O Mapa do Maroto



N/Bia: Eu sei. Vocês me odeiam pela demora, mas acreditem, o ódio de vocês não é maior que a minha culpa por deixar LHP tanto tempo sem capítulo. Mas eu realmente tentei, mas aconteceram muitas coisas nesses meses e eu estou esgotada. Para completar, inspiração resolveu tirar férias e o pc quebrou. E a internet. E o carregador. E provas.


Fora que eu queria ter feito melhor esse capítulo, por causa da importância dele.
Review:
Izabella Bella Black~~> Eu amo Regulus. Mesmo praticamente não existindo na série, já tenho uma imagem completa formada dele (que é um pouquinho mais sombria que ele aqui em LHP, mas ok). Verdade, pelo menos um Sonserino ajudou o outro. Eu escrever sobre Harry e Regulus, porque sempre vem muito naturalmente a amizade deles. Nenhuma escola é difícil de invadir, mas Hogwarts ganha o prêmio de mais perigosa de estudar. Pois é, eu também fiquei na dúvida, por isso não coloquei nenhuma opinião com muita certeza não. Eu tenho nojo dos Dementadores, mas sou um pouco curiosa para saber qual seria a minha memória, assim como o meu medo (com um bicho-papão). Verdade, se não fosse as meninas que eles já ficaram, eu desconfiava... kkkk. Me conta sobre essa cena depois, estou curiosa. Estou tentando fazer Snape um pouco melhor, porque eu sei que sou muito ruim com ele, mas ainda estou tentando. O pior é que eu gosto de Snape, acho ele foda, mas não consigo escrever algo legal para ele aqui xD. James e Lily eternamente fofos. Eu também odeio amarelo o/. Verdade, Josh não tem muita noção de perigo não. Quem nunca sentiu vontade de dar um tapa no Harry? Eu já. Eu morri escrevendo essa cena de Quadribol, e nunca mais vou tentar de novo. Gi agradeceu. E a ideia do extra é com ela, porque eu não sou boa com essa coisa de interação personagem-leitor, mas pode mandar as perguntas que eu passo para ela. 
Obrigada, eu não consegui parar de pensar em SPN depois de ouvir a música e ter visto o show.
Agora, vou parar de digitar antes que fique maior que o capítulo XD
Beijos. 




Capítulo 10 - O Mapa do Maroto


Madame Pomfrey insistiu em manter Harry na ala hospitalar pelo resto do fim de semana.


- Isso é bem a cara dela.


- Mas eu estava bem – protestou Harry.


Ele não discutiu nem se queixou,


- Isso é algo novo – comentou Gina.


mas não deixou jogarem no lixo os estilhaços de sua Nimbus 2000.


- E voltamos a normalidade – falou Dorcas.


Sabia que era uma atitude burra,


- Eu não ia falar nada... – Lily brincou, recebendo olhares mortais dos jogadores de Quadribol.


sabia que a vassoura não tinha conserto, mas o sentimento era mais forte que ele;


James acenou com a cabeça, entendendo. Nem queria sonhar com uma das vassouras dele destruídas.


era como se tivesse perdido um dos seus melhores amigos.


- É bom saber que eu sou tão importante como uma vassoura – ironizou Hermione.


- Cala a boca, Hermione – Rony retrucou – Você não sabe como é perder uma vassoura para um jogador. É como perder uma varinha.


- Então eu sei – retrucou ela, culpada e irritada agora. Se lembrava bem como é horrível perder a varinha. Tinha visto com Harry. Não era algo que ela queria passar.


- Como assim, você sabe? – Lene piscou confusa.


Silêncio.


Hermione e Rony sabiam bem o que tinha acontecido com a varinha de Harry – especialmente Hermione.


Fred, Jorge, Gina e Neville não sabiam, mas conseguiram imaginar o que tinha acontecido. Eles lutaram na guerra também.


- Um amigo ficou sem a dele – Hermione respondeu finalmente.


Frank olhou desconfiado para Harry e Rony, sabia que ela não tinha muitos amigos, então provavelmente um deles ficou sem a dele.


Uma procissão de amigos veio visitá-lo,


Lily sorriu. Era bom ver que muitos amavam o filho dela.


todos decididos a animá-lo.


- Você queria que fossem visitar alguém na enfermaria querendo não animar alguém – Josh perguntou com um tom de "você é retardado?".


Harry corou.


- Não fui eu que escrevi isso!


Hagrid lhe mandou um buquê de flores com lagartinhas, que pareciam repolhos amarelos,


James sorriu.


e Gina Weasley,


Todos olharam para a ruiva.


corando furiosamente,


Exatamente como agora, porque ela já sabia o que vinha.


apareceu com um cartão de votos de saúde,


- Que fofo – brincou Sirius, recebendo um tapa de Lene.


feito por ela mesma,


- Own, nossa irmãzinha tava apaixonada – cantaram os gêmeos, perturbando Gina, enquanto ela corava ainda mais.


que cantava com voz esganiçada a não ser que Harry o guardasse fechado embaixo da fruteira.


- Coisa que eu não fiz – acrescentou sobre o olhar de Gina.


Claro que ela achava ridículo agora o que tinha feito, mas isso não tinha direito de Harry guardar o cartão dela em qualquer coisa.


O time da Grifinória tornou a visitar o companheiro no domingo de manhã,


- Claro, não podíamos deixar você sozinho lá – falou Jorge, recebendo um olhar indignado de Hermione e Rony.


desta vez em companhia de Olívio, que declarou a Harry (numa voz de além-túmulo) que não o responsabilizava pela derrota.


Fred revirou os olhos. Sabia que Olívio não tinha ajudado nada. Ele culpava todos pela derrota.


- E não podia responsabilizar mesmo não – falou Regulus. Era culpa somente dos Dementadores.


Rony e Hermione só deixavam a cabeceira de Harry à noite.


- Tá vendo que ele não estava sozinho – falou Rony para o irmão, que revirou os olhos.


Mas nada que ninguém dissesse ou fizesse conseguia fazê-lo se sentir melhor,


James olhou preocupado para o filho.


porque eles só conheciam metade das suas preocupações.


- Então, talvez você devesse contar as suas preocupações – falou Lyssi, olhando de esguelha para Alex.


- Ou talvez isso não fosse servir de nada – replicou ele.


- Ou talvez ajudasse! – Lyssi falou, perdendo o controle.


- Parem – falou Josh, com um tom de voz de irmão mais velho – Não vamos resolver nada agora. Já estamos fazendo tudo que podemos para resolver isso – falou seriamente.


Os outros encaravam os três sem entender nada, mas estavam tão curiosos que nem interromperam para perguntar nada.


- O que é isso? – perguntou Sirius finalmente.


Josh mandou um olhar irritado para os dois irmãos, apesar de ter sido ele quem falara.


- Não posso contar.


Ele não contara a ninguém que vira o Sinistro,


- Devia ter contado.


nem a Rony nem a Hermione,


- E isso é algo sério – falou Neville, que estava acostumado a ver aqueles três cochichando pelos quantos.


porque sabia que o amigo entraria em pânico


- Eu não entraria – discordou o ruivo, corando.


e a amiga caçoaria dele.


- Jamais! – Hermione falou horrorizada.


- Mione, você não acredita em nada de adivinhação... – Harry apontou.


- Mas eu acredito em você! – resmungou – Mesmo se achasse idiotice, não iria falar.


O fato era, no entanto, que o Sinistro agora já aparecera duas vezes e ambas as aparições tinham sido seguidas por acidentes quase fatais;


Harry revirou os olhos, se lembrando de quem era na verdade. Como podia ter ficado com medo de um Sinistro? (E que nem era um Sinistro na verdade).


- Sua vida é cheia de acidentes quase fatais – comentou Josh.


da primeira vez Harry quase fora atropelado pelo Nôitibus Andante;


- Não exagere – falou Neville.


da segunda, levara uma queda da vassoura de quase quinze metros de altura.


- Causada por um Dementador, não por um cachorro – falou Lily.


Remus olhou para Sirius. A palavra cachorro chamou a atenção dele, mas não teria sentido se fosse Sirius que tivesse seguindo Harry, por que ele não simplesmente falaria?


Será que o Sinistro iria atormentá-lo até a morte?


- Se você pensar assim, vai – comentou Alice.


Será que ele, Harry, ia passar o resto da vida olhando por cima do ombro à procura da fera?


- Isso depende de você – comentou Dorcas.


Além disso, havia os dementadores.


- Que são um problema real – apontou Frank.


Harry sentia mal-estar e humilhação toda vez que pensava neles.


- Não é pior do que eu devo me sentir – Sirius abriu um sorriso frio.


Todos diziam que os guardas eram medonhos,


- Talvez porque sejam um dos piores seres do mundo mágico...


- E que estão em Hogwarts – Lily ainda estava indignada com isso. Pensar em tais criaturas em uma escola era horrível.


mas ninguém desmaiava sempre que se aproximava deles.


- Ninguém passou por coisas tão ruins quanto você – falou Neville, triste. Sabia que o amigo tinha muita tendência de se culpar por qualquer coisa, assim como ele.


Ninguém mais ouvia mentalmente os ecos da morte dos pais.


Silêncio.


Todos encaram Harry, James e Lily. Chocados. Ninguém sabia disso fora Harry.


James parecia congelado no tempo. Não esboçava reação porque ainda não acreditava nisso. Além de seu filho ter perdido ele e Lily quando era bebê, de ter crescido em um lugar abusivo, de ter passado por coisas imagináveis e ter dois assassinos a procura dele, ele ainda tinha que o ouvir morrer? Ele ainda tinha que saber e ser lembrado de como os pais morreram toda vez que tinha um Dementador perto? Harry tinha que v er toda vez como ele tinha falhado em o proteger? Como não fez o que era a sua função?


Lily nunca tinha imaginado isso, que a voz agoniante que eles tinham lido sobre era a dela. Que ela gritava dizendo que "Harry não!". Que seu filho tinha que a ouvir morrendo todas as vezes que um Dementador estava perto? Que ela não tinha conseguido salvar James e Harry? Harry era obrigado a ouvir a razão pela qual ele teve uma vida tão infeliz toda vez. Não era estranho que ele não aguentasse.


- Harry.. – falou Hermione.


- Você não... – Rony disse, sem palavras.


O irmão deles tinha que aguentar tudo isso? Era pior do que eles lembravam/?


- Tudo bem. Vocês não poderiam fazer nada – Harry deu um sorriso triste.


- Não importa. Você não passaria por isso sozinho – Rony falou firmemente. Ele precisava que Harry soubesse que ele estaria ali para ele. Desde o começo.


Harry sorriu para os amigos.


- Eu sei. Mas era algo que eu precisava passar sozinho.


- Harry... – Lily finalmente saiu do transe dela – Isso é horrível – falou, sentindo que ia começar a chorar.


Harry não negou. Não podia. Porque era realmente horrível. Era um pesadelo passar por isso toda vez e ficou ainda pior depois de quem ele soube de que eram as vozes.


- Eu sei – falou simplesmente.


Regulus o encarou com pena. Não queria que Harry passasse por isso. Ninguém merecia rever como os pais tinham morrido, especialmente Harry.


Sirius encarou o livro com ódio. Uma coisa era que ele fosse o único que sofresse, porque apesar do que Harry dizia, tudo indicava que ele merecia, outra coisa era seu afilhado. Harry era para ser o adolescente mais feliz do mundo, mas parecia que ninguém o deixava ser. Não. Sempre tinha uma cosia atrás da outra. Sirius não aguentou mais. Precisava liberar a raiva que estava sentindo. Ou iria explodir.


- James – chamou e viu o outro o encarar sem realmente o perceber – Prongs! Aqui tem um local para...?


James nem o terminou de falar. Sabia o que Sirius precisava, porque era exatamente o que ele precisava.


- Tem. Vamos lá – não olhou para ninguém enquanto se levantava e Sirius o seguia.


Lene olhou preocupada para eles. Sabia que era horrível o que tinha acontecido com Harry e ela sentia tantas emoções sobre isso e era só um pouco próxima a ele, que não podia imaginar o que eles deviam estar sentindo.


- Talvez...


- Não – interrompeu Lily – Eles precisam de um tempo para se acalmarem. Não sei o que eles vão fazer, mas eles precisam disso – deu de ombros. Já tinha visto ações parecidas em Hogwarts, embora menos intensas.


- Eles vão treinar duelos, até que esqueçam porque eles foram – informou Remus. Ele já tinha participado desses momentos, mas não era para ele. Ele já liberava toda a raiva que tinha nas noites de Lua Cheia.


Claro que ainda não tinha liberado a raiva que estava sentindo agora pelo que Harry era forçado a ouvir, mas sabia que era mais importante estar ali agora.


Dorcas deu um sorriso reconfortante para ele. Ela sabia que Remus também fora muito afetado. Ela própria tinha ficado bastante perturbada pelo que tinha ouvido.


- Eu acho que vou vomitar – avisou Alice. Sentia-se enjoada pelo que acabara de ouvir. Correu para o banheiro, sendo seguida por Neville e Frank.


Os dois também estavam horrorizados pelo que tinham acabado de ouvir. Principalmente Neville que sabia bem como o amigo se sentia. Ouvia na sua cabeça coisas sobre os pais dele também.


Alex, Josh e Lyssi também não queriam acreditar no que tinham ouvido, mas sabiam que era verdade. E também sabiam que a verdade podia ser bem cruel.


- Vou à cozinha – Harry não aguentou ficar ali, sendo encarado com pena por todos.


Alex hesitou antes de o seguir.


- Sinto muito – falou Alex.


- Tudo bem.


- Não pelo que você ouviu – explicou – Mas pelo que as pessoas fazem quando descobrem.


Harry o olhou surpreso. Ele parecia entender bem o que ele estava sentindo.


- Obrigado – agradeceu.


Alex deu de ombros.


- Não fiz nada.


- Você fez – Harry contradisse sorrindo. Agora ele estava mais calmo.


Quando todos (mais calmos) voltaram aos seus devidos lugares, eles voltaram a ler.


Isto porque agora Harry sabia a quem pertencia a tal voz.


Talvez fosse melhor não saber, pensou Regulus.


Ouvira o que ela dizia, ouvira-a continuamente nas longas noites passadas na ala hospitalar quando ficava acordado,


James e Lily olharam preocupados para o filho. Não queria que ele se sentisse assim. Não era saudável.


contemplando as listras que o luar formava no teto.


Quando os dementadores se aproximavam, ele ouvia os últimos instantes de vida de sua mãe,


James olhou agoniado para o livro assim como Alice.


sua tentativa de proteger o filho da sanha de Lord Voldemort


- Eu tinha que tentar – ela falou firmemente enquanto recebia olhares de admiração e pena. Ela agora sabia como Harry se sentia.


e a gargalhada do bruxo antes de matá-la...


James olhou para o livro com um ódio que conseguiu superar o de todos os outros.


