Capítulo Dezessete



Capítulo 17
Ou The One With The Debutant Ball


-Mãe, você não faz ideia do quanto eu estou feliz que você está aqui! – eu a abracei.


- Estou tão orgulhosa de você! – ela respondeu, me soltando. – Sempre foi seu sonho, esse baile de debutantes.


Não respondi, apenas sorri. Era o sonho dela também, e eu obviamente não iria estragá-lo para ela.


- Eu ainda não perdoei o papai. – eu disse. Ele não havia ido a Londres para o Ano Novo, só depois da primeira semana.


- Eu sei. – ela respondeu calmamente. Não era a primeira vez que ela tinha que me acalmar para não brigar com o papai. – Mas ele veio para o baile, e você deve considerar isso.


- É. – eu respondi meio a contragosto. – Eu vou tratá-lo bem, não se preocupe.


Ela sorriu com a minha resposta. Eu tinha aprendido ao longo dos anos como agradar ambos meu pai e minha mãe.


- Como você está? – perguntei, e ela suspirou profundamente antes de responder.


- Bem. Voltarei para casa esse verão. – sorri com o que ela dissera. A presença dela naquela casa fazia uma falta enorme para mim. – Mas e você? Seu namorado é uma graça!


Eu ri. – Uma graça?


- Está bem, um gato! – ela refez a frase, revirando os olhos. – Melhorou?


- Você realmente gostou dele? – eu perguntei um pouco receosa.


- Sim, ele me parece um ótimo garoto. – ela falou, ainda sorrindo. – Você não está pensando em se casar, está? – ela perguntou, com um tom de leve desespero.


- Não! – respondi rindo. Levantei-me da cama e fui até a varanda. O Champs Elysées Plaza tinha uma vista privilegiada dos telhados de Paris. Era a primeira vez que eu ia a Paris, apesar saber falar francês desde pequena. – Lily e eu vamos passear um pouco pela cidade, pode ser?


- Só não volte muito tarde, o ensaio para o baile é logo após o jantar. – ela falou, ligando a televisão, e passando por alguns canais. Eu estava pegando minha bolsa e jogando minha certeira e outras coisas dentro dela, quando ouvi algo que me chamou a atenção.


- ‘Pera aí, volta alguns canais. – eu disse e ela fez o que pedi. – Esse! – ela parou na MTV francesa. – Oh my God.


Sentei-me na poltrona, surpresa. Estava cantando ao vivo num programa ninguém menos que Sirius Black. O mesmo Sirius Black que estudava comigo. O mesmo que há menos de um mês veio até minha casa agradecer pelos presentes de Natal. Hm, aparentemente a história que Lily contara sobre ele sair do país era verdadeira. A apresentadora do programa falou rapidamente onde e quando ele faria um show em Paris. What the hell? Ele também estava em Paris?


- O que houve, filha? – ela perguntou, olhando da televisão para mim e vice-versa. – Você o conhece?


- Sim, nós estudávamos juntos em Londres. – eu respondi, sem tirar os olhos da televisão. Acho que ainda estava em estado de choque.


- Ele é bonito. – ela disse, agora o analisando melhor. – Já tinha ouvido ele cantar antes, as garotas que trabalham lá no SPA são super fãs deles. Mas é a primeira vez que o vejo.


O que ela dissera me incomodara um pouco. Será que eu estava tão alienada dentro da minha própria vida que não percebi as músicas que tocavam no rádio? E o fato que ela achara Sirius lindo e Nigel uma graça, incomodara-me ainda mais.


xxx 


- Merci. – eu agradeci o atendente da loja ao pegar minhas compras. Descobri que meu francês não estava tão enferrujado, afinal de contas.


- Lene? – Lily me chamou, enquanto eu guardava a carteira na bolsa.


- Sim? – eu perguntei sem olhar para ela, ainda tentando equilibrar as sacolas numa mão e colocar a carteira na bolsa com a outra.


- Você sabia disso? – ela perguntou novamente. Eu a olhei, e ela apontava para uma vitrine. Era uma loja de cd’s, e havia lá um pôster anunciando quando e onde seria o show de Sirius Black.


- Sabia. – eu respondi, fazendo pouco caso. – Vi ele na MTV hoje cedo.


- E não me contou?


