Véspera de Natal IV



Todos haviam tomado seu rumo, e agora só restavam Harry e Hermione na enorme casa. Não haviam feito planos para aquela noite, o único plano era ficarem um pouco a sós os dois. Estavam deitados, abraçados na cama do quarto que seria dele em poucos meses.


- Você está com fome? – perguntou Harry


- Não muita.


- Quer sair e comer alguma coisa?


- Agora não. – ela se enroscou um pouco mais nele – Está muito frio lá fora.


Ele sorriu.


- Que bom que você não quer sair agora, ta tão bom aqui! – disse com uma voz preguiçosa.


- É, está mesmo. – disse sorrindo também.


Ele lhe beijou suavemente, apenas um roçar de lábios.


- Eu tenho uma coisa pra você! – disse ele recebendo um olhar desconfiado da namorada – Era pra te dar amanhã, mas não vejo oportunidade melhor do que agora.


Ela ia protestar, mas Harry a beijou novamente.


- Amor... – começou ela entre os lábios dele, Harry parou de beijá-la


- O que foi dessa vez? – perguntou divertido


- Eu te disse que não precisava me dar nenhum presente, que só precisava passar essa noite comigo, e mais nada! – resmungou ela


- Mas eu queria te dar um presente ora! – respondeu ele – e depois, se é esse o problema, eu não gastei nenhum centavo do meu dinheiro. Sei que você odeia que eu lhe compre presentes só por causa disso.


- Não é isso, é só que eu não quero que você pense que eu sou como as outras, que se interessam por você só por causa do seu dinheiro, sua beleza ou sua fama – disse ela serena – nada disso importa pra mim, o que importa é o que você tem por dentro.


- Amor, eu nunca pensaria que você é como elas, por Merlin, até porque você não é! – disse carinhoso – você é diferente de todas as garotas que conheço, você é perfeita pra mim.


Ela sorriu, e depois balançou a cabeça, se dando por vencida.


- Tudo bem! – disse fazendo-o sorrir – se você não gastou nem um centavo, eu aceito.


- Prometo!


Ela o viu mexer em um dos bolsos do casaco, e depois o viu tirar de dentro uma caixa de veludo quadrada e achatada.


- Eu não sei se você vai gostar muito... – disse colocando a caixinha na frente dela e abrindo-a


Os olhos de Hermione se arregalaram quando ela viu a pulseira que brilhava dentro da caixinha. Era linda, toda prata, e toda feita de pequenos diamantes, ao que parecia. Era do jeito que Hermione gostava, podia até ser cara e sofisticada, mas era simples, e isso fazia toda a diferença pra ela.


- Harry... – disse pegando a pulseira – É linda!  


Harry sorriu de satisfação, e passou a colocar a pulseira no braço direito dela.


- Eu achei a sua cara, - disse terminando de abotoar, olhou para ela - tão linda, e ao meso tempo tão delicada e simples.


Hermione o encarou. Deus, como ele podia conhecê-la tão bem? Ela o beijou.


- Você é que é perfeito pra mim! – disse de olhos fechados – Mas eu realmente não acho que você não tenha gastado nem um centavo nesse presente.


Ela abriu os olhos, ele a olhava com ternura, com tanto amor.


- E não gastei mesmo, essa pulseira era da minha mãe!


Os olhos de Hermione se encheram de lágrimas, isso tornava aquele presente e aquele momento muito mais importantes do que ela imaginara. Harry encostou sua testa na dela, e ambos fecharam os olhos.


- É você quem eu quero pra sempre! – disse sussurrando – É você a mulher da minha vida, a garota com que todo homem sempre sonha. Aquela que faz meu coração disparar quando está perto e quando está longe, com quem eu poderia passar o resto da vida assim, sem sentir fome, nem sede e nem sono – ele suspirou – É você que eu amo e sempre vou amar.


Harry começou a beijar o pulso dela, aonde a pulseira agora se encontrava, depois passou para o pescoço, roçando seus lábios suavemente sobre a pele branca da namorada, subiu pelo queixo. Hermione continuava de olhos fechados, se arrepiando a cada toque dele, sentindo sua pele queimar. Suas bocas por fim se encontraram em um beijo ardente e cheio de paixão, o beijo foi se aprofundando cada vez mais, e suas bocas necessitavam uma da outra, como se nunca houvessem se encontrado antes. Harry, por puro impulso, começou a por a mão por debaixo da blusa dela, fazendo-a estremecer, mas em seguida parar o beijo.


