Severo Snape



––––CAPITULO TREZE––––

Severo Snape

–Mas que m..?

Kyo viu alguém cair no chão, não reparou quem era, mas pelo jeito usava as vestes de Hogwarts e era baixo demais para ser Filch.

–Espera aqui... –disse Kyo se aproximando da figura.

–Por que? O máximo que pode acontecer é sermos castigados! –protestou Uandalini.

–Fique com a capa, se eu me ferrar você se cobre com ela e desaparece.

O garoto apertou a mão de Uandalini, a garota fez um sinal positivo com a cabeça. Ele se aproximava devagar, a varinha em punho, pensando em cada um dos feitiços que aprendera nas aulas de feitiços, os quais não eram muitos. A figura se erguia devagar, Kyo apertou a varinha, e se fosse algum professor.

Lumus! –disseram os dois ao mesmo.

Kyo se assustou ao se ver de frente com Malfoy, o qual também se assustara ao vê-lo ali.

–Malfoy?!? –exclamou Kyo.

–Hunter?!? –respondeu o outro.

–O que você está fazendo aqui? –perguntou Kyo.

–Eu é que pergunto! –exclamou o outro com malicia. –O que você e a Longbotton estão fazendo sozinhos pelos corredores do castelo as três da madrugada?

–Não te interessa, Malfoy! E não é nada disso que essa sua mente pervertida está pensando!

–Eu não pensei nada, Hunter, mas se você pensou tão rápido numa coisa dessas...

Malfoy ergueu os ombros, num sinal provocativo. Kyo sentiu vontade de soca-lo.

–Cala a boca, Malfoy! –exclamou Uandalini, atrás de Kyo.

–Eu não te mandei ficar? –indagou Kyo.

–Ah, eu não ia ficar parada enquanto você discute com o Malfoy!

–Hã-ram! –Malfoy interrompeu a conversa. –Os dois namorados podem me explicar o por que de estarem aqui ou eu terei que perguntar depois para a professora Minerva?

–Cala essa lata de lixo que você chama de boca!!! –gritou Kyo pondo a varinha no nariz de Malfoy.

–Você vai fazer o que, Hunter? –perguntou Malfoy displicente. –Me estuporar!

–Pode não ser isso, mas eu posso te cegar com algumas fagulhas!

Da varinha do garoto irromperam algumas pequenas faíscas vermelhas e douradas. Malfoy recuou um passo.

–Você quer duelar Hunter? –disse Malfoy, com fingida coragem. –Acha que pode comigo?

–Quero! –Exclamou Kyo –E eu sei que posso!

–Então em duas semanas no clube de duelos, vejamos quem é o melhor bruxo!

Malfoy se virou e saiu correndo, sem olhar para trás, Kyo sem entender nada.

–O que deu nele? –perguntou Kyo, se virando para Uandalini.

–Sei lá, mas acho que ele tinha planejado isso...

–Por que?

–Não sei...

–Uandalini?

–Que é?

–O que é um duelo?

–Como é que e?

–O que é um duelo? Eu não vim de família bruxa, lembra?

–É uma batalha entre bruxos, dois bruxos duelam usando suas varinhas e feitiços que sabem, normalmente é até a morte...

–Que? Eu e o Malfoy, até a morte?

–Não, no máximo vocês atirarão fagulhas um no outro.

–Acho que não, nós já sabemos alguns feitiços.

–Kyo, não se vence um duelo usando Lumus.

Nesse momento Kyo se lembrou que a ponta de sua varinha ainda estava acesa.

Nox!

A ponta da varinha dele se apagou instantaneamente.

–Muito menos com o Nox.

–Eu vou estuporar ele!

–Como? Você não saberia fazer ele nem sentir cócegas!

–Eu andei lendo os livros de feitiços da terceiro e quarto ano, adoro visitar a biblioteca.

–Mas não tem como aprender sozinho, tem que ter alguém experiente pra te ajudar.

–A Sarah, ela me ajudou.

Uandalini não falou mais nada, Kyo tentou olhar para ela, mas estava muito escuro para isso. Eles voltaram em silencio para a torre da Grifinória, Kyo aproveitando para sentir o calor do corpo e o cheiro da garota.

