O recomeço



––––CAPITULO UM––––

O renascer de uma antiga lenda


O Sr. e a Sra. Hunter da rua dos Alfeneiros n º 4 tinham orgulho de dizer que eram perfeitamente normais, muito bem obrigado. Eram as ultimas pessoas do mundo de quem se esperava se meter em alguma coisa estranha ou anormal, porque simplesmente não compactuavam com esse tipo de besteira.

O Sr. Hunter era um homem alto e magro com um cavanhaque muito bem feito e cabelos sempre bem penteados, apesar de serem rebeldes e difíceis de arrumar. Era diretor de uma firma de microprocessadores e passava a maior parte de seu tempo em seu escritório, mal dando atenção a sua esposa.

A Sra. Hunter era uma mulher ruiva com grandes olhos-azuis rubi, era magra e muito bonita, ao contrario do marido passava o dia em casa, cuidando dos afazeres domésticos e espantando vendedores indesejados, idolatrava sua cozinha mantendo-a sempre impecavelmente limpa, mas sua mania de limpeza na a deixava tratar o resto da casa de maneira diferente.

Os Hunter tinha um filhinho, Kyo, um garoto muito teimoso, apesar de só ter um ano, os pais não conheciam alguém mais encrenqueiro, vivia se metendo em vários tipos de enrascadas. Era a coisa mais importante do mundo para seus pais, e para eles não havia criança melhor no mundo.

Apesar de parecerem ser tão normais os Hunter tinham um segredo e seu maior temor era que alguém o descobrisse: achavam que não agüentariam se alguém descobrisse as pessoas com quem se relacionaram no passados e dos perigos que correram por causa desses relacionamentos.

Na manha cinzenta de verão em que começa nossa historia, o Sr. Hunter cantarolava escolhendo uma das gravatas mais sem graça do mundo enquanto a Sra. Hunter tentava tirar um Kyo agitadíssimo de cima do armário, como ele subira ali ela não sabia. Nem se tocaram da coruja marrom que acabara de passar pela janela.

O Sr. Hunter deu um beijo de despedida em sua esposa e tentou dar um beijo em Kyo, mas este se esgueirara engatinhando para cima do exaustor do fogão.

–Pestinha! –disse contra feito ao abrir a porta do carro.

Ele deu a ignição no carro e engatou a marcha re para sair da garagem do numero quatro. Estava tudo tranqüilo até ele dobrar a esquina da rua dos Alfeneiros e deparar com um gato pardo com listras quadradas em volta dos olhos lendo o mapa, não, ele não estava lendo o mapa –gatos não lêem mapas. Ele esfregou os olhos e olhou pelo retrovisor, agora o gato observava a placa que dizia rua dos Alfeneiros. O Sr. Hunter dobrou a próxima esquina ainda fitando o gato, sem se dar conta que atravessara um cruzamento no farol vermelho.

Ao chegar ao costumeiro engarrafamento matinal esqueceu o gato forçando-se a se concentrar na encomenda de processadores para GPI’s que provavelmente receberia nesta tarde, cantarolava tamborilando os dedos no painel do carro quando reparou nas pessoas que circulavam pelas calcadas nas laterais da pista, usando capas coloridas. Concentrou-se em um grupo que cochichava ao lado de seu carro, “os trapos que se vêem nos jovens!”, pensou ele. Ora, alguns deles nem eram jovens, aquele senhor deveria ter idade para ser seu pai e usava uma capa esmeralda.

O Sr. Hunter detestava gente que se vestia ou agia estranhamente, para ele qualquer coisa que saísse da normalidade, mesmo que por um milímetro, era suficiente para ele aplicar uma pena de exílio da humanidade.

O Sr. Hunter teve um dia completamente normal, sentou na sua cadeira de costas para a parede, gritou com seis pessoas diferentes, deu alguns telefonemas importantes e gritou mais um pouco, talvez se algo saísse dessa rotina ele teria achado mais difícil se concentrar em processadores aquela manha.

Mal reparara nas corujas que passavam pela janela de seu escritório, mas as pessoas na rua as viam e apontavam, a maioria nunca havia visto um, mesmo durante a noite.

