Procurando Aletheia



No outro dia, eles chegam ao colégio a tempo de tomar café da manhã com os outros alunos. Após o mesmo a rotina é restabelecida e todos se preparam para assistir as aulas. A quem perguntou a respeito da ausência no dia anterior, foi dito que eles tiveram uma infecção estomacal e estavam na enfermaria, desta forma todos aceitaram perfeitamente a ausência dos quatro nas aulas


O dia transcorre normalmente, mas o pensamento dos quatro está em Lupin e Tonks. Será que eles vão conseguir alguma coisa? É o que está na cabeça de Harry desde que voltaram


XXXXX


Enquanto Harry e companhia se esforçam para assistir às aulas de forma normal, Lupin e Tonks olham a vitrine esquisita que é a entrada do St Mungus como se analisassem a melhor forma de fazer a investigação.


Vamos entrar e perguntar se eles possuem uma médica ou enfermeira chamada Aletheia? (A metamorfogama fala) Simples demais, não acha?


Você prefere inventar uma história mirabolante ou vasculhar o hospital escondida? (Remo retruca olhando pra ela) Acho que pelo menos a princípio não precisamos complicar


Não sei não... (Tonks fala num tom pessimista) Algo me diz que nada a respeito disso é simples assim. Em todo caso vamos tentar


Eles olham para os lados pra ver se não há nenhum trouxa prestando atenção e desaparecem na passagem para o hospital


Logo Remo vê que realmente as coisas nunca são simples quando se trata de procurar horcruxes. Depois de algum tempo de espera eles finalmente conseguem chegar a recepção e perguntar se alguém chamada Aletheia trabalha no hospital


A recepcionista, uma bruxa loira com um semblante visivelmente entediado, olha pra eles e fala – Aletheia... Não trabalha ninguém aqui com esse nome, pelo menos não desde que estou aqui, há mais de quinze anos.


Você não conhece ninguém que possa ajudar? É muito importante – Tonks pergunta


Mas a recepcionista não parece disposta a colaborar quando responde - Há médicos que trabalham aqui há mais tempo, mas todos estão ocupados (ela olha para o casal e para a fila que está aumentando) mais algum problema de saúde? (ela frisa deixando claro que a conversa está encerrada)


Antes que algum deles responda. Ela já está fazendo a ficha do próximo paciente ignorando completamente o casal


Tonks dá ao lobisomem um olhar "eu avisei que nada seria tão simples". Ela respira fundo e fala – Vamos ao plano b


Isso seria ótimo (Remo suspira desanimado) se nós tivéssemos um plano b


Tonks aproveita a distração do lobisomem e lhe dá um selinho rápido nos lábios – Acontece que eu sou uma auror e uma auror sempre tem um plano b. Além disso, tenho mais uns truquezinhos na manga. (Ela dá uma rápida olhada para a porta de saída) Vem comigo...


E antes que possa dizer qualquer coisa ele se vê sendo puxado por Tonks porta afora


Estarrecido, Remo luta para não tocar os lábios com as mãos enquanto eles caminham por alguns metros, atônito ele vê a moça se transformar em um médico que acabou de sair pela porta


Agora finja um desmaio – ela fala para o lobisomem ao mesmo tempo em que transfigura suas roupas


O que? (Remo fala sem entender) o que você está fazendo?


Dando um jeito de colocar a gente lá dentro pra poder procurar alguma pista. Desmaie logo ou eu te estuporo – ela repete


Como assim desmaiar? – O lobisomem fala, mas antes que ele possa argumentar ele ouve Tonks pedir desculpas e a metamorfogama o estupora


Ela faz um feitiço de levitação em Remo e entra no St Mungus fazendo-se passar pelo médico


XXXXX


Cerca de meia hora depois Lupin acorda. Ainda atordoado, ele vê que se encontra no leito de um dos quartos do hospital, ao seu lado um medi-bruxo desconhecido lhe dá uma piscadinha marota


Ele demora alguns segundos para processar o acontecido, mas quando isso acontece olha estupefato para Tonks que sorri como se lhe pedisse desculpas em silêncio.


