Azkaban e Madame Malkin



 


Os três chegaram ao bem iluminado corredor, que ao contrário do restante da prisão era bem aconchegante e não sofria com o frio provocado pelos Dementadores.


 


- Cela 18. – disse Olívio, mais para si do que para os amigos


 


Eles voltaram a caminhar, em passos arrastados e lentos. Na teoria tudo parecia bem mais fácil, mas na prática a coisa era bem diferente. Pedir ajuda a um comensal era o cúmulo do absurdo, era óbvio que ele não aceitaria, que riria da cara deles e diria ofensas. Cedrico suspirou com esse pensamento, tinha que deixar o orgulho de lado agora, e tinha que admitir que isso era muito difícil pra ele.


 


- 15, 16, 17... – Olívio começou a sussurrar a contagem -...18!


 


Eles pararam de frente para a cela, Gina ao meio, segurando a caixa de veludo, e Olívio e Cedrico cada um postado em um lado seu. A cela era espaçosa e limpa, tinha uma cama aparentemente confortável, livros e outros objetos que eles não deram atenção. Sentado em uma poltrona ao canto da cela, lendo um grosso livro, se encontrava Dolohov, sua aparência, constatou Gina com surpresa, era bem melhor do que nos tempos de guerra, sua barba estava feita, ele estava limpo, e até cheiroso, percebeu com repugnância.


 


- Bom dia, Sr. Dolohov. – desejou Olívio, com um certo desprazer na voz


 


O comensal levantou o olhar do livro e o dirigiu aos visitantes. Os olhos de Gina encontraram os dele, e ao contrário do que imaginara não havia naquele olhar um divertimento febril e doentio pela visita inimiga, havia sim um olhar alegre e ansioso, que a deixou confusa. Dolohov sorriu sincero.


 


- Achei que não viriam mais! – exclamou o comensal se levantando e colocando o livro sobre a mesinha – Demoraram!


 


Aquelas palavras os deixou ainda mais confusos. Era algum tipo de brincadeira, pegadinha ou algo do tipo? O que Dolohov estava fazendo com aquele sorriso na face e olhar ansioso por vê-los. Cedrico olhou pros lados, pensou que talvez tivessem caído em alguma armadilha, mas nada aconteceu. O silêncio surpreso dos três garotos fez o sorriso no rosto dele morrer.


 


- Alguma coisa de errado? – perguntou amedontrado – Eu devo ir embora daqui? Mas Potter prometeu que se eu ajudasse vocês eu poderia ter todas essas regalias, ele disse...


 


- Como é? – cortou-o Cedrico – Do que você está falando Dolohov?


 


O comensal analisou-os por alguns instantes, parecia desconfiado. Ele se aproximou das grades, ficando mais próximo de seus visitantes.


 


- Estou falando do acordo entre mim e Harry Potter, feito há exatamente um ano atrás. – disse ele sem delongas


 


Os três se encararam sem ar. Devia mesmo ser algum tipo de brincadeira, aquilo era demais pra eles. Harry e Dolohov tinham um acordo? Tudo parecia confuso. Dolohov pigarreou incomodado com o silêncio permanente.


 


- Que acordo? – perguntou Olívio apressadamente


 


Dolohov balançou a cabeça descrente.


 


- Então vocês não sabem? – perguntou, mas novamente obteve o silêncio como resposta – Potter me disse naquela noite que estava disposto a me ajudar, mas que eu precisava ajudá-lo em troca. Me prometeu uma dessas celas especiais durante um ano, e que quando esse prazo chegasse ao fim vocês me visitariam e me pediriam ajuda em algo, me disse que minha permanência na cela dependeria de vocês, que se eu os ajudasse vocês acertariam com o Ministro que seria permanente, que eu poderia ficar aqui pelo resto da minha pena.


 


Gina estava boquiaberta, e notou que Cedrico e Olívio também estavam. Dolohov continuou.


 


- Se vocês não sabiam, então porque estão aqui? – perguntou tentando entender


 


- Pra pedirmos sua ajuda! – disse por fim Cedrico – Pra cumprirmos a promessa do Harry. Isso é claro, se você ainda estiver interessado.