Na hora do almoço ele resolveu descer até a padaria defronte para comprar alguma coisa para comer. Esquecera-se completamente das pessoas de capa até cruzar com um grupo delas na porta da padaria, “deve ser algum tipo de promoção”, pensou, “é, só pode ser isso”, sentiu seu punho se fechar involuntariamente.

Comprou a rosca mais gordurosa que encontrou, mas na hora em que saia escutou algo que o fez estacar:

–Ouvi dizer que ele morreu...

–O que? Harry Potter está morto?

–É o que parece, dizem que Você-Sabe-Quem finalmente destruiu o Garoto que sobreviveu...

O Sr. Hunter não sabia exatamente quem era Harry Potter, mas tinha certeza de uma coisa: era alguém importante e vital para sua irmã.

Ele entrou de volta na firma andando o mais rápido que pode, entrou em seu escritório e deu ordens expressas a sua secretaria de que ninguém o incomodasse. Pegou o telefone e quase terminara de discar o numero de casa quando pensou melhor – não, estava agindo como um idiota, provavelmente estavam falando de algum outro Harry Potter. Afinal Potter não era um nome tão incomum assim, provavelmente existiam muitos Harry’s com sobrenome Potter.

Ele repôs o telefone no gancho e acariciou o cavanhaque. Durante o resto da tarde não conseguiu mais pensar em processadores, apenas ficava beliscando sua rosquinha, até mesmo seus gritos estavam diferentes, distantes.

Lá pelas sete da noite ele saiu da empresa. Estava com sua cabeça muito longe, tanto que, sem querer, trombou com um velhinho na garagem da empresa, quase o derrubando:

–Desculpe. –reparando que o velhinho estava usando uma capa roxa.

–Não se desculpe, –disse o velhinho com um sorriso estranho– meu caro senhor, em tempos como estes até mesmo trouxas como você devem ter cuidado por onde andam.

O Sr. Hunter não entendera direito, quase derrubara o velho no chão e este sorrira e ainda o chamara de– será que ouviu bem? –trouxa. Ele coçou a cabeça de leve e seguiu seu caminho, estava tendo um dia esquisito e, mesmo que por apenas um instante, não conseguia esquecer o que ouvira a porta da padaria.

Ao chegar na garagem do numero quatro da rua dos Alfeneiros a primeira coisa que viu fora o gato de vira pela manha sentado no muro de sua casa, e isto não melhorou seu estado de espírito.

A Sra. Hunter tivera um dia perfeitamente normal, apesar do fato de ter que tirar Kyo de cima de alguma coisa de cinco em cinco minutos e que o garoto aprendera uma palavra nova, “nunca”.

Depois do jantar os Hunter foram se sentar a sala de estar, a Sra. Hunter fizera um café e eles o tomavam assistindo ao jornal da noite.

“...e hoje uma coisa muito estranha aconteceu, milhares de corujas foram vistas em plena luz do dia voando para todos os lados, os observadores de aves ficaram maravilhados com esse espetáculo, mas os especialistas dizem não saber o que aconteceu para que essas aves mudassem seu padrão de sono, mas existem especulações de que esses animais estejam apenas cumprindo algum tipo de missão. Muito misterioso”. O apresentador se permitiu um breve sorriso. “Vamos agora a previsão do tempo com Walter Spin.”

“Obrigado John, muitas pessoas ligaram reclamando que ao invés da chuva que prometi para esta noite houve chuvas de estrelas, parece que alguém está comemorando o dia das fogueiras uma semana mais cedo, parece que as corujas queriam ver os fogos. E vamos agora ao bloco de esportes com...”

O Sr. Hunter já no prestava mais atenção na tv estava mais preocupado com outra coisa: ouvir o nome Harry Potter não foi a única coisa estranha que acontecera aquele dia, chuvas de estrelas e corujas voando em plena luz do dia, ele respirou fundo, sabia que aquilo não era bom sinal. Ele pigarreou e se dirigiu a esposa:

–Marta, você se lembra o nome daquele garoto que a Matilde disse ser muito importante para o pessoal dela?

