Maldita (bendita?) aposta!



*Lumus*
OI gente!!
Ñ! Ñ é miragem ñ...
É o cap. 11 sim!!!
desculpem a todos pela demora!!!!
Sem + delongas.. vamos ao cap.

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- Bom dia Srta. Granger!

- Só se for pra você!

- Bom dia queri...

- Cala a boca!

Nem me dou ao trabalho de saber quem é o individuo que esta ofendendo a minha manhã. Não é “Bom dia!”, porque não estou vivendo um bom dia. O dia já começou pessimamente péssimo desde o momento que acordei, ou melhor, desde o momento que dormir ontem e ainda por cima vem uma coisa de outro mundo me dizer “Bom dia!” com um sorriso super animado como se tudo no mundo fosse o mais colorido... Ah! Vá à merda!

- Bom dia Srta. Hermione!

Ah! Era só o que me faltava será que todo o mundo acordou cego hoje e não estava vendo escrito na minha testa em garrafas do tamanho 84 que NÃO-É-UM-BOM-DIA! Pelo amor de Deus!

- Bom dia Mione!

- Arg!

Que merda é essa? Será que todo mundo resolveu tirar, uma, duas, três com a minha cara.

- NÃO está sendo bom! NÃO estou vivendo um bom dia! E dá pra NÃO encher mais a droga do saco. – viro para a pessoa que com certeza não está vendo essa carinha linda que Deus me deu borbulhando de raiva e... Sabe quando vira para um lugar com a certeza de que vai dar de cara com alguém, mas não tem ninguém ali? Pois é! Isso acabou de acontecer comigo.

- Dicupa! – escuto isso em um ponto na altura de minha cintura e quando a abaixo a vista, dou de cara com uma criança de pele negra, cheia de trancinhas no cabelo, de rostinho angelical tirando o biquinho que ela fazia de tristeza. Era Déby, do 1° andar do meu prédio, toda bonitinha no seu uniforme de escola.

- Oh Déby, desc... – mas quem disse que ela ficou para ouvir o resto. Saiu correndo quando a mãe lhe chamou, logo após mandar língua pra mim, a bonitinha. Eu ri.

Passado acesso de riso, uma tristeza profunda me consumiu. Por que da tristeza? Ah sei lá! Será por que o meu sonho de ser zumzumbida pelos ET’s esteja longe de acontecer ou por que acabei de maltratar verbalmente a única menininha que gostava de comer meus bolos duros e tomar meu café amargo, além de acabar com a minha imagem de mulher-amiga-das-crianças? O que acham?

Continuou minha caminhada rumo ao St. Mungus mais miserável que nunca, pensando na virada que minha vida deu. Como pude soltar os cachorros na Déby? Como? Eu não sou assim. Eu nunca fui assim. Tirando com o Rony, mas, ah! Com o Rony podia! Mas é claro que a culpa por tudo que estou passando é apenas e precisamente da lesma Albina, cujo nome é: Draco Malfoy. Para que esse ser desprezível foi aparecer agora? Voltar do mundo dos mortos? Hein? E por que, a pergunta que vale mil galeões, o que ele está tramando com essa repentina volta?

Tenho muita coisa para descobrir e quanto mais rápido isso acontecer mil vezes melhor pra mim, trocentas mil vezes pior pra ele. Fazer o pior para o Malfoy nesses dias está virando meu objetivo de vida agora.

- Ah Meu Deus! Estou virando uma mulher amarga, sem sentimento, pensando o pior para todo mundo. Aliás para uma única pessoa no mundo. Mas... por incrível que pareça estou me sentindo tão bem. Mas isso não é bom. Ele não tem o direito de fazer com que eu sinta isso. “O amor e o ódio andam de mãos dadas e se dando beijinhos” Ah, era só o que me faltava. Estava muito bom para ser verdade. Quem lhe deu autorização para se manter na minha conversa com o lado racional do meu cérebro? E a culpa também é toda sua ouviu Consi? Você com essa mania ridícula de colocar coisas na minha cabeça. “Eu não coloco nada na sua cabeça, apenas faço fluir seus desejos mais íntimos. Aquele sonho, por exemplo.”

Quem estiver me olhando nesse exato momento terá uma vaga certeza de que essa pessoa aqui é um tanto desequilibrada. Pois o que vocês diriam se vissem alguém em um beco batendo na sua cabeça, xingando e chutando o vento, além de bater com os pés no chão quando não esta treinando futebol com uma bola imaginária?

- Cala a boca sua consciência’zinha de uma figa. – pá! – Você não tem mais nada de interessante pra fazer não? – pam! – Quem é que esta falando em sonho aqui? – poft! – É você que fica colocando coisas na minha cabeça sim! – pum! – Esse sonho que tive com o Malfoy foi obra sua sim...!

- Anda sonhando comigo Granger?

Não! Isso não está acontecendo! Isso é mais uma obra dessa consciência intrometida. Oh meu Deus! Faça com que seja isso. Não pode ser quem eu estou pensando e tendo certeza de que é. Levanto a vista e dou de cara com... imaginem? Aquele louro aguado estampando aquele sorriso cínico para mim. O mesmo sorriso que perturbou meu sono e que não sai da minha cabeça.


