Começando o ano letivo



Harry olha para o salão, o mesmo salão que vêm lhe acolhendo há sete anos. Tudo tão igual, mas ao mesmo tempo tão diferente... Ele não pode deixar de pensar. Ele olha para a mesa dos professores, Minerva McGonagall continua em seu lugar habitual, a cadeira de Dumbledore está vazia. Harry entende a atitude da diretora. É como se colocar alguém ali fosse quase um sacrilégio.

Ele olha para as mesas das casa e percebe que o número de alunos diminuiu consideravelmente, provavelmente muitos pais relutaram em mandar os filhos para a escola e muito dos alunos presentes tem apreensão estampada em seus semblantes. A tensão no ar é quase palpável e os aplausos para cada aluno depois da cerimônia de seleção são desanimados, quase temerosos.

O silêncio chega a incomodar. Todos esperam as palavras de nova diretora, Minerva McGonagall

Minerva percorre com os olhos todas as faces ansiosas, ela sabe o que tem que ser feito. Apesar de tudo a vida precisa continuar. Dumbledore gostaria que fosse assim e por mais que seja difícil ela vai realizar o seu desejo

A diretora respira fundo e começa – Meus alunos, meus alunos antigos, meus novos alunos... Eu mais do que ninguém gostaria que este discurso de boas vindas fosse proferido por outra pessoa (ela olha para os meninos e percebe lágrimas nos olhos de alguns deles, ela mesma segura as suas com dificuldade). Como já é de conhecimento geral, infelizmente o maior bruxo dos últimos séculos não está mais entre nós, mas tenho certeza que o que Dumbledore gostaria de dizer é que nós estamos entrando num tempo de guerra, a chances que o mal predomine são grandes, mas nós... (ela olha para todos e para o olhar em Harry) nós vamos lutar, nós vamos lutar com todas as nossas forças para impedir que isso aconteça e, quando eu digo nós, eu estou me referindo a todos (ela se cala momentaneamente perante o burburinho. Eles são tão jovens... Alguns são apenas crianças. Não deviam estar ouvindo isso. A diretora não consegue deixar de pensar)

Minerva continua – Nós estamos passando por um período negro. Não haverá espaços para indecisões. Nós todos teremos que escolher de qual lado iremos lutar, todos independente de serem novatos ou não mais cedo ou mais tarde deverão se posicionar...

Alguns alunos se entreolham, Harry vê que vários estudantes da sonserina, principalmente os mais velhos, possuem um brilho estranho no olhar. Esses já decidiram... Pensa Harry.

A diretora olha para seus pupilos, é como se ela quisesse ler cada uma das feições. Ela nota apreensão e medo, mas nota também em muitos deles coragem e determinação para lutar e dar a vida se isso for necessário. Você ficaria orgulhoso Alvo. Ela pensa e quase sorri enquanto fala - O que eu espero de vocês... (neste momento ela nota que mesmo aqueles que nao prestavam tanta atenção olham pra ela) O que Alvo Dumbledore esperaria de vocês... O que Hogwarts espera de vocês e que cuidem uns dos outros. Lembrem-se que juntos somos fortes, lembrem-se que lutamos não pelo poder, mas pela liberdade.

Minerva respira fundo, ela vê lágrimas surgindo nos olhos de vários ouvintes inclusive professores, então ela finaliza – Bem, agora que vocês já sabem o que está acontecendo, eu devo me desculpar se assustei alguns com minhas palavras. É preciso que vocês tenham consciência do que está acontecendo. Dumbledore nunca mascarou a realidade e eu também não vou fazê-lo. Agora chega de discurso, vamos ao banquete!

Os pratos se enchem magicamente e os alunos começam a comer. Embora ainda haja um clima estranho todos sabem que é necessário seguir a rotina. Aos poucos os semblantes apreensivos vão se dissipando e o salão se enche com conversas amenas

Terminada a refeição os alunos se preparam para seguir para suas casas, Harry e os amigos seguem em direção aos aposentos da grifinoria quando vê uma conhecida figura caminhar a seu encontro.

