De volta à Londres.



Chegando ao trem, fui procurar um vagão livre para nós sentarmos. Achei um vazio quase na metade do trem, deixei minhas coisas lá e fui ajudar as meninas com suas malas pesadas. Depois, sentamos no nosso lugar e começamos a conversar.


- Olá damas, podemos nos juntar com vocês? – perguntou Fellers já entrando e sentando ao lado de Nathaly.


- Você já entrou mesmo. – comentou Nathaly se afastando um pouco.


- Onde estão os outros? – perguntei


- Steven está correndo atrás do carrinho de doces, Potter e Ted estão chegando. – respondeu Jonathan.


O trem começou a andar cada vez mais rápido. Fiquei na janela observando a paisagem. Por um momento, eu senti muitas saudades dos meus pais, da Dona Maria, dos meus cavalos, de tudo. Mas também senti falta de Hogwarts.


- Terra chamando Annie. Annie na escuta? Que mundo você está agora? – brincou Nathaly fazendo voz de fanha.


- Ãh, o que? – respondi voltando à realidade.


- Estávamos falando com você An. – falou Victoire.


- Me desculpa, eu não estava prestando atenção.


- Percebe-se. – comentou Potter e eu o olhei mortalmente.


- Então, eu estava dizendo que eu mandei uma carta para minha mãe, fazendo um pedido para colocarem uma rede de Pó de Flu na sua casa. – continuou Nathaly.


- Ah, sim. E o que ela disse? – perguntei animada.


- Ela disse que já mandou uma carta para o Departamento de Transportes Mágicos e a resposta virá daqui a cinco dias.


- Que ótimo! Seria muito legal ter uma visita de vocês.


- Eu vou poder te visitar também, Walker? – perguntou Potter esperançoso.


- Claro que não, Potter.


- Por que não?


- Você é uma exceção. – James cruzou os braços igual uma criança mimada.


O resto do dia foi normal. Ficamos jogando Snap Esplosivo, xadrez, conversamos e quando passou o carrinho, compramos todos os doces que havia. Depois de algumas horas, percebi que daqui a pouco, já estaríamos em Londres, então peguei uma roupa trouxa e me troquei.


**


            O trem começou a frear a medida que chegávamos em Kings Cross. Peguei meu malão e minha coruja e desci do trem acompanhada dos meus amigos. Dei um abraço em cada um e atravessei o muro para voltar ao mundo trouxa para encontrar meus pais.


            Chegando do outro lado, vi um casal não muito longe esperando. Dei um grande sorriso e corri ao encontro deles.


            - Papai, mamãe! – gritei abraçando-os.


            - Que saudades de você, minha princesa. – falou meu pai.


            - Sentimos tanto sua falta, querida. – disse minha mãe.


            - Eu também senti muitas saudades. – respondi sorrindo.


            Nós nos dirigimos ao estacionamento, coloquei minhas bagagens no porta-malas e fomos para casa que ficava bem longe da cidade. Fiquei na janela observando a paisagem.


            - Como foi lá na escola? Aprendeu a fazer magia? – perguntou meu pai.


            - Nossa, Hogwarts é demais. Aprendi muita coisa como flutuar coisas e como consertar objetos quebrados. É incrível! – respondi animada.


            - Você pode nos mostrar como faz? – quis saber minha mãe.


            - Não posso fazer mágica fora da escola ou eu vou ser expulsa. Mas posso mostrar como acender e apagar a luz da varinha.


            - Ok, em casa você mostra. – falou meu pai me olhando pelo espelho.


            Demorou cerca de uma hora para chegarmos em casa. Nada havia mudado enquanto eu estava fora. Tirei meu malão e minha coruja do carro, entrei em casa e corri para o meu quarto que era no terceiro andar. Chegando lá, me joguei na cama e fiquei pensando em nada.


            Meu quarto era bem grande. Era feito em todos os tons de rosa que possa imaginar. Minha cama era de casal e ficava no centro do quarto em cima de um degrau na forma de um quadrado que contornava a cama e em frente à cama, havia uma cama elástica embutida (não me pergunte o porquê, só achei legal a ideia) e um sofá branco com almofadas em vários tons de pink na frente do degrau. Do lado da porta, havia uma lareira na parede com um tapete felpudo Pink e pufes coloridos em volta de uma mesinha branca. Do lado da porta do banheiro, ficava minha escrivaninha que era de madeira branca com uma cadeira Pink e ficava de frente a uma janela que tinha vista para os estábulos. Do lado direito da cama, ficava a varanda com uma cortina branca delicada. Atrás da cama, ficava o closet bem grande, com armários em madeira branca, com um pufe branco no centro e no final do closet, havia uma porta que dava à biblioteca. No banheiro, havia uma banheira de hidromassagem não muito grande no centro e o piso era em mármore Alpinina. As paredes do quarto eram um rosa claro e para enfeitar, luzes com flores de tecidos brancos contornavam o quarto e o deixava mais delicado.