- Não achei que era importante. – respondi dando ombros, finalmente ajeitando a bolsa e as sacolas.


Ela não respondeu. Virou as costas para mim e entrou na loja de cd’s. Revirei os olhos, e estava pronta para segui-la quando ouvi o barulhinho de mensagem do meu celular.


Estou com saudades. Te vejo hoje à noite. – Nigel.


Sorri, e respondi de volta que também estava com saudades. Assim que apertei o botão de enviar, Lily saiu da loja com uma pequena sacola. Ela tirou de lá de dentro um cd, e o balançou em frente ao meu rosto. Sirius segurava seu violão – o mesmo em que ele me ensinara a tocar – sem olhar para a câmera que tirara a foto.


- Achei que seria muito bom prestigiar o talento dele. – ela falou rindo, colocando o cd de volta na sacola. – Não se preocupe, comprei um pra você também.


Eu a encarei nervosa e ela saiu rindo.


xxx


- Uau. – Lily disse, surpresa. Estávamos de volta ao quarto dela no hotel, e ela colocou o cd para tocar. – Eu poderia me apaixonar por ele, só ouvindo ele cantar.


Tive que me conter para não concordar com ela. Ela estava sentada no sofá e eu estava deitada na cama, absorvendo cada palavra que ele cantava.


- Espera, que horas são? – eu perguntei, levantando rapidamente da cama. Lily pegou seu celular e me olhou surpresa. Já tinha passado da hora do jantar. Saímos correndo do quarto em direção ao salão do hotel, onde aconteceria o ensaio.


- Estão atrasadas, mocinhas. – uma das velhas senhoras que cuidam da organização do baile falou em voz alta e todos olharam para nós. Olhei para Nigel que estava a ponto de rir. Tive que me segurar para não fazer o mesmo. Não respondemos nada, apenas fomos cada uma junto ao seu par: Lily com Edgar Bones e eu com Nigel.


- Muito bem, vamos ensaiar o evento inteiro. As garotas vão descer por aquela escada uma a uma quando for chamado o seu nome. O pai de cada uma a buscará no pé da escada e acompanhará até o outro lado do salão entregando-a para seu par na dança.


Fizemos essa parte várias vezes até as organizadoras do evento –também conhecidas como velhas chatas – acharem que estava bom. E então partimos para a valsa. Nigel dançava bem, então não tive problemas com pisões no pé como Lily.


- Eu juro – Lily começou, quando estávamos voltando para nossos quartos. – Se o Bones pisar no pé amanhã, vai se arrepender profundamente.


Eu apenas ri, enquanto Lily continuava reclamando do péssimo par que arranjaram para ela.


xxx 


- Você está linda. – ouvi meu pai dizer atrás de mim. Virei-me para encará-lo, e ele estava na porta do quarto, já vestindo o smoking preto.


- Obrigada, pai. – eu respondi sorrindo, e voltei a me olhar no espelho. Havia uma presilha prendendo parte do meu cabelo, e o reto estava solto em leve ondas. O vestido era branco – assim como o de todas as outras debutantes – e longo, com um decote nas costas, e uma faixa acinzentada prendendo logo abaixo do busto. Era lindo, e eu estava ainda mais admirada pelos brincos brilhantes que minha avó conseguira emprestado de uma das melhores joalherias de Paris para mim. Naquele momento, eles tinham o peso do mundo para mim. Não só pelo fato de que eu era responsável por carregar o equivalente a quase 200 mil euros nas orelhas, mas também por não estar tão animada para o baile.


- Eu trouxe algo para você. – meu pai falou, chegando perto e tirando uma do bolso do paletó uma caixa de veludo azul escura. Dentro dela, havia a mais linda pulseira que eu já tinha visto na minha vida. Brilhante, com várias pedras azuis. – Era da sua bisavó.


- Safiras? – eu perguntei, ainda encantada com o brilho da pulseira.


- A maioria. – ele respondeu. – Encontrei ela numa caixa com várias coisas antigas, e tive que levá-la para restauração. Não puderam colocar safiras de verdade, mas mantiveram a maioria das originais.


- É lindo, pai. – eu respondi, enquanto ele colocava a pulseira por cima da minha luva esquerda. – Obrigada.


