O servo de Lord Voldemort



Nota: Muitas pessoas me perguntaram sobre o que vai acontecer com Tonks e Remus, por causa de Dorcas. Principalmente depois do último capítulo... Mas eu queria lembrar a vocês que Remus e Dorcas tem 17 anos aqui. Vai demorar muito para Remus sequer conhecer Tonks. Não é porque ele está com Dorcas agora que eles vão ficar juntos para sempre, apesar de que ela sempre será uma parte importante da vida dele em LHP. Prometo que muita coisa irá acontecer ainda.
Izabella Bella Black~~> Obrigada. Eu sei que a história não tem muito a ver mas o romance me lembrou muito A Seleção. Quais outros livros A Rainha Vermelha te lembrou? Bate aqui! Eu super acho isso, até porque a mãe dele entra na mãe do povo e tals... E eu shippava muito ela com Maven! Entendo, sou assim com algumas séries também. Eu acho que se Harry tivesse matado Peter logo, a vida dele toda estaria acabada, por causa da culpa que ele sentiria. Quando Remus fala o nome de Harry, Sirius finalmente lembra que ainda existe algo para ele na vida. Isso é tão fofo. Eu adorei fazer essa cena de Sirius e Snape, porque eu acho que mostra um pouco da maturidade que os dois tem no fundo. Mas eles ainda vão continuar implicando muito um com o outro... Obrigada! Eu amei escrever esse momento. Apesar de todo o trabalho que ele deu. Espero que goste desse capítulo. Beijos!




Capítulo 19 - O servo de Lord Voldemort




Depois acordarem e tomarem café da manhã, eles voltaram para a leitura dos livros.


Hermione gritou.


- É uma reação comum ao ver Snape - falou James.


- Eu gritei porque ele estava apontando a varinha para Remus - replicou Hermione.


Black se levantou de um salto.


- Bom saber que meus reflexos ainda funcionam.


Harry teve a sensação de que levara um tremendo choque elétrico.


- O que não foi o caso.


- Foi só uma sensação!


— Encontrei isso ao pé do Salgueiro Lutador — disse Snape, atirando a capa para o lado,


- A questão é como a capa foi parar ai - murmurou Lily.


- Acho que isso é culpa minha - respondeu Sirius.


mas tendo o cuidado de manter a varinha apontada diretamente para o peito de Lupin.


- Nem todo mundo é descuidado - falou Regulus.


— Muito útil, Potter, obrigado...


- Não achei que veria o dia em que Snape te agradeceria por algo - comentou Jorge.


Snape estava ligeiramente sem fôlego,


- Pelo quê?


- Talvez ele tenha corrido até ai - sugeriu Lily.


mas o rosto expressava contido triunfo.


- Você devia estar adorando isso - falou Sirius com desprezo.


Snape deu de ombros.


— Vocês talvez estejam se perguntando como foi que eu soube que estavam aqui?


- Ou talvez ninguém se importe - sugeriu Lene.


- Todo mundo parece estar se reunindo ai mesmo - Dorcas deu de ombros.


— disse com os olhos brilhantes.


Nada como uma chance de nos destruir para deixar Snape feliz, pensou Sirius.


— Acabei de passar por sua sala, Lupin.


- Para que? - Remus perguntou assustado. O que Snape iria querer na sala dele?


- Deve ter uma razão - Snape revirou os olhos.


Você esqueceu de tomar sua poção hoje à noite, então resolvi lhe levar um cálice.


- Isso foi muito legal da sua parte, Sev - disse Lily.


- Foi mesmo - Remus concordou.


E foi uma sorte... Sorte para mim, quero dizer.


- O que quer dizer azar para mim - murmurou Sirius.


Encontrei em cima de sua mesa um certo mapa.


- Não acredito que você deixou o mapa lá! - exclamou James, irritado. O mapa devia ser tratado com amor e carinho. Não isso.


- Desculpem - falou Remus culpado.


- Tudo bem - disse Sirius, embora ainda chateado por amigo deixar jogado um objeto que eles passaram um longo tempo para fazer.


Bastou uma olhada para me dizer tudo que eu precisava saber.


