Os primeiros sintomas.




Já se passaram mais de quinze minutos. Quinze longos, intediosos e ansiosos minutos. Bom pelo menos para mim que estou aqui com o traseiro dolorido por passar quinze minutos, sentada, por que para o Malfoy, esse tempo esta sendo muito bem aproveitado por ele. Desde o momento que chegamos para a reunião de última hora com o Sr. Wancroft e recebermos a noticia de que ele se atrasaria, pois fora convocado para uma outra reunião com o Ministro da Magia, ele engatou em uma conversa um tanto quanto empolgada com a Hilva que, sinceramente, minha cabeça já esta a ponto de explodir só de ouvir a voz irritante e os risinhos de hiena que ela não para de dar.

Ah! Francamente! Esta parecendo uma adolescente patética diante do cara mais popular da escola enquanto pensa que ele esta acreditando que ela é difícil. Hilva esta quase para se pendurar no pescoço do Malfoy. Patética! Não tira os olhos dele, faz questão de tocá-lo toda a vez que fala, quando ri joga a cabeça para traz mostrando o pescoço, além de achar tudo que ele diz muito engraçado. È um tal de nhen-nhen-nhe, hihihi, “Desse jeito você me mata, Draco!” Aff! Deu-me engulhos! *Fazendo careta de quem esta vomitando!* Ele quer te matar de outro jeito e em outro lugar mulher! Leza! E você idem não é Hilvinha! Aff! Ta na cara que ela esta afim dele! Nem cego não perceberia isso! Patética! Ele nem é tudo isso. Na verdade, ELA nem é tudo isso. Só um corpo bonito em uma cabeça vazia. Mulheres como Hilva existe aos montes por ai. O que seria de uma mulher se ela não possuísse inteligência, conhecimento, capacidade de raciocínio lógico e rápido, cultura? Não seria nada, é claro! Ai termina assim, como Hilva, sorrindo como uma hiena para primeiro cara bonito que vê na frente. E piora quando o cara é bonito e com uma condição financeiramente ótima, como o Malfoy. Eu disse que o Malfoy era bonito? Claro que não! Vocês que leram errado! Arg!

E é em momentos como esse que me pergunto: o quê que homens, como o Malfoy vêem em mulheres assim? De duas uma: ou os homens com capacidades morais e intelectuais abaixo do considerável se interessam por mulheres como Hilva apenas para se provarem superiores ou – e essa suposição vale para todos os tipos de homens – para se provarem superiores e para alimentar seu apetite sexual. Por que, sinceramente, que tipo de conversa construtiva poderia sair de uma mente tão limitada?

Pronto! Mais uma vez, ao ouvir algo engraçado saindo da boca do Malfoy, ela joga a cabeça para trás sorrindo e tocando com a mão o braço dele – sendo que o Malfoy fez o favor de deixar seu braço em cima do balcão apenas para isso. Francamente! Será que precisa de todo esse ritual para levá-la para a cama? Ou o Malfoy é muito tapado o bastante para não entender que a cada sorriso hiênico que a Hilva dar ela esta querendo dizer: “Me leve para a cama agora!” ou esta adorando tanta atenção. Dou minha cara à tapa se não é a segunda opção. Que ridículo! Caras como o Malfoy adoram receber uma atençãozinha a mais. Principalmente quando essa vem de alguém que não possuiu capacidade suficiente para contestá-lo e ao invés disso apenas sorrir como se fosse o máximo ouvir tanta besteira e cantadas furadas.

E o pior de tudo é que o Malfoy fica me olhando pelo canto dos olhos toda vez que a desvairada da Hilva solta uma risada. Agora alguém poderia me responder o quê que esse ser albino do inferno esta querendo com isso? Ah! Peloamordemérlim Malfoy se toca! Conquistador barato! Ontem me beijava, hoje quer levar a secretaria do chefe para a cama...

“Agora pára, esta bem? Pára tudo! Eu estava escutando tudinho calada, só na minha, sem intrometer qualquer idéia que lhe levasse a enforcar a secretaria boazuda, mas chegar a esse ponto de mulher ciúmenta que se sente trocada já é demais? Defendo cegamente minha teoria de que você deva deixar as magoas do passado e receber de peito aberto o loirão bonitão e não somente como ‘amiga’, mas vim com essa já é demais! Olha o despeito mulher!” O quê? Não acredito nisso! Despeitada é você que não aceita contestações. E quem disse que estou com ciúmes? Fracamente! Ciúmes? Eu? Do Malfoy? “Não! Eu!” Poupe-me de suas teorias mal formuladas Consi! Apenas estava constatando um fato. Nem parece que é minha consciência... O lado pervertido e negro dela... Mas nem parece, já que defende tanto o Malfoy. Se houvesse transplante de consciência você já estava na mente dele há séculos. Ouviu bem? Há séculos! “Olha Mione não queira isso mulher. Pois não sei se você percebe a gravidade do problema, mas conheço todos os seus pensamentos, reflexões, idéias e, principalmente, seus desejos mais profundos, sombrios e sórdidos.” Por Mérlim, será que bati a cabeça tantas vezes que fez surgi esse ser que tanto me atormenta?

Mas antes mesmo que eu pudesse terminar de formular esse pensamento o Sr. Wancroft surgiu pela entrada fazendo Hilva e Malfoy pararem instantaneamente o acesso de risinhos hienicos tão desconcertados quanto à expressão levemente irritada que se instalou em seu semblante ao ver os dois tão perto e eu tão distante.

- Os dois... – apontou para e mim e para Malfoy, enquanto se direcionava para sua sala. – em minha sala. Srta. Beckman, um café bem forte e uma dose de whisky de fogo para mim. – entrando em sua sala. Malfoy e Hilva trocaram caretas divertidas como se estivessem amedrontados pelo humor do Sr. Wancroft, comprimindo sorrisinhos zombeteiros logo em seguida. No entanto... – Se continuar sorrindo com o Sr. Malfoy for mais importante que seu trabalho Srta. Beckman, então, acredito que devo procurar por outra pessoa que possa me trazer um café bem forte e uma dose de Whisky de fogo imediatamente. – sua voz soou fria como uma pedra de gelo, porém, irritadíssima ao colocar a cabeça para o lado de fora de sua sala.

Hilva pediu um “desculpa” visivelmente constrangida por ser destratada na frente do Malfoy, conjurando, logo em seguida, uma garrafa de whisky de fogo que derramou sozinha o seu liquido em um copo de vidro. Agora foi a minha vez de rir. Bem feito! – E posso saber o porquê de vocês dois ainda não estarem em minha sala? – perguntou lançando olhares cortante para mim e para o Malfoy, antes de entrar, deixando a porta aberta. Malfoy e eu nos direcionamos para ela.

- Se eu fosse você não me aproximaria tanto da Hilva. – coloquei passando pela porta aberta que ele segurava.

- Com ciúmes Granger? – perguntou entrando e fechando a porta.

- Claro que não! Mas se você gosta da aparência que tem faria o que estou dizendo ou nem Voldemort ira lhe salvar do Sr. Wancroft. Se você me entendeu. – falei começando a me aproximar da mesa do Sr. Wancroft. Por um segundo o Malfoy ficou parado, processando o que acabara de ouvir, logo depois, andando rápido e emparelhando comigo.

- O que você quis dizer com isso? – um ar de desentendimento soou juntamente com a voz dele. No entanto nada mais poderia ser dito por mim, pois o Sr. Wancroft estava nos radiografando com aqueles olhinhos miúdos.

- Sr. Malfoy, me de um bom argumento para que continue trabalhando em meu hospital e Dra. Granger, me de outro para continuar a ter o Sr. Malfoy como seu auxiliar, isso claro se a senhorita ainda o deseja. Depois do que toda a comunidade bruxa leu no Profeta Diário agora de manha. E... – respirou profundamente. – quero que os dois me dêem uma idéia do que falar a impressa bruxa e ao próprio Ministro da Magia se eu vier a aceitar os seus argumentos é claro. – falou de supetão nos pegando de surpresa. Malfoy e eu engolimos em seco.