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Mesmo sabendo que minhas pernas chegaram a um ponto que não me obedeceram mais, em decorrência da luta que travei ontem em busca de um AP ainda estou disposto a enfrentar a bruxa má. A chefinha má, que tanto vai me atormentar nesse mês de experiência. Claro que aos olhos do Sr. Macllem serei o mais bonzinho possível. Draco Malfoy também pode ser um bom menino. Porém, o máximo que posso fazer é ficar no meu canto e não cutucar o hipogrifo com vara curta, mesmo sabendo que não vai ser nada fácil. Mas eu acho que os deuses estão torcendo por mim... ou não... a cena que estou presenciando não é nada normal e muito bem vinda.

O que vocês pensariam se vissem a chefa de vocês dando um showzinho de loucura na porta do trabalho, batendo na cabeça e com os pés no chão, isso sem contar que diz coisas ininteligíveis? Bem nem tanto!

- Anda sonhando comigo Granger?- pergunto para ela colocando o meu melhor sorriso cínico a fazendo parar bruscamente do ataque. Paralisou e quando seus olhos voltaram para mim ficaram do tamanho de pratos. Ah! Não brinca! Meus olhos estão me enganando ou a Granger está encabulada? Está até gaguejando.

- Cla... Quê? Ta-ta doido Malfoy – falou passando uma das mãos pelo cabelo preso em um rabo de cavalo. Será que ela nunca troca de roupa não? Sempre com a mesma calça jeans e a blusa branca. Nem deve tomar banho também.

- Ainda não cheguei a esse estágio. Pelo menos não sou eu que fico pelos cantos dando ataques. – coloquei toda minha ironia na voz ao falar. Ela soltou um bufo de indignação e se avançou em passos firmes para a entrada do hospital. Bloqueei a sua passagem, mas ela não conseguiu parar em tempo e bateu com força em mim. Sua bolsa e seu jaleco caíram de sua mão.

Ela me olhou cortante e antes de se abaixar para pegar suas coisas parou no meio da ação me olhando como se nunca tivesse me visto na vida e intrigada. Balançando a cabeça negativamente ela concluiu a ação e me empurrou para o lado, passando. Não deixei. Sinceramente? Eu estava adorando impedir a Granger de fazer qualquer coisa.

- Você ainda não me respondeu. Andou sonhando comigo foi?

- E desde quando eu respondo as suas perguntas? – falou entre dentes.

- Não vai ser difícil. Ou é sim ou é não...

- Não! Está satisfeito? Agora saia da minha frente Malfoy. Não sei você, mas eu tenho hora para chegar. – e saiu pisando forte. Passando por mim quase me derrubou. Mas eu estava apenas começando. Irritar a Granger esse mês... bom, todo o tempo que ela for minha superior... vai ser o meu objetivo de vida, depois é claro que tira-la de sua função de chefe.
Ouvi-a pedir passagem para o manequim e logo eu me virei para fazer o mesmo quando vi um emaranhado de pano verde jogado ao chão. Era o jaleco da descontrolada. Peguei-o. Além de assistente vou ter que virar babá é? Pensei. Senti mais uma vez aquela sensação de passar por uma camada fria de água quando...

PAM!

- Caralho! – bati em alguma coisa. Aliás, alguma coisa me bateu. Levei minha mão ao queixo comprimindo os olhos pela dor. Escuto o indivíduo reclamar. – Não olha pra onde anda...? – abri os olhos e dou de cara com ninguém menos que a esquecida da Granger.

- Ta cego...! Tinha que ser o Malfoy! – ela massageava o cocuruto, percebi que seus olhos estavam marejados quando olhou para mim.

- Acho que você, além de desequilibrada é cega. Aqui! – joguei o jaleco em seu colo. Ela olhou para o jaleco e depois para mim, e voltou à atenção para o jaleco.

- Não é possível. – e saiu correndo rumo às escadas. Não me perguntem o porquê, mas fui atrás dela.

- Hei Granger! Espera! – mas é claro que ela não esperou e começou a subir as escadas apressada. – Calma aí!

Nem ao menos ela olhava para trás nas minhas tentativas de fazê-la parar. Sendo que mais ou menos na metade do caminho meu fôlego já estava por demais preocupado com aqueles degraus, fazendo com que minha voz não saísse mais, na verdade somente bufos desconexos saiam, uma outra verdade era que eu não estava nem conseguindo abrir a boca para falar de tanto cansaço. A única pergunta que meu cérebro mal oxigenado formulava era como a Granger, que está fazendo o mesmo esforço que o meu isso sem contar com o salto que usava, conseguia subir esses degraus sem estar com um língua de um palmo a mostra, como eu me encontro nesse exato momento?

- Cansou Malfoy? – brincou ela olhando para trás. Por incrível que pareça um meio sorriso era visível no seu rosto que brilhava de suor.

- Na... Não! – essa resposta nem me convenceu quanto mais a ela.

- Não é o que parece. – disse ela subindo alguns degraus um pouquinho mais rápido me deixando mais para trás. – Aiai! Não era bom nem jogando... quadribol... quanto mais correndo.

- Só... estou... um.. pou-quinho... fora... de... fo... forma... – coloquei para fora essas palavras. Ela riu.

- Um pouquinho? Caramba!... Imagina se estivesse... por inteiro...

- E... se... eu... es-estiver... mentindo? – perguntei com a cara mais debochada que conseguiria naquele momento. Ela riu de novo. – Por-que... o... riso...? Eu... posso... mu-muito... bem... estar... fin-gin-do.