- Ainda bem, porque o mapa é super fácil de usar - resmungou James - Estranho ia ser se você demorasse.


Vi você correr por essa passagem e desaparecer de vista.


- E você não percebeu que estava sendo observado - falou Frank, incrédulo.


— Severus... — começou Lupin,


- Não sabia que vocês se chamavam pelo primeiro nome - falou Gina, surpresa.


Remus deu de ombros. Nunca entendera muito bem o costume de só chamar as pessoas mais próximas pelo primeiro nome, considerando que havia outras pessoas que ele tinha que chamar pelo sobrenome mesmo vendo todo dia.


mas Snape atropelou-o.


- Você deve estar realmente impaciente - comentou Lily.


- Acho que a situação era única.


— Eu disse ao diretor várias vezes que você estava ajudando o seu velho amigo Black a entrar no castelo,


- Não sei como Dumbledore não considerou isso - admitiu Frank.


- Eu não estava ajudando Sirius - Remus falou.


- Mas podia bem estar. E se Sirius fosse mesmo um assassino...


- Vai ver eu fiz algum juramento - Remus deu de ombros. O diretor devia ter feito algo.


Lupin, e aqui tenho a prova.


- Você tem uma situação que parece incriminatória - corrigiu Lily.


Nem mesmo eu poderia sonhar que você teria o topete de usar este lugar antigo como esconderijo...


- Mas seria o lugar mais lógico se ele realmente estivesse ajudando - protestou Regulus.


- É, mas tem muita carga emocional - explicou Sirius, trocando olhares com os outros marotos. Se ele realmente tivesse feito isso... Nem um deles conseguiria voltar ali, provavelmente.


— Severus, você está cometendo um engano — disse Lupin com urgência na voz.


- Era muita coisa urgente para explicar e pouco tempo - disse Gina - E duvido que Snape queira ouvir.


— Você não sabe de tudo,


- E eu achando que não tinha mais nada para aprender - falou Snape, irônico.


posso explicar, Sirius não está aqui para matar Harry...


- Isso é o principal, mas não acho que Snape irá se importar muito - comentou Dorcas.


Snape olhou ressentido para a menina.


— Mais dois para Azkaban esta noite — disse Snape, os olhos brilhando de fanatismo.


- Deve ter sido seus sonhos virando realidade - Sirius disse, azedo.


— Vou ficar curioso para saber como Dumbledore vai encarar isso...


Harry sorriu ao pensar em como o diretor tinha reagido bem. Se bem que era estranho que ele nunca tivesse pedido nenhuma prova.


Ele estava convencido de que você era inofensivo, sabe, Lupin... Um lobisomem manso...


- Eu não sou um cachorro de estimação, se é isso que você está pensando - Remus revirou os olhos.


Eu nunca pensaria isso - defendeu Snape, deixando claro seu desgosto.


— Seu tolo — disse Lupin com brandura.


- É meio estranho que Lupin seja brando com Snape - falou Lene, fazendo uma careta depois.


Remus revirou os olhos.


- Desculpe se nem de vocês consegue ser civil.


— Será que um ressentimento de criança é suficiente para mandar um homem inocente de volta a Azkaban?


- Ok, essa talvez não tenha sido minha melhor frase - murmurou Remus incrédulo. Por que diabos fora justamente isso? Ele queria piorar as coisas?


BANGUE!


Cordas finas que lembravam cobras


- Espero que você não consiga falar com elas também - murmurou Lyssi.


- Ainda bem que não - replicou Harry.


jorraram da ponta da varinha de Snape e se enrolaram em torno da boca de Lupin, dos seus punhos e tornozelos;


ele perdeu o equilíbrio e caiu no chão, incapaz de se mexer.


- Não acredito que eu fui derrotado tão facilmente - resmungou Remus, envergonhado.


- Até o melhor de nós tem dias ruins - falou James, batendo no ombro do amigo em solidariedade.


Com um rugido de cólera, Black avançou para Snape, mas este apontou a varinha entre os olhos de Black.


Sirius ficou preocupado. Não gostava das suas chances quando Snape tinha uma varinha apontada pro seus olhos. Não estava nem um pouco seguro.