Ante a expectativa de ter que responder algo tão claro e importante para o Sr. Wancroft, além de entender nas entrelinhas que todo o prestigio que significo para esse hospital poderia acabar após receber nada estratégico, minha mente borbulhava de idéias, mas nenhuma era digna de ser externalizada. Olhei para Malfoy pelo canto dos olhos percebi que sua situação não era melhor se não pior que a minha só pela expressão de pura concentração que se via no rosto dele. O cenho franzido e o maxilar rígido como se estivesse fazendo força para pensar em alguma coisa. Esse negócio de “fazendo força” não caiu muito bem, não... Será que é essa a cara que ele faz quando esta fazendo suas necessidades fisiológicas? O número dois? Ai! Credo! Que nojo! Não acredito que fui capaz de pensar nisso. Eca! Pára de pensar nisso! Pára Hermione Granger! Arg! Que nojo! Mas sabe quando vocês não estão querendo pensar numa coisa e o que mais vem à mente de vocês é justamente isso? Pois eh! Esta acontecendo comigo nesse exato momento! Respira fundo e volta ao mundo normal, Hermione! Ussar! Uuusssaaarrr!

Quanto tempo passou antes que qualquer um de nos três falasse algo não sei dizer. Mas foi apenas com a entrada de Hilva na sala trazendo o pedido do Sr. Wancroft, que fez alguma coisa naquele lugar quebrar e voltar a fazer barulho, foi ai que ousei mexer-me e Malfoy idem. Ele procurou com a mão a poltrona atrás de si e quando a encontrou desabou nela, enquanto que eu sentava com extraordinária lentidão para alguém que senti as pernas se transformarem em gelatina de tão tremulas que haviam ficado.

- Sr. Malfoy e Dra. Granger, acreditem, não estou exigindo nada que não devo saber ou que esteja fora do alcance de vocês – falou após bebericar seu café que Hilva havia disposto em de sua mesa, que sorriu de forma encorajadora para o Malfoy. Ai! Que meigo! Ela quer ser amiguinha dele! Aff! – Estou apenas fazendo meu trabalho como diretor desse hospital e membro da Suprema Corte dos Bruxos.

- Compreendemos perfeitamente senhor. – falei em uma tentativa frustrada de ganhar mais tempo, além do mais, se eu dependesse do Malfoy para dizer qualquer coisa eu estava ferrada, por que o individuo loro aqui do lado com certeza perdeu a língua.

- Sei que compreende Dra. Granger. Por isso peço para que respondam o que perguntei rápido, pois não temos a manha toda, além do mais, acredito... – esse velho vive acreditando nas coisas. – que não os peguei de surpresa. – ah pegou sim! – Se que imaginaram que algo parecido como que estamos passando aqui iria acontecer. Mais cedo ou mais tarde, mas iria acontecer. – bebericou mais lentamente seu café, enquanto nos radiografava, a mim e ao Malfoy que continuava calado, com essa cara de quem chupou limão galego, olhando para um ponto no assoalho e balançando irritadamente a perna. Desse jeito sou eu que vou acabar perdendo o controle.

Mas, contudo, porém, no entanto e obstante, apenas uma de todas as idéias que borbulhavam em minha mente poderia ser viável para aquele momento: falar só quando o homem que desconhece o rei sol falasse. Se eu havia me prontificado em ajudá-lo... e estou começando a me arrepender amargamente por isso... então deveria, primeiramente, ouvir o que ele falaria em sua defesa... Estou me sentindo como naquele filme: o Advogado do Diabo, no caso, A Advogada do Draco. Ai! To com náuseas! E ao ouvir sua defesa, se fosse o caso, a concertaria ou a modificaria totalmente para favorecê-la a mim, é claro. Mas, acredito... To parecendo o Sr. Wancroft... que ele esta pensando exatamente a mesma coisa e se eu conhece bem o Sr. Wancroft com os seus “acredite” ele não irá mais tolerar esse silêncio absurdo, onde que escuto os grilinho cantando em alguma lugar, e vai soltar os hipogrifos na gente e adeuszinho Departamento que eu conquistei com tanto suor.

Definitivamente, tentar ajudar o Malfoy foi a pior escolha que tomei nesses últimos dias. Que merda, Hermione! Quem mandou querer bancar uma de Dumbledore, a salvadora dos fracos e oprimidos? Já bastava o Harry. Mas ele é meu amigo. Ele pode. Mas e o Malfoy, o que ele é pra você? Nada! Apenas uma lesma albina do deserto que... que... aff, não sei o quê. Oh Mérlim! Preciso de um banho de sal grosso, e rápido! Respirei profunda e totalmente resignada em ter que dar o meu motivo primeiro que a lesma albina do deserto e sem língua aqui do meu lado.

- Sr. Wancroft, eu pensei em vários motivos que pudesse dar e sinceramente, ate inventei alguns um tanto comoventes, mas, sinto muito, não darei nenhum desses, apenas direi que o Senhor pode acreditar em quem ou em o quê quiser, pois sei perfeitamente que qualquer palavra que não seja dita por um Ex-Comensal da Morte vale mais do que todos os galeões do mundo, no entanto, eu na fiz nada. Não planejei nada! Não matei ninguém. – Malfoy disse erguendo-se da poltrona e pondo-se a andar de um lado para o outro. Cortando minha intenção de falar. Fiquei com raiva? Que nada! Adorei a pequena explosão dele que pode acabar com qualquer chance de continuarmos, os dois, trabalhando aqui. Excelente!

O Sr. Wancroft não mexeu um músculo sequer, muito menos deixou transparecer qualquer nova expressão em sua face, apenas fitou o Malfoy com o mesmo semblante curiosamente intrigado de antes. Ele depositou a xícara de café vazia em cima da mesa e logo em seguida pegando o copo com whisky de fogo e o emborcando, fechando os olhos por alguns momentos antes de abrí-los e me dirigir o olhar interessado. Mas uma vez engoli em seco e a sala enorme pareceu ficar pequena e abafada. Agora era a minha vez.

- Eh... – pigarreei limpando a garganta. – Acredito inteiramente que o Sr. Malfoy, meu auxiliar, não possuiu nenhuma vinculo com os acontecimentos em Hogsmead. – minha voz saiu bem menos convicta do que pretendia
Se diante a “explosão” do Malfoy a expressão do Sr. Wancroft continuou imparcial, ela mudou consideravelmente depois do que ele acabara de ouvir. Suas sobrancelhas se ergueram ate um ponto mais acima do meio de sua testa enquanto depositava o copo seco em cima da mesa fazendo um barulho desnecessário. Por fim, largou-se em sua poltrona o mais confortável que aquela situação permitia, juntando a ponta dos dedos das duas mãos.

- E a Senhorita poderia compartilhar comigo o porquê de toda essa certeza? – pediu com um meio sorriso que mais lembrava aqueles debochados que Snape nos lançava quando fingia alguma espécie de cordialidade.

- Desculpa Senhor, mas não posso lhe dizer mais nada além do que já disse. – Pronto! Agora sim! Minha mente começava a funcionar a mil. Pensei que ela tinha enferrujado ou a tinham enferrujado com pensamentos indevidos criados por certa parte de meu consciente. “Ih! Agora tudo é culpa minha é? To bem arranjada mesmo!”.

