Não me deixo dominar



No outro dia


Harry, Rony e Hermione conversam enquanto esperam Gina descer para o café. O moreno contou em poucas palavras a conversa que teve com a diretora, incluindo a parte em que Minerva proibiu Gina de participar da busca


A Gina já sabe disso? E ela aceitou isso assim? – Rony pergunta cismado, afinal ele sabe o quanto a irmã odeia ficar de fora


Sim, ela sabe e é claro que não aceitou fácil (Harry suspira) foi complicado fazer com que ela concordasse. Deu um trabalhão e eu só consegui depois que falei que Tom poderia descobrir que ela é uma sétima filha


Isso pode alterar o passado – Hermione fala horrorizada


Exatamente (Harry concorda) só aí consegui convencê-la, mas ela não ficou nada satisfeita (o menino que sobreviveu se cala ao se lembrar da briga e de como fizeram as pazes. Harry sente o rubor subir para seu rosto e nota aliviado que os amigos não percebem)


Hermione fica pensativa por algum tempo, então ela fala – acho que seria interessante a gente ir à travessa do tranco antes, quer dizer, no presente. Assim a gente não chega sem saber o que esperar


Nós já fomos lá antes (Harry, que não quer perder tempo, fala), além disso, de que adianta ir até lá agora? Passaram-se décadas


Hermione sorri – se você não notou, as coisas não mudam tão rápido entre os bruxos, não há tecnologia nem nada do tipo. Esse castelo, por exemplo, permanece da mesma forma há séculos (ela olha para os amigos) eu acho que se a gente se habituar à travessa do tranco, vai ficar mais fácil investigar no passado. Evitaria que chamássemos atenção


A Mione tem razão (Gina, que estava descendo e ouviu parte da conversa, fala) e nada impede que eu vá também, não é como se Voldemort estivesse me esperando lá


Harry suspira derrotado. Ele sabe que nada vai fazer a namorada desistir da idéia de acompanhá-los à Travessa do Tranco atual – eu vou conversar com a diretora (ele resolve não começar uma briga)


Não Harry, eu vou conversar com ela (Gina fala de forma decidida) ela disse que quer me ver hoje e eu aproveito pra dizer que você precisa ir à Travessa do Tranco e peço pra ir também. Acho que vou ter mais argumentos que você, se é que me entende... (Gina fala de maneira inocente enquanto dá um selinho no menino que sobreviveu)


Harry suspira. Ele já conhece esse olhar da ruiva, o olhar que diz que ela vai conseguir o seu intento de qualquer forma. Pelo menos ela aceitou não ir à travessa de quando o Tom trabalhava lá


Sabe se lá o que Gina falou para a diretora. O fato é que algum tempo depois ela retornou com um sorriso triunfante dizendo que poderia acompanhá-los. Quando questionada a ruiva se recusou a dizer o que conversaram – digamos que usei meu poder de convencimento (ela falou misteriosamente e tudo ficou por isso mesmo)


Ficou combinado então que, dentro de alguns dias, os quatro iriam até o beco diagonal e de lá iriam fazer o reconhecimento da travessa do tranco


XXXXX


Local desconhecido


O Lorde das Trevas acaricia a cabeça de Nagini, este é o único ser vivo por quem ele permite demonstrar alguma espécie de sentimento. A única que ele sabe que sempre estará a seu lado. Os outros... Ele pensa com todo desprezo que existe em sua alma negra. Os outros só estão ao meu lado por tudo que eu lhes prometi e também por causa do medo. Voldemort sabe que este é o principal motivo que reúne seus comensais sob as suas ordens. Todos têm tanto a perder quanto a ganhar


Não, lorde Voldemort não é bobo. Ele sabe que, se não fosse as promessas de riqueza e glória aliadas ao absoluto terror que alguns de seus seguidores sentem, ele talvez estivesse sozinho. Apenas eu e Nagini... Ele pensa e este é mais um dos motivos que ele tem para conseguir a sétima filha. Uma bruxa de sangue puro com uma magia poderosíssima. Uma ótima serva ela será...