O menino que sobreviveu vê Hagrid com os olhos inchados. É evidente que ele se emocionou com o discurso da McGonagall. Harry sabe que o amigo sente falta de Dumbledore, Harry sabe que Hagrid sentiu a perda do diretor como quem sente a perda de um pai

Harry! A diretora quer ver você e seus amigos. Venham comigo – Ele fala e os quatro acompanham o meio gigante até a sala que outrora pertenceu a Dumbledore

XXXXX

Harry não se surpreende ao ver Lupin e Tonks, ele já havia sido avisado que eles ficariam na escola para ajudá-lo. Não, ele não se surpreenderia se apenas o lobisomem e a metamorfogama estivessem lá, mas além deles estão os Weasleys, olho tonto Moody e muitos outros. Praticamente todos os integrantes da ordem da fênix se encontram na sala da diretora, eles olham para Harry e ele sente a solidariedade em cada olhar, é como se cada um dissesse em silêncio que essa não é uma guerra de um homem só.

Todos ficam em silêncio por alguns instantes, Dumbledore olha a cena por cima dos oclinhos de meia lua. É estranho, mas mesmo morto a impressão que dá é que o velho bruxo nunca esteve tão vivo. É como se ele acompanhasse cada passo dado na escola

Minerva conjura mais algumas cadeiras e faz sinal para que todos se acomodem. Ela própria se senta numa cadeira vermelho berrante. Harry repara que há uma cadeira vazia, é como se ela estivesse lá para Dumbledore.

Depois que todos estão acomodados, a imagem de Dumbledore se manifesta em seu quadro – Em primeiro lugar devo agradecer a presença de todos que largaram seus afazeres para atender prontamente o meu chamado. Sinto que é o momento de fazer algumas revelações

Harry pode ouvir o som das respirações ele tem certeza que pode sentir também os batimentos acelerados de alguns corações, entre eles o seu

O quadro olha para Harry antes de continuar – Tenho fontes seguras, fontes que não posso revelar no momento que me avisaram que ataques maciços estão sendo planejados para daqui a alguns dias. A intenção dos comensais é desestabilizar-nos ou talvez fazer com que voltemos nossas atenções para isso e esqueçamos outras coisas (ele fala de forma enigmática)

Temos que nos organizar (Moody fala exasperado) onde serão os ataques? Atingirão aos trouxas ou a nós?

Não tenho informações precisas quanto a isso, de qualquer forma esse não foi o principal motivo desta reunião. Por favor, senhor Potter relate aos presentes nossas descobertas do ano passado – Dumbledore olha para Harry e pede.

Tudo? – Harry pergunta. Definitivamente ele não esperava por isso

Sim (Dumbledore fala e olha nos olhos do menino que sobreviveu encorajando-o) tudo

Harry então relata sobre os pedaços da alma de Voldemort e a busca destes que ele e o diretor realizaram. Ao final da sua narrativa o silêncio é geral

Por isso ele não foi destruído quando os Potter morreram – Finalmente uma voz ao fundo fala

Exatamente (Dumbledore confirma). Enquanto os pedaços de sua alma não forem destruídos não adianta tentar fazer algo contra Voldemort. Seria perda de tempo. No momento só o que podemos fazer é tentar conter os ataques e procurar as horcruxes, peço que qualquer informação por mais insignificante que possa parecer seja imediatamente repassada

Mas o que seriam estas horcruxes? (Arthur Weasley pergunta) Pode ser qualquer objeto? Vocês têm conhecimento de quais são eles?

É Harry quem responde - Além de um anel pertencente ao avô de Tom Riddle e do diário que já foram destruidos, há também um medalhão pertencente à Salazar Sonserina e uma taça pertencente a Helga Lufa-lufa. Quanto aos outros objetos tudo que temos são apenas suposições, talvez algo que tenha pertencido aos outros fundadores, talvez a cobra que está sempre com Voldemort, mas não temos certeza