Snape achava que ia passar mal. Lily não merecia ter morrido por culpa de um maníaco feito Voldemort. Ou morrido de qualquer jeito.


Harry dava breves cochilos, mergulhando em sonhos cheios de mãos podres e pegajosas e súplicas fossilizadas, acordando de repente para voltar a pensar na voz da mãe.


- Você precisa fazer uma terapia – comentou Lyssi.


Foi um alívio voltar à zoeira e à atividade da escola principal na segunda-feira,


- Isso é o que eu chamo de frase estranha – falou Sirius.


e ser forçado a pensar em outras coisas, ainda que tivesse de aturar a implicância de Draco Malfoy.


- Não podemos ficar um parágrafo sem ouvir sobre Malfoy? – choramingou Gina.


O garoto não cabia em si de alegria com a derrota da Grifinória.


- Ridículo.


- É única casa que talvez pudesse derrotar a Sonserina – defendeu Regulus, dando de ombros.


Alice olhou ofendida para ele.


Retirara finalmente as bandagens


- Claro, agora que o jogo passara.


e comemorava a circunstância de poder usar os dois braços novamente, fazendo espirituosas imitações de Harry caindo da vassoura.


- Acho que alguém ficou bom rápido demais – rosnou Lene.


Malfoy passou a maior parte da aula seguinte de Poções, a que assistiram juntos na masmorra,


- Não é uma boa ideia deixar algo que pode explodir e Sonserinos e Grifinórios juntos – comentou Frank.


fazendo imitações dos dementadores;


- Super engraçado – ironizou Alex.


Rony finalmente se descontrolou e atirou um enorme e gosmento coração de crocodilo em Malfoy,


Gina riu.


que o atingiu no rosto,


- Bem feito – resmungou Lily, enquanto os outros riam. Quem aquele menino achava que era para ficar zombando do seu filho?


o que fez Snape descontar cinquenta pontos da Grifinória.


Harry revirou os olhos. Não que Snape estivesse totalmente errado, mas cinquenta pontos?


— Se Snape vier dar aula de Defesa contra as Artes das Trevas de novo, vou me mandar


Harry, Gina, Hermione, Rony e Neville trocaram olhares se lembrando de quando Snape era professor de Defesa contras Artes das Trevas.


— anunciou Rony quando seguiam para a classe de Lupin depois do almoço.


- Muito bem, só quero alunos alimentados na minha aula – Remus aprovou.


— Vê quem está lá, Mione.


A garota espiou pela porta da sala.


— Tudo bem!


Lily sorriu. Era tão bom ler sobre coisas normais da adolescência para mudar um pouco.


O Prof. Lupin voltara ao trabalho. Sem dúvida tinha a aparência de quem estivera doente.


- Harry, sempre me elogiando – ironizou o lobisomem.


- Desculpa – murmurou Harry.


Suas vestes velhas estavam mais frouxas e havia olheiras escuras sob seus olhos; ainda assim, ele sorriu para os garotos que ocupavam seus lugares na classe


- Feliz em todas as circunstâncias – resmungou Sirius.


- Não exatamente! – protestou Remus.


- E não seria bom se fosse? – perguntou Alice.


- Não, seria irritante – Sirius fez uma careta. Não gostava de pessoas felizes e doces demais.


e, em seguida, desataram a se queixar do comportamento de Snape na ausência de Lupin.


- Não é uma posição muito boa para Remus – comentou Frank.


— Não é justo, ele estava só substituindo o senhor, por que passou dever de casa?


- Porque ele ainda deu a aula – Lily apontou o óbvio.


— Não sabemos nada de lobisomens...


Regulus revirou os olhos. Queriam aprender só o que já sabiam?


— Dois rolos de pergaminho!


— Vocês disseram ao Prof. Snape que ainda não estudamos lobisomens? — perguntou Lupin, franzindo ligeiramente a testa.


Snape olhou para Remus, sabendo porque o outro estava preocupado, e com razão. Ele sabia que Remus era um lobisomem desde que Black quase o matou no quinto ano.


Mas ninguém ia acreditar nele se ele dissesse que o perfeito Lupin era um lobisomem.


A balbúrdia tornou a encher a sala.


— Dissemos, mas ele respondeu que estávamos muito atrasados...


— Ele não quis ouvir...


- Seria uma surpresa se ele quisesse – resmungou Fred.


— Dois rolos de pergaminho!


Alex revirou os olhos.


O Prof. Lupin sorriu ao ver a expressão indignada nos rostos dos alunos.


- Ótimo, Remus já esqueceu como era ser jovem e preguiçoso... oh, espera, ele nunca foi preguiçoso – Sirius revirou os olhos.


— Não se preocupem. Vou falar com o Prof. Snape.


- Boa sorte com isso – murmurou Neville.


Não precisam fazer a redação.


James sorriu aliviado, como se fosse ele e não Harry que tivesse que estudar.


— Ah, não! — exclamou Hermione, muito desapontada. — Já terminei a minha.


Olhares assustados em direção a morena.


Tiveram uma aula muito gostosa. O Prof. Lupin trouxera uma caixa de vidro contendo um hinkypunk, uma criaturinha de uma perna só, que parecia feita de fiapos de fumaça, a aparência frágil e inofensiva.


- Não se engane – avisou Frank – Essas criaturas não prestam.


— O hinkypunk atrai os viajantes para os brejos — informou o professor enquanto os garotos faziam anotações.


- Somos todos alunos dedicados – brincou Rony.


— Vocês repararam na lanterna que ele traz pendurada na mão? Ele salta para frente... A pessoa acompanha a luz... Então...


A criatura fez um horrível barulho de sucção contra o vidro da caixa.


- A aula tem até efeito dramático – falou James.


Quando a sineta tocou, todos guardaram o material e se dirigiram para a porta, Harry entre eles, mas...


— Espere um instante, Harry — chamou Lupin. — Gostaria de dar uma palavrinha com você.


- Nunca é uma coisa boa – falou Dorcas.


Remus olhou magoado para ela. Era ele quem tinha chamado.


Harry deu meia-volta e observou o professor cobrir a caixa do hinkypunk com um pano.


- E nem oferece ajuda... – Sirius falou falsamente desapontado.


— Soube do que houve no jogo


- Acho que todos ouviram.


— disse Lupin, virando-se para sua escrivaninha e começando a guardar os livros na maleta — e sinto muito pelo acidente com a sua vassoura.


Lily quase revirou os olhos, mas se conteve.


Há alguma possibilidade de consertá-la?


James sorriu orgulhoso para o amigo. Era assim que se demonstrava o amor!


— Não — respondeu Harry. — A árvore arrebentou-a em mil pedacinhos.


Remus olhou culpado para o livro. Foi por causa dele que plantaram a árvore.


Lupin suspirou.


— Plantaram o Salgueiro Lutador no ano em que cheguei a Hogwarts.


- Eu me pergunto por que plantar algo tão agressivo em uma escola... – falou Frank, pensativo e os marotos trocaram olhares.


Os alunos costumavam brincar de tentar se aproximar do tronco e tocar a árvore com a mão.


Lene revirou os olhos. Ela se lembrava disso. Era um mais idiota que o outro (incluindo o namorado dela).


No fim, um garoto chamado Davi Gudgeon quase perdeu um olho


- Ainda bem que ele não ficou cego, Davi é uma boa pessoa – falou Alice, que tinha sido amiga dele por um tempo.


e fomos proibidos de chegar perto do salgueiro.


- Uma boa ideia.


Uma vassoura não teria a menor chance.


— O senhor soube dos dementadores também? — perguntou Harry com dificuldade.


- Não foi culpa sua – falou Lily.


Harry sabia, mas isso não mudava nada.


Lupin lançou um olhar rápido a Harry.


— Soube. Acho que nenhum de nós tinha visto o Prof. Dumbledore tão aborrecido.


- Ele tinha razões para isso – falou James friamente. O filho dele podia ter sido morto. Ficar "aborrecido" era o mínimo.


Há algum tempo, eles estão ficando inquietos... Furiosos com a recusa do diretor de deixar que entrem na propriedade...


Lyssi estremeceu. Já era ruim demais ele em Hogwarts, pior ainda dentro da escola.


Suponho que tenham sido eles a razão da sua queda.


- Só isso para fazer meu filho cair da vassoura – falou James.


Lily suspirou, temendo que o namorado voltasse ao modo obsessivo com Quadribol.


— Foram — Harry hesitou e, então, a pergunta que queria fazer escapou de sua boca antes que pudesse contê-la. — Por quê? Por que eles me afetam desse jeito?


- Porque você teve que lidar com muita coisa – falou Regulus – Mais do que merecia.


Harry sorriu para ele.


Será que sou apenas...


— Não tem nada a ver com fraqueza — respondeu o professor depressa, como se tivesse lido o pensamento de Harry.


- Eu conheço James o bastante para saber essa linha de pensamento – falou Remus.


- Eu não sou assim! – falou ele indignado.


- Você é, só não sabe disso – falou Lupin.


— Os dementadores afetam você pior do que os outros porque existem horrores no seu passado que não existem no dos outros.


Harry sorriu para Remus.


Um raio de sol de inverno entrou na sala, iluminando os cabelos grisalhos de Lupin e os traços do seu rosto jovem.


- Essa frase ficou meio contraditória – observou Josh.


— Os dementadores estão entre as criaturas mais malignas que vagam pela Terra.


- Eles são parasitas – falou Josh com desgosto.


Infestam os lugares mais escuros e imundos, se comprazem com a decomposição e o desespero, esgotam a paz, a esperança e a felicidade do ar à sua volta.


Uma coisa muito útil contra inimigos, se usada no momento certo, pensou Regulus.


Até os trouxas sentem a presença deles,


E isso era algo, pensou Snape. Os trouxas sempre davam um jeito de ignorar a magia.


embora não possam vê-los. Chegue muito perto de um dementador e todo bom sentimento, toda lembrança feliz, serão sugados de você.


Lene estremeceu o pensamento de Sirius ter que enfrentar isso por um bom tempo.


Se puder, o dementador se alimentará de você o tempo suficiente para transformá-lo em um semelhante...


Frank olhou enjoado para o livro. Ele sabia disso, mas não queria ter lembrado.


Desalmado e mau. Não deixará nada em você exceto as piores experiências de sua vida.


Sirius deu um sorriso sarcástico pensando em como ficaria sem as boas lembranças, as únicas coisas que o faziam lutar.


E o pior que aconteceu com você, Harry, é suficiente para fazer qualquer um cair da vassoura.


Lily sorriu agradecida para Remus.


Você não tem do que se envergonhar.


- Mas Harry vai continuar se sentindo envergonhado – apontou Hermione.


— Quando eles chegam perto de mim... — Harry fixou o olhar na mesa de Lupin, sentindo um nó na garganta


Josh deu um sorriso simpático para Harry.


— ouço Voldemort assassinando minha mãe.


Todos evitaram olhar para Lily, menos James que a abraçou. Ele sabia que ela estava tão assustada quanto ele.


Lupin fez um movimento repentino com o braço como se fosse segurar o ombro de Harry, mas pensou melhor.


James olhou desapontado para o amigo. Sabia que ele estava querendo confortar o filho dele, mas Remus não podia já que não tinha contado quem ele era.


Houve um momento de silêncio, depois...


— Por que é que eles tinham que ir ao jogo?


- Porque coisas ruins acontecem – falou Alex friamente. Claro que a situação tinha sido ruim, mas honestamente podia ser muito pior. Ele nem ficou com um ferido grave.


Lyssi olhou preocupada para o irmão sabendo que em tempos diferentes ele nem pensaria isso, mas ele tinha mudado. Para sempre.


— exclamou o garoto amargurado.


— Estão ficando famintos — disse Lupin tranquilamente,


- Isso é coisa mais irritante sobre Aluado, ele sempre fica tranquilo – reclamou Sirius – Menos com garotas – lançou um olhar para Dorcas, que corou.


fechando a maleta com um estalo. — Dumbledore não permite que eles entrem na escola,


- Graças a Deus – murmurou Lene.


Harry lançou um olhar curioso na direção dela. Nunca tinha entendido direito como era a relação dos bruxos com a religião.


então o suprimento de gente com que contavam secou... Acho que eles não conseguiram resistir à multidão em torno do campo de Quadribol.


- Espero que resistam da próxima vez – rosnou James.


Toda a excitação... As emoções exacerbadas... É a ideia que fazem de um banquete.


Neville olhou enjoado para o livro.


— Azkaban deve ser horrível


- É horrível – concordou Fred.


— murmurou Harry.


Lupin concordou, sério.


— A fortaleza foi construída em uma ilhota, bem longe da costa, mas não precisam de paredes nem de água para manter os prisioneiros confinados,


- Até porque isso não seria muito difícil de ultrapassar – murmurou Snape.


não quando eles já estão presos dentro da própria cabeça, incapazes de um único pensamento agradável.


- É uma tática repulsiva – murmurou Hermione.


- Mas funciona – replicou Rony.


- Concordo que os criminosos não merecem um colchão macio, mas serem levados a própria loucura? – Hermione era incapaz de apoiar isso, ainda mais porque suspeitava que Sirius não era o único inocente lá.


A maioria enlouquece em poucas semanas.


Sirius deu um sorriso amargado, pensando que já devia estar enlouquecido mesmo quando foi parar lá.


— Mas Sirius Black escapou


- E voltam a falar meu nome – Sirius revirou os olhos.


— comentou Harry lentamente. — Fugiu...


A maleta de Lupin escorregou da escrivaninha; ele teve que se abaixar depressa para apanhá-la no ar.


- Com medo de mim? – perguntou Sirius para o amigo.


- Nunca – Remus respondeu firmemente. Ele sabia que Sirius era uma das melhores pessoas que ele conhecia e eles passaram tantos momentos juntos que sabia que Sirius era incapaz de machucá-lo, apesar do lado violento que as vezes o amigo mostrava.


— É — disse, se endireitando. — Black deve ter encontrado uma maneira de combatê-los.


- Se alguém é capaz disso, é você – James sorriu para o amigo. Ele nunca acreditaria que Sirius fosse um assassino. Ele era seu irmão. Não era capaz de matar ninguém. E, além disso, Harry tinha dito que ele era bom e todos os outros do "futuro" dali (Weasley e Hermione) ficavam bem a vontade perto de Sirius, o que não aconteceria se ele fosse um assassino, ainda mais um que aparentemente queria matar Harry.


Eu não teria acreditado que isto fosse possível...


- Sempre me surpreendo – Remus sorriu para o amigo.


Dizem que os dementadores esgotam os poderes de um bruxo que conviver um tempo demasiado longo com eles...


— O senhor fez aquele dementador no trem recuar


- É porque eu sou demais – brincou Remus.


- Mas é uma magia complicada mesmo. Você tem talento – falou Regulus.


Remus sorriu para o Black. Ele gostava de Regulus, mesmo sabendo que o outro era uma pessoa complicada, e Harry e Sirius também gostavam, então ok.


— disse Harry de repente.


