O Beco Diagonal



––––CAPITULO SEIS––––

O Beco Diagonal


Kyo olhou bem para Harry, não podia acreditar, Harry se levantou e passou o ombro pelos ombros do garoto, Kyo olhou para o rosto de Harry, depois olhou para seus pais, seu pai sorria, mas sai mãe parecia desolada.

–Mãe, se a senhora não quiser eu não vou. –disse o garoto.

–Pode ir querido, você tem o direito de decidir o que vai fazer com sua vida.

Kyo sorriu para a mãe e foi abraça-la, agora ela chorava muito mais, Kyo apertou o abraço.

De repente se lembrou da carta que recebera, soltou sua mãe e correu até seu quarto, pegou a carta e voltou, ainda correndo. Quando chegou, tanto seus pais, quanto Harry estavam parados em pe no meio da sala, pareciam conversar:

–Você vai cuidar bem dele, não vai Harry? –perguntou a Sra. Hunter se debulhando em lagrimas.

–Calma, Marta, ele ainda tem um mês, hoje ainda é dia trinta. –disse Harry sorrindo.

Kyo se surpreendeu, perdera a noção dos dias, e se hoje era dia trinta então significava que amanha seria seu aniversario. Ele terminou de descer as escadas, não sabia porque, mas seu rosto parecia um pouco pesado demais para deixa-lo sorrir.

–Kyo, estava conversando com seus pais, vamos sair para fazer compras. –disse Harry, quando avistou o garoto.

–Compras? Pra que? –perguntou Kyo.

–Seu material de escola, você precisa, não acha?

–Mas como eu vou saber o que comprar?

–Você não olhou bem o envelope? Tem uma lista de materiais dentro.

–Lista de materiais? Peraí.

O garoto olhou o envelope a procura de uma lista de materiais, encontrou uma lista comprida em tinta esmeralda:

Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts

Uniforme:

Os estudantes do primeiro ano precisam de:

1.Três conjuntos de vestes comuns de trabalho (pretas).

2.Um chapéu pontudo simples (preto) para uso diário.

3.Um par de luvas protetoras (couro de dragão ou similar).

4.Uma capa de inverno (preta com fechos prateados).

As roupas do aluno devem ter etiquetas com seu nome.

Livros:

Os alunos devem comprar um exemplar de cada um dos seguintes:

Livro padrão de feitiços (1ª serie) de Miranda Goshawk.

Historia da magia de Batilda Bagshot.

Teoria da magia de Adalberto Waffling.

Guia de transfiguração para iniciantes de Emerico Switch.

Mil ervas e fungos mágicos de Fílida Spore.

Bebidas e poções mágicas de Arsênio Jigger.

Animais fantásticos e seu habitat de Newton Scamander.

Criaturas e tempos das trevas: Como e qual defesa usar de Severo Snape.

A Arte Mística e Antiga da Adivinhação de Quetin Tarantino.

Outros equipamentos:

1 varinha mágica

1 caldeirão (estanho, tamanho padrão 2)

1 conjunto de frascos

1 telescópio

1 balança de latão

Os alunos do primeiro anos podem trazer um coruja OU um gato OU um sapo.

LEMBRAMOS AOS PAIS QUE OS ALUNOS DO PRIMEIRO ANO NÃO PODEM USAR VASSOURAS PESSOAIS.

–Como eu vou comprar tudo isso? –perguntou Kyo.

–Com dinheiro? –brincou Harry.

–Que dinheiro? –perguntou Kyo, agora se preocupando, não tinha dinheiro.

Kyo olhou para os pais, mas Harry chamou sua atenção:

–Calma, sua tia te deixou uma bela quantia de dinheiro,mas nós precisamos ir pegar.

–Num banco? –perguntou a Sra. Hunter.

–É, –respondeu o Sr. Hunter –acho que o nome é Gringotes.

–Isso mesmo, –disse Harry –mas nós precisamos ir logo, temos que passar no correio para mandar uma coruja.

–Tá certo, –disse Kyo meio incerto– vamos então.

Harry passou o braço sobre os ombros de Kyo e os dois saíram.

–Tchau, Kyo.

–Tchau.

