Grifinória VS Sorina resulta e



            Era um sábado de manhã. Acordei cedo, como de costume, tomei banho, coloquei a roupa de quadribol, escovei os dentes e o cabelo e tentei acordar as meninas. Era uma tarefa muito difícil que eu nomeei de “Missão Impossível”, já que elas eram muito dorminhocas. Depois de um tempo tentando cumprir a missão, eu desci para o salão para ver se os meninos já estavam acordados. Então, eu tive a brilhante ideia de acordar as meninas com travesseiradas com ajuda dos meninos.


            Subi na frente, abri a porta e verifiquei se alguma menina estava seminua. Entramos em silencio, pegamos os travesseiros e cada um foi para uma cama.


            - AGORA! – gritou Steven batendo em Julie com o travesseiro. O Fellers estava acordando Nathaly, Lupin massacrava Victoire e estava rindo com Potter.


            As meninas acordaram berrando, fugindo e entrando na briga. Eu não queria ficar de fora, é claro, então peguei meu travesseiro e bati na cara do Potter que retribuiu mais forte. Depois de um bom tempo guerreando, nós paramos para descansar, só que foi por muito pouco tempo, por que as meninas se rebelaram contra mim junto com os meninos que não queriam ficar de fora. Enfim, depois de descontarem a raiva em mim, nós descemos e esperamos as meninas se trocarem e fomos para o café da manhã.


            O salão estava cheio e em comemoração. Quando alguém do time entrava, os alunos batiam palmas, gritavam ou vaiavam no caso da Sonserina. Iríamos jogar contra a Sonserina depois do café.


            Sentei com Potter em meio de aplausos e vaias perto do time, já que Austen queria relembrar as táticas para o jogo. Comi rapidamente e nos dirigimos ao vestiário. Fazíamos alguns retoques nas vassouras enquanto ouvíamos conversas e cantorias do lado de fora.


            - Bom dia alunos, alunas e professores. Hoje teremos uma partida de quadribol entre Sonserina e Grifinória!- anunciou um menino da arquibancada. – Entrando agora em campo Bluman, Fellers, O’Conner, Austen, Meyer, Walker e Potter representando o time da Grifinória. Vamos ver se este ano levamos a taça. – apresentou Colin Jordan, um secundista alto, de cabelos e olhos escuros. Depois que ele apresentou o time sonserino, nós ficamos no ar em volta da professora Hooch.


            - Muito bem, capitães apertem as mãos. – disse a professora e eles obedeceram. Depois, ela apitou jogando a goles no ar e começou o jogo.


            - Meyer pega a goles e voa e direção aos aros seguido por dois sonserinos. Ele passa para Austen que é acertado pelo balaço mandado por Thonsem. Mas Walker recupera a goles, voa rapidamente e é ponto para a Grifinória. 10 a 0. – narrava Jordan. O jogo foi passando e estávamos bem na frente com diferença de quarenta pontos. – Beillin pega a goles e voa em direção aos aros da Grifinória, desvia de Meyer que tenta barrar e... Ai, essa doeu. – expressou Colin ao ver um balaço batendo nas costelas da sonserina que foi jogado por Fellers que ria sem parar.


            Eu peguei a goles que caiu das mãos da jogadora e voei rapidamente para o gol. Estava sendo seguida por dois artilheiros da Sonserina. Um batedor parou na minha frente tentando me barrar, mas eu consegui desviar para baixo. Olhei para trás e vi o batedor colidindo com um dos artilheiros que me seguiam e comecei a rir. Voltei minha atenção para frente e vi um balaço vindo em minha direção rapidamente e pensei que iria morrer. Então, surge Fellers na minha frente e rebate o balaço acertando sem querer, o goleiro do time adversário facilitando o meu gol.


            - Grifinória acaba de fazer mais dez pontos por Walker. Ninguém segura esta menina! – comemorou Jordan e eu ri de seu comentário. – Olhem, Potter está voando rapidamente em direção ao solo e acho que ele viu o pomo.


