Taça Quadribol é nossa.



O ano estava acabando e as provas estavam cada vez mais próximas. Eu estava estudando feito uma louca e só havia o quadribol para relaxar. Estávamos cada vez mais próximos da vitória, de ter a taça Quadribol nas mãos. Austen cobrava mais e mais de nós e treinávamos bastante todos os dias depois do jantar. O último jogo seria no último final de semana antes das provas contra Corvinal, que era um ótimo time, ou seja, depois de amanhã.


Na sexta-feira depois das aulas, eu Potter, Fellers e O’Connor fomos até o campo de quadribol ter o último treino antes do jogo.


O clima não estava tão ruim, mas não era o melhor de todos. Estava um pouco nublado e não fazia tanto frio. Caminhamos alegremente até o vestiário, trocamos de roupa e entramos em campo junto com o resto do time. Fizemos alguns aquecimentos e depois começamos a jogar. Eu me empenhava o máximo possível. Desviava com facilidade dos balaços de Fellers e O’Conner, mirava em um dos aros e jogava em outro, como Austen mandara.


O treino continuou até a hora do jantar. Depois descemos até os vestiários, Austen explicou algumas táticas e avisos sobre os outros jogadores, trocamos de roupa e subimos para o Salão Principal mortos de fome.


Chegando lá, comi feito uma leoa faminta. Nathaly e as outras meninas olhavam-me assustadas e riam de vez em quando.


Conversamos mais um pouco e depois subimos para dormir. Dei boa noite aos meninos e subi acompanhada pelas garotas. Tomei um banho quente e demorado, coloquei o pijama, escovei os dentes, sequei o cabelo e me joguei na cama, e quase de imediato, dormi feito uma pedra.


Na manhã seguinte, acordei com o despertador que havia ganhado no meu aniversário, berrando. Tateei o móvel a procura do bendito relógio e cada vez que esticava o braço, mais perto ficava do final da cama. E então...


- AAAAAH! – gritei caindo no chão levando o cobertor e a cortina da minha cama.


Apoiei as mãos na cama para levantar, balbucie um pouco e finalmente consegui ficar de pé. Passei a mão nos cabelos para ajeitá-los e olhei em voltar.


Pela janela, dava para ver um lindo dia de sol, sem nuvens e com um céu azul. Sorri animada pelo belo dia que estava fazendo.


- Parece que a sorte está ao nosso lado, hoje! – conclui animada.


Acordei as meninas, troquei-me e esperei, sentada na minha cama, as damas se arrumarem.


- Alguma de vocês sabe fazer trança? – perguntei finalmente.


- Sou uma desgraça. – confessou Victoire.


- Nunca aprendi. – suspirou Julie.


- Eu sei! – respondeu Nathaly feliz.


- Você pode fazer uma em mim? – pedi.


- Claro. Qual você quer que eu faça?


- Você sabe fazer uma trança de raiz?


- Sim. Eu sei um bem legal. Espere que eu vou pegar uma escova. – assenti com a cabeça.


Nathaly voltou saltitante com um pente fino verde, um elástico com um leão da Grifinória e um pote com água. Ela sentou atrás de mim, penteou mais meus cabelos e começou a fazer.


- Ai. – gemi quando a garota puxou meu cabelo com força.


- Desculpe. – pediu e continuou.


- Ai Nathaly. Vai com calma, garota! – resmunguei.


- Desculpe, An. Mas eu tenho que puxar um pouco seu cabelo. Ele é muito fino e embaraça demais. – explicou Ly.


Depois de vários puxões e resmungos meus, ela prendeu com seu elástico e sorriu satisfeita.


- Voilá! Está perfeito An. – exclamou a morena.


Fui até o espelho e vi a linda trança que ela havia feito. Era uma trança lateral de raiz de espinha de peixe, que descia até pouco além do meu ombro. Sorri contente com o resultado e a abracei forte.


- Ficou linda, Ly! Onde você aprendeu? – perguntei quando nos afastamos.


- Sozinha. Eu ficava fazendo no cabelo da minha mãe desde pequena e acabei aprendendo novos jeitos. – ela deu de ombros.


- Você precisa me ensinar isso! – exclamou Victoire.


- Você não disse que era uma desgraça? – questionei rindo.


- Sim, eu vivia embaraçando o cabelo da minha mãe e então, ela se irritou um dia e nunca mais fiz. – nós rimos.


Descemos as escadas e demos de cara com os meninos, que pareciam impacientes.


- Aleluia! Pensei que não tinham acordado ainda. – comemorou Potter.


- Nathaly estava fazendo um favor para mim. – respondi.


- Que favor? – perguntou Steven.


- Ela estava fazendo uma trança em mim. – respondi e girei para mostrar o resultado.


- Ficou incrível. – elogiou Jonathan.


- Obrigada. – eu e a morena respondemos juntas.


- Vamos descer? Estou morrendo de fome. – pediu Julie e concordamos.


Peguei minha vassoura que deixei encostada na parede e desci junto com meus amigos.


As meninas e Lupin foram na frente e eu e os outros atrás, discutindo as táticas do jogo.


Quando chegamos no Salão, recebemos vários aplausos, gritos e vaias, como sempre foi em dia de jogo. Sentamos perto do time, enquanto os outros sentavam nos lugares de sempre e tomamos café da manhã.