— É só me dar um motivo — sussurrou o professor. — É só me dar um motivo, e juro que faço.


James olhou desconfiado para Snape. Não conseguia entender bem o rapaz. Por que ele esperaria um motivo? Ele já tinha mais do que precisava, se realmente queria machucar ou matar Sirius. E não era isso que Snape sempre quis?


Black se imobilizou.


- Não acredito que eu estou ouvindo você - resmungou Sirius.


- É a única coisa inteligente a fazer, na situação - disse Regulus.


Teria sido impossível dizer qual dos dois rostos revelava mais ódio.


- É uma questão difícil - disse Lily, olhando de Sirius para Snape.


Harry continuou ali, paralisado, sem saber o que fazer ou em quem acreditar.


- Entendo como descobrir que tem um assassino atrás de você e que ele é o seu padrinho e melhor amigo dos seus pais, para depois descobrir que seu professor também era melhor amigo deles, para depois o padrinho dizer que não é um assassino e que foi preso injustamente, quando na verdade era outro amigo o culpado, pode ser complicado - falou Dorcas de uma vez.


Neville a encarou, perdido há muito tempo na fala da loira.


- Minha vida é complicada - Harry deu de ombros.


Olhou para Rony e Hermione.


- Uma pena que nós não pudermos fazer nada.


Seu amigo parecia tão confuso quanto ele


- É porque eu estava - Rony falou - Não é culpa minha que sua vida é tão complicada.


- Nem minha - Harry retrucou.


e ainda tentava segurar um Perebas rebelde.


- Não sei como você não desistiu ainda - falou Alice.


- Talvez porque ele era a chave de toda a história? - respondeu Rony grossamento, fazendo Hermione o fuzilar.


Hermione, porém, adiantou-se,


- Sempre corajosa - Gina sorriu para amiga.


- Claro, eu também queria fazer algo... e entender a situação toda.


hesitante, para Snape e disse, respirando com dificuldade:


- Você está bem? - Lily questionou preocupada.


- Claro - Hermione sorriu, preferindo não a lembrar que isso fora há anos.


— Professor... Não faria mal ouvirmos o que eles têm a dizer, f... faria?


Frank sorriu. Hermione parecia saber a importância de ouvir dois lados de uma história para somente depois julgar. Isso era sensato.


— Senhorita Granger, a senhorita já vai enfrentar uma suspensão — bufou Snape.


- Isso foi desnecessário, Sev - disse Lily, franzindo a testa.


- Desculpe - falou Snape, arrependido. Realmente tinha sido um pouco rude demais, mas devia estar bem nervoso na hora.


— A senhorita, Potter e Weasley estão fora dos limites da escola em companhia de um criminoso sentenciado e de um lobisomem,


- Uma situação não extremamente ideal - comentou James, irônico.


- Um suposto criminoso - corrigiu Regulus, sorrindo para Sirius.


Sirius sorriu de volta para o irmão.


pelo menos uma vez na sua vida, cale a boca.


- Eu fico calada! - protestou Hermione.


- Não quando alguém faz uma pergunta de alguma matéria - falou Rony.


— Mas se... Se houve um engano...


- Eu nunca me perdoaria por não ouvir - terminou Harry, pela amiga.


- Mas você ouviu - relembrou Gina, sorrindo para o namorado.


— FIQUE QUIETA, SUA BURRINHA! — berrou Snape,


- Nossa, acho que você conseguiu o irritar mais que nós - falou Sirius impressionado.


- Eu estou sentado bem aqui - falou Snape, irritada. Mas então se virou para Hermione - Desculpe - murmurou. Fora errado explodir com a garota daquele jeito.


parecendo de repente muito perturbado.


- É isso que acontece quando você esgota a paciência de alguém em uma situação de risco - comentou Regulus.


— NÃO FALE DO QUE NÃO ENTENDE!


- Porque você entende tudo - ironizou Lene, cansada de Snape. Ele sempre achava que podia ser idiota como quem quisesse e os outros teriam que aceitar?