            - An, vem jantar. – chamou Dona Maria.


            - Já estou indo Dinda. – falei. Sim, ela tinha um apelido e eu a chamo assim desde que eu me conheço por gente.


            Troquei de roupa antes de descer. Coloquei um moletom cinza claro e uma blusa cinza com um casaco branco bem quentinho, coloquei o Croc’s felpudo e desci para comer.


            Depois do jantar, eu desci aos estábulos para ver meus cavalos. Nós tínhamos dez cavalos, quatro para minha mãe, quatro para meu pai e dois para mim. A minha égua se chamava Ladybird. Ela era branca com algumas manchas de cinzas, sua crina era cinza escuras e seu rabo também, mas ficava no tom de loiro no final. O outro se chama Mr. Blue. Era castanho claro, com crina e rabo pretos, seus olhos eram azuis e a metade da direita era branca e depois descia para seu focinho. Ele estava deitado e quando me viu, começou a relinchar.


            - Olá meu pequeno. Sentiu minha falta? – falei com ele. – Eu também senti.


            Deitei ao seu lado apoiando minha cabeça em sua barriga e acariciei-o. Era tão bom sentir seus pelos macios em minha mão.


            - Annie, querida, você não vem jantar? – perguntou minha mãe entrando na baia.


            - Vou sim, mãe. Até mais, pequeno. – disse dando um beijo em seu focinho e voltando para casa.


            Tivemos um jantar normal. Dinda havia feito a minha comida predileta: frango ensopado. Comi que nem uma condenada.


            - Vai com calma, querida, ou vai passar mal. – advertiu meu pai.


            - Desulpe, papai. É que eu estava com muitas saudades dessa comida. – desculpei-me e ele sorriu.


            Depois do jantar, subi para meu quarto e deitei na espreguiçadeira da minha varanda com um cobertor macio observando a paisagem. Bem distante daqui, pude observar um pontinho preto vindo em minha direção. Quando estava bem mais perto, vi que era uma coruja preta com olhos amarelos que trazia uma carta.


            Li de quem era. Nathaly. Abri o mais rápido que pude e li:


           


                        Querida An,


             Não faz nem um dia que não nos vemos e já estou com saudades. Bom, eu tenho boas e más noticias para você.


            As boas é que o meu pedido para colocarem uma rede de Pó de Flu em sua casa foi aceita. E a má, é que eu não vou poder te ver nessas férias, porque vou viajar com meus pais para a Bélgica.


            Não se preocupe, eu trago um monte de chocolate a você. Ah, eu me esqueci de avisar, eu ganhei uma coruja nova que é essa ai. Se chama Midnight.


            Bem, não tenho mais nada o que escrever. Se tiver novidades me avise ok?


                        Um beijo, Nathaly.


 


            Pulei da espreguiçadeira imediatamente, peguei um pergaminho, uma pena e tinta. Fui para a escrivaninha e escrevi uma resposta a Nathaly.


 


                        Ly minha linda,


            Também sinto sua falta. Que bom que eles aceitaram o seu pedido, agora vou poder te ver depois que você voltar de viagem. Quando você vai?


            Nossa, eu vou sentir muito sua falta Ly. Depois me conta da viagem. Pode deixar, te conto tudo o que acontecer por aqui, cada detalhe.


                        Um beijo, An.


 


            Entreguei a carta a Midnight que levantou voo logo em seguida. Ouvi alguém bater na porta e me virei.


            - Olá minha princesa. Eu e sua mãe estávamos pensando em dar uma volta por ai com os cavalos, você topa? – perguntou meu pai.


            - Claro que sim, papai. – respondi sorrindo. – Vou colocar uma roupa mais confortável e te encontro lá em baixo, ok?


            - Ok. – disse meu pai sorrindo e fechando a porta.