E como a gente pode ajudar? - Um dos gêmeos pergunta

Harry olha pra ele sem saber ao certo o que responder. Ele sabe que a tarefa de destruir Voldemort lhe pertence e isso ninguém pode mudar. Dumbledore vem em seu auxílio - Tonks e Lupin ficarão aqui e ajudarão com a segurança dos alunos entre outras coisas, os que trabalham no ministério devem ficar de olho no que acontece por lá, não sabemos se há alguém infiltrado ou mesmo sob a imperius. Os demais devem ficar de olho nos prováveis ataques e quanto às horcruxes... Quando tivermos alguma pista ou algo concreto nós avisaremos, é sempre bom ter mais alguém pra investigar

Os integrantes da ordem se despedem, a senhora Weasley abraça Harry demoradamente, como uma mãe faria com seu filho – Vai ficar tudo bem (ela fala enxugando uma lágrima)

Apesar do choque inicial, Harry se sente aliviado. De certa forma é bom saber que ele pode contar com a ajuda de outras pessoas, é bom saber que ele não está necessariamente sozinho.

Ela e os demais vão saindo, Harry troca um rápido olhar com os amigos e vai ficando pra trás de propósito. Depois que todos saem ele olha para Dumbledore, o quadro sorri – Presumo que você quer falar algo, mas antes disso eu tenho uma pergunta. Por que você não falou da profecia?

Harry desvia o olhar – Não sei direito... Acho que é porque eles não têm como me ajudar quanto a isso e depois... Não quero ninguém me olhando como se eu já estivesse condenado. Se eu falasse tenho certeza que muita gente iria estar se preparando para viver sob o domínio de Voldemort, tenho certeza que alguns, por mais que confiassem em mim, iriam achar que eu não sou capaz, e a última coisa que eu preciso é disso

Entendo... (Dumbledore fala) – Então... O que você quer me falar?

Harry respira fundo e conta o que aconteceu com Gina – Ele está ficando mais forte? Está dominando a mente dela? (ele pergunta, mas no fundo já sabe a resposta)

Ele está tentando Harry. Pra Voldemort é importante ter alguém aqui dentro, alguém que mesmo contra a vontade lhe conte os nossos... Os seus passos. – O quadro dá a Harry a resposta que ele não gostaria

Harry olha para o quadro e não fala nada, é como se o seu pior pesadelo se transformasse em realidade. Dumbledore continua – Gina é uma bruxa poderosa Harry. Ela não vai deixar ser dominada sem lutar e ela vai receber orientação, a melhor nesse sentido. (Olha para Harry) É só o que podemos fazer no momento. Da mesma forma que é você quem deve destruir Voldemort, essa é uma luta da senhorita Weasley, apenas ela pode impedir ser dominada

Harry deixa a sala do diretor em silêncio. Gina Rony e Hermione o esperam na entrada da grifinoria

Dumbledore falou mais alguma coisa? – Hermione pergunta curiosa

Nada que a gente já não saiba (ele responde evasivo). Não quero falar disso agora, (ele abraça Gina). Vamos aproveitar o tempo que temos

Rony passa o braço pela cintura de Hermione e os quatro entram no salão comunal da grifinoria. Hermione não pode deixar de sorrir ao ver a cara aparvalhada que Lilá faz quando ela e o ruivo de mãos dadas

Os quatro ficam conversando e namorando até tarde, e se recolhem procurando não pensar nas adversidades que virão.


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NOTA DA AUTORA

Sim eu sei que demorei... Sim, eu sei que o capitulo está curtinho...

Quanto ao tamanho no capítulo anterior eu falei que iria dividir os capítulos pra não enrolar tanto, então este seria a continuação do capítulo onze. Isso sem falar que meus capítulos nunca são muito longos como vocês já devem ter notados. Eu não consigo fazer os capítulos muito grandes, acho que demora muito. Então prefiro fazê-los menores

Quanto a demora... Bem, eu sei que para meus padrões ando demorando mais do que o esperado. O mês de abril foi muito complicado pra mim. Eu acho que as coisas agora estão entrando nos eixos, então espero não enrolar muito com o próximo. (Vou fazer o possível, pelo menos)

Por enquanto é só. Até o próximo capítulo e por favor (autora de joelhos implorando) deixem seu comentário

Bjos e boa leitura!

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Comentários (1)

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