–Acho que era Harry Potter, é isso mesmo. Um nome bastante bonito, se quer saber minha opinião.

–É, eu concordo, será que ele já conseguiu fazer aquilo que ela disse que só ele podia fazer?

–Não sei, mas se não, tenho pena da filhinha e da esposa dele. –ela falava de uma maneira tristonha, quase como se sentisse pena do garoto.

–Ele tem filhos?

–Uma só, tem a idade do Kyo.

O Sr. Hunter sentiu um enorme peso e seu coração perdeu um compasso.

–Por que você está me perguntando isso Mattew? –indagou a esposa que parecia desconfiar de alguma coisa.

–Nada, as noticias, corujas as estrelas, achei estranho...

Ele prudentemente ocultara que escutara que Harry Potter havia morrido, talvez a esposa ficasse muito penalizada.

Os hunter foram ao quarto de Kyo dar um beijo de boa noite em Kyo e depararam com o garoto em cima da cômoda.

A Sra. Hunter dormiu com muita facilidade, mas o Sr. Hunter, apesar de estar sonolento, não conseguia dormir, estava demasiado agitado, se revirava na cama pensando no que aconteceria se Harry Potter estivesse realmente morto, sua irmã lhe contara algumas historias sobre um homem que queria exterminar todas as pessoas como os Hunter. Mas um coisa lhe reconfortou no momento em que conseguiu: aquilo estava acontecendo em um outro mundo, não os afetaria.

Ah, como estava enganado. Exatamente vinte e cinco anos atrás um outro homem que morara naquela mesma casa pensara a mesma coisa num momento como aquele e exatamente no dia posterior sua vida mudara drasticamente.

O Sr. Hunter poderia ter mergulhado em um sono inquieto, mas o gato nem se mexia no muro lá fora, provavelmente já sabia que teria que esperar por mais duas horas, mas não se incomodava. Não se mexia em hipótese alguma, nem mesmo quando uma batida de porta de carro se fechando lhe chegou aos ouvidos. Para falar a verdade, já era mais de meia-noite quando o gato se mexera.

De repente na outra ponta da rua uma criatura surgiu, aparecera tão de súbito que qualquer um juraria que ele saíra do chão. Era um homem alto e muito velho, com profundas rugas no rosto e cabelos e barbas compridos e muito prateados, seus olhos eram azuis muito claros por trás do ossinhos em forma de meia-lua, ele usava vestes azuis celestes salpicadas de estrelas prateadas. Seu nome era alvo Dumbleodore.

Talvez Dumbleodore não saiba, mas nesta rua tudo nele era mal visto, desde sua bota até o ultimo fio de sua barba. Ele procurava alguma coisa em sua capa, revirava um por um cada um de seus bolsos. Parecia saber que estava sendo observado, pois se virou para o gato com um sorriso divertido:

–Eu devia saber...

De repente ele pareceu achar o que procurava, pois ergueu o braço direito, onde havia um isqueiro prateado. Ele acendeu o isqueiro e a luz da lamparina mais próxima se apagou, acendeu mais um vez e outra lamparina se apagou, fez isso mais doze vezes e logo as únicas luzes da rua eram os olhos do gato a distancia.

Ele se aproximou do muro do numero quatro, onde estava o gato e se sentou ao lado do gato, dizendo:

–Eu devia saber que mais uma vez a encontraria aqui, professora Minerva McGonagall.

E se virou para o gato, mas agora não olhava mais para um gato e sim para uma mulher quase tão velha quanto ele, tinha cabelos brancos e presos num apertado coque no alto da cabeça, vestia vetes negras sob um xale verde e óculos quadrados, exatamente como as listras dos olhos do gato.

–Olá Alvo. –a voz dela parecia muito tristonha, quase chorosa.

–O que você gostaria de saber Minerva? Eu sei que não veio aqui à toa.

–Alvo, ouvi comentários, não sei se estão certos, mas estou com medo...