            Fui até o closet, peguei o meu culote preto com detalhes xadrezes azuis, pretos e brancos, uma blusa branca e um casaco bem quentinho. Coloquei a meia alta branca e uma bota de couro que vinha até embaixo do joelho. Peguei o meu capacete cinza e desci.


            Chegando lá, meus pais estavam arreando (colocando os equipamentos como sela, rédeas, cabeçada e etc) os cavalos e fui ajudar. Peguei minha sela e cabeçada bege, uma manta azul clara e selei minha égua. Coloquei meu capacete e montei em Ladybird.


            Andamos no meio da floresta que havia perto de casa.


            -Papai, mamãe, eu descobri o porquê os meus olhos são roxos. – falei animada.


            - E qual seria o motivo, querida? – perguntou minha mãe.


            - Bom, eu sou uma bruxa metamorfomaga. – respondi.


            - Meta, o que? – disse meu pai.


            - Metamorfomaga, é uma pessoa que pode mudar alguma parte do corpo de acordo com o humor. É bem raro isso acontecer.


            - Que ótimo, minha linda! – respondeu meu pai.


            - Fiquei muito feliz quando descobri. Na verdade, não fiquei tão feliz assim. – eu falei lembrando-me da cena em que Nathaly quebrara minha medalha.


            - E você fez muitas amizades? – quis saber minha mãe.


            - Muitas.


            - Quem são?


            - Nathaly, Victoire, Julie, Potter, Lupin, Fellers, O’Conner, Austen e outros. Talvez eles venham me visitar durante as férias.


            - Como? – perguntou minha mãe.


            - Ah, eu esqueci de te avisar. O Ministério da Magia aprovou o pedido da Nathaly para que tenhamos uma rede de pó de flu em casa.


            - E o que seria isso, meu bem? – perguntou meu pai.


            - Bom, Pó de flu é meio de transporte bruxo que o transporta aonde deseja ir.


            - Aonde eles vão por isso?


            - Na lareira do meu quarto.


            - Tudo bem então. Quando eles chegam?


            - Talvez amanhã. Vai vir uma carta avisando, pode ficar tranquilo. – respondi sorrindo.


            Paramos em uma colina e ficamos observando o sol se por. O dia estava perfeito, com um céu azul sem nuvens que causa um frio cortante. Ficamos lá até escurecer, depois voltamos para casa. Deixei minha égua na baia e tirei os equipamentos. Coloquei as capas de dormir e panos de protetor para os tendões nos meus cavalos. Coloquei água limpa, rações e depois dei cenoura para cada um. Dei um beijo de boa noite e subi.


            No meu quarto, em cima da minha cama, estava a coruja de Nathaly. Peguei a carta e deixei-a no poleiro, junto com Orion, minha coruja cinza com olhos azuis. Sentei nos pufes perto da lareira e comecei a ler.


 


                        Cara An,


            Vou viajar amanhã e volto dois dias antes do embarque para Hogwarts. Vou sentir sua falta, pois não vou poder te ver nessas férias e não vou poder ir te visitar.


            No trem eu te conto tudo o que aconteceu na viagem e em troca, você me conta o que aconteceu ai.


                        Um beijo, Ly.


 


            Peguei um pergaminho, uma pena e tinta e escrevi uma resposta não muito longa, afinal não tinha nada o que escrever.


 


                        Lylizinha,


            Estou mandando essa mini-carta para avisar que não mandarei Midnight hoje, somente amanhã, porque ela deve estar muito cansada. Não se preocupe, eu cuidarei direitinho dela.


            Quando terminar de ler essa carta, dê um biscoito a Orion que ele volta mesmo sem resposta, está bem?


                        Vou sentir sua falta, An.


 


            Dei a carta a Orion que voou logo em seguida. Fui para o banheiro, enchi a banheira de hidromassagem e fiquei lá por um bom tempo relaxando. Ouvi alguém bater na porta.


            - Entra! – gritei.


            - Olá An, você quer que eu faça um chocolate quente com biscoitos para você? – perguntou Dona Maria.


            - Quero sim, Dinda. Obrigada. – respondi sorrindo.


            Fiquei mais um pouco lá e então, comecei a tomar banho. Depois, sai, coloquei meu pijama e sequei meu cabelo. Deitei na cama e liguei a TV.


            Dinda trouxe o chocolate quente com marshmallows e um prato grande com muitos cookies quentinhos que tinham acabado de sair do forno.


            Comi tudo desesperadamente. Sentia falta desse lanchinho da noite. Deixei tudo na mesa da escrivaninha e dormi.

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