- Isso pode significar duas... Ou melhor, três coisas Senhorita. – estreitei os olhos tentando entender aonde ele pretendia chegar. Acredito... ah! Esse “acredito” me pegou mesmo?... que o Malfoy estava fazendo a mesma coisa, pois ate parar de andar ele parou. – A primeira: A Senhorita não possuiu embasamento algum para acreditar que o Sr. Malfoy não tenha nada haver com o que aconteceu e só esta fazendo isso por algum motivo que desconheço completamente. – Olha só, o velho acertou na primeira. Pior que é isso mesmo! Esse ai é dos meus! – A segunda: a Senhorita esta de alguma forma submissa aos truques ou armas que ele deve estar usando e dessa forma, agindo por... medo. – Malfoy deu um passo em direção ao Sr. Wancroft com o dedo erguido, sinal de que faria outra besteira, mas parou no instante em que seus olhos azul-acinzentados encontraram com os meus. Relaxei. – A terceira: A Senhorita, realmente, conhece acontecimentos que não pode ignorar e muito menos compartilhar com outra pessoa, principalmente, por ser amiga de quem é. – continuou fingindo não perceber a reação do Malfoy.

- Exatamente! – enfatizei erguendo o queixo em sinal de que não desistiria daquela batalha tão cedo.

- Desde o momento que a conheci pessoalmente, juntamente com todas as que a Comunidade bruxa conhece do trio maravilha de Hogwarts. – levantou-se da poltrona pondo-se a andar pela sala. Ao passar ao lado de Malfoy depositou a mão em seu ombro, sinal de que deveria sentar o que foi cumprido quase que imediatamente. – Soube o quanto a Senhorita é esperta e inteligente. Não é a toa que confiei um dos departamentos mais importantes do hospital em alguém tão jovem, porém não menos capacitada quanto os vários senhores e senhoras que pensei. E a Senhorita possui garra, coragem e condescência necessária para ocupar o cargo que ocupa. – Está tudo bem! Está tudo perfeito! Estou me sentindo a própria por receber tanto elogios principalmente na frente do Malfoy. Mas agora pode parar e começar a esculachar que eu agüento. – Mas nunca pensei que a senhorita iria defender com tanto afinco um ex-comensal da morte como colocou o Sr. Malfoy. – falou as últimas palavras e um tom de deboche... Eeeeee ponto pra mim! Ahá! Eu não disse! É sempre assim: primeiro a babação de ovo depois pisa em cima. Já me acostumei com isso. Aff! No entanto não sei por quanto tempo o Malfoy conseguirá se controlar apenas apertando o braço de sua poltrona. As articulações de suas mãos estão ficando brancas. – mas como afirmou a pouco, a senhorita possui uma certeza de que o Sr. Malfoy nada tem haver com o ataque a Hogsmead, estou certo? – consenti com a cabeça. – Contudo Senhorita Granger não me sinto firme em aceitar esse argumento como um para que o Sr. Malfoy permaneça em meu hospital. – voltou para sua mesa, apoiando-se com as mãos na mesma. Ai caramba! Será que teria que apelar mesmo? – A senhorita se mostrou tão vaga quanto ele. – pelo visto terei que apelar mesmo. Ah, Malfoy, realmente, não tenha nada haver com tudo que está acontecendo, senão, ninguém vai me impedir de ir ate o inferno atrás de você.

- Estou entendendo errado ou o Senhor deseja detalhes sobre como sei que o Sr. Malfoy nada tem haver com o acontecido?

- Eu preciso de provas e de argumentos suficientes. – respondeu meneando a cabeça afirmativamente. – Desculpa, mas suas palavras não foram o bastante.

- Então, Sr. Wancroft. – agora foi a minha vez de levantar. Mesmo sem tirar os olhos dos do Sr. Wancroft, senti que Malfoy estava me olhando com suplica, como que percebendo o que eu pretendia fazer. Contudo, aprendi com todos esses anos de convivência com o Rony e com o Harry, que muitas vezes precisamos sacrificar algumas peças para dar o xeque-mate. – Entramos em um impasse. - Malfoy afundou na poltrona e o Sr. Wancroft arqueou as sobrancelhas. – O senhor deseja respostas que não posso dar. Deseja confidências que somente Harry Potter e os membros da Ordem da Fênix possuem. E mesmo que desejando com todas minhas forças continuar no lugar que estou à frente do departamento que almejei por tanto tempo, não estou disposta a trair a confiança de meus amigos.

Depois do fim da guerra a Ordem da Fênix fora criada pó Harry Potter – pelo menos era assim que as pessoas entendiam ou queriam entender, mesmo Harry falando que todos os créditos eram destinados a Alvo Dumbledore. Na verdade, passou a existir também para toda a Comunidade Bruxa, pois ela existia muito mesmo antes de Harry nascer. No entanto, as pessoas diziam que seus componentes – com exceção de Harry Potter e seus fieis escudeiros: Rony Weasley e Hermione Granger – eram desconhecidos, assim como a sede da Ordem. Ainda existiam aqueles pé no saco ou os abutres por notícias, que afirmavam categoricamente que essa tal Ordem da Fênix, na verdade, nunca existiu. Mesmo assim, o fato de existir um grupo de ótimos bruxos liderados pelo menino-que-sobreviveu deixava a Comunidade bruxa muito mais segura do que ter somente aurores do Ministério.

*Voltando ao mundo bruxo depois dessa breve atualização...*

Senti como se o tempo tivesse parado e que a única coisa viva era meu coração que batia descompassado. Não acredito que fui capaz de fazer isso! Praticamente entreguei minha demissão de bandeja caso o Sr. Wancroft não levasse em consideração o que tinha acabado de falar. E pelo o que percebo a de Malfoy também. Mas... ah!... Manda o Malfoy pra...

- Então a Senhorita que dizer que os argumentos que possui são baseados no que a Ordem da fênix esta fazendo?

- Exatamente! – enfatize ainda de pé.

- Vocês não perdem tempo mesmo! – colocou com um sorriso sentando em sua poltrona.

- Nenhum!

- Sempre a frente ate mesmo do Ministério da Magia!

- Sempre!

- Quem diria!

- Não é incrível!

- Muito bem, muito bem...

- Ótimo na verdade! – ele me lançou um olhar sério me fazendo calar na hora e murchar o sorriso em meu rosto.

- Sr. Malfoy? – falou indicando a poltrona para que eu sentasse o que fiz sem pestanejar.

- Hãn!? – tive que prender o riso para não soltá-lo diante a cara de espanto que o Malfoy fez.

- Deseja dizer mais alguma coisa em prol de sua permanência como auxiliar da Dra. Granger? – Olha só! Ate uns minutos atrás eu era apenas senhorita agora virei doutora de novo. Sensacional.

- Não Senhor. Creio que a Dra. Granger já tenha dito o suficiente tanto por ela quando por mim. Pois mesmo que o Senhor já estivesse convicto de que me “demitiria”, o peso de uma opinião de alguém como Hermione Granger é excepcionalmente válido nessas ocasiões. – terminou de falar com um meio sorriso. Pensa que me engana lagarto do deserto? Sei muito bem que só usou meus nome e elogios nesse momento para não discordar da visão do Sr. Wancroft sobre minha pessoa. Sanguessuga! Chupa cabra! Comodista!

- Ousado, meu rapaz. Muito ousado! – foi impossível não lembrar do Prof. Slug. Tirando é claro aquela pança que, peloamordemerlim, não sei como ele conseguia acomodar aquilo em um pedaço de pano. Confesso que toda a vez que estive perto dele ficava ansiosa por olhar aqueles botões que só faltavam soltar das roupas de tão apertados. Aquilo deveria ser proibido. Serio mesmo! - Não sei como conseguiu, Sr. Malfoy, mas encontrou uma defensora e tanto. – sorriu para mim. Oh que bonitinho! Hermione Granger a defensora dos fracos e oprimidos! Aff! – ou será que a pureza de sangue entre Sonserinos e Grifinórios não conta mais? – se eu pudesse pular no pescoço desse velho rabugento eu pulava. Juro que pulava! Quem ele pensa que é pra ficar dando palpite? Alguém pediu? Alguém? Heim? Hãn, hãn, hãn?

