Reconciliação
Estavam sentados na enfermaria, Rony havia sido atingido, mas não parecia ser grave. Haviam pedido pra Thereza ir descansar, ela estava agitada e muito preocupada, prometeram que lhe mandariam noticias assim que soubessem de algo. Não tinham o que dizer uns aos outros, na verdade não “sabiam” o que dizer. Esperavam alguma noticia de Rony. Mônica estava sentada, tinha um corte no canto da cabeça que sangrava um pouco, Cedrico se sentou ao seu lado e a olhou.
- Você está bem? – perguntou ele – Deixe-me ver esse corte!
Ele puxou o rosto dela com delicadeza para ver o machucado. Ela virou meio contrariada.
- Hum! - ele fez uma careta – ta um pouco feio isso aqui Nina, precisa lavar e depois passar alguma coisa, pra não inflamar!
Ele encostou a ponta do dedo no corte, o que a fez tremer com a dor. Ela virou um pouco o rosto e seus olhares se encontraram.
- Desculpe! – disse ele
Eles ficaram se encarando por um tempo. Mônica se desvencilhou dele e virou seu rosto, seus olhos se encheram de lágrimas.
- Eu não preciso da sua ajuda Diggory! – disse com a voz rouca
Cedrico não se importou com o que ela disse, puxou-a pra um abraço e encostou a cabeça dela em seu peito. Ela não recusou, apenas deixou que as lágrimas caíssem e molhassem a camisa do “ex-namorado”.
- Eu to aqui com você! – disse ele beijando o topo da cabeça dela.
- Ele está bem! – disse Madame Pomfrey saindo de trás da cortina – só precisa de repouso!
- Eu não preciso ficar aqui feito um inválido, quero sair! – gritou Rony
Todos sorriram e se levantaram para vê-lo.
- E aí cara como você ta? – perguntou Harry batendo no ombro do amigo
- Eu to bem! – disse ele de cara feia – o problema é que não tinha ninguém pra cobrir minhas costas e...
- Foi mal Rony, era minha obrigação estar lá. – disse Cedrico
- Ta tudo certo cara! – disse o ruivo com um sorriso
- Então está tudo bem, não é? – perguntou Gina
- Fisicamente estou Gi! – Rony baixou o olhar e riu fraco – o problema é a minha consciência, - ele a encarou - ainda dói muito!
- Qual é cara, você não deve achar que é culpado! – disse Draco
- Não, eu não acho, eu sou culpado! Alias, todos nós! Dublendore confiou em nós, e nós simplesmente... o decepcionamos.
- Rony tem toda razão! – disse Hermione – a culpa é nossa, de mais ninguém!
- O que vocês queriam que agente fizesse? Milagre? – perguntou Draco
- Eu só queria que tivéssemos colocado aqueles anéis, e isso teria acontecido se estivéssemos juntos! – respondeu Rony
- Mas não estávamos Rony, e não podemos nos culpar por isso também! – disse Gina
- Claro que é nossa culpa Gina! Não estou falando de estarmos juntos propriamente, estou falando de união, de amizade! A quanto tempo nós sete não sentamos e conversamos sobre qualquer coisa, sobre nós? Será que vocês não enxergam que estamos nos afastando, e que é exatamente isso que Voldemort quer?!
O local caiu em completo silêncio, como se cada um quisesse achar algo que pudesse comprovar que o que Rony dissera era mentira.
- Eu também tenho grande culpa nisso tudo, fui me afastando aos poucos, e sem que eu pudesse perceber eu já não conhecia mais vocês! Acho que a única pessoa que esteve consciente do que estava acontecendo todo o tempo foi a Mione. – ela riu pra ele, que retribuiu.
- Tem razão Ron. Eu tenho sido um completo imbecil nesses últimos messes,- disse Draco olhando pra todos - e tenho agido exatamente como eu temia agir. Só que todos nós temos fraquezas e dúvidas às vezes... não que eu pensasse que vocês não mereciam estar comigo, mas sim que eu não merecia estar com vocês, acho que o fantasma do meu passado ainda me assusta um pouco – disse com um sorriso fraco.