- Vamos? – ele perguntou, enquanto eu o abraçava. Eu assenti, mas antes de segui-lo, tirei os brincos, e os coloquei dentro do cofre do quarto. Queria uma noite sem preocupações, e ficar por aí com brincos que custam tudo isso não era o que eu queria.


Quando chegamos ao salão, fui onde estavam todas as garotas na fila para descer a escada e meu pai foi se juntar ao resto da festa.


- O que aconteceu? – perguntei quando vi que Lily estava com uma cara aflita.


- Me disseram que o Bones está doente. Intoxicação alimentar.


- Eu sempre disse que escargot nunca fora uma comida confiável. – eu respondi tentando fazê-la rir, sem sucesso. – Está preocupada com ele?


- É claro que não! – ela respondeu, como se fosse óbvio. – Eu estou preocupada com quem irão me colocar para dançar. Não quero um pior do que o Bones pisando no meu pé.


- Relaxa, com certeza vão colocar alguém melhor.


- Você diz isso porque Nigel dança bem. – ela respondeu, cruzando os braços.


- Quando vão começar? – eu perguntei, olhando o salão lá embaixo.


- Eu não sei, mas estou cansada de ficar aqui esperando com esse salto alto.


Lily e eu ficamos conversando com as outras debutantes por vários minutos até sermos chamadas e ficarmos em fila. Uma a uma foram chamadas para descer a escadaria até que meu nome soou pelo salão.


Com a melhor postura que consegui, desci calmamente pelas escadas e meu pai estava lá embaixo me esperando. Ela pegou na minha mão e me deu um beijo na bochecha.


- Estou orgulhoso de você, Marlene. – ele disse, levando-me até o outro lado do salão, onde Nigel me esperava. Troquei de par, e Nigel e eu ficamos em nosso lugar no salão, esperando pelas outras garotas.


Lily foi a última a ser chamada, desceu as escadas, e não conseguiu esconder sua surpresa quando viu que era James que dançaria com ela. Tenho que admitir que também fiquei surpresa, pois ele não me contara.


xxx 


- Até que a festa não está tão ruim. – Lily falou, sentando-se ao meu lado. – Não é nenhuma balada, mas está melhor do que eu imaginava.


Eu apenas assenti, balançando a cabeça. Lily percebeu que me ânimo não estava dos melhores.


- Eu tenho uma idéia para animar essa noite. - Ela falou, pegando sua bolsa de cima da mesa. De dentro da bolsa, ela tirou dois pequenos papéis.


- O que diabos eu devo fazer com um papel? – eu perguntei, arqueando a sobrancelha.


- Sua falta de imaginação me choca, Lene. – ela respondeu, sorrindo. – São ingressos. Para um show.


Havia algo no olhar dela me dizendo que havia algo mais naqueles ingressos. Eu peguei um da mão dela, e o que li nele, me fez olhar para ela novamente.


- Você está de brincadeira. – eu coloquei o papel em cima da mesa. – Como é que o show dele pode me animar?


- Lene, - ela começou. – Não estou dizendo que você gosta dele. Só acho que seria legal ir ver o show. E além do mais, Nigel nem irá notar.


Olhei para Nigel que estava novamente conversando com alguns amigos dos pais dele. Ele fizera isso a noite inteira após a valsa. Realmente, fora algo que me irritara muito.


- James irá notar. – eu falei, com o intuito de convencê-la a ficar.


Ele estava um pouco distante de nós, conversando com alguns dos outros caras, mas olhando para nós algumas vezes. Era mais do que óbvio que ele estava de olho em Lily.


- Ele entenderá. – ela disse, dando ombros.


xxx 


- Galeries Lafayette. – Lily falou a taxista.


-Eu não acredito que você está me forçando a isso.


- Eu não estou forçando ninguém. Simplesmente te convidei. Você é livre para sair deste táxi quando quiser. – ela respondeu, sorrindo. Bufei, cruzando os braços. Não estava nem um pouco afim de voltar para o baile. Lily riu. – Admita, Lene. Você quer ir.


Nem respondi. Eu queria ir, mas apenas porque estava curiosa. No entanto eu não sabia sobre o quê eu estava curiosa. O táxi parou em frente a Galeria em menos de 10 minutos. Havia várias pessoas lá, de adolescentes a fotógrafos. Entramos na fila, e nem preciso dizer que estávamos abafando chamando muita atenção com nossos longos vestidos. Tudo bem que estávamos com os casacos, mas não é como se eles escondessem muito do vestido.