–O que Minerva? –perguntou Dumbleodore, já desconfiando do que se tratava.

–Harry Potter, ouvi dizer que... que...

–Ele está morto?

–Isso, eu não sei, é verdade..?

–Receio que sim, minha cara Minerva...

–Mas Alvo, ele sobreviveu inúmeras vezes, como pode morrer agora? Logo agora?

–Não sei Minerva, mas receio que estejamos todos perdidos, a não ser que...

E olhou para a casa dos Hunter significativamente, a professora Minerva McGonagall desconfiou.

–O que Alvo? Você acha que aquele garotinho..?

–É provável. Ele é sobrinho de Matilde, pode ter um grande potencial.

–Mas Alvo, nunca vi pessoas tão trouxas, nem mesmo os Dursley!

–Minerva, não é possível que você tenha passado o dia aqui e não tenha reparado.

–No que Alvo?

–Puxa Minerva, você não reparou que a toda hora o garoto aparece em algum lugar onde os pais não podem alcança-lo, ele flutua, e até desaparata!

–É eu reparei, mas nem desconfiei, simplesmente pensei que o garoto fosse atentado.

–Eu pensei que você fosse mais perceptiva, Minerva.

–Acho que estou meio desolada pelo fato de Harry ter morrido, era um garoto tão bom, nunca vi ninguém ser mais aplicado na carreira de auror, talvez Moody...

–É Minerva, mas não precisa ficar se martirizando por harry, mas mudando de assunto, andei estudando os Hunter e descobri algumas coisas interessantes...

–O que Alvo?

–Você se lembra da profecia de Sibila?

–Mas é claro.

–Então, os Hunter, de alguma maneira sobreviveram a três ataques de Voldemort.

–Tá, e o que é que tem? Isso é só uma coincidência.

–Por enquanto pode até ser, mas espere um pouco, o filho deles, nasceu no dia trinta e um de julho.

–Tá, mas e isso o que tem a ver?

–Minerva, trinta e um de julho, o ultimo dia do sétimo mês!

A professora pareceu se chocar, pôs a mão na frente da boca e seus olhos se encheram de lagrimas.

–Então, esse garotinho...

–Isso, mas ainda falta uma parte, Voldemort precisa marcar ele como seu igual.

–Mas Voldemort não faria isso, ele preferiria mata-lo, não íris deixar uma futura ameaça livre.

–Eu sei, por isso eu vim aqui hoje.

–Mas por que logo hoje?

–Hoje faz exatamente vinte e seis anos que Voldemort matou os Potter. Acho que ele vai aproveitar a ocasião.

Minerva tapou a boca com as mãos. Dumbleodore a abraçou, sabia como ela devia estar se sentindo.

Eles ficaram ali olhando para o nada por alguns instantes até que Dumbleodore disse:

–Sorvete de limão?

–O que?

–Sorvete de limão? Você quer?

–Ah, Alvo, lá vem você de novo com esses doces trouxas, não obrigada! –disse a professora Minerva que achava que a hora não era apropriada para sorvetes de limão.

Eles continuaram parados, olhando para op nada, Dumbleodore tomando um sorvete de limão. De repente um ronco fraco chegou até seus ouvidos, por um instante acharam que era um trovão, mas ele aumentava, Dumbleodore sabia o que era e olhou rapidamente para cima, o ronco agora era quase insuportável.

Uma moto enorme pousava no jardim dos Hunter, tinha quase dois metros de comprimento com um e meio de altura, mas se ela era grande nem se comparava ao homem que nela estava sentado, era quase três vezes mais alto do que um ser humano normal e cinco vezes mais largo, suas mãos eram do tamanho de uma tampa de lata de lixo e seus pés quase do tamanho de filhotes de golfinho, seus cabelos cinzentos eram incrivelmente desgrenhados e se misturavam de uma maneira bastante rebelde com sua barba, também cinzenta, sua casaca de toupeira era grande o bastante para ser usada como cobertor e suas botas de castor poderiam servir como barco para uma criança.

–Olá Hagrid. –disse Dumbleodore, lhe estendo uma mão demasiada pequena se comparada com a mão do gigante.

