De volta à Hogwarts.



O Natal e o Ano Novo passaram num piscar de olhos e então, já me via embarcando no Expresso Hogwarts novamente.


            Atravessei o muro como de costume junto com meus pais e Falcon. Deixei minhas coisas em uma cabine vazia e voltei para ficar com meus pais enquanto esperava meus amigos.


            Depois de um tempo, senti algo me tocar no ombro e me virei para ver o que era e Nathaly sorria atrás de mim. Abracei-a fortemente e apresentei-a aos meus pais. Colocamos suas coisas na cabine que eu havia pegado e voltamos.


            - Você ganhou um cachorro An! Qual é o nome? – perguntou Nathaly acariciando Falcon.


            - Falcon. Ele tem cinco meses ainda. – respondi sorrindo.


            - Mais que coisinha mais fofa! – exclamou Ly acariciando-o ainda e eu ri.


            - An, querida, acho que já vamos indo. Vou sentir saudades. – disse minha mãe.


            - Claro, mãe. Vou sentir falta de vocês. Vou escrever quando der, está bem? – abracei meus pais e dei um beijo em Falcon e eles foram embora.


            Senti algo segurando o meu ombro e virei-me para ver quem era. Ted sorria para mim e depois, me abraçou com força.


            - Olá Ted. Que saudades, não? – falei ainda abraçada.


            - Você nem faz ideia. – respondeu Lupin.


            Nathaly abraçou-o. Nós o levamos para o nosso vagão e quando sai do trem, vi uma cabeleira loira me abraçando com muita força.


            - Vic! – exclamei retribuindo o abraço depois de perceber que era ela.


            - Minha gorda predileta. Você engordou um pouco, não? – brincou Victoire.


            - Eu não engordei. Vocês acham que eu engordei? – perguntei para Nathaly e Ted.


            - Bem, só um pouco, mas nada demais. – disse Lupin coçando a cabeça.


            - Idiota. – murmurei dando um soco de brincadeira em seu braço e nós rimos.


            Victoire nos levou até sua família para nos apresentarmos.


            - Papai, mamãe, essas são Nathaly Norfini e Annie Walker. – falou a loira. – E esses são meus pais, Gui e Fleur Weasley. E meus irmãos Dominique e Louis.


            Apertei a mão de cada um.


            - Você não vai me apresentar Vic? – disse Ted rindo.


            - Claro que não. Eles já te conhecem seu bobo. Você nem sai da casa do James! – exclamou Victoire e nós rimos


            Louis era o caçula e um pouco parecido com o pai, só mudava os olhos que eram iguais a de Victoire e tinha sardas no nariz. Dominique era parecida com a irmã, só que ela havia sardas iguais a do irmão. Sua mãe era muito bonita. Era loira igual a filha, olhos muito azuis e alta. Seu pai era o mais alto, era ruivo com olhos castanhos e havia marcas de garras no rosto.


            Eles eram muito simpáticos. Conversamos até a chegada da família Potter. James chegou correndo e abraçou Ted, depois Vic e sua família e depois eu.


            - An, obrigado pelo presente. Foi maravilhoso! Estou rouco até hoje de tanto gritar. – disse ele animado vestindo a camisa que eu havia lhe dado.


            - E aposto que não tirou essa camisa por um bom tempo também. – brinquei e nós rimos, exceto Potter que fechou a cara, mas logo apresentou sua família.


            - An, quero que conheça minha família. – falou ele pegando no meu pulso e puxando para perto dos pais. – Esse é o meu pai, Harry Potter...


            - Muito prazer Sr. Potter. – apertei sua mão e ele sorriu.


            - Por favor, me chame de Harry. Muito prazer Annie. – senti meu rosto corar. Ele era alto, cabelos negros, olhos verdes vivos atrás de óculos redondos e uma cicatriz em forma de raio na testa.


            - Continuando. Essa é minha mãe Gina Potter... – continuou ele. Sua mãe tinha a altura do pai de James. Tinha cabelos ruivos e olhos castanhos claros e sempre com um sorriso bondoso no rosto.


            - Olá Sra. Potter. Muito prazer. – cumprimente-a.


            - O prazer é todo meu Annie. – respondeu ela.


            - E minha irmã caçula, Lilían Luna, mas pode chamá-la de Lily. – apresentou o filho.


            - Oi Lily. Muito prazer em conhecê-la. – abracei-a.


            - Ah, então essa é a famosa Annie. – disse a menina olhando para o mais velho.


            - Famosa? – perguntei olhando para o Potter.


            - É... é que eu falo bastante nos meus amigos em casa. – falou o garoto colocando uma mão na nuca e a outra dentro do bolso da calça.


            - Tem certeza que é só uma amiga Jay? – brincou Lily rindo.