 


Dolohov não se preocupou em achar estranha a atitude dos três garotos, apenas queria se livrar daquele fardo e poder se tranqüilizar com sua situação.


 


- Mas é claro! – tratou de responder – Do que vocês precisam? Em que posso ajudá-los?


 


Cedrico sorriu vitorioso.


 


- Precisamos que você descubra a que horas Harry morreu.


 


 


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As duas pararam em frente a Madame Malkin, e Hermione ouviu Mônica suspirar, olhou-a de lado e lhe sorriu.


 


- Vamos! Não seja tão dramática Mônica! – a repreendeu divertida


 


- Dramática?! – perguntou ofendida – Madame Malkin faz vestidos de noiva por encomenda Mione, e que levam semanas para serem feitos. Minha única opção vai ser escolher um dos horríveis vestidos prontos dela, que estão mofados aí, há anos!


 


Hermione sorriu novamente, balançando a cabeça. Tinha que concordar com a amiga, os vestidos prontos de Madame Malkin eram mesmo terríveis, mas tinha esperança de que achariam ao menos um que prestasse.


 


- Vamos entrar logo, e acabar com essa tortura! – disse Mônica começando a caminhar


 


Elas entraram na loja, e Hermione notou que ainda tinha a mesma aparência de quando entrara ali pela primeira vez, quando ainda era uma garotinha de onze anos de idade. Madame Malkin demorou um pouco para aparecer, mas logo veio recebê-las, ela sim havia mudado bastante nesses nove anos, tinha ficado bem mais velha, e ao que parecia um pouco surda.


 


- Não ouvi logo vocês entrarem, esse sino deve estar estragado. – disse intrigada, mas o sino estava exatamente igual há anos atrás


 


- Não se preocupe Madame Malkin, não esperamos muito. – disse Hermione docemente


 


Ela se aproximou das duas e apertou os olhos para reconhecê-las, mas logo seu olhar se encheu de surpresa ao ver quem elas eram.


 


- Merlin, se não são Hermione Granger e Mônica Potter! – disse satisfeita – Mas o que as trazem aqui?


 


Mônica ia começar a falar, quando foi interrompida por um grito agudo soltado pela senhora.


 


- Tudo bem Madame Malkin? – perguntou Mônica preocupada, olhando pros lados assim como Hermione


 


A mulher balançou a cabeça.


 


- Sim, sim. Está tudo bem. É só que acabei de me lembrar porque vocês estão aqui! – disse sorrindo e se dirigindo aos fundos da loja


 


As duas garotas ficaram imóveis e confusas, se encarando, sem entenderem absolutamente nada.


 


- Acho que ela está ficando caduca também! – brincou Hermione, fazendo Mônica rir


 


As duas passaram a olhar alguns vestidos, já que a velha parecia que iria demorar.


 


- Que horror Hermione! – comentou Mônica passando por um cabide com vestidos – São uns piores do que os outros!


 


Ela ouviu as risadas de Hermione do outro lado da loja.


 


- Esse é a sua cara! – disse Hermione irônica


 


Mônica se esticou para olhar o que a amiga tinha achado e teve que segurar uma gargalhada ao vê-la esticando sobre o próprio corpo um horrendo vestido branco, com babados por todos os lados e com flores laranjas berrantes bordadas por todo o vestido.


 


- Diz aqui na etiqueta que é um vestido de noiva. – disse cínica olhando a etiqueta atentamente – O que você me diz?


 


Hermione tirou os olhos da etiqueta para ver uma Mônica sem ar de tanto rir e se escorando nos cabides, e também riu muito. As duas ouviram barulho se aproximando e Hermione correu para devolver o vestido ao seu lugar, enquanto tentavam se conter, mas ainda tinham sorrisos no rosto.


 


- Aqui está! – ouviram a voz de Madame Malkin


 


As duas saíram de trás dos cabides para verem o que a senhora trazia, e os sorrisos em seus lábios se desfizeram, dando lugar aos olhares admirados e surpresos. Madame Malkin tinha pendurado nas mãos um lindo vestido branco tomara-que-caia e com uma fita de cetim em volta da cintura.