— Há... Certas defesas que se pode usar


- Sempre há.


— disse Lupin. — Mas no trem havia apenas um dementador. Quanto maior o número, mais difícil é resistir a eles.


- Logicamente.


— Que defesas? — perguntou Harry em seguida. — O senhor pode me ensinar?


Lily sorriu orgulhosa, vendo que seu filho queria aprender mais que o necessário.


— Não tenho a pretensão de ser um especialista no combate a dementadores, Harry... Muito ao contrário...


- Mas você é ótimo nisso – comentou Harry.


— Mas se os dementadores forem a outro jogo de Quadribol, preciso saber lutar contra eles...


- Você tem um bom ponto – comentou Regulus.


Lupin avaliou o rosto decidido de Harry, hesitou, depois disse:


— Bem... Está bem.


James sorriu.


Vou tentar ajudar. Mas receio que você terá de esperar até o próximo trimestre. Tenho muito que fazer antes das férias.


- Meu filho devia ser prioridade – falou James falsamente ofendido.


- Ele é mais do que você – implicou Remus.


James olhou chocado para o amigo, até que Remus riu e ele percebeu que era uma brincadeira.


Escolhi uma hora muito inconveniente para adoecer.


- Não se escolhe uma hora para adoecer – falou Dorcas enquanto os marotos trocavam olhares.


Com a promessa de receber aulas antidementadores de Lupin, o pensamento de que talvez não precisasse mais ouvir a morte da mãe,


Lily evitou o olhar de todo mundo.


e o fato de que Corvinal esmagara Lufa-Lufa na partida de Quadribol no final de novembro, o ânimo de Harry deu uma guinada definitiva para cima.


- Ainda bem. Já não estava mais aguentado – Rony brincou.


Afinal, Grifinória não fora eliminada da competição,


- É preciso muito mais que isso para nos eliminar – Jorge falou orgulhoso.


embora o time não pudesse se dar ao luxo de perder mais uma partida.


- Vocês não vão – falou James ameaçador.


Harry se encolheu.


Olívio tornou a ficar possuído por uma energia obsessiva,


- Mais que o normal – acrescentou Fred.


e treinou com o time com mais empenho que nunca, na chuvinha gélida e nevoenta que persistiu até dezembro.


Lily olhou preocupada para o filho. Ele podia ficar resfriado!


Harry não viu nem sinal de dementador nos terrenos da escola


- Dumbledore está sendo útil para alguma coisa – resmungou Regulus, recebendo olhares irritados de volta. Mas ele tinha crescido odiando Dumbledore, não podia começar a gostar dele. Jamais.


A fúria de Dumbledore parecia ter funcionado para mantê-los em seus postos nas entradas.


- Ninguém quer enfrentá-lo – murmurou Neville, pensando em como teria sido se ele não tivesse morrido.


Duas semanas antes do fim do trimestre, o céu clareou de repente até atingir um branco leitoso e ofuscante, e os terrenos enlameados da escola amanheceram, certo dia, cobertos de cintilante geada.


Sirius suspirou, entediado. Olha onde ele fora parar? Ouvir sobre paisagem?


No interior do castelo, havia um rebuliço de Natal no ar.


Alice sorriu. Ela adorava essa época do ano, todos ficavam mais simpáticos.


Flitwick, o professor de Feitiços, já enfeitara sua sala de aula com luzes pisca-piscas que, quando foram ver, eram fadinhas voadoras de verdade.


Dorcas sorriu. Ele era o professor preferido dela.


Os alunos estavam satisfeitos discutindo planos para as férias de Natal.


- Não existe nada como o natal em Hogwarts – Gina comentou.


Tanto Rony quanto Hermione haviam decidido permanecer em Hogwarts


Regulus sorriu, feliz que Harry não iria ficar sozinho.


e, embora Rony dissesse que era porque não ia conseguir aturar Percy duas semanas,


- Entendemos – falaram os outros Weasleys sérios.


e Hermione insistisse que precisava consultar a biblioteca,


Remus e Lily sorriram.


Harry não se deixou enganar;


- Muito triste isso – James balançou a cabeça.


sabia que era para lhe fazerem companhia e se sentiu muito grato.


Rony e Hermione sorriram. Claro que eles fariam companhia.


Para alegria de todos, exceto Harry, houve mais uma visita a Hogsmeade no último fim de semana do trimestre.


James deu um sorriso triste. Era para o seu filho estar com todos outros.


— Podemos fazer todas as nossas compras de Natal lá!


- Como um shopping – falou Dorcas.


— exclamou Hermione. — Mamãe e papai iriam adorar receber fios dentais de menta da Dedosdemel!


Silêncio estranho na sala enquanto todos processavam o presente de Hermione.


- Bem... Cada um tem o seu gosto – Rony falou por fim.


Resignado com a ideia de que seria o único aluno do terceiro ano a não ir,


Lene revirou os olhos. Isso era tão James!


Harry pediu emprestado a Olívio o livro Qual vassoura, e resolveu passar o dia lendo sobre as diferentes marcas.


- Só espero que você não fique feito James – Lily falou.


- Feito James?! Eu sou lindo e inteligente e tudo de bom – falou o moreno metido.


Lily revirou os olhos.


Snape se perguntava por que ela namorava esse idiota.


- Não acho possível alguém chegar ao nível de James – comentou Harry – Ninguém fica tão obcecado assim. Fora Olívio.


- Olívio ultrapassa James – resmungou Fred.


Ele andara montando uma vassoura da escola nos treinos do time,


Gina fez uma careta. Era uma vassoura pior que a outra.


uma velhíssima Shooting Star,


- Ela já é velha no nosso ano – comentou Frank.


- Não que sejamos velhos – acrescentou Alice, fazendo uma careta.


Os de 1997 seguraram o riso.


que era demasiado lenta e instável; decididamente precisava de uma vassoura nova.


- Por que você não compra uma? – perguntou James, seriamente. Ele não entendia porque Harry não gastava o dinheiro dele de jeito nenhum.


- Não é como se fosse te fazer falta – concordou Sirius. Ele sabia o quanto os Potters eram ricos. Mais até que os Blacks.


- Eu só... acho que eu não vejo como uma pessoa rica – falou Harry, pensando – Nunca me lembro que eu tenho dinheiro.


- Isso é porque você precisa gastá-lo – comentou Lene.


- Não gosto da ideia de gastar, mas, Harry, você tem que entender que tem dinheiro – Lily falou – E não ache que eu esqueci que você prometeu ir comprar roupa depois desse livro.


Harry suspirou. Ele sabia que os outros estavam certos, mas era difícil mudar.


Na manhã de sábado em que os colegas iriam a Hogsmeade, Harry se despediu de Rony e Hermione, embrulhados em capas e cachecóis,


- Estava frio – justificaram.


tornou a subir a escadaria de mármore, sozinho,


- Isso é triste.


e tomou o caminho da Torre da Grifinória. A neve começara a cair do lado de fora das janelas e o castelo estava muito parado e silencioso.


- A única vez que esteve assim desde que os gêmeos entraram – comentou Gina.


Os dois sorriram orgulhosos.


— Psiu... Harry!


Ele se virou, a meio caminho do corredor do terceiro andar, e viu Fred e Jorge espiando-o


- Assustador.


atrás da estátua de uma bruxa corcunda, de um olho só.


- Eu sei qual é – comentou Neville.


— Que é que vocês estão fazendo? — perguntou Harry, curioso. — Vocês não vão a Hogsmeade?


Gina olhou suspeitosamente para os irmãos.


— Antes de ir viemos fazer uma festinha para animar você — disse Fred, com uma piscadela misteriosa. — Venha até aqui...


- Não pode ser boa coisa – comentou Lene.


- Foi ótimo! – contradisse Harry, agradecido para os gêmeos que sorriram.


O garoto indicou com a cabeça uma sala de aula vazia, à esquerda da estátua de um olho só. Harry acompanhou os gêmeos.


- Eu não confiaria não – brincou Rony.


- Somos seus irmãos!


- Exatamente! – falou Rony, se lembrando de quando os gêmeos aumentaram o preço do produto só por ele da família.


Jorge fechou a porta sem fazer barulho


- Sou ninja – falou.


e se virou, sorrindo, para Harry.


— Presente de Natal antecipado para você, Harry — anunciou.


Fred tirou alguma coisa de dentro da capa com um gesto largo e colocou-a em cima de uma carteira. Era um pedaço de pergaminho,


Os Marotos arregalaram os olhos. Seria...? Não, não podia ser.


grande, quadrado e muito gasto, sem nada escrito na superfície.


- Aparentemente – corrigiu Fred.


Harry, desconfiando que fosse uma daquelas brincadeiras de Fred e Jorge,


- Qualquer um ficaria – concordou Hermione.


- Estávamos fazendo uma boa ação – falou Jorge, ofendido.


ficou parado olhando para o presente.


- Coisa de retardado – comentou Sirius e recuou com o olhar de Harry – Calma, só uma brincadeira.


— E o que é que é isso? — perguntou.


— Isso, Harry, é o segredo do nosso sucesso


- Um dos – se corrigiu.


— disse Jorge, dando uma palmadinha carinhosa no pergaminho.


— Dói na gente dar esse presente para você — disse Fred — mas decidimos, na noite passada, que você precisa muito mais dele do que nós.


- Já sabíamos tudo decorado – falou Jorge.


E, de qualquer maneira, já o conhecemos de cor. É uma herança que vamos lhe deixar. Para falar a verdade, não precisamos mais dele.


- Mas ele sempre será uma parte de nós – falou Fred, emocionado. Que saudades daquele pergaminho! Ele tinha sido muito útil!


Dorcas o encarou estranhamente.


— E para que eu preciso de um pedaço de pergaminho velho?


- Nunca julgue uma coisa pelo que ela parece – falou Sirius. Será que era o pergaminho mesmo?


— perguntou Harry.


— Um pedaço de pergaminho velho! — exclamou Fred, fechando os olhos com uma careta, como se Harry o tivesse ofendido mortalmente.


- Mas ele ofendeu mortalmente! – falou.


— Explique a ele, Jorge.


— Bem... Quando estávamos no primeiro ano, Harry... Jovens, descuidados e inocentes...


Todos riram.


- Descuidados e inocentes vocês nunca foram – falou Gina. Ela tinha aprontado muito com eles quando era pequena.


Harry abafou uma risada. Duvidava se algum dia os gêmeos teriam sido inocentes.


- Que imagem ruim você tem de nós.


— Bem, mais inocentes do que somos hoje...


- Isso podemos acreditar.


Nos metemos numa certa confusão com Filch.


- Aquele idiota – Jorge revirou os olhos.


— Soltamos uma bomba de bosta no corredor e por alguma razão ele ficou aborrecido...


- Essas pessoas não fazem muito sentido hoje em dia – concordou Lene, falsamente.


— Então Filch nos arrastou até a sala dele e começou a nos ameaçar com os castigos de costume...


—... Detenção...


—... Nos arrancar as tripas...


- Nada violento.


—... E não pudemos deixar de reparar numa gaveta do arquivo dele em que estava escrito Confiscado e Muito Perigoso.


- Claro que não – James sorriu empolgado, enquanto Lily estava preocupada onde isso daria.


— Não precisam continuar... — exclamou Harry, começando a sorrir.


- Não é que você tem um lado Maroto depois de tudo? – perguntou Josh, sorrindo.


Harry ficou emburrado.


— Bem, que é que você teria feito? — perguntou Fred. — Jorge soltou mais uma bomba de bosta para distrair Filch,


- Nada como na detenção fazer a mesma coisa que te levou a detenção – falou Sirius.


eu abri depressa a gaveta e tirei... Isto.


— Não foi tão desonesto quanto parece, sabe


- Ninguém liga para honestidade – brincou Rony.


— comentou Jorge.


— Calculamos que Filch nunca tivesse descoberto como usar o pergaminho.


Remus deu um sorriso aliviado. Se realmente fosse o Mapa... Não seria bom para os alunos que Filch tivesse.


— Mas, provavelmente suspeitou o que era ou não o teria confiscado.


- Não necessariamente. Ele confisca tudo – falou Frank.


— E vocês sabem como usar?


— Ah, sabemos — disse Fred, rindo. — Esta joia nos ensinou mais do que todos os professores da escola.


- Nunca aprendemos nada na aula – concordou Jorge.


— Vocês estão me gozando — disse Harry, olhando para o pedaço velho e rasgado de pergaminho.


Fred olhou ofendido para Harry. Ele nunca brincaria sobre isso.


— Ah, é? — disse Jorge.


Ele apanhou a varinha, tocou o pergaminho de leve e disse:


— "Juro solenemente que não pretendo fazer nada de bom".


Na mesma hora, linhas de tinta muito finas começaram a se espalhar como uma teia de aranha a partir do ponto em que a varinha de Jorge tocara.


James sorriu. Ele sentia que era o mapa.


Elas convergiram, se cruzaram, se abriram como um leque para os quatro cantos do pergaminho;


Sirius sorriu também, agora convencido totalmente que era o mapa deles.


em seguida, no alto, começaram a aflorar palavras, palavras grandes, floreadas, verdes,


Isso acabou com todas as dúvidas de Remus que se lembrava muito bem do dia que finalmente fizeram o Mapa e a discussão pela cor.


que diziam:


Os Srs. Aluado, Rabicho, Almofadinhas e Pontas, fornecedores de recursos para bruxos malfeitores, têm a honra de apresentar


O MAPA DO MAROTO


James, Sirius e Remus sorriram orgulhosos. Eles sabiam que não era um trabalho fácil fazer o mapa de Hogwarts, ainda mais um com as funções dele.


O único problema era Peter não estar ali agora, mas Harry era totalmente sério sobre ele não estar com eles e eles tinham que confiar nele.


- Vocês fizeram um mapa? – sussurrou Lily, surpresa. Ela sabia que os Marotos tinham algo parecido com isso, mas nunca imaginou que fosse ser realmente um mapa.


Era um mapa que mostrava cada detalhe dos terrenos do castelo de Hogwarts.


- Incrível – sussurrou Alice. O trabalho que devia ter dado para construir algo assim...


O mais notável, contudo, eram os pontinhos mínimos de tinta que se moviam em torno do mapa,


Frank olhou curioso para o livro.


cada um com um rótulo em letra minúscula.


- Um rótulo? – questionou Dorcas.


Pasmo, Harry se curvou para examinar melhor. Um pontinho, no canto superior esquerdo, mostrava que o Prof. Dumbledore estava andando para lá e para cá em seu escritório;


- Ele faz isso muito – observou Fred.


- Mostra onde as pessoas estão? – Frank estava chocado. Era brilhante.


a gata do zelador, Madame Nor-r-ra, rondava o segundo andar;


- Serve para animais também – Regulus estava impressionado. Nunca achou que o seu irmão e os amigos dele tivessem capacidade para fazer algo assim.


e Pirraça, o poltergeist, naquele momento saltitava pela sala de troféus.


- Ele nunca fica quieto – falou Rony.


