Esperança



Local desconhecido


Narcisa olha pela janela. Se há algum tempo atrás alguém lhe dissesse que iria estar nesta situação, com certeza ela diria que esta pessoa estava completamente louca


Ela ainda não sabe como foi que Severo Snape a convenceu a aceitar este exílio, muito menos como ele fez para convencer esta família a lhe dar abrigo


A loira sabe que correria um risco enorme permanecendo onde Lucio pudesse encontrá-la, ela sabe que seu marido poderia fazer coisas terríveis, principalmente se descobrisse que Draco partira. Mas ela não pode dizer que está feliz. Narcisa se sente mal no lugar onde se encontra, na verdade mal não seria a palavra certa, Narcisa se sente envergonhada.


Ela olha para a casa. Simples para os seus padrões, mas dá pra perceber algo que ela nunca teve na imponente mansão Malfoy. Ela sente uma paz e uma sensação de familiaridade, é como se as pessoas que lá residem realmente se importassem umas com as outras e não com sangue ou status


Uma batida na porta interrompe seus pensamentos e ela vê uma figura loira entrar, uma figura que ela não via há muito tempo e que Narcisa nunca imaginou que pudesse lhe dar abrigo, não depois de tudo que sua família fez


Espero que esteja confortável – Andrômeda fala sem encará-la não – tem o conforto que você está acostumada, mas deve servir


Estou bem, obrigada – Narcisa fala meio envergonhada. Ela e sua irmã tiveram momentos difíceis depois que Andrômeda se casou com um nascido trouxa e foi literalmente rechaçada da família, mas antes disso até que elas se davam bem. Narcisa lembra que inúmeras vezes se pegou pensando em como a sua irmã estaria vivendo, mas sendo a covarde que ela sempre foi nunca externou essa curiosidade, ela sabia que nem seu marido nem sua família aceitariam que Narcisa tivesse qualquer tentativa de aproximação


Ela olha para sua irmã sem saber direito o que dizer. Primeiro porque o orgulho lhe impede de pedir desculpas ou qualquer coisa parecida. Sim, Narcisa apesar de tudo ainda é uma mulher orgulhosa. E segundo e mais importante, Severo Snape a fez jurar por seu filho que nunca citaria seu nome. O que não lhe espanta já que ele matou Dumbledore, mas a senhora loira tem que admitir que está bem curiosa a respeito do fato de sua irmã lhe conceder abrigo


Se você precisar de alguma coisa... – Andrômeda diz enquanto abre as cortinas – não se preocupe, a casa está segura. Qualquer pessoa, mesmo bruxos, que olhar nesta direção só vera uma casa abandonada – ela olha meio sem jeito para a irmã – só peço que não tente sair de casa sozinha, não seria seguro pelo menos por enquanto


Narcisa suspira e assente com a cabeça. De uma forma ou de outra ela continua prisioneira, mas desta vez ela consegue ver uma pequena centelha de esperança...


XXXXX


Na sala de Dumbledore


Hermione respira fundo e se dirige ao quadro do ex-diretor torcendo para que ele esteja presente. Ela não gosta de entrar assim, quando McGonagall não se encontra. Mas não há muito tempo pra ser educada, convenções devem ser esquecidas quando se tem algo importante em mente


Para sua sorte Dumbledore se encontra jogando xadrez bruxo com outro ex-diretor. Ele para a sua jogada e a encara por cima dos seus óculos


Bom dia, senhorita Granger – o ancião a saúda – aconteceu alguma coisa?


Não diretor, não aconteceu nada – ela diz meio sem jeito – é que eu precisava dar uma palavrinha com o senhor, sobre aquele assunto...


Suponho que agora a senhorita está mais calma – ele diz


Hermione se ruboriza ao se lembrar da forma intempestiva como saiu daquela sala – sim, eu estou – ela abaixa a cabeça – desculpe o meu rompante


Ora, menina – ele sorri – é perfeitamente compreensível, mas devo presumir que embora a senhorita esteja mais calma, dificilmente está conformada, acertei?


Hermione olha para o quadro. Agora ela entende quando Harry dizia que o diretor podia saber o que ele estava pensando só de ver sua expressão. Será que um quadro pode usar legitimência? Ela fala para si mesma


Sim, o senhor acertou – Hermione diz e abaixa a cabeça – desculpe, mas eu não consigo me conformar. Eu sinto como se eu mesma o tivesse atirado lá se eu não tentar fazer alguma coisa


Entendo – o quadro diz – não esperaria nada mais de você Hermione. Mas você quer alguma coisa de mim, se eu posso perguntar?