Kyo foi o primeiro a acordar, já tinha planejado tudo quanto à poção polissuco, pegaria alguns fios de cabelos de Neville e fingiria ser o professor na frente da turma. Seu único temor era de que a poção estivesse errada e ele fosse obrigado a ficar na pele de Neville.

Ele desceu as escadas da torre correndo, de acordo com alguns alunos dos anos mais avançados Neville sempre tomava o café as seis e quinze, mais ou menos. Não encontrou ninguém pelo caminho. Nem na sala comunal, nem nos corredores e escadas, nem no saguão de entrada.

Ele entrou no salão principal, que estava vazio, exceto pol alguns alunos, que Kyo achou serem monitores, e Neville, que estava sentado à mesa dos professores, sozinho, comendo mingau de aveia. Kyo se aproximou dele com um meio sorriso.

–Oi, Neville. –disse o garoto.

–Ah, oi Kyo, tudo bem com você?

–Tudo.

–E como vai a poção? É hoje que você precisa entrega-la, não?

–Pior, mas acho que tá tudo bem.

–E por que tanta confiança?

–Eu sou demais, e com aquele livro não tem como errar a formula.

–Nem mesmo lendo um livro de feitiços enquanto faz a poção? –perguntou Neville, batendo nas costas de Kyo.

Kyo achou a oportunidade perfeita para arrumar uns fios de cabelo de Neville.

–Ah, qual é professor? Você acha mesmo que eu cometeria duas vezes o mesmo erro?

–Falo a verdade ou continuamos amigos?

Kyo deu um tapa de leve na cabeça de Neville, pegando dois ou três fios de cabelos.

–Creio que é melhor mantermos nossa amizade.

Neville agitou a varinha no ar, um relógio muito estranho apareceu, Kyo queria muito aprender fazer aquele relógio, mas queria muito mais entende-lo.

–Tenho que ir, tenho uma turma do sexto ano no primeiro tempo e ainda não preparei a aula.

Neville saiu apressado, deixando um resto de mingau no prato, depois de algum tempo Kyo deixou escapar um sorriso.

–Legal, agora eu tenho que voltar pro dormitório, do jeito que o Tiago é fominha, vai tomar a poção pensando que é suco!

O garoto disparou de volta para a torre da Grifinória, os fios de cabelos bem seguros na mão. Subir estava sendo bem mais complicado que subir, apesar de ter passado pouco tempo no salão principal, ele demorara um certo tempo para descer, tempo o qual os outros usaram para acordar, famintos.

–Ei, vai na contramão, mesmo? –perguntou alguém um pouco a sua frente.

Ele olhou para cima da escada e viu Tiago e Sarah descendo, a passos descansados.

–Eu tenho que preparar a poção para a aula do Neville! –exclamou Kyo.

–Você realmente acha que acertou naquela poção? –perguntou Tiago, zombando da cara do garoto.–Mesmo fazendo sozinho?

–Ah, se eu tenho certeza de que acertei! –disse Kyo, piscando para Sarah, que deu um sorrisinho modesto.

–Você o ajudou? –perguntou Tiago, parecendo chocado.

–Bem, tecnicamente, não, –disse a garota, de um modo muito intelectual –eu não toquei nos ingredientes, e nem comentei nada com ele.

–Como então? –insistiu Tiago.

Sarah entregou um bilhetinho para Kyo, que o desdobrou e leu:

Kyo,

Acho que você não leu com atenção, o efeito da poção é de apenas uma hora, mas se você leu desconsidere. Dumbleodore seria uma boa idéia, mas acho que você já tem outra pessoa em mente.

Sarah.

Kyo passou o bilhete para Tiago ler.

–Bem, ela não me falou nada... –justificou o garoto.

–Ah-há, muito inteligente. –disse ele sarcasticamente.

–Eu tenho que subir, –disse Kyo –vou terminar a poção antes da aula da Sheeba, não quero perder a aula dela.

–Você gosta daquela aula? –perguntou Sarah, desgostosa.

