Livre da maldição



Harry já podia sentir a vida se esvaindo de seu corpo. Tombou para trás com a força do feitiço batendo em seu peito. Voldemort o vencera. Ele se sacrificara a toa. Ele era o único que podia matar o Lorde das Trevas, e fracassara. A profecia parecia estar cumprida. Mas...ainda respirava, e mantinha os olhos abertos.

- Não! Não pode ser! De novo não! Você...não morre? – gaguejava Voldemort.

Quando Harry levantou, com dificuldade, estilhaços caíram em seus pés, saídos de dentro das suas vestes. O contrato. Fora quebrado. Servira de colete contra o feitiço, absorvendo todo o impacto. E salvara sua vida. O contrato estava desfeito. Voldemort estava magicamente expulso de Hogwarts. Uma luz o envolveu. Voldemort foi atirado para longe, gritando, na direção da floresta, para além dos arredores da escola. Hogwarts estava a salvo. Ou era o que parecia. Os alunos gritavam no Salão Principal, lá embaixo. Depois de tanto limpar chaminés, Harry conhecia bem os telhados, sabia onde havia janelas dos corredores que levavam ao Salão. Entrou por uma delas e correu para junto dos alunos, que estavam sendo perseguidos por Nagini. Harry corre para junto dela, vendo Comensais estuporados por todo o Salão. Harry tenta falar com a cobra, para que ela pare com os ataques. Mas ela responde, na língua das cobras:

- Abaixe-se. – Harry obedeceu e um feitiço Estuporante passou por cima de sua cabeça. Era Draco. Nagini, muito rápida, cravou as presas no braço em que o menino segurava a varinha. O menino desmaia de dor, e Harry se vira para a cobra.

- Não lembra de mim, Harry? A cobra que você libertou no zoológico a cinco anos atrás? Eu fiquei presa lá por muito tempo, desde que fui transformado em cobra por Voldemort. Quando você me libertou, voltei para ele. Ele me falou sobre você, me mostrou suas fotos que saíam no Profeta Diário. Só então descobri que o menino que acabara de me salvar do zôo era o mesmo menino que meu mestre perseguia com tanto ódio. Jamais contei à ele sobre o que você fez por mim. Mas agora tive a chance de agradecê-lo. Tentei fazer alguma coisa quando Voldemort o prendeu no cemitério, a dois anos, quis libertá-lo enquanto me aproximava de você, mas foi impossível. Me arrependi de voltar para meu mestre, pois foi uma poção preparada com meu veneno que o manteve vivo. Também tentei impedir outra cobra de colocar você na pista de Voldemort. Ela estava deixando uma mensagem no seu quarto, mas eu sabia de sua coragem e sabia que você iria atrás de Voldemort se soubesse que ele estava nas redondezas. Também quis proteger você quando o impedi de se aproximar de Lúcio e Igor, quando eles assinavam o contrato.

- Mas, afinal, quem é você? – pediu Harry, mais para si do que para a cobra, e acabou falando em inglês.

- Acho que posso responder – disse Dumbledore, que escutara Harry e agora sacudia a varinha. Nagini levitou e uma luz forte a envolveu. Então, em seu lugar, apareceu um homem que Harry nunca vira, mas que achava muito familiar.

- Eu sou Régulo Black, o irmão de seu padrinho Sirius Black. Infelizmente ele não está mais conosco. Agora eu sinto falta dele. Também me arrependo pelas vezes que fui mal com ele. Mas hoje vejo que ele estava certo, Harry. Certo de se juntar a pessoas tão leais e bondosas...como você, seus pais e o Dumbledore. Me arrependo tanto. No início, me juntei a Voldemort porque era o sonho dos meus pais. Mas depois que saí do zôo e soube que meu salvador devia ser meu inimigo, me arrependi. Quando fui mal, é porque estava possuído por Voldemort, como na vez em que ataquei um homem na porta do Departamento de Mistérios. Obrigado, senhor. – disse, dirigindo-se ao diretor. – Você me livrou da maldição que Voldemort me lançou a anos. A partir de hoje, estarei a seu serviço. Lutarei contra Voldemort com todas as minhas forças.

- Pois pode começar agora. – disse Snape, entrando pelas portas do Salão. – Belatriz Lestrange, sua prima e assassina de seu irmão, acabou de fugir. Agora que os aurores já chegaram, religuei o feitiço, para que os comensais capturados não possam fugir. Mas não sei pra onde foi Belatriz. E acredito que alguém que seja irmão do incompetente Sirius Black também não consiga achá-la. A única pessoa que estava lá na sala do gerador além de mim era aquela menina nova da minha casa, Madellaine .

- O incompetente aqui é você! – gritou Harry. – Madellaine é Belatriz Lestrange! Ela rejuvenesceu para entrar em Hogwarts e espionar. Ela usou um aparelho mágico do ministério, que ela pode conjurar quando quiser. Acredito que Umbridge o tenha roubado, assim como o véu.

-Isso não importa – interrompeu Dumbledore – Belatriz não pode ter ido longe. E nem Lúcio, que escapou também. Iremos encontrá-los. O que importa é que já temos vários comensais presos, o que enfraqueceu o lado de Voldemort. Já o nosso lado conta com mais um aliado. Régulo, pode ficar em Hogwarts o tempo que quiser, e me contar tudo o que sabe sobre os futuros planos de Voldemort. Severo, arranje um lugar para Régulo – Contrariado, Snape saiu do salão, seguido por Black. – Quanto a você, Harry, vamos nos sentar e começar as explicações. Não temos mais nada a fazer além disso, os aurores estão cuidando de tudo lá fora, e os professores levando os alunos de volta para as salas de suas casas.



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