Primeiro dia de aula



Acordei bem cedo de tão animada que estava. Fui para o banheiro, tomei banho, coloquei o uniforme, escovei os dentes e o cabelo e acordei Nathaly, Julie e Victorie. Esperei- as no Salão Comunal. Depois de meia hora, eu e minhas novas amigas atravessamos o quadro da Mulher Gorda e fomos para o Salão Principal. Estava uma manhã ensolarada. Tomamos café da manhã e conversávamos sobre o horário de aula.


– Graças a Deus temos aulas de voo depois do café. – comentou Nathaly


– É, mas depois temos dobradinha de Poções com a Sonserina. – falou Victorie ingratamente.


– Parece ser a única aula mais chata do dia. Olhem: depois de poções, temos almoço, depois Feitiços, Transfiguração, História da Magia, e por último, Defesa Contra Artes das Trevas. Não é tão ruim assim. – eu exclamei otimista.


– Mas História da Magia é muito chato. – resmungou Julie.


– Animem-se meninas. É o primeiro dia de aula! – falou Potter, juntando-se na mesa conosco, acompanhado de O’Conner, Feller e Lupin.


– É, mas os sonserinos me dão arrepios. – comentou Nathaly e todos riram.


– Acho que devemos indo. Não queremos perder nossa primeira aula de voo. – exclamou Julie. Então, nós nos dirigimos ao campo de quadribol, onde a professora Hooch esperava todos os alunos.


– Bom dia a todos. Meu nome é Profª Hooch e os ensinarei a voar de vassoura. Primeiro, quero que vocês se posicionem à direita das vassouras e em seguida, quero que digam “Suba!”. Podem começar.


Nós obedecemos a professora nos posicionando à direita das vassouras que estavam no chão e depois, ouviam-se vários “Suba!”. Eu consegui na minha primeira tentativa, o que me animou, pois nunca tinha feito isso na vida enquanto os outros gritavam loucamente para a sua vassoura. Potter conseguiu de primeira também e ficou se exibindo. Depois de um tempo, todos já haviam conseguido.


– Muito bem, agora quero que subam em suas vassouras e dê um impulso com o pé, segurando bem firme no cabo. Deem voltas somente no campo não muito alto. Comecem. – disse a professora.


Havia poucas pessoas no ar dando voltas na quadra enquanto maioria caia ou não conseguia dar o impulso. Potter, eu, Fellers, O’Conner e Lupin conseguimos dar voltas no campo, apostando corrida e brincando de passar por dentro dos aros.


O sinal tocou e fomos correndo às masmorras para a aula de poções que era lecionada por Horácio Slughorn, diretor da casa de Sonserina, os quais já esperavam em frente à porta fechada.


Depois de cinco minutos, a sala de aula abriu e entre elas, Slughorn sorria para todos que entravam. A sala de poções era fria e escura. Eu, Nathlay, Victorie e Julie sentamos juntas na penúltima mesa. Os meninos sentaram-se à mesa de trás. O professor Horácio fez a chamada e em seguida disse:


– Bom dia alunos, eu sou Profº Slughorn. Hoje aprenderemos poção para curar furúnculos. E para isso, devem abrir na página 30 dos seus livros e os ingredientes que deverão usar, estão nessas prateleiras. Usaremos as duas aulas para a prepararem a poção e no final, darei cinquenta pontos para a casa do aluno que acertar. Podem começar.


Nós obedecemos ao professor e depois de alguns momentos, a sala ficou cheia de fumaças coloridas e cheiros variados. Slughorn andava pela classe avaliando os trabalhos, dando dicas e a minha e da Nathaly foram os únicos elogiados.


A primeira aula já tinha acabado e só faltavam mais quarenta e cinco minutos para terminarem. Ben Finnigan, um menino loiro com olhos castanhos da Grifinória, fez seu caldeirão explodir, atrasando o nosso preparo das poções, pois riamos da cena. Ele foi encaminhado ao ambulatório, por que seu rosto e suas mãos ficaram com queimaduras feias.