- Por que você não se abriu com agente Draco? Talvez pudéssemos ter te ajudado de alguma forma, sei lá... – disse Hermione – e eu tentei várias vezes me aproximar de você.
- Eu sei Mione, é que eu tava tentando me afastar... tentando me convencer de que era como meu pai – disse suspirando - Mas eu não sou como ele.
- Claro que não cara você tem amigos e isso é o mais importante – disse Harry sorrindo pra ele – e acho que eu também devo desculpas a vocês, eu... sei lá, vocês sabem que eu não sou muito bom nessas coisas... – todos riram – mas o que eu to querendo dizer é que...se depender de mim isso nunca mais vai acontecer, e que eu pretendo corrigir meus erros. É isso!
Ele encarou Hermione e sorriu pra ela, seu coração disparou, como sempre acontecia quando a via sorrir.
- É...eu tenho sido um pouco egoísta – disse Gina um pouco vermelha – e quero pedir desculpa, não foi só eu que sofri com a morte do Carlinhos – ela encarou Rony – e já ta mais do que na hora de aceitar, obrigada pela força que vocês me deram e acho que agora eu preciso voltar a realidade!
- É isso aí Gi! Carlinhos vai ficar feliz, onde quer que ele esteja! – Gina sorriu e abraçou o irmão
Hermione sorriu sem graça.
- Quero pedir desculpas também! – disse ela, Rony tentou replicar mas ela não deixou – eu fui uma burra, tentei fazer vocês enxergarem isso da forma mais difícil, e acabei complicando. Foi mau gente!
- Pelo menos você tentou Mione – disse Draco – nós que fomos burros de não te ouvir, afinal você sempre tem razão!
Todos sorriram e depois ficaram em silêncio novamente. Mônica e Cedrico se encararam, eram os únicos que ainda não haviam falado. Ela deu de ombros, dizendo pra que ele fizesse o que bem entendesse.
- Bom pessoal, eu peço desculpas em meu nome e em nome da Nina. Essas nossas brigas afastaram nós dois de vocês e de nós mesmos, fomos egoístas também! O resto acho que temos que resolver sozinhos. – disse ele
Todos os sete se entreolharam por alguns instantes, era como se estivessem novamente ligados. Sorriram uns para os outros.
- Eu to realmente feliz por estarmos juntos de novo – disse Rony
- Pena que precisou que tudo isso acontecesse pra cairmos na real – completou Harry
- É mesmo uma pena Harry!
Eles olharam assustados para o homem que chegava. Dublendore transparecia estar cansado e abatido.
- Bom - ele esfregou o rosto com as mãos – nós vamos liberar os alunos mais cedo para o natal, é perigoso ficar aqui por agora, não sabemos quais são os planos de Voldemort.
- Professor...
Harry tentou falar, mas Dublendore não parecia estar disposto no momento, e o interrompeu.
- Eu só vim avisar a vocês que arrumem as malas, o trem parte amanhã cedo! – ele ia saindo, quando se lembrou de algo – O senhor está em condições de viajar, Sr. Weasley?
- Claro Professor! – respondeu o garoto
Dublendore acenou com a cabeça e se virou para olhar Cedrico.
- Quero que você vá com eles Diggory, não acho que uma simples conversa baste a vocês! – terminou ele, com uma voz seca. – tenham um bom natal.
Ele saiu sem mais palavras, deixando os sete calados. A consciência parecia pesar mais do que nunca, e a felicidade pela conversa bem sucedida desapareceu no ar.
- É melhor irmos – disse Draco – Eu vou avisar a Thereza que você está bem e que ela pode te ver!
Draco se despediu de todos e saiu da enfermaria.
- Eu também já vou. – disse Harry – Se cuida cara, até amanhã! Você vem comigo amor?
- Vou sim – disse Hermione
Ela foi até Rony, disse algo como “se comporta”, lhe deu um beijo e um abraço. Segurou a mão de Harry e o seguiu para fora.
- Eu vou ficar mais um pouco, vocês dois podem ir – disse Gina se sentando ao lado do irmão.
Cedrico se despediu de Rony também, e saiu sem dizer uma palavra. Mônica que ainda sangrava um pouco pediu que Madame Pomfrey lhe fizesse um curativo, e logo em seguida também saiu da enfermaria. Ela estava virando o primeiro corredor quando alguém a segurou pelo braço.