— Saíram algumas fagulhas da ponta de sua varinha,


Lily olhou preocupada para Severus. Nunca vira o amigo tão desapontado.


que continuava apontada para o rosto de Black.


- Você não se importa de abaixar isso não? - resmungou Sirius.


- Não - respondeu friamente Snape.


Hermione se calou.


- Isso é um milagre - brincou Rony.


- Por mais que eu deteste dizer, realmente não ajudaria eu ficar falando - disse Hermione - Embora nós devêssemos sim ouvi-los.


— A vingança é muito doce — sussurrou Snape para Black.


- Uma pena que você nunca irá ter esse gosto - murmurou Sirius. Lene fez uma careta para ele.


— Como desejei ter o privilégio de apanhá-lo...


- Tenho certeza que você sonhou acordado comigo várias vezes - Sirius deu um sorriso malicioso.


Todos os outros fizeram caras enjoadas. Snape e Sirius... Nem pensar.


- Nunca - disse Snape, olhando para Sirius como se ele fosse doente (o que talvez fosse).


— Você é que vai fazer papel de tolo outra vez, Severus — rosnou Black.


- Só estou lembrando da história.


— Se esse garoto levar o rato dele até o castelo — e indicou Rony com a cabeça... — Eu vou sem criar caso...


- Sempre impondo condições, sempre um Black - falou Regulus, por um momento se esquecendo do ódio do irmão pela família.


Sirius olhou com ódio para o irmão.


- Nunca - sussurrou. Não queria ter nada a ver com aquela família de loucos (com exceção de Regulus e Andrômeda, claro).


— Até o castelo?


- Sim, você já esteve em um? - Sirius revirou os olhos.


— retrucou Snape, com voz insinuante.


- Insinuando o quê? - Alex perguntou sendo respondido por Lene.


— Acho que não precisamos ir tão longe.


- Essa frase não me pareceu uma coisa boa - falou Neville, desconfiado.


Basta eu chamar os dementadores quando sairmos do salgueiro.


- Você não fará isso - falou Lene firmemente. Ela não podia acreditar nisso, porque então Sirius seria quase um homem morto. E um mundo em que Sirius Black não estivesse mentalmente capaz não fazia sentido algum.


Eles vão ficar muito satisfeitos em vê-lo, Black... Satisfeitos o suficiente para lhe dar um beijinho, eu me arriscaria a dizer...


Lily evitou encarar o amigo. Não podia acreditar no que estava escutando. Que tipo de pessoa fazia piada com uma coisas dessas?


A pouca cor que havia no rosto de Black desapareceu.


Regulus olhou preocupado para Sirius. Como o irmão conseguiria se livrar dessa? Sua situação não estava nada boa.


- Esse livro está lascado comigo - reclamou Sirius, despreocupado. Estava cansando de se sentir mal pelo que iria acontecer ainda.


— Você... Você tem que ouvir o que tenho a dizer — disse ele, rouco.


Aposto que nessa hora Sirius estava se arrependendo de ser um inimigo de Snape,pensou Frank tristemente. Se Sirius ao menos tivesse tratado Snape melhor (não que este fosse um santo), agora Severus estaria o escutando. Ao invés disso, Snape só via alguém que tinha sido capaz de humilhar respetivamente uma pessoa, agindo de um modo inconsequente e muitas vezes cruel.


— O rato... Olhe aquele rato...


Mas havia um brilho alucinado nos olhos de Snape que Harry nunca vira antes.


Neville estremeceu. Nem queria pensar num Snape assim. O normal já estava ruim o bastante, obrigado.


- E eu achando que você trazia o temperamento de Snape ao limite - comentou Fred.


O professor parecia incapaz de ouvir.


- O ódio consegue nos cegar em alguns momentos - falou Alex, simpático.


Hermione o encarou estranhamente, mas Snape apreciou o gesto.


- E vocês tem que admitir que tudo seria mais fácil se tivessem algo evidência - comentou Alice.


— Vamos, todos — Snape estalou os dedos e as pontas das cordas que amarravam Lupin voaram para suas mãos.


Remus ainda estava envergonhado do fato que fora vencido tão facilmente e jurou que iria melhorar suas habilidades.