- Você não está... E se estivesse não estaria... com essa cara de exausto. – disse ela e no momento seguinte dobrou no andar do departamento. Percebi que aquele poderia ser o momento da minha recuperação. A distância entre a escada e a porta é em torno de seis a sete metros, bom, ainda tenho alguma esperança.

Apressei a corrida e em menos de segundos já tinha emparelhado com a Granger, sendo que quando me viu ao seu lado desfez um sorriso vitorioso no mesmo momento. Corri o máximo que o meu último fio de fôlego me permitia e a Granger não estava deixando a desejar. Quando a porta se aproximou esticamos o braço juntos para abri-la e no momento seguinte eu sabia o que iria acontecer. O portal era pequeno demais para que duas pessoas passassem normalmente, imagine correndo igual a dois hipogrifos desembestados. O baque foi certeiro, perfeito, barulhento e extremamente doloroso.

-Ahhhhhhh!!!

Os dois bateram na porta que abriu e ficamos entalados na entrada, jogados ao chão. Acho que cai primeiro, pois em uma fração de segundo senti algo pesado cair sobre a minha costa e quando pensava que tudo estava terminando senti um objeto cair bem em cima da minha cabeça.

- Ai! – olhando para o lado vi a bolsa da Granger.

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- Merlim! O que foi isso? – de olhos fechados escutei a voz de Maire penetrar meu ouvido sem realmente escuta-la, não em decorrência da dor, mas sim pelo susto.

Ainda não tinha acreditando que aquilo estava acontecendo me permaneci imóvel no chão, aliás, em cima de alguma coisa que, graças a Merlim, amorteceu a minha queda se não estaria parcial se não totalmente quebrada naquele exato momento. Eu sentia que tudo estava girando, meu coração batia acelerado e minha respiração estava extraordinariamente descompassada. Fiquei ali imóvel, ouvindo Maire falar algumas coisas, me arrependendo daquele momento impensado e que toda a culpa era do... Malfoy. Eu odeio o Malfoy!

- Ta bom aí Granger? – escutei a coisa que amorteceu a minha queda falar e abri os olhos rapidamente. – Mas infelizmente não podemos ficar aqui o dia todo... – no mesmo momento reconheci a voz debochada o Malfoy e me levantei o mais rápido que pude sendo que nessa minha exaltação tropecei nas suas pernas e cai mais uma vez em cima dele, só que dessa vez o indivíduo não estava de peito para baixo, mas sim para cima. – Mas se você preferir... no meu apartamento ou no seu? – com a raiva me subindo pelo corpo juntamente com a vergonha me levantei mais uma vez. Passando por cima dele fiz questão de bater-lhe com o pé.

- Ah o meu nariz. – reclamou ele levando as mãos ao rosto e contorcendo de dor.

- Ah Merlim! Acabou o mundo porque o nariz do Malfoy esta doendo. – falei alto levando minhas mãos ao alto. – Levanta logo daí Malfoy! – e me virei para ir até o banheiro verificar meu estado de corpo. Mal dei três passos quando ouvi a voz de Maire.

- Doutora, acho que ele quebrou realmente o nariz.

- Ele está fingindo Maire...

- Não Hermione, ele quebrou... ele quebrou o nariz mesmo e tá saindo muito sangue. – a cada palavra a voz de Maire ficava esganiçada. Era verdade!
Voltei aonde Malfoy se encontrava me abaixando ao seu lado. Ele se contorcia para os lados segurando a região do nariz e da boca com as mãos. Uma macha de sangue se formava no lugar, engolir em seco.

- Beu nariz! – gemeu ele de olhos fechados.

- Deixe-me ver Malfoy? – pedi com a maior paciência do mundo e me sentindo altamente culpada. Quando falei que meu objetivo de vida era fazer mal ao Malfoy eu não estava me referindo a isso, tá bom?

- Quebou, quebou beu nariz...

- Quero ver se realmente quebrou mesmo. Abaixe as mãos. – pedi mais uma vez segurando seus pulsos, mas sem sucesso.

- Zua Louca...

- Dá para parar de drama e me deixar ver seu rosto Draco. – quase gritei com ele fazendo-o com que abrisse os olhos de susto e segundos depois ele abaixou as mãos sujas de sangue revelando uma mancha de sangue na região entre a boca e o nariz sendo que este estava em um ângulo um pouco diferente do normal. Fiz menção para tocá-lo, imediatamente Malfoy levou as mãos ao rosto.

- Dão doca do beu nariz.

- Malfoy você está se comportando como uma criança. – briguei com ele colocando as mãos na cintura. – Ai-ai menino tolo! – Maire achou graça e eu também, só que Malfoy não. Ficou me olhando sem expressão alguma.

- Binha bãe balava issu pa mim. – falou ele calmamente, olhando para mim e vi que seus olhos ficaram ligeiramente mais marejados. Meu sorriso murchou no mesmo momento. Não sabia o que falar, ficamos nos encarando por alguns segundos que pareceram não passar, me deixando completamente envergonhada. Senti que meu rosto estava ficando escarlate desviei o olhar para um ponto no chão.

- Esda bicando bemelha Guenger? – falou ele sorrindo e fazendo uma cara
de dor ao mesmo tempo.

- Vá à merda Malfoy – falei ao mesmo tempo em que deferia uma tampinha em seu peito.

- Ahhhhh beu nariz zua louca!