E quando os olhos de Harry percorreram os corredores que tão bem conhecia, ele notou mais uma coisa.


Não aguentando mais, Lene se virou para Sirius e bateu nele.


- AÍ! – ele gritou.


- Por que vocês não me contaram? – ela estava magoada.


- Segredo de Maroto – falou James.


Os olhos de Lene brilharam perigosamente e ela mandou uma azaração na direção dele.


- Tá queimando! – protestou James.


- Só vai parar depois de horas – Lene deu um sorriso cruel para ele.


Ela se virou para o último integrante do grupo, mas desistiu. Remus não era tão próximo dela para ter a obrigação de contar isso.


- Lily – James choramingou – Faz parar!


- Não – replicou a ruiva friamente – Não contou porque não quis.


Fred e Jorge se encararam. Sabiam que James, Sirius e Remus diziam que eram os Marotos, mas nunca tinham acreditado muito. Achavam que era só uma brincadeira. Quais as chances de os ídolos deles serem os pais de Harry?


Mas agora, todos agiam como se eles fossem realmente os Marotos.


O mapa mostrava um conjunto de passagens em que ele nunca entrara. E muitas pareciam levar...


—... Diretamente a Hogsmeade


James sorriu, entendendo aonde ele queria chegar.


— disse Fred, acompanhando uma delas com o dedo. — São sete ao todo. Até agora Filch conhece essas quatro


- Na nossa época ele só conhecia duas – Sirius sorriu orgulhoso.


— ele as apontou — mas temos certeza de que somente nós conhecemos estas outras.


- Não só vocês – contradisse James.


Não se preocupe com a passagem por trás do espelho no quarto andar. Nós a usamos até o inverno passado, mas já desabou, está completamente bloqueada.


- Eu gostava dela – reclamou Remus. Ela era mais simples que as outras.


E achamos que ninguém jamais usou esta porque o Salgueiro Lutador foi plantado bem em cima da entrada.


- Usaram antes – comentou Lene. Ela conhecia boatos sobre essa passagem secreta.


Mas esta outra aqui leva diretamente ao porão da Dedosdemel.


- Essa é útil – falou Josh.


Nós já a usamos um monte de vezes.


- Nem quero saber quando – resmungou Hermione.


- Você realmente não quer.


E como você talvez tenha notado, a entrada é bem ali do lado de fora da sala,


- Tão perto de realizar meus sonhos – Harry suspirou.


na corcunda daquela velhota de um olho só.


— Aluado, Rabicho, Almofadinhas e Pontas


Os Marotos sorriram.


— suspirou Jorge, dando um tapinha no cabeçalho do mapa. — Devemos tanto a eles.


- De nada – falaram.


Os gêmeos se entreolharam. Ainda estavam na dúvida se acreditam ou não que os três eram os Marotos (e faltaria alguém nessa conta).


— Almas nobres,


- Nunca achei que me chamariam de nobre – murmurou Sirius.


- Não sei por que – ironizou Harry.


Regulus quase o lembrou que ele era quase isso. A família Black tinha uma grande linhagem.


que trabalharam incansavelmente para ajudar novas gerações de transgressores


- Acredite no que quiser – falou James. Eles não tinham a intenção de ajudar ninguém, fora eles mesmos.


— disse Fred solenemente.


— Certo — acrescentou Jorge depressa. — Não se esqueça de limpar o mapa depois de usá-lo...


James assentiu, seriamente.


—... Senão qualquer um pode ler — recomendou Fred.


— É só bater com a varinha mais uma vez e dizer "Malfeito feito!", e o pergaminho torna a ficar branco.


- Vocês são brilhantes – falou Dorcas, impressionada.


- Sabemos – falou Sirius, arrogante.


— Portanto, jovem Harry — disse Fred, numa incrível imitação de Percy — trate de se comportar.


- Eu sou ótimo imitando pessoas – se gabou.


— Vejo você na Dedosdemel — despediu-se Jorge, piscando.


Hermione balançou a cabeça. Os gêmeos nunca teriam jeito.


Os gêmeos deixaram a sala, sorrindo satisfeitos consigo mesmos.


- Claro que sim. Até fizemos uma saída teatral – falou Jorge.


Harry ficou ali, contemplando o mapa milagroso.


James sorriu, se lembrando de se sentir assim na primeira vez que terminou o mapa.


Acompanhou o pontinho de tinta Madame Nor-r-ra virar à esquerda e parar para cheirar alguma coisa no chão. Se Filch realmente não conhecia... Ele não teria que passar pelos dementadores...


Lily estreitou os olhos. Harry estava se arriscando demais.


Mas mesmo enquanto continuava ali, transbordante de excitação,


- Fazer a coisa errada te faz sentir assim – brincou Josh.


uma coisa que ouvira, certa vez, o Sr. Weasley dizer aflorou em sua lembrança.


- Aflorou em sua lembrança – repetiu Lyssi, incrédula. Era uma péssima frase. Quem pensava assim?


"Nunca confie em nada que é capaz de pensar, se você não pode ver onde fica o seu cérebro".


- É uma ótima frase – falou Snape.


Mas meio incompleta. Não devemos confiar na maioria das coisas que vemos o cérebro também, pensou ele.


O mapa era um daqueles objetos mágicos perigosos sobre os quais o Sr. Weasley o prevenira...


- Não! – choramingou Sirius. Harry não podia deixar o mapa para lá. Era o destino que tinha feito o mapa voltar para o devido dono.


Recursos para bruxos malfeitores... Mas então, raciocinou Harry, ele só queria usar o mapa para ir a Hogsmeade,


James sorriu aliviado, já sabendo que Harry ficaria com o mapa.


não era que quisesse roubar alguma coisa ou atacar alguém...


Hermione revirou os olhos. Harry conseguia arranjar desculpas tão estúpidas para si mesmo.


E Fred e Jorge já o usavam havia anos, sem que nada de terrível tivesse acontecido...


Harry acompanhou com o dedo a passagem secreta até a Dedosdemel.


Até Lily se permitiu dar um pequeno sorriso.


Por uma vez na vida, algo bom tinha acontecido com Harry.


Depois, subitamente, como se obedecesse a uma ordem,


- Você não obedece ninguém – contradisse Gina.


- Mas eu ouço quase todos - falou Harry – Só vou contra o que eu não acredito.


Gina revirou os olhos.


enrolou o mapa, guardou-o nas vestes


- Cuidado com esse bem precioso – falou James sério.


e correu para a porta da sala de aula. Abriu-a uns dedinhos. Não havia ninguém do lado de fora.


- Uma vez na vida o povo tinha o que fazer – comentou Neville.


Com muito cuidado, esgueirou-se da sala até as costas da estátua da bruxa de um olho só.


Lily revirou os olhos. Não aprovasse que seu filho estivesse fazendo isso, mas era por uma boa causa.


Que era mesmo que devia fazer? Puxou outra vez o mapa e viu, para seu espanto, que um novo boneco de tinta aparecera no pergaminho, rotulado Harry Potter.


- Foi estranho – comentou.


Estava parado exatamente no mesmo lugar que o verdadeiro Harry,


- O outro não é falso! – falou Sirius ofendido – Só uma representação.


mais ou menos na metade do corredor do terceiro andar. Harry observou-o atentamente. Seu pequeno eu de tinta parecia estar tocando a bruxa com uma varinha mínima.


Lily olhou admirada para o namorado. Não podia negar que ele tinha feito um trabalho incrível.


O garoto na mesma hora puxou a varinha real e deu um toque na estátua. Nada aconteceu. Ele tornou a consultar o mapa. Um balão com um texto aparecera ao lado do seu boneco. Dentro do balão havia a palavra "Dissendium".


- Era para o caso de esquecermos – falou James – Mas só Peter já esqueceu.


Olhares de raiva a menção do rato covarde.


Todos de 1977 se perguntavam o que Peter tinha feito que podia causar tanta raiva assim.


— Dissendium! — sussurrou Harry dando uma nova batida na bruxa de pedra.


Na mesma hora, a corcunda da estátua se abriu o suficiente para admitir uma pessoa bem magra.


- Isso é preconceito – falou Lene.


Harry deu uma espiada rápida nos dois lados do corredor, guardou outra vez o mapa, se içou de cabeça para dentro do buraco e deu um impulso para frente.


- Nada como se colocar em um lugar desconhecido – falou Alex, sem sarcasmo. Ele gostava de conhecer lugares novos. Lugares sem lembranças.


Ele deslizou um bom pedaço, descendo o que parecia um escorrega de pedra


- Não é bem isso – comentou Sirius.


e aterrissou na terra úmida e fria. Levantou-se, então, olhando a toda volta. Estava escuro como breu. Harry ergueu a varinha e murmurou:


— Lumus!


- Porque Harry é capaz de lembrar que é um bruxo – sorriu Hermione, se lembrando do primeiro ano.


Rony corou.


- Foi uma vez!


— E pôde ver que se encontrava em uma passagem muito estreita, baixa e terrosa. Ergueu, então, o mapa, tocou-o com a ponta da varinha e disse baixinho: — Malfeito feito!


- Eu ainda ficaria com o mapa mais um pouco – falou Lyssi.


O mapa ficou imediatamente branco.


- Não erramos – falou Sirius.


Ele o dobrou cuidadosamente, enfiou-o dentro das vestes, depois, o coração batendo rápido, ao mesmo tempo excitado e apreensivo,


- Não precisa ficar apreensivo – falou James.


Harry começou a andar.


- Só faltava ficar parado ali feito um idiota – falou Jorge.


A passagem virava e tornava a virar, mais parecendo uma toca de coelho gigante do que qualquer outra coisa.


- Não reclame da passagem – falou Sirius ofendido.


James o encarou.


- Eu preciso te lembrar sobre o que você falou da primeira vez que foi?


Sirius desviou o olhar.


- Não – murmurou baixo feito uma criança.


Harry caminhou depressa por ela, tropeçando aqui e ali


- Tá passando muito tempo com Rony – falou Gina.


- Ei – protestou o ruivo, indignado.


no chão acidentado, segurando a varinha com firmeza à sua frente.


Levou uma eternidade,


James olhou desapontado para o filho. Esperava mais de um herdeiro dos Marotos.


mas o garoto tinha o pensamento fixo na capacidade da Dedosdemel repor suas forças.


Remus sorriu ao se lembrar da sua loja de doce preferida. E ele amava doces.


Depois do que lhe pareceu uma hora, a passagem começou a subir. Ofegante, Harry apertou o passo, o rosto quente, os pés muito gelados.


- Isso é o que eu chamo de falta de exercício – brincou Josh.


Dez minutos mais tarde, chegou ao pé de uns degraus de pedra muito gastos, que subiam a perder de vista.


- Que exagero – comentou Alice.


- Não é exagero – falou Sirius – Você precisa ver isso.


Tomando cuidado para não fazer barulho, Harry começou a subir. Cem degraus, duzentos degraus, perdeu a conta,


- Aliás, para que você estava contando isso para começar?


olhando para os pés... Então, sem aviso, sua cabeça bateu em alguma coisa dura.


- Eu disse que você estava passando muito tempo com Rony – relembrou Gina.


- Eu não sou tão desajeitado assim.


- Não mais – corrigiu Hermione.


Parecia um alçapão. Harry ficou parado ali, massageando o cocuruto da cabeça, apurando os ouvidos. Não conseguia ouvir nenhum som em cima.


- A acústica é ótima – comentou Neville.


Muito devagarinho, empurrou o alçapão e espiou pela borda.


Deparou com um porão, cheio de caixotes e caixas.


- Mas o quê? – perguntou Lily.


- Você entenderá, amor – falou James.


Harry subiu pelo alçapão e tornou a fechá-lo. Ele se fundiu tão perfeitamente com o soalho empoeirado que era impossível saber que estava ali.


Regulus ficou impressionado. Parecia um sonho isso.


O garoto avançou lentamente até a escada de madeira que levava ao andar superior. Agora decididamente conseguia ouvir vozes, para não falar no tilintar de uma sineta e no abre e fecha de uma porta.


- Só acho que as vozes são mais importantes – comentou Snape.


Pensando no que deveria fazer, Harry, de repente, ouviu uma porta se abrir muito próximo; alguém ia descer a escada.


- Se esconde – falou Lyssi.


- Eu me escondi – Harry sorriu.


— E traga mais uma caixa de lesmas gelatinosas, querido, eles praticamente levaram tudo... — disse uma voz feminina.


- Parece Remus.


- Cala a boca, Sirius.


Dois pés desceram a escada. Harry pulou para trás de um enorme caixote e esperou os passos se distanciarem.


- Não era o lugar mais confortável, mas tudo bem.


Ouviu o homem deslocando caixas na parede oposta.


Talvez não tivesse outra oportunidade...


- Você está soando como James – Lene resmungou.


Harry sorriu orgulhoso, enquanto Snape fazia uma careta.


Rápida e silenciosamente, o garoto saiu abaixado do esconderijo e subiu as escadas;


- É nessa hora que eu agradeço por praticar Quadribol – falou Harry.


ao olhar para trás, viu um enorme traseiro e uma careca reluzente enfiada em uma caixa.


- Que visão linda – ironizou Dorcas.


Harry alcançou a porta no patamar da escada, escapuliu por ela e se encontrou atrás do balcão da Dedosdemel, abaixou-se, saiu quietinho de lado e por fim se levantou.


- Foi muito difícil – brincou ele, apesar de realmente ter parecido na época.


- Você muita coisa do seu pai – resmungou Lily – Eu não conseguiria fazer isso. Não assim.


A Dedosdemel estava tão cheia de alunos de Hogwarts que ninguém olhou duas vezes para Harry.


- Foi uma sorte.


- O que é inacreditável – comentou Jorge.


O garoto foi passando entre eles, olhando para os lados


- Nada suspeito.


e reprimiu uma risada só de imaginar a expressão que apareceria na cara de porco do Duda se pudesse ver onde ele estava agora.


Caras irritadas.


- Por que se lembrar dele agora? – reclamou Gina.


- Ele não é tão ruim – Harry desistiu ao ver os olhares incrédulos de todos – E eu vivi com ele por anos.


Havia prateleiras e mais prateleiras de doces com a aparência mais apetitosa que se pode imaginar.


- Eu quero ir para lá – choramingou Remus.


Tabletes de nugá, quadrados cor-de-rosa de sorvete de coco, caramelos cor de mel;


- Meus preferidos – falou Dorcas e Remus anotou isso mentalmente.


centenas de tipos de bombons em fileiras arrumadinhas; havia uma barrica enorme de feijõezinhos de todos os sabores,


- Os meus preferidos – falou Sirius.