Demoramos uma meia hora para conseguirmos entrar na Galeria, e reclamei muito para Lily. Ela nem ligou, na maior parte do tempo fingia que não estava me ouvindo. Eu deveria estar sendo muito chata mesmo.


O lugar estava lotado, e não estava frio como lá fora. Uma música mais animada já tocava alto, e eu consegui ver o palco pelos telões. Não havia tantas pessoas como no festival, mas havia um número considerável de pessoas lá dentro. E de garotas principalmente. Garotas que berravam muito alto. What the fuck? Ele era o novo Joe Jonas? Quando a música acabou, os berros aumentaram ainda mais, que eu tive que tapar os ouvidos para não ficar surda. Olhei para Lily que também berrava alto.


- O quê? – ela falou quando percebeu que eu a encarava. – Só estou me divertindo!


Eu ri e ela me acompanhou. Voltei minha atenção ao palco. Ele não estava longe, mas eu só conseguia ver os detalhes pelo telão. Ele afastou-se do microfone e trocou a guitarra por um violão. O mesmo violão daquela tarde, eu percebi.  Quando ele voltou ao palco, ajeitando o violão, percebi que ele usava a jaqueta preta que eu lhe dera de Natal. Meu queixo caiu no mesmo instante.


- Obrigada por virem. – ele falou em inglês, fazendo as garotas berrarem mais alto ainda. Porém, nem me dei ao trabalho de tapar os ouvidos como Lily fez; eu ainda estava em estado de choque. – Eu ouvi esta música outro dia, e... – ele deu uma breve pausa, como se estivesse escolhendo suas palavras. – Ela me surpreendeu. Eu gostei muito dela.


Mais uma onda de berros da parte feminina no local, e ele começou a tocar o violão.


- Every time I think of you I always catch my breath. I’m still standing here and you’re miles away and I wonder why you left.


Lily olhou para mim, sabendo o que eu estava pensando. Mas não. Ele não poderia ter ouvido a música naquele dia. Poderia?


xxx


- Você e Lily desapareceram ontem à noite. – Nigel disse de repente, durante o café-da-manhã. Eu parei de comer meus waffles para olhá-lo. Ele não estava feliz.


- É, nós fomos dar uma volta pela cidade. – eu respondi, dando ombros, voltando a comer. – O baile estava um pouco parado.


- Porque não me chamou? Eu teria ido com você.


Eu o olhei novamente, quase não acreditando no que eu acabara de ouvir. Era quase como se eu tivesse que pedir permissão a ele.


- Porque eu queria passar um tempo com a minha melhor amiga. – eu respondi mais uma vez, como um tom de quem encerra o assunto.


- Onde vocês foram? – ele insistiu e eu coloquei meus talheres na mesa. Isso já estava começando a ficar irritante.


- Não que seja da sua conta, mas nós pegamos um táxi e passeamos pela cidade, fomo tomar um café.


- Não sabia que serviam cafés em shows. – ele continuou, agora mostrando o ingresso do show na sua mão.


- Você não tem o direito de mexer nas minhas coisas! – eu respondi, tirando o ingresso da mão dele sem delicadeza alguma.


- Eu tenho sim, quando você mente para mim!


Eu não respondi. Não por culpa, mas de raiva que me consumia tanto que eu sentia minha cabeça começar a doer. Voltei minha atenção ao café-da-manhã tentando me acalmar. Mas parecia que meu dia estava longe de ser calmo. A garçonete que viera servir mais café derramou um pouco na roupa de Nigel. Fora a gota d’água para ele. Nigel levantou-se rapidamente, e começou a brigar com a garota, chamando-a de incompetente e outros nomes.


Isso chamou a atenção das outras pessoas, e Nigel saiu do restaurante do hotel rapidamente. Eu fiquei parada absorvendo a cena que acabara de ocorrer, quando vi que a garçonete fora chamada no canto pelo gerente. Levantei, e fui até ele, para falá-lo que a culpa fora minha de ter esbarrado nela, e que desculpasse toda a confusão que ele causara. Ele simplesmente dissera que estava tudo bem e resolvido. Entretanto, era óbvio pela expressão no rosto de ambos que ela iria pagar pelo que havia acontecido. Me senti como a Romola Garai em “Dirty Dancing 2”.


xxx


- Problemas no paraíso, hein? – Lily disse, encontrando-me no terraço do jardim de inverno.