- Deixe me ver logo esse nariz Malfoy, tá piorando! – falei voltando a tocar-lhe os pulsos.

- Dão!

- Tenha uma hemorragia então, Malfoy! - – levantei e me dirigir até minha sala no caminho me abaixei, peguei minha bolsa, Maire estendeu para mim meu jaleco que havia pegado outrora, abri a porta da minha sala.

- Da bom! Da bom! Bem ber beu nariz! – disse ele por fim vencido.

- Você é bruxo Malfoy, um dos mais aborrecentes, ridículos e prepotentes que já conheci, mas com certeza conhece a palavrinha mágica. – falei com a expectativa de saborear aquele momento único.

- Dão enrola Guenger! – disse tentando ficar sentando com a ajuda de apenas uma mão, olhou para mim e percebendo que minha expressão estava impassível, olhou para Maire que estava encostada em sua mesa.

- Não inventa! – disse ela fazendo um gesto com as mãos contornado sua mesa.

- Da bom! Da bom! Be ajuda Guenger, bor babor? – disse olhando com uma carinha falsa de mini-pufe sem dono. Eu abri um sorriso e fechei os olhos logo em seguida.

- Que foi? – perguntou ele.

- Me deixe saborear esse momento em que Draco Malfoy pediu, por favor, para uma sangue ruim...

- Ah! Sim bai me ajudar ou dão?

- Claro! – e entrei na minha sala deixando meu jaleco empoeirado e minha bolsa em cima da mesa e logo em seguida me desloquei até onde ele se encontrava. – Seria mais prudente se você levantasse daí. – ele revirou os olhos nas órbitas e por fim levantou. – Venha. Maire você poderia...

- O quê? – perguntou com uma expressão desentendida.

- Dá licença para Malfoy sentar ai. – falei indicando sua poltrona.

- Ah não! – disse ela fincando suas mãos nos braços da poltrona indicando que não sairia dali nem sobre Imperius.

- Vamos Maire, depois nós descontaminamos sua poltrona profundamente ou te compro outra. – falei sorrindo.
- Sem graça! – disse Malfoy de algum ponto atrás de mim.
Maire hesitou, por fim saiu da poltrona. Passando por Malfoy comprimiu o corpo entre sua mesa e ele em um espaço que não era necessário fazer aquilo.

Indiquei a poltrona para Malfoy que sentou e ficou de frente para mim. O estrago estava horrível. Suas mãos, sua boca, seu nariz estavam machados de sangue, no entanto o sangue parecia ter estancado. Segurei um momento sua cabeça em direção à luz emitida por varias bolhas de cristal contendo velas examinando atentamente o ferimento.

- Seu nariz quebrou.

- Oh! Chegou a essa gongluzão zozinha?

- Bem! – continuei como se não tivesse ouvido. – Vou colocar no lugar, vai doer um pouco.

- O guê? Bai doer? – sua expressão ficou levemente assustada.

- Não! – respondi com sarcasmo – Vou colocar seu nariz no lugar. Vai doer um pouco, mas vai ser rápido, mas nem pense em segurar meu braço. – falei me posicionando a sua frente. Malfoy me olhava assustado, seus olhos estavam do tamanho de pires.

- Bocê dão bai usar bágia? – perguntou ele desesperadamente, mas não respondi.

Movimentei os dedos rapidamente e antes que Malfoy fizesse mais alguma pergunta, levei minhas mãos ate seu nariz e o comprimir entre as duas. Malfoy soltou um grito e um palavrão, mas nem por isso pegou em meu braço. Em instantes seu nariz estava no lugar.

- Doeu?

- Sua louca!

- Por nada, Malfoy! – me virei seguindo para minha sala, antes que fechasse a porta eu o ouvi falar baixinho.

- Valeu!

Logo em seguida pisquei para Maire que reprimiu um riso.


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Infelizmente, devo admitir que as habilidades trouxas da Granger em concertar narizes me surpreenderam. Doeu muito no momento que ela colocou meu nariz no ângulo normal, mas foi eficaz. Mas ainda sim eu preferiria que ela tivesse usado magia. No entanto estou com uma leve impressão de que ela queria me causar algum mal, me causar dor na verdade.

Porém o que não me surpreendeu foi como seria desenvolvido meu trabalho no Departamento. Depois de limpar as marcas de sangue de meu rosto e de minhas mãos, enfim, entrei no tal do Alquimário e vi que Granger já estava a minha espera além de que era uma sala bem grande para o espaço pequeno que aquele departamento apresentava ter. Duas de suas paredes eram compostas por armários que iam até o teto contendo muitos frascos de vidros com substâncias multicoloridas e em algumas outras viscosas ou não que eram usadas nas porções. No centro da sala havia uma mesa comprida com cinco caldeirões em cima, tubos de ensaio, destiladores, facas de prata, recipientes de todos os tamanhos possíveis, cronômetros e etc. Logo que me viu Granger parou de escrever algumas coisas em um caderno e começou a se mover pela sala indo na direção dos armários.