Delícias gasosas – as tais bolas de sorvete de fruta que faziam levitar que Rony mencionara – em outra parede havia os doces de "efeitos especiais": os melhores chicles de baba e bola (que enchiam a loja de bolas azulonas e se recusavam a estourar durante dias),


- Harry, você não precisava descrever todos os produtos da loja – Remus falou sofrendo.


o estranho e quebradiço fio dental de menta, minúsculos Diabinhos negros de pimenta ("sopre fogo em seus amigos!"), Ratinhos de sorvete ("ouça seus dentes baterem e rangerem!"), Sapos de creme de menta ("faça sua barriga saltar para valer!"), frágeis penas de algodão-doce e bombons explosivos.


- Eu quero doces agora – falou Lily.


James parou para pensar.


- Não sei se aqui tem não. Eu posso ver.


Remus o encarou incrédulo.


- Quando sou eu você nem pensa em pegar, quando é Lily, você até se oferece.


- Bem, Lily é Lily.


- E doce é doce! – rosnou Remus, perigosamente. Podiam fazer qualquer coisa com ele, menos o deixar sem doces.


- Calma – James recuou assustado – Vou ver se tem.


Remus o seguiu.


- Não tem não – falou James para a depressão de Remus.


- Vamos comprar depois – avisou Lupin ameaçadoramente.


Harry se espremeu entre os alunos do sexto ano que enchiam a loja


- Por que só o sexto ano?


Harry deu de ombros.


e viu um letreiro pendurado no canto mais distante do salão (SABORES INCOMUNS).


- São os melhores – falou Rony sonhadoramente.


Rony e Hermione estavam bem embaixo, examinando uma bandeja de pirulitos com gosto de sangue.


- Eca!


- Por que alguém comeria isso? – perguntou Dorcas enjoada.


Harry, sorrateiramente, foi parar atrás dos dois.


— Eca, não, Harry não vai querer esses, são para vampiro, imagino


- Nunca entendi bem porque fazia doces para outras espécies – comentou Lily.


- Eles devem ter um público diversificado – justificou Frank.


— ia dizendo Hermione.


— E esses aqui? — perguntou Rony, enfiando um vidro de cachos de barata embaixo do nariz de Hermione.


- Ainda acho você um péssimo amigo por sequer cogitar esse – falou Harry.


Rony revirou os olhos.


- Eu estava tentando.


— Decididamente não — disse Harry.


Rony quase deixou cair o vidro.


- Você me assustou – se justificou.


— Harry! — berrou Hermione. — Que é que você está fazendo aqui? Como... Foi que você...?


- Você conseguiu fazer Hermione ficar sem fala – disse Neville impressionado.


Hermione corou.


- Foi só uma vez – riu Harry.


— Uau! — exclamou Rony, parecendo muito impressionado — você aprendeu a aparatar!


- Rony tem cada viagem – riu Gina.


- Como alguém ia aprender a aparatar do dia para noite? – Lyssi estava olhando para Rony como se ele fosse um ET.


— Claro que não aprendi.


Harry baixou a voz de modo que nenhum dos alunos de sexto ano pudesse ouvir


- Ainda quero saber por que só o sexto ano – Dorcas falou.


e contou aos amigos sobre o Mapa do Maroto.


- Só não reclamo pela falta de segredo porque os dois iam acabam descobrindo mesmo – falou Fred.


— Como é que Fred e Jorge nunca me deram esse mapa?


- Tem que merecer – falaram juntos.


— perguntou Rony indignado. — Eu sou irmão deles!


- Temos vários irmãos – falou Fred, dando de ombros.


- Aliás, era para vocês terem me contado – Gina falou com raiva. Ela entendia porque não Rony, mas ela que vivia brincando com eles?


- Desculpa, irmãzinha – pediu Jorge.


- Tudo bem. Eu já sei mesmo.


— Mas Harry não vai ficar com o mapa!


Os olhos de James faiscaram perigosamente. Não. Ele não tinha tido todo o trabalho para fazer o mapa e seu filho ter ganhado – em uma sorte muito grande – para não usá-lo.


— afirmou Hermione como se a ideia fosse ridícula.


- Sua ideia é que é ridícula – falou Sirius. Harry não podia se separar do mapa.


— Vai entregá-lo à Profª. Minerva, não é Harry?


Nem Lily concordava muito com a ideia de Hermione.


— Não, não vou não! — disse Harry.


James sorriu orgulhoso e aliviado.


— Você é maluca?


- Delicado...


— exclamou Rony, arregalando os olhos para a garota. — Entregar uma coisa boa dessas?


- Não se faz isso – concordou Remus.


— Se eu entregar, vou ter que contar onde foi que o arranjei.


- O problema não é esse – disse James – Você tem que ficar com o mapa.


- Eu fiquei – garantiu Harry.


Filch ia saber que Fred e Jorge surrupiaram dele!


- Obrigado por nos proteger, Harry – disseram os gêmeos achando graça. Filch não colocava medo neles.


— Mas e o Sirius Black?


- Não conseguem ficar sem falar de mim, não? – Sirius deu um sorriso amargo.


— sibilou Hermione. — Ele poderia estar usando uma das passagens do mapa para entrar no castelo!


- Eu provavelmente iria – admitiu Sirius – Se eu estivesse tentando entrar em Hogwarts.


Os professores têm que saber disso!


— Ele não pode estar entrando por uma passagem


- Na verdade, pode.


— retrucou Harry depressa. — Tem sete túneis secretos no mapa, certo? Fred e Jorge calculam que Filch conheça uns quatro.


- E pode confiar na gente – confirmou Fred.


E os outros três... Um desabou, de modo que ninguém pode passar.


- Uma pena – comentou Alice.


Outro tem o Salgueiro Lutador plantado na entrada, portanto, não se pode sair.


Os Marotos trocaram olhares.


E este que eu usei para chegar aqui... Bem... É realmente difícil ver a entrada dele no porão.


- Eu não preciso ver a entrada – Sirius falou.


Então, a não ser que Black soubesse que havia uma passagem...


- O que é o caso – falou ele.


- Mas você não era que todos pensavam. Você não é um assassino – falou Harry – Eu não estava em perigo.


Sirius olhou em dúvida par o Potter.


Harry hesitou. E se Black soubesse que havia uma passagem ali?


- Aí já era – falou Lene.


Rony, porém, pigarreou querendo sinalizar alguma coisa e apontou para um aviso colado dentro da loja de doces.


- Me agradeça por mudar seus pensamentos na hora que você estava ficando responsável – falou Rony – Você podia até ter devolvido o mapa.


POR ORDEM DO MINISTÉRIO DA MAGIA


- Lá vem – Neville revirou os olhos. Odiava o ministério.


Lembramos aos nossos clientes que até nova ordem, os dementadores irão patrulhar as ruas de Hogsmeade todas as noites após o pôr-do-sol.


- Perfeito – ironizou Josh.


A medida visa garantir a segurança dos habitantes de Hogsmeade


- Não acho que alguns dementadores fariam a diferença – comentou Alex – Você já escapou antes, consegue fazer de novo – falou para Sirius.


e será revogada quando Sirius Black for recapturado, portanto, é aconselhável que os clientes encerrem suas compras bem antes de anoitecer.


Feliz Natal.


— Estão vendo só?


- Não.


— falou Rony em voz baixa. — Eu gostaria de ver Black tentar entrar na Dedosdemel com dementadores pululando por todo o povoado.


- Eu acho que Dedosdemel é menos segura que Azkaban – falou Alex em um tom pesado.


- Não acho que isso importe já que Sirius é inocente – falou Lyssi, apressadamente, mandando um olhar irritado para o irmão. Ele não era o mais simpático.


Em todo o caso, Hermione, os donos da Dedosdemel ouviriam se alguém arrombasse a loja, não?


- Sei não, eles sempre foram meios surdos – comentou Jorge.


Eles moram no primeiro andar!


— Tá, mas... Mas... — A garota parecia estar fazendo força para encontrar outro argumento.


- Eu não queria deixar Harry em perigo!


- Eu também não! Mas eu queria que ele fosse feliz – argumentou Rony.


— Olha, ainda assim Harry não devia ter vindo a Hogsmeade.


- Não – falou Lily, surpreendentemente – Não me entendam mal, eu realmente não concordo com o fato de ele estar ai escondido, mas eu acho que o que Harry mais precisa no momento não segurança e sim a sensação de ser normal.


James sorriu para a namorada, antes de a puxar para um beijo. Era isso que mais gostava em Lily; ela sempre o surpreendia.


Snape desviou os olhos da cena, sentindo seu coração doer.


Ele não tem autorização! Se alguém descobrir, ele vai ficar enrascado até as orelhas!


- O nome Potter resolve isso – falou Sirius.


- SIRIUS!


- O quê? É verdade. Principalmente sendo Harry o salvador do mundo mágico – comentou.


Regulus deu um mínimo sorriso. Isso foi tão Black! Por mais que seu irmão negasse, sempre haveria traços da sua família nele. Ele passou 11 anos vivendo somente com eles.


Claro, alguns eram bom não ter como a violência excessiva, mas nem todos eram ruins.


E ainda não anoiteceu... E se Sirius Black aparecer hoje?


- Aí ele vai dar um oi para o afilhado dele – sorriu James.


Agora?


— Ia ter muito trabalho para encontrar Harry no meio disso aí


- Bom ponto. É difícil encontrar qualquer um nessas horas – falou Dorcas, se lembrando das vezes que passara procurando por Remus.


— disse Rony indicando com a cabeça as janelas de caixilhos, pelas quais se via a nevasca rodopiando lá fora. — Vamos, Mione, é Natal. Harry merece uma folga.


Harry sorriu para o amigo.


Hermione mordeu o lábio, parecendo extremamente preocupada.


- Eu te entendo – falou Alice, pensando se fosse Dorcas, Lene ou Lily no lugar de Harry.


— Você vai me denunciar? — perguntou Harry à amiga, sorrindo.


- Devia denunciar só para acabar com essa posa de metido – brincou Gina.


— Ai... Claro que não... Mas sinceramente, Harry...


— Viu as delícias gasosas, Harry? — perguntou Rony,


- De nada – o ruivo piscou.


Hermione revirou os olhos.


- Odeio vocês!


- Não, você ama a gente! – falou Harry


Hermione negou, sorrindo.


puxando Harry e levando-o até a barrica em que se encontravam. — E as lesmas gelatinosas? E os picolés ácidos? Fred me deu um desses quando eu tinha sete anos, fez um furo que atravessou a minha língua.


- Foi muito engraçado, admita – falou Fred.


- Na época não foi não – falou Rony.


Me lembro da mamãe pegando a vassoura e baixando o pau nele


Isso foi engraçado – falou Rony na mesma hora que Fred dizia Isso não foi engraçado.


— Rony ficou mirando, pensativo, a caixa de picolés ácidos. — Você acha que Fred comeria um cacho de baratas se eu dissesse a ele que era amendoim?


- Não. Eu engano as pessoas, não elas a mim – lembrou Fred sorrindo.


Depois que Rony e Hermione pagaram por todos os doces que compraram,


- Ufa, já achei que iam roubar – brincou Lene.


os três saíram da Dedosdemel para enfrentar a nevasca lá fora.


Hogsmeade parecia um cartão de Natal; as casas e lojas de telhado de colmo estavam cobertas por uma camada de neve fresca; havia coroas de azevinho nas portas e fieiras de luzes encantadas penduradas nas árvores.


- É mágico ali – falou Lily e todos tiveram de concordar. Era realmente muito bonito.


- Apesar de ser muito frio – Alice estremeceu.


- Hogwarts é mais fria – lembrou Frank.


- Mas Hogsmeade não deixa de ser fria por causa disso – falou Harry.


Harry estremeceu; ao contrário dos amigos, ele não estava usando casaco.


- Viu? Ele tá com frio.


- Mas você sempre vai com mil casacos – argumentou Frank, sorrindo ao lembrar da imagem de Alice em Hogsmeade. Ela era tão fofa que nem parecia real.


Os três saíram caminhando pela rua, a cabeça abaixada contra o vento, Rony e Hermione gritando por dentro dos cachecóis.


- Vocês são um bando de exagerados – falou Sirius.


- Só porque você não tem calor, outras pessoas tem, irmão – falou Regulus.


Sirius congelou no lugar. Fazia tanto tempo que Regulus não o chamava de irmão que ele tinha esquecido quão bom era. Ele ficou mais feliz do que gostaria de admitir com isso.


- O que foi? – perguntou Regulus, notando o sorriso estranho no rosto de Sirius.


- Acho que ele gostou de ser chamado de irmão – sussurrou Harry do lado dele.


Regulus sorriu, relaxando. Era só isso?


- Bem, ele é o meu irmão.


- Acho que ele precisava ser lembrado disso – Harry falou e deu um olhar acusador para Regulus, que devolveu. Não era culpa dele se Sirius o tinha abandonado assim que tinha ido para Hogwarts.


Harry rapidamente decidiu que não iria tomar lado em discussão da família Black. Para a sua própria segurança.


— Ali é o Correio...


— A Zonko‘s fica mais adiante.


— Podíamos ir até a Casa dos Gritos...


— Vamos fazer o seguinte — sugeriu Rony com os dentes batendo — vamos tomar uma cerveja amanteigada no Três Vassouras?


James sorriu, se lembrando da quantidade sem fim de vezes que tinha ido lá com os amigos.


Harry estava mais do que a fim; havia um vento cortante e suas mãos estavam congelando.


- Por que ninguém lembra que têm feitiços de aquecimento? – questionou Lyssi.


- Porque não usamos muito – Josh deu de ombros.


Então, eles atravessaram a rua e minutos depois entravam na minúscula estalagem.


A sala estava cheíssima, barulhenta, quente e enfumaçada.


- Assim como no nosso tempo – falou Lene satisfeita.


Uma mulher tipo violão, com um rosto bonito, estava servindo um grupo de bruxos desordeiros no bar.


- Não erámos nós – falaram os gêmeos quando todos os encararam – Provavelmente.


— Aquela é a Madame Rosmerta — disse Rony. — Vou pegar as bebidas, está bem? — acrescentou, corando ligeiramente.


- Own! Nosso pequeno irmão tem uma queda por alguém! – falaram os Weasleys, rindo de Rony.


Hermione estreitou os olhos e teve que se lembrar que isso foi há muitos anos. Muitos.


Harry e Hermione foram até o fundo do salão, onde havia uma mesinha desocupada entre uma janela e uma bela árvore de Natal próxima à lareira.


- Ficou parecido um encontro – comentou Sirius, recebendo olhares assustadores de Harry e Gina.


Rony voltou em cinco minutos, trazendo três canecas espumantes de cerveja amanteigada.


- Ainda não entendi porque "cerveja" – comentou Dorcas.


— Feliz Natal! — desejou ele alegremente, erguendo a caneca.


- Uma pena que ainda não era álcool – comentou Jorge.


- Harry não vai bebe. Certo? – Lily perguntou ameaçadoramente.


-S-sim – concordou Harry assustado. Ele bebia de vez em quando, mas não era nada demais e Lily não precisava saber disso.


Lily sorriu satisfeita.


Harry bebeu com gosto. Era a coisa mais deliciosa que já provara e parecia aquecer cada pedacinho dele, de dentro para fora.