–Tchau. –respondeu o garoto.

Eles andaram por cerca de meia hora até chegarem a estação de metrô no centro da cidade, as pessoas passavam e ficavam olhando para as roupas de Harry. O sol brilhava com força lá no alto., Kyo e Harry andavam descansadamente pelas ruas da cidade. Quando chegaram a estação de metrô houve algumas confusões, primeiramente não queriam deixar Harry entrar na estação, por causa de suas roupas exóticas, depois o caixa achou que Harry não conhecia muito bem as coisas e achou que podia sacanea-lo, somente depois que o supervisor apareceu e eles contaram o dinheiro, foi que descobriram que o dinheiro não batia com o numero de bilhetes que haviam vendido.

–Me desculpe senhor, eu juro que isto nunca aconteceu antes... –se desculpou o homem, afirmando que o caixa provavelmente errara na conta.

–Tudo bem, pode deixar pra lá. –disse Harry dando um tapinha nas costas do homem.

Eles seguiram em direção ao embarque onde eles pegariam o metrô para Londres. A estação estava apinhada de gente, a maioria indo para o trabalho, Kyo não se dera conta de que saíra de casa muito cedo.

–Harry, tem certeza de que essas coisas da lista são vendidas em Londres? –perguntou Kyo, se não conhecesse Harry poderia jurar que ele estava lhe tapeando.

–Tenho, mas você precisa ter um pouco de paciência.

O metrô partiu com um solavanco, Harry quase caíra, fazia tempo que não andava de metrô, Kyo também, mas por algum motivo não perdera o equilíbrio, pelo contrario teve a sensação de que seu equilíbrio aumentara ao sentir a sensação de velocidade e flutuação.

Eles passaram mais ou menos meia-hora no metrô, antes de pararem na estação de Londres. Eles desembarcaram mais pelo empurrão da multidão do que por vontade própria. Kyo nunca estivera na estação de Londres antes, o lugar era incrivelmente movimentado, as pessoas não paravam de andar de um lado para o outro rapidamente, muitas empurravam, ele e Harry tiveram que pelejar para conseguirem chegar a rua, que estava tão movimentada quanto à estação.

Andaram por algumas ruas, Kyo simplesmente acompanhava os passos de Harry, que seguia facilmente pela rua, as pessoas desviavam dele quando viam o jeito com que estava vestido, apesar de Kyo não achar que ele estava vestido tão vestido tão estranhamente quanto alguns jovens que apareciam vez ou outra pela rua.

Eles andaram por cerca de trinta minutos, Kyo olhava atentamente cada uma das lojas que passavam, vez ou outra sua esperança explodia quando ele pensava por uma loja que ele achava vender seu material. O garoto já havia perdido sua esperança de encontrar o tal lugar quando Harry parou de repente:

–Chegamos. O Caldeirão Furado. –disse Harry parando de repente em frente a um barzinho encardido.

O lugar nem de longe lembrava um lugar amigável, na verdade parecia mais um boteco a beira falência, Kyo achou que nem repararia nele se Harry não chamasse sua atenção. Eles entraram e Kyo teve uma surpresa, o lugar era incrivelmente convidativo, vários poltronas espalhadas à volta de mesinhas, algumas pessoas bebericavam em canecas fumegantes, algumas usavam capuzes, outras mostravam seu rosto normalmente, e havia até uma mulher que mostrava muito mais do que o rosto, Kyo sentiu uma contração no baixo ventre ao vê-la abaixar para arrumar a sandália.

–Olá, Harry, como vai? –perguntou um homem atrás do balcão, era baixo e muito velho, sua boca era muito enrugada e sem dentes, mas ainda assim era incrivelmente simpático.

–Ah, Tom, estou bem obrigado, e você? –respondeu Harry com um grande sorriso.

–Tudo, muito bem, muito, mas veio beliscar alguma coisa? O mesmo de sempre?

–Hoje não posso Tom, quem sabe outro dia, assunto de Hogwarts.

Harry deu alguns tapinhas de leve nas costas de Kyo, os olhos de Tom se arregalaram e se encheram de lagrimas.