- Essas debutantes são muito fofoqueiras. – eu respondi, tomando mais um gole do meu chocolate quente. Lily ficou sem saber o que dizer. – É que... – eu respirei fundo. – Ele nunca agiu daquela maneira antes.


- Talvez ele tenha e você não percebeu. – Lily respondeu calmamente. Fiquei pensando em como isso talvez fosse verdade. Eu andava muito distraída com várias coisas nos últimos meses, e talvez a beleza e o cavalheirismo de Nigel quando nos reencontramos tenham me cegado. – Mas sei de algo que irá te animar.


- Contanto que não envolva Sirius Black.


- Bem... – ela começou, desconcertada.


- Você está de brincadeira comigo? – eu perguntei. – Eu já fui ao show dele, e olha o que me aconteceu. Uma maldita dor de cabeça que nem mesmo Tylenol e chocolate quente estão resolvendo. – dei uma pausa, e virei-me entediada para ela. - O que é?


Lily sorriu animada. – Adivinha quem está aqui num salão do hotel, dando uma entrevista coletiva para a imprensa?


- Com tantos hotéis na cidade... – eu lamentei.


- Sabe o que é isso? – ela perguntou, e eu neguei. – Destino.


- Isso é ridículo. – eu falei, revirando os olhos, levantando-me da cadeira.


- Ok, pense o que quiser. – ela levantou-se também. – Está acontecendo agora, e eu vou lá, se quiser me acompanhar. – Ela terminou sorrindo.


- Eu sei que vou me arrepender disso. – Lily deu pulinhos de alegria e me puxou correndo para dentro do hotel. Após passarmos por vários corredores, ela abriu uma porta. Alguns jornalistas que estavam sentados olharam para nós, mas logo voltaram sua atenção ao pequeno palco com uma mesa em cima. Ele estava sentando, com um microfone a sua frente, e ao seu lado, várias pessoas, sendo algumas que reconheci como sendo da banda que tocara com ele na noite anterior.


Ele usava novamente a jaqueta preta, e agora, vendo mais de perto, ele ficava maravilhoso nela. É, eu sei. Passar tempo com Lily não está me fazendo nada bem. Eu encostei na pilastra que havia ao lado das cadeiras dos jornalistas, apenas ouvindo as perguntas e observando, até que Lily me cutucou.


- Faça uma pergunta.


- O quê? Não!


- Ele precisa saber que estamos aqui. Ou melhor, que você está aqui. – ela sorriu.


- Não precisa não! E além do mais, sobre o que eu perguntaria?


- Eu sei lá, sobre a jaqueta dele? – ela falou, e eu sorri, não porque não fazia sentido, mas porque era irônico. E então, quando os jornalistas novamente levantaram as mãos para fazer perguntas, Lily fez o mesmo. Naquele momento, eu queria enfiar minha cabeça na terra e não sair nunca mais de lá. Especialmente porque ele deu a chance de ela fazer a pergunta.


- Eu vou te matar. – eu falei baixinho para que apenas ela escutasse, e me voltei para o palco. Ele parecia mais surpreso do que eu esperava, e apenas arqueava a sobrancelha, daquela maneira curiosa que ele tinha. – Eu vejo que gosta de usar esta jaqueta, Sr. Black. – eu comecei e ele riu levemente. – Onde conseguiu?


- Foi um presente. – ele respondeu, e quando pensei que essa seria sua resposta final, ele continuou. – E me surpreendeu, assim como uma música que ouvi há alguns dias. – eu sorri, levemente com a resposta que ele dera, tentando não demonstrar a mistura de surpresa e vergonha que eu sentia naquele momento. Se ele ouvira a música lá em casa, com certeza ouvira a conversa também. – Desculpe, de onde disse que era?


- Eu não disse. – eu respondi simplesmente, e saindo da sala. Se ele tentou fazer com que eu gaguejasse ou algo do tipo, eu fui mais esperta. Pelo menos eu acho.


- Com licença, senhorita? – eu me virei para ver um homem alto usando uma camisa pólo verde escura vindo em nossa direção. – O Sr. Black gostaria que você ficasse depois da coletiva. Ela já está para acabar.