O tempo passava rapidamente e quando vimos, faltavam dez minutos para acabar a aula. Olhei para e vi algo escorrendo do caldeirão de Nathaly.


– Ly, o seu caldeirão está derretendo. O que você fez? – questionei abismada.


– Eu não sei. Acho que coloquei muito Cástero. – respondeu assustada.


– Merlim! A poção está caindo em mim Ly. – falou Victorie levantando- se rapidamente da cadeira.


– O que aconteceu meninas? – perguntou o professor.


– Acho que eu coloquei muito Cástero, professor e o meu caldeirão derreteu. – explicou Nathaly.


– Não tem problema. Reparo! – disse Slughorn arrumando a bancada, o caldeirão e as roupas das garotas. – Prontinho.


– Obrigada professor. – agradeceram em coro.


– Magina! Acho que não vai dar para começar a sua poção novamante Srta Norfini, faltam três minutos. – comentou Horácio – Alunos parem com o preparo. Vou olhar suas poções para ver qual casa ganhará cinquenta pontos.


Dito isso, o professor dirigiu-se para a primeira mesa, mexia, cheirava e comentava as poções. Potter e seus fiéis companheiros fizeram uma meleca que derretia colheres de alumínio. Um aluno da Sonserina havia chegado perto e por enquanto, tinha cinquenta pontos. Quando Slughorn passou em minha mesa, sorriu para mim e retribui. Mexeu e cheiro minha poção e com um grande sorriso comentou:


– Meu Merlim! Acho que temos uma vencedora. Isto está incrível. Cinquenta pontos para Grifinória. Palmas para a Srta. Walker.


– Obrigada, professor. – agradeci corando.


– Você tem mãos boas, minha jovem. Vai ser uma grande preparadora de poções! – disse Horácio e eu só sorri. O sinal tocou e fomos para o Salão Principal.


– Mandou bem Walker. – comentou Fellers.


– Estamos ainda no primeiro dia e já está arrasando. – falou Potter.


– Não é tão difícil assim. Está tudo no livro. – exclamei.


– Mas o meu problema, é que tenho mania de confundir os ingredientes. – explicou O’Conner rindo.


Comemos rápido, pois a próxima aula era de Feitiços. Entramos na sala e me sentei na penúltima carteira com as meninas, como de costume e esperamos a chamada. A aula foi divertida. Conseguimos levitar penas, insetos e livros. O profº Flitwick disse que na próxima aula, aprenderemos a levitar pessoas.


As aulas foram passando rapidamente e quando percebemos, já estávamos indo para o Salão Comunal, conversando sobre roupas. Já tínhamos chegado ao sexto andar e ouvimos cochichos, mas nada que importasse. Na verdade, importava sim. Subimos o primeiro degrau quando escutamos um grito:


– AGORA!


CHUA.


Senti uma coisa gelada escorrendo da minha cabeça, aos meus pés. Parei no mesmo lugar que estava e olhei para minhas amigas que me olhavam pasmas. Virei-me para trás e vi um pé que saia de trás de uma armadura. Andei até lá e vi Potter e Fellers no chão chorando de rir.


– POTTER, FELLERS! SEUS TRASGOS NOJENTOS, IDIOTAS, INFELIZES, OTÁRIOS. VOCÊS ME PAGAM. – gritei batendo o meu livro na cabeça dos dois.


– Desculpe Walker, é que queríamos descobrir se loiras ficam nervosas fáceis. E eu acho que sim. – disse Potter rindo.


– Eu devia é acabar com a raça de vocês dois! Seus idiotas. – falei entre os dentes e apontei a varinha para os dois.


– Ei, vocês. Que gritaria é essa? – perguntou um menino do sexto ano da Lufa- Lufa. – Posso saber o porquê que a senhorita está fazendo toda molhada?


Olhei para os dois com uma risada maléfica.


– Acho que você já tem ideia do que aconteceu aqui. – dei uma risada do tipo vocês-estão-ferrados-e-eu-me-dei-bem.


