No Egito



De volta a Hogwarts


Hermione termina de arrumar a sua bolsa. A morena, é claro, está levando umas coisinhas que ela acredita poderem ser úteis. Nunca é demais prevenir. Ela pensa. Hermione só lamenta não ter lido mais a respeito do Egito. Ela poderia ter feito isso nestes dias que antecederam a partida, mas outra coisa tomou completamente seus pensamentos. E ainda toma... Será que é possível? Ela fala para si mesma. Então por que ninguém nunca desconfiou, nunca investigou?


Ela se recrimina por ter aceitado os fatos tão rapidamente, por não ter se recusado a aceitar assim como Harry se recusou. Ela sabe que, se o menino que sobreviveu souber, vai literalmente enlouquecer. E o pior, vai se encher de culpa por não ter feito nada. Como se ele pudesse fazer. Na verdade Hermione ainda não tem certeza se algo pode ser feito, mas ela vai tentar, ela vai fazer o que faz de melhor, pesquisar. E se houver uma chance, por mais remota que seja, Hermione vai mover céus e terra para conseguir o seu intento


Ela olha para o relógio e constata que falta ainda um pouco mais de uma hora para a partida. Ainda há tempo pra ela fazer uma coisa, algo que ela já devia ter feito há algum tempo...


XXXXX


Minerva está em sua sala. Ela acabou de arrumar as suas coisas depois de deixar os professores informados de sua partida. A diretora tem plena confiança em seu corpo docente e sabe que eles serão perfeitamente capazes de tomar conta da escola por alguns dias. Se fosse em outra circunstância, ela não teria coragem de deixar Hogwarts com tudo que está acontecendo. Mas ela sabe que é preciso, Minerva sabe que mais do que ninguém, ela deve estar perto de Gina neste momento


A diretora não pode deixar de sorrir ao pensar em sua pupila tão aplicada e ao mesmo tempo tão cética a respeito dos próprios poderes. Quem vê a diretora séria de hoje nunca acreditaria que há muito tempo atrás ela própria foi uma garota muito parecida com a ruiva


Uma batida na porta interrompe seus pensamentos ela abre e vê Hermione Granger – aconteceu alguma coisa? (Minerva pergunta curiosa)


Não! Quer dizer, sim... Aliás, não sei, pode ser que sim... Mas também pode não ser nada – Hermione fala de maneira confusa


Explique-se, senhorita Granger – a mulher fala sem entender


Hermione respira fundo – eu vou tentar... (ela olha para a diretora) a senhora pode achar que eu estou louca, eu mesmo me acho louca por pensar que pode haver uma possibilidade, mas ouça...


E Hermione começa a narrar para a diretora as conclusões que tirou nos últimos dias...


XXXXX


Um pouco depois


Harry, Rony e Gina aguardam o momento da partida na sala da grifinória. O ruivo olha para o relógio. Hermione saiu sem dizer nada a ninguém, já está quase na hora de partirem e ela ainda não voltou. Ele sabe que existe alguma coisa, alguma coisa que apenas ela percebeu e isso já faz algum tempo, ele se lembra o quanto a namorada estava misteriosa antes deles voltarem no tempo e ele sabe que por mais que ela não tenha tocado no assunto e esteja se dedicando à busca das horcruxes não é do feitio de Hermione deixar algo inacabado


Ele vê que a morena chega meio assoberbada – Desculpem o atraso, pessoal. Eu tinha que ver uma coisa


Tudo bem, Mione (Gina acalma a amiga) o Gui ainda não chegou


A morena pega a sua bolsa – Ele está na sala da diretora. Ela pediu que avisasse que nós vamos partir de lá


O quarteto então se encaminha para a sala onde Minerva os aguarda juntamente com Gui Weasley


Todos prontos? (Minerva pergunta e vê que os quatro jovens assentem com a cabeça. Ela então coloca um cachecol em cima da mesa) Quando eu falar três. Um, dois...