Eu não acredito que ela teve coragem! Ainda mato essa maluca! É só o que ele pensa


Ela dá uma olhada lá fora e se certifica que ninguém entrará no quarto – Desculpa (ela fala sem tirar o sorriso do rosto ao mesmo tempo em que retorna a sua aparência habitual) o tempo era curto e não tinha outro jeito. Você não ia conseguir fingir um desmaio de forma convincente. Eu falei que você havia desmaiado lá fora e que parecia ser grave, então agora você é oficialmente um paciente do hospital


Definitivamente você é louca! (Ele fala ainda estarrecido) Seus superiores sabem que você é perigosa?


Tonks sorri – Ora... Não seja um bebê chorão! Não foi um estuporamento tão forte. Eu nunca o machucaria... Além disso a gente não tem tempo a perder. O que você queria? Pedir oficialmente ao ministério autorização pra procurar nos arquivos? Você imagina quanto tempo levaria? Sem falar que poderia chamar atenção (ela dá um olhar triunfante ao ver que Remo se cala) Agora você fique aqui que eu vou investigar


Ficar aqui? – Ele fala sem acreditar


Claro! (Tonks fala como se explicasse algo a uma criança) você é meu paciente e a doença é contagiosa. Eu já diagnostiquei e dei ordens pra que ninguém venha até aqui.


Você não pode ir sozinha. – Remo ainda tenta argumentar


Lógico que eu posso! (Ela olha pra ele marotamente) Eu sou um medi-bruxo neste momento esqueceu? Eu posso andar por todo o hospital e você como paciente não, até porque não ia ficar nada bem você desfilando por aí de camisolão


Ela joga um beijinho pra ele se transforma novamente e sai. Deixando Remo estupefato ao ver que está com as vestes do hospital e ligeiramente ruborizado ao imaginar como foi parar com elas. O lobisomem revira os olhos e quando a porta bate começa a rir feito um bobo. Ela é demais... Pensa. Maluquinha mas definitivamente incrível!


XXXXX


Alguns minutos depois Lupin está entediado e começando a ficar preocupado. Ele se arrepende por ter deixado a moça sair sozinha, o lobisomem sabe que ela está preparada para lidar com situações inesperadas mesmo assim ele fica apreensivo. Lupin luta muito contra o que sente pela auror, ele sabe que não há futuro para os dois, ou pelo menos não deveria haver, mas seu coração lhe diz para deixar de ser covarde afinal ninguém sabe o que poderá acontecer no futuro. Talvez o destino esteja me dando uma chance de ser feliz apesar de tudo. Ele pensa tocando os lábios e se lembrando do beijo, curto, apenas um leve toque, mas que deixou o gosto dela em sua boca...


Seu devaneio é interrompido quando Tonks volta com alguns pergaminhos sujos e empoeirados – Arquivo de funcionários (ela fala jogando-os na cama que o licantropo ocupa)


Nem vou perguntar como você conseguiu – Remo suspira


Então não pergunte (Tonks senta se ao lado do lobisomem) vamos ao trabalho


Algum tempo depois Tonks dá um gritinho balança um pergaminho em frente aos olhos do lobisomem – Aqui está! É ela, só pode ser! Aletheia Mirosvick


Tonks dá um olhar triunfante ao lobisomem e continua – Aqui diz que ela se formou em Beaubatoux e veio trabalhar aqui em 1978. Pelo jeito meu priminho gostava de mulheres mais velhas


É... (Remo fala) pelo jeito não era nenhuma estudante


Mas o mais interessante está aqui. No início da década de 80 ela desapareceu, a ficha diz que ela nunca chegou a pedir demissão, simplesmente nunca mais veio trabalhar e ninguém mais ouviu falar dela – A metamorfogama suspira desanimada.


Alguém deve saber alguma coisa. (Remo fala contendo a vontade de passar a mão nos cabelos dela) ninguém pode sumir sem deixar rastro, nem mesmo um bruxo. Alguém deve ter ouvido falar dela em algum lugar


Espero que sim (Tonks fala) de qualquer forma a ordem pode ajudar


Remo assente com a cabeça – Vamos voltar agora, os meninos devem estar curiosos


Espera! (Tonks fala sem encará-lo) eu queria pedir desculpas...


Lupin olha pra ela, não é comum ver a auror desconcertada – Desculpas? (o lobisomem fala sem entender direito)


É... (ela fala meio sem jeito) por ter estuporado você... E pelo beijo... Eu sei que não devia, foi uma coisa impensada, aliás eu não consigo pensar direito quando estou com você...


