Duda hipnotizado



Mais um verão se passou na casa dos Dursley. Agora, Harry Potter se preparava para mais um aniversário seu. Era uma grande oportunidade para novamente entrar em contato com o mundo bruxo, já que receberia presentes e cartões de seus amigos, além dos habituais bilhetes da Ordem, que ele sempre devia responder para dizer que estava tudo bem. Nos últimos dias, as únicas notícias do mundo mágico chegavam até Harry através do Profeta Diário. Este agora chegava mais cedo, todas as manhãs, pois a produção do jornal andara enfeitiçando algumas corujas para que se tornassem super-rápidas, podendo atingir a incrível velocidade de 200 quilômetros por hora, e entregando mais jornais em menos tempo. Através do Profeta, Harry viu o quanto o mundo dos bruxos mudara durante o verão. Primeiramente, Harry começou a relembrar mentalmente as últimas notícias ruins de que o jornal lhe informara. Uma muito ruim, principalmente para ele, era que os dementadores estavam perdidos sobre o lado que deveriam tomar, a quem deviam se juntar nesses tempos de guerra. Como são criaturas das trevas, a maioria deles se bandeou para o lado de Lord Voldemort. Alguns, logo começaram a deixar o partido do mal e voltaram para Azkaban, onde ainda tinham “alimento”, sugando a felicidade dos poucos prisioneiros que restaram depois da fuga em massa do ano passado. Outros não voltaram para a prisão e continuam vagando sem rumo por qualquer lugar, em busca de alimento. Harry, então, se preocupava. Gostava quando faziam parte do exército de Voldemort, pois, pelo menos, estavam longe. Agora, poderiam estar vagando mesmo na sua rua, em frente à sua casa, como no ano passado. Depois, lembrou de algumas notícias do Ministério, em que sempre se via a foto de Fudge, sempre acompanhado de Percy. Mas o que preocupou Harry era que, em algumas fotos, Dolores Umbridge, a antiga e detestável professora de Defesa contra as Artes das Trevas, aparecia sorrindo junto ao grupo de conselheiros do ministro. Talvez ela estivesse tentando novamente se infiltrar nos assuntos do ministério. Outra notícia que deixou Harry realmente estupefato foi aquela onde informava sobre a reformulação do Conselho da Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts. Os pais dos alunos da Sonserina haviam reclamado de sua pouca participação no Conselho. Por isso, três pais de alunos dessa casa foram escolhidos para se tornarem membros do conselho: Crabbe, Goyle e Lúcio Malfoy, que havia sido banido, mas alegou que havia sido uma injustiça com ele, pois os outros membros estavam com inveja. E quanto as acusações de que era um Comensal da Morte, Lúcio avisou que tudo não passara de um engano, ele fora preso quando estava tentando impedí-los e foi confundido com um deles. Harry chocou-se com a notícia de que “Lord Voldemort havia atacado Hogsmeade, lançando um grande feitiço num grupo de casas, que foram destruídas, resultando em oito mortes. Apenas uma vítima se salvou: uma garota de dezesseis anos, identificada apenas como Madellaine Freebush, filha de um casal assassinado. A srta. Freebush não lembra de nada relacionado ao acidente, e, após alguns dias internada no posto de saúde do povoado, foi transferida para o hospital St. Mungus para Doenças e Acidentes Mágicos. Freebush contou também que não habitava nenhuma das casas destruídas, apenas estava hospedada com os pais, pesquisadores de ervas mágicas, pois estavam viajando à vários dias, desde o início das férias, e precisavam de descanso. Freebush estuda no Instituto Durmstrang.” Na foto, Harry lembrava da expressão triste da garota, deitada numa cama de hospital do St. Mungus, com alguns curativos no rosto, mas, ainda assim, muito bonita. Também leu sobre rebeliões de elfos em toda a Europa e sobre a escassez de hipnotizadores desde que esta técnica havia sido ilegalizada pelo ministério. E também sobre uma possível libertação para Bartolomeu Crouch Jr., que havia passado por um longo tratamento e podia novamente conviver em sociedade, mesmo que desalmado. Estavam testando nele um feitiço novo, o Personus. Com este feitiço, a personalidade de Crouch havia sido alterada para boa, dando-lhe lembranças de uma vida. Embora as lembranças não fossem suas, e sim inventadas, Crouch ao menos não se lembraria do mal que havia causado no passado, quando assassinara o próprio pai e se passara por professor por ordens de Voldemort.

Quanto às boas notícias, Harry leu sobre uma grande festa em Durmstrang, pois, após muito tempo sem alguém para comandar a escola, um novo diretor havia sido escolhido: Vítor Krum. Também leu alguns anúncios sobre o Beco Diagonal: venda de corujas super-rápidas na Animais Mágicos; oferecimentos de produtos da loja dos Weasley; a abertura de uma nova filial do ministério, onde poderiam ser consultados e feitos documentos sobre magia, e também oferecer proteção ao lugar, já que estavam em meio à guerra contra Lord Voldemort; e uma exposição de dragões nos fundos de uma das lojas.

Já era noite, e Harry escutou um ruído no jardim. Ao espiar pelas janela, viu que Duda e seus amigos rebeldes planejavam outra confusão para aquela noite. Duda estava pulando o portão, e Harry achou que seria a oportunidade perfeita para se vingar do primo. Ele o seguiria até onde ele e seu grupo fossem, depois voltaria para casa, acordaria os tios e diria à eles onde Duda estava. Harry desceu a escada correndo e seguiu o grupo animado e barulhento pelas ruas desertas. Enfim, chegaram a um velho circo abandonado. Harry escondeu-se atrás de uma mureta e escutou a conversa. Foi Duda quem falou:

- Chegamos, pessoal. É aqui que dizem estar aquela velha aterrorizante que fica assustando quem passa por aqui. Dizem que ela é horrível!

Eles entraram, e quando Harry os seguiu, ouviu gritos e os garotos saíram correndo de lá. Mas Duda não estava entre eles, e quando Harry entrou, viu Duda nas mãos de uma bruxa sinistra com os olhos brilhando e focados em Duda. Ao ver Harry, a velha desaparatou, e Duda caiu ao chão. Harry se aproximou, e viu que o primo estava rolando no chão e o fuçando, como um porco. Harry logo lembrou da vez em que Hagrid havia colocado em Duda um rabo de porco, mas agora era diferente. Duda estava agindo como um. Ele o levou para casa, onde enfrentou a fúria dos tios, que logo tiraram sua própria conclusão: Harry havia levado Duda para longe para poder enfeitiçá-lo. Harry foi para a cama, ainda pensando nos olhos verdes e penetrantes da mulher, uma ruiva que aparentava ter no máximo 35 anos. Seus presentes e cartões, entre os quais um cofre mágico, parecendo um pequeno malão, com duas chaves, uma de reserva, enviado pelos membros da Ordem, e um bilhete de Hagrid, dizendo que iria parar de beber após ter incendiado sua horta depois de beber um garrafão de uísque de fogo, nem despertaram tanto seu interesse. Afinal, esperara entrar em contato com bruxos aquela noite, mas não ver um deles bem na sua frente.

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