Austen estava elétrico e impaciente. Ele balançava a perna rapidamente, estalava os dedos e dava goles pequenos em seu suco.


- Ei, se acalme garoto. Vai dar tudo certo. – falei tentando acalmá-lo. – Treinamos bastante para isso e estamos prontos para qualquer coisa.


- E se não ganharmos? E se der algo de errado? – ele respondeu desabafando com um olhar desesperado.


- Nada vai dar errado, Eric. Confie no seu time, ou melhor, confie em você e tudo dará certo. Se não der, pelo menos tentamos e lutamos muito para isso. Não vejo razões para que dê algo de errado. Você é um bom capitão e acreditamos em você. – coloquei minha mão em cima da sua que apertava uma colher, em cima da mesa.


Sua mão afrouxou e eu apertei confiante. Austen olhava nossas mãos e depois olhou para mim e sorri para confortá-lo e ele retribuiu.


- Obrigado, Annie. Você seria uma ótima capitã. – agradeceu o garoto e corei um pouco.


Depois, descemos para os vestiários antes de todos, demos alguns toques finais nas vassouras, nos alongamos e revisamos algumas táticas.


Ao longe, ouvimos a multidão de alunos chegando cada vez mais perto. Estava quase na hora de jogarmos. Eu estava sentada um pouco longe de todos, com os cotovelos apoiados nas minhas pernas e cabeça baixa, me acalmando. Meu estômago estava dando voltas e mais voltas e meu coração estava quase saindo pela boca.


Senti alguém sentar ao meu lado e olhei para ver quem era. Fellers sorria para mim com um bastão na mão.


- Olá Jonathan. – disse com um sorriso fraco.


- Olá, Annie. Nervosa? – perguntou o garoto e assenti com a cabeça. – Por que, menina? Parece que nunca havia jogado antes.


- É que... eu não quero me machucar novamente, sabe. É o último jogo e é muita pressão para uma artilheira nascida trouxa.


- Nah, é pressão para todos aqui.


- Mas eu não quero parar no ambulatório novamente. – confessei.


- Mas você não vai para a Ala Hospitalar novamente.


- Como você pode saber?


- Porque eu vou te proteger.


- Você promete?


- Com todas as palavras do alfabeto. – nós rimos.


- Vê se acerta alguém, dessa vez. – dei um tapa de leve em seu braço e ele riu.


- Ei, eu não sou tão ruim assim. – Jonathan reclamou.


- Não, é? – levantei uma sobrancelha e ri.


- Não sou não.


- Quero ver então, Jonathan.


- Muito bem time, hoje é o dia em que vamos mostrar aos outros a verdadeira garra dos grifinórios. Vamos mostrar quem é que manda no quadribol nessa escola. Vamos ganhar a Taça Quadribol de Hogwarts! – incentivou Austen e gritamos “Grifinória!” em coro, levantando as vassouras.


Montamos e saímos voando em direção ao campo. E lá, fomos aplaudidos pelos alunos da Grifinória, vaiados pelas Sonserina, Lufa-Lufa e Corvinal.


Jordan anunciava o nosso time à medida que entrávamos em campo e fez a mesma coisa com o time da Corvinal.


Demos voltas pelo campo e depois, paramos no meio esperando a Profª Hooch apitar. E então, ela soltou os balaços e o pomo e apitou jogando a goles no ar, que foi pega pelo Austen.


- Austen pega a goles e voa em direção aos aros, acompanhado por Walker, Meyer, Smith e Clavlin. O capitão passa a bola para Meyer que joga para Walker e devolve novamente a ele. O garoto voa para os aros levanta a bola e... passa para Walker que marca dez pontos para a Grifinória! Ótima tática do Austen, pessoal. O goleiro nem pensara nessa oportunidade antes e veja como a vassoura de Walker é rápida. É uma Firebolt de último modelo que... – empolgou-se Colin, mas McGonagall o interrompeu.


- Volte a falar do jogo, Jordan. Não queremos saber sobre a vassoura.


- Desculpe, professora. – pediu o garoto e eu ri. - Bom, Clavlin voa em direção aos aros sozinha. Smith chega rapidamente e a garota passa a goles para ele, mas Walker pega a bola no ar e voa para o lado oposto. Desvia facilmente dos balaços de Stifen, joga para Austen e é ponto para Grifinória. 20 à 0 para o time dos leões.


Ao longe, os grifinórios pulavam e gritavam um “Vai, vai Grifinória!” em coro.


- Bernard pega a goles e vai para os aros. Desvia dos balaços de O’Connor, foge de Walker e Meyer e ponto para a Corvinal. 20 à 10. – falou sem emoção o locutor. – Bluman joga a bola à Walker e voa para o campo adversário. Passa para Austen que joga para Meyer, mira nos aros e o goleiro defende. Dá para Clavlin que é acompanhada por Bernard e volta para o campo da Grifinória. Joga no aro menor, marca mais um gol e o jogo empata com 20 à 20.


O jogo continuou bem difícil. Nós marcávamos um gol e a Corvinal empatava novamente. Estava começando a ficar irritada e cansada. Parecia que estava horas voando.


