritou Simas. – Por favor, pare!


-Então faça alguma coisa para eu parar, Simas. Eles todos vão sofrer por sua causa, Simas. Me ataque! Crucio!


Desta vez foi a vez de Dino sofrer com o cruciatus.


Simas sacou a varinha, mas ao ver Rony ser atingido pelo cruciatus ficou estatizado e acabou derrubando a varinha no chão. Foi então que ele não agüentou:


-Pare Harry, por favor, pare! – Ele estava gritando e chorando. – Por favor, eu não consigo ver isso.


Harry olhou para a figura do colega ajoelhado no chão, implorando-lhe por piedade. Balançou a cabeça tristemente e falou, num tom gélido:


-Recomponha-se, Simas. – Quando ele finalmente voltou ao normal, Harry prosseguiu. – Isso que o nosso amigo Simas acabou de sofrer foi a pressão psicológica. É exatamente o que aconteceria se os Comensais nos atacassem agora. Vocês não tem condições de os enfrentar, pois não tem sangue frio, para ver seu companheiro ferido e mesmo assim continuar lutando. Deve-se ter sangue frio para obedecer à uma ordem de um superior, por mais difícil que ela seja. É por isso que vocês devem aprender a ter sangue-frio.


-E como vai nos ensinar, Harry? – Disse Rony levantando-se sendo amparado por Hermione, dolorido mas entendendo o motivo de tudo aquilo.


-Só existe uma maneira: a prática. – Respondeu ele com tom sombrio.


-Eu acho que não entendi... – Comentou Hermione.


-Vamos lá, quem aqui sabe usar um Avada Kedavra? – Disse Harry fingindo não ter ouvido a pergunta.


Ninguém disse nada, como Harry previra.


-Muito bem, desde o início. – Suspirou resignado. – Para usar a Maldição da Morte, como é conhecida, embora existam outras mais sofisticadas, é necessária a plena intenção de realizar tal ato. Mesmo que Simas antes tivesse me lançado um Avada, nó máximo ele me causaria um sangramento nazal. Isso por que era visível que ele não queria me matar. Vamos treinar agora com serpentes conjuradas. Não exitem, pois elas vão atacar vocês, e por mais que tenhamos uma enfermaria, dói pra burro.


E assim Harry de uma só vez conjurou cerca de dez serpentes, que imediatamente, sob ordem de Harry (ofidioglossia), foram atacar os Lobos. Eles inicialmente ficaram assustados, e Harry teve de tomar providências:


-Escutem aqui, seus depravados! Se vocês não matarem estas cobras, o que vão fazer quando as cobras que se chamam Comensais forem atacar os pais de vocês? Vão fugir quando ouvirem os gritos de dor de seu pai, quando sua mãe for estuprada por aqueles nojentos mentecaptos, vocês não vão fazer nada? Vão chorar?


A raiva se estampou no rosto dos Lobos, principalmente dos rapazes. Eles ficaram tomados por um ódio impressionante, e começaram a lançar Avadas contra as serpentes. Inicialmente foi inefetivo, mas logo eles conseguiram destruir as serpentes. E assim Harry fez mais, e mais, e foi “incentivando” da mesma maneira a cada falquejada deles, até que todos conseguissem exterminar as cobras sem receio.


-Muito bem, vocês já entenderam como funciona. Iremos trabalhar em duplas agora. A primeira missão dos Lobos. Malfoy e Finngam. Granger e Rony Weasley. Thomas e Longbottom. Chang e Gina Weasley. Estas são as duplas. Mas antes de eu explicar a missão, vou lhes explicar como que funcionam as missões. Existe o Alvo, ou o Objetivo, que é o que deve-se ser cumprido. Existem os Protocolos, que são exigências que devem ser cumpridas a toco custo. Ou melhor, que não devem ser descumpridas. Em resumo é o que vocês precisam saber inicialmente.


-O que iremos fazer, Harry? – Perguntou Cho.


-Uma boa pergunta. Vocês já sabem aparatar, não é? – Todos concordaram com a cabeça. – Então agora eu vou remover o feitiço rastreador do ministério para vocês usarem as suas magias livremente, e depois vocês irão aparatar em Londres, na casa de um Comensal.


-Faremos o que lá? – Perguntou Neville.


-Tomar chá, Longbottom. – Comentou Harry sarcasticamente. – Fui informado por um informante (N/A:seria por um carteiro?) que em tal casa hoje está se dando uma reunião só de Comensais. Eu quero que vocês vão lá e matem todos eles.


