Horas preliminares



Em outra parte do castelo



Draco Malfoy sente um enjôo em suas entranhas, algo parecido com o que sentiu quando viu Harry Potter capturar o pomo de ouro na primeira partida em que jogaram em lados opostos. Resguardadas as devidas proporções este também é um momento crucial na sua vida, com a diferença que ao invés de um pomo de ouro ele luta pela sua vida, pela sua liberdade, pela chance de ter uma vida relativamente normal.



Falta muito pouco agora. Embora ninguém tenha dito estas palavras, ele sente isso no fundo do coração e o que Draco mais deseja neste momento é ver mais uma vez a sua mãe antes de ir enfrentar o que o destino lhe preparou



Alguma coisa em seu coração lhe diz que ela está bem e em segurança, mas isso não impede que Draco se preocupe. O loiro sabe que nos tempos atuais a segurança é uma sensação efêmera e que as coisas podem mudar num piscar de olhos ou em um sacudir de varinhas



Ele sabe que é o momento crucial, o momento em que terá que escolher entre fazer o que é certo e o que é fácil e o loiro tem consciência que quando a hora chegar não irá vacilar um minuto sequer. Ele vai lutar com todas as suas forças. Draco Malfoy retomará o controle da sua própria vida, ele deve isso a si mesmo e a sua mãe



XXXX



Em outro local



Narcisa nunca se achou uma mulher especialmente brilhante. Ela sempre soube que não seria uma mulher ousada como Bella ou corajosa como Andrômeda. Não, Narcisa sempre teve consciência que faria de tudo para manter a paz na sua família, mesmo que para isso tivesse que se sacrificar. Foi assim desde pequena, ela nunca questionava as ordens dos seus pais, mesmo que no fundo não concordasse. Narcisa sempre fez tudo para manter a paz, pra ela sempre foi melhor deixar as suas vontades de lado para manter uma boa convivência e ela pode dizer que seguiu esta linha também durante seu casamento



Ela sabe que apenas uma coisa desperta seus ímpetos, algo que a Narcisa de vinte anos atrás nunca pensou que fosse capaz de sentir. O amor, mas não o amor que deveria sentir pelo seu marido, afinal como quase todos os casamentos da sua família a sua união com Lucio Malfoy foi arranjada e mesmo que tivesse sido bem mais do que tolerável nos primeiros anos, Narcisa nunca poderia dizer que sentia por seu cônjuge aquele amor que ela havia lido nos romances trouxas tão proibidos por sua família



Este amor imensurável, ela só soube que existia quando teve seu filho em seus braços pela primeira vez. Neste momento Narcisa se deu conta que nunca havia amado na vida. Nem a sua família, nem a seu marido e nem sequer a ela própria e foi neste momento que ela viu que a expressão morrer por alguém não era um lugar comum ou alguma espécie de exagero romântico, neste momento ela soube que morreria feliz por Draco Malfoy



Depois que seu filho nasceu, Narcisa pode afirmar que se tornou uma pessoa melhor e pode afirmar também que seus sentidos ficaram mais aguçados. Como todas as mães, Narcisa Malfoy adquiriu uma intuição, é como se ela sentisse quando algo está relacionado a seu filho



E é por isso que ela se pega cada vez mais desconfiada da agitação de sua irmã, ela sabe que nas atuais circunstâncias é normal uma certa apreensão, mesmo assim existe algo no ar



Você vai ou não me contar o que está acontecendo? – finalmente Narcisa coloca Andrômeda contra a parede – não adianta me dizer que não há nada, eu te conheço desde que éramos crianças e algumas coisas não mudam, você nunca soube esconder quando estava acontecendo algo



Andrômeda emite um suspiro. Mesmo que não goste de admitir, Narcisa tem razão, ela nunca soube mentir o que era uma desvantagem quando era criança na família em que viveu. Até hoje ela não sabe como conseguiu manter seu relacionamento com Ted escondido até ter a chance de fugir e se casar



Ela encara a irmã. Andrômeda, nestes dias que conviveu com Narcisa, pôde ver o quanto a sua irmã mudou. Talvez tudo que tenha vivido nos últimos tempos tenha feito com que Narcisa repensasse as suas convicções e neste momento, ela vê apenas aquela menina com quem brincava quando criança. Andrômeda quer mais do que nunca que Narcisa tenha a sua segunda chance e é por isso que ela diz



- Você sabe quem tomou o ministério. Eu estou indo para Hogwarts, alguma coisa vai acontecer esta noite



A mãe de Draco Malfoy sente a sua respiração ficar suspensa e neste momento ela se vê sozinha novamente. Ela não sabe onde Draco está, Severo nunca mais deu notícias e agora a sua irmã também se afastará. Um pânico toma conta do seu ser e sem que tenha controle ela se vê dizendo as palavras – eu vou com você