Pego a goles do arremesso mal feito de Smith, desvio de Bernard, olho para a direita procurando apoio do time e vejo Jokes jogando um balaço em minha direção, mas desvio com grande facilidade. Oras, por que esses garotos não conseguem jogar esse balaço direito? É tão fácil desviar. Não sei se é por causa da minha vassoura, ou por causa do mal jeito que batem na bola, mas não importa. Tenho que me concentrar em fazer gol. Depois eu penso nisso.


Bom, depois de desviar da jogada de Jokes, aperto os olhos para ver algo que vinha na minha direção com uma grande velocidade.


Esse pontinho começou a chegar mais perto e pude ver que era uma bola, ou parecia ser. Apertei mais os olhos e quando enxerguei, arregalei os olhos ao ver que era uma goles voando a todo vapor em direção a minha cabeça.


Não dava mais tempo de desviar, era tarde demais para isso. Apenas fechei os olhos, coloquei minha esquerda que segurava a vassoura na frente do meu rosto, na tentativa de aliviar um pouco o impacto e esperei para o pior, mas ele não veio.


Senti um vento passar ao meu lado e um barulho de um bastão batendo com muita força. Abri um olho e depois o outro, vendo um garoto da Grifinória alto, com cabelos negros e um pouco bagunçados de costas. Arregalei os olhos quando ele se virou sorridente.


- Não disse que te protegeria? - perguntou Jonathan e eu sorri. - Depois você agradece, agora jogue essa goles no meio daqueles aros, garota!


Balancei a cabeça para sair do transe e voltei a voar rapidamente em direção aos aros da Corvinal.


- Walker volta a voar ao campo adversário depois de ser salva por Fellers, VAI QUE É TUA, GAROTA! - gritou Jordan.


Mirei no aro médio e joguei, o goleiro defendeu com a vassoura, rebatendo para frente, mas peguei o rebote e joguei no menor, fazendo mais um gol.


- ISSO, ISSO! 130 á 110 para a Grifinória. Vamos lá leõs, a taça já está na mão. - comemorou o locutor.


Voei de volta ao nosso campo e no caminho, bati na mão de Fellers e sorri.


Depois disso, nós ficamos cada vez mais incentivados e jogamos com mais garra.


- Olha, Potter e Donats estão vando feito foguetes pelo campo. Acho que viram o pomo. - comentou Colin.


Olhei em volta e vi os dois contornando o campo e vindo em minha direção em alta velocidade. Arregalei os olhos e um pontinho dourado zumbiu ao meu ouvido escapando dos apanhadores.


Potter estava na frente e apertava os olhos mantendo fixos no pomo. Deitei, literalmente, na minha vassoura e senti ventos passando por mim. Depois olhei para trás, vendo se já tinham ido embora e levantei, ainda observando-os.


Toda a Grifinória gritava e pulava na arquibancada torcendo, já a Corvinal, Lufa-Lufa e Sonserina, não gritavam tanto assim. Eles sabiam que o apanhador da Corvinal era ruim, mas ninguem mais se candidatou.


James esticava o braço tentando pegar a pequena bola de ouro. Mergulhou em direção ao solo, fechou os dedos e desenclinou a vassoura erguendo o braço e mostrando o pomo que batia as asinhas com ferocidade.


- James Sirius Potter pegou o pomo de ouro! Grifinória vence a taça Quadribol por 310 á 270. E os leões deliram com o resultado. - anunciou Jordan pulando.


Voei até o solo junto com o time, desci da vassoura e corri em direção a Potter. Este, socava o ar e pulava gritando. Abracei-o com muita força e ri quando ele me abraçou e me girou no ar.


- Você foi ótimo, Potter. - elogiei depois de nos separarmos.


- E você foi perfeita. - respondeu o garoto sorrindo de lado e corei furiosamente.


Uma cabeleira loira pulou em meus braços tirando-me do transe e eu a abracei.


- Parabéns, gorda. Você jogou muito! - disse Victoire.


- Obrigada loira esquelética. - agradeci rindo junto com ela.


- An, você foi incrível! - falou Nathaly me abraçando.


- Obrigada Ly. - respondi.


- Você é muito boa, An. - concluiu Julie e sorri.


Abracei quase toda a Grifinória e já estava ficando cansada de agradecer todos os elogios, mas quem se importa!? Nós ganhamos a taça Quadribol! E ainda no meu primeiro ano.


Olhei em volta procurando Jonathan e o encontrei facilmente. É muito fácil encontrá-lo, precisa somente procurar um menino de cabelos escuros cantando uma garota ou mostrando seus bíceps. Bom, eu o vi fazendo essas duas coisas e balancei a cabeça sorrindo.


Corri ao seu encontro e pulei em suas costas. Ele se virou e me abraçou.


- Obrigada John. - agradeci nem ligando do apelido que inventei.


- John? - ele riu. - Esse é novo, mas eu gostei.


Depois de muito tempo comemorando no campo, nós voltamos ao Salão Comunal e fizemos a mesma festa de sempre. Mas antes, eu fui ao dormitório, tomei banho e desci vestida com um shots jeans claro rasgado, uma blusa branca com dizeres: "Chase the Waves" em azul e uma sapatilha da mesma cor.


O tempo estava ótimo. Céu azul sem nuvens, sol brilhando, vento morno batendo e calor. Do jeito que eu gosto.