- O que nós fazemos aqui, Malfoy, é simplesmente encontrar poções revigorantes e curáveis para os mais variados tipos de males, até mesmo aqueles que já possuem cura, claro que para isso nosso tempo é restrito. Apenas isso. Encontramos o que queremos, fazemos os testes e se forem aprovados passamos tudo para o pessoal que multiplica as poções para serem ministradas nos pacientes. Apenas isso. Às vezes é um pouco entediante, mas quando alçamos algum objetivo vemos que esse tédio é muito bem recompensado. Não gosto de conversar enquanto trabalho, não gosto que me façam perguntas e que muito menos me atrapalhem. Seria ótimo se você não respirasse também. – percebi que nessa última frase ela colocou um pouco de sarcasmos na voz. Eu apenas sorri. Ela voltou-se para a mesa do centro segurando vários frasquinhos na mão. – Ajuda-me a morrer aqui.

- Essa é a minha maior obsessão. – falei enquanto me aproximava dela, pegando alguns frascos de suas mão e os depositando na mesa.

- Ainda a pouco eu resumi o trabalho no departamento em nós? - ela nem esperou resposta. - Desculpa Malfoy, mas eu estava referindo a mim apenas. - falou colocando uma falsa meiguice na voz. Oh, mulherzinha insuportável!

Logo percebi que minhas únicas funções seriam: passar ingredientes nos quais a Granger estivesse precisando e anotar o que ela dizia sobre tal poção. Não era um trabalho nada estimulador, nem um pouco parecido com o que eu fazia no Brasil, já que lá o meu lugar era o da Granger, dar ordens e não recebê-las. Nada parecido também com as conversas habituais sobre mulheres que pontuavam aquele silêncio mórbido. Agora percebo o quanto Martin achava tudo muito tedioso.

Passei a observar Granger despejar alguns ingredientes em um caldeirão em intervalos de tempo. Mexia, uma, duas, três vezes. Assustava-me a todo o momento que chamava pelo meu nome ordenando-me a escrever alguma coisa naquele caderno. No tempo que ficamos confinados naquela sala Maire apareceu somente duas vezes. Uma para perguntar sobre alguns papéis, que não sei do que tratam, para a Granger e a outra para avisar que o intervalo para o almoço havia chegado. Aquilo tudo era absolutamente entediante ou a Granger só estava tornando tudo mil vezes pior para me fazer desistir?

- Me passa a seiva de escrofulária Malfoy. – pediu ela mais uma vez mexendo com grande velocidade o pequeno caldeirão.

- Aqui. – falei após voltar da grande estante de ingredientes para as poções.

- Meça 25 ml para mim, por favor. – e lá ia eu de novo fazer o que ela mandava. Já estava me sentindo um elfo doméstico. Entreguei a ela a seiva em um pequenino recipiente de cristal que ela despejou no caldeirão. O líquido de dentro se transformou em um amarelo viscoso.

- Excelente! – exclamou ela. - Devo admitir que com a ajuda de um auxiliar tornou-se muito mais fácil chegar a esse ponto da poção.

- Não precisa me agradecer Granger. - disse pomposamente.

- Falei da ajuda de um auxiliar, mas infelizmente esse é você. - reclamou ela parando de mexer no caldeirão. - Seria bem mais proveitoso se Gina estivesse no seu lugar.

- Ah! Então era da fã do Potter que tomei o lugar? - debochei. Ela me olhou cortante - Estou me sentindo muito melhor agora que sei de quem venci...

- Você não a venceu porque não estavam disputando nada. - irritou-se virando para mim. - E Gina não é fã do Potter e sim sua esposa.

- Não faz diferença. O que interessa é que fiquei em seu lugar. - ela me fuzilava com seus olhos semi-cerrados, eu sorri de lado. - E por falar em vencer. Sobre a nossa pequena disputa hoje mais cedo, devo dizer que ganhei Granger. - ela gargalhou.

- Há! Você ganhou o quê? Não estávamos disputando nada.

- Nada? Então por que você estava correndo que nem uma louca, principalmente quando entramos no corredor do departamento? - Perguntei como se estivesse falando com uma criança. O sorriso no rosto da Granger sumiu.

- Falei que estávamos disputando nada porque não tinha nada para se disputar. Foi apenas uma exaltação do momento. - falou tocando com a varinha o fundo do caldeirão e assim abaixando a chama de fogo que fervia a solução que nele continha.

- Concordo! Infelizmente só agora percebemos isso. No entanto, como eu ganhei a corridinha mereço um prêmio...

- QUÊ? - exclamou a Granger.

- Claro! É a regra do jogo!

- Malfoy você é surdo ou o quê? Não estávamos disputando nada. - dava para perceber que a raiva estava a consumindo.

- Então vamos fazer o seguinte...

- Acho que já está quase pronta. Desde que coloquei a seiva passou quantos minutos? - perguntou ela. Por um momento eu a olhei sem entender nada do que falava. Lembrando onde estava olhei para meu relógio de pulso.

- Sei lá! 10 minutos? - respondi.

- Sei lá?! Como assim sei lá? Olha Malfoy você está sobre adaptação, qualquer deslize... - um sorriso demoníaco era possível ver naquele rosto malignamente angelical que ela fez. - Mas não se preocupe estou aqui para salva-lo. Sim passaram 10 minutos. Quando passarem mais dez avisa.

- Sim Senhora, chefinha! - brinquei fazendo uma posição de soldado. Ela riu. Sorriso bonito por sinal. Ressaltando: SÓ O SORRISO! - Voltando ao assunto. Vamos apostar Granger, e agora será pra valer, com prêmio e tudo!

- Malfoy, me poupe das suas infantilidades. Tenho mais o que fazer do que apostar coisas com você. - desconversou ela.