–Oh, meus deus do céu! Eu não posso acreditar! As duas maiores lendas do mundo mágico aqui, no meu bar!

Tom correu na direção de Kyo e Harry e apertou com muita vontade a mãe de Kyo, Kyo se assustou, mas não fez nada, somente sorriu para o homem, que retribuiu emocionado.

–Oh, Sr. Hunter, me deixe servir alguma coisa para o senhor, por favor.

Ao ouvir o nome de Kyo varias pessoas se viraram e se aproximaram também, Kyo teve vontade de ter varias mãos, nunca se sentira tão importante.

–Ah, Sr. Hunter, Ícaro Diggle, muito prazer! –disse um rapaz de cartola roxa e terno rosa.

–Marie Binns, encantada! –uma garota de rosa choque apertou sua mão.

–Joen McCartney, um imenso prazer! –um homem alto e corpulento apertou a mão do garoto, que sentiu que seus dedos haviam sido estraçalhados.

–Beldandy Richie, um prazer. –a garota de pouca roupa apertou a mão do garoto, ele sentiu um formigamento correr pela sua costas e só parar no...

–O prazer é meu, muito obrigado. –disse o garoto enquanto Harry o empurrava até uma porta nos fundos.

Eles entraram numa saleta quadrada com paredes de tijolos vermelhos, no fundo havia uma lata de lixo. Harry se aproximou da lata, sacou sua varinha.

–Sabe, você é quase tão famoso quanto eu. –disse Harry.

–Famoso? Você é famoso? –perguntou Kyo. –Eu sou famoso.

–É, nós dois somos...

Famoso? A cabeça de Kyo estava girando. Entrementes, Harry contava tijolos por cima da lata de lixo.

–Três para cima... dois para o lado... – murmurou.– Certo, chegue para trás Kyo.

Ele bateu na parede três vezes com a ponta da varinha. E o tijolo que tocou, torceu-se. No meio apareceu um buraquinho, que foi alargando cada vez mais. Um segundo depois se viram diante de um arco grande o bastante até para um elefante, um arco que se abria para uma rua de pedras irregulares, serpenteava e desaparecia de vista.

–Bem vindo –disse Harry –ao Beco Diagonal.

Ele riu do espanto de Kyo. Atravessaram o arco. Harry deu uma espiada rápida por cima do ombro e viu o arco se encolher instantaneamente e virar uma parede sólida.

O sol refulgia numa pilha de caldeirões a porta da loja mais próxima. Caldeirões –Todos os Tamanhos – Cobre, Latão, Estanho, Prata –Automexidiço – Dobrável, dizia um letreiro acima.

–É, você vai precisar de uma –disse Harry –, mas temos que apanhar seu dinheiro.

Kyo desejou ter vários pares de olhos. Virava a cabeça para todo o lado enquanto caminhava pela rua, tentando ver tudo ao mesmo tempo: as lojas, as coisas as portas, as pessoas fazendo compras.

Um pio baixo e suave veio de uma loja onde se lia “Empório das Corujas – douradas, das-torres, do campo, marrons e brancas”.

Vários garotos mais ou menos da idade de Kyo espremiam os narizes contra a vitrine de uma loja onde haviam vassouras.

–Olhe, cara, –Kyo ouviu um deles dizer –a nova Thunderbolt, mais veloz do que nunca..

Havia lojas que vendiam telescópios e estranhos instrumentos de prata que Kyo nunca vira antes, janelas com pilhas de barris contendo baços de morcegos e olhos de enguias, pilhas mal equilibradas de livros de feitiços, penas de aves para escrever e rolos de pergaminho, vidros de poções, globos de...

–Gringotes –anunciou Kyo.

Tinham chegado a um edifício muito branco que se erguia acima das lojinhas. Parado a porta diante das portas de bronze polido, usando uniforme vermelho e dourado, havia...