– Detenção para os dois. Ou melhor, para os três. Vocês começam segunda na biblioteca depois do jantar. – disse o monitor.


– Perai, os três? – fingi que não tinha escutado direito. Como EU, a vítima ir para a detenção?


– Sim, os três Srta. Walker. Creio que eu disse em alto em bom tom. – falou pomposamente o monitor.


– Como eu, que sou a vítima dessa história estar em detenção?


– Primeiro você começou a gritar no meio do corredor sendo que tem outros alunos tendo aulas e estudando e segundo, estava tentando azarar seus colegas.


– Azarar? Você acha que no primeiro dia de aula, no primeiro ano eu poderia sair azarando alguém? Que tal você usar a pouca inteligência que resta nessa sua cabeça oca e raciocinar direito. Ou será que eu tenho que desenhar para você entender? – eu simplesmente explodi. Estava com muita raiva, muito ódio.


– Falou bonito. – disse Potter rindo.


– Fique quieto Potter e não fale assim comigo Walker. Eu sou o monitor chefe e vocês terão um mês de detenção. Agora se dirigiam para o salão de vocês. Antes que eu os mande para a diretora. – acho que eu toquei no ponto fraco do monitor, por que ele estava mais vermelho que um pimentão.


Virei batendo o pé e subi as escadas acompanhada de Potter, Fellers e minhas amigas. Bateu um vento bem gelado nessa hora e comecei a sentir frio. Entrei no salão e subi para o dormitório para tomar um banho bem quente. Acho que demorei meia hora, por que Victoire batia na porta gritando para eu sair dali. Então eu sai, me troquei, sequei meu cabelo com o secador mágico da Nathaly e disse que ficaria esperando no salão adiantando os deveres enquanto espero o jantar já que alguns professores passaram lições de casa enormes e passei a noite toda fazendo. Depois de uma hora, minhas amigas, eu e os meninos estávamos fazendo os deveres no salão.


– Não acredito que o professor Binns passou tanto dever. Este é o primeiro dia de aula! – reclamou Potter.


– Vai se acostumando Potter, semana que vem vai ser duas vezes pior, creio eu. – disse Fellers. Levantei-me da cadeira e arrumei meu material.


– Já terminou An? – perguntou Victorie. Confirmei com a cabeça e todos me olharam com espanto.


– Como assim você já terminou? – Fellers disse indignado.


– Oras, não está tão difícil assim. – exclamei assustada com a reação das pessoas.


– Já que não está tão difícil para você, me ajude nesta questão. – apontou O’Conner para sua lição me olhando desafiador.


– Quero sua ajuda também Walker. – falou Potter fazendo biquinho.


– Vai sonhando. – respondi brava.


– A vai Walker. Foi só uma brincadeirinha e, aliás, você detonou o monitor. – riu Potter e Fellers.


– Eu não o detonei. Só disse a verdade. – eu disse séria, mas todos deram risadas.


– Então você nos ajuda Walker? – perguntou esperançoso Fellers.


– Sabe, usar um pouco a cabeça não faz mal e até ajuda. – respondi ironicamente e ambos fecharam a cara. No final das contas, eu não emprestei as lições para Potter e Fellers que ficaram resmungando a noite inteira.


Depois descemos para o Salão Principal. Estava quase terminando de comer quando um menino do segundo ano da Corvinal, alto com cabelos castanhos enrolados e olhos azuis me chamou. Acompanhei-o até a porta do salão.


– Você é Annie Walker, certo? – perguntou o rapaz. Acendi com a cabeça.


– Sou Nicolas Vost. O profº Slughorn pediu para te entregar esta carta. – ele disse estendendo a carta em minha mão. Peguei-a observando curiosamente. – Você é amiga do Potter, não?


– Conhecidos. – o corrigi.


– Bom, o profº pediu também para entregar a ele. Você faz este favor?


– Claro. Muito obrigada. – agradeci com um sorriso e voltei para a mesa.


– Quem era An? – perguntou Julie.