- Vamos lá Granger. Se você aceitar eu esqueço que ganhei a corridinha de mais cedo... - ela revirou os olhos - E ainda deixo que você escolha sobre o que será aposta.

- Nossa! Como o Malfoy é bonzinho. - brincou - Qual a finalidade disso?

Pensei por um momento antes de responder:

- Digamos que isso vai fazer com que eu me sinta bem mais superior a você... Isso, caso eu ganhe. - falei antes que ela desse um ataque histérico. - Acontecerá da mesma forma caso você vença.

A Granger ficou um momento imóvel. Parecia avaliar se era vantajoso ou não a tal disputa, por fim falou:

- Já se passaram 10 minutos? - perguntou me deixando perplexo. - Se já, eu preciso de três gotas de essência de murtisco. - percebendo que eu não havia mexido um músculo ela gritou. - Agora Malfoy!

E fiz o que ela disse. Sendo que logo que pinguei as gotas...

- A aposta é: que vou conseguir extrair da Maire o que você fez a ela.
Por essa eu não esperava. Ela poderia pensar em qualquer coisa, menos nisso. É muito pessoal. Da mesma forma não foi um acontecimento que anseio lembrar se pudesse apagar da minha mente com certeza apagaria. Mas, Granger está muito confiante. No entanto, pensando bem, tenho a absoluta certeza de que Maire considera esse momento tão ruim que nem a Granger iria conseguir extrair isso dela. Percebo com isso que minhas vantagens são maiores. Se ela quer pegar pesado então vamos pegar.

- Você fala que vai extrair, eu digo que não conseguirá. Se você vencer...

- Você deixará o cargo de auxiliar. – falou com um sorriso de satisfação estampado no rosto.

- E se eu ganhar nos trocamos de função. Eu o chefe você a auxiliar. – O sorriso desapareceu de seu rosto.

- Se saiu bem dessa! – olha só a Granger me elogiando. Sensacional! – Está bem. Se eu vencer você fará tudo que eu mandar. – isso me fez pensar em coisas realmente ótimas. Lancei um sorriso cínico a ela que enrubesceu. – Nem tudo. Digo: coisas relacionadas ao departamento... – colocou ela rapidamente.

- E se eu vencer você jantará comigo esse semana...

- O QUÊ? - espantou-se.

- Sendo que você pagará os jantares.

- Nesse caso são dois prêmios. – interrogou.

- Nesse caso é só um. Porque jantar com você não é nenhuma premiação para mim. Mas fazer você pagar por eles é.

Mas uma vez ela pareceu avaliar o que pesaria mais. Quais suas chances. As minhas. E por fim concordou.

- Fechado! Só não me faça apertar a sua mão.

- Você que manda chefinha! - é agora ou nunca. Que Merlim me ajude!


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Aguardei o melhor momento para falar com Maire. A objetividade nesse caso seria deixada de lado. Só por ter visto como ela tratou Malfoy nada de bom deve ter acontecido no passado desses dois. Não faço a mínima idéia de como vou conseguir extrair esse acontecimento, no entanto minha única arma e ir devagar e sempre. Meu horário para almoço será bastante útil. Maire sempre me espera para almoçarmos juntas e hoje não é diferente. Chegando ao quinto andar a vejo sentada na mesma mesa de dois lugares que sentamos todos os dias para as refeições. Ela não estava comendo nada ainda.

- Obrigada por me esperar. – falei puxando uma cadeira e sentando.

- Já pedi o nosso. – falou. – Adorei o que você fez com o nariz do Malfoy. – chegamos ao assunto Malfoy mais rápido do que imaginei.

- Ele merecia.

- Não entendi aquilo de chegar correndo no departamento. O que foi que aconteceu? – perguntou ela e me pus a narrar toda a história, sem mencionar o sonho é claro. Ela era só sorriso. Bom começo.
Nosso almoço chegou e foi embora, sendo pontuado por conversar que não tinham nada haver com o nome Malfoy e nem com Weasley. O que também achei muito bom e agradeci intimamente por ela não ter tocado no nome de Rony. Mesmo com tudo acontecendo graças à volta repentina do Malfoy, não consegui esquecer o meu ruivo. O meu ex-ruivo. Contudo, não penso nele com tanta freqüência como imaginava. Em outras brigas, principalmente aquelas que se seguiam à mudança da data de nosso casamento, eu me debulhava em lágrimas, não sentindo vontade de fazer nada. Mas, agora é diferente, não sei se porque nós meio que nos tornamos cúmplices dos desejos do outro ou por que ainda não tive tempo de sentir uma coisa boa como saudade, já que estou ocupando muito a minha cabeça com o assunto Malfoy. E por falar no Diabo...!

Malfoy acaba de entrar no refeitório. Algumas pessoas o olharam assustadas e outras cochichavam excitadas. Mas ele olhou somente para mim lançando mais uma vez aquele sorriso cínico que só me faz lembrar daquele sonho maluco. E que sonho foi aquele? O que significou tudo aquilo? “Um desejo reprimido!” Não quero perder a cabeça com você, Consi. Mas seria uma ótima idéia se eu não estivesse com coisas mais sérias e urgentes para fazer.

- Se ele vier se sentar aqui, eu saio. – Maire reclamou me tirando de devaneios.

- Ele não se atreveria...

- Espero! – falou mexendo em seu suco com o canudinho.

- Sabe Maire, estou preocupada. – ela olhou para mim interessada. – Com o desempenho do departamento.