            - Deixa de ser boba Lils. Vai brincar com o Louis. – comentou irritado o irmão. – Tenho mais um irmão, mas ele ficou na casa do meu tio. Se chama Alvo Severo.


            Balancei a cabeça afirmamente. Olhei para o lado e vi Julie e logo corri ao seu encontro.


            - Ju! Que saudades. – exclamei abraçando-a.


            - An, também senti sua falta menina. – respondeu ela e logo atrás, vinham Jonathan e Steven que vieram correndo.


            Conversamos por um tempo sobre nossas férias e nos juntamos à família Weasley e Potter.


            - O que aconteceu de interessante em suas férias An? – perguntou Steven.


            - Bom, tirando que Potter, Lupin e Vic me visitaram na madrugada do Natal, não aconteceu nada. – respondi dando de ombros.


            - O que você disse An? James, Ted e Victoire te visitaram na noite de Natal? – questionou o pai de Potter se intrometendo na nossa conversa.


            Potter, Lupin e Vic congelaram e suas caras ficaram espantadas.


            - Si-sim, Sr. Potter. Mas não foi nada demais, não atrapalhou em nada eu estava... – comecei mas fui interrompida pelo Sr. Potter que estava bravo.


            - James, quem te deu permissão para invadir a casa dos outros?


            - Ele não invadiu Sr. Potter. Eles entraram pela rede de Pó de Flu que tem no meu quarto. – respondi rapidamente, vendo que James ficaria bem encrencado.


            - Mas pai, nós queríamos fazer uma visita e entregar os presentes pessoalmente. – explicou o filho.


            - Mas era de madrugada e ainda numa família de trouxas! Não se ofenda An, eu também vivi com uma família de trouxas. – contou Harry e eu murmurei um “Sem problemas”.


            - Melhor ainda, pelo menos não fomos vistos por eles. Mas eles já sabem sobre a nossa existência, não é mesmo An? – balancei a cabeça. – Viu, não tem problema.


            - Mas era noite de Natal, James. É uma coisa sagrada aos trouxas.


            - Eu sei pai. Prometo não fazer isso de novo. – prometeu Potter levantando a mão direita para cima e a mão esquerda estava escondida atrás das costas e cruzava os dedos.


            James piscou para mim vendo que eu observava sua mão esquerda e sorri corada.


            O apito soou anunciando a partida do trem. Entramos todos no nosso vagão e observava alunos acenando para seus pais. Acenei para a família do Potter e da Vic e depois sentei no banco.


            Ficamos conversando horas a fio. Comemos doces, jogamos xadrez bruxo e snap explosivo o caminho inteiro.


            Depois de muito tempo, observei para fora da janela que a paisagem estava escurecendo e então, uma monitora da Lufa- Lufa alta, um pouco gorda com olhos e cabelos encaracolados e armados castanhos abriu a porta e anunciou com uma voz estranha que daqui alguns minutos chegaríamos em Hogwarts.


            Peguei meu uniforme e fui para o vestiário. Voltei para a cabine e vi que Potter, Fellers, Steven e Lupin contorciam-se de tanto rir.


            - Posso saber o motivo da graça? – perguntei apoiando na porta. Potter me puxou para dentro pelo braço e fechou-a.


            - Nós jogamos bombas de bosta no vagão da Sonserina. Eles estão nos procurando. – explicou Potter.


            - Mas por que eles não viram vocês? – questionei.


            - Porque eu tenho uma capa da invisibilidade.


            - Sério? Nossa, que demais! – exclamei me levantando do banco.


            - É, mas não é para ficar anunciando por ai, ou eles vão saber que sou eu e vão pegar minha capa. – balancei a cabeça sentando novamente no banco.


            As meninas chegaram e ficamos um pouco em silêncio. Era um silêncio confortante e calmo. Fiquei olhando pela janela e finalmente avistei a escola.


            - Chegamos, finalmente. – anunciei.


            O trem começou a frear à medida que chegávamos em Hogsmeade. Saímos do trem e caminhamos até Hagrid, já que iríamos de barco novamente.


            Vic e Lupin sentaram na frente e eu e Potter atrás. O lago não estava congelado, o que é muito estranho pois estamos no inverno ainda.


Comecei a conversar com Potter sobre quadribol. Olhei para o lago que me fez ter uma grande vontade de tocá-lo e foi o que fiz.


- AAAAAAAH! – gritei depois de ser empurrada para dentro do lago pelo Potter. Ele e outros alunos riam da cena.


Senti o sangue ferver dentro de mim e gritei.


- POTTER, SEU GRANDISSÍSSIMO IDIOTA, TRASGO FEDIDO E INFELIZ!


- O que foi An? O lago está bom? – brincou Potter.


