A VILA



CAPÍTULO 2:



A VILA



Rony decididamente divertia-se tanto quanto o pai, no que dizia respeito a descobrir o mundo trouxa. Harry Potter sorria pouco atualmente, mas não pôde evitar um dos grandes enquanto observava o amigo com o nariz grudado na janela do ônibus trouxa, em uma atitude nada discreta, e Hermione, revirando os olhos a seu lado.



- Ronald, por favor! – Esganiçou-se ela – A idéia ao usarmos transporte trouxa era passarmos DESPERCEBIDOS!



Harry, sentado do outro lado do corredor, assistiu às orelhas do amigo tornarem-se tão vermelhas quanto seu cabelo. Ron sentou-se direito no banco, resmungando algo que soou como “mandona”. Mione bufou, enquanto voltava a enfiar o nariz no livro “Feitiços Ultra avançados, porém silenciosos” que era sua bíblia, desde o começo da viagem.



Viagem? Não. O termo viagem lembrava algo agradável e prazeroso. Nada disso tinha a ver com a jornada para qual ele e os amigos haviam partido dias antes. Harry fixou os olhos na janela, por onde passavam rapidamente paisagens como plantações e rebanhos, características da região agrária onde estavam, mas não registrou-as. Estava novamente taciturno e distante, concentrado no próximo passo, ( talvez um dos mais dolorosos ), de sua missão. Estavam a caminho de sua cidade natal, a caminho de sua casa - a casa onde seus pais morreram – e do cemitério onde estavam enterrados. O que exatamente o atraía até ali neste momento da vida ele ainda não tinha certeza. Mas, desde a morte de Dumbledore, tinha urgência de conhecer aqueles lugares e sabia ser importante que o fizesse.



O ônibus diminuiu a velocidade e entrou no pequeno vilarejo, estacionando. O motorista baixinho , de olhar elétrico, que os levara até ali desde Londres, levantou-se, espreguiçando, e olhou para os três.



- É a parada de vocês, meninos.



Eles desceram e seguiram atrás do homem até o bagageiro, onde as três mochilas mágicas, presentes de Fred e Jorge, estavam guardadas. Depois de entregar-lhes a bagagem, o motorista encarou os três e disse, em uma voz onde se percebia curiosidade e preocupação:



- Mas o que jovens como vocês querem por aqui? É uma vila quase sem vida, com nada de interessante a não ser a má reputação... Pra falar a verdade, são os primeiros passageiros em muito tempo que deixo aqui...



Harry o interrompeu:



- O que quer dizer com “má reputação”?



- Bom, você vê... Há uns quinze ou dezesseis anos houve um assassinato brutal aqui. Coisa feia... Duas pessoas, casa destruída, nunca descobriram o assassino, ... ou assassinos, sei lá!



Harry respirou fundo, atingido pelas palavras. Hermione, colocando a mão em seu ombro, assumiu a conversa.



- Infelizmente, assassinatos ocorrem em todo lugar. A má reputação não é por isso, é?



- Não, não. É que até hoje, pessoas daqui juram ver vultos e ouvir sussurros estranhos naquele lugar. Parece que ninguém chega perto. Acreditam que sejam os fantasmas do casal morto. Bom, já estou fora do horário! Tem certeza que vão ficar aqui? – Pediu, os olhos elétricos meio temerosos.



- Sim, temos. – Respondeu Mione.



- O.k. Devo passar por aqui de volta depois de amanhã, ao meio dia. Se quiserem retornar...



Despediu-se com um aceno, entrou apressado no ônibus e partiu, deixando os garotos parados na rua deserta. Harry olhou em volta, assimilando que era ali que tinha nascido, ali que seus pais viveram e morreram. A rua estreita e curta tinha uma mercearia, um posto telefônico, uma loja de roupas, algumas casas e o que pareceu ser um restaurante/café/sorveteria. Tudo aparentemente vazio, porém, a limpeza da rua e os jardins bem cuidados das pequenas casas denotavam habitação contínua. Eram visíveis outras poucas casas nas ruas laterais.



- E agora? – Perguntou Rony, olhando para o silencioso amigo.



- Vamos até o restaurante. Deve haver gente lá, podemos pedir se há um hotel ou pensão por aqui. Depois achamos minha casa...



- Ótimo. – Arrematou Hermione – Precisamos comer também.



O pequeno restaurante contava com uma dezena de fregueses silenciosos, a maioria parecendo confortavelmente entediados. A entrada do trio causou repentina sensação, e eles caminharam sob o olhar curioso dos presentes até o balcão. O homem forte que lavava copos, de costas para a porta, olhou para eles pelo grande espelho na parede a sua frente e congelou ao encarar Harry.



- TIAGO!!!!!



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