Sentei no sofá e fiquei observando minhas amigas pulando e cantando. Era muito engraçado vê-las cantando com uma escova de cabelo desafinadamente e eu me dobrava de rir.


- Annie que roupa é essa garota? - questionou Victoire pondo as mãos na cintura.


- Uma roupa trouxa, oras. - respondi com ar de obvio.


- Eu sei que é uma roupa trouxa. Posso ser loira, mas não sou burra.


- Isso é novidade. - brinquei e ela me bateu. - Ai Victoire, foi uma brincadeira. O que há de errado com minha roupa?


- Você não está vestida com as cores da Grifinória! Vamos lá no dormitório que eu te ajudo. - segui a loira relutante.


No dormitório, sentei na minha cama e fiquei olhando-a enquando remexia a minha mala.


- Só não bagunça a minha mala, ouviu? - avisei e Victoire lançou um olhar mortal e me calei na hora.


- Voilá! Eu sabia que você tinha alguma coisa. - gritou a garota depois de muito tempo.


Ela segurava uma blusa vermelha larga que caia no ombro, rasgada nas costas e na frente dando um efeito de garras, com um leão dourado na frente.


- Onde você achou isso? - questionei levantando da cama.


- Estava na sua mala, oras. - respondeu como se fosse obvio.


- Mas, eu não me lembro de ter essa blusa.


- Você ganhou no seu aniversário!


- Ganhei? - ela girou os olhos.


- Coloca logo essa blusa e troca de sapato.


Fiz o que ela pediu, ou mandou. Troquei a blusa, coloquei um tênis vermelho e descemos juntas.


O Salão estava todo enfeitado. Havia papéis crepom vermelho e amarelo no teto, a taça em cima da lareira, vassouras e bolas em miniaturas davam rasantes em qualquer pessoa, comes e bebes numa mesa com confetes, música alta, apitos, chocalhos e cornetas eram tocados de vez em quando e todos da casa usavam roupas vermelhas, amarelas ou douradas para comemorar.


Acabei descobrindo que, quando alguém entrava pelo quadro da Mulher- Gorda, um rugido de leão era acionado e confetes caiam em sua cabeça. Só podia ser ideia do Potter.


- E ai, An. Se divertindo? - perguntou Potter sentando ao meu lado no sofá.


- A beça! - nós rimos. - Aposto que a ideia do rugido de leão foi sua, não?


- Por que, está muito óbvio!?


- Não, foi só um palpite. - dei de ombro. - Na verdade, está na cara que foi você que teve essa ideia. É bem...sua cara.


- Que ótimo. Quero deixar minha marca para ninguém esquecer.


- Isso será impossível. - brinquei, mas ele acabou levando a sério.


- Quer dizer então, que você nunca vai me esquecer? - ele levantou sua sobrancelha.


- Claro que vou te esquecer. Tenho coisas mais importantes do que lembrar de você.


- Veremos. - respondeu ele com um sorriso maroto que me deu arrepio.


- Como assim, veremos? - questionei com um pouco de medo do que ele seria capaz, mas Potter deu uma piscada e sumiu no meio dos alunos.


- Droga. Não deveria ter feito isso. Não deveria nem ter respondido... Meu Merlim, o que será que ele vai fazer agora? Veremos... o que isso deve significar? Tomara que seja algo bom. – pensei colocando as mãos na minha cabeça e bufei de raiva.


- Olá Annie. - cumprimentou McFeen sentando ao meu lado e pulei de susto.


- Meu Merlim Joseph. Quer me matar do coração? - perguntei colocando a mão em meu peito, sentindo as batidas aceleradas do meu coração.


- Desculpe. Pensei que você estava atenta nas suas amigas.


- Não, eu estava pensando.


- Sobre o que?


- Hum, sobre... sobre dragões. Eu adoro dragões, sabe. - gaguejei.


- Sério!? Nossa, eu também gosto de dragões! Qual você mais gosta?


- Do Focinho-Curto Sueco. Aquele dragão azul-prateado e as labaredas que saem de suas narinas são azul-brilhante, conhece?


- Claro que sim, é um belo dragão, mas eu prefiro o Olho-de-Opala.


- Aquele dragão de porte médio, escamas nacaradas e olhos sem pupila?


- Esse mesmo.


- Esse é a minha segunda opção. Também é muito bonito. - ele sorriu.


- Mas você gosta de outros animais?


- Ah, sim. Eu gosto muito de unicórnios, cavalos alados e hipogrifos.


- Vocês vão aprender sobre hipogrifos no terceiro ano e unicórnios no quarto ano.


- Que maravilha! Estou louca para aprender sibre esses animais. E dragões, nós não vamos aprender nada?


- Infelizmente, não. Dragões são muito perigosos para aprender na prática.


- Annie! - chamou uma voz feminina que eu conhecia. - Annie. Eu, Nathaly e... – começou Victoire, mas parou no meio da frase quando me viu com Joseph. - Hum, eu... deixa para lá.


- Não, espere. - agarrei seu braço quando ela já estava indo embora. - O que você queria me contar?


- É que eu queria te avisar que eu, Nathaly, Julie e os meninos estamos indo comer, mas... – ela explicou e eu a cortei.


- Eu vou junto. Estou morrendo de fome. - levantei do sofá de um pulo. - Hum, você quer vir conosco?


- Não, não. Eu ainda não estou com fome. Obrigado.