            Olhei para James e vi que ele estava em alta velocidade em direção ao solo seguido pelo apanhador da Sonserina. Olhei para os lados e os outros jogadores haviam parado para assistir. Voei para Austen que voava baixo e deparei com o batedor sonserino, mau caráter que mirava para Potter. Não pensei duas vezes e voei rapidamente para a frente do batedor que me acertara na cabeça com o balaço arremessado e então, tudo escureceu e senti meu corpo cair e depois bater no chão e desmaiei.


            Vozes bem distantes ecoavam em minha cabeça, algumas comemoravam, outras gritavam meu nome, mas eu não conseguia responder nem mesmo me mexer. Havia uma claridade passando pelos meus olhos fechados que em poucos minutos, ficou escuro novamente. Senti meu corpo sendo levantado do chão e uma respiração ofegante. Estava sendo carregada, mas por quem? Tentei abrir um pouco meus olhos e tudo estava borrado. Cada parte do meu corpo doía e sem querer gemi.


            - Annie? Você salvou o time garota! – falou uma voz conhecida, mas não me lembrava. – Não acredito que você fez isso, poderia ter morrido. O Lotz é muito forte. Fico aliviado em vê-la viva.


            - Ga...nhamos? – tentei dizer, abri um pouco mais meus olhos e vi que era Austen me carregando. Eu sorri.


            - Graças a você Annie. Você deu um baita susto em todos. Vendo você caindo daquela altura... foi terrível.


            Parei para pensar por um instante. Desde quando ele me chama de Annie? Nós não somos amigos para ele me chamar assim.


            - Ai. – exclamei colocando minha mão na cabeça. Estava doendo muito, parecia que iria explodir a qualquer minuto.


            - Sei que está doendo, espere mais um pouco que já estamos chegando. Vai passar em um instante. – disse ele sorridente e eu desmaiei de novo.


            Depois de alguns minutos, senti meu corpo sendo colocado em uma cama confortável. Escutei a voz da Madame Pomfrey que dizia coisas como “Ela precisa descansar”, “Amanhã vocês podem visitá-la.” ou então “Vão embora, ou não os deixo entrar!”. Austen me deixou e foi embora curtir a festa de comemoração na Sala Comunal e pelos corredores, ecoavam gritos como “vai, vai Grifninória.”. A enfermeira me acordou, examinou e me deu uns remédios de gosto terríveis e então, dormi.


           


            - Shh, cala a boca Hargreves ou você vai acordar a Walker. – repreendeu um menino que até então não reconhecia.


            - Mas eu estou falando baixo! – exclamou Julie e eu tentei abrir meus olhos e mais uma vez, tudo confuso e embaçado.


            - Acho que não será mais necessário. Ela acabou de acordar. – respondeu Fellers que olhava para mim. – Bom dia, quer dizer, boa tarde dorminhoca.


            - ANNIE! – gritou Victoire me abraçando bem forte e gemi de dor. Ainda não estava totalmente curada. – Ah, me desculpe An.


            - Como está? – perguntou Nathaly.


            - Melhor agora. – respondi sorrindo.


            - Vejo que nem as dores acabam com sua animação. – concluiu Steven e nós rimos.


            - A Madame Pomfrey disse que você poderá sair amanhã de noite. – falou Ted.


            - Que ótimo. Não aguento mais tomar esses remédios com gosto horríveis. – fiz uma careta quando lembrei o gosto e eles riram.


            - Ainda bem que você acordou, pensei que estava morta. – disse Victoire.


            - Por quê?


            - É que você dormiu por dois dias.


            - DOIS DIAS?


            - Sim, a Vic estava surtando toda a vez que viemos te ver. Ela pensou que você estava morta ou algo parecido mesmo a enfermeira negando. – respondeu Fellers.


            - Bem que meus sonhos estavam cada vez mais estranhos.


            - Você ouvia? – perguntou Potter.


            - Algumas partes. – dei de ombros e reparei que Potter ficava cada vez mais rosado. – Por que você ficou preocupado Potter?


            - Nada não. Eu só achei legal.


            - Então, me contem o que aconteceu depois que eu voei na frente do sonserino.