- Precisamos conversar!
Ela respirou fundo e tentou se acalmar.
- Agora? – ele concordou com a cabeça – Tudo bem, pode falar.
- Aqui não Nina, vamos pra minha sala. – pediu ele
Mônica exitou um pouco, mas acabou atendendo ao pedido dele. Eles caminharam em silêncio até chegarem a sala dele.
- Entra. Tudo bem, ninguém nos viu – concluiu ele.
Ela entrou, seu coração parecia que ia sair pela boca. Era uma tortura ficar sozinha com ele, quando o que mais queria era distância para esquecê-lo. Cedrico se aproximou, ficando cara a cara com ela, que permanecia parada e com uma expressão dura. Ele pôs as duas mãos no rosto dela, que se arrepiou com o contato e sem conseguir evitar fechou os olhos. Cedrico a admirou por alguns segundos, e encostou sua testa na dela.
- Não faz isso com agente meu amor! Por Merlim, não faz! – disse ele com uma voz angustiada, sua garganta parecia dar um nó e seu estomago revirava.
Mônica tinha o coração mais acelerado que o comum, sua voz não queria sair e algumas lágrimas saiam de seus olhos. Ela apoiou as duas mãos no peitoral de Cedrico e pode sentir o coração dele também. Ele a encarou novamente, e com carinho começou a secar as lágrimas de seu rosto.
- Cedrico... – tentou falar, mas sua voz insistia em não sair.
Ele a abraçou, e ela retribuiu. Ele a alisava os cabelos, enquanto mais lagrimas brotavam dos seus olhos.
- Não fala nada – pediu ele em um sussurro quase inaudível – se esse for nosso ultimo momento quero que ele seja perfeito!
O nó em sua garganta se apertava cada vez mais.
- Eu só quero te dizer uma última coisa antes de você tomar sua decisão – continuou ele, que falava compassadamente no ouvido dela – eu tenho sido um completo idiota ultimamente, e foi preciso eu te perder pra entender o que eu estava fazendo. Mas seja qual for a sua decisão eu quero que saiba que... apesar de tudo, em nenhum momento eu deixei de te amar, e acredite eu continuo te amando e sempre te amarei!
Mônica suspirou e o abraçou mais forte, aquelas palavras eram sinceras, ela sabia.
Estava mais calma e tentou falar. Ela se soltou e o encarou, seus olhos brilhavam assim como os dele.
- Eu só preciso saber mais uma coisa... – disse ela, o medo da resposta percorrendo seu corpo.
Mas antes que lhe fizesse a pergunta Cedrico já estava respondendo.
- Claro que não! – disse ele sorrindo – eu não te trairia nem mesmo em sonho meu amor. Eu te amo Nina, e por mais idiota que eu fosse eu não faria isso com você nunca!
Ela sorriu, sentia um misto de alívio e carinho. Uma pequena esperança brotou em Cedrico com aquele sorriso. Ela então voltou a ficar séria e o encarou, já havia tomado sua decisão, e era definitiva.
- E então? – disse ele impaciente
- Não Cedrico! – disse ela
Foi como se uma faca tivesse atravessado o seu peito, ela havia dito não e ele não sabia mais o que dizer.
- Mônica... – ele abriu a boca, mas as palavras não saiam.
Ela sorriu e ele a olhou sem entender.
- Não, eu não vou fazer isso com agente, seu bobo! – ele abriu o maior sorriso que ela já o vira dar, fechou os olhos e soltou todo o ar de seus pulmões – Eu não sou assim tão cabeça dura, sou?
Ele balançou a cabeça, e sem mais poder evitar a beijou. Um beijo ardente, um beijo que os dois queriam desesperadamente. Quando se soltaram, ele sorriu.
- Você quase me matou de susto sabia? Achei que tinha te perdido pra sempre – ela sorriu e ele a beijou rapidamente.
- Ainda vai ter que me aturar por muito tempo Diggory!
Cedrico sorriu e a beijou novamente.
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desculpem pessoal, mas é que o enem é na próxima semana e eu estou ocupada estudando
obrigada e comentem
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