Lembranças

Na cozinha, Hermione fica sabendo pela senhora Weasley que Gina se queixou de dor de cabeça e foi deitar mais um pouco

Dor de cabeça... Sei exatamente que dor de cabeça é essa... Hermione pensa enquanto sobe as escadas em direção ao quarto que divide com a ruiva

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No quarto

Gina está deitada. Ela olha para o teto, tentando em vão colocar seus pensamentos em ordem. Em vão porque a ruiva sabe que para isso seria preciso tirar Harry Potter de seus pensamentos e ela sabe que esta é uma tarefa impossível, principalmente agora com Harry no quarto de seu irmão a poucos metros de distância. Tão perto que ela quase chega a sentir o seu perfume.

Admita Gina. A ruiva fala para si mesma. Você não estava preparada para reencontrá-lo não apenas por causa do fim do namoro, mas também por causa da voz que você ouviu no trem. Você tem medo que ele perceba que há algo errado, algo que não tem nada a ver com o fato de vocês terem terminado

Ao contrário do que Hermione está pensando, Gina está diferente também por causa da voz que ouviu no trem. Fato que ela escondeu de todos para não trazer um problema a mais nestes tempos tão difíceis... Além disso há também a sensação de que algo muito ruim vai acontecer. E a ruiva sabe que de alguma forma vai estar envolvida.

Embora ela evite tocar no assunto. O incidente do seu primeiro ano nunca saiu de sua mente, pelo menos não completamente. Mas a ruiva decidiu agir como se ele nunca houvesse ocorrido, pelo menos na maioria do tempo. No início ela até falava sobre isso, mas acabou parando quando viu que sua mãe ficava muito preocupada. Com o passar dos anos a própria Gina quase não pensava no assunto. Até o dia do ataque ao ministério...

A ruiva sentiu a presença do mal naquele dia, sentiu com uma intensidade que talvez só Harry Potter compreendesse. Era como se o mal penetrasse em suas entranhas e fosse aflorar a qualquer momento.

Gina teve que usar todas as suas forças pra continuar lutando naquele dia e quando tudo terminou, ela decidiu não revelar nada pra ninguém. Não queria acrescentar mais uma preocupação aqueles tempos tão difíceis...

E ela continuou tendo aquelas sensações. Cada vez que havia um ataque... No começo ela não notou a ligação entre as duas coisas, mas depois ela percebeu e acabou admitindo que não poderia ser apenas coincidência. Gina decidiu guardar isso com ela, mas com o passar do tempo as sensações foram ficando mais frequentes e ela acabou contando a uma pessoa. Dumbledore...

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As cenas a seguir se passaram a cerca de um ano atrás.

Gina acabou de terminar o namoro com Dino. Ela não é a pessoa mais triste da face da terra, mas mesmo assim está chateada. A ruiva se encaminha para a aula de poções quando uma escada resolve mudar de posição

Droga! Ela pensa. Cinco anos nesta escola e eu ainda caio num truque desses! Ela olha e percebe que está em um local que não costuma freqüentar um corredor com uma porta que ela nunca viu antes. Será que é a sala precisa? Pensa. Mas eu não desejei nada...

Esse é seu último pensamento. Gina desfalece sentindo uma forte dor...

Ela acorda na enfermaria sem saber direito o que aconteceu. A primeira coisa que a ruiva vê é que Dumbledore está a seu lado, Ele a fita com olhar bondoso, mas inquisidor – Espero que esteja melhor senhorita Weasley... (ele fica em silêncio por alguns instantes antes de dizer) Eu acho que precisamos conversar, acho que você tem algo para contar.

Gina olha para o diretor. A ruiva notou que Dumbledore fez uma afirmação, não uma pergunta. Gina olha novamente para o diretor sem disfarçar que está desconcertada. Ele permanece com um olhar bondoso, mas é evidente que ele espera que a ruiva fale alguma coisa.

Gina tenta desconversar. Ela não sabe como tocar no assunto das sensações estranhas e, acima de tudo, ela não quer que ninguém pense que ela ainda é aquela menininha que foi enganada e subjugada pelo diário de Tom Riddle – Eu desmaiei... Acho que não ando me alimentando muito bem

Espero que agora você passe a se alimentar direito. (Dumbledore fala e a ruiva vê que os olhinhos azuis do diretor a fitam inquisidoramente. Gina tem a certeza que ele sabe que não foi bem isso que aconteceu). Descanse agora. (Dumbledore se prepara para sair)

Dumbledore! (a ruiva fala num impulso)

O diretor vira-se como se já estivesse esperando – Sim...