–Eu acho bem legal, por que?

–Nada... –bufou a garota.

Kyo subiu correndo os últimos lances de escada que o levariam até a torre da Grifinória. Não usava mais os atalhos, já que sempre andava com Sarah e Tiago, e não queria levantar as suspeitas da garota.

Como era de se esperar a sala comunal estava vazia, ele olhou a volta, ele podia esperar que tudo estivesse vazio, mas jamais ficaria acostumado com aquilo, sempre via a sala cheia, mesmo à noite, quando saía para dar suas voltinhas.

Ele subiu tranqüilamente para o dormitório. Encontrou o caldeirão onde havia deixado a poção, borbulhando ao lado de sua cama. Analisou bem a poção, comparando-a com os desenhos do livro, a coloração verde-musgo que estava dentro do caldeira batia perfeitamente com as cores do livro.

–Bem, está tudo certo –disse o garoto para si mesmo –só falta o cabelo do Neville...

Ele jogou os fios de cabelo do Neville em sua poção, que borbulhou violentamente e ganhou um tom marrom avermelhado, ele achou que a poção não parecia muito convidativa, tinha cor de...

–Credo... acho que não vou beber isso, não!

Ele pegou um pouco e pôs dentro de um tubo de ensaio, que viera junto com seu kit de poções, e o fechou com uma rolha. Agitou de leve a poção, que ficou ainda mais marrom, o garoto achou que não conseguiria beber aquilo, muito menos na frente da turma.

Pegou sua bolsa em cima do malão, que estava aberto em cima da sua cama, sentiu uma vontade enorme de montar sua Thunderbolt, mas a aula que teria agora era a de adivinhação, e ele detestaria perder uma aula com Sheeba. Pegou seu livro de feitiços, adorava ler aquele livro, não sabia o porque.

Ele correu escada abaixo, mas não para o salão principal, desceu para poder chegar a escada que dava acesso à torre de adivinhação, que ficava ao norte do castelo. Encontrou muitos alunos da Grifinória pelo caminho, muitos deles o cumprimentaram quando ele passou, apesar dele não saber o nome de mais da metade deles.

–Parado ai, seu cão sarnento! –gritou alguém de algum lugar, que Kyo não identificou.

–Quem está ai? –perguntou Kyo.

–Eu, seu velho decrépito!

Kyo olhou para trás e viu um homem baixinho e gorducho, de longas cabeleiras ruivas, usava uma armadura prateada e reluzente, estava num campo de gramado bonito e o sol brilhava forte lá no alto, brandia uma espada grande demais para ele, que, por coincidência, o fez cair de bunda no chão.

Seu covarde, hipócrita! Derrubou um cavaleiro em desvantagem e despreparado? –gritou o homem, se erguendo, apoiado na espada.

–Não, você que é um doido varrido!

–Oras, seu nojentinho duma figa!

O homem tentava tirar a espada que afundara na terra fora, um esforço inútil, já que ele era pesado e a espada afundou muito.

–Você vai me ajudar ou não? –perguntou o homem.

–O doente, qual é o seu nome? –perguntou Kyo.

–Sir Caddogan! Cavaleiro fiel da guarda pessoal de Merlin!

–Legal, eu sou Kyo Hunter, agora da pra você vazar? Tenho aula sabe...

–Tudo bem, meu senhor, creio que terá aulas com a encantadora Srta. Sheeba, estou certo?

–É, você a conhece?

–Ela sempre me ajuda a desencravar a espada do chão, ao contrario de certos alunos.

–Eu não sei como tirar sua faquinha do chão, o cara!

–É só apontar a varinha e dizer Expelliarmus.

–Esse feitiço é complicado!

–Não se preocupe, a mágica do quadro faz o resto, é que precisa de uma varinha... –o homem deu de ombros.

–Beleza, deixa eu ver... Expelliarmus!

A espada do homem pulou do chão, direto para a mão dele, Kyo se surpreendeu.

–Eu queria poder fazer isso sozinho... –desabafou ele.

–Seria bom, não é calouro...

–Ha-há!