–Olá professor, tudo bem com o senhor?

–Alvo! O que Rúbeo está fazendo aqui? –exclamou a prof ª Minerva.

–Calma, Minerva, –explicou Dumbleodore –ele só veio me trazer uma coisa, você trouxe Rúbeo?

–Ahn? Ah, sim, claro, está aqui, professor...

O gigante passou a vasculhar os bolsos de sua enorme casaca, seu rosto se contraindo de concentração. Ele encontrou um pacote num bolso interno e o alcançou a Dumbleodore.

–Ah, Rúbeo, muito obrigado.

Dumbleodore abriu o pacote e de dentro saiu um pequeno pássaro que estava enrolado numa pequena, mas macia coberta, era um pássaro muito feio, quase sem penas e com o bico ligeiramente grande para o resto do corpo, Dumbleodore acariciou-o de leve, sorrindo:

–Olá, Fawkes, fez boa viagem?

A ave soltou um pio de leve e abriu as pequenas asas.

–Alvo, e esta fênix, o que está fazendo aqui? –insistiu a prof ª Minerva.

–É mesmo professor, para que o senhor me pediu para trazer Fawkes?

–Eu preciso proteger o garoto, Voldemort pode querer mata-lo.

–Mas o que vai fazer? –perguntou a professora Minerva –Deixar a fênix aqui?

–Não Minerva, eu pretendo fazer um encantamento, similar ao que fiz aqui a vinte e cinco anos.

–Mas Alvo, não sei se vai funcionar, ele se tornou muito mais poderoso, se conseguiu matar Harry...

–O que? –gritou Hagrid –Harry está morto? Harry Potter? Morto?

Dumbleodore temeu contar a verdade para Hagrid, não sabia como o gigante poderia se comportar.

–Sim, Hagrid, Harry morreu numa confronto com Voldemort na ultima madrugada.

–Mas como? Ele não poderia morrer! A profecia!

–A profecia não dizia que ele não morreria, apenas dizia que um deveria morrer nos braços do outro.

Hagrid soltou um uivo, que se fosse em outra ocasião seria rapidamente reprimido, mas desta vez, apenas desta, Dumbleodore quis uivar junto com Hagrid.

–Não chore Hagrid, você sabia que isso um dia aconteceria. –Disse a prof ª Minerva dando um tapinha no meio das costas dos gigante.

–Eu sei, professora, eu sei, mas ainda assim é triste.

Dumbleodore, que tinha Fawkes nas mãos, pôs a fênix no chão e em volta dela jogou um pó cinzento, fazendo um circulo, a coruja piava, com o resto do po que ainda restava na sua mão ele citou algumas palavras inaudíveis e jogou o pó para o alto.

Por um instante parecia que nada acontecera, mas de repente o pó que flutuava se tornou vermelho e dourado e passou a girar em torno da casa lentamente. Sua velocidade ia aumentando, lentamente. Até que de repente um turbilhão se formou e eles tiveram que se agarrar a Hagrid para não saírem voando. Após alguns minutos o turbilhão de pó se cessou de repente.

–Alvo? Que tipo de encantamento foi esse? –perguntou a prof ª Minerva.

–Um encantamento muito antigo, estou pesquisando ele há doze anos, primeiramente queria para proteger Harry, mas agora o caso é bem mais urgente.

–O que houve professor? –perguntou Hagrid.

–Como você sabe, Hagrid, Harry está morto, mas encontramos um garoto que está dentro da profecia, menos por uma coisa: Voldemort precisa marca-lo como seu igual.

Há tempos Hagrid não temia aquele nome, mas ao ouvi-lo de uma forma tão inesperada seus corpo tremeu num arrepio que lhe atingiu desde a ponta dos dedos até as raízes de seus cabelos.

–Mas, ele precisa entrar em contato com o garoto para marca-lo, não? –perguntou Hagrid.

Dumbleodore concordou com a cabeça e olhou para o outro canto da rua, uma figura surgira tão sinistramente quanto ele.