- Tem certeza?


- Claro, An. Relaxa. Obrigado. - McFeen sorriu fraco.


- Esta bem. Então... até mais tarde. - acenei e segui Victoire até a saída.


Quando saimos pelo quadro, a loira me preensou na parede com força e arregalei os olhos.


- Ai, Victoire. Vai com calma, garota. - reclamei passando a mão na minha cabeça.


- Annie, você é maluca? - ela questionou.


- Como assim, maluca?


- Primeiro: que história é essa de ficar pensando sobre dragões? Isso é coisa para malucos! Você poderia assustá-lo. Devia ter pensado em algo melhor, tipo garotos, sabe. Dando uma indireta...


- Falar sobre dragões não é coisa de loucos. Ele também gosta desse animal. E me desculpe por não inventar algo melhor para... Espere um pouco. Você estava ouvindo toda a nossa conversa?


- Cada palavra.


- Desde quando você começou a ouvir?


- Hum, acho que eu comecei a prestar mais atenção quando James sentou ao seu lado. – respondeu ela pensativa e eu gelei.


- Por que você ouviu nossa conversa?


- Porque eu fiquei curiosa, oras.


- Pois fique sabendo que a curiosidade matou o gato e se não tomar cuidado, você será a próxima e eu farei questão de te matar! - falei um pouco mais alto.


- Ei, não fique brava comigo. Eu só quero te ajudar.


- Ajuda em que?


- Conquistar os garotos. - Victoire deu uma piscada e eu revirei os olhos grunindo. - Vamos, deixa eu te ajudar. Garanto que você arruma algum até o sétimo ano.


Hesitei por um momento. Fiquei olhando em volta pensando sobre o assunto. Não era tão mal assim e Victoire, por incrível que pareça, era especialista em garotos. E das boas!


- Tudo bem, mas sem gracinhas e meninos feios. - ela bateu palmas e me abraçou com um grande sorriso no rosto. - E me avise antes de fazer qualquer coisa. E EU vou escolher o garoto, ok?


- Sim senhorita Walker.


- Está bem. Agora, vamos andando, porque eu quero chegar rápido no Salão Principal. Estou morrendo de fome. - a loira concordou e fomos andando vagarosamente.


- Então, - comecei a falar para quebrar o silêncio. - o que você queria me dizer sobre a minha conversa com... com, hum, com aquele menino.


- Que menino?


- O McFeen. - sussurrei.


- Ah o McFeen! - respondeu Victoire praticamente berrando.


- Psiu. Quer falar mais baixo? Ou você quer um megafone para anunciar a todos sobre quem estamos falando?


- O que é uma megofano? - ela questionou e eu girei os olhos.


- Deixa para lá. Só fale mais baixo, ok? - a loira assentiu com a cabeça. - E é megafone, não megofano.


- Tanto faz. Eu não entendo nada sobre objetos trouxas. - Vic deu de ombros. - Você devia falar com o meu avô. Ele adora trouxas, principalmente objetos. Meu avô tem um porão cheio de objetos trouxas. Está quase explodindo de tanta coisa que há. Minha vó vive reclamando, mas ele não dá a miníma, é claro. - explicou Vic.


- Mas, vamos voltar ao nosso assunto principal.


- Ah, sim. Bom, como eu estava dizendo... Primeiro: você não deveria ter comentado nada sobre dragões. Tinha que ter inventado algo melhor, tipo algo sobre garotos. Dando uma indireta. - revirei os olhos.


- Mas ele também gosta de dragões! - tentei convencê-la.


- Posso continuar?


- Desculpe.


- Obrigada. Então, segundo: é errado parar o meio da conversa e prestar atenção na sua amiga. Terceiro: você não deveria ter aceitado o meu convite para jantar.


- Mas eu estava com fome!


- Não importa! Você deveria falar que estava com fome alguns minutos depois que eu sai. É claro que ele iria te convidar para jantar, mas você não deveria ter aceitado o meu convite. E para piorar mais ainda, você o convidou para jantar conosco.


- E qual é o problema?


- O problema é que ele não é nosso amigo e vice versa. E só tem meninas.


- Você disse que os meninos estariam lá.


- MAS ELES NÃO SÃO AMIGOS! - a Vic falou mais alto e suspirou. - Annie, a coisa está negra ao seu lado. Você precisa de aulas sobre garotos.


- Não vai dar mais tempo. O ano está acabando e as provas já vão começar.


- É verdade. Se te der aula nesse tempo que resta para voltarmos para casa vai ser a mesma coisa que não te dar aula. Hum... - a loira coçava o queixo e andava de um lado para o outro pensando. - que tal durante as férias? Você não vai viajar, vai?


- Eu acho que não. Meus pais não marcaram nada, pelo que eu saiba.


- Ótimo. Então, eu mando uma coruja na primeira semana de férias.


- E eu digo que dia eu posso passar na sua casa?


- Isso mesmo. Nossa, vai ser muito divertido. Posso ver com a minha mãe se posso convidar as meninas também!


- Adoraria passar as férias com você. Vai ser bem divertido!


- Eu também acho. Você pode conhecer toda a minha família dependendo do dia que você for.


- E ela é bem grande, não?


- Você nem imagina. - nós rimos.