Ao ouvir o três, os presentes tocam o cachecol e a comitiva parte em direção ao Egito


XXXXX


Após a sensação costumeira da fisgada no umbigo, Harry abre os olhos. Ele esperava estar em algum lugar do deserto, talvez tendo uma visão das pirâmides. Mas não, parece que eles foram deixados em uma espécie de porão, ele olha ao redor tentando se localizar, então Gui explica


Aqui era um antigo depósito que a gente usava para colocar objetos que precisavam de um estudo maior. Agora está desativado


Eles saem do local. Hermione olha a tudo meio decepcionada por não ver as famosas pirâmides. Embora ela saiba que não estão lá pra fazer turismo, ir ao Egito e não ver as pirâmides é quase uma heresia


Neste momento um homem vestido com roupas dos trouxas nativos vem em direção ao grupo – Weasley! (ele fala num inglês carregado de sotaque ao mesmo tempo em que abre um sorriso) Que bom ter você por aqui, mesmo sob essas circunstâncias...


O Weasley mais velho sorri e cumprimenta o homem – Pessoal, este é Abdul Assur, ele era meu colega aqui no Egito e concordou em nos ajudar


Você faz falta aqui (ele fala, mas logo acrescenta num tom conformado) mas eu entendo as suas razões. Agora me conte essa história direito


É sobre aquela pirâmide (Gui fala e tem certeza que não precisa explicar sobre qual pirâmide está falado) tem algo lá...


Abdul suspira – todos nós sabemos disso, Weasley. Ninguém queria que ela fosse aberta, você deve se lembrar


Não, não é apenas isso (Gui o interrompe) É algo muito mais grave do que você pensa, mais maligno do que qualquer coisa que a gente já viu


E nós precisamos disso – Harry resolve se manifestar


Só então o egípcio olha para o rapaz. Seus olhos se abrem e fecham e ele pergunta, espantado – você é... Harry Potter?


O menino que sobreviveu suspira. Harry já está acostumado a ser reconhecido, mas lá no fundo ele tinha esperança que isso não fosse ocorrer num lugar tão distante – Sim, sou eu, e nós precisamos entrar naquela pirâmide, existe um objeto lá que é muito importante pra evitar que o pior aconteça


Abdul olha pra ele, não é preciso explicar o que seria o pior – ficarei feliz em ajudar, mas temo que não será tão fácil assim. Depois que um dos nossos morreu lá, a pirâmide está fechada para visitação. Os duendes decidiram focar em outras menos perigosas (ele suspira) pena que fizeram isso tarde demais...


Harry olha para Abdul – eu sei que não vai ser fácil, mas temos que dar um jeito


O homem parece pensar por alguns segundos – acho que dá pra dar um jeito. A pirâmide não está sendo vigiada, os duendes chegaram a conclusão que já existem proteções demais lá dentro


Azar de quem entrar – Gui fala de modo ácido


É mais ou menos por aí (o egípcio concorda) mas mesmo assim acho que não é seguro ir lá durante o dia. Eu posso mostrar um pouco da minha terra pra vocês enquanto esperamos anoitecer. Isso é, se vocês quiserem...


Os presentes assentem com a cabeça, Hermione mais entusiasmada que os demais, e a comitiva parte para uma volta pela cidade


Eu sempre tive vontade de conhecer o Egito (Hermione puxa conversa com Abdul) pena que seja sob essas circunstâncias, tudo que eu li sobre o lugar me fascinou


O Egito é uma terra milenar (Abdul fala, orgulhoso) nosso povo tem vivido aqui há muito tempo, na maioria das vezes convivendo bem com os trouxas


A comitiva parte para um breve passeio turístico. Embora estejam entusiasmados para conhecer um pouco mais daquele país, a apreensão é palpável, eles sabem o que os espera ao anoitecer


XXXXX


Enquanto isso em Hogwarts


Draco Malfoy se esgueira pelos corredores. Ele não sabe se conseguirá o seu intuito, mas o loiro sente que precisa fazer isso. Ele precisa entender porque está naquele lugar. Porque, entre todos os lugares onde ele poderia se abrigar, foi parar justamente na escola. Draco está tentando fazer o possível, se não para se redimir, ao menos para amenizar tudo que fez. Ele não é cínico ao ponto de dizer que não se importa com essa coisa de sangue puro. Sim, lá no fundo ele sabe que se importa, mas não a ponto de extermínio ou algo do tipo


Coragem Draco... Ele fala para si mesmo. Só o que você tem a fazer é ficar escondido até que alguém fale a senha e tomar cuidado para não ser pego


Para sua sorte, ele não precisa esperar muito. Poucos minutos depois, o loiro vê o professor de feitiços pronunciar a senha e entrar na sala. O professor demora apenas alguns minutos, Draco respira fundo ao vê-lo se afastar e pronuncia a senha