–Olá Tom, como você está? –perguntou Dumbleodore, e o homem que usava vestes e capuz negros mostrou sua face.

O homem tinha um rosto incrivelmente fino e branco e seus olhos eram vermelhos como sangue, não possuía cabelos, seu nariz mais parecia duas fendas e sua boca crispava-se de uma maneira que lhe deixava mais parecido com uma cobra do que com qualquer outro se vivo.

–Olá, professor, muito bem obrigado, e vejo que o senhor também esta muito bem.

–Bela observação, Tom.

O homem se aproximava lentamente, girando nos nós dos dedos uma varinha negra, Dumbleodore o observava atentamente, seus olhos indo dos olhos do homem até a varinha que ele tinha nas mãos.

–Professor, eu posso perguntar o que o senhor está fazendo aqui? –perguntou o homem, com um sorriso nos lábios.

–Eu vim impedir que você matasse o garoto.

–Como impediu que eu matasse Harry Potter?

Dumbleodore olhou duramente para o homem, que por um instante cedeu, mas logo em seguida continuou seu caminho, até chegar em Dumbleodore.

–Voldemort? Por que você o chama de professor? –Perguntou Hagrid –Não finja ser respeitoso!

–Eu na estou fingindo, apesar de ele ser o maior obstáculo da minha vida, ainda foi ele quem me ensinou praticamente tudo que eu sei.

Hagrid grunhiu e cerrou seus punhos.

–Hã-hã, não faria isso se fosse você. –disse Voldemort, sorrindo e apontando a varinha para Hagrid.

Hagrid recuou sob a ameaça de Voldemort.

–O que você quer aqui, Tom? –perguntou Dumbleodore.

–Eu vim matar o garoto, não posso deixar uma ameaça eminente andando por ai, principalmente se ele entrar em Hogwarts.

–É, provavelmente ele entrará em Hogwarts.

–Você não sabe como comandar Hogwarts, desde que assumiu metade da escola passou a ser feita de trouxas, até mesmo a Sonserina, esses sangue-ruins.

–Não fale essas coisas Tom, você mesmo é mestiço. –disse Dumbleodore, sorrindo.

–NÃO ME LEMBRE DESSAS COISAS!!! –Voldemort se enfurecera e avançava para Dumbleodore rapidamente.

–Se eu fosse você pararia, Tom, mesmo sendo tão poderoso você sabe que ainda não é páreo para mim.

Voldemort parou, pareceu tomar consciência do que estava fazendo, secou o suor que lhe escorria pelo rosto.

–Ainda não perdi a sensatez, professor, sei que não sou páreo para você, mas até mesmo você tem que admitir que não pode com trinta Comensais da Morte.

Logo após terminar a frase eles escutaram vários estalos a sua volta Dumbleodore olhou para os lados calmamente, vários homens de negro e encapuzados os observavam, a prof ª Minerva e Hagrid se apavoraram.

–Que covardia de sua parte, Tom, trinta contra um não é muito justo.

–Eu não sou nada justo, e o senhor sabe disso, professor.

Dumbleodore reparou que todos os Comensais da Morte sacavam varinhas e miravam nele, mas não fez nada apenas olhou.

–Eu guardaria estas varinhas se vocês.

Eles riram da cara de Dumbleodore, sabiam que mesmo ele sendo quem era, não era páreo para todos eles.

–E por que deveríamos acreditar nisso? –perguntou alguém em meio ao Comensais.

–Porque, Draco Malfoy, mesmo trinta Comensais da Morte não são páreo para sessenta aurores.

De repente, tão rápido quanto apareceram os Comensais da Morte surgiram sessenta homens e mulheres ao toda volta e até em cima das casas.

–Ah, professor, eu não contava com aurores, mas parece que o senhor contava com meus Comensais, e até conhece alguns.

–Quem não conhece Lucio Malfoy e seu filho Draco? –perguntou ironicamente Dumbleodore, era incrível como conseguia passar de um homem que não inspirava nada alem de confiança a um que aterrorizava até mesmo seus conhecidos.