- Eu sei como você se sente – falou Remus, sonhador. Era muito bom.


Uma brisa repentina despenteou seus cabelos.


- Como se eles um dia fossem penteados – bufou Gina.


A porta do Três Vassouras tornou a se abrir. Harry olhou por cima da borda da caneca e se engasgou.


Os professores McGonagall e Flitwick tinham acabado de entrar no bar


- Ferrou. Corre, Harry! – falou Sirius.


- Não os melhores professores para encontrar, filho – James falou como se fosse culpa de Harry.


- Eu sei, eu sei – concordou o moreno, distraidamente. Estava pensando no que aconteceria agora.


em meio a uma rajada de flocos de neve, seguidos de perto por Hagrid, que vinha absorto em uma conversa com um homem corpulento de chapéu-coco verde-limão e uma capa de risca de giz – Cornélio Fudge, Ministro da Magia.


- Ok, definitivamente um grupo estranho – comentou Lyssi.


- O que ele está fazendo ai? – questionou Dorcas.


Harry, Rony e Hermione trocaram olhares.


- Discutir sobre Sirius.


O Black revirou os olhos. Todos não podiam ficar sem falar o nome dele, conseguiam?


Numa fração de segundo, Rony e Hermione, ao mesmo tempo, tinham posto as mãos na cabeça de Harry e feito o amigo escorregar do banquinho para baixo da mesa.


- Não foi o meu momento mais estiloso – brincou Harry.


- Somos um trio sincronizado – falou Rony.


- Não tenho duvidas – falou Neville.


Pingando cerveja amanteigada


- Levou um século para sair – resmungou Harry.


e se encolhendo para sumir de vista, Harry, agarrado à caneca, espiou os pés dos professores


- Essa era uma frase que eu nunca achei que ia ouvir na vida – comentou Gina – Espiou os pés dos professores.


e de Fudge caminharem até o bar, pararem e, em seguida, darem meia-volta e se dirigirem para onde ele estava.


- E o azar de Potter volta – comentou Snape.


Em algum lugar acima de sua cabeça, Hermione sussurrou:


— Mobiliarbus!


A árvore de Natal ao lado da mesa se ergueu alguns centímetros do chão, flutuou de lado e desceu com um baque suave bem diante da mesa dos garotos, escondendo-os dos professores.


- Esperto – elogiou Remus.


- Obrigada – Hermione corou.


Espiando por entre os ramos mais baixos e densos,


- Nada como ser curioso.


Harry viu quatro conjuntos de pés de cadeira se afastarem da mesa bem ao lado, depois ouviu os resmungos e suspiros dos professores e do ministro ao se sentarem.


- Povo reclamão.


Em seguida, ele viu mais um par de pés, usando saltos altos, turquesa, cintilantes, e ouviu uma voz de mulher.


- Não, ia ser um homem que tava usando salto – Sirius revirou os olhos, impaciente. Queria saber o que eles iam discutir sobre ele.


— Uma água de Gilly pequena...


— É minha — disse a voz da Profª. Minerva.


- Achei que tia Minnie não comia – comentou James.


— A jarra de quentão...


— Obrigado — disse Hagrid.


— Soda com xarope de cereja, gelo e guarda-sol...


- Comida estranha.


— Hummm! — exclamou o Prof. Flitwick estalando os lábios.


— Para o senhor é o rum de groselha, ministro.


- Que privilégio é esse? Só por que ele é o ministro?


- Claro.


— Obrigado, Rosmerta, querida — disse a voz de Fudge. — É um prazer revê-la, devo dizer.


- Que falsidade.


Não quer nos acompanhar?


- Só porque ela é bonita.


Venha se sentar conosco...


— Bem, muito obrigada, ministro.


- Assim até parece que ele não tem um nome, que é somente "ministro".


Harry acompanhou os saltos cintilantes se afastarem e retornarem.


- Harry realmente não tem nada melhor para fazer.


Seu coração batia incomodamente na garganta.


- Você é muito dramático – falou James.


Harry deu de ombros.


Por que não lhe ocorrera que este era o último fim de semana do trimestre também para os professores?


- Porque alunos não costumam pensar que professores tem uma vida social – falou Lyssi.


E quanto tempo eles ficariam sentados ali?


- Quem sabe? Eles são um bando de fofoqueiros, então... – Sirius deu de ombros.


Ele precisava de tempo para voltar discretamente à Dedosdemel, se quisesse estar na escola ainda aquela noite...


Harry sorriu triste, pensando em como seria bom se esse tivesse sido realmente seu único problema.


A perna de Hermione deu uma tremida nervosa perto dele.


- Só eu estava calmo dos três – brincou Rony.


Hermione o encarou.


- Lembra que eu conseguia ver o seu rosto, certo? Quer que eu imite sua cara? – provocou ela.


- Não, estou bem assim – falou Rony.


Mas como os outros pediram, Hermione acabou imitando, causando risadas de todos, mesmo de Rony.


— Então, o que é que o traz a esse fim de mundo,


- Não é um fim de mundo. É um dos vilarejos bruxos mais conhecido.


ministro?


- Apesar que pode ser um fim de mundo ser você for um ministro – Sirius se corrigiu.


— perguntou a voz de Madame Rosmerta.


Harry viu a parte de baixo do corpo de Fudge se virar na cadeira,


- Visão estranha – comentou Regulus.


- Nem me fale – Harry comentou. Queria poder apagar essa lembrança.


como se verificasse se havia alguém escutando.


- E mesmo assim ainda não viu o trio o encarando? – Lene perguntou.


Depois respondeu em voz baixa:


— Quem mais se não Sirius Black?


- Que bom saber que eu sou tão importante – Sirius falou com ironia, já se preparando para ouvir mais um discurso sobre como ele era perigoso e uma ameaça.


Imagino que você deve ter sabido o que houve em Hogwarts no Dia das Bruxas?


- Claro que sim. Esse povo só fica falando da vida dos outros – comentou Fank.


— Para falar a verdade, ouvi um boato


- Mais que um boato.


— admitiu Madame Rosmerta.


— Você contou ao bar inteiro, Hagrid?


- Não acho que tenha se espalhado só por ele não – falou Josh.


— perguntou a Profª. Minerva, exasperada.


- Tia Minnie se irrita rápido – falou James.


— O senhor acha que Black continua por aqui, ministro? — perguntou Madame Rosmerta.


— Tenho certeza


Sirius levantou uma sobrancelha. Se ele tinha certeza disso, por que não conseguia prendê-lo?


— respondeu Fudge laconicamente.


— O senhor sabe que os dementadores já revistaram o meu bar duas vezes?


- Provavelmente não. Até ele deve ter algo mais útil para fazer – comentou Gina.


— falou Madame Rosmerta, com uma ligeira irritação na voz.


- Compreensível – falou Jorge – Os dementadores são criaturas horríveis mesmo.


— Espantaram todos os meus fregueses...


- Pelo menos, eles estão vivos – falou Neville.


Isto é muito ruim para o comércio, ministro.


- Acho que o comércio não é a prioridade dele – falou Alice.


- A prioridade dele é aparecer bem na mídia – Harry revirou os olhos. Fudge era ridículo. E ainda era o ministro.


— Rosmerta, querida, gosto tanto deles quanto você


- Quanto qualquer um – murmurou Regulus.


— disse Fudge, constrangido. — É uma precaução necessária...


- Não que eles tenham sido úteis antes – comentou Sirius.


Infelizmente, mas veja só... Acabei de encontrar alguns.


- Nada como um passeio feliz.


Estão furiosos com Dumbledore porque ele não os deixa entrar nos terrenos da escola.


- Ainda bem – Lily falou irritada – Eu iria para lá pessoalmente se ele tivesse deixado.


Harry preferiu não a lembrar que ela estava morta nesse ano.


— É claro que não — disse a Profª. Minerva, rispidamente. — Como é que vamos ensinar com aqueles horrores por todo o lado?


- Ninguém iria se concentrar – concordou Alex.


— Apoiado, apoiado! — exclamou o Prof. Flitwick com voz esganiçada, os pés balançando a um palmo do chão.


Alice e Dorcas sorriram com carinho. Elas gostavam de Flitwick. Ele era uma pessoa muito boa e muito mais inteligente que deixava aparecer.


— Mesmo assim — disse Fudge em tom de dúvida — eles estão aqui para proteger vocês todos de coisa muito pior...


- Eu não sou pior que um dementador – Sirius estava furioso. Ele poderia ser horrível, podia até virar um assassino, mas ele nunca seria pior que um Dementador. Nunca. Ele era humano.


- Claro que não – concordaram Marlene e Harry na mesma hora.


- Sirius, você é meu melhor amigo. Só por isso você já é perfeito – James sorriu – Entendeu? – falou encarando o amigo.


Sirius assentiu. James tinha um ponto. Nenhuma pessoa tão ruim andaria tão perto de uma pessoa boa como ele.


Nós todos sabemos o que Black é capaz de fazer...


- Não. Vocês acham que Sirius fez isso – corrigiu Harry, irritado.


— Sabem, eu ainda acho difícil acreditar


- Eu também – resmungou Sirius.


— disse Madame Rosmerta pensativamente. — De todas as pessoas que passaram para o lado das trevas,


- Que não foram poucas – comentou Jorge, relembrando do que seu pai falara.


Sirius Black é o último em que eu pensaria...


- Talvez porque ele não passou? – sugeriu Harry.


Sirius deu um sorriso pequeno.


Quero dizer, eu me lembro dele quando era garoto em Hogwarts.


- Sou uma pessoa memorável – sorriu Sirius.


Se alguém tivesse me dito, então, no que ele iria se transformar,


- E no que exatamente eu me transformei? – Sirius deu um sorriso sombrio, muito diferente do que costumava dar. Esse nem era irônico, era somente selvagem e violento. Sem fé.


- Você não se transformou em nada – Rony falou – Só que aconteceram vários acidentes infelizes e as pessoas tiraram as conclusões erradas.


eu teria respondido que a pessoa tinha bebido quentão demais.


- Obrigado – Sirius sussurrou. Ele se lembrava de Rosmerta, ela já trabalhava no Três Vassouras e era até bonita na época.


— Você não conhece nem metade do que ele fez, Rosmerta


- Achei que todos sabiam os mínimos detalhes da minha vida – ironizou Sirius.


— disse Fudge com impaciência.


- É para aprender como todos ficam quando falam com ele – Jorge piscou um olho.


— A maioria nem sabe o pior.


- O que pode ser pior que isso? – resmungou Snape.


— Pior? — exclamou Madame Rosmerta, a voz animada de curiosidade.


Sirius balançou a cabeça, realmente desapontado. Até ela que tinha o defendido minutos atrás?


— O senhor quer dizer pior do que matar todos aqueles coitados?


- Você não matou ninguém – Harry falou com firmeza.


Sirius parecia enjoado e nem mesmo olhou para o Potter.


— Isso mesmo.


— Não posso acreditar. Que poderia ser pior?


Regulus pensou em muitas coisas piores, mas se arrependeu imediatamente. O irmão dele não mataria ninguém, Sirius era bom demais. Ao contrário dele.


— Você diz que se lembra dele em Hogwarts, Rosmerta


Sirius deu um pequeno sorriso.


Marlene normalmente reclamaria, mas como isso animou um pouco o seu namorado, deixou para lá.


— murmurou a Profª. Minerva. — Você se lembra quem era o melhor amigo dele?


- Acho ninguém pode esquecer – falou Dorcas, lembrando-se de todas as confusões e brincadeiras que os Marotos tinham feito. A lista era quase infinita.


— Claro — disse Madame Rosmerta, com uma risadinha. — Nunca se via um sem o outro, não é mesmo?


James sorriu para o amigo. Eles eram realmente inseparáveis. Não podia imaginar uma vida sem Sirius Black.


O número de vezes que os dois estiveram aqui,


Sirius e James deram um sorriso cúmplice, se lembrando que na maioria das vezes, eles não deveriam estar lá.


ah, me faziam rir o tempo todo.


- Eu sei, é porque eu sou perfeito demais – James sorriu.


Lily olhou para ele, revirando os olhos. Como ela acabara namorando com ele mesmo?


Uma dupla incrível, Sirius Black e James Potter!


- Somos incríveis mesmo – James falou. Estranhou a falta de resposta do amigo.


Sirius não sabia se ele era tão incrível assim. O mundo todo parecia pensar que ele era um monstro.


- Sirius? – James perguntou.


- Você é incrível – respondeu Sirius distraído.


- Não, nós somos incríveis. Eu não existo sem você, cara – corrigiu James – Ninguém mais está a minha altura – falou.


O resto dos adolescentes olharam indignados para ele, mas não interromperam porque James e Sirius precisavam de um momento.


Sirius sorriu feliz para o amigo.


Harry deixou cair a caneca com estrépito.


- Foi algo muito... inesperado – falou, se sentindo culpado por tudo que tinha pensado sobre Sirius.


Rony deu-lhe um pontapé.


- Rony! – Gina recriminou.


- Eu sei que foi uma informação muito chocante, mas estávamos escondidos – falou Rony sabiamente.


— Exatamente — disse a Profª. Minerva. — Black e Potter líderes de uma turminha.


- Não era exatamente assim – corrigiu Alice.


- Era sim – falou Sirius, voltando ao seu estado convencido.


- Infelizmente, era – falou Remus.


- Você também, Remus. Todos queriam andar com você, só que você não queria andar com quase ninguém – falou Alice.


Remus olhou surpreso para ela. Não sabia que muitas pessoas gostavam dele.


Os dois muito inteligentes,


- Sempre soube que Minerva achava isso – James sorriu com afeição. Ela era a professora preferida dele.


é claro, na verdade excepcionalmente inteligentes,


- Tia Minnie realmente ama nos elogiar – Sirius sorriu.


- O pior é que ela está certa – resmungou Frank. Os dois poderiam fazer tantas coisas se esforçassem?


mas acho que nunca tivemos uma dupla de criadores de confusões igual...


James e Sirius sorriram orgulhosos.


- Somos perfeitos.


- Nós achamos isso um absurdo! – falaram os gêmeos indignados – Nós somos iguais ou melhores que vocês.


Silêncio tenso na sala.


- Vocês... falaram... melhores? – Sirius e James disseram juntos, assumindo um ar mortal.


Os gêmeos não recuaram.


- Nós tivemos mais tempo para nos conhecer e têm vários outros truques na nossa época.


- Mas não foram vocês que criaram! – criticou James.


- E não importa o tempo, eu e James somos irmãos. Nós conhecemos melhor que ninguém.


Harry tremeu pensando no que Sirius iria ouvir agora.


Regulus não podia mentir. Doía ouvir o seu irmão falando daquele jeito sobre James, quando ele era totalmente incapaz de falar algo assim sobre ele. Ele nem tinha pensado que talvez Regulus o conhecesse tão bem quanto James. Podia não ter falado verdadeiramente com ele por muito tempo, mas sempre o via e eles eram próximos na infância.