- Não conta quando se passa a conhecer melhor a pessoa da outra casa. –
retorquiu Malfoy também sorrindo. Oh Mérlim, era só o que faltava? Acabou com os meus planos. Com essa o Sr. Wancroft vai pensar que só estou ajudando o Malfoy, e que esse está aceitando minha ajuda porque estamos vivendo um caso amoroso. Ah! Deu-me ate engulhos! “Bem que você queria não é?” Sai dái! Sai! Sai!

- Vou fingir que não ouvir isso Sr. Malfoy. Por que me fez pensar que a Srta. Granger. – virei senhorita de novo? – só o está ajudando por que há algo mais no relacionamento entre funcionários. – replicou enquanto molhava uma pena em um tinteiro.

Eu não disse! Malfoy e sua boca grande. – Não fala mais nenhuma besteira Malfoy, senão eu retiro tudo que disse, ouviu bem? Tudo? – briguei para que somente ele ouvisse, quando o Sr. Wancroft se abaixou para pegar um pedaço de pergaminho em alguma gaveta de sua mesa.

- Bom. Depois desse momento complicado, acredito que o Senhor e a Doutora estejam necessitando de alguma coisa para beber não é? – Perguntou o Sr. Wancroft e do nada minha garganta começou a gritar por água e olha que se eu colocasse um pingo de qualquer coisa no estomago vomitaria.

- Uma água, por favor. – respondi.

- E o senhor, Sr Malfoy? – perguntou olhando bondosamente para o espectro ao meu lado.

- Uma dose dupla de Whisky de fogo cairia bem... – falou bem baixinho, com uma voz parecida com a do Smeagol, olhando insano para um ponto do
chão. Só faltava ele olhar pra mim e falar “Meu precioso”.

- Desculpe, Sr. Malfoy, mas não entendi. – observou o Sr. Wancroft com um semblante intrigado.

- Hãn... um-um café, por favor. – gaguejou meios em graça.

Ao ouvir a resposta do Malfoy o Sr. Wancroft levantou-se da mesa dizendo que pediria para Hilva que trouxesse nossos pedidos. Ouvimos quando o fez pela porta entre aberta e em menos de segundos a monstrinha verde do pântano já estava nos servindo, cheia de sorrisinhos para o lado do Malfoy. Ah Malfoy, deixa o Wancroft te pegar! Era uma vez o espectro de lagarto albino do deserto disfarçado de sonserino.

- Pois bem! Agora voltamos ao nosso assunto. – começou o Sr. Wancroft ao
nos ver bebericar nossas bebidas. – No entanto essa é a parte, digamos, mais complicada. Como, aceitei os argumentos... – ele olhou de mim para a coisa do meu lado e de volta para mim. – da Dr. Granger... – Malfoy lançou-me um olhar de fingida cordialidade. Um a zero pra mim, mosca albina! Há! – Acredito que agora vocês devam me ajudar a encontrar um argumento excelente para não ser tão esculachado pelo Profeta Diário e continuar com a mesma pontuação que tenho perante o Ministro e a Suprema Corte. Então? Quem começa? – ele nos lançou olhares como se fosse uma criança esperando alguém contar aonde Papai Noel mora.

Bem! Aonde Papei Noel mora, eu não sei. Mas todos dizem que é no Pólo Norte. Mas como a pergunta não é essa então... EU NÃO SEI O QUE RESPONDER. Nunca na Inglaterra poderei dizer que o Sr. Wancroft poderá usar e abusar do nome da Ordem da Fênix para isso, por que senão, o Harry me frita com baba de trasgo. E ate mesmo porque, como eu, Hermione Granger, vou me portar diante às perguntas da Ordem quando e se souberem que menti só para defender o Malfoy? Justamente o Malfoy? To começando a achar que essa foi uma idéia horrenda. Se não fosse pelo fato de me lembrar de tudo e mais um pouco do que aconteceu na casa do Malfoy, mesmo eu querendo esquecer esse tudo e mais um pouco pelo resto da minha vida, eu acreditaria que fui alvo de uma Maldição Imperius. Sinceramente.

Olhei de esgoela para o Malfoy, e mais uma vez estava olhando para um ponto do assoalho, ou pelo menos parecia, enquanto começava a balançar freneticamente a perna. Pows! Será que ele vai depender de mim de novo? Desculpe mosca albina, mas a sacola de boas idéias esvaziou de repente.
Fiz o mesmo com o Sr. Wancroft e ele não continuava nos olhar com aquela cara de criança curiosa. Agora, parecia que alguém havia falado que Papai Noel não existe e que tudo não passou de uma farsa. Cara de tristeza? Claro que não! Cara de homicida isso sim. Respirou profundamente relaxando o corpo em sua aconchegante poltrona e já ia abrindo a boca para falar quando...

- Hem-hem. – senti um frio na espinha e acho que o Malfoy sentiu o mesmo, pois virou-se com tanta rapidez para olhar quem havia feito aquela barulho que não duvido nada que ele tenha lembrado da sapa velha da Umbrigde.

- Sim, Srta. Beckman? – pediu o Sr. Wancroft interessado. Caramba! Essa mulher poderia se disfarçar de sombra, por que nem notei que ainda continuava na sala.

- Eh... bem... Sei que não é de minha conta palpitar em reuniões... – ainda bem que sabe qual é o teu lugar. Aff! – Mas, acho que para o Profeta Diário o Senhor não é obrigado a dar nenhum esclarecimento.

- Não estou entendo a sua colocação, Srta. Beckman. – falou o Sr. Wancroft, agora com um semblante intrigado.

- É, nem eu! – falei sem me conter.

Hilva ainda respirou profundamente com um olhar cortante para mim antes de ouvir Malfoy dizer com uma voz tão calma, como se quisesse passar tranqüilidade. Coragem. Como se tudo estivesse bem e que todos nos, sem exceção, estava esperando ansiosos por ouvir mais uma vez aquela voz de taquara rachada.

- Pode falar, Srta. Beckman, toda a ajuda é bem vinda. – e sorriu. Ah! Meu Deus! Tragam um saco para que eu possa vomitar nele, por favor.

- Obrigada Sr. Malfoy. – e sorriu de volta. Atirada! Gosmenta! Fácil! Vaca! E... “Já chega ta! E houve a mulher falando!” Aff! – O Senhor não deve explicações, pois nada sabe do mandante daquela atrocidade. Aliás, ninguém sabe. Apenas palpitaram como sempre fazem, esse pessoal do Profeta.

- Hum! Mas não estamos apenas falando da impressa bruxa, Srta. Beckman, estamos falando também do Ministro da Magia, Alberfoth Tolkin. – coloquei, vendo um imenso buraco nesse argumento mal planejado. Claro! Planejado por uma mente tão vazia, era o máximo que poderíamos esperar.

- Sim, Dra. Granger, mas ainda não terminei. – colocou com um sorrisinho afetado.

Sr. Wancroft nem se moveu, no entanto, Malfoy soltou uma risada pelo nariz que tentou esconder começando a tossir no mesmo momento. Um acesso de tosse exageradamente ridículo. Não conseguir evitar, e diante daquela resposta que levei na cara da secretaria oferecida, comecei a bater nas costas no Malfoy com tanta força, claro que com a intenção de fazê-lo parar de tossir, numa tentativa homicida de ajudá-lo, que foi preciso ele levantar de sua poltrona e se afastar alguns metros de mim para que eu parasse. Só ai percebi a que ponto havia chegado, sequer olhei para o Sr. Wancroft, que estava com os olhos esbugalhados vidrados em mim.

- Pode continuar Hilva. – pedi tentando deixar a voz a mais normal possível. “Ah! Que isso? Ela está descontrolada!” Cale a boca Consi!

