Capítulo Vinte e Um



 


Capítulo 21
ou The One With Answers


Ok, eu devo estar ficando louca. A todo lugar que eu vou, eu vejo ele. Desde que ele foi embora tem sido assim. Na televisão, no shopping, na escola. Ele está em todo lugar. Isso não é normal.


- Não há nenhuma razão para você estar aqui, Srta. McKinnon. – a médica disse, após me examinar. – Sua pressão está normal, sua respiração também.


- Não, você não entendeu. – eu respondi rapidamente. – Tem que haver algo de errado comigo. Eu o vejo em todos os lugares. Revistas, programas de televisão. Ele é mais popular que o Justin Bieber entre as garotinhas da minha escola! – eu terminei quase berrando.


A médica apenas me encarava, aparentemente sem saber o que dizer. Ela apenas escreveu algo no que parecia ser a minha ficha médica.


- Talvez um psiquiatra consiga te ajudar melhor. Quinto andar. – ela me deu um papel.


Ótimo, eu estou ficando louca. Saí da sala e fui pelo corredor para pegar um dos elevadores que ficavam no final dele. Apertei o botão de subir e esperei. A primeira porta que se abriu foi a que estava na minha frente.


- Segure o elevador, por favor! – alguém disse, antes que eu conseguisse apertar o botão do quinto andar. – Obrigada! – disse a enfermeira que trazia com ela um paciente numa cadeira de rodas. Mas não era um paciente qualquer, era a mãe de Sirius.


Apertei o botão do quinto andar e fiz de tudo para não olhá-la. Não que ela fosse me reconhecer do Natal, mas ainda assim era estranho.


- Não lhe conheço de algum lugar? – ela perguntou olhando para mim. – Você não trabalha no hospital?


- Desculpe. Não trabalho, senhora. – respondi educadamente, como se fosse a primeira vez que a havia visto. Ela continuava me olhando e eu encarava a porta.


O elevador parou no quarto andar, onde lia-se numa plaquinha na parede “Oncologia”, depois do que pareceu ser muito tempo e a enfermeira e Sra. Black saíram. Mas antes que a porta do elevador fechasse, sra. Black virou-se para mim e disse:


- Faixa número sete. – ela sorriu. – Você a achará... interessante.


xxx 


- O que quer dizer com “ele está em todo lugar”?


Eu encarei a psicóloga. Ela estava brincando, certo?


- Exatamente o que eu disse! Ele está em todo lugar! Eu vou para o shopping, há inúmeros pôsteres dele, na escola, todas as menininhas tem revistas com ele na capa! – eu respondi rapidamente, nervosa demais para deitar-me no divã. – E isso é loucura, porque ele se foi!


- Você quer dizer que ele morreu? – sério, de onde essa mulher conseguiu um diploma?


- Não! Ele foi embora! Para outros países! – agora eu estava ficando impaciente.


- Está certo. – ela falou, escrevendo alguma coisa. – Parece que você está tendo uma crise de estresse, então vou lhe prescrever um calmante. Nada muito forte.


Saí do consultório, ainda indignada com a incompetência dessa psicóloga. Tudo que ela pode me dizer é que eu estava estressada? Hello, eu mesmo poderia ter me dito isso.


xxx 


- Lene? Marlene, você está aí?


- Estou sim, mãe.


- Então, o que você acha dessa idéia para a sua festa?


- Eu acho ótima, mãe. – A verdade era que eu nem sabia que idéia era essa. Antigamente, o meu aniversário seria o melhor dia do ano para mim, mas agora, eu não estava tão animada assim.


- Querida, tem algo a incomodando? – a voz da minha mãe soou preocupada do outro lado da linha.


- Está tudo bem, mãe. Porque você pergunta isso? – eu comecei a mexer na minha gaveta. Era incrível o tanto de bagunça que ela poderia ter.


- Porque eu acabei de sugerir que você cancelasse a festa e você achou ótimo.


- Oh. – eu respondi. – Eu não tinha entendido direito essa última parte. É só que...  – debaixo de todos aqueles papéis da escola – a maioria das aulas com a Srta. Joy – estava o cd de Sirius, e então lembrei-me do que a mãe dele dissera. “Faixa número 7”. - Eu estava pensando sobre a festa, e eu não tenho certeza se vou fazê-la mesmo.


- Você gosta das suas festas mais do que os presentes de Natal e qualquer outra data! O que aconteceu?


- Nada, só não estou muito a fim disso esse ano. – eu respondi, rezando para que ela parasse de pressionar para fazer a festa. Virei o cd procurando o nome da faixa na lista.


- Ok, o que você acha de uma viagem, então? Monte Carlo, Caribe...? Você escolhe!


