Primeira aula de Potter.



O resto da semana passou rápido até demais. Não sei se é por causa do mês ou porque eu estava muito ansiosa para o meu aniversário, mas não importa agora. Eu estava rumando para a biblioteca para encontrar Potter como eu havia marcado e por sorte, o garoto já estava na porta me esperando.


Ele apoiava o ombro na porta da biblioteca olhando para seus pés. Uma mão no bolso na calça e a outra segurando a alça da mochila. Quando Potter escutou meus passos, que ecoavam alto demais por causa do corredor vazio, levantou a cabeça, sorriu e eu retribuo.


- Chegou cedo, Potter. Pensei que iria se atrasar. – expliquei entrando na biblioteca sem deixá-lo falar.


Fomos para um lugar mais afastado, pois precisava explicar a matéria sem incomodar os outros alunos. Sentamos mais para o fundo da sala, peguei meu pergaminho cheio de anotações, uma pena, tinta e meu livro.


- Bom Potter, em qual parte da matéria você não está entendendo? – perguntei.


- Na verdade, eu não estou entendo nada da matéria. – ele respondeu coçando a nuca.


- Desde o começo? – questionei abismada e Potter assentiu. – Bom, a matéria é simples e fácil, você só tem que prestar mais atenção nas aulas e detalhes. A Revolução dos Duendes começou em 1365 antes de Cristo...


Começo a explicar a matéria inteira, fazendo resumos em um pergaminho. O garoto prestava atenção em cada detalhe que falava e perguntava sempre que possível.


- ...Drumfatico, o vampiro das trevas mais poderoso, Junglon o mutante mais forte e Silvarrom o poderoso bruxo foram obrigados a se unirem para acabar com a Revolução... Você está prestando anteção, Potter? – perguntei quando o vejo olhando para o nada e seus olhos desfocando.


- Claro que sim, An. – respondeu rapidamente e apertei os olhos, desconfiada.


- Fiquei mais atento, Potter. – chamei sua atenção estalando os dedos na frente de sua cara.


- Desculpe, eu estava tentando imaginar a Revolução. – balançou a cabeça para acordar.


- Não viaje, está acabando ok? – ele assentiu com a cabeça e continuei a explicar. – Silvarrom então, criou o Banco Gringots, onde os duendes tiveram que jurar lealdade e proteção eterna aos bruxos, entendeu?


- Entendi.


- Então, eu quero que você faça um resumo de tudo o que falei até agora. – pedi e Potter limpou a garganta.


- A Revolução começou em 1365 antes de Cristo, quando Glubkin, o mais sábio e poderoso duende junto com outro de sua espécie, queriam tomar o poder para eles. Glubkin queria libertar os duendes dos sacrifícios que eram impostos pelos vampiros, mas os bruxos tentavam libertá-los, fracassadamente, já que eram contra os vampiros que obtinham o maior poder. E em 1352 antes de Cristo que a Revolução começou e duendes revoltaram-se contra os bruxos, vampiros e mutantes. Então Juglon, o mais forte mutante, Silvarrom o bruxo mais poderoso e Tumfati , o poderoso vampiro... – resumiu Potter e interrompi.


- É Drumfatico, Potter e não Tumfati.


- Eu já sabia, só estava te testando. – ele piscou o olho e revirei os meus. - Como eu estava dizendo, esses três uniram-se para acabar com a Revolução e acabaram conseguindo derrotar os duendes, que acabaram presos em um castelo até pensarem em um destino melhor para eles, mas Durtifaco... – recomeçou ele mas interrompi novamente.


- Drumfatico, Potter, Drumfatico. Será que pode, pelo menos, falar o nome certo?


- Está certo, está certo. Drumfatico e Junglon sumiram e nunca mais foram vistos deixando Silvarrom sozinho na decisão de achar um lugar melhor para os duendes. Então, o bruxo criou o Banco Gringots, onde esses seres juraram proteção e lealdade eterna aos bruxos. – concluiu o garoto e sorri satisfeita.


- Muito bem, Potter. Até que você se saiu bem, pensei que seria impossível dar aula a você.


- Muito obrigado, eu sei que mando muito.


- Não exagera garoto. Bom, o Profº Binns passou uma lição para amanhã, você já fez? – perguntei mas já desconfiava a resposta. Potter negou com a cabeça. – Foi o que eu pensei. Então, eu quero que você faça e depois eu corrijo, está bem?


- Sim senhorita.


Potter pegou seu pergaminho, tinta, pena e começou a fazer a lição. Eu peguei um livro troxa e comecei a ler para passar o tempo.


Não muito tempo depois, Potter chamou-me para corrigir e foi o que eu fiz. Ele se espreguiçou e ficou olhando ao redor.


- Bom, está tudo correto, mas Silvarrom está escrito errado. É com dois r’s e quantas vezes vou ter que repetir que o nome do vampiro é DRUM-FA-TI-CO e não Durcofati? Por Merlim, Potter. Corrija logo isso. – exclamei entregando o pergaminho a ele novamente.


- Ah An, ele nem vai perceber. Deixa como está. – reclamou o garoto.


- Corrija logo ou rasgarei sua lição e queimarei na lareira. – ameacei apertando os olhos.


- Você não faria isso.


- Faria sim.


- Não.


- Sim.


- Não.


- Sim.


- Sim.


- Ahá, te peguei Potter. Suas tentativas de me confundir não deram certo, menino. Posso ser nascida trouxa, mas não sou burra. Agora, corrija logo. – comemorei vitoriosamente.


- Por amor a Merlim An, por que você não deixa como está. A lição é minha e quem vai sofrer as consequências sou eu e não você.


- Você é muito teimoso, Potter. – conclui colocando as mãos na cintura. - Isso vale nota. Um ponto na média se quer saber.


- Vou corrigir agora. – respondeu ele rapidamente e eu ri.


Depois disso, pegamos nossas coisas e rumamos para a torre da Grifinória para deixar nossos materiais e voltar para o jantar.


Sentamos no nosso lugar de costume e começamos a comer. Não peguei quase nada para comer. Eu estava muito ansiosa para meu aniversário e por isso, não conseguia comer.


- O que foi An? Está querendo emagrecer alguns quilinhos? – zombou Victoire.


- Muito engraçado senhorita loira magricela. – ri falsamente. – Eu estou muito ansiosa, para falar a verdade.


- Do que?


- Do meu aniversário, oras.


- Por quê? É só mais um aniversário, An. Você já teve onze desses.


- Sim, mas não é a mesma coisa.


- Explique melhor.


- É que esta será a primeira vez que vou passar meu aniversário longe dos meus pais.


- Entendo. Bom, esta não será a primeira, nem a última vez que passará seu aniversário longe de sua família.


- Concordo. Mas é que, passou tão rápido e veja, já estamos em janeiro quase terminando o ano.


- Você terá mais seis anos para estudar aqui, An. Não se preocupe com isso. – ela sorriu bondosamente e retribui.


Terminei de jantar e fiquei conversando com meus amigos sobre coisas aleatórias como sempre fazíamos. Até que eu comecei a bocejar e sentir minhas pálpebras cada vez mais pesadas.


- Pessoal, acho que já vou dormir. Estou morrendo de sono e hoje o dia foi puxado. Boa noite. – anunciei levantando da cadeira e rumando sozinha para o Salão Comunal.


Passei pela Mulher Gorda, subi as escadas para o dormitório, coloquei o pijama, escovei os dentes e me joguei na cama.


Fiquei olhando para o teto pensando em nada até meus olhos se fecharem e dormi tranquilamente.

Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.