– Nicolas Vost da Corvinal. – respondi.


– E o que ele queria? – questionou Potter agora.


– Ele queria me entregar uma carta do profº Slughorn e pediu para te entregar também, Potter. – disse entregando- o a carta. Nós dois abrimos curiosos e os outros olhavam intrigados. Li a carta rapidamente.


– O que diz ai An? – quis saber Julie estendendo o pescoço na tentativa de ler algo.


– Ele está nos convidando para jantar junto com outros alunos na sala dele no próximo sábado. – olhei para cada um com olhar curioso.


– Mas por quê? – Nathaly pegou a carta de minha mão e começou a ler junto com as meninas.


– Não faço ideia. Na carta não diz nada a respeito. – fiquei um bom tempo pensando na resposta, mas ela não vinha de jeito nenhum.


O jantar terminou e fomos para o Salão Comunal. Os meninos entraram primeiro, Potter e Fellers se jogaram no sofá e O’Conner e Lupin nas poltronas ao lado da lareira. Eu sentei no meio dos garotos, Victorie sentou nos braços do sofá e Julie sentou no chão em frente à lareira e ficamos conversando até tarde.


O dia seguinte passou rapidamente e quando nos demos conta, já estávamos jantando. Foi um jantar engraçado, os meninos faziam gracinhas e piadas até que um monitor lufano chegou estragando com nossa alegria. Ele cutucou Potter que sentava na minha frente e o mesmo virou rindo.


– Olá senhor monitor-chefe. – zombou Potter rindo.


– Você é muito engraçadinho senhor Potter. Eu vim lembrá-los que terão detenção hoje na biblioteca e espero que não tenham esquecido. – respondeu calmamente o monitor.


– Não senhor, não nos esquecemos da detenção. Afinal, somos grifinórios e cumprimos promessas. – Fellers disse estufando o peito.


– Ótimo, espero vocês daqui cinco minutos. – falou o lufano olhando para seu relógio de ouro e saindo logo em seguida.


– Nossa, eu tinha me esquecido da detenção. – comentei colocando a mão na testa. – Acho melhor indo, se não o monitor-chefe dará mais um mês de detenção.


Dito isso, eu, Potter e Fellers nos dirigimos à biblioteca. Lá não havia uma viva alma sequer. O monitor nos esperava na porta, nos levou até uma parte mais afastada onde, em cima de uma mesa, havia pilhas e pilhas de livros e disse que nossa detenção era guardar os livros sem usar magia. Então começamos pelas partes mais altas. O lufano sentou-se à mesa e começou a ler um livro. Potter e Fellers cantavam uma música bruxa, que eu desconhecia, enquanto deslizavam das escadas. Eu fiquei com a parte mais baixa, é claro e por isso foi mais fácil e mais rápido.


– Será que vocês dois podem calar a boca? – irritou o monitor.


– Não gostou da música? – desafiou Potter.


– É claro que eu gosto dessa música.


– Então nos deixe ser felizes. – falou Fellers.


– Mas cantem mais afinadamente pelo menos. – eu disse rindo.


– Até você loira? – indignou-se Potter.


– Loira? – repeti o apelido que Potter me dera.


– Sim, loira. Não sabe o que é não?


– Claro que sei. Só que é um apelido idiota. – e depois disse, passamos meia hora discutindo sobre esse apelido até que o monitor se estressou.


– CHEGA! Parem de agirem como crianças tolas. – gritou o monitor bravo.


– E você acha que nós somos o que? Adultos? E, aliás, não pode gritar na biblioteca, muitos alunos estão estudando. Não foi isso que você me disse ontem? – enfrentei o rapaz.


– Não aguento mais. Vão para a torre, agora. Estão dispensados, na verdade, não precisam voltar mais. Vou retirar a detenção de um mês. Vocês me tiram fora do sério. – resmungou o garoto indo embora às pressas.


– Nossa loira, não sabia que você tinha o dom de tirar as pessoas fora do sério. – comentou Potter rindo e fomos embora para a torre.

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