- Harry... – chamou ela corada


- Desculpe – disse Harry retirando a mão – eu não tive a intenção. Eu sei que eu prometi que ia te esperar, que ia esperar você estar pronta, eu não quis te pressionar e...


- Shii – Hermione pôs o dedo indicador na boca dele – Eu não quero mais esperar, não quando nosso futuro agora é tão incerto, pra que esperar mais se o que nós estamos sentindo agora é tão intenso e tão real?


- Você ta falando sério? – perguntou ele – Você ta dizendo que está pronta pra se entregar pra mim?


Ela balançou a cabeça e sem pensar Harry a beijou novamente, ainda mais intensamente do que a primeira vez.


- Eu te amo – disse ele ofegante entre seus lábios.


- Eu também te amo.


 


Eles nunca esqueceriam aquela noite, a noite em que ambos se entregaram pela primeira vez, a noite em que um pertenceu ao outro por completo.


Hermione estava deitada sobre o peito nu dele, enquanto ele lhe acariciava os cabelos. Estavam assim a quase vinte minutos, em silencio. Estavam cobertos devido ao frio, mas sentiam o corpo um do outro por debaixo da coberta. Harry beijou o topo da cabeça dela.


- Você não se arrepende não é? – perguntou ele inseguro


Hermione ergueu a cabeça para encará-lo.


- Que pergunta boba meu amor, – respondeu ela – é claro que não! Essa foi a melhor noite da minha vida!


Harry sorriu e se esticou para lhe beijar de leve.


- Mas tem um probleminha. – disse ela séria


- Qual? – perguntou ele prontamente, preocupado


- Isso me deu muita fome! – disse sorrindo


Ele também sorriu.


- Eu vou buscar algo pra gente comer. – disse fazendo menção de se levantar, mas Hermione o impediu


- Aonde o Sr. pensa que vai mesmo?


- Buscar algo pra você comer, você não disse que ta com fome? – perguntou ele confuso


- É, mas isso pode esperar mais meia horinha – ele sorriu e relaxou novamente


Eles ficaram um de frente pro outro, Harry acariciava a face dela.


- Você é linda sabia? – perguntou hipnotizado


- Dizem que o amor é cego – rebateu ela brincalhona


- É devem ter razão – respondeu ele fingindo indiferença – se não fosse, como alguém como você se interessaria por um cara como eu?    


Hermione estreitou os olhos.


- Ta bom você venceu! – resmungou ela


Harry sorriu e a beijou.


- Posso te fazer uma pergunta? – disse Harry


- Pode amor.


- Quando nós éramos só amigos, você chegou a sentir algo assim por alguém? Ou pelo menos gostou de alguém? – perguntou ele


Ela sorriu da pergunta dele, ele era tão fofo.


- Em primeiro lugar, nós nunca fomos só amigos, pelo menos não pra mim. E em segundo lugar, não, eu nunca gostei de ninguém além de você, e nunca cheguei, nem de perto, a sentir nada como o que eu sinto agora por você.


- Nem pelo Krum? – perguntou incerto


Hermione sorriu mais ainda.


- Porque isso agora? – Ele continuou calado – Você tem ciúmes dele?


- Um pouco. – disse com uma carinha irresistível


- Oh amor! Eu nunca senti nada pelo Krum, de onde você tirou essa idéia? – perguntou lhe dando um beijo rápido


- Digamos que um passarinho ruivo – eles sorriram – uma vez soltou sem querer que você e o Krum tinham se beijado naquele baile.


Hermione prometeu a si mesma que mataria Gina por aquilo, mas de certa forma não se incomodou por ele saber.


- Vou te responder com outra pergunta. – disse ela paciente passando a mão pelos cabelos dele – Você alguma vez sentiu algo como o que você ta sentindo agora pela Cho?


Harry balançou a cabeça.