–É, é um duende –disse Kyo baixinho, enquanto subiam os degraus de pedra branca até o duende. Ele era quase duas cabeças mais baixo que Kyo. Tinha uma cara escura e inteligente, uma barba em ponta e, Kyo reparou, mãos e pés muito compridos. O duende os cumprimentou com uma reverencia quando entraram. Em seguida depararam com um segundo par de portas, desta vez de prata, onde havia gravado:

Entrem estranhos, mas prestem atenção

Ao que espera o pecado da ambição,

Porque os que tiram o que não ganharam

Terão é que pagar muito caro,

Assim, se procuram sob nosso chão

Um tesouro que nunca enterraram,

Ladrão, você foi avisado, cuidado,

Pois você vai encontrar mais do que procurou.

–Só um louco tentaria roubar esse banco –disse Kyo.

Dois duendes se curvaram quando eles passaram pelas portas de prata e desembarcaram em um grande saguão de mármore. Havia mais de cem duendes sentados em banquinhos, altos atrás de um longo balcão, escrevendo em grandes livros-caixa, pesando grandes e pesados blocos de ouro em balanças de latão, examinando pedras preciosas com óculos de joalheiro. Havia ao redor mais de cem portas de mogno, vários duendes saiam e entravam por elas acompanhados por pessoas.

–Bom dia, –disse Hagrid a um duende que estava desocupado –viemos fazer uma retirada do cofre do Sr. Hunter.

–E o Sr. Hunter tem a chave? –perguntou o duende com a voz aguda e severa.

–Ah, claro... –Harry enfiou a mão num bolso interno de suas vestes. –Aqui está.

Harry entregou a chave para o duende que a examinou detalhadamente.

–Parece que está em ordem. Muito bem, vou mandar alguém acompanha-los. Prego!

Prego era outro duende. Ele os conduziu a porta mais distante do saguão.

–Harry, você tem certeza de que há dinheiro no meu cofre? –perguntou Kyo receoso.

–Fica tranqüilo.

Prego segurou a porta aberta para eles passarem. Kyo que esperara mais portas majestosas se surpreendeu. Saíram numa passagem estreita de pedra, iluminada por archotes flamejantes. Era uma descida muito íngreme, em que haviam trilhos. Prego assobiou e um vagonete disparou pelos trilhos ao seu encontro. Eles embarcaram e partiram.

A principio viajaram pelos corredores a uma velocidade razoável, Kyo viu um outro vagonete se aproximar pelo outro lado, havia apenas uma garota alem do duende, a garota, reparou Kyo, era muito bonita, possuía cabelos lanzudos e olhos... Kyo não conseguia ver bem por causa da escuridão, mas pareciam castanhos-escuro. Ela também o olhava, Kyo ia falar com ela, mas os vagões se separaram antes que ele pudesse se aproximar.

–Quando vim aqui pela primeira vez –gritou Harry –eu não sabia a diferença entre estalagmite e estalactite!

–E daí? –gritou Kyo em resposta.

–Eu ainda não sei!

–Estalagmite tem um “M”.

Quando o vagonete parou Harry estava muito verde. Harry saltou e precisou se apoiar em Kyo para os joelhos pararem de tremer.

Prego destrancou a porta. Saiu uma nuvem verde de fumaça verde e enquanto ela de dissipava Kyo ficou sem fôlego. Dentro havia montes de ouro. Colunas de prata. Pilhas de pequenos Nuques de bronze.

–É tudo seu. –sorriu Kyo.

Tudo de Kyo – era inacreditável. O garoto teve que se forçar a respirar, seus pulmões pareciam ter se esquecidos de suas funções. Quantas vezes Kyo se queixara de que nunca tinha dinheiro? E durante todo aquele tempo havia uma pequena fortuna lhe pertencia, enterrada no subsolo de Londres.

Harry ajudou Kyo a guardar um pouco de ouro em uma saca de couro.

–As moedas de ouro são Galeões –explicou ele. –Dezessete Sicles de prata fazem um Galeão e vinte e nove Nuques de bronze fazem um Sicle, é bem simples. Certo, isto deverá ser suficiente para uns dois períodos letivos, guardaremos o resto bem guardado para você.

Eles embarcaram novamente no vagonete, Harry hesitou:

–Não da pra ir mais devagar.

–Só tem uma velocidade. –disse Prego.

–Ahn...

Viajaram mais uma vez, agora de volta, Kyo com a esperança de tornar a ver a garota

Quando saíram do banco o sol estava no ponto mais alto do céu, o Beco Diagonal estava cheio de pessoas vestindo roupas estranhas e carregando sacolas estranhas.