- Obrigada, mãe. Eu vou pensar num lugar.


- Está certo, querida. Eu te amo.


- Também te amo. Tchau. – e desliguei o telefone. Coloquei o cd para tocar no meu computador, e cliquei na faixa sete. Os acordes lentos de um violão começaram a música.


  


Well a kiss might be just a kiss to you
But baby it meant something to me
And a night to remember might be
Just a Monday in September
Baby it meant something to me¹


Não havia nada de mais na música. Quero dizer, ele tem uma voz linda, e toca violão super bem, mas não vejo nada de especial numa música que fala de uma segunda-feira em set... OMFG! Não pode ser.


 


- Por favor, suas mãos delicadas não devem fazer esse tipo de serviço. – Pera aí! Ele está debochando de mim? Eu não acredito nisso!


Dei um tapa forte na mão quente dele, e isso fez com que ele retirasse ambas rapidamente, me olhando como se eu fosse louca:


- Talvez minhas mãos não sejam tão delicadas quanto você pensa! – e recolhi todos os cacos de vidro sem a ajuda dele. 


Joguei os cacos no lixo, e saí da cozinha, não sem antes fuzilar ele com o meu olhar super-poderoso.


E ainda tenho certeza que ouvi ele dizer:


- Até mais, Bonequinha de Luxo.


 


Era uma segunda-feira em setembro. Meu Deus, como eu posso estar lembrando disso? Foi um dia como outro qualquer!


And ‘cause you can remember
The 22nd day in October
Baby you mean something to me²


Vinte e dois de outubro? Eu fiquei pensando, mas não me vinha na cabeça o que aconteceu neste dia. Vasculhei minha gaveta de novo, desta vez procurando pela minha agenda. Quando a finalmente encontrei e abri na página de 22 de outubro, minha primeira reação de espanto fora tão grande que deixei a agenda cair no chão.


Fora o dia da festa da Emmeline.


And a kiss might be just a kiss to you
But maybe it meant something
Or maybe it meant nothing
Baby it meant something to me³


- Você me beijou.


- Primeiro: foi você quem me beijou. Segundo: foi só um beijo. – soltei meu braço e continuei andando. – Não foi nada de mais.


- É mesmo?


 


Eu não conseguia falar naquele momento, mas a palavra pela qual eu estava procurando para me expressar era OMFG.


xxx 


Eu precisava de respostas, e a única pessoa na qual eu conseguia pensar era Lola. Na tarde seguinte, fui ao pub onde ela trabalhava.


- Estamos fechados! – ela berrou assim que ouviu o barulho da porta abrindo. – Oh, você. – ela ficou surpresa ao me ver. – Você sabe que Sirius não trabalha mais aqui, né?


- Eu sei. Eu preciso falar com você, na verdade. – eu fui até o balcão, onde ela estava e tirei da bolsa o cd. – Me diga que tudo isso é uma coincidência. Uma coincidência muita maluca e estranha.


Eu estava desesperada para que ela me dissesse que tudo era mesmo uma coincidência. Não sei porquê, mas a idéia de não fosse, me assustava profundamente.


- Nós duas sabemos muito bem que não é. – eu a olhei surpresa. – Fala sério, garota! Um cego pode ver isso, porque você não pode?


- Porque não é verdade. – eu respondi rapidamente, ainda a olhando surpresa. – Não pode ser. Ele nunca demonstrou nada.


- E ele não demonstraria. – ela respondeu como se óbvio, para depois suspirar cansada. – Olha, eu o conheço há muito tempo. Ele não se sente confortável falando de coisas como sentimentos. Ele é melhor escrevendo músicas, e ele nunca escreveu músicas assim antes.


Eu apenas a encarava, pensando em tudo que ela dissera. No entanto, nada fazia sentido para mim.


- Olha, ele tem problemas de confiança. Desde que o pai dele foi embora, ele tem dificuldade em confiar nas pessoas, e se aproximar delas.


Nunca havia perguntado sobre o pai dele, nem ao menos pensado sobre isso. Mas fazia sentido. 


- Ele confia em mim? – eu perguntei, receosa.


- Sim. Quando ele começa a confiar em alguém, ele faz esses pequenos gestos, que te fazem perceber isso. Pensa. Ele com certeza, fez algo que te surpreendeu, ou você não entendeu o porquê.


 


Você tem sorte. – olhei confusa para ela. – Sua mão só não ficou mais inchada porque ele colocou gelo nela. – olhei para minha mão e era verdade, não estava muito inchada. – E também, por ele se preocupar tanto com você.




- Só pra você saber... – ele disse enquanto voltava à trabalhar. – Eu não acho que você seja uma bitch.