Andrômeda se sobressalta ao ouvir estas palavras, ela não sabe como Narcisa será recebida. Afinal mesmo que nunca tenha feito a marca negra dos comensais, não há como negar o seu envolvimento com você sabe quem. E neste momento ela se lembra de uma visita que recebeu há algum tempo e do pedido inusitado que seu visitante lhe fez, um pedido que pra ela foi muito difícil atender mas que em nenhum momento ela se arrepende de ter atendido e é por isso que ela diz:



- Tudo bem, você vai comigo, vamos para Hogwarts



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Local desconhecido



Severo Snape respira fundo, agora mais do que nunca ele deverá contar com as suas habilidades. O fim está cada vez mais próximo e seja qual for o resultado, ele sabe que a sua chance de escapar com vida serão mínimas



O ex-mestre de poções sempre foi um homem sozinho, mesmo quando estava acompanhado ,a solidão que ele sentia estava presente. E quando Dumbledore se foi, ele se viu mais sozinho ainda. Às vezes nem ele mesmo sabe como fez para continuar e ele se apega a esta sua força para fazer o que deve, custe o que custar



Ele se prepara para atender ao chamado da marca negra, Snape deve ir imediatamente para o ministério, ele sabe que agora não tem mais volta. Esta noite tudo terminará de uma forma ou de outra



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Quase ao mesmo tempo, em Hogwarts



Hermione trabalha com a mesma concentração que teria diante dos exames finais, com a diferença que ao invés dos tão almejados NIEMS, o que está em jogo agora é a sobrevivência do mundo bruxo e a garantia de que jovens como ela terão o seu lugar nesta sociedade



Verdade seja dita, não há nada que diga que suas suposições serão verdadeiras. Hermione gostaria de ter mais tempo para maiores pesquisas, mas infelizmente tempo é um luxo que ela não dispõe no momento. Então só resta a ela trabalhar o mais rápido possível. Ela olha para o relógio, não falta muito para anoitecer. Hermione só espera conseguir terminar a tempo



Ela respira fundo, a sua parte está praticamente pronta, resta agora esperar o tempo pedido pela fórmula e rezar para que a sua idéia funcione.



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Em outra parte do castelo



Aletheia termina de fazer as suas orações, embora não tenha feito isso com tanta frequência nos últimos meses, nesta hora ela sente essa necessidade, ela mais do que nunca precisa de algo que acalme seu espírito, ela sabe que esta noite será crucial e que mesmo se as coisas não terminarem, nada será como antes, ela termina as suas últimas palavras e beija seu crucifixo colocando-o sob o travesseiro. Agora ela precisa mesmo de outra coisa, a sua varinha



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Quase ao mesmo tempo



Barbara observa seu rebento que brinca com peças de um jogo de xadrez bruxo. Ela está fazendo de tudo para que Adrian não perceba o que está acontecendo, mas no fundo ela sabe que seu filho já percebeu



No fundo Barbara sempre soube que este dia chegaria e neste momento ela só espera que Hogwarts proporcione a segurança que seu filho precisa e quem sabe que seu pequeno possa ver o pai mais uma vez



Ela sabe que nunca foi uma bruxa especialmente brilhante, mas Barbara tem consciência que vai lutar mais do que qualquer um. Ela tem muito a perder e se for preciso dar a sua vida para garantir a segurança do seu filho, ela o fará



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Nos jardins do castelo



Sirius Black respira fundo. Ele sabe que não é exatamente apropriado, mas ele não pode deixar de sentir uma certa excitação. Talvez pelo fato de haver passado uma grande parte da sua vida adulta preso, primeiro em Askaban e logo em seguida no véu, ele acaba sentindo um frio na barriga em saber que desta vez ele poderá ajudar



Sirius não é um tolo ao pensar que tudo vai sair bem. Não, isso não. Sirius sabe que muitas pessoas vão perder a vida e talvez até mesmo ele. Outra pessoa diria que a vida não seria tão injusta com alguém que passou pelo que ele passou, mas Sirius já viveu o suficiente pra saber que nem sempre as coisas são justas



No entanto, ele sabe de alguma forma que seu tempo ainda não acabou, ao contrário está apenas começando, Sirius tem muita coisa a fazer começando por saber um pouco mais da vida do seu irmão antes da sua morte e Sirius só conhece uma forma para isso acontecer. Aletheia



Ele se lembra perfeitamente quando acordou depois da sua longa jornada no véu. Por um instante Sirius pensou que finalmente estivesse no céu, ou seja lá para onde as pessoas vão para finalmente descansar e que tivesse sido recebido por um anjo. Sim esta foi a primeira impressão que teve ao ver a mulher na sua frente e Sirius tem que admitir que ela o intriga mais do que gostaria, principalmente depois que descobriu que ela conhecia seu irmão. E, pensando bem, conhecia é um termo superficial demais diante da expressão de dor que surgiu no semblante da mulher quando mencionou o nome de Regulos