Andamos mais um pouco e finalmente chegamos ao Salão Principal. Nathaly e Julie nos esperavam na porta de braços cruzados e um pouco impacientes.


- Ah, ai estão vocês. Por que demoraram tanto? - questionou Nathaly.


- Estávamos discutindo sobre coisas.- eu e a loira nos entreolhamos rindo.


- Que tipo de coisas? - Nathaly cruzou os braços.


- Depois nós falamos. Aqui não é muito apropriado. - sussurrei.


- Vocês prometem? - perguntou Julie.


- Com todas as letras do alfabeto. - prometi levantando a mão direita.


- Ótimo. Agora, vamos nos sentar que esse cheiro de comida está me deixando louca de fome. - Ly pegou meu braço e puxou-me até o o nosso lugar de costume.


Sentei na frente de Potter, para minha desgraça, que devorava ferozmente a coxa de frango. Na verdade, duas coxas de frango. Uma em cada mão. Olhei-o assustada e o garoto reparou.


- O que foi? Minha boca está suja? - perguntou Potter com a boca cheia.


- Na verdade, a sua cara inteira está suja de frango. Por que você não come que nem gente? - respondi um pouco brava.


- Mas eu estou comendo que nem gente.


- Errado, Potter. Você está comendo que nem um porco. Onde cabe tanta comida?


- Pergunto a você isso.


- Mas eu perguntei primeiro.


- E eu lá quero saber para onde vai a minha comida! Só sei que no final de tudo, a comida acaba indo parar na privada. - ele e Jonathan riram e revirei os olhos.


- Que nojo, Potter.


- Mas é a verdade, oras. Acontece isso com todo mundo, ou você com você é diferente? Se for assim, eu quero saber como o co...


- Não termine essa frase, Potter. Eu já entendi onde você quer chegar. Na verdade, eu nem vou responder. - os meninos riram e eu bufei.


- Mas, vamos a minha primeira pergunta. A minha boca está suja?


- Sim, Potter. A sua cara inteira está suja. - suspirei.


- Então, você pode limpar para mim?


- Claro que não. Pede para sua prima fazer isso.


- Mas você está mais perto.


- Nem tanto. Ted e o John estão mais perto do que eu.


- Tedizinho. - cantarolou o garoto.


- Não me chame assim, James. Você sabe que eu odeio quando me chamam assim. – respondeu Lupin entre dentes.


- Você pode limpar a minha boca? - pergunto Potter ignorando a fala de Ted.


- Óbvio que não. Pede para o Jonathan.


- Jonathanzinho. - Potter cantarolou novamente.


- James! Quantas vezes eu já pedi para você não me chamar assim. Parece que ue sou um bebê. - brigou Fellers.


- Você pode limpar a minha boca? - disse o menino.


- Cara! A sua boca está toda suja. Minto, a sua cara está imunda! - John assustou-se.


- Você limpa?


- Eu não sou sua babá para ficar limpando o rosto das pessoas. Pede para o Ted.


- Ele disse que não.


- Então pede para o Steven.


- Ele está muito longe.


- E a Vic?


- Ela é muito fresca.


- Então...


- Ai, mais que inferno! - reclamei massageando minhas têmporas e tive uma ideia. Peguei minha varinha, mirei na cara de Potter e falei alto: - Skurge.


Então, o rosto de Potter limpou rapidamente. O garoto tateou seu rosto com os olhos arregalados, enquato Fellers e Ted davam risadas.


- O que você fez comigo? - questionou o garoto.


- Calma, só limpei seu rosto. - respondi.


- O meu rosto continua perfeito como antes? - revirei os olhos.


- Sim, Potter. Está tudo como antes. Nada saiu ou entrou no lugar. - falei tediosamente.


- Ufa. - suspirou o menino. - Quer dizer, então que você acha o meu rosto perfeito?


- Claro que não.


- Então, por que os dois estão se dobrando de rir?


- E eu lá vou saber o que se passa na cabeça dos dois? Pergunte a eles. - dei um gole no meu suco de abóbora.


Victoire, Nathaly e Julie começaram a rir também. Olhei para Potter e franzi a testa e ele só levantou os ombros.


- Vic, por que vocês estão rindo tanto? - perguntei cutucando a minha amiga, mas ela não conseguiu responder.


- John. John. - chamei-o. - Jonathan, quer me responder o por que de tanta risada?


- A-Annie, olha o-o St-teven. - disse o garoto rindo. Lágrimas escorriam de seus olhos.


Eu e Potter olhamos para O'Connor e o vimos tossindo freneticamente com o rosto ficando da cor roxa. Arregalei os olhos e prendi a respiração. Potter começou a rir junto com os outros.


- Potter, faz alguma coisa. Ele não está respirando! - pedi entrando em desespero. - Pare de rir, seu menino idiota. Ele está engasgado e não consegue respirar! Faça alguma coisa.


- Eu não sei de nenhum feitiço para isso! Você que é a gênia, deveria saber. - respondeu o garoto e entrei em desespero.


- Pensa Annie, pensa. Como era mesmo o feitiço? Começa com A. A... o osso ficou entalado na traqueia. Vejamos. Traqueia, traqueia. Anap... Anapne... Anapneo! Isso mesmo. Era Anapneo. - peguei minha varinha e gritei: - Anapneo.