- Desafio aceito! – os gêmeos sorriram.


- Nós vemos depois – falaram James e Sirius. O que perdeu um pouco de efeito, vendo que eles continuaram na mesma sala.


— Não sei — disse Hagrid, dando uma risadinha. — Fred e Jorge Weasley seriam páreo duro para os dois.


- Obrigado – falaram os gêmeos, ainda revoltados que ninguém tinha lembrado deles.


— Poder-se-ia até pensar que Black e Potter eram irmãos!


- Nós somos irmãos – corrigiram juntos. Era verdade. Mesmo sendo de pais diferentes, eles eram.


O Prof. Flitwick entrou na conversa.


- Até ele fofocando?


— Inseparáveis!


— Claro que eram — comentou Fudge.


- Nossa amizade é assunto do ministro por quê...? – questionou Sirius.


— Potter confiava mais em Black do que em qualquer outro amigo.


- Nada pessoal, Remus.


Remus deu de ombros. Ele sabia que James confiava nele, mas ele nunca seria Sirius, e Peter era o meu amigo de Remus.


Nada mudou quando os dois terminaram a escola.


- Não somos conhecidos, somos irmãos – falou James, em um tom de você-é-louco?


Black foi o padrinho quando James se casou com Lily.


Lily sorriu para o Maroto.


- Ainda não sei como eu deixei você ser – brincou.


- E quem você chamaria? – falou Sirius inconformado.


- Eu, é claro – brincou Remus.


Sirius olhou com ar de traição para o amigo.


- Ou eu – falou Lene, entrando na brincadeira.


Alice, Dorcas e Frank também perturbaram Sirius dizendo que poderia ser eles.


Sirius não quis aceitar essa ideia.


Depois, eles o escolheram para padrinho de Harry.


Sirius sorriu para Harry.


- Melhor padrinho que eu podia ter – falou e depois acrescentou – Junto com Remus e Regulus.


Frank e Severus não se sentiram incomodados de não terem sido incluídos no grupo. Não tinham tanta intimidade com o garoto mesmo.


Remus ficou muito feliz. Nunca pensou que alguém poderia querer tê-lo como um padrinho um dia, e principalmente, alguém tão bom quanto Harry.

Regulus ficou um pouco surpreso. Sabia que Harry gostava muito dele (assim como ele gostava dele), mas nunca imaginou que fosse tanto ao ponto de ser considerado um padrinho pelo garoto. E é claro que ele ficou muito feliz. Não conseguia pensar em ninguém que seria um melhor afilhado que Harry. Regulus ficou muito de orgulhoso de ser um dos melhores padrinhos que o menino pensou que poderia ter. 


O garoto nem tem ideia disso, é claro.


- Claro. Não há nada como esconder informação – ironizou Reuglus. Eles realmente achavam que Harry nunca descobriria?


Vocês podem imaginar como isto o atormentaria.


- Não. Eu tinha o direito de saber que tinha um padrinho. Independente do que achavam que ele era – falou Harry com raiva. Todo esse tempo ele achou que estava sozinho, e tinha pelo menos uma pessoa que se importava de verdade com ele.


— Por que Black acabou se aliando a Você-Sabe-Quem?


Sirius olhou horrorizado para o livro. Nunca faria isso.


— cochichou Madame Rosmerta.


— Foi muito pior do que isso, minha querida...


- Eu estou vendo somente você enrolando – comentou Josh.


— Fudge baixou a voz e continuou numa espécie de sussurro grave. — Muita gente desconhece que os Potter sabiam que Você-Sabe-Quem queria pegá-los.


- Nós sabíamos? – James e Lily levantaram sobrancelhas.


Severus odiou a cena. Odiou ver Lily agindo igual a James. Odiou o fato de ela responder pelo sobrenome dele.


Dumbledore, que naturalmente trabalhava sem descanso contra Você-Sabe-Quem,


- Naturalmente.


tinha um bom número de espiões úteis.


- Não acho que sejam tão úteis assim – ponderou Alex – Os dois lados têm mesmo.


Um deles avisou-o e ele, na mesma hora, alertou James e Lily,


- Claro.


Dumbledore aconselhou os dois a se esconderem.


- Eles não iriam ficar exatamente lutando a céu aberto – comentou Regulus, revirando os olhos, mas parou quando viu as caras de James e Lily.


O Black estava indignado. Isso era sério? Eles arriscariam a vida de Harry só para lutar em uma guerra?


Bem, é claro que não era fácil alguém se esconder de Você-Sabe-Quem.


- Muito mais complicado que não fácil – resmungou James.


Dumbledore sugeriu aos dois que teriam maiores chances de escapar se apelassem para o Feitiço Fidelius.


— Não estou gostando do caminho dessa fofoca. — Remus falou.


— Como é que é isso? — perguntou Madame Rosmerta, ofegando de interesse.


— Mulheres... — Frank comentou, o que resultou em um tapa da namorada e protestos da parte feminina da sala.


O Prof. Flitwick pigarreou.


— Um feitiço extremamente complexo — explicou com a sua vozinha fina — que implica esconder o segredo, por meio da magia, em uma única pessoa viva. A informação é guardada no íntimo da pessoa escolhida, ou fiel do segredo, e torna-se impossível encontrá-la, a não ser, é claro, que o fiel do segredo resolva contar a alguém. Enquanto ele se mantiver calado, Você-Sabe-Quem poderia revistar o povoado em que Lily e James viviam durante anos sem jamais encontrá-los, mesmo que ficasse com o nariz grudado na janela da sala deles!


— Estou tentando não soltar nenhuma piada de nariz agora. — Fred falou dando risada, todos na sala que conheciam a atual forma de Voldy também deram risada.


Claro que as pessoas do passado não ficaram muito felizes em serem excluídas da piada, e sobrou para Rony a função de explicar que Voldemort não tinha nariz e a sala se dissolveu em risadas, Lily ficou feliz em ver que Severus tinha se juntado às risadas.


— Então Black era o fiel do segredo dos Potter? — sussurrou Madame Rosmerta.


— Naturalmente — respondeu a Profª. Minerva. — James Potter contou a Dumbledore que Black preferiria morrer a contar onde eles estavam, que Black estava pensando em se esconder também... Mesmo assim, Dumbledore continuou preocupado. Eu me lembro que ele próprio se ofereceu para ser o fiel do segredo dos Potter.


— Obviu, mas seria efetivo, vendo que Tom morre de medo de Dumbledore. — Harry falou, claro que teve que explicar quem Tom era.


— Ele suspeitava de Black? — exclamou Madame Rosmerta.


— Ele tinha certeza de que alguém intimo dos Potter tinha mantido Você-Sabe-Quem informado dos movimentos do casal — respondeu a Profª. Minerva sombriamente.


Sirius, James e Remus se olharam sombriamente, planejando como iriam punir Peter.


— De fato, ele vinha suspeitando havia algum tempo de que alguém do nosso lado virara traidor e estava passando muita informação para Você-Sabe-Quem.


— Elementar, caro Watson. — Hermione falou revirando os olhos.


— Acho melhor nem perguntar. — Rony falou quando viu que Dorcas estava prestes a perguntas o que a menina quis dizer.


— Mas James Potter insistiu em usar Black?


— Claro que eu insisti!


— Muito óbvio que você usaria Black como o fiel. Deveria ter usado Harry, vendo que ele ainda era bebê e não poderia falar para ninguém. — Severus falou com cara de pensativo.


— Mas e se eu quisesse receber uma visita? — James perguntou, também com cara pensativa.


— Talvez devesse ter usado você mesmo, já que você não iria ficar andando por ai com Voldemort atrás do seu filho. — respondeu Severus.


— Boa ideia! — James exclamou. Nem Severus nem James repararam nos olhares que estavam recebendo do resto da sala. James sorriu abertamente para Severus, que apenas deu um sorriso de lado para o garoto.


— Insistiu


- Não me arrependo disso.


- Claro. Você ainda nem fez isso – murmurou Sirius.


- Eu nunca me arrependeria de confiar em você – James falou sério. Precisava que Padfoot entendesse o quanto ele confiava nele. Sirius tinha que ficar bem.


Sirius ainda o olhou em dúvida. Não tinha como James saber disso.


- Você me trairia de proposito?


- Claro que não – falou Sirius horrorizado com a ideia.


- Então – James deu um sorriso satisfeito – Tudo que pode acontecer ou ter acontecido, sei lá, não foi sua culpa. E vamos dar um jeito nisso – prometeu.


Mais que tudo, essas palavras trouxeram a Sirius uma tranquilidade que ele não tinha a dias.


— disse Fudge com a voz carregada. — E então, pouco mais de uma semana depois de terem realizado o Feitiço Fidelius...


— Black traiu os Potter? — murmurou Madame Rosmerta.


— Traiu.


Ok. Sirius não estava se sentindo mais tão tranquilo assim agora. Como ele podia ter traído James Potter, o primeiro menino que ele ficou amigo? Como ele podia ter ajudado a matar o filho da doce Dorea Potter e do honrável Charlus Potter? Como ele podia ter entregado a sempre responsável Lily Evans?


Milhões de memórias passaram pela sua cabeça. A hesitação da primeira noite em Hogwarts. A primeira festa dos Marotos. A primeira piada partilhada com James. A primeira detenção. A primeira demonstração de confiança. A primeira cantada que James deu em uma garota. O mapa do Maroto. A animagia.


Como, depois de tudo isso, ele poderia ter traído James? Era pior que trair a si mesmo. Sirius se sentia tão sujo. Ele tinha passado de todos os limites que tinha. Ele estava insano.


As únicas coisas que o impediam de ter vergonha na cara eram as coisas que Harry tinha dito (e o jeito que ele amava Sirius) e o fato dele ser necessário para a leitura.


James Potter piscou, confuso. Não tinha como Sirius ter o traído. Qualquer pessoa ele poderia acreditar, mas ele confiava mais em Sirius do que si mesmo. Eles eram irmãos. Eles tinham uma amizade única.


Não. Sirius não tinha feito isso.


E se ele tivesse feito, ele tinha um bom motivo. Como estarem torturando Marlene, James se convenceu.


- Sirius...


Sirius hesitou com a voz de James. Ele o mandaria ir para o inferno? Tudo bem, Sirius merecia. Ele merecia tudo depois de trair os Potters.


Levou toda a sua coragem para conseguir encarar os olhos de James. Olhos castanhos que ele conhecia a vida inteira e se sentiu triste. Por que tinha feito isso? Mesmo agora, James não o encarava com raiva.


- Está tudo bem.


Com essas três palavras, Sirius Black sentiu uma lágrima solitário descendo no seu rosto. Estava tudo bem. James disse que estava tudo bem. Ele o perdoaria um dia. Mesmo que Sirius nunca fosse conseguir se perdoar.


Marlene sentiu seu coração quebrar vendo o quanto Sirius estava triste. Ela só queria poder agarrá-lo e o distrair dessa dor, leva-lo para longe. Infelizmente, isso não era possível. Trocou um olhar com Alex que parecia tão triste quanto ela vendo Sirius assim.


- Tudo bem – repetiu Lily. Nunca seria capaz de odiar Sirius, mesmo que isso realmente a matasse.


Regulus estava chocado. Era tão estranho ver uma faceta tão humana, tão frágil do seu irmão depois de anos somente vendo um menino alegre, e, muitas vezes, idiota. Queria dizer algo para Sirius, mas sabia que não tinha nada que pudesse fazer para ajuda-lo, então suspirou aliviado quando Harry falou.


- Por mais que esse momento tenha sido tocante – falou um pouco emocionado – Eu preciso dizer o que eu estou tentando dizer desde o começo. Você não os traiu, Sirius. Pensavam que sim, mas eles estavam errados.


E isso causou um imenso alívio e felicidade em Sirius. Tudo bem, ele não entendeu a história direito ainda, mas contanto que ele tenha sido fiel aos Potters, não ligava.


Black estava cansado do papel de agente duplo,


- Que nunca existiu – acrescentou Rony para Sirius.


estava pronto a declarar abertamente o seu apoio a Você-Sabe-Quem,


Regulus revirou os olhos. Como se isso fosse acontecer. Sirius tinha ido contra a sua própria família e agora seria um Comensal? Claro.


e parece que planejou fazer isso assim que os Potter morressem. Mas, como todos sabem, Você-Sabe-Quem encontrou sua perdição no pequeno Harry Potter.


- Eu preciso dizer o quanto estranha soou essa frase? – questionou Gina.


Harry fez uma cara de nojo.


Despojado de poderes, extremamente enfraquecido, ele fugiu. E isto deixou Black numa posição realmente muito difícil. Seu mestre caíra no exato momento em que ele, Black, mostrara quem de fato era, um traidor.


- Um Black não tem um mestre – recitou Sirius com ironia. Não é que um dos ditados da família era verdadeiro, afinal?


Não teve outra escolha senão fugir...


— Vira-casaca imundo e podre! — exclamou Hagrid tão alto que metade do bar se calou.


— Oh. — Sirius falou baixinho. Até Hagrid? Ele pensou.


- Hagrid nunca foi muito discreto – comentou Fred.


— Psiu! — fez a Profª. Minerva.


— Eu o encontrei! — rosnou Hagrid. — Devo ter sido a última pessoa que viu Black antes de ele matar toda aquela gente!


- Você não matou ninguém – tranquilizou Hermione.


QQQQQQQQQQQ


Lily deu um sorriso carinhoso.


Tirei o garoto das ruínas, coitadinho, com um grande corte na testa, e os pais mortos... E Sirius Black aparece naquela moto voadora que ele costumava usar.


Sirius deu um pequeno sorriso. Uma moto voadora era irado.


Nunca me ocorreu o que ele estava fazendo ali. Eu não sabia que ele era o fiel do segredo de Lily e James. Pensei que tivesse acabado de saber da notícia do ataque de Você-Sabe-Quem e vindo ver o que era possível fazer.


- Não tinha mais nada a fazer – falou Sirius frio. O que importaria quando Lily e James morressem?


- Tinha eu – Harry retrucou com um sorriso.


Estava tremendo, branco. E vocês sabem o que eu fiz? EU CONSOLEI O TRAIDOR ASSASSINO!


- Mesmo se ele tivesse matado alguém, não tinha como saber – falou Hermione.


— bradou Hagrid.


— Hagrid, por favor! — pediu a Profª. Minerva. — Fale baixo!


- Minnie, sempre racional – Sirius deu um sorriso irônico. Nunca achou que a ex-professora se sentaria para discutir sobre os supostos assassinatos dele.


— Como é que eu ia saber que ele não estava abalado com a morte de Lily e James? Que estava preocupado era com Você-Sabe-Quem!


Sirius sentiu uma raiva crescendo dentro de si. Ele nunca, jamais, ficaria triste com a morte de Voldemort, e principalmente mais triste do que a de James e Lily. Ninguém, fora Marlene e Remus, era tanta importância quanto esses dois para ele.


