Beco sem saída




Os quatro estavam aguardando ansiosos por notícias. Draco, Rony, Gina e Cedrico já estavam impacientes com a demora dos amigos.


- Eles estão demorando mais que o previsto. – resmungou Rony


- Será que aconteceu alguma coisa


Mas antes que pudessem pensar nisso ouviram a porta se abrir e por ela passar Olívio e as garotas.


- Graças a Deus! – disse Gina – Estávamos começando a ficar preocupados. Porque a demora?


- Bom dia pra vocês também! – disse Hermione irônica – Estamos bem sim, fizemos boa viagem e...


Ela foi interrompida por Draco.


- Sem brincadeiras, estamos ficando loucos! – disse ele impaciente


Hermione, Mônica e Olívio sorriram.


- Bom.. – começou Olívio – estamos vindo de Gringotes.


- Pelo amor de Merlin! – exclamou Rony – Será que vocês não podiam ter deixado pra tirar dinheiro outra hora? Nos deixaram preocupados!


Mônica revirou os olhos.


- Cala a boca Rony! Não fomos tirar dinheiro! – respondeu ela obvia – É uma longa história, então seremos breves. Encontramos o contra feitiço! Ele estava em um cofre em Gringotes, graças a Harry.


Os outros quatro não entenderam, mas resolveram não perguntar, queriam saber logo como praticar o contra feitiço.


- Vocês já sabem como fazer? – perguntou Draco


- Ainda não. – respondeu Olívio indo se sentar no sofá e tirando os pergaminhos do bolso – Esperamos chegar aqui, queríamos ler todos juntos!


Os que estavam em pé começaram a se sentar também.


- Ótimo! Então vamos começar. – disse Rony ainsioso


Olívio abriu os pergaminhos, passou os olhos antes de começar a ler.


- Vou ler só o que nos interessa. – disse ele - Aqui diz:


" Em contra partida o contra feitiço é mais simples para realização, embora também exija alguns pré-requesitos básicos."


"A pessoa que for realizar o contra feitiço deve:


Ter algum grau de parentesco com a vítima.


Ter o sangue de alguém nas mãos.


Ser maior de idade, ou seja, ter mais que 17 anos.


Já ter tido algum tipo de contato com o executor do feitiço."



"O portal será aberto exatamente após um ano da suposta morte da vítima. Lembrando que: o contra feitiço, para obter sucesso, só pode ser executado um ano após a realização do Feitiço, e tem o prazo de cinco minutos, antes ou depois, do horário em que o portal estiver aberto."


Olívio terminou de ler.


- Depois segue aqui as palavras que devem ser ditas para realizar o contra feitiço, mas isso não é importante agora. – disse ele começando a fechar os pergaminhos


- Eu que seria a pessoa mais indicada pra realizar o contra feitiço certo


- A mais indicada não Nina, a única! – respondeu Hermione – Você é a única parente viva que Harry tem.


Mônica fechou os olhos e suspirou. Os outros não entenderam.


- Vocês não perceberam não é? Ou então não estariam assim tão calmos. – ela olhou para cada um deles – Eu nunca tive nenhum contato com Voldemort e também nunca matei ninguém!


Os outros começaram a entender o nervosismo dela.


- Era por isso que ele nunca aparecia nas batalhas! Ele era sempre cauteloso, ele sabia que você nunca o havia visto. – disse Cedrico


- Não! Eu nem mesmo sei como é a cara de Voldemort, e... – ela ficou ainda mais agitada - ...nunca cheguei nem perto de matar alguém, por Merlin!


Olívio se levantou impaciente.


- Deve ser brincadeira! Sempre que nós chegamos perto, algo acontece de errado. – disse ele cansado – Vocês fazem idéia que nós não temos mais pra onde ir daqui?


- Tem que ter algum outro jeito! – disse Hermione – Harry não ia deixar isso passar, ele tinha tudo sobre controle, ele sabia de cada detalhe, de tudo que nós íamos precisar. Ele não deixaria um detalhe tão importante como esse passar, eu sei que não!


Todos fizeram silêncio. Eles haviam chegado a um beco sem saída.


- As vezes parece que tudo está conspirando contra nós. – começou Gina desolada – Logo Mônica tinha que ser a única de nós que nunca teve contato com Voldemort?


Os outros a olharam intrigados.


- Como assim a única? – perguntou Rony – Eu também nunca o vi. E tirando você, que foi possuída por ele no seu primeiro ano, e Draco por motivos óbvios, mais ninguém teve também.


O restante concordou. Gina os encarou com um olhar incrédulo estampado no rosto, e depois passou a olhá-los impaciente.


- De duas uma: ou eu tenho uma imaginação muito fértil... – começou a ruiva irônica – ou vocês realmente tiveram um professor de Defesa contra as Artes das Trevas que andava com Voldemort pendurado na parte de trás da cabeça.


Eles fizeram cara de entendimento e surpresa.


- Eu tinha me esquecido disso. – disse Hermione dando um tapa na própria testa


- Prof. Quirrel, não era? – perguntou Cedrico se lembrando – Ele foi nosso professor também Oli.


- Claro que era! – respondeu Gina – Vocês precisam tomar algo para a memória.