Kyo seguiu seu caminho em direção a torre de adivinhação, seu pensamento na poção polissuco, não tinha certeza de que ela estava, mesmo com as comparações do livro e com o “auxilio” de Sarah. Quando viu já estava olhando para a escada de prata que levava a sala, subiu ela lentamente e qual não foi sua surpresa quando viu Sheeba e Uandalini sentadas a um canto conversando, a garota tinha uma foto, que não conseguiu ver, na mão e Sheeba segurava uma meia.

–Desculpe querida, –disse Sheeba –mas ele realmente está sob um feitiço de confusão.

–Que droga! Será que eu vou ter que ficar com essa duvida me martelando?!? –exclamou Uandalini.

–Que duvida? –se intrometeu Kyo, enquanto se aproximava.

–Não te interessa! –exclamou Uandalini –Seu enxerido!

–Calma, Srta. Longbotton, –disse Sheeba –não precisa ficar estressada.

–É isso ai. –concordou Kyo, indo em direção ao seu lugar, no almofadão.

Mal Kyo se sentou e outras pessoas irromperam pelo alçapão. Sarah e Tiago não demoraram a chegar. Sarah deu uma piscadela para o garoto, o que Tiago não gostou nem um pouco. Malfoy apareceu com seu tradicional sorriso, acompanhado por seus trogloditas de estimação, Crabbe e Goyle e ainda por cima por sua fiel escudeira, Emily Bulstrode.

Sheeba começou a aula falando sobre os orbes, mais conhecidos com bolas de cristal. Ela disse que ele era usado pelas antigas profetisas para ajuda-los a interpretar os sinais místicos do tempo e espaço e que, apesar do método mais usado no mundo mágico, é o mais falho, isto é, quase nunca se pode acertar usando o orbe. Sheeba mostrou para eles alguns dos sinais mais comuns no orbe, consultando um por um cada um dos alunos.

Tiago ficou irritadíssimo quando Sheeba disse que ele perderia seu grande amor para seu melhor amigo, Kyo deu de ombros. Sarah ouviu Sheeba dizer que seu coração entraria em conflito por dois amores, um antigo e um recente que ela nunca imaginaria. Para Malfoy a previsão foi de que ele se apaixonaria por um grande rival, Kyo pensou seriamente sobre a sexualidade de Malfoy.

–Kyo, venha cá, sim querido.

Kyo se levantou lentamente, odiava esse negocio de previsão do futuro, o que realmente gostava na aula de adivinhação era Sheeba, que era uma ótima pessoa, e o fato de poder ficar ao lado de Uandalini. Sheeba começou:

–Vejamos... aqui temos algo sobre... amor! Esse é o problema de prever sobre adolescentes, sempre tem esses amores, mas espera... esse é diferente, é real, é puro... hm... aqui temos alguma coisa sobre decepção, você perdera aquilo que lhe é mais valioso para a pessoa que mais detesta no mundo, depois tudo perdera seu sentido, mas você vai lutar e... meu Deus! Eu não acredito!

–O que foi professora? –perguntou Kyo.

–U-um si-sinistro co-com um coração na boca...

Kyo não sabia o que significava aquilo, mas todos, sem exceção, soltaram exclamações. Alguns até taparam a boca com a mão.

–E o que é que tem? –insistiu o garoto.

–O sinistro é o pior dos agouros, é um agouro de morte! –exclamou a professora.

Kyo entendeu o pavor dos outros, mas não pode deixar de reparar no sorrisinho no rosto de Malfoy.

–Mas e o coração? –perguntou Kyo.

–Esse coração quer dizer que você vai morrer por amor!

Kyo sentiu seu coração perder um compasso, morrer por amor, seu olhar escorregou para Uandalini, que o olhava com os olhos arregalados.

–Não se preocupe querido, –disse Sheeba –quando sair dessa sala se lembrara de que você não acredita nesse negocio de previsão de futuro e vai ficar melhor.

Realmente Sheeba estava certa, ele se sentiu melhor, mas passou o almoço pensando no que ouvira, ninguém tinha coragem de chegar perto dele, talvez por pena, talvez por pavor, só sabia que todos evitavam chegar perto dele, parecia que ele poderia cair morto a qualquer momento.