-Como é? – Indagou Hermione.


-Isso mesmo. Vocês vão matar eles. – Disse Harry Sério, para demonstrar que não era brincadeira. – Mas, quero um vivo. Um homem conhecido por Kyall. Ele deve ser mantido vivo como um dos protocolos da missão. Eu tenho algo para vocês agora. – E dizendo isso foi buscar alguns pacotes, um para cada membro do grupo. E entregou um a cada.


-O que é isso? – Perguntou Gina ao abrir e não entender o que era.


-Uniforme. Mais precisamente um meio de não serem reconhecidos. A partir de agora, sempre que estiverem agindo secretamente em nome dos Lobos da Noite, usarão estes trajes. – Respondeu Harry solene. – Vejam bem, se os Comensais virem um bando de adolescentes que deveriam estar em Hogwarts, eles vão desprezar vocês. Mas se eles virem um grupo de combate vestido uniformemente e com uma roupa apavorante de Seita, eles vão se apavorar, principalmente quando os Avada’s começarem a os pegar. O medo é a melhor arma.


As vestimentas eram calças pretas estilo militar justas, botas negras de combate, camisa preta, casaco moletom também preto, e uma jaqueta preta estilo de motoqueiro, com um capuz que vinha do moletom e uma máscara de face inteira metálica e com expressão de um lobo.


-Nossa... – Sussurrou Neville.


-Caracas! Isto é demais! – Exclamou Rony. – Valeu Harry.


-De nada. Agora tem outra coisa.


-O que? – Perguntou Cho.


-Simples. Por mais que estejam fardados e irreconhecíveis visualmente, se começarem a se chamar de Hermione, de Simas ou Neville, logo descobrirão suas identidades. – Explicou Harry. – Vocês devem adotar codinomes. Vou dividir vocês em três duplas de ataque, e uma dupla de apoio. Equipe Alpha, Malfoy e Finngam; Equipe Bravo, Granger e Rony Weasley; Equipe Charlie, Longbottom e Thomas; Equipe de Apoio, Chang e Gina Weasley. Sendo assim, Draco é A1, Simas é A2, Hermione é B1, Rony é B2, Neville é C1 e Dino é C2. No apoio temos Cho com D1 e Gina com D2. Entendido?


-Sim, mas por que equipe de apoio? Eu posso lutar! – Disse Gina indignada.


-É. – Concordou Cho.


-A equipe de apoio é a mais importante. Eu só confio em vocês duas para isso. Vocês são responsáveis pela vida de cada um dos outros em caso de problema na missão.


E assim Harry passou mais duas horas falando de Estratégia Militar e Tipos de problema que se pode enfrentar numa missão. Quando terminou, disse:


-Agora peguem estes comunicadores de ouvido: é coisa dos trouxas, mas é genial. – Disse Harry entregando a eles. – Vocês colocam em um dos ouvidos e quando o ligarem estarão na linha, e assim tudo que for falado poderá ser ouvido por todos.


E assim todos experimentaram.


-Se vocês forem bem nesta missão, poderemos começar com os treinos de verdade. Sei que talvez não estejam prontos, mas o único jeito de se aprender este tipo de coisa é na marra mesmo. Desta vez, eu vou comandar, mas das próximas, eu vou selecionar o Lobo com o melhor desempenho para comandar as missões. Lembrem-se: trabalho em equipe. Não deixem seu companheiro morrer. Não morram, e finalmente: TRAGAM AQUELE BASTARDO VIVO. Estes são os parâmetros.


E assim Harry tirou o feitiço do ministério deles, e disse:


-Boa sorte. Façam uma corrente, para que possamos aparatar todos juntos perto da casa.


E assim todos fizeram uma corrente em Harry, e ficaram se perguntando como ele iria girar para apartar, mas isso não aconteceu: por um instante, eles pareciam estar sendo comprimidos numa pequena esfera do tamanho de um feijão, e depois eles voltaram a ocupar o espaço normal, só que estavam em frente a uma casa. Uma mansão na verdade. Todos estavam desnorteados e surpresos, mas a explicação ficaria para mais tarde.


-Em posição, Lobos da Noite. – Disse Harry frio. – Que eles saibam da presença de um novo grupo no combate.


 


OFF: Não me matem! O capítulo estava ficando muito grande e eu tive de cortar ele em dois, para não extrapolar os limites.


A missão em si fica para o próximo capítulo, que contará também com um momento R/Hr para quem curte, com mais som pancadaria e com muitas mortes... De Comensais!

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