–Vamos comprar se uniforme –falou Kyo, indicando com a cabeça a loja Madame Malkin – Roupas para Todas as Ocasiões.

Eles entraram na loja, Kyo meio temeroso, mas Harry sorria abertamente.

Madame Malkin era uma bruxa baixa, gorda e sorridente, toda vestida de lilás.

–Hogwarts, querido? –perguntou quando Kyo abriu a boca. –Tenho tudo aqui. Para falar a verdade tem uma mocinha ajustando uma roupa.

Nos fundos da loja, uma garota de rosto redondo, olhos castanhos-escuro e cabelos lanzudos, Kyo sentiu seu coração dar um salto. Madame Malkin colocou Kyo num banquinho ao lado da garota, enfiou-lhe uma veste comprida pela cabeça e começou a marcar a bainha na altura certa.

–Oi. –cumprimentou a garota –Hogwarts também?

–É. –confirmou Kyo.

–Meu pai está numa loja mais à frente comprando meus livros e minha mãe está comprando meus equipamentos para poções. –disse a garota. Tinha uma voz enérgica, empolgada. –Depois eu vou comprar minha varinha.

A garota provavelmente não era trouxa como ele, Kyo sentiu-se levemente envergonhado.

–Você tem vassoura? –perguntou a garota.

–Não.

–Sabe jogar quadribol?

–Não –respondeu novamente Kyo, perguntando-se que diabos seria esse tal quadribol.

–Tem alguma coisa que você saiba fazer? –perguntou a garota com um sorriso –Eu sei jogar, meu pai sempre me apoiara a aprender quadribol, o que eu sempre achei muito legal. Já sabe em que casa vai ficar?

–Casa? Não, não sei... –respondeu o garoto, meio envergonhado –Sabe, eu sou trouxa...

–Trouxa? –exclamou a garota, Kyo sentiu-se um verme. –Eu sempre quis conhecer um! Onde eu moro só tem bruxos.

–E onde eu moro só tem um bando de trouxões... –comentou Kyo, um pouco mais empolgado.

–Que legal... –a garota parou de falar de repente, olhava para a vitrine, seus olhos meio desfocados. –Aquele ali não é o... Harry Potter?

Kyo olhou também, Harry estava parado ali, tinha um sorvete em cada mão.

–Ah, o Harry, é ele sim, por que?

–Você o conhece?

–Passei a maior parte da minha vida com ele, é o meu único amigo, te vejo em Hogwarts.

Madame malkin entregou uma sacola para a garota, ela olhou para Kyo.

–Ele era seu único amigo.–a garota deu um beijo na bochecha do garoto e saiu correndo. Só quando a viu passar atrás de Harry correndo é que se lembrou, não perguntara o nome dela. Kyo ficou parado olhando para o nada, Harry ria da cara de besta do garoto.

–Terminei com você querido. –disse Madame Malkin, entregando uma sacola para o garoto.

Kyo ficou muito quieto enquanto tomava o sorvete que Harry trouxe (chocolate com chantily e cobertura de morangos).

–Que foi?– perguntou Harry.

–Nada.

–Qual é, te conheço desde que nasceu, você gostou dela, não foi?

Kyo deu um sorrisinho sem graça.

–É, também, mas tem outra coisa...

–O que?

–Harry, o que é quadribol?

–Putz, esqueci que você não sabe de quase nada!

–Da pra não me fazer eu me sentir pior?

–É o nosso esporte. O esporte dos bruxos. É como o futebol no mundo dos trouxas. Todos praticam quadribol. A gente joga no ar montado em vassouras com quatro bolas. É meio difícil de explicar as regras.

–E o que são as tais casas?

–Ah, as casas, são quatro no total. Todo mundo diz que na Lufa-Lufa só tem panacas, mas eu discordo, os caras são muito inteligentes...

–Aposto que estou na Lufa-Lufa. –disse Kyo deprimido.

–É melhor a Lufa-Lufa do que a Sonserina –disse Harry desgostoso. –Não tem um único bruxo das trevas que não tenha passado pela Sonserina. Voldemort foi um deles.