Durante a aula de defesa contra as artes das trevas ele ficou sentado sozinho ao fundo da sala, pensativo.

–Sr. Hunter, o senhor poderia me dizer por que balas de prata matam os lobisomem e vampiros?

Kyo despertou de seu devaneio, o professor Pitaco o chamava para responder a uma pergunta.

–Oi? –perguntou o garoto que não entendeu o que o professor falou.

–Balas de prata, Sr. Hunter, por que elas matam os lobisomens e vampiros? –repetiu o professor.

Em qualquer outra ocasião a turma toda cairia em gargalhadas, mas nesta ocasião, só faltava um grilo ciciar na sala.

–É porque... elas são... mais limpas que... os outros metais? –sugeriu Kyo.

–Quase, Sr. Hunter, –disse o professor sorrindo –na verdade a prata é o mais puro dos elementos da natureza, e como os lobisomens e vampiros eles morrem ao serem atingidos por tamanha pureza.

–Professor, –disse Pubia –eu conheço um lobisomem que é a melhor pessoa do mundo!

–Provavelmente ele é o pior dos animais quando transformado, –explicou o professor –os lobisomens só liberam sua impureza quando transformado, mas quando estão em sua forma humana são tão puros quanto a prata.

–Então quando estão na forma humana a prata não os atinge? –perguntou Nancy.

–Não, Srta. Patil, –continuou o professor –quando o lobisomem é atingido pela prata, seu sangue absorve a pureza da prata e a leva diretamente ao seu coração, destruindo-no.

–Então quer dizer que os lobisomens podem tocar a prata normalmente, a não ser que se firam? –perguntou Jéssica Durter, Kyo estranhou, nunca nem a vira se mexer pela escola, quanto mais perguntar.

–Isso mesmo, Srta. Durter.

O resto da tarde foi passado discutindo as propriedades químicas e mágicas da prata, o professor lhes explicou que a prata usado pelos trouxas tem praticamente metade composto de impurezas, que os trouxas não percebem, pois são compostos mágicos como sangue de dragão ou pele de araramboia. O professor lhes mostrou uma pepita de prata 99, 97% pura (era impossível fazer prata pura), era incrivelmente mais brilhante e prateada (?) que a prata dos trouxas, Kyo comparou com um Sicle de prata, mas reparou que esta era meio escura e parecia amarelada se comparada com a pepita.

Kyo jantou sozinho, Sarah bem que tentou se aproximar dele, mas agia extremamente seco, não falava nada, apenas fazia sinais com a cabeça, e soltava muxoxos em resposta ao que a garota falava. Sarah saiu resmungando que ele tava se fazendo de idiota. Kyo apenas olhou para ela, sem nada fazer.

Ele desceu para a aula de Neville sem falar com ninguém, seus olhos, sem querer, caiam a toda hora sobre Uandalini. A garota parecia ter reparado, pois a toda hora olhava pelo canto do olho para o garoto. Mais ou menos na metade do caminho, quando Kyo devia tomar a dianteira do grupo, para tomar a poção polissuco, ele reparou em algo que saia do bolso de Uandalini.

–Ei! Essa meia é minha! –exclamou Kyo, pegando sua meia cinza, que saia pelo bolso da garota.

–Ahn?

–O que você tá fazendo com a minha meia? –questionou o garoto.

–Não te interessa! –exclamou ela.

–Espero que não seja macumba!

–Não é não! –gritou ela, indignada. –E toma essa merda, meu bolso vai ficar com cheiro de chulé!

Ela jogou a meia no peito do garoto, que a pegou e olhou para ela, estranhando. De repente lhe veio a cabeça uma imagem que lhe aconteceu mais cedo, Uandalini guardando alguma coisa e dizendo que não lhe interessava o que estava acontecendo. Por um instante de esperança tudo lhe ficou claro.