Então ele disse:


— "Me dá o Harry, Hagrid. Sou o padrinho dele, vou cuidar dele"... Ah! Mas eu tinha recebido ordens de Dumbledore, e disse não, Dumbledore tinha me mandado levar Harry para a casa dos tios.


Harry olhou com suspeita para o livro. Por que Dumbledore escolhera a guarda dele? Isso não tinha nada haver com o diretor.


Black discordou, mas no fim cedeu. Me disse, então, que eu podia pegar a moto dele para levar Harry. "Não vou precisar mais dela", falou.


Sirius olhou assustado para o livro.


Eu devia ter percebido, naquela hora, que alguma coisa não estava cheirando bem. Black adorava a moto. Por que estava dando ela para mim? Por que não ia precisar mais da moto?


- Porque você não iria para lugar nenhum mais – falou Frank, pensando no que isso poderia significar.


A questão é que a moto era muito fácil de localizar. Dumbledore sabia que ele tinha sido o fiel do segredo dos Potter. Black sabia que ia ter que se mandar àquela noite, sabia que era uma questão de horas até o Ministério sair à procura dele.


- O Ministério não consegue pegar ninguém – Rony revirou os olhos.


Mas e se eu tivesse entregado Harry a Black, hein?


- Eu teria uma vida feliz. De fugitivo, mas feliz – resmungou Harry.


Aposto como ele teria jogado o garoto no mar no meio do caminho.


Sirius olhou ofendido para o livro. Jamais faria isso com uma criança. Ou qualquer pessoa.


O filho dos melhores amigos dele!


- Exato! – resmunga Sirius.


Mas quando um bruxo se alia ao lado das trevas, não tem mais nada nem ninguém que tenha importância para ele...


Regulus levantou uma sobrancelha. Isso era um pouco generalizado.


A história de Hagrid seguiu-se um longo silêncio. Então, Madame Rosmerta falou com uma certa satisfação.


- O que pode causar satisfação dessa história?


— Mas ele não conseguiu desaparecer, não foi? O Ministério da Magia o agarrou no dia seguinte!


Jorge fez um som de desprezo.


— Ah, se ao menos isso fosse verdade — lamentou Fudge com amargura. — Não fomos nós que o encontramos.


- Claro que não – Gina revirou os olhos.


- Sinto que o Ministério não é muito competente – comentou Dorcas.


- Eles são tudo, menos competentes – falou Rony.


Foi o pequeno Pedro Pettigrew, outro amigo dos Potter.


- Peter? – James e Sirius piscaram, confusos. Seriam que finalmente iriam entender por que o outro amigo deles não podia estar ali?


Os que sabiam a verdade, não conseguiram evitar as caretas.


Com certeza, enlouquecido de pesar e sabendo que Black fora o fiel do segredo dos Potter, Pedro foi pessoalmente atrás dele.


- Isso não soa como ele – murmurou James, se lembrando do amigo covarde.


— Pettigrew... Aquele gordinho que sempre andava atrás dos dois em Hogwarts? — perguntou Madame Rosmerta.


James e Sirius trocaram olhares divertidos.


— Ele venerava Black e Potter como se fossem heróis


- Somos heróis.


- Menos, James.


- Shh, Lene.


— disse a Profª. Minerva. — Não estava bem à altura deles em termos de talento. Muitas vezes fui severa demais com ele.


- Só com ele? – perguntou Dorcas, duvidosa.


Podem imaginar agora como me... Como me arrependo disso... — Sua voz parecia a de alguém que apanhara de repente um resfriado.


— Vamos, Minerva — consolou-a Fudge, com bondade. — Pettigrew teve uma morte de herói.


- Ele... morreu?


Harry não pode evitar sentir o ódio enquanto James e Sirius sofriam a perda de Peter, o traidor. Ninguém deveria sentir falta daquele ser asqueroso, especialmente James e Sirius.


Testemunhas oculares, trouxas, é claro, depois limpamos a memória deles, nos contaram como Pettigrew encurralou Black.


- Como se isso fosse possível – Sirius deu um sorriso irônico. Ele muito melhor que Peter em lutas. Ou na maioria das coisas.


Dizem que ele soluçava: "Lílian e Tiago, Sirius! Como é que você pôde?" Então fez menção de apanhar a varinha. Bem, naturalmente, Black foi mais rápido. Fez Pettigrew em pedacinhos...


- O quê...?


- Não é a versão certa, Sirius. Você não fez isso – o trio de Ouro prometeu – Você não o matou.


A Profª. Minerva assoou o nariz e disse com a voz embargada:


— Menino burro... Menino tolo... Nunca teve jeito para duelar... Deveria ter deixado isso para o ministério...


- Não que o ministério teria feito alguma coisa.


— E vou dizer uma coisa, se eu tivesse chegado ao Black antes de Pettigrew, não teria apelado para varinhas, eu teria despedaçado ele aos bocadinhos — rosnou Hagrid.


Doeu ouvir que Hagrid, que era um amigo dele, o mataria sem hesitar. Era isso que era o futuro dele?


— Você não sabe o que está dizendo, Hagrid


Harry assentiu com a cabeça.


— disse Fudge com severidade. — Ninguém, a não ser bruxos de elite do Esquadrão de Execução das Leis da Magia, teria tido uma chance contra Black depois que ele foi encurralado.


- Você é bom – sorriu Neville.


- Obrigado.


Na época, eu era ministro júnior no Departamento de Catástrofes Mágicas, e fui um dos primeiros a chegar à cena depois que Black liquidou aquelas pessoas,


- Não sei nem pra que tu seria útil – comentou Alice.


nunca vou me esquecer. Ainda sonho com o que vi, às vezes.


Lily sentiu um arrepio.


Uma cratera no meio da rua, tão funda que rachou a tubulação de esgoto embaixo.


- Que feitiço...? – Regulus perguntou confuso.


- Não sei – falou Snape. Nunca tinha ouvido falar de um feitiço que matasse em massa e ainda mexesse com a terra.


Cadáveres por toda a parte. Trouxas berrando. E Black parado ali, dando gargalhadas, diante do que restava de Pettigrew... Um monte de vestes ensanguentadas e uns poucos, uns poucos fragmentos...


Mesmo sabendo que Sirius era inocente, James não pode evitar se encolher com a descrição


A voz de Fudge parou abruptamente. Ouviu-se o barulho de cinco narizes sendo assoados.


— Bem, aí tem você, Rosmerta — disse Fudge com a voz carregada. — Black foi levado por vinte policiais do Esquadrão de Execução das Leis da Magia


- Que honra – ironizou o Black.


e Pettigrew recebeu a Ordem de Merlim, Primeira Classe, o que acho que foi algum consolo para a coitada da mãe dele. Black tem estado preso em Azkaban desde então.


- Ou estava – completou Neville.


Madame Rosmerta deu um longo suspiro.


— É verdade que ele é doido, ministro?


— Eu gostaria de poder dizer que é


- Ou seja você não é – James sorriu – Não mais que o normal.


— disse Fudge lentamente. — Acredito que é certo que a derrota do mestre o desequilibrou por algum tempo. O assassinato de Pettigrew e de todos aqueles trouxas foi trabalho de um homem desesperado e acuado, cruel... Sem sentido. Mas eu encontrei Black na última inspeção que fiz à Azkaban.


- Fudge provavelmente está morrendo de medo – resmungou de Fred de um forma não tão delicada.


Vocês sabem que a maioria dos prisioneiros lá fica sentado no escuro resmungando; não dizem coisa com coisa...


- Os loucos.


Mas fiquei chocado com a aparência normal de Black.


- Você sempre passou por normal, mesmo sendo quem é – brincou Remus.


Conversou comigo muito racionalmente. Me deixou nervoso.


- Não é tão difícil.


Deu a impressão de estar meramente entediado,


- Bem, viver em uma prisão pode ser um tédio.


perguntou se eu já tinha acabado de ler o meu jornal, com toda a tranquilidade, disse que sentia falta das palavras cruzadas.


- Que estranho. Você não faz palavras cruzadas.


- Ainda não – Sirius deu de ombros.


Fiquei realmente espantado de ver o pouco efeito que os dementadores estavam causando nele, e, vejam, ele era um dos prisioneiros mais fortemente guardados do lugar. Dementadores à porta da cela dia e noite.


Remus estremeceu com o tratamento do amigo. Ele não merecia isso.


— Mas para que o senhor acha que ele fugiu?


- Por que ele ficaria?


— perguntou Madame Rosmerta. — Por Deus, ministro, ele não está tentando se juntar a Você-Sabe-Quem, está?


- Não.


— Eu diria que esse é o plano dele, hum, a longo prazo — disse Fudge evasivamente. — Mas temos esperança de pegar Black bem antes disso. Devo dizer que Você-Sabe-Quem sozinho e sem amigos é uma coisa... Mas se tiver de volta o seu serviçal mais dedicado, estremeço só em pensar na rapidez com que se reergueria...


- Vocês esquecem que Black é só um homem – murmurou Snape.


Ouviu-se um leve tilintar de copo em madeira. Alguém pousara o copo.


— Sabe, Cornélio, se você vai jantar com o diretor, é melhor voltarmos para o castelo — sugeriu a Profª. Minerva.


Um por um, os pares de pés à frente de Harry retomaram o peso dos seus donos;


Todos levaram um susto. Tinham esquecido que Harry estava ali, vendo a conversa.


Marlene teve um mau pressentimento. O garoto não iria reagir nada bem ao que ouviu e isso destruiria Sirius.


barras de capas rodopiaram no ar e os saltos cintilantes de Madame Rosmerta desapareceram atrás do balcão do bar. A porta do Três Vassouras tornou a se abrir, deixando entrar mais uma rajada de flocos de neve e os professores desapareceram.


- Tarde demais.


— Harry?


Os rostos de Rony e Hermione surgiram embaixo da mesa. Os dois o encararam, sem encontrar palavras para falar.


- Compreensível.




Nota Bia: Vocês sabem que eu vou tentar postar o mais rápido que eu puder, como sempre, mas ainda estou sem carregador do PC. O quer dizer que eu preciso do note do meu pai, o quer quer dizer só a noite para escrever, o quer dizer sono e cansaço, então...

Compartilhe!

anúncio

Comentários (1)

  • Izabella Bella Black

    Olá, desculpe a demora em comentar, mas estava em semana de prova, não tinha tempo para nada, graças a merlim, minhas provas acabaram ondem (quinta) e semana que vem não tenho aula nenhum dia, simplesmente pulando de alegria.... Sobre a demora eu entendo, não tem nenhum problema, só não desistindo da fic por mim tudo bem. Regulos, tenho que confessar que nunca dei muita bola para esse personagem na serie, pois são muito poucos os momentos em que ele é sitado, mas graças a sua fic estou aprendendo a amar ele. Gostei muito de ver um sonseriano ajudando o outro, pois mostra que eles não são individuas quando preciso um ajuda o outro. E estou gostando muito de ver a amizade entre Harry e Reg Reg, simplesmente amo esse apelido. Tambem tenho curiosidade para saber qual é a minha pior lembrança, apesar de ter um ideia do que é, e tambem sobre o meu pior medo, o qual tambem tenho uma ideia do que seja, sobre os dementadores tenho sim nojo deles, mas tambem medo. Somos duas eu tambem desconfiaria kkk. Sobre as cenas entre o Remo e o Harry, eu tenho uma imagem do Remo, sendo ele certinho não sabendo mentir, então me vem a imagem dele dizendo  que vai na mesma direção que Harry, algo nesse tipo, mas sem realmente conseguir esconder que é mentira, deixando transparecer que aquilo que ele diz não é verdade. Sobre o Snape não tem problema eu não gosto dele, para mim ele continua sendo um babaca. Eu não gosto de amarelo pelo fato de que ele me deixa com cara de doente, então acabei pegando raiva dessa cor, prefiro azul ou roxo. Eu tambem não consegui parar de pensar em SPN depois de ver  video. Sobre o capitulo, fiquei muito curiosa para ver a reação do James se uma das vassouras dele fosse destruida. A frase da Hermione por ser comparada com uma vassoura sem palavras, apesar de rir me coloco no lugar dela, tambem não ia gostar de ser comparada a uma vassoura e a desculpa deles para a varinha quebrada não enganou ninguem, eles podiam ser um pouquinho mais criativos. Alguns anos atras ouvi em uma musica ao assim que quando guardamos as coisas dentro da gente, chega um momento que explodimos por dentro, e concordo com isso, eu tambem tenho o costume de guardar as coisas para mim e isso só me fazia mal, agora que estou aprendendo a parar com isso, mas é dificil mudar nosso habitos. Fico imaginando como deve ser ter que ouvir os ultimos momentos de vida de seus pais, e sempre me sinto mal nessas partes do livro, e imagino quando deva ser ruim para James e Lily ouvirem isso. E fico imaginando mesmo vendo que Malfoy ficou bom rapido demais se ninguem percebeu que era tudo mentira. Concordo com Harry, Snape não estava totalmente errado, mas não precisava descontar 50 pontos. Concordo com Sirius, uma pessoa que esta sempre feliz é irritante, principalmente quando você esta com raiva. Entendo que Hermione goste de estudar, mas tem horas que ela exagera. Com tudo isso fico curiosa para saber o que realmente ocorreu com Alex e quem ele e os irmãos são realmente. Queria dar um tapa no Rony agora, concordo com a HArmione, nenhum preisioneiro merece um colchão macio, mas usar os dementadores é desumano, é pior do que a morte, por mais que tenha funcionado, isso não se faz principalmente por que teve ter gente inocente lá dentro igual Sirius, pois pelo que vemos o ministerio não se preocupa com quem manda para lá. É não se escolhe uma hora para a doecer, mas a gripe podia ter esperado passar a epoca de provas na faculdade, eu não iria achar ruim. Concordo Harry tem que entender que tem dinheiro. Gostei da reação deles ao descobrirem o mapa, mas acho que a Lene não precisava bater no Sirius. Estou rindo ate agora com o surto do Remo por causa dos doces. Mas uma vez Lily esta certa naquele momento HArry precisava sentir que era normal. Achei muito fofo o momento do Regulos e do Sirius, foi fofa a reação do Sirius ao ser chamado de irmão. Realmente eu não consigo imaginar Sirius sem Tiago. O momento marotos versos gemeos foi muito engraçado. Sobre o Harry falando que Sirius era o melhor padrinho que ele poderia ter junto com Remo e Regulos, só acho que faltou a reação do Regulos, fiquei curiosa. Regulos está certo, é impossivel pensar que James e Lily iriam arriscar a vida do Harry para lutar em uma guerra. Acho que todos tentão não pensar em uma piada de nariz com Vold por perto. Momento Snape e James, sem palavras, ainda acho que li errado. Me emocionou o momento em que Lily e James falaram que estava tudo bem para Sirius. Queria ter visto a cara do ministro quando conversou com Sirius. E Lene tem razão a reação do Harry não foi boa. Acho que é isso Beijos. 

    2015-04-18
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.