            - Bem, foi horrível. O jogo tinha parado para ver o James e o Michael. Então, eu vi o Thonsem balançando o bastão e depois você voando que nem doida para frente dele e o balaço batendo com muita força na sua cabeça e ai você caiu de uma altura de quase cinco metros depois Potter pegou o pomo e o jogo acabou. Eu corri para o campo acompanhado das meninas e dos meninos para ver se você estava morta. Só que antes do Potter apanhar, Austen desceu da vassoura e correu em sua direção. O que é muito fofo da parte dele e... – narrou Victoire empolgada mas foi interrompida por Potter.


            - Vic, foco. Não empolga em relação ao Austen.


            - Está com ciúmes é? – brincou Nathaly que recebeu um olhar assassino de Potter.


            - Continua Vic. – gesticulou Julie.


            - Onde eu parei mesmo? Ah, sim. Depois que acabou o jogo, Hooch, nós e outros alunos formamos uma roda em sua volta. A professora pediu para nos afastarmos, mas sem chance. Então, ela pediu para te levar para a Madame Pomfrey e Eric a pegou no colo e te trouxe para cá. Ai, como eu queria estar em seu lugar... – terminou Victoire sonhadora e os outros reviraram os olhos.


            - Muito bem alunos, agora ela precisa descansar. Amanhã vocês voltam. – interrompeu a enfermeira. Eles saíram reclamando e protestando. Tomei mais alguns remédios ruins e dormi.


            Estava correndo em um lugar muito escuro e gelado. Havia paredes altas de concretos coberto de espinhos e o chão era coberto de pedras. Corria sem saber em qual direção eu deveria ir, mas eu tinha certeza que estava fugindo de algo, ou alguém. Parecia um tipo de labirinto que não tinha fim. Estava com medo. Meus braços, pernas e rosto cobertos de sangue devido os profundos cortes, usava um vestido cinza todo rasgado e sujo e meus pés estavam gelados e doloridos. Olhava para todas as direções em busca de uma ajuda. Virei para a direita e depois para a esquerda, então olhei para trás e vi uma pessoa alta, de cabelos loiros quase brancos, olhos azuis profundos e sem vida, sua pele era branca igual farinha e usava um vestido preto até o chão. Virei para frente tentando correr mais rápido, apertei os olhos para melhorar minhas vista, mas eu pisei falso e então, comecei a rolar morro abaixo.


            Bati minhas costas em algo duro fazendo com que eu parasse e olhei para ver o que era, ou quem era. Um menino alto, muito bonito de olhos verdes vivos e cabelos escuros olhava para mim. Era o mesmo menino que sonhara algumas vezes que sorria sempre alegre, mas agora seu olhar demonstrava medo e insegurança. Tentei me levantar, mas eu havia torcido meu tornozelo durante a queda e doía muito. Ele me pegou no colo e correu para dentro de uma floresta assustadora.


            - Vou te deixar aqui, está bem? O que quer que aconteça não saia e não se manifeste. Eu já volto. – disse ele me deixando atrás de um arbusto e se virou, mas antes que ele fosse embora segurei seu braço.


            - Não, por favor. Não me deixe. – supliquei deixando lágrimas escorrendo em meu rosto.


            - Eu volto. Fique aqui. – ele respondeu agachando e limpando minhas lágrimas e sorrindo tentando me confortar.


            - Promete?


            - Prometo, meu anjo. – ele sorriu e ouvimos passos. – Eles estão chegando. Não saia, está bem? – deu-me um beijo na testa e foi embora.


            Tentei me mexer, mas meu tornozelo machucado me impedia. Olhei para ele e vi que estava inchado e com algumas partes roxas.


            - Droga. – murmurei para mim.


            Fiquei por alguns minutos pensando nele, como se ele representasse tudo que eu mais amava nesse mundo. Então, uma luz verde iluminou meu rosto por entre as folhas. Afastei-as e o vi lutando bravamente com sua varinha. Luzes verdes e vermelhas iluminavam o breu da floresta, mostrando as grandes árvores que nos cercavam.


            Então, tudo ocorreu tão rápido como num piscar de olhos. Uma luz verde saiu da varinha do inimigo encapuzado e o atingiu em cheio, fazendo com que caísse sem vida. Senti uma mistura de raiva e tristeza percorrendo meu corpo e as lágrimas começaram a escorrer dos meus olhos. Me arrastei com todo o esforço ignorando a dor até o seu corpo.