Gina olha para ele sem saber como começar. O diretor senta-se ao lado dela e segura a sua mão. Gina sente uma certa segurança. É como se, não importa o que acontecer, no final tudo fosse ficar bem.

Eu não sei direito como explicar, ( a ruiva fala ainda relutante) desde o ano passado estou tendo certas... Como posso dizer? Sensações. Sensações estranhas... Como se alguém estivesse me espionando. Eu sei que parece loucura...

Dumbledore olha para a ruiva e não fala nada, mas seu semblante é de compreensão. – Você deve descansar agora. Quando madame Pomfrey liberar você, gostaria que fosse a minha sala (ele fala e se retira)

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Gina permanece algumas horas na enfermaria sob os cuidados de madame Pomfrey que passa o tempo inteiro reclamando da alimentação precária da ruiva. Quando finalmente é liberada ela se dirige à sala do diretor.

A ruiva está pensando em como entrar já que não tem a senha, quando a porta se abre e Snape sai. Gina vê que ele parece atormentado. O professor quase colide diretamente com ela ao sair da sala – Perdida, senhorita Weasley. (Ele fala ironicamente enquanto se recompõe)

Não. Não estou perdida professor Snape. O diretor falou que queria me ver. Pode confirmar com ele, se quiser. (A ruiva o encara desafiadoramente) Só que eu esqueci de perguntar a senha

Pois bem... (Snape fala dando passagem) A senha é sapos de chocolate, pode entrar. E a propósito, dez pontos a menos para grifinoria!

Por um momento a ruiva pensa em perguntar por que, mas depois desiste. Ele no mínimo vai dizer que eu estou respirando depressa demais... Ou devagar demais... Ou que estou simplesmente respirando. Pensa dando de ombros enquanto fala a senha e entra na sala do diretor

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Dumbledore está sentado acariciando as penas de fawkles – Senhorita Weasley vejo que está melhor. Por favor, sente-se. Aceita uma bala?

Gina balança a cabeça negativamente. Dumbledore sorri e continua – São balas trouxas. Uma das maravilhas que eles fazem

Gina – O senhor quer falar comigo...

Dumbledore olha fixamente pra ela – Não... Na verdade acho que você precisa conversar com alguém

Gina permanece calada, Dumbledore continua – Eu conheço cada um de meus alunos... Desde que entraram na escola, alguns eu conheci até mesmo antes... Eu sei que algo está acontecendo. Eu sei que algo... Ou alguém (os olhos azuis do diretor se fixam nos olhos cor de chocolate da ruiva como se ele quisesse ver a sua alma) está te incomodando há algum tempo. Anos, se não me engano. E eu gostaria muito de estar enganado (Gina nota o tom entristecido na voz do diretor). Mas eu não estou... Ou estou?

Gina balança a cabeça negativamente evitando olhar para o diretor. Ela não tem certeza que gostaria de ouvir o que ele está pensando

Dumbledore continua – E acho que não preciso falar pra você do que se trata... (ele olha pra Gina com pesar)

Ele está ficando mais forte... (Gina consegue balbuciar) Não me pergunte como eu sei, mas eu sei... Eu sinto. Eu sei que ele está por perto...

Dumbledore – Você tem uma ligação com ele... Como o Harry tem através da cicatriz

Gina olha para o diretor sem entender, Dumbledore completa – Não se domina a mente das pessoas impunemente, Gina. Ao fazer isso com você Voldemort deve ter estabelecido uma espécie de elo com você. Antes eu pensava que era algo involuntário, agora já não tenho essa certeza...

Gina olha para Dumbledore apavorada, é como se o pesadelo que ela viveu em seu primeiro ano ameaçasse vir à tona novamente. Será que vai começar tudo de novo? Pensa. Maldita hora em que achou o diário nas suas coisas

Como se Dumbledore estivesse lendo os seus pensamentos, ele fala – Há muita coisa que você ainda não sabe. (ele olha para a menina que está prestes a formular uma pergunta) Não... Ainda não Gina. Você vai saber na hora certa... Mas lembre-se que você é forte Gina. Mais forte do que pode imaginar. Com a educação certa será uma bruxa poderosa... Se tivermos tempo...