O bruxo das trevas se concentra. É hora de tentar estabelecer contato, ele sabe que está ficando cada vez mais difícil e que provavelmente ela está tendo algum tipo de ajuda. Nada que mais cedo ou mais tarde eu não consiga vencer... Ele sabe que tem tempo todo o tempo do mundo. Ele tem a eternidade...


Vamos lá Gina, vamos ter uma conversinha... Ele pensa enquanto se concentra.


XXXXX


Em Hogwarts


Gina está na sua aula de poções, ela conta atentamente as gotas de essência de menta. Embora Slughorn não seja tão minucioso quanto Snape, Gina sabe que ele não gostaria que um aluno desperdiçasse a matéria prima


A ruiva tenta se concentrar, mas a lembrança de que em alguns dias eles estarão na Travessa do Tranco não sai de sua mente. Ela ainda não engoliu o fato de que não poderá ir com os amigos quando estes atravessarem a barreira do tempo. Mesmo entendendo as razões, pra ela é difícil ver Harry partir sem saber ao certo quando voltará a vê-lo


Concentre-se Gina, não adianta ficar pensando nisso. Ela fala para si mesma enquanto mexe a poção. Três vezes para a direita e uma vez e meia para a esquer...


Ela para sentindo uma sensação desagradavel, uma sensação que ela já conhece muito bem. Antes que possa fazer alguma coisa o professor e os demais alunos estarrecidos vêem Gina cair por cima da bancada derrubando a sua poção e a de quem está do seu lado


Por um minuto ou dois, ninguém faz nada, até que Slughorn retoma o controle da situação. Ele pega sua aluna nos braços e fala para o aluno mais próximo – chame a diretora e diga pra ela ir a ala hospitalar com urgência!


XXXXX


Enquanto seu professor corre com ela para a enfermaria, Gina luta contra a dominação. Ela luta contra a voz insistente em sua cabeça, ela se concentra e tenta bloquear, mas sua tentativa não obtém sucesso.


Gina...


Gina...


Você não quer mais conversar com seu amigo? Que decepção...


Não! Gina pensa. Não!


Gina...


Lembra quando você tinha onze anos? você me disse que eu era seu único amigo...


Não... Gina pensa. Eu tenho que me concentrar... Tenho que lembrar as minhas aulas... Eu tenho que bloquear... Eu... Tenho... Que... Lutar...


Gina...


Gina...


GINA! (A voz agora está exasperada) Não tente romper o contato! Você não pode fugir! Você é minha!


Gina sente que fica cada vez mais fraca. Ela não está acordada, mas se estivesse veria que seus poros começavam a verter sangue no exato momento em que entra na enfermaria carregada pelo professor


Céus! (madame Pomfrey fala estarrecida enquanto corre para atender à menina) eu nunca vi nada parecido antes (ela olha para Slughorn) com o que vocês estavam mexendo?


Uma poção simples (ele fala tão espantado quanto a enfermeira) nenhum ingrediente que pudesse causar isso


Neste momento Minerva chega – o que aconteceu? (está é uma pergunta desnecessária, ao ver a garota na enfermaria a diretora sabe perfeitamente o que pode ter acontecido)


Ela desmaiou na aula (o professor fala e logo se explica) nada relacionado aos ingredientes, não estávamos fazendo nenhuma poção perigosa


Mas Minerva não presta atenção. Ela olha para a ruiva seu semblante está pálido a respeito do sangue que jorra – temos que fazer este sangramento parar Papoula


A enfermeira dá a diretora um olhar. E o que você acha que estou fazendo? Ela pensa mas não se atreve a dizer, não é hora pra isso, agora ela deve se concentrar em estancar esse misterioso sangramento


Mas o sangue não para...


XXXXX


Local desconhecido


O Lorde das Trevas tenta estabelecer seu contato. Cada dia fica mais difícil, mas isto não é totalmente ruim. Quanto mais poderosa ela for, melhor para meus propósitos. Vamos Gina lute, lute o quanto quiser. Por mais que você resista, você ainda me pertence


Mestre...