Agora não é hora para pensar nisso, mas Sirius promete a si mesmo que assim que tudo acabar ele irá conversar com Aletheia, saber um pouco mais sobre seu irmão e quem sabe conhecer um pouco mais esta mulher misteriosa



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No Ministério da Magia



O Lorde das Trevas acaricia Nagini. Ele está na sala do ministro, na sua cadeira, mas para ele é muito pouco. Tomar o lugar do ministro da magia é pouco para alguém como ele, Lorde Voldemort quer mais, muito mais



Ele ainda lembra da feição do ministro quando ele lhe disse que gostaria de ficar sozinho um tempo em seu gabinete. Ele sorri ao se lembrar da relutância com que ele assentiu. Voldemort não precisaria ser o legitimente brilhante que é para saber que neste momento o ministro deve ter se arrependido amargamente de permitir a sua entrada. Como se alguém pudesse me impedir... Ele pensa satisfeito, na verdade todos sabem que se lorde Voldemort realmente quisesse ele já poderia ter tomado o ministério há muito tempo, no entanto isso não estava nos seus planos não era absolutamente necessário



Mas o que ele pretende fazer agora, isso sim isso é absolutamente necessário e é por isso que ele empunha a sua varinha e conjura a sua marca negra



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De volta à Hogwarts



Harry faz aquilo que mais odeia na vida, esperar. Nem a presença da sua amada consegue acalmar o menino que sobreviveu, ele olha para o relógio a cada minuto enquanto dá voltas como um animal enjaulado. Está próximo, muito próximo



Este pensamento o apavora mais do que ele gostaria. Mesmo tendo total confiança na idéia de Hermione, Harry não pode ter um otimismo exagerado e achar que tudo estará resolvido. Primeiro, porque pode dar errado e depois porque mesmo que dê certo ainda restará uma horcruxe a ser destruída



Existe uma grande suspeita que a cobra que acompanha lorde Voldemort seja a horcruxe que falta, mas ninguém pode afirmar com certeza que ela contém realmente um pedaço da alma maldita. No entanto é a melhor pista que eles têm e Harry se vê se apegando com todas as suas forças nesta esperança



Neste momento uma lontra prateada toma forma na sua frente. Hermione está chamando...



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Na sala da diretora



Minerva olha para o quadro de Dumbledore que neste momento se encontra vazio, o que na verdade não a espanta, ela sabe que provavelmente o antigo diretor deve estar tentando descobrir algo no ministério ou em algum lugar semelhante, a esta altura o ministro já deve ter percebido que ela não atendeu ao seu chamado e certamente deve estar planejando o que fazer



Ela sabe que esta noite será crucial para os acontecimentos e que mesmo que não ocorra uma batalha, amanhã as coisas não serão mais as mesmas. Não quando Voldermort entrou no ministério pela porta da frente. A diretora se pega pensando no que passou pela cabeça do ministro para permitir tal disparate e imagina como esta "visita" poderá repercurtir em Hogwarts



Como se algo ou alguém soubesse os seus pensamentos, ela vê uma coruja entrar pela janela, não é nenhuma das corujas da escola então ela só pode pensar em algo vindo do ministério



Ela pega o pergaminho e o abre com a respiração suspensa e o que ela lê lhe tira o chão...





NOTA DA AUTORA



Aqui estou eu! Um pouco mais rápido do que da última vez, mas nem de longe tão rápido quanto eu gostaria! Como disse no capítulo anterior, estou me organizando pra não enrolar tanto com as postagens e acho que vou conseguir. Desta vez eu não fui tão bem assim por dois motivos, um deles muito bom, eu viajei durante duas semanas e não peguei em nenhuma das fics. O outro já não é tão bom assim, meu note anda se mostrando um menino muito rebelde ultimamente, só não vou dizer que ele está me tirando do sério porque tenho medo que ele se revolte e pare de funcionar de uma vez (oremos para que isso não aconteça)



Não sei como anda a paciência de vocês comigo, mas peço mais uma vez que não desistam de mim e se não for pedir demais deixem uma palavrinha



Bjos e até o próximo


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Comentários (2)

  • LuaVenas

    Acompanho suas 4 histórias, por isso imploro para que não desista de enhuma delas. Organizar o tempo é realmente bem difícil, eu sou apenas leitora e passo meses sem conseguir entrar aqui no FEB, imagina então pra vcs que ainda tem que contar com a inspiração e a boa vontade do seu notebook.. Que seu notebook se comporte como um bom menino e venha um próximo capítulo em breve! (:

    2017-01-28
  • Sheila Costa

    Hey, Mickky! Que bom ter atualizado a fic. Gosto muito da sua história. Entendo totalmente este hiatus, eu mesma estou em um também. A desculpa é sempre o tempo, mas na verdade é a prioridade que damos ao tempo livre que temos. Tentando desesperadamente terminar, mas a inspiração vem e vai. Continue escrevendo. Aos poucos as pessoas voltam e podem te surpreender. o/

    2016-10-03
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