–Voldemort foi aluno de Hogwarts?

–Há muito tempo atrás.

Eles pararam para comprar penas e pergaminho. Kyo se animou um pouco quando descobriu um vidro de tinta que mudava de cor enquanto a pessoa escrevia. quando saíram foram comprar os livros escolares de Kyo em uma loja chamada Floreios e Borrões, onde as prateleiras estavam abarrotadas até o teto com livros do tamanho de paralelepípedos encadernados em couro, livros do tamanho de selos postais com capas de seda; livros cobertos de símbolos curiosos e alguns livros sem nada. Até mesmo Amanda que nunca lia nada, teria ficado doida para por as mãos em alguns desses livros. Harry teve que arrastar Kyo para longe do Pragas e contrapragas (Encante os seus amigos e confunda os seus amigos com as ultimas vinganças: perda de cabelos, pernas bambas, língua presa e muitas, muitas mais) do Prof. Vindicto Viridiano.

–Eu estava tentando descobrir como rogar uma praga para a Amanda.

–Não vou dizer que não é uma boa idéia, mas você vai aprender mágicas em Hogwarts e poderá usa-las como quiser. –disse Harry –De qualquer modo, você ainda não pode lançar pragas, vai precisar muito antes de chagar a esse nível.

Eles compraram um caldeirão de estanho e um prata, (Harry não deixou Kyo comprar um de ouro maciço), e compraram uma balança de latão para pesar os ingredientes das poções e um telescópio de titânio. Visitaram a farmácia, que era bem fascinante para compensar seu cheiro horrível, uma mistura de ovo estragado e repolho podre. Havia no chão de coisas viscosas, frascos com ervas, raízes secas e pós coloridos cobriam as paredes, feixes de penas fieiras de dentes e garras retorcidas pendiam no teto. Enquanto Harry pedia ao homem atrás do balcão um conjunto de ingredientes básicos para preparar poções para Kyo, o próprio Kyo examinava chifres de prata unicórnios, a vinte Galeões cada, e minúsculos olhos de besouro (cinco Nuques a concha).

Ao saírem da farmácia Harry verificou a lista de Kyo mais uma vez.

–Só falta a sua varinha. Ah, é e seu presente de aniversario.

–Aniversario? –só agora Kyo se dera conta de que era seu aniversario.

–É.

–Não, mas não precisa...

–É claro que precisa, eu nunca deixei passar um aniversario seu em branco.

–Não, deixa pra lá.

–Eu vou te dar e ponto, vamos fazer o seguinte, eu vou te dar um bicho. Não vai ser um sapo, eles nunca foram legais, não gosto nada de gatos, vou te comprar uma coruja, são muito úteis, levam cartas e tudo mais.

Quando Harry falou em corujas Kyo se lembrou, a carta mandava ele enviar uma carta até dia trinta e um de julho, e se hoje era seu aniversario, então era o ultimo dia.

–Harry, eu tenho que enviar uma coruja para Hogwarts hoje! –Kyo se sentiu esquisito dizendo aquilo.

–Calma, eu já enviei por você.

–Quando.

–Enquanto você paquerava.

Kyo sentiu seu rosto corar e sorriu envergonhado.

Vinte minutos depois eles saíram do Empório das Corujas, que era escuro e cheio de ruídos e brilhos e olhos que cintilavam como jóias. Harry agora carregava uma grande gaiola com uma bela coruja branca como a neve, que dormia profundamente, a cabeça debaixo da asa. Ele não parava de agradecer.

–Não tem de que –respondeu Harry pela ultima vez.

–Não, mas eu quero agradecer, o que eu posso fazer?

–Você quer fazer alguma coisa? Ponha o nome dela de Edwiges, tá certo?

–O.K.

–Agora só falta Olivaras. A loja de varinhas, você vai precisar da melhor varinha.

Uma varinha mágica... era realmente o que Kyo andara querendo.

A ultima loja era feiosa e estreita. Letras de ouro descascadas sobre a porta que diziam Olivaras: Artesões de Varinhas de Qualidade desde 382 a.C.Havia uma única varinha sobre uma almofada púrpura desbotada, na vitrine empoeirada.