 


- Oh meu Deus! – exclamou Mônica sem acreditar no que via


 


Ela se aproximou para tocá-lo, ele era simplesmente maravilhoso.


 


- É lindo! – disse Hermione ao lado dela, também tocando o vestido


 


Madame Malkin sorria.


 


- A senhorita gostou, senhorita Potter? – perguntou ela simpaticamente


 


- Sim, mas...


 


- Seu irmão o reservou há muito tempo atrás em seu nome. – disse ela indo pra trás do balcão – Achei que não o buscaria mais!


 


As duas se encararam confusas.


 


- Meu irmão escolheu esse vestido? – perguntou Mônica com lágrimas nos olhos


 


- Ah sim, sim! – disse ela – Ele disse que esse era exatamente o modelo que a senhorita queria e que eram suas medidas.


 


Era realmente inacreditável, Hermione e Mônica estavam completamente maravilhadas.


 


- Eu já disse que amo seu irmão? – perguntou Hermione abobalhada observando Madame Malkin dobrar o vestido


 


- Acho que precisamos dizer isso mais vezes. – sugeriu Mônica emocionada


 


A outra concordou.


 


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Cedrico havia explicado a Dolohov como ele iria descobrir o horário da morte de Harry, e o comensal prontamente compreendeu e se pôs a disposição.


 


- Só tem dois probleminhas. – disse ele coçando a cabeça


 


- Quais? – perguntou Olívio preocupado


 


- Bom... o primeiro é que vou precisar da minha varinha! – disse óbvio – E o segundo é que isso pode demorar um pouco.


 


- Quanto tempo? – perguntou Gina apressada


 


- De doze a quinze horas! – respondeu o comensal


 


- Não temos tanto tempo assim. – disse Olívio tentando pensar – Se você garantisse as doze horas até daria, mas mais do que isso seria muito arriscado.


 


Eles ficaram em silêncio, procurando uma solução.


 


- E o que você está fazendo aí parado? – perguntou Dolohov – Me arrume uma varinha e vamos tentar, você não tem outra opção!


 


Olívio se despertou.


 


- Claro! – disse começando a se mexer – Preciso de uma autorização e de alguns aurores pra te vigiar...talvez consiga isso em menos de uma hora e...


 


- Então vai! – gritou Gina


 


Ele se despediu e saiu correndo pelo corredor. Cedrico, Gina e Dolohov ficaram em silêncio. Por mas que ele estivesse ajudando ele ainda era um comensal da morte, alguém que matara muitas pessoas que amavam, inclusive Lupin. Agora era esperar um pouco mais, e de preferência em silêncio.


 


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Mônica e Hermione caminhavam, ainda meio bobas, pelas ruas do Beco Diagonal, com uma enorme sacola nas mãos, onde estava o vestido. Ouviram alguém gritá-las.


 


- Potter! Granger! – era uma voz masculina


 


Ambas se viraram e se arrependeram no instante seguinte ao constatarem quem era.


 


- Será que ele viu que o ouvimos? – perguntou Mônica divertida – Ainda dá tempo de fugirmos!


 


Hermione riu e deu um tapa no ombro da amiga, enquanto observava o rapaz se aproximar.


 


- Sem entrevistas hoje Kevin! – disse Hermione simpática quando ele já estava perto


 


O jovem Kevin Lenz era simplesmente a pessoa mais inconveniente do mundo jornalístico, mas era acima de tudo adorável. Seu jeito tímido e seu caráter, sem contar a bela aparência com aqueles cabelos loiros e olhos claros, faziam dele o jornalista mais amado, ou talvez menos odiado entre todos. O ruim disso? Ele conseguia qualquer informação que estivesse disposto a descobrir. Ele sorriu charmoso, enquanto as cumprimentava cordialmente.


 


- Vocês não fariam isso comigo não é? – brincou


 


As duas sorriram, Hermione mais sinceramente do Mônica.


 


- Na verdade faríamos. – respondeu Mônica um pouco impaciente, recebendo um cutucão de Hermione


 


- Me desculpe Kevin, ela está um pouco nervosa hoje. – se desculpou, enquanto Mônica revirava os olhos


 


- Eu imagino. – disse ele insinuante – Não é todo dia que se casa, não é mesmo Srta. Potter?