- O Senhor está bem, Sr. Malfoy? – perguntou ela olhando de mim para o Malfoy, assustada.

- Cla-claro. – disse Malfoy com a voz embargada.

- Sim, como eu ia falando antes de ser interrompida pela Dra. Granger, - alfinetou de novo? Agora eu vi! Alguém ta anotando isso? Heim? Pois anotem, porque depois que eu perder a cabeça, tenho provas. - E quanto ao Ministro Tolkin, acredito que pelo fato do Sr. Wancroft ser um homem de sua total confiança, ele aceitará sua decisão de deixar o Sr. Malfoy trabalhando aqui ate que se prove o contrário. Pois caso o contrário, irá se instalar o caos no mundo bruxo, onde todos pensaram que um novo Vocês-sabem-quem está surgindo ou então pensaram que está tudo resolvido, apenas pelo fato de terem encontrando um culpado sem esse ter realmente culpa por alguma coisa. – parou um pouquinho para respirar e então prosseguiu. – Porém, se o Senhor tiver o desejo de se manifestar perante a Comunidade bruxa através da impressa, poderá dizer que: que o Sr. Malfoy continuara no hospital ate que se prove o contrario, ate mesmo porque ele está se demonstrando um excelente preparador de poções e com isso forma uma dupla brilhante junto à Dra. Granger. – concluiu com um sorriso sincero e meigo. Arg! Mais uma vez os engulhos!

Qualquer pessoa poderia ter pensando nisso. Até mesmo o Malfoy! “E por que você não pensou nisso, heim Hermione?” Por que, ora por que, por que... eu estava sobre pressão! É! Estava sobre pressão e ainda mais tendo o Malfoy para salvar o pescoço não ajuda em nada. “Ah! Agora o Malfoy é importante é? Humhum! Não venha com essa de ‘pressão’, sabemos muito bem que a senhorita age muito bem sobre pressão. Não é a toa que és o cérebro do trio maravilha!” Mas isso é diferente! “Diferente? Claro que é diferente? Você não tem uma varinha no pescoço agora, ou seja, nesse momento é muito mais fácil de pensar. Vai logo, Mione, e aceita que a secretária boazuda deu uma bola dentro” É... Pode ser! Mas... ela continua sendo oferecida e atrevida por ter entrado na conversa dos outros. Se toca Hilva! “Mas, admita que o intrometimento dela foi bem vindo. Salvou tua vida! Tua e a do louro gostoso!” Aff! Não seja dramática, Consi! Também não é pra tanto! E quem me garante que ela não fez isso, justamente, por causa do Malfoy? Heim!

- Dra. Granger? – ouvi ao longe uma voz me chamando.

- Granger?

- Hãn! – Malfoy, Sr. Wancroft e Hilva estavam me olhando atentos como se a qualquer momento algo saísse de mim. – Desculpem. Estava pensando no que a va... quero dizer, a Srta. Beckman falou.

- Ótimo, então! – começou o Sr. Wancroft. – Concorda que é vantajosa essa idéia da Srta. Beckman?

Não acredito que perante essa idéia, ate que boazinha que a Hilva nos deu o Sr. Wancroft ainda prefere que eu opine? Mas eu tenho muita moral mesmo. No entanto se eu falar que não ele vai querer uma nova proposta e como tudo que mais desejo, nesse momento, é me trancar na minha sala e refletir sobre tudo, prefiro deixar como está. A idéia dela ate que não foi má. Contudo, até o Malfoy poderia ter pensado nisso. Até ele!

- É vantajosa sim. Podemos dizer que a idéia é bastante simples, mas pode funcionar. – falei olhando com deboche para a Hilva que trincou o maxilar de, hum, raiva? Hahaha!

- Então! Está decidido. – concluiu o Sr. Wancroft com um sorriso enquanto fazia algumas anotações em um pergaminho. – Muito obrigado, Srta. Beckman, sua ajuda foi muito bem vinda. – sorriu para ela.

- Não há de que Sr. Wancroft, estarei aqui sempre que algum funcionário entrar em apuros. – e sorriu abertamente para mim. Ah filha da mãe! Ta me enfrentando é?

- Sim, sim! Mas não se esqueça do seu trabalho. – impacientou-se o Sr. Wancroft. Na lata!

- Com licença! – e saiu de sala recebendo um sorriso candido do Malfoy. Aff!
Minutos depois, fomos dispensados pelo Sr. Wancroft e saímos de sua sala. No entanto, Malfoy ainda fez uma paradinha no balcão onde Hilva ficava para fazer sei lá o que, só a vi sorrindo enquanto escrevia algo em um pedaço de pergaminho e entregando para o malfoy que o guardou rapidamente dentro de um bolso interno de seu casaco. Fingindo que não havia presenciado aquilo continuei minha caminhada em direção as escadas e quando já tinha passado por quatro degraus senti Malfoy ao meu lado.

- Nós safamos! – disse ele ao meu lado, visivelmente feliz.

- EU, nós safamos! – falei tentando imitar a voz dele na ultima palavra. – você quer dizer.

- Ta bom, você ajudou um pouquinho.

- Um pouquinho? – estanquei um pouco antes de chegar ao patamar do quarto andar. – Francamente Malfoy, não vou discutir com você.

- Ta certo! Ta certo! Você falou algumas coisinhas que deram certo. – disse ele batendo em minha costa e fazendo-me andar, no entanto, estanquei de novo.

- Coisinhas? Coisinhas? Como você pode falar que algumas coisinhas que eu disse deram certo? – minha paciência já estava chegando ao limite. – Não sei se você percebeu Malfoy, mas você já estava praticamente expulso do hospital. E se não fosse por eu ter apelado isso teria, realmente, acontecido.

- Ah, então quer dizer, que você... mentiu para o seu chefe? Para o Sr. Wancroft. – havia sarcasmo na voz dele. – E logo você que é a Hermione ‘certinha’ Granger. Isso é feio sabia?

- Se você tivesse outra idéia, então por que não falou, Draco ‘sabe-tudo’ Malfoy? – joguei pra ele que fez um careta.

- Pra que? Se você estava lá? – meus olhos giraram nas órbitas. – Você disse que ia me ajudar, só não sabia que ia mentir para isso. Ai-ai, Granger, já esta andando muito comigo.

- Olha aqui, Malfoy! – não agüentei mais, eu tinha que explodir ali mesmo. Virei-me para ele com um dedo erguido e percebendo que ele estava um degrau a cima do meu, se tornando mais alto que o normal em relação a mim, subir dois degraus para poder ficar cara a cara com ele. Nem sempre é bom ser baixinha, e olha que tenho 1,67 de altura tá! – Se você não gostou do que fiz, então volte na sala do Sr. Wancroft e conte tudo a ele. Ou então chame a Hilva para lhe defender, por que já estou ficando cansada dessas suas brincadeirinhas, da sua voz irritante, da sua presença indesejada...

- Ora, ora, ora, se não é a mais nova chefe de Departamento que esse hospital possuiu em seu corpo.

Ouvi uma voz vindo de muitos andares abaixo que crescia gradualmente. Não sei o que esta acontecendo, mas nenhum desses dias esta sendo favorável a mim. Olhei para baixo e, minhas suspeitas se confirmaram. Quem vinha em nossa direção era ninguém mais que Igor Brugston.

- Quem é esse? – perguntou Malfoy bem baixinho.

- Igor Brugston. Almeja ser chefe de um departamento muito antes de eu entrar aqui. – falei para ele em seu ouvido. E não sei, por que, mas algo dentro de mim fortaleceu ao sentir aquele perfume cítrico.

- Olá Igor. – cumprimentei tentando sorrir.