- Ela irá esperar aqui. – Lily respondeu por mim, pois eu estava ainda um pouco estática. Quando dei por mim, as pessoas já estava saindo do salão.


- Eu não vou esperar coisa nenhuma! – eu falei, tentando ir embora, mas sem sucesso pois Lily forçara-me a ficar.


- Se você for embora, irá se arrepender. – eu a encarei com raiva. Odiava essas conversas de arrependimento que ela falava. Na maioria das vezes era verdade, assim como o que a minha mãe dizia. – Tchauzinho! – ela disse para mim, se afastando. – Oi, rockstar. – Lily falou ao cruzar com Sirius que sorriu para ela.


- Foi uma boa resposta. – ele falou, apoiando-se na parede ao meu lado.


- É, a sua também não foi nada mal. – eu respondi, o fazendo sorrir. – Está muito importante para dar seus próprios recados?


- Não. É só que Lola me mataria se eu saísse de lá.


- Ela está te dando conselhos para ser um rockstar? – eu perguntei arqueando a sobrancelha. – Acho que está funcionando.


- É.


- De que música você estava falando?


- Você ouviu no show. – ele cruzou os braços na altura do peito.


- Quem disse que eu fui no show? – eu também cruzei os braços, desafiando-o.


- Lily. – eu respondeu rindo.


- Bom, isso mostra o quanto eu necessito de uma nova melhor amiga. – ele riu mais uma vez. – Eu tenho que ir arrumar minha mala.


- Está voltando para Londres?


- Amanhã de tarde. – eu respondi, e ele assentiu.


- A gente se vê na escola, então. – eu o encarei sem entender. – Eu ainda vou para escola e para a faculdade. Não é como se eu quisesse viver de música.


O que ele dissera me surpreendera, como várias outras vezes. Eu talvez não devesse mais ficar tão surpresa com o que ele diz.


- É uma escolha inteligente. – eu respondi sorrindo, e indo embora.


- Hey. – ele chamou, e eu o encarei. – Quem é Damon Salvatore?


Fucking shit. Eu senti meu rosto queimar, e eu deveria estar corando como a Lily naquele momento. No entanto, respirei calmamente e me virei para responder.


- Ninguém que você conheça. – vi ele arquear a sobrancelha com a minha resposta e saí de lá.


N/A: Ok, eu simplesmente amei escrever esse capítulo. Eu já estava pensando nesse baile desde, sei lá, o capítulo 5 da fic. Minha idéia inicial era fazer algo completamente diferente, mas tive que mudar, devido ao rumo da fic. Eu tive que me segurar muito pra não colocar umas cenas que eu estava louca pra escrever!
De qualquer maneira, os capítulos vão começar a demorar mesmo pra virem. Desculpa gente, mas não imaginava que essa vida de faculdade seria assim tão corrida, sem tempo pra nada! Bom, essas 9 páginas do Word são dedicadas a vocês que acompanham a fic, e gostam do que eu escrevo. Ah e caso alguém se interesse, eu tenho um blog onde eu escrevo sobre tudo que eu gosto. Se alguém quiser ler (e comentar também!):
http://cravoeecanela.blogspot.com/


Muito obrigada: Marlene Black., Liih Black, Michelle Freire, Nina H., Polie, M. Smith e F. Dawson, Zix Black, Nathalia Cheron, Aneenha-Black, sango7higurashi e Mila Pink pelos comentários!

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Comentários (3)

  • Lana Silva

    Ahhh capitulo Divo...Nigel é um grande idiota, hum..Sirius e Marlene bem mais ligados um ao outros isso é ótimo *-*

    2011-12-12
  • Michelle Freire

    Esses capítulos me matam, sério. Sempre acabam com gostinho de quero mais. Quero muito ler o 18.

    2011-05-08
  • Mily McKinnon

    Eu ameeeeeei esse capítulo. Acompanho sua fic tem um tempinho já, mas sempre fui muito "relaxada" com essa coisa de deixar comentários. Eu adoro o shipper sirius/marlene, e essa fic já está na minha lista de favoritas. Ahhh boa sorte com a faculdade *-* já passei por isso, sei como as coisas podem ser BEEEEEEM corridas KKKKKKKKK Enfim, vou parar por aqui. Aguardo atualização *-* Xoxo ;*

    2011-04-11
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