–Hum, acho que não vamos nos dar bem, –começou Voldemort –mas quem liga? Meus Comensais não tem medo dos seus aurores, destruam-nos!

Os Comensais atacaram com um imensa violência os aurores e Dumbleodore teve que admitir intimamente que eles eram esplendidos.

Voldemort e Dumbleodore apenas assistiam a batalha. Apesar dos Comensais estarem em bem menor numero a batalha estava bem equilibrada.

–É, professor, parece que sobramos apenas nos.

–Bom, Tom, não estou a fim de duelar, mas não hesitarei se você tentar matar o garoto.

–Bem, professor então creio que vamos ser obrigados a nos confrontar novamente.

–Não, Tom, acho que não, usei as cinzas do antigo corpo para fazer um encantamento, você não pode entrar na casa dos Hunter.

–Eu sei, eu conheço este encantamento, é muito antigo, mas é útil, muito melhor que o Fidellus.

–Então, como pretendo pegar o garoto?

–Rabicho.

Dumbleodore sentiu seu coração afundar, disparou na direção da casa dos Hunter, mas era tarde demais, um grito de horror viera lá de dentro, Dumbleodore não viu o que aconteceu depois:

Expelliarmus! –gritou alguém as suas costas.

Dumbleodore foi lançado para frente com tanta força que quando sua cabeça bateu no chão ele desmaiou na hora.

–Bom trabalho, meu caro rabicho, bom trabalho... –disse Voldemort.

Rabicho era um homem baixo, gorducho e careca, tinha o nariz arrebitado e ficava o contraindo a toda hora fazendo-o lembrar muito um rato.

–Milord, será que ele morreu? –perguntou com a voz esganiçada.

–Não seja tonto rabicho, é claro que ele não morreu, você não seria capaz de mata-lo.

–Ainda bem milord, eu não queria ficar com a fama de ser quem matou Alvo Dumbleodore.

Rabicho tinha nos braços um bebe, um bebe de cabelos negros e olhos azuis, Kyo Hunter.

–Deixe-o, Voldemort! –gritou alguém atrás de Voldemort.

–Ah, Matilde, não me enche!

–Deixe-o, me mate se quiser, mas não mate meu sobrinho.

–Não Matilde, prefiro o garoto.

Voldemort deu as costas para a mulher, que por acaso era muito parecida com o Sr. Hunter, e se voltou para o bebe.

–Adeus garoto, agora você vai para o inferno.

Rabicho pôs o bebe no chão e Voldemort ergueu a varinha, Matilde Hunter não poderia deixar isso acontecer, ela correu não direção de Voldemort:

Avada... –mas foi interrompido por Matilde que segurou seu braço.

–Você não vai mata-lo!

–Você quer morrer no lugar dele? Então morra!

Ele jogou a mulher no chão e ergueu a varinha novamente:

Avada Kedavra!

Um jorro de faíscas verdes saiu da varinha dele e atingiu Matilde no peito, o corpo da mulher se virou inerte. Estava morta.

Voldemort não percebeu, mas cometera pela segunda vez o maior erro de sua vida.

–Imbecil! Ninguém entra no caminho do Lord das Trevas!

Voldemort se voltou para Kyo que estava no chão dormindo, o bebe era tão bonitinho que até mesmo ele hesitou ao reerguer a varinha.

–Adeus, Kyo Hunter. Avada Kedavra!

Um jorro de luz verde saiu da varinha de Voldemort mais uma vez, e atingiram Kyo, fazendo Voldemort se lembrar de um antigo encantamento, mais antigo até que o que Dumbleodore usou, ele se lançou para o lado, o seu feitiço atingira Kyo na testa, que agora sangrava, mas o garoto não acordara.

–Droga, eu odeio encantamentos! –disse ele, se reerguendo.

Um estalo atrás de Voldemort lhe dissera que alguém chegara.

–Mais uma vez você foi traído pela sua sede de morte.

Voldemort se virou e deparou com um homem alto, cabelos negros e rebeldes, olhos verdes-vivo e era magrela, usava vestes negras de cetim e segurava uma varinha. Seu nome era Harry Potter.



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