Um sininho tocou em algum lugar nos fundos da loja quando eles entraram. Era uma lojinha mínima, vazia, exceto por uma única cadeira alta e estreita em que Harry se sentou para esperar. Kyo teve uma sensação estranha como se tivesse entrando numa biblioteca muito sofisticada; engoliu em seco de perguntas novas que tinham acabado de lhe ocorrer e ficou espiando os milhares de caixas estritas e arrumadas com cuidado até o teto. Por alguma razão sentiu um arrepio na nuca. A própria poeira do lugar a o silencio ali apreciam retinir com uma magia secreta.

–Boa tarde. Disse uma voz suave. Kyo levou um enorme susto.

–Olá, Sr. Olivaras.

–Ah, sim –disse o homem. –Sim, sim, achei que iria revê-lo, mas pensei que estaria com Lilian.

–Ah, Cho veio com ela semana passada. –disse Harry.

–É eu me lembro, nunca esqueço um cliente, principalmente de você, uma combinação incomum, azevinho e pena de fênix, boa e maleável vinte e oito centímetros.

–É, ainda está comigo. –Harry mostrou a varinha, o Sr. Olivaras sorriu.

–Mas, quem é você meu jovem? –perguntou para Kyo.

–Ah, Kyo, Kyo Hunter.

O Sr. Olivaras suspirou.

–Posso? –disse ele passando a mão no cabelo de Kyo, que não respondeu.

O Sr. Olivaras olhou por alguns instantes para a cicatriz do garoto.

–Lamento saber que fui eu quem vendeu a varinha que fez isso, mais uma vez.

–Por que? –perguntou Kyo.

–Como disse, nunca esqueço de uma varinha que vendi, trinta e cinco centímetros, uma varinha muito poderosa, nas mãos erradas... Bom se eu tivesse sabido o que a varinha iria sair fazendo por ai...

Kyo percebeu que realmente se entristecera. Ele sacudiu a cabeça e, para a surpresa de Kyo sorriu.

–Muito bem, Dumbleodore me pediu para esperar por isso, vejamos, fiz uma varinha especial, mas não acho que seja própria para você.

–Sr. Olivaras, precisamos experimentar. –disse Harry.

–Eu sei Harry, mas uma varinha nunca teve uma irmã antes, quanto mais duas.

O Sr. Olivaras se dirigiu e voltou trazendo uma pulha de varinhas, ele abriu uma caixa dourada onde haviam as letras: K e H.

–Muito bem, experimente essa. –disse ele dando para Kyo a varinha que estava na caixa dourada.

Kyo pegou a varinha, o Sr. Olivaras olhava esperando alguma coisa, mas logo tomou da mão do garoto.

–Como eu disse, a varinha não tem poderes...

Ele abriu uma outra caixa e entregou a varinha para Kyo, tomando-a logo em seguida, depois lhe deu outra, e mais outra.

–Duas varinhas podem ter o mesmo poder, mas é impossível três varinhas serem assim. –dizia ele, enquanto dava e tirava as varinhas da mão de Kyo.

Quanto mais varinhas, mais empolgado ele parecia ficar.

–Nossa, acho que nunca tive um cliente tão difícil... cento e quinze varinhas e nenhuma deu certo.

Ele continuava dando varinhas para Kyo, indo aos fundos da loja para buscar mais e Kyo sem saber o que fazer. Depois de quinze minutos da ultima remessa de varinha o Sr. Olivaras foi buscar mais, Kyo se aproximou da primeira varinha que experimentara, não entedia porque não podia ficar com ela.

Ele apanhou a varinha. Sentiu um repentino calos nos dedos. Ergueu a varinha acima da cabeça, baixou-a cortando o ar empoeirado com um zunido, e um torrente de faíscas douradas e vermelhas saíram da ponta como um fogo de artifício, atirando fagulhas luminosas que dançavam nas paredes. Harry deu um grito entusiasmado e o Sr. Olivaras exclamou:

–Nossa! Bravo! Muito bem bom mesmo. Ora, ora, ora... que curioso... curiosíssimo...