Ele adentra olhando para os lados, Draco sabe que está se arriscando, que poderia haver alguém lá, mas ele sente que precisa fazer isso


Olá Draco – Dumbledore fala como se já o esperasse


O loiro engole a seco e baixa os olhos sem coragem de encarar o homem de cuja morte ele foi o maior responsável. Ele sabe que tem que fazer isso, mas não imaginou que seria assim tão difícil


Há muita coisa que o Draco gostaria de dizer neste momento, ele gostaria de confessar que por muito pouco não aceitou a proposta que Dumbledore lhe fez, por questão de minutos. Se Snape houvesse chegado um momento depois, talvez uma vida pudesse ter sido salva. Ele gostaria de perguntar por que Dumbledore não fez nada pela própria segurança, uma vez que estava mais do que claro que ele tinha conhecimento de tudo que se passou, e, acima de tudo, Draco gostaria de perguntar por que ele estava na escola, por que depois de tudo ele ainda conseguia abrigo. E, o mais importante, qual a participação de Alvo Dumbledore em tudo isso uma vez que a presença constante da fênix a seu lado deixa mais do que claro a anuência do diretor em tudo


O loiro se sente meio estranho fitando o quadro, que olha pra ele com a paciência característica daqueles que viveram por um longo período de tempo e que encontraram a paz em algum lugar


Está difícil saber por onde começar? (o quadro de Dumbledore o tira do devaneio) Eu sugiro que se apresse, como você pôde perceber os professores tem acesso a esta sala e a qualquer momento um deles pode entrar


Draco respira fundo e olha para o quadro tentando ver um indício de rancor ou condenação. Mas o que ele encontra é o mesmo olhar de sempre, o mesmo olhar que o fez pensar que talvez houvesse um outro caminho, o mesmo olhar que o fez, pelo menos uma vez na vida, querer fazer a coisa certa – o que eu estou fazendo aqui? (ele finalmente pergunta)


O quadro sorri – pensei que você soubesse que não há lugar mais seguro do que a escola, pelo menos por enquanto


Draco suspira – não foi isso que eu perguntei, eu sei que a escola é um lugar seguro, mas não acho que seria o lugar ideal pra mim (ele encara o diretor por um momento e em seguida abaixa os olhos) não depois de tudo que eu fiz


Draco (Dumbledore fala no mesmo tom paciente e sábio que possuía em vida) você fez muita coisa errada, eu não vou negar. Você foi um garoto arrogante, produto de sua infância mimada, recheada por valores errados e preconceitos, mas como eu já te disse nunca achei que você fosse um assassino. Se você quisesse realmente me matar, você teria feito isso antes que o professor Snape chegasse


Mas eu pensei em te matar! (Draco quase grita) Eu planejei isso o tempo todo! Eu infiltrei os comensais na escola, eu poderia ter sido responsável por mais mortes


Eu sei de tudo isso, Draco (o quadro fala numa voz condescendente) eu nunca disse que você não errou


Então, por quê? – O loiro pergunta


Porque eu ainda vejo salvação em você (Dumbledore finalmente fala) porque você é jovem e merece ter uma chance de mudar o seu destino, porque você merece ter a oportunidade de ver que o caráter de uma pessoa vale mais do que o seu sangue


Draco olha pra ele e não fala nada, ele sabe que se tentasse sua voz o trairia e a última coisa que ele quer é demonstrar fraqueza diante do quadro de Dumbledore. Então ele só assente com a cabeça e sai ainda a tempo de ouvir – boa sorte, Draco... Boa sorte




NOTA DA AUTORA


Finalmente o capitulo (autora ouvindo os gritos de aleluia). Desculpa a demora pessoal, desculpa mesmo, viu! Eu passei uns dias viajando e isso acabou atrasado um pouquinho a atualização. Além disso, comecei a postar uma fic nova (D/Hr) e tive que me dedicar a ela também.


Espero que tenham gostado do capítulo, eu sei que ficou curtinho, mas estou viajando amanhã (é, de novo!) e resolvi dividi-lo pra não deixar vocês tanto tempo sem atualização


Muito obrigada a todo mundo que está lendo e principalmente aqueles que tiram um minutinho do seu tempo pra deixar uma palavrinha de incentivo. Isso é muito importante pra quem escreve


Bjos

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Comentários (2)

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