- Esse era o tal professor do primeiro ano? – perguntou Mônica, a cara dela não negava que ela estava sofrendo


- Era. – respondeu Draco – Se ela tivesse pelo menos tido esse contato...o outro probelma nós resolveríamos.


Todos, menos Mônica, o olharam assutados.


- Que foi? – perguntou ele cínico – Vão me dizer que vocês não pensaram o mesmo? Que se Mônica e Voldemort tivessem tido ao menos um contato... nós não poderíamos resolver isso? Sei que nenhum de nós nunca matou ninguém antes, mas tenho certeza que ninguém faria objeção em matar um comensal para trazer Harry de volta, então não sejam hipócritas!


Todos ficaram em silêncio mais uma vez. Draco tinha razão, eles haviam pensado a mesma coisa.


- Mas isso seria errado! – disse Mônica discordando com carinho do amigo, sabia que naquele momento ninguém pensava direito – Eu nunca matei ninguém e fazer isso só por interesse próprio, me tornaria alguém como Voldemort. Matar em meio a uma batalha é até justificável, é matar ou morrer, mas isso...acho que no fundo nenhum de nós teria coragem!


Eles continuaram em silêncio.


- Acreditem, nenhum de vocês se sente mais péssimo do que eu. – disse Mônica rancorosa


- Nina... – começou Hermione temerosa


Mas a garota a interrompeu antes que ela pudesse dizer mais alguma coisa.


- Eu preciso de um tempo. – disse ela se lenvantando – Preciso ficar um pouco só.


Mônica passou por eles e subiu as escadas. Hermione suspirou.


- Precisamos pensar, não pode ser o fim. – disse ela com a cabeça entre as mãos – Harry... eu sei que você não deixaria isso passar, me ajuda!


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A casa era escura e fria, desprovida de qualquer luz natural, e o silêncio que a rondava a tornava ainda mais sombria e torturante. A grande lareira ao pé da cozinha alimentava uma pequena e quase apagada chama, e se não fosse por ela seria impossível ver o imóvel homem sentado no chão com a cabeça entre os joelhos, tentando absorver o pouco calor produzido pelo fogo quase extinto. A respiração agonizante dele era o único sinal de vida na casa.


Ele levantou a cabeça, e sua aparência era deplorável. O rosto magro era quase totalmente escondido por uma grande e mal cuidada barba. Seus olhos demonstravam uma agonia, que olhados bem de perto poderia ser confundida com uma breve loucura. Suas mãos pareciam ásperas e estavam cobertas por cortes. Ele ficou ali, encarando o fogo, e por um mínimo instante um brilho perpassou seus olhos, e em seguida seu grito cortou o silêncio presente.


- CALA A BOCA!! – gritou com o que ainda lhe restava dos pulmões, respirou fundo e voltou a falar em um tom mais baixo e amargurado – Ouvir sua voz dentro da minha cabeça é o que menos preciso agora. Eu sou Harry Potter, e por mais que eu esteja dividindo meu corpo com você, sou eu que ainda mando nele.


Então aquele brilho voltou aos olhos antes apagados, um brilho que causava arrepios. E junto com a mudança no olhar veio a mudança no tom de voz, um tom frio e malígno.


- Pensar neles deixa sua mente tão vulnerável a mim, especialmente quando pensa nela. Isso o torna patético Potter! – disse soltando uma gargalhada sombria – É minha parte favorita do dia...quando você pensa nela, e então eu posso sair um pouquinho, e me divertir com você. E sabe, nos últimos dias isso tem sido mais frequente, quatro vezes por dia talvez, é mais do que a única vez que você me deixava sair por dia durante todo o ano.


Ele cerrou bem forte os olhos presionou suas mãos na cabeça, quando voltou a abrí-los lá estava Harry novamente. Ele deixou uma lágrima escapar de seus olhos e morrer na crescida barba.


- Só falta pouco mais de um dia, e eu não me importo que até lá eu não consiga evitar você, por que quando a hora chegar eu vou sair dessa casa, e você não estará mais dentro da minha mente. – Harry sorriu fracamente com a possibilidade – E pensar nela, mesmo que seja uma única vez, vale o risco de ter que te ouvir quatro vezes ao dia.


A sombria gargalhada voltou a soar pela casa silenciosa e vazia.


- Eu já disse hoje o quanto você é patético Potter? – ele parou cínicamente para pensar – Acho que sim! Mas afinal, você acha mesmo que eles vão conseguir te tirar daqui? Acha que eles vão pensar do jeito que você pensou? E se eles pensarem será que ainda dará tempo Potter? – ele parou de falar por alguns instantes – Não, não vou deixar você voltar agora! Eu ainda estou falando, não seja mal educado.... – ele sorriu maliciosamente – Tudo bem Potter, não precisa gritar!


O sorriso se desmanchou em questão de segundos e se transformou em uma expressão de raiva e ódio.


- É por essas e outras que nunca deixo você sair! – disse ele em um tom de voz controlado – Agora por favor Voldemort, me deixe só um pouco em paz, pensando no que eu quiser.


Ele ficou em silêncio, mas quando voltou a falar ainda era o Harry.


- Eu sei! Pelo menos em alguma coisa nós dois concordamos, também estou louco pra que isso acabe logo, seja quem for que fique com essa droga de corpo! – ele pausou e depois sorriu – Até mais Tom.


- Até Harry. – disse a voz fria, com um brilho no olhar


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