 


As duas o encararam surpresas, mas tentaram disfarçar.


 


- Do que você está falando Lenz? – perguntou Mônica se fazendo de desentendida, mas nitidamente desconcertada


 


- Do seu casamento com o Diggory hoje, às três da tarde. – disse sorridente – Não adianta negar, eu já to sabendo de tudo!


 


Mônica não respondeu, apenas abriu a boca algumas vezes, mas nada disse.


 


- Kevin, isso era pra ser segredo. – disse Hermione chateada


 


- Sinto muito garotas, mas metade do mundo bruxo já sabe. – disse sincero – E a outra metade saberá daqui a exatamente... – ele olhou o relógio no próprio pulso – quarenta minutos, quando O Profeta lançará uma edição urgente e especial sobre o mais importante casamento do ano.


 


- Você está brincando? – perguntou Mônica inconformada, ao que ele negou – Eu disse milhões de vezes pra não dizerem nada, que era segredo. Merlin, será que eu falo grego?!


 


Ela estava realmente nervosa.


 


- Você acha que pode ter sido o pessoal do Buffet, que Draco conseguiu? – deduziu Hermione – Eles são meio chinfrim.


 


Mônica não respondeu, Kevin fez isso por ela.


 


- Na verdade...algumas pessoas meio que ouviram uma conversa entre o noivo, a Srta. Weasley e Olívio Wood hoje mais cedo no Ministério. – contou – E nós meio que entramos em contato com alguns juízes e bufês e ambos acabaram soltando.


 


Mônica fechou os olhos e suspirou, tentando se acalmar.


 


- Eu juro que mato Cedrico quando ele aparecer! – jurou entre dentes


 


- Relaxa Nina. – pediu Hermione – Não tem problema nisso, eles iam acabar descobrindo mesmo.


 


Kevin as olhava, esperando alguma coisa.


 


- O que está acontecendo realmente Srta. Granger? – perguntou sério – Quero dizer...os jornais vão dizer que essa decisão deles se casarem de uma hora pra outra é devido ao fato de você está grávida Potter, mas eu sei que não é isso. Tem coisa muito maior aí e eu espero que vocês confiem em mim e na minha seriedade como jornalista.


 


As duas se encararam, como se conversassem sem precisarem de palavras. Voltaram os olhares para ele.


 


- Existe algo grande por trás disso Kevin, mas pra te darmos essa informação de bandeja precisamos da sua palavra que isso só virá a público no momento certo. – propôs Hermione


 


- Vocês têm minha palavra! - prometeu, e elas sabiam que podiam confiar nele


 


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Olívio voltou vinte minutos depois com dois aurores em seu encalço. Eles os cumprimentaram, ignorando Dolohov.


 


- Foi rápido! – admirou-se Gina


 


Ele suspirou.


 


- Tive que contar toda a verdade a Shacklebolt. – disse penalizado, tirando uma varinha do bolso – Ou só conseguiria essa autorização amanhã.


 


- Tudo bem! – consolou-o Cedrico


 


- Aqui está sua varinha Dolohov. – disse entregando a varinha a ele, sem pensar duas vezes – Estou confiando em você!


 


O comensal apenas assentiu e admirou nostálgico a varinha em suas mãos.


 


- Pode confiar Wood! – disse ele


 


Os aurores pareciam um pouco tensos com a varinha em poder do homem, e os garotos também se sentiam um pouco desconfortáveis, mas não tinham mesmo outro opção.


 


- Os anéis! – lembrou Gina


 


Ela esticou a caixa de veludo em direção a Dolohov e hesitou um pouco antes de entregá-la, mas por fim cedeu.


 


- Agora está em suas mãos Dolohov. – o alertou Olívio – Volto dentro de doze horas, tenho certeza de que você vai conseguir!


 


- Eu também Wood, eu também!


 


Agora já não dependia mais deles, a vida de Harry estava entregue nas mãos de um comensal e isso fazia seus corações baterem mais depressa.


 


 


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Prontinho!! Cap'itulo postado!!!!


No proximo cap. O Casamento!!! MAS S'O SE COMENTAREMMMMM!!!!!


 


BEIJOSSSS

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