- Como vai Doutora? Era impressão minha ou a senhorita estava levantando a voz em um lugar inadequado para um funcionário. Você sabe muito bem que o Sr. Wancroft não tolera isso. Discórdia! Ou será que a exaustão, de ter que cuidar de um departamento tão importante, esta começando a lhe prejudicar psicologicamente? – é impressão minha ou esse perturbado está me chamando de maluca? Ahhh! Não acredito que acabei de encontrar alguém que seja páreo para o Malfoy? Mentira! E como sempre alfinetando ate onde é possível.

Igor Brugston é um homem que aparenta ter entre 35 – 40 anos. O rosto fino, que lembra muito o do Malfoy, no entanto tirando os olhos azul-chumbo e os cabelos loiros, pois Igor Brugston tem os olhos tão negros quanto seus cabelos que já demonstravam rarear nas entradas. Tem um jeito que declina entre rude e malicioso e se não fosse tão prepotente, poderia ser considerado um homem bonito, mas qualquer beleza que pudesse ser percebida ali em um primeiro momento acabaria a partir de quando o conhece pessoalmente. Sonha em comandar um departamento sozinho e me odeia com todas as forças, pois a decisão para um novo chefe para aquele departamento estava entre mim e ele. Ai já viu não é? Perdeu para uma mulher de 24 anos e com pouquíssima experiência comparada a sua. Resumindo: chato, prepotente, ambicioso e tantas outras coisas que só de pensar já me dá raiva.

- Oh! Desculpe, não me apresentei, Dra...

- Sei muito bem quem é você! – respondeu sem tirar os olhos de mim. Olhei de relance para o Malfoy e seu maxilar ficou rígido ao mesmo tempo em que baixava a mão, pois Igor não havia sequer tirado a sua mão de dentro do jaleco para cumprimentá-lo. – O cansaço está lhe afetando doutora?

- A Dra. Granger não estava levantando a voz para ninguém. – começou Malfoy calmamente e não duvido muito que estava com aquele sorrisinho esnobe, antes mesmo que eu abrisse a boca para falar.

- Não foi isso que vi. – retrucou Brugston olhando para Malfoy com fingido interesse.

- Então, você viu errado. A Dra. Granger apenas estava me passando algumas instruções sobre o trabalho que estamos desenvolvendo no departamento que ela coordena. E posso confessar que não estava entendo muito bem sua explicação.

- Corredores não é lugar para trabalho. – ai caramba! É impressão minha ou esta saindo faíscas desses dois homens?

- O Hospital é lugar para trabalho. Enquanto estivermos aqui, estaremos a todo o momento trabalhando. – retrucou Malfoy olhando diretamente nos olhos de Brugston, os dois não piscavam.

- No entanto ainda acredito que a Dra. Granger esteja com algum probleminha de muita pressão, pois nem conseguir se “defender” ela esta, para isso precisa de seu auxiliar ou guarda-costas. – alfinetou mais uma vez e eu já estava me preparando para pular em cima do Malfoy caso ele avançasse para o Brugston.

- A Dra. Granger possuiu muito que fazer para ficar batendo boca nos
corredores com alguém que não aceita estar subjugado por uma mulher tão nova que poderia ser filha dos dinossauros do hospital. – Malfoy falou com uma impressionante calma e extremamente calculista que ate os pêlos da minha nuca arrepiaram-se. Caramba, ele não pode estar fazendo isso. – E para isso, os corredores não servem.

- Então... – aproveitando a deixa do Malfoy - vamos Malfoy, temos muito que fazer ainda no meu... – frizei bem a palavra. – departamento.
E sai puxando o Malfoy pelo braço antes que ele perdesse a cabeça, descendo ainda três degraus ate entrar no corredor do departamento.

- Que cara mais nojento! – exclamou o Malfoy olhando constantemente para trás.

- É! Eu sei!

- Quem ele pensa que é para falar com você daquele jeito? – perguntou pegando em meu braço e me fazendo virar para ele.

- Já estou acostumada com isso. – respondi um tanto espantada com aquela
reação. Já estava achando extremamente estranho e desconfortante vê-lo me defendendo do Brugston e agora essa.

- Pois não devia! – ele ta brigando comigo? – Um cara arrogante como esse não pode ficar falando essas coisas para você e ficar desse jeito. Tem...

- Já disse Dra... Malfoy, tudo bem! Já passou! Estou acostumada com isso. – e foi inevitável não sorrir. Sorrir mesmo. Principalmente da cara aturdida que ele fez me vendo sorrir. Naquele mesmo instante, aquela expressão de raiva se desanuviou de seu rosto e pela primeira vez vi embaraço, um grande embaraço, naquele rosto malicioso.

- Desculpe. Acho que exagerei. – pediu coçando a cabeça com um meio sorriso sem graça sem me encarar nos olhos. Se não fosse Draco Malfoy que estivesse na minha frente já teria agarrado aquele homem e lhe enchido de beijinhos. Guti-guti!

- Malfoy me pedindo desculpas? – brinquei. Ele sorriu olhando para mim. Um sorriso diferente. Descontraído. Não tinha nada de malicioso ali. Oh Deus! Eu acho que acordei em um mundo errado. Só pode ser!

- E obrigado também. – lhe lancei um olhar intrigado. Definitivamente eu acordei em um mundo errado. Que planeta é esse em que Draco Malfoy me defende, pede desculpas e ainda diz obrigado? Nuss! – Pelo o que aconteceu na sala do Sr. Wancroft. Também senti que já estava com um pé na rua, senão, os dois.

- Ok! Ok! É... obrigada também pelo o que falou ao Brugston. Acho que
agora que ele vai me torrar a paciência mesmo, mas, obrigada. – sorrir para ele que retribui.

De repente, parou. Tudo parou. O som. O ar. O tempo. Não conseguia ver nada além daquelas íris azul-acinzentadas me encarando, me perfurando como se quisesse ler meu interior de frente pra trás, de trás pra frente e foi inevitável não lembra da noite anterior. De tudo que havia acontecido no apartamento dele. Do beijo simples e... carinhoso que ele me deu. E depois da mistura de sensações que aqueles beijos eloqüentes me fizeram sentir. Aquelas mãos grandes e quentes percorrendo meu corpo em combustão, o cheiro cítrico invadindo minhas narinas ate a alma, aquela boca em meus lábios, pescoço... E um sorriso cínico escapou de seus lábios me fazendo voltar ao mundo real e perceber o que ele tinha acabado de fazer.

- Filho...

- Olha a boca Granger! – falou sorrindo cinicamente pra mim. Balancei a cabeça negativamente não acreditando que havia caído nessa.

- Não acredito que você fez isso. – falei em um sopro de voz.

- Não fiz nada. Na verdade, fiz sim... – engoli em seco. Mesmo tendo a certeza do que havia acontecido, é meio complicado quando é provado na sua frente. – Te defendi do Brugston. E você me ajudou com o Sr. Wancroft... – falou descontraidamente colocando as mãos no bolso, mas eu vi juro que vi aquele sorriso cínico. Estava lá, eu sei que estava!

- Então... – voltei a andar por que sabia que mesmo que insistisse ele não me diria que usou a legilimência comigo e mesmo assim estava louca para me trancar em minha sala e enterrar a cabeça naqueles pergaminhos só de vergonha – Vamos deixar como as coisas estão Malfoy!

- Odeio empate, Granger! É como beijar a própria irmã. – fez uma cara de nojo quando emparelhou comigo. – E nos dois sabemos que somos filhos únicos. – sorriu malicioso. Engoli em seco.

- E o que isso tem haver?

- Nada, apenas leia nas estrelinhas Granger, já que é tão esperta. – passou por mim abrindo a porta do departamento logo em seguida, no entanto, a fechou voltando-se para mim que estanquei na mesma hora quase colidindo com ele e para não voltar a acontecer à mesma coisa que ainda a pouco dei vários passos para trás, dessa forma ficando o mais longe possível de qualquer contato. – Eu não mordo Granger.