Uma voz o tira da sua concentração e ele perde o contato


O que você está fazendo? – Ele olha furioso para Severo Snape


Perdão mestre, mas você está sangrando – o ex-professor de poções fala parecendo preocupado


Lorde Voldemort vê estarrecido que o sangue goteja por seus poros


Mestre, por favor, permita-me – Snape tenta ajudar e é repelido com um feitiço que o joga longe


Seu verme! (Voldemort vocifera) Então você tem a ousadia de me interromper? A ousadia de crer que eu preciso de ajuda?


Mas o senhor estava sangrando mestre... – Snape ainda tenta argumentar


Você me fez perder a conexão, seu maldito! (Voldemort fala furioso) você me fez perder o contato com a sétima filha... Crucio!


Snape cai de joelhos. Não importa quantas vezes se tenha recebido a maldição cruciatus, sempre dói como se fosse a primeira. Ele luta para respirar enquanto sente como se milhares de agulhas perfurassem seu corpo ao mesmo tempo – mestre, por favor... Perdão... Eu não quis...


Sim (Voldemort fala num tom falsamente condescendente) eu presumo que você realmente não tenha tido a intenção, mas o fato é que atrapalhou meus planos. Crucio! (Ele fala novamente)


Desta vez Snape se contorce no chão, ele luta para respirar – lorde... Por favor...


Implore... (Voldemort fala com uma risada de escárnio) isso é música para meus ouvidos. Pra sua sorte você ainda pode me ser útil e é apenas por isso que permanece vivo


Snape permanece no solo, incapaz de concordar ou discordar de qualquer coisa. Voldemort continua – aliás, acho que já está na hora de mostrar que eu estou vivo... Mais vivo do que eles gostariam...


XXXXX


De volta a Hogwarts


Harry entra na enfermaria como um furacão. Ele foi buscar Gina na aula de poções e ficou sabendo que ela havia desmaiado


Como ela está? O que aconteceu – Ele pergunta ao professor de poções


Ainda desacordada (Slughorn responde desolado) a senhorita Weasley desmaiou enquanto preparava uma poção, eu não sei como isso foi acontecer...


A diretora já foi avisada? – Hermione, que entra seguida por Rony, pergunta


Sim, senhorita Granger (ele fala enquanto enxuga o suor de suas têmporas) assim que tudo aconteceu, eu pedi para que ela fosse avisada. A senhorita McGonagall está lá dentro


Harry mal ouve as últimas palavras e entra correndo na enfermaria. O menino que sobreviveu fica estático ao encontrar a namorada, nada o preparou para o estado em que ele vê Gina


Ele olha para a sua ruiva coberta de sangue e tão pálida, pálida como se estivesse...


Gina! – O grito escapa de sua garganta


Acalme-se Potter (Minerva fala) ela já foi atendida. Não é tão ruim quanto parece


Mas ela... Ela está sangrando! – Ele consegue balbuciar em meio ao horror. O menino que sobreviveu se sente em meio a seu pior pesadelo, mesmo com seu lado racional tentando processar as palavras da diretora, a visão da sua ruiva neste estado definitivamente não ajuda


Não mais, Potter (madame Pomfrey o tranquiliza) o sangramento parou (ela suspira) confesso que parou sozinho, mas felizmente parou. Não houve um feitiço capaz de contê-lo.


Harry olha para a enfermeira. Como assim, não houve um feitiço capaz de contê-lo? Ele pensa consigo mesmo


Minerva adivinha seus pensamentos – foi alguma coisa poderosa que atingiu a senhorita Weasley, alguma coisa sórdida e poderosa


Voldemort... – Harry balbucia


Temo que sim (Minerva concorda) ele deve ter tentado entrar em contato e como ela está mais forte isso deve ter causado uma espécie de reação, algo que ninguém esperava


Harry olha para a diretora um misto de emoções toma conta do seu ser. Preocupação com a sua ruiva, revolta por não poder evitar o que está acontecendo... Tudo se mistura em sua mente. Ele não fala nada, a única coisa que faz é acariciar a mão de Gina


Ela não deve demorar a acordar (madame Pomfrey fala) vai passar a noite aqui tomando poções para repor o sangue, mas amanhã já estará bem.