- Nem de perto. – disse repetindo as palavras dela


Ela sorriu por ele ter compreendido o que ela lhe dissera.


- Sei que você já gostou dela, mas eu nunca gostei do Krum...


- Quem te disse que eu gostava dela?


Hermione o olhou incrédula.


- É claro que gostava, você vivia babando por ela! – disse indignada


Ele sorriu alto.


- Eu nunca gostei dela, eu achava ela bonita e me sentia atraído por ela, mas gostar mesmo... nunca!


- Até parece que eu acredito.


- Mione, é sério!


- Humhum.


Ele pegou o rosto dela entre as mãos, e a olhou bem fundo nos olhos.


- Acredite, eu nunca senti nada pela Cho! – disse sério – Naquela época eu já sentia algo mais por você, eu só não compreendia, mas já sentia.


- Isso é verdade? – perguntou surpresa


- Você era a garota mais linda da festa, meu coração disparou quando te vi descer aquelas escadas – disse a encarando – naquele momento não me importava mais nada, nem Cho, nem Torneio, nada! Eu juro pra você que é verdade.


Ela estava tonta de surpresa, achava que só ela sentia algo por ele naquela época.


- Eu acredito em você!


- Você tinha razão quando disse que nós nunca fomos apenas amigos. – disse beijando a testa dela e abraçando-a. – É impossível estar tão perto de você e não te amar.


- Não é assim tão difícil, veja o Ced e o Draco, por exemplo, eles nunca se apaixonaram por mim. – ele adorava aquilo, antes quando ele a elogiava ela ficava sem graça, agora ela dera pra fazer joguinhos sempre que recebia um elogio dele.


- É, mas o Rony sim! – disse malicioso


- Eu odeio você! – disse com um olhar mortal


- Não odeia nada. – disse ele sorrindo


- Juro que estou me esforçando ao máximo nesse momento.


- E? – perguntou desafiador


- Acho que não vai ser possível! – disse sorrindo


- Eu sei que não.


- Metido!


Ele sorriu e a beijou.


- Agora é minha vez de te fazer uma pergunta. – disse ela


- Certo. – respondeu


- Quando é que você vai buscar algo pra eu comer? – perguntou marota


Harry estreitou os olhos.


- Só se você prometer que não vai arredar o pé daqui!


- Prometo! – disse tentando ficar séria – Além do mais você só vai aqui à esquina, nem se eu quisesse fugir eu conseguiria.


Harry a beijou longamente.


- Vou sentir saudades! – disse sentimental


Ela sorriu.


- Deixa de ser bobo! – disse dando um tapa no ombro dele -  E rápido, que com a fome que eu to, como até um boi!


- Nossa como você é romântica! – disse sarcástico


Ela sorriu e lhe deu um beijo.


- Anda Harry! – resmungou


Harry começou a se descobrir.


- Já to indo Sta. Mandona! – disse se vestindo


Hermione mandou um beijo pra ele de longe.


- Eu te amo! – disse com cara de boba


- Também te amo – ele voltou até a cama e lhe deu mais um beijo – Tchau.


Quando Harry já estava na porta Hermione o chamou.


- Hei – Harry se virou – Volta logo, já to com saudades!


Disse séria. O garoto a encarou com um pequeno sorriso.


- Você é demais... – disse saindo


Hermione ficou olhando pro lugar de onde ele acabara de sair, sentiu um aperto no coração, pelo simples fato de Harry ir à esquina, imaginou se algum dia conseguiria viver sem ele e chegou à simples conclusão de que não.


- O que eu faria da minha vida sem você Potter? – perguntou a si mesma


 


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E agora ali estava ela, vivendo sem ele a um ano, se é que poderia chamar aquilo de viver. Pensou com tristeza  na sua vida desde que Harry se fora, em como sempre andava deprimida pelos cantos, chorando quando ninguém podia vê-la, ou assim ela pensava, e sempre com a cabeça no passado, como agora, nos momentos que ambos viveram juntos, desde o mais curto ao mais longo, nunca com os pensamentos no futuro. Mas nunca imaginara seu futuro sem ele, talvez por isso não conseguia fazer sua vida andar sem ele por perto.
Ouviu a campainha tocar, tirando-a de seus devaneios.  

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