- Eu não sei! – falei na defensiva. – Não sei quando foi a última vez que você comeu.

- Depende de que “comida” você esta se referindo. – sorriu mais cinicamente, se era possível. Revirei os olhos nas órbitas.

- Poupe-me dos detalhes, por favor. Agora sai da frente que não sei você, mas tenho muito que fazer hoje.

- Também tenho chefinha. – falou em deboche. Já estava me acostumando com isso. – Mas, antes disso, não entendi o que você quis dizer quando falou que eu não deveria me aproximar tanto da Hilva. Pode explicar? - Aff! É isso? Não sei por que tanto interesse nela. Hilva só é... bonitinha!

- Nada, apenas leia nas estrelinhas, Malfoy, já que se diz tão esperto! – ele gargalhou abertamente, jogando a cabeça para trás, acompanhando aquele ato percebi que na linha no maxilar havia um sinal, um sinal pequeno e bonitinho que contrastava com sua pele branca e aquilo fez algo passar por mim, como, não sei... um desejo de ter aquele sinal pra mim. Ai credo! Obsessão por um sinal? Deus me livre e me guarde!

- Você não gosta da Hilva? – perguntou-me quando parou de rir.

- Para mim ela não fede e nem cheira! – respondi dando de ombros.

- E eu?

- O que tem você? – perguntei na defensiva.

- Você se importa comigo? – falou serio. Parecia que nem havia gargalhado segundos atrás.

- Mas que pergunta é essa, Malfoy? – aonde ele esta pretendo chegar? Que tipo de pergunta é essa?

- Apenas quero saber se você se importa comigo já que, primeiro diz que vai me ajudar a provar que não fui o mandante do ataque a Hogsmead, me defenda na frente do Potter e do Sr. Wancroft e ainda me diz para tomar cuidado com uma mulher espetacular. Não estou entendendo essa sua vontade de se tornar de uma vez por todas a boa samaritana? – falava contado nos dedos e os passos enquanto se aproximava de mim.

Falando desse jeito ate parece que sou um monstro e, principalmente que estou fazendo muita coisa por ele, muita mesmo. Ele quer uma resposta então ele vai ter a resposta dele, mas só depois de eu pensar em uma que me convença primeiro. Por que sinceramente, apesar de já ter falado isso aqui algumas varias vezes, mas eu não sei por to fazendo isso. É... por que mesmo?

- A questão não é essa. – só pra ganhar tempo. – Não estou querendo ganhar o prêmio da paz por ajudar um... você. – pra ganhar mais tempo, mas foi inevitável não começar a apertar uma mão na outra. Ainda bem que o Malfoy não e conhece para saber que estou me sentindo perdidona, agoniada, sem saber mesmo o que fazer.

- Diga logo, Granger, um ex-comensal da morte...

- Mas, como humana que sou... – Olha só! Essa foi digna de um discurso... Mas alguma coisa desceu ao meu estômago ao ouvi-lo falar aquilo. – acredito que as pessoas alguma vez na sua vida podem mudar, querer tomar um rumo descente.

- Ah, então você acha que eu, Draco Malfoy, o menino mal, pode estar querendo tomar um rumo descente na vida? – mesmo querendo colocar todo seu tom esnobe na voz, senti que havia um pouquinho de desesperança ao dizer aquilo.

- Sim. Acredito nisso sim. – respondi erguendo o queixo

- Tem certeza de que é apenas isso? – perguntou sorrindo cinicamente, mas havia uma espécie de suplica ali. Oh Mérlim! Por que ele diz uma coisa quando não é bem isso que acontece? Pensei que fossem apenas as mulheres que faziam isso. Sem ofensas ta! Mas nos, pelo menos, fazemos isso melhor que eles. Está comprovado que eles não sabem fingir. Legal!

- Claro que é apenas isso. Pensou que houvesse mais o que? – perguntei desafiante, mas ao mesmo tempo usando um pouquinho do deboche que ele tanto usava comigo. Quando você passa a conviver com uma pessoa começa a agir como ela. – O seu problema Malfoy é que você se acha muito importante! – ele arqueou as sobrancelhas em descrença. Como pode isso? - E sobre a Hilva... Você trabalha pouco tempo aqui no hospital e por isso não deve ter percebido, mas ate no mundo bruxo existe adultério. Ou seja, se você presa tanto o que tem no meio das pernas então fica distante dela.

Joguei na cara dele mais debochadamente possível. Passando por ele, fiz questão de não tocá-lo e entrei no departamento, mal dei um passo para dentro mãos pegaram em meu braço me levando para algum lugar e me empurraram em uma cadeira sem cerimônia, segundos depois o rosto de Maire se fazia na minha frente, ela estava com um sorriso enorme e maníaco. To com medo! Que merda vem agora?

- Diga que é verdade, diga! – falou e sua voz também estava com um teor maníaco.

- O quê? – perguntei assustada olhando ao redor a procura de uma rota de fuga. Só encontrei o Malfoy entrando no departamento com um cara de quem acabara de ver alguma coisa nojenta e horrível.

- O que todos estão dizendo. Não falavam em outra coisa.

- Mas que coisa criatura? – além de assustada já estava ficando impaciente.

- Ora o que Hermione? Que ele vai ser despedido depois do que saiu no Profeta. – falou apontando para o Malfoy que parou no mesmo instante na porta do banheiro e virou-se para nós com uma expressão de curiosidade.
Era só o que me faltava. Agora o Malfoy vai ter mais alguma coisa pra contar nos dedos. Além de Harry e toda a Ordem da Fênix ainda tem Maire e toda a comunidade bruxa. Será que posso erguer bandeira branca agora? Posso? Ta vendo só Hermione? Querendo abraçar o mundo quando se tem braços curtos dá nisso. Bem feito!

- Era verdade. Mas o Malfoy não vai mais ser demitido.
Axistem aqueles momentos em que tudo fica silencio e que apenas os grilos cantam, pois é, é quase isso que está acontecendo agora. Tirando as palavras confusas que a Maire está tentando dizer, ia ser igualzinho.

- Mas... mas... como? Eu pensei que ia me ver livre dessa coisa.

- Coisa não por que tenho nome e ele é...

- Cala a boca retardado, ninguém falou contigo.

- Calma, Maire, não precisa se comporta dessa maneira. – tentei acalmar os ânimos da mulher por que ela virou com tal fúria para o Malfoy com o dedo erguido que eu não teria tempo de segura-la e mesmo assim. Já bastou por hoje. Chega de brigas! Será o Benedito que não vou chegar à minha sala hoje não?

- Vou ficar calma na medida em que esse idiota não dirigir palavra a mim. – apontou mais uma vez para o Malfoy que ia abrindo a boca pra retrucar, mas diante um olhar meu, não fez. – Agora me explica o porquê dele não ser demitido?

- Por que conversamos com o Sr. Wancroft. – respondi tentando me fundi a cadeira, mas foi impossível. Poxa.

- Como assim, “conversamos”? – perguntou estreitando os olhos para mim.

- O Sr. Wancroft mandou-me chamar juntamente com o Malfoy para falarmos antes de começar o expediente e ele perguntou se tínhamos alguma argumento convincente para manter o Malfoy aqui...

- E você, inteligente como é, deu um ótimo argumento para ele não foi? – me acusou erguendo o dedo.

- É... mais ou menos isso. – respondi sem encará-la nos olhos.

- E agora você teria um bom argumento para apresentar pra mim o porquê de você ter defendido alguém como ele? – cruzou os braços na frente do corpo demonstrando que não sairia dali sem uma resposta.

- E você teria algum para explicar por que odeia tanto o Malfoy. – rebati com um dor no peito, pois não era minha intenção brigar com Maire, não mesmo, mas, infelizmente lembrei dela e de sua picuinha com o Malfoy, mas se eu tinha que saber alguma coisa era pra ser naquele momento.