A morena respira fundo – eu sei que o senhor disse que não há uma forma conhecida de entrar no véu da morte. Mas só porque não há uma forma conhecida, não significa que não haja uma forma – ela sorri ao ver os olhos do diretor encará-la com curiosidade – eu quero descobrir essa forma. Eu sei que eu posso, pode ser algo difícil pode ser demorado, mas eu tenho que tentar, eu... – ela parece meio sem jeito – eu vim pedir a sua ajuda...


Hermione – o quadro de Dumbledore respira fundo – eu sou apenas um quadro, eu não tenho como adquirir qualquer conhecimento após a minha morte, não sei como poderia ajudar


Eu sei de tudo isso, diretor – Hermione diz – mas eu também sei que o senhor foi o maior bruxo de todos os tempos então qualquer coisa que puder fazer seria de muita ajuda – ela abaixa os olhos – eu não sei direito por onde começar, eu sei que talvez pudesse estar utilizando esse tempo pra auxiliar mais o Harry com as horcruxes e tal, mas eu não conseguiria dormir tranquila se simplesmente esquecesse essa história


Compreendo – Dumbledore sorri – eu não esperaria mais nada vindo da senhorita e eu sei que se alguém tem a capacidade de desvendar os mistérios do véu essa pessoa é você – ele respira fundo ou qualquer coisa parecida que um quadro possa fazer – eu vou fazer o possível para ajudar, vou tentar lembrar o máximo possível a respeito do véu da morte, vou dizer a Minerva para liberar qualquer livro que você queira ter acesso – ele pensa um pouco – você pode tentar com a Tonks, conseguir conversar com algum inominável de confiança, eles são as pessoas que mais conhecem a respeito do véu. Se realmente existir algo que se possa fazer será feito – ele para por um momento – o Harry sabe de alguma coisa?


Não – Hermione balança a cabeça negando – eu não tive coragem de contar ele não iria se concentrar em mais nada


Compreendo – Dumbledore a interrompe – você fez o que era certo. Não estou menosprezando a vida do Sirius, mas se o Harry não fizer o que tem que ser feito muitos outros perecerão, inclusive ele mesmo


Sirius não gostaria que fosse assim – Hermione diz tristemente – eu sei que ele se sacrificaria pelo Harry de bom grado e é por isso que eu tenho que achar uma maneira de tirá-lo de lá


Eu vou fazer o que eu puder, senhorita Granger – Dumbledore diz – dou minha palavra


Hermione assente com a cabeça e sai sentindo uma pontinha de esperança em seu coração


XXXXX


Na sala precisa


Harry e Gina estão lá. Ao contrário do que muitos podem estar pensando, a sala não é neste momento um ninho de amor. Eles estão verificando as memórias de Dumbledore, eles teriam chamado Rony e Hermione, mas não encontraram a morena em lugar algum. Eles acabaram de ver as memórias do nascimento de Voldemort, Harry nota que Gina está calada, talvez chateada por não terem nenhuma informação nova


Não fica assim, ruiva – ele acaricia seus cabelos – você não esperava encontrar nada logo de cara, não é


Não é isso, Harry – Gina suspira – é que... Bem... – ela enxuga uma lágrima – eu fiquei com pena da Merope... Ela teve uma vida tão horrível! Um pai cruel, um irmão louco... A única vez que foi amada foi através de uma poção do amor


Harry fica em silêncio, ele nunca havia visto por este lado. Gina continua – ela só teve forças pra viver até ter o filho, ela deu a sua vida a ele – ela para pensativa – acho que Dumbledore errou


Como assim, ruiva? – Harry a questiona – como o Dumbledore pode ter errado?