Remo olha nos olhos da metamorfogama e sem poder refrear o impulso a interrompe beijando suavemente seus lábios – Eu desculpo pelo estuporamento, mas pelo beijo... Só se você me desculpar também (ele a beija novamente) e me desculpar de novo...


Seus lábios se unem mais uma vez – E de novo... (Remo fala sorrindo enquanto torna a beijar a metamorfogama) E mais uma vez... E novamente...


Os dois ficariam pedindo desculpas por tempo indefinido se um enfermeiro não batesse na porta procurando o medi-bruxo


Tonks transforma-se rapidamente e despacha o rapaz


Acho bom a gente ir – Remo fala retomando o ar tímido de sempre


Tonks concorda e eles saem sorrateiramente do hospital. A metamorfogama com um sorriso radiante na face e o lobisomen com um suspiro de resignação, um suspiro de quem desistiu de lutar contra o inevitável, contra o amor...


XXXXX


Em Hogwarts


Harry, Rony e Hermione assistem às aulas normalmente, mas Hermione nota que, embora Harry e Rony tenham voltado às boas, ainda há algo estranho no ar. Nada referente aos dois amigos, no entanto, a morena já pegou o ruivo olhando pra ela de uma forma que ela não conseguiu definir como se ele quisesse falar ou fazer algo e lhe faltasse coragem. E ela percebe que ele está fazendo isso neste exato momento


Rony tenta não olhar para Hermione, mas o ruivo não consegue. Ela é exatamente tudo que ele sempre quis, muitas vezes ele se pega pensando como uma garota tão extraordinária pode estar com alguém como ele.


Extraordinária é pouco para definir a mulher que ele ama. O ruivo a observa enquanto ela presta atenção a aula. Hermione morde a ponta da pena nos momentos em que não está fazendo anotações. É incrível que até num momento de concentração ela consiga se tornar atraente aos olhos do namorado. Sua boca... Seu olhar... Seu corpo... Ah... O corpo dela... Suas pernas... Seus... Para com isso. Ronald Weasley! Uma aula de feitiços não é o lugar para ter esse tipo de pensamento! Você sabe muito bem as conseqüências. Ele fala para si mesmo colocando instintivamente um livro no colo


Isso não vai dar certo... Rony pensa quando percebe que o professor passa entre as mesas para ver o resultado dos feitiços. Pense em alguma coisa Rony. Pense em um banho frio. Sim... Um banho frio. Um banho com Hermione... Não! Com Hermione não! Isso não vai dar certo... Pense no Filch pegando a madame Pince na biblioteca. Biblioteca... Eu e ela na biblioteca... Naquela seção que ninguém vai...


Não! – Ele fala mais alto do que gostaria atraindo vários olhares para sua pessoa


Senhor Weasley! (O professor pergunta exasperado) o senhor está se sentindo bem?


Rony sente toda a turma olhando pra ele e logicamente fica cor de beterraba


Ele nota o olhar inquisidor da sua namorada. É claro que para ela perturbar uma aula é quase como lançar uma maldição imperdoável


O professor continua olhando pra ele esperando uma resposta


Eu... (Ele gagueja tentando dar uma resposta convincente) eu não estou realmente muito bem... Eu posso ir a ala hospitalar?


Flitwick murmura algo que Rony entende como um sim e o ruivo sai perante o olhar atônito de Harry e Hermione


XXXXX


Rony se dirige não a ala hospitalar, mas ao banheiro dos monitores onde tomará o banho frio mais longo da sua vida.


Ele sai literalmente mais relaxado, mas meio preocupado em como vai explicar sua atitude para os amigos. Você está me deixando louco Mione... É só o que ele pensa




NOTA DA AUTORA


Hoje eu não tenho muito a dizer, apenas um recadinho especial pra você que está lendo e que ainda não deixou uma palavrinha (sim, eu sei que vocês estão lendo, o site não deixa que vocês se escondam, são quase mil acessos, e sempre que eu passo vejo novos leitores), mas como eu ia dizendo, o recadinho vai pra vocês...


Eu podia estar roubando...


Eu podia estar matando...


Eu podia estar chantageando vocês, dizendo que só posto com comentários...


Mas não estou fazendo nada disso, eu estou sendo boazinha e escrevendo. A única coisa que eu faço é usar minha carinha de cachorro que caiu da mudança e pedir, não sejam tímidos, apareçam e façam uma autora feliz!


Bjos a todos

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Comentários (1)

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