 


- Porque me ajudou hoje? – perguntei, sem pensar duas vezes. – Quero dizer, você não precisava me ajudar com Nigel, nem mesmo me levar no hospital. 


- Eu sei lá, acho que tenho um problema ao ver pessoas que precisam da minha ajuda e eu não os ajudo.


 


- E-eu tenho que ir. – eu disse, jogando o cd dentro da minha bolsa e indo em direção a porta.


- Hey. – Lola me chamou e eu virei para encará-la. – Tente não pirar, ok? Se praticamente todo o cd foi escrito graças a você, então, ele realmente gosta de você. – Quando eu alcancei a maçaneta da porta, ela ainda completou. – Ele está em Paris agora. Costuma passar o tempo livre que tem num café de uma amigo meu.


Saí do pub, e comecei a caminhar pelas ruas, tentando não pensar no que Lola acabara de me dizer. Mas por mais que eu tentasse, vários momentos que tive com ele vinham à tona.


 


- Feliz Natal, Marlene McKinnon. – ele disse antes de se virar para ir embora.


Eu o observei ir embora, enquanto tirava inutilmente os flocos de neve que estavam em seus cabelos.


- Feliz Natal. – eu respondi mais para mim mesma, pois ele já havia ido embora. Abri o embrulho, sem entrar na cozinha. Era uma pequena caixa de madeira escura. Quando a abri, o som de uma música tão conhecida por mim invadiu meus ouvidos. Como ele sabia...?


 


- Você me odiava? – perguntei, ignorando o que ele dissera por último. Ele estava se surpreendendo com a pergunta que eu fizera. 


- Não. – ele respondeu por fim, e os nós que eu sentia em meu estômago se desfizeram. – Eu tinha uma idéia errada sobre você. Você me surpreendeu muito.



Aquele turbilhão de memórias que estava me atingindo, me fez fazer o que acho que foi a coisa mais impulsiva de toda a minha vida. Eu tomei o primeiro trem que ia a Paris.


 


¹. Um beijo pode ser só um beijo pra voc,ê mas baby significou algo para mim. E uma noite para se lembrar pode ser só mais uma segunda em setembro. Baby você significa algo para mim.


². E porque você se lembra do dia 22 de outubro. Baby você significa algo para mim.


³. E um beijo pode ser só um beijo pra você. Mas talvez significou algo. Ou talvez significou nada. Baby você significa algo para mim. 


N/A:  OMG, que demora para postar esse capítulo! Desculpem mesmo! A verdade é que passei um tempão revisando ele, com medo de que esse não era o momento certo pra ficha finalmente cair pra Marlene! Hehe, mas como dificilmente consigo mudar essas minhas idéias, decidi ficar assim! Leitores queridos que não me abandonam, só posso agradecer vocês infinitas vezes pelos comentários! Sah Espósito, Jô Weasley Potter, luise mau, Lana Sodré, Nina H., Mila Pink, AnneBlackPotter, Sarah Weasley Potter Black, GeorgiaAstrid.

Beijos,


Gaby.

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Comentários (8)

  • annalimaa_

    OMG OMG OMG Lenezita se tocou, só falta assumir também.Vai ser tão fofo eles se encontrarem.A mãe dele é um anjo, foi muito lindo da parte dele escrever a música para ela.OMG eu realmente preciso do próximo capítulo, espero que não demore é muito perfeita a sua fic, fiquei o dia inteiro lendo ela.

    2012-06-16
  • Feba Black

    Lene vá agora para Paris!não exitem mais tantos Sirius por ai! hahaha 

    2012-03-08
  • Feba Black

    Lene vá agora para Paris!não exitem mais tantos Sirius por ai! hahaha 

    2012-03-08
  • Mily McKinnon

    Aiiin que lindo! Eu ainda não tinha lido o cap 20, então aproveitei pra ler td junto HAUHAUAH o Sirius é a coisa mais linda de se ver, gente *-* tô super encantada por ele, como lidar? Fiquei SUPER curiosa para saber o que a Lene vai fazer quando chegar em Paris. Quero muuuuuuuuito o cap 22. Tô super necessitada, ok?! KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKXoxo ;*** 

    2012-03-08
  • Sah Espósito

    Oi Garota!saudades da Fic sabiata lindo... marlene caiu a ficha depois de tanto tempocontinua vai!por favor1

    2012-03-05
  • Lana Silva

    Nossa, o capitulo foi muito lindo *-*Finalmente a Marlene se deu conta de que Sirius realmente gosta dela, amei o capitulo *-*bjoos! 

    2012-03-05
  • Firebolt

    own  *-*que lindo esse capítulo! 

    2012-03-04
  • Julia Black Lovegood

    Eu tava ficando desesperada achando que você num ia postar mais hah' amei (:

    2012-03-03
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