Ele não viu uma coisa – Gina responde depois de refletir um momento – ele disse que Voldemort nunca havia conhecido o amor, mas ele conheceu. Ele não sabe, mas ele foi amado... Ele foi amado pela sua mãe, ela aguentou até colocá-lo no mundo, ela pediu para que ele se parecesse com o pai, ela deu um nome a ele... Pra mim isso é amor


Visto por este lado, pode ser que você tenha razão – Harry filosofa – embora eu não saiba no que isso pode ajudar


Talvez não possa, Harry – Gina diz – provavelmente não pode, mas eu gosto de pensar assim talvez se Merope não tivesse morrido as coisas pudessem ser diferentes


Quem sabe... – Harry diz – mas não foram e eu preciso descobrir onde estão as outras horcruxes antes que seja tarde demais


XXXXX


Enquanto isso


Dizer que está entediado é ser sutil para Draco Malfoy. Na verdade ele está muito entediado, ele não tem muito o que fazer naquela escola. Não quando não pode ser visto pela maioria dos estudantes, ele de vez em quando se esgueira para o jardim no momento em que todos estão dormindo, mas até isso é arriscado, nunca se sabe quando alguém vai decidir burlar as regras


Ele de vez em quando ajuda Harry em seus treinamentos, mas ultimamente isso não tem acontecido. O loiro já notou que eles estão à procura de algo, algo que deve estar relacionado ao Lorde das Trevas. Draco está curioso, mas ele não se atreve a buscar mais informações, primeiro porque ele é orgulhoso demais pra isso e segundo porque ele tem certeza que ninguém diria


Neste instante ele ouve alguém bater na sua porta, o loiro vai abrir pensando que provavelmente é Aletheia. Ela sempre aparece para lhe fazer companhia sabe-se lá o porquê


Mas não é Aletheia quem bate na sua porta. Draco vê, perplexo, Barbara e Adrian – desculpe aparecer assim – a mulher fala – mas esse pestinha estava me deixando louca me pedindo pra vê-lo


Ele queria me ver? – Draco pergunta sem ter entendido muito bem. Nunca em sua existência ele se deu bem com crianças, por que diabos o menino queria vê-lo?


Barbara vê que o loiro parece incomodado – desculpe – ela murmura sem jeito – é que você brincou com ele no outro dia e meu filho fica muito tempo sozinho, sem nada pra fazer. Mas tudo bem, a gente vai embora


Não! – Draco diz em um impulso, ele sabe mais do que ninguém o que é se sentir sozinho e sem nada pra fazer – entrem... Desculpem o meu espanto, eu só não esperava


Oi moço – o menino fala timidamente – eu ganhei feijõezinhos de todos os sabores, eu trouxe pra gente comer junto. Você gosta?


Draco sente uma sensação estranha. Ele sempre teve tudo, absolutamente tudo que o dinheiro podia comprar, não poderia ser diferente sendo ele um Malfoy. Mas é a primeira vez em sua vida que alguém quer dividir algo em ele e, quer saber? A sensação não é ruim


XXXXX


Enquanto isso, na sala comunal da Grifinória


Os dois casais estão espalhados pelas poltronas sem fazer absolutamente nada. Hermione, ao contrário do que se esperava, não explicou o seu sumiço e eles não se atreveram a perguntar. Harry brinca com um pomo exatamente da forma que seu pai fazia em sua época de escola. Seria apenas mais uma noite comum para os estudantes de Hogwarts se Neville não entrasse exasperado dizendo – a Luna precisa falar com vocês


O coração de Harry acelera. Será que finalmente há uma pista da próxima horcruxe?


O quarteto sai acompanhado por Neville. Eles caminham até a porta das dependências da corvinal onde a loira se encontra. É impossível não notar o brilho em seus olhos – eu sei, Harry, eu sei o que e o objeto da corvinal


Como você descobriu? – o menino que sobreviveu fala curioso, mas antes que Luna responda ele completa – não, aqui não, vamos para a sala precisa


Pouco depois o pequeno grupo se encontra na sala precisa. Todos olham para a corvinal que diz com a sua calma costumeira – sentem-se, eu vou contar o que aconteceu...




NOTA DA AUTORA


Aqui estou eu de novo! Mas algo me diz que eu deveria estar bem escondida por ter parado justamente nesta parte, acertei? Calma pessoal, não fiquem bravos comigo, nada melhor que um pouquinho de suspense para manter o clima... (corre das azarações)


Falando sério agora, muito obrigada a todo mundo que está lendo, principalmente pela paciência de esperar as atualizações. Meu obrigado mais do que especial para aqueles que usaram um minutinho das suas vidas pra deixar uma palavra de incentivo. Vocês não imaginam como isso é importante pra mim


Bjos e até o próximo

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Comentários (1)

  • Natascha

    ficou ótimo....fiquei curiosa pra saber como a luna descobriu....

    2013-12-05
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