- Não entendo.

- Assim. Nos sempre nos demos muito bem. Nossa relação é muito boa até mesmo para uma de “chefe” e secretária. – ela concordou com um movimento de cabeça, sorrindo. - E com isso a nossa produtividade no departamento sempre foi a melhor. Já ganhamos até congratulações por isso.

- Se você acha que aumento no salário é congratulação deixo de ser sua amiga. – rimos. Malfoy olhou com interesse para nossa mesa e percebi um pouco de preocupação no seu olhar. – Eu ainda acho que é dever deles nos dar aumento. Mas sim! Extravase sua preocupação. – brincou ela.

- Sim! Estou preocupada com a nossa produtividade já que infelizmente alguns membros da nossa equipe não se dão bem... – falava com cuidado, não deixando transparecer a que ponto queria chegar, porém, Maire me interrompeu.

- Não se preocupe. Se ele ficar no canto dele tudo vai continuar normal. Não afetará na produtividade. Até mesmo porque não vou perder mais uma coisa por causa do Malfoy. – suas palavras continham um teor amargo e agressivo me fazendo perceber que o assunto era mesmo sério.

- Mais uma coisa? Como assim? – perguntei interessada. Estava chegando lá.

- Nada! Esquece! – falou ela mexendo-se desconfortavelmente na cadeira.

- Hum! Tem certeza de que você não quer me contar nada? – pedi com a voz mais sutil possível - Desculpe, Maire, mas não esqueci do que aconteceu ontem entre você e o Malfoy. A briga que tiveram. Eu nem...

- Não a nada com o que se preocupar Hermione... – ih! Ela está ficando brava. Chamou-me pelo primeiro nome, mau sinal - O que aconteceu ontem não acontecerá de novo. Só me exaltei quando o vi e lembrei do que ele me fez fazer.

- Mas o que ele te fez Maire, me conte...?

- Desculpe Hermione, mas não estou preparada para conversar sobre isso. E quando estiver pode ter certeza de que você saberá o que aconteceu. – ela se levantou. Ai não! Senta! Senta! – Não pense que não confio em você. Mas, por favor, não torne a tocar nesse assunto OK? – e saiu.

A primeira coisa que pensei não foi na aposta que fiz com Malfoy, mas no que ele fez para Maire se sentir tão mal em tocar nesse assunto.

- Você me deve cinco jantares Granger e todos com a sua companhia e seus galeões ou, se preferir, dinheiro trouxa. – Malfoy sentou no lugar que Maire outrora ocupava. Olhando-me vitoriosamente.

- Primeiro que o dia ainda não acabou. – falei tentando esconder o meu pânico em imaginar ter a presença de Malfoy fora do hospital. – E segundo, o que você fez a ela Malfoy? – o sorriso em seu rosto desapareceu.

- Se ela não lhe contou sendo a sua amiga eu que não sou nada, ainda bem, não vou. – havia um tom amargo em sua voz também.

- Eu nunca vi Maire me olhar daquela forma. Amargamente. Quando ela fala o seu nome, percebo que o ódio pesa em seu tom de voz...

- Olha aqui Granger. Eu não fiz nada com a sua amiga do que não me arrependesse. Mas saiba que eu só tinha 17 anos e que meu pai era um Comensal da Morte. Só. – e ele saiu também. Mas antes de chegar à entrada do refeitório falou alto para todos que estavam ali ouvirem. – Hoje. Depois do expediente. Naquele pub que nos encontramos pela primeira vez... Amor! – e saiu fazendo uma reverência. Todos me olhavam agora interessados e bestificados.

Eu não mereço!


*À Noite*


Infelizmente o expediente terminou fazendo com que eu sentisse um frio na barriga, daqueles que anunciam que a morte está próxima. Pois é! A morte está próxima. Se eu sobreviver a essa semana prometo que vou fazer um curso de culinária. Preço pequeno para uma promessa não é? Vejamos outro. Prometo que se sobreviver a esses jantares vou passar uma semana sem me irritar com o Malfoy. Essa promessa deu! Esta até demais, isso sim.

- Vai precisar de mais alguma coisa Doutora. – falou Maire abrindo a porta de minha sala e apenas colocando a cabeça para o lado de dentro.

- Não. Está dispensada Maire. – falei guardando alguns objetos em minha bolsa, mas felizmente, antes que ela fechasse a porta lembrei do que precisava fazer. – Maire? – a chamei.

- Sim? – pediu abrindo mais uma vez a porta.

- Posso falar com você? Será rápido. – ela consentiu com a cabeça. Entrou fechando a porta e encostando-se à mesma.

- Desculpe por hoje mais cedo OK? Eu não...

- Não precisa se desculpar Hermione. – disse ela meio sorrindo, mas percebi que ela não gostou que eu tivesse tocado mais uma vez nesse assunto, até mesmo pra pedir desculpas.

- Preciso sim. Forcei a barra com você e por isso peço desculpas pela minha indelicadeza. Mas fiquei muito intrigada com o que aconteceu ontem entre você e o Malfoy.

- Já disse que a doutora não precisa se preocupar com o desempe...

- Não Maire! Jamais! Você acha que estou me importando mais com o desempenho de nossas funções quanto com você. Claro que não! – ela abaixou a cabeça. O que ela pensava que eu era? O Voldemort para não ter coração? – Me preocupo muito com você, pois a considero uma grande amiga.