Então, o osso que estava bloqueando a traqueia de Steven, pulou para fora da boca e aterrizou na mesa da Lufa-Lufa. O garoto respirou fundo e sua cor voltou ao normal.


- O-obrigado, Annie. - agradeceu O'Connor massageando seu pescoço.


- Não a de que. - sorri.


- Ainda bem que você é nossa amiga e inteligente ou estaríamos perdidos. - concluiu Julie e todos concordaram.


Voltei a almoçar tranquilamente, mas ainda segurava minha varinha caso aconteça algo inesperado novamente.


- Hey, James. - chamou Ted sussurrando. - Acha que já está na hora de colocar nosso plano em prática?


- Acho que já está mais do que na hora. - respondeu Potter. - Vamos.


Potter, Ted, Jonathan e Steven levantaram-se sem dizer nada e saíram do Salão aos cochichos.


- Eles estão tramando alguma coisa. - conclui na minha cabeça e, como sempre, acabei acertando.


Minutos depois, fogos de artifícios entraram voando pelo Salão. Haviam de todos os tamanhos, formas, cores e desenhos.


Alguns fogos do tamanho de uma palma de bebê explodiram perto do meu rosto, com as cores verde, vermelho, rosa, azul, roxo, laranja, amarelo e outras cores. Balancei a mão, na tentativa de espantá-los, mas em vão.


Em todo o Salão, animais selvagens, mágicos e entre outros corriam, pulavam e voavam, assustando e ao mesmo tempo impressionando e divertindo os alunos e professores.


Olhei para o teto e pássaros coloridos atravessavam o teto em formação de um V invertido, mas explodiram quando um lindo dragão encontrou-se com eles. Abaixei um pouco, pois voava baixo e o acompanhei com os olhos encantada. No corredor, um cavalo galopou ao meu encontro. Parou na minha frente, balançou o rabo e a crina, "cavou" o chão e fez algo que pensava ser impossível para um fogo de artifício.


O animal esticou o pescoço até o chão, esticou uma das patas dianteira, fazendo um tipo reverência e levantou novamente a cabeça. Empinou e logo em seguida, saiu galopando até a saída.


Meus olhos brilharam como nunca. Eu necessitava desse fogo de artifício!


Depois de alguns minutos, os animais, fogos e outras coisas juntaram-se no meio do Salão Principal e formaram um lindo leão, como o brasão da Grifinória e logo em seguida, se desmanchou fazendo uma cascata de estrelas brilhantes. Parecido como uma chuva, só que não molhava.


Estiquei as mãos e observei as luzinhas caindo nelas e sumindo logo em seguida. Olhava para o teto, vendo aquela magnífica cena e sorria de orelha a orelha.


Na porta, Potter, Ted, Jonathan e O'Connor batiam as mãos uns nos outros como toque. Observei-os por um instante e percebi que já tinham parado com seus toques e Potter olhava- me com um sorriso maroto no rosto, virei minha cara imediatamente e corei até a raiz dos meus cabelos.


Uma onde de salva de palmas era produzida e os meninos entraram rindo e reverenciando enquanto andavam pelo corredor do Salão Principal. Batia as palmas e gritava sempre sorrindo.


Esse mundo mágico é tão... mágico, divertido e cheio de surpresas que até esqueço de como era a minha vida, antes de saber sobre esse mundo novo.


Potter parou na minha frente, tirou uma Gerbera pink das costas e me entregou, mas antes de prosseguir, chegou mais perto e deu um beijo estalado em minha bochecha. Afastou-se, piscou sorrindo marotamente e continuou a caminhar. Corei furiosamente. Ao longe, pude escutar suspiros de outra garotas mais velhas.


Olhei para Victoire e esta, arregalou os olhos sorrindo. Aproximou-se e sussurou:


- Acho que James já faz parte da nossa lista de meninos, não?


- Como você chegou a essa conclusão? - perguntei envergonhada.


- Primeiro: você corou muito quando ele te entregou a flor. Segundo: ele fez muita coisa fofa para você hoje e terceiro: seus olhos estão rosa. - respondeu a loira e depois piscou sorrindo como sempre e revirei os olhos brincando.


Meus olhos estão rosa! Será que ele percebeu? Estou mesmo apaixonada pelo Potter ou pelas coisas que ele faz? Ai, isso é tão... confuso.


Balancei a cabeça para sair do transe e observei o que eles estavam fazendo agora.


Os meninos erguiam a taça junto com um Austen sorridente. Depois, chamaram o resto do time e todos nós erguemos o troféu dourado sorrindo, pulando e gritando "Vai, vai Grifinória!", que acabou contagiando todos os outros alunos grifinórios.


Foi a melhor festa de comemoração que eu já fui em toda a minha vida. Até a Prof. McGonagall comemorou um pouco. Bem, ela não vez muita coisa além de bater palmas, erguer a taça e gritar uma vez o nosso grito de guerra, mas vez uma grande diferença.


A festa mesmo, durou até às nove da noite, depois que a diretora chegou gritando que éramos irresponsáveis, pois estávamos em "semana de prova" e não deveríamos fazer essa bagunça toda.


Então, subimos para nosso dormitórios e esperamos a professora sair do Salão Comunal. Quando ela atravessou o quadro, eu e as meninas fomos até o quarto dos garotos.