Repôs a varinha de Kyo na caixa e a entregou, ainda resmungando:

–Curioso... curioso...

–O senhor me desculpe –disse Kyo –mas o que é curioso.

–Sabe, Sr. Hunter, algumas coisas não acontecem à toa, existe um certo motivo para cada coisa, e acho que o motivo de o senhor ter sido escolhido por essa varinha é por que existe uma ligação entre você, Harry e Você-Sabe-Quem.

–Voldemort? –perguntou Kyo.

–Isso, vocês três estão ligados por suas varinhas e marcas que foram deixadas por ele.

–O senhor disse que a varinha me escolheu..?

–Ah, sim, não é o bruxo que escolhe a varinha e sim a varinha que escolhe o bruxo, assim pode-se saber que o bruxo poderá tirar o melhor de si pois a varinha foi feita exatamente para ele.

–Ah...

–Uma bela varinha essa, Sr. Hunter, bela varinha, trinta centímetros, mogno, flexível e macia, uma pena de fênix... ainda não entendi como você a despertou, mas parabéns.

–Obrigado.

O Sr. olivaras falou alguma coisa com Harry, mas Kyo não pode escutar, depois se voltou para Kyo:

–Muito bem, Sr. Hunter, são sete Galeões.

–Ah, sim, claro... –Kyo pagou o homem e eles saíram da loja.

Quando chegaram na estação de metro Harry pagou um enorme lanche para Kyo.

–Harry, será que eu vou me adaptar? –perguntou Kyo.

–Com certeza, você nunca vai se divertir tanto quanto vai se divertir em Hogwarts, às vezes eu me pergunto por que eu não dei uma de burro para ficar lá mais tempo.

–Mas eu sou... um trouxa.

–Harry, hoje em dia metade de Hogwarts é de trouxas ou mestiços, são poucos os sangus-puro.

–O que é sangue-puro?

–São as pessoas que são filhas de bruxos, netas de bruxos e por ai vai?

–Então você é?

–Não exatamente, meus avós maternos eram trouxas, sabe o Sr. Dursley, sócio do seu pai? Ele é meu primo, o Dudiquinha...

Harry e Kyo caíram na gargalhada, Kyo só conseguia se divertir quando Harry estava por perto, se perguntava se seria diferente em Hogwarts.

Às seis horas Harry deixou Kyo a porta da casa dos Hunter, ele se despediram e quando Kyo olhou para Edwiges por um instante Harry sumiu.

Kyo entrou em casa, seus pais e seus irmãos jantavam, ele não sentia fome, mas mesmo assim sentou-se a mesa com eles, Amanda o olhava feio, mas ele sabia que ela estava com medo, provavelmente seus pais contaram para ela o que estava acontecendo.

–E então? Como foram as compras? –perguntou a Sra. Hunter.

–Muito legal! Sabia que eu tenho uma fortuna? A tia Matilde devia ganhar muito bem como policial! –disse Kyo animado.

–Aurora. –disse o Sr. Hunter.

–Sua tia era aurora, me lembrei durante à tarde, ela caçava bruxos das trevas. –explicou o Sr. Hunter.

–Kyo. –disse a Sra. Hunter. –Eu e seu pai lhe compramos um presente.

–Presente? –perguntou o garoto.

O Sr. Hunter pareceu se animar.

–Está no seu quarto, venha conosco.

Ele subiu correndo atrás de seu pai, a Sra. Hunter logo atrás, com Amanda e Junior em seus calcanhares. Quando o Sr. Hunter abriu a porta do quarto Kyo perdeu o fôlego. Uma vassoura de cabo preto e cerdas de azevinho estava deitada sobre sua cama, era idêntica a que ele viu no beco diagonal, na extremidade do cabo havia os dizeres Thunderbolt.

–Nossa, uma vassoura... –disse Kyo, estava impressionado, mas ainda não entendia pra que servia uma vassoura.

–A melhor, de acordo com Harry. –disse o Sr. Hunter.

–Ele nos mandou por uma coruja, como será que aquelas corujas advinham o endereço das pessoas? –perguntou a Sra. Hunter.

–Obrigado. –disse Kyo abraçando seus pais.

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