- Obrigada! – falou sem graça.

- Não me agradeça. Considero-lhe uma amiga porque você conquistou esse título. Não é apenas por causa do trabalho. Mas por causa da pessoa que você é e por estar do meu lado. Por me aturar quando chego soltando os cachorros. – até parece que sou uma péssima chefa. Não chego nem aos pés da Miranda do “Diabo veste Prada” aquilo sim era o diabo como chefe. – Pode até ser que você sinta uma vontade enorme de me tacar alguma coisa na cara quando chego nesses dias, mas você não o faz, no entanto tenta, de todas as maneiras, mudar o meu humor. Isso é que faz de você uma grande amiga e com isso vindo a minha preocupação. E é por isso que lhe peço desculpas por invadir seu espaço.

- Muito obrigada mesmo Hermione pelas palavras, elas realmente me deixaram muito melhor. – começou a falar desencostando da porta – Claro e evidente que aceito suas desculpas. Assim como suas preocupações. Mas, entenda, com ou sem o Malfoy aqui tudo irá continuar da mesma forma. O que ele me fez faz tanto tempo que não sei como me deu aquele pití ontem. Mas ainda sim eu não gosto de lembrar, me machucou muito. – enquanto falava sua voz tornou-se um pouco embargada e seus olhos marejaram.

- Maire?! – chamei sua atenção muito preocupada. O que aquele cafajeste fez a ela meu Deus?

- Relaxa doutora. Estou bem! – colocou vendo minha expressão. – Vou sobreviver. Aliás, vamos sobreviver. Porque não será uma coisa pequena como o Malfoy que vai acabar com o nosso sossego. – e me abraçou. Ah! Ela nem imagina que o meu sossego já acabou. Ah! Mérlim porque me abandonastes?! – Boa noite doutora.

- Eu lhe garanto que não terei. – mas antes que Maire me perguntasse o porquê sua resposta foi respondida.

- E ai chefinha, vamos? – falou Malfoy abrindo a porta. – Ah! Mil perdões! Não sabia que estava com visitas.

- Malfoy deixa de graça! – falei fechando minha bolsa com força. – E não vou com você a nenhum lugar.

- Não! Como não? Não acredito que esqueceu de nosso jantar? – perguntou com a cara mais ofendidamente mentirosa possível. Se eu pudesse fincar minhas unhas naquela cara de lesma azeda eu faria.

- Que jantar? – perguntou Maire olhando do Malfoy para mim. Boquiaberta.

- Um jantar, ou melhor, cinco jantares que ganhei em uma aposta que fiz com a Granger. – explicou ele indo para o meu lado e passando seu braço direito sobre meu ombro. Soltei uma exclamação de nojo ao mesmo tempo em que corria para trás de Maire como uma criança assustada quando vê o animador das festas infantis, que quase sempre é o palhaço. Nenhuma comparação ouviu?

- Mas... – Maire nos olhava incrédula. Como se achasse tudo um absurdo. Mas claro que era um absurdo. Meu Mérlim como pude me expor a tal situação. E se alguém me vir jantando com o Malfoy. E se o Harry ou um dos Weasley ou até mesmo alguém do nosso tempo de Hogwarts me ver jantando com o Malfoy. Como pude ser tão confiante? – Que aposta? – acabou! Além de não sobreviver até o final da semana vou perder uma amiga.

- Aposta? Que aposta? – falei tentando ganhar tempo. Malfoy ria do meu desespero.

- O indivíduo aí que falou em aposta. – disse apontando para Malfoy.

- Bem. Não foi bem uma aposta...

- Granger deixa que eu respondo. – meus olhos saltaram nas órbitas. O que esse imbecil vai falar? – Eu e a Granger discutimos mais cedo sobre uma infusão que deveria ser ministrada em uma nova poção que começamos a trabalhar hoje. Sendo que o indivíduo aqui, como você mesma falou, acertou quando disse que a erva de Minicents Calmarius deveria estar em pó para ser colocada a poção e a Granger falou que não tinha necessidade disso por que o resultado seria o mesmo. No entanto minha idéia funcionou e a dela não. Foi isso. E agora a Granger, como prêmio, vai bancar os meus jantares essa semana. – finalizou sorrindo como uma criança.

Maire ficou um tempo olhando para ele, como se estivesse avaliando os malefícios no qual me sujeitaria naquela semana.

- Muita sorte amiga porque você vai precisar. – me desejou sorrindo e saiu. Ah! Sua filha de trasgo! E ainda pouco eu estava lhe pedindo desculpas dizendo que você era minha amiga do lado esquerdo do peito.

- Vamos Granger? Um jantar muito romântico nos espera. – Malfoy falou com uma voz sonhadora, passando, mais uma vez, seu braço sobre meu ombro, me guiando rumo ao que seria o fim dos meus dias singelos.

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Bom gente é isso...
espero que tenham gostado desse cap msm.
e tipo... vou demorar um pouco pra terminar o cap. seguinte pq como estou no fim d semestre estou abarrotada d trabalhos e axo q vou ter um siricuti daki pra semana q vem... hehe to brinkndo.. e pra fexar ainda vou ter aula em julho... justamente nas ferias.. ahh ninguem merec...
Então é isso...
Obrigadinha Cele (minha super beta q ñ dediste de mim) valeu por esperar!!!
b-juss pra todos e ate +!!!

*NoX*

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