            - NÃO. POR FAVOR, VOLTA! – gritei debruçada em seu peito. Não queria, não podia acreditar no que via, como se meus olhos me pregassem uma peça.


            - Annie. – sussurrou uma voz que repetia constantemente parecido com o eco. – Annie Walker.


            - ANNIE! –gritou outra voz e então acordei de um pulo, respirando ofegante e com dificuldade. Estava sentada na cama da enfermaria suando frio. Coloquei a mão esquerda no peito e a outra estava agarrada na cama me impedindo de cair. Olhei em volta e vi uma pessoa de pé ao lado de minha cama, me observando com olhara assustado.


            - Potter? – perguntei ainda ofegante, mas não deu tempo dele me responder, por que abracei-o fortemente e comecei a chorar em seus ombros.


            - Ei Walker, não chora. Foi só um pesadelo. – ele disse sentando na ponta da minha cama enquanto mexia em meus cabelos.


            - F-foi tudo t-tão... real. – falei soluçando.


            - Calma, foi só uma noite ruim, só isso. – ele comentou. Me afastei do abraço, limpei meus olhos e o fitei.


            - C-como você sabia que era um pesadelo?


            - Bem, primeiro você acordou ofegante, depois que acordou começou a chorar e terceiro...hum... você suplicava e gritava.


            - Eu gritei?


            - Não tão alto, sabe. Toma um pouco de água. – ele me ofereceu um copo que havia na minha cabeceira. Bebi tudo sem respirar.


            - Que horas são? – perguntei tomando fôlego.


            - Acho que umas três. – respondeu Potter dando de ombros.


            - E por que você está aqui, acordado numa hora dessas?


            - Fiquei sem sono e resolvi vir até aqui. Na verdade eu queria te agradecer.


            - Mas por que não agradeceu hoje de manhã?


            - Hum... não deu tempo.


            - Bom, então sou toda ouvidos. – disse sorrindo e encostando minhas costas no travesseiro apoiado na parede.


            - Eu queria dizer obrigado por me “ajudar” no jogo.


            - Não foi nada Potter. É isso que os times fazem, não?


            - Na verdade não. Isso é tarefa para os batedores.


            - Mas eles não estavam prestando atenção em tudo. – ele riu.


            - A escola inteira está comentando sobre o seu ato “heroico”. – falou Potter e eu corei. Ato heroico?


            - Não foi bem um ato heroico. Eu só ajudei o time, nada de mais.


            - Mas meninas não fazem isso.


            - Nada como uma mudança de regras para agitar as coisas. – respondi piscando o olho e nós rimos.


            Ficamos um bom tempo conversando. Ele consegui me fazer bem mas, só quando ele queria.


            - Acho melhor você ir dormir. Já são quase cinco da manhã e você tem aula. – comentei.


            - É mesmo. Bom, boa noite Walker. Nos vemos amanhã. – ele falou indo embora.


            Fiquei mais um pouco acordada comendo doces que meus amigos deixaram e lendo um livro trouxa. Olhava pela janela e via o sol nascendo, então guardei tudo e voltei a dormir.


            No mesmo dia eu fui liberada antes do jantar e andei calmamente até o Salão Principal que estava cheio. Comecei a caminhar em direção aos meus amigos que estavam na outra ponta da mesa. Mas, antes que eu pudesse chegar na metade do caminho, a mesa da Grifinória rompeu em aplausos e gritos. Parei onde estava e olhei para essas pessoas para saber o motivo da comemoração e percebi que eu era o motivo. Corei mais do que nunca e recomecei a andar sorrindo sempre. Meus amigos se levantaram na cadeira e correram ao meu encontro. Nathaly foi a primeira a chegar e me dando aquele super abraço.


            - ANNIE! – gritou Victoire empurrando Nathaly que me abraçava primeiro.


            - Não precisa empurrar Vic. Não vai ser a última vez que vai vê-la. – comentou Ly emburrada e eu ri.
            Abracei um a um com todas as minhas forças sorrindo de orelha a orelha. Depois, me sentei entre Nathaly e Victoire e comecei a comer. Sentia muita falta dessa comida deliciosa.

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