- Tenho, e você também, vários que nem consigo enumerar, mas existe um que pode fazer você voltar atrás agora mesmo. – saiam faíscas de seus olhos enquanto que enchiam de uma camada fina de água. – Me diga Hermione, o que deu em você para ajudar ele?

- Acredito que as pessoas possam mudar. – sua boca abriu em descrença. – Sim! Maire, acredito que ate mesmo o Malfoy pode mudar. Tudo indica que ele poderia ser o culpado, mas eu não sei por que, acredito que não foi ele e que tem uma coisa muito maior do que isso tudo.

- Como você pode acreditar que alguém como um ex-comensal da morte pode mudar...

- Por que ele ajudou Harry a vencer a guerra. Ele passou para o nosso lado, e mesmo por beneficio próprio ele ajudou muito. Todos sabem disso! – concluir com a voz um tanto esganiçada pela falta de ar. Discutir aquilo com Harry e Gina foi bem mais fácil do que com Maire. Ela estava irredutível com suas opiniões.

- Pelo amor de Mérlim, Hermione, tudo que você fala é tão pouco para abafar tudo que ele fez. – sua voz estava abafada e saiu um pouco entrecortada pelas lágrimas que ela tentava controlar ao máximo. Pelo amor de Mérlim digo eu, o que ele te fez pra ter todo esse rancor criatura?

- Desculpe, se minhas palavras parecem ser tão insólitas para tentar lhe convencer, mas o Malfoy não foi demitido e não será ate que se prove o contrário. – finalizei levantando da cadeira dando a percebe que aquela conversa, por mim, estava encerrada.

- E se for provado o contrário? – perguntou não permitindo que eu passasse. Por ela a conversa não parava aqui. Barraqueira!

- Se for o contrario, eu vou ser demitida junto com ele e seu novo chefe será o Brugston. – disse sarcástica.

- Não acredito que você esta mesmo do lado desse cara.

- Estou e pode ir se acostumando com isso! – sentenciei dando um passo para o lado e ela bloqueou meu caminho me olhando desafiadora.

- Mesmo depois de tudo que ele fez?

- Eu sei de muitas coisas da qual o Malfoy participou e fez. Coisas que me fazem querer azará-lo pelo resto da vida. Mas eu não sei o que ele LHE fez para você guardar tanto rancor. – rebati com irritação a flor da pele. Aquilo já estava me deixando "P" da vida o suficiente. Logo hoje sendo o dia que eu mais queria era entrar na minha sala e ficar lá ate o mundo desabar e ser reconstruído de novo.

- Ah! Então você quer saber o que ele me fez, é isso? – perguntou me afrontando.

- Se isso me ajudar a entender o que esta havendo aqui. Essa discórdia entre vocês.

- É... eu acho melhor...

- Você não acha nada. Nunca achou e não vai achar agora! – peguei um susto quando ouvi a voz do Malfoy, havia me esquecido que ele estava ali servindo platéia para a nossa discurssão e, principalmente, quando Maire o interrompeu quase aos berros. – Você está com medo de que sua protetora saiba o que fez comigo, heim?

- Medo do que Malfoy? – perguntei olhando de Maire para ele e desse para ela.

- De nada!

- ESTÁ sim! – gritou!

- Cala a boca Maire. Você não sabe do que está falando. – disse Malfoy em um sussurro passando as mãos pelos cabelos sebosos e platinados.

- NÃO sei do que estou falando? NÃO SEI?! Pois sei sim Draco e como sei...

- Você não sabe...

- Sei sim o que é ser ENGANADA. Sei sim o que é PERDER UM FILHO! – Maire gritou aos prantos apontando um dedo para o Malfoy que ficou mais branco do que uma alma penada.

- O-o q-quê? – eu ouvi mesmo o que ouvi?

- Isso mesmo o que você escutou Hermione. O seu queridinho Comensal da Morte que pensa estar mudando me fez perder o meu filho. O NOSSO FILHO!

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N/A: Genteee cap novooo...
Desculpa a demora, desculpa mesmo, + isso ficou no cap. d aviso que já apaguei pra colocar ESSE cap. novo =D "Os Primeiros Sintomas"
E ai? gostaram??? Espero que sim.. espero muito msm...
Um aviso: o cap. foi betado por mim, então, como não tenho muita paciência pra essas coisas e msm assim, não sei c acontece com vcs escritoras, pelo fato de escreve, msm q ajente leia, leia, leia umas trocentas vcs NÃO CONSEGUE ENXERGAR O ERRO! pois eh é... então é isso... pq gente, minha beta sumiu, desapareceu, ou será q ela desistiu de mim??? Ah tomara que não!!! MARCELEEEEEE Cadê vc mulher pra me socorrreeeeerrrr????? *Autora desesperada, olhando para todos os lados a ponto de xorar =( *
Quem vê ela por ai, me avisa, ta bom!!!

Vamos ao coments...

Anna Fletcher: hihih, gostou do Draco dando piti?! hihi! espero que goste desse também, moça, e ñ foi nada dramática ñ, so um tikinho hihih, e sobre a perfeição do Malfoy, bem, o meu Malfoy é perfeito na medida de possível de um sonserino, + é melhor eu para d falar! E por favor, ñ morre ñ, já dc q seus coments são perfects pra mim... bunda quadrada de tanto esperar foi boa... e olha q no começo do cap vc vai ver qm ta com a bunda quadrada tbm hihihi... espero q tenha compense!! b-jus moça muito obrigada e desculpa + uma vez.

Teresa: E ñ deve ter acredito que postei d novo ñ é? + ta ai o cap. moça, não é ilusão ñ viu, tudo q vc acabou d ler aconteceu msm =D concordo inteiramente com a srta., os 11 e 12, pra mim foram o meu auge ate agora =D... e por favor amiga, ñ enfarta ñ, por favor =D E ñ abandonei vcs ñ viu... e pode reclamar msm, sei q merec uns puxões de orelha, sei sim =( b-jus moça ate a próxima e desculpa =P
hellen: Ai meu Deus! Leitora nova fico ate emocionada!! SEJA BEM VINDA \o/... e ta ai o cap viu moça e desculpa pela demora! =D

Melissa: Deve ter levado um susto d novo ñ? Assim como esperou horrores por esse... desculpa dsd já. AT ai moça o cap. Inteirinho!! E o Draco, realmente é a casta larga da historia, tudo culpa dele! Hihi... a cena dele com os animais da Mione, tbm rir quando escrevi, keria q ficasse uma cena patética e cômica, acho que conseguir! *escritora com um sorriso do tamanho do mundo* E bom moça, espero q tenha gostado desse cap viu... =***

Mione Malfoy: *escritora dando pulos de alegria* q bom q minha historia fez vc rir moça, q bom msm, esse é ponto centra dela, pelo – por enquanto. =D espero q goste desse tbm viu, ñ seic a fez rir + quando eu li pra betar, eu rir ate q um bocadinhu =D =*** e desculpa!!

Tete granger: POxa, linda, desculpa msm, ñ foi tão fácil escrever esse cap. Pela minha falta d tempo, + ta ai um novinho e espero q tenha gostado =D tbm adoooro esse casal... ñ + q Rony/Hermione, + to adorando escrever sobre Draco/Hermione. =* e desculpa moça!

Rhaissa.Black: huhuuh q bom q gostou!!! *Escrito dançando uma espécie de conga! hihihi* Adorei os seus perfeitos viu!! Muito msm!!! =D ta ai moça, o cap. Novo, espero que tenha gostado, viu =*** e desculpa pela demora!!

Clara Malfoy: ahhh q bom q tenho mais uma leitora nova... fico extremamente feliz por isso viu... SEJA BEM VINDA \o/\o/... espero q esteja gostando de minha historia... b-jus moça e desculpa a demora!

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