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De volta aos dias atuais

Mas não houve tempo... Gina pensa consigo mesma. Depois desta conversa ela e o diretor nunca mais tiveram oportunidade de falar sobre o assunto. Em seguida ela começou a sair com Harry e nada mais teve importância, até as sensações pararam. E depois... Ela pensa com tristeza no enterro de Dumbledore e em tudo que aconteceu

Ela está perdida em seu devaneio quando ouve alguém bater na porta. Já estava demorando... A ruiva pensa, Ela tem certeza de quem está do outro lado quando diz – Entra Hermione...

A porta se abre, Hermione olha espantada para a amiga – Como você sabe que sou eu?

A ruiva esboça um sorriso – É meio óbvio, você não acha? Eu estava marcando no relógio quantos minutos iria demorar até que você viesse me perguntar se eu vi o Harry...

Hermione fala meio desconcertada – Eu fui falar com ele primeiro. Perguntar o que havia acontecido com vocês...

Gina – E por que você não me perguntou? Não falou comigo diretamente? (Ela fala um pouco ríspida).

Hermione olha para a amiga e fala no seu costumeiro tom mandão – Será porque toda a vez que alguém tocava no nome dele você saía de perto? Ou porque você mal falou com qualquer pessoa nesses dias?

Gina olha para Hermione e não fala nada, mas seu olhar pede desculpas à amiga. A morena continua – Se te consola, eu acho que o Harry é um trasgo!

Gina sorri ao mesmo tempo em que luta para conter uma lágrima – Consolar não consola, mas faz com que eu me sinta um pouquinho melhor.

Hermione – Eu juro que tento entender a cabeça dos meninos, mas não entendo... Vocês se gostam tanto! Não é justo

Gina enxuga a lágrima que teimou em escapar – Justiça não tem nada a ver com isso. Eu entendo os motivos do Harry, mas isso não faz com que eu me sinta melhor...

Hermione olha para a amiga. A morena não sabe por que, mas tem a impressão que há algo mais. Ela conhece a amiga muito bem. É natural que a Gina se sinta triste pelo fim do namoro, mas não é só isso... Ela está diferente. Parece com medo. Um medo maior do que o que todos nós estamos sentindo. Ela senta-se ao lado da ruiva e segura na sua mão – Mas não é só isso... Há mais alguma coisa. E nem adianta falar que não.

Gina luta contra as lágrimas, mas não se sente preparada para falar sobre o assunto. Nâo ainda. Eu só iria preocupar a todos. Ninguém precisa disso a essa altura...

Ela desconversa – Não se preocupe. Eu vou ficar bem. Não é meu primeiro namoro que acaba.

Hermione apenas olha para a amiga e não fala nada. Mas é o único por quem você era verdadeiramente apaixonada. É o que a morena pensa, Hermione decide não insistir. Ela sabe que a amiga vai procurá-la quando precisar desabafar. Espero que não demore. É só olhar pra Gina pra perceber que ela precisa muito falar com alguém...


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NOTA DA AUTORA

Em primeiro lugar muito obrigada a todo mundo que esta lendo. Valeu mesmo viu gente! Agora eu vou fazer um pedido bem pequenininho...

Eu PRECISO de comentários. Não estou fazendo chantagem não, longe disso. Em momento algum pretendo deixar de escrever, mas preciso muito saber o que vocês estão achando da fic. Eu sei que ela ainda está no comecinho e muitas vezes as pessoas não se animam a comentar. Mas é muuuuuito importante pra quem escreve. Então por favor, façam uma forcinha

Em segundo lugar, a fic ignora totalmente o livro sete e procura ser fiel ao que aconteceu até o sexto livro. Mas talvez eu tenha que mudar um detalhezinho ou outro do que aconteceu nos outros livros para que eles se adaptem melhor a minha história ok. Nada muito gritante, só uma coisinha ou outra

Em teceiro lugar mil desculpas pela demora. Não vou ser repetitiva, os motivos são os mesmos de sempre, trabalho... Aquela coisa chamada mundo real. Além disso tem as minhas outras fics. Espero que compreendam

Bem, é só.

Bjos e boa leitura (e deixem seu comentário)

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