Descemos as escadas dando risadinhas baixas nas pontas dos pés, subimos as escadas que davam para o dormitório masculino rapidamente, mas Nathaly acabou caindo no meio da escada, provocando um barulho e mais risadas altas.


- Psiu. Para de rir alto Vic. - chamei sua atenção e voltei a rir mais.


- Você. Não. Tem. Moral. Para. Dizer isso, An. - respondeu a loira respirando fundo, na tentativa de parar a crise de risos, mas era algo impossível.


- Ly, nunca vi uma pessoa tão desastrada como você. - concluiu Julie.


- É uma dom, garotas. Aposto que sem mim, vocês não dariam tanta risada como agora. - exibiu Nathaly e revirei os olhos divertida.


- Vamos logo, antes que alguém nos pegue rindo. - apressei-as.


- Como o monitor gato? Você daria um jeito, não é An? Jogaria seu charme e nos safaríamos. É um ótimo plano para usar no meio da noite quando eu for para a cozinha. - disse Julie e nós rimos.


Subimos rápido, abrimos a porta e fomos atacadas com travesseiros.


Sai correndo pelo quarto e transfigurei um livro para um travesseiro, só que era mais pesado do que eu imaginava.


Entrei na briga e quase nocauteei os meninos. Coitados, mas mereciam.


Depois de um tempo, me joguei em uma cama ofegando pelo fato de ter corrido como uma louca pelo quarto e ter batido com meu super travesseiro nos garotos.


- Foi... divertido. - conclui ofegante.


- Menos a parte que você me acerto com o seu travesseiro que parece mais uma pedra. Agora eu estou com muita dor de cabeça. - reclamou Potter coçando a cabeça e sentando ao meu lado. - Você pode me fazer um favorzinho, An?


- É Walker, Potter. O que você quer? - perguntei.


- Pode esfregar o meu travesseiro no seu pescoço?


- Por quê?


- Para ficar com o cheiro do seu perfume. Pétalas de rosa, não?


- Como você sabe?


- Minha mãe tem uma plantação de rosas no jardim.


- Bom, só se você me responder uma coisa.


- Pode dizer.


- Como você sabe que a minha flor predileta é uma Gérbera pink? E como, por Merlim, arranjou aquele fogo de artifício de cavalo? É tão lindo e fofo!


- Primeiro, na sua festa a Vic colocou várias Gérbera na Sala Precisa, então deduzi que você gostasse desta flor. Segundo, comprei na loja do meu tio Jorge.


- Nossa, eu preciso comprar esses fogos! Eu simplesmente amei. - suspirei sonhadora e olhei para o nada, enquanto as pessoas riam. - Muito bem, chega de conversa. Vamos jogar Snap Explosivo?


- Já peguei as coisas. - anunciou Steven.


Jogamos em pares, porque era mais fácil e divertido. Eu fiquei com Nathaly, Victoire ficou com Julie, Potter com Ted e Steven com Jonathan.


Começamos a jogar normalmente, como bruxos absolutamente normais.


Eu e Nathaly estávamos indo muito bem, já que éramos as mais inteligentes do grupo, mas Potter e Ted são os melhores jogadores de Snap Explosivo, então o jogo acaba sendo muito difícil. Sem falar que os dois trapaceiam e blefão bastante.


Passou-se uma hora desde que começamos a jogar e ninguém havia feito progresso algum, mas depois de meia hora, Potter e Ted conseguiram terminar.


- Isso ai, Ted! Conseguimos de novo. - comemorou Potter batendo na mão do Lupin.


- Uma dupla infalível, com certeza. - concluiu seu par sorrindo.


Continuei concentrada em ficar com o segundo lugar. Não queria perder esse jogo, caso contrário, Potter iria me infernizar até o fim do ano letivo.


Quando chegou à nossa vez, demos a última cartada e conseguimos ficar com o segundo lugar.


- Isso aí, Ly. Conseguimos! - gritei para minha parceira e ficamos pulando no meio do quarto.


Depois disso, ajudamos as outras duas garotas, já que o Potter e Lupin ajudavam os meninos, mas eles não conseguiram terminar.


Victoire deu a última cartada e corremos para longe, onde as bolinhas verdes não nos alcançariam.


Deitei no chão e cobri minha cabeça com um travesseiro e então, as bolinhas explodiram em Jonathan e Steven que correram atrás dos garotos pelo quarto e nós rimos da cena. Quando terminaram, ficamos conversando por mais alguns minutos e depois voltamos para nosso dormitório, pois meus olhos estavam começando a se fecharem.


- Hum, Annie. - chamou Lupin antes que eu fechasse a porta.


- Sim.


- Será que você poderia voltar o meu livro de História da Magia ao normal?


- Ah, então era o seu livro que eu peguei? Claro que sim. - voltei ao quarto, peguei o travesseiro-tijolo e transfigurei em um livro. - Prontinho, aqui está, Ted. Querem que eu faça mais alguma coisa?


- Sim, me dá um beijo? - perguntou Potter fazendo biquinho.


- Claro que não, Potter. - respondi com desprezo. - Boa noite meninos... e Potter.


Não deu tempo de escutar as respostas. Fechei a porta e subi para o meu quarto. Chegando lá, me joguei na cama, fechei a cortina, dei boa noite à todas e dormi. Amanhã seria um longo dia.

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