Eu quero ficar com ela – Harry fala e lança um olhar suplicante à diretora


Minerva em princípio pensa em negar, mas o olhar desesperado de Harry faz com que ela mude de idéia – Vamos fazer o seguinte Harry. Você e seus amigos vão comer alguma coisa enquanto Papoula termina os exames, depois vocês podem ficar com ela até a hora de dormir


Harry pensa em argumentar, mas o olhar que Minerva lhe dá não deixa que ele retruque. O menino que sobreviveu assente com a cabeça, mas a sua expressão deixa claro que ele não está feliz em deixar a namorada


Minerva continua – eu prometo que qualquer alteração no quadro da senhorita Weasley, você será avisado imediatamente. Agora deixe madame Pomfrey trabalhar


Harry olha para a diretora. Ele sabe que ela cedeu mais do que ele esperava. O moreno acaricia a mão de Gina e sai


Lá fora Rony e Hermione esperam notícias


Como ela está? – O ruivo pergunta preocupado


Ainda desacordada, mas madame Pomfrey disse que vai ficar bem – Harry tenta passar para o amigo uma tranquilidade que ele mesmo não possui


Nós podemos vê-la? – Hermione pergunta


Não agora (Harry fala) ela está sendo medicada, mas a diretora autorizou a visita depois do jantar


Os três amigos se retiram sem saber o que se passa no quarto em que a ruiva está


De volta ao quarto, madame Pomfrey faz um feitiço que recolhe o sangue derramado por Gina e o coloca num frasco. Este não é um procedimento comum, mas devido às circunstâncias em que a menina o perdeu é necessário uma investigação maior e pode ser que ele seja útil


Neste momento Gina balbucia algumas palavras sem nexo, como se estivesse sonhando. Então ela acorda num rompante


Calma senhorita Weasley (Minerva fala) já está tudo bem (ela se senta ao lado da aluna) devo dizer que você lutou bravamente...


Mesmo assim ele conseguiu – Gina fala desanimada


Mas ele teve que lutar (Minerva fala) lutar muito


Talvez mais do que a gente pensa (madame Pomfrey fala assustada) Minerva veja isso...


A diretora se dirige a uma bancada onde a enfermeira colocou o recipiente com o sangue – não entendo Papoula, o que o sangue da Gina tem a ver com isso?


O problema Minerva é que o sangue que Gina verteu pelos poros não pertence a ela (a enfermeira fala com ar de quem entende do assunto) este sangue não é da senhorita Weasley, um feitiço simples detectou que este sangue não pertence ao corpo da menina...


Então... – Minerva fala estarrecida


Sim... (A enfermeira fala, o tremor em sua voz revelando todo o seu nervosismo) o sangue que jorrou de Gina Weasley provavelmente pertence à Voldemort...




NOTA DA AUTORA


Finalmente capítulo postado! Milhões de desculpas pela demora, eu sei que muitas vezes eu extrapolo, mas não pensem nunca que estou desistindo das fics. Isso não vai acontecer, eu não vou abrir mão de uma das coisas que eu mais gosto que é escrever.


O problema é que por mais que eu ame escrever, eu não posso me dedicar a isso de maneira integral. Meu tempo pra escrever é menor do que eu gostaria, infelizmente. E quem escreve sabe que não é apenas colocar a idéia no papel, a gente tem que revisar, reler várias vezes pra não deixar furos, isso sem falar no tempo em que ficamos pensando em como dar prosseguimento a história. Tudo isso pra postar alguma coisa que valha a pena ser lida.


Espero que tenham gostado do capítulo e que deixem uma palavrinha para incentivar a autora ok


Bjos e até o próximo!

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Comentários (1)

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