Quando se deu conta toda a turma já estava dentro da masmorra de poções, o sol já se punha através de uma janelinha do corredor. Ele pegou a poção num bolso da capa e bebeu de um gole só. Depois se arrependeu a poção era incrivelmente ruim e sua garganta ardeu tanto que ele sentiu vontade de gritar. Ele se jogou no chão, apertando a garota de tanta dor, sentiu seu corpo borbulhar, e sua pele se esticar, sua sorte foi que era quase do tamanho de Neville, por isso não houve muita diferença em suas roupas.

Ele se levantou, olhou para suas mãos, outrora macias e lisas, agora grossas e ásperas. Pegou sua varinha no bolso.

Refletus! –disse ele e na sua frente apareceu uma imagem perfeita de Neville, que se movia exatamente como ele.

Ele entrou na sala e deparou com uma turma silenciosa, e comportada, ninguém parecia respirar, ele a frente da sala estava o homem de cabelos brancos e oleosos, que lhe caiam sobre o rosto, nariz de gancho e pele macilenta, usava vestes negras que lhe davam um aspecto sombrio.

–Snape?!? –exclamou Kyo.

O homem olhou-o com desprezo, Kyo se esquecera que estava na forma de Neville.

–Pois não, Sr. Longbotton? –disse o homem, com um tom de voz letal.

–Hm.. long... eu não sou o Neville! –disse Kyo, ele viu Sarah baixando a cabeça.

–Isso se percebe, –caçoou o homem –nenhum professor em Hogwarts usa as vestes da escola, muito menos as da Grifinória.

Kyo olhou para baixo, as vestes de Hogwarts? Como pudera esquecer desse detalhe?

–Muito bem, quem é o senhor? –perguntou Snape, sombrio.

–Eu... er... –gaguejou Kyo.

–Vamos, diga.

–K-Kyo Hunter, senhor.

–E eu posso saber o por que de o senhor estar na forma de Neville Longbotton, o ministro da magia?

Ministro da magia? Kyo nunca imaginara que Neville fosse tão importante.

–E-eu estava fazendo um trabalho para recuperar uma nota a... –começou Kyo.

–Poção polissuco., creio eu.

–Isso.

–Muito bem senhor, creio que recuperou sua nota, pois a poção está perfeita, não há nenhuma duvida de que se saiu bem.

–O-obrigado.

Kyo sentiu em seu coração um alivio, pensara que perderia pelo menos uns mil pontos para a Grifinória.

–Senhor Hunter, agora sente que eu não estou a fim de descontar pontos de ninguém hoje.

–Sim, senhor.

Kyo se sentou no único lugar vago da masmorra, ao lado de Uandalini, a garota soltou um muxoxo de raiva, mas ainda assim olhou impressionado para ele e riu de leve.

–Como eu ia dizendo, antes de ser interrompido pela espetacular entrada do Sr. Hunter, –seguiu Snape –sou Severo Snape, já fui professor de poções em Hogwarts, mas me aposentei, o ministro Longbotton tomou meu lugar, mas ele precisou voltar para o ministério e Dumbleodore me pediu para voltar ao meu cargo, temporariamente.

Ele olhou para a sala, que continuou em silencio, seus olhos se detiveram por um instante em Kyo, que sentiu uma leve dorzinha onde antes fora sua cicatriz. Ele prosseguiu:

–Não admito brincadeiras sem graça nem criancices com as varinhas, que só devem ser usadas quando realmente for necessário, posso lhes ensinar a engarrafar a fama, cozinhar a vida e até destruir a morte. Espero que todos se saiam bem, ouviu Srta. Sarah.

Sarah, que estava conversando com Tiago, se endireitou na cadeira.

–Não é só por que sou seu pai que te darei folga, nem que você seja tão cê-dê-efe quanto sua mãe.

Sarah engoliu e seco, e abriu instantaneamente seu livro.

–Agora tenho uma noticia pra lhes dar: a partir de hoje suas aulas de poções serão junto com a Sonserina.

Todos na sala reclamaram, Kyo sentiu vontade de tacar alguma coisa no professor, Uandalini, ao seu lado, teve que segurar a mesa para tacar o livro.

–Agora, creio que devamos ir as aulas.

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