- S-seu i-idiota. E-eu est-tou congelan-lando. M-me t-tire daq-qui. – falei batendo os dentes. Agora eu não sentia mais o meu corpo.


Potter estendeu as mãos para me ajudar e ao invés de ser puxada por ele, eu o puxei para dentro do lago, fazendo com que ele caísse também.


- Annie! Por que você fez isso? Eu estava te ajudando. – exclamou ele intrigado.


- I-isso se cha-chama v-vingança. – disse jogando água nele.


Hagrid nos ajudou a subir nos botes novamente e fomos até o castelo batendo os dentes freneticamente.


- Vem aqui An, eu te abraço e nós nos esquentamos. – ofereceu Potter sorrindo maliciosamente.


- Não encosta Potter. E para você é Walker. – respondi grossamente olhando para frente ainda.


- Mas você está morrendo de frio. Vai pegar uma baita gripe.


- Você t-também.


- Mas eu não fiquei tanto tempo no lago. – olhei para seus olhos. Ele erguia uma sobrancelha e sorria.


Hesitei por um tempo e depois concordei com a cabeça. Aproximei-me mais um pouco dele, encostei a minha cabeça em seu ombro e ele me abraçou sorrindo maliciosamente.


- Aproveite ao máximo Potter, pois isso não vai se repetir. Nunca mais. – exclamei um pouco brava. Ele sorriu mais e me abraçou mais forte. O pior de tudo, é que isso realmente estava adiantando e me esquentava cada vez mais, como se ele não tivesse caído no lago.


Chegamos ao castelo e fomos direto para o Salão Principal jantar. No meio do caminho, fui barrada pela Profª McGonagall furiosa.


- Posso saber o porquê os senhores estão encharcados nesse frio?


- Profª McGonagall, eu empurrei Annie do barco fazendo com que ela caísse no lago... – começou Potter olhando em meus olhos.


- Mas eu puxei Potter para dentro do lago. – terminei olhando para a diretora.


- Por Merlim! Vocês não poderiam dar um tempo? Menos vinte pontos para a Grifinória. E que isso não se repita. Quenterralopus.- disse a professora mandando um feitiço que saia um ar quente, fazendo com que secasse minhas roupas e meu cabelo. Depois ela fez a mesma coisa com Potter.


Sentamos-nos na mesa da Grifinória juntos com os outros. Todos nos olhavam como se fossemos monstros, o que me incomodava muito. Meus amigos riam da cena.


- Vocês estavam muito fofos no barco. – comentou Vic rindo.


- Cala a boca Victoire. – pediu Potter abaixando a cabeça.


- Posso ser madrinha? – brincou Julie.


- Se você não quiser sentir o meu Avada Julie, é melhor fechar essa boca. – falei olhando mortalmente a ela.


- Até que Annie Walker Potter fica legal. – disse Fellers


- Quando vai ser o casamento mesmo? – perguntou brincando O’Conner e todos riram até Potter.


Aquilo já era demais para mim. Levantei-me sem dizer nada, fuzilei todos com um olhar e caminhei para a torre da Grifinória. Só escutava meus passos no corredor. Subi até o sétimo andar e dei de cara com a Mulher-Gorda.


- Que droga, eu esqueci que não sei a senha. – murmurei para mim mesma batendo na testa.


- Mas eu sei. – disse outra pessoa atrás de mim.


Pulei de susto fazendo com que ficasse de costas à parede, dando de cara com o monitor da Grifinória.


Era um garoto alto, com cabelos loiros encaracolados e olhos azuis. Parecia um anjo que caira bem na hora que eu mais precisava.


- Perdão? – falei encarando seus olhos.


- Eu sei qual é a senha. – ele veio caminhando até chegar bem perto de mim.


- E, hum, qual seria? – perguntei tentando sair.


- Seus olhos são bem interessantes.


- O-obrigada.


- São vermelhos por natureza?


- N-não, eu sou metamor... metamorfomaga.


- Que curioso. – falou ele me olhando nos olhos.


- Olha, se você não se importa, eu quero entrar então daria para você me dar a senha?


- Ah, sim. É... Varinha de Alcaçuz. – ele disse afastando-se de mim.


Caminhei até o quadro e disse a senha à Mulher Gorda e a mesma abriu o quadro. Mas antes que eu pudesse passar, me virei olhando ao monitor que sorria.


- Obrigada, hum...


- McFeen. Joseph McFeen. – falou o menino.


- Obrigada McFeen. – sorri e senti meu rosto corar.


- Posso te ver de novo?


- Veremos. – disse sorrindo e entrei sem olhar para trás.


Entrei no Salão Comunal e subi as escadas para o meu dormitório. Coloquei meu pijama, escovei os dentes e dormi.

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