— Eu puxo o lobisomem.


Remus lançou um olhar de desprezo para Snape. Embora não totalmente inesperado, o tratamento desrespeitoso o irritara.


- Você devia respeitar Remus - murmurou Dorcas para Snape, sendo ignorada.


- Remus tem um nome - falou Lyssi com desprezo para Snape.


Talvez os dementadores tenham um beijo para ele também...


Ou talvez eles deem em você, pensou James furiosamente. Quem Snape achava que era para tratar seus amigos assim?


Antes que se desse conta do que estava fazendo, Harry atravessou o quarto em três passadas e bloqueou a porta.


Sirius e Remus sorriram gratos para Harry. Estavam felizes por Harry ter intervindo por eles, embora ainda achasse que essa fora uma atitude muito inconsequente.


— Saia da frente, Potter, você já está suficientemente encrencado


- Não é como se eu não estivesse acostumado - falou Harry.


— rosnou Snape. — Se eu não estivesse aqui para salvar sua pele...


Então eu realmente estou tentando o salvar,pensou Snape, e se perguntou por que até olhar para Lily.


— O Prof. Lupin poderia ter me matado cem vezes este ano — disse Harry.


- Isso que é um pensamento feliz - ironizou Gina.


- Não deixa de ser verdade - falou Harry sombriamente, lembrando muito a Alex nesse momento.


— Estive sozinho com ele montes de vezes,


Lily se pegou questionando a segurança do seu filho. Claro, era normal um estudante ter aulas a mais com um professor sobre um determinado assunto, mas e se Remus realmente tivesse sido alguém que queria o fazer mal? Lily não queria nem pensar.


tomando aulas de defesa contra dementadores.


- As melhores aulas da minha vida - acrescentou Harry.


Se ele estava ajudando Black, por que não me liquidou logo?


- Porque eu não estava - falou Remus simplesmente. Estava sentindo-se culpado de não ter acreditado em Sirius logo, mas pelo menos podia dizer que não o estava ajudando.


— Não me peça para imaginar como funciona a cabeça de um lobisomem — sibilou Snape.


- Essa resposta foi fraca - comentou Fred. E até Snape teve que concordar.


— Saia da frente, Potter.


- Não.


— O SENHOR É PATÉTICO! — berrou Harry.


- Começou - Jorge fingiu proteger a própria audição, o que era irônico considerando que ele só tinha um ouvido.


- Você tem que aprender a se controlar, mocinho - ameaçou Lily.


- Desculpe - murmurou Harry, mal humorado.


— SÓ PORQUE ELES FIZERAM O SENHOR DE BOBO NA ESCOLA,


Sirius e James tiveram que rir da frase, imaginando a cara de Snape.


O SENHOR NÃO QUER NEM ESCUTAR...


- Não acho que falar assim irá ajudar em nada - murmurou Dorcas.


— SILÊNCIO! NÃO ADMITO QUE FALEM ASSIM COMIGO!


- Isso é compreensível - murmurou Frank.


— gritou Snape, parecendo mais louco que nunca.


- Não invejo vocês nem um pouco então - murmurou Jorge.


— Tal pai, tal filho, Potter!


- Ei! - reclamou James. Ele não saia gritando com as pessoas quando perdia o controle.


Acabei de salvar seu pescoço; você devia me agradecer de joelhos!


- Pode ficar esperando - murmurou Harry.


Teria sido bem feito se Black o tivesse matado!


- Depois não sabe porque Harry não o agradece - falou Rony.


Você teria morrido como seu pai,


Lily olhou para Severus com raiva. Como o amigo podia dizer isso sobre o pai de uma criança? Ainda mais Harry.


arrogante demais para acreditar que poderia ter se enganado com um amigo...


- Isso se chama confiança - disse James friamente, atingido pelas palavras de Snape - Mas eu entendo porque você não sabe uma palavra sobre isso. Ninguém quer nem chegar perto de você. É por isso que você está sozinho e irá morrer desse jeito.


Agora saia da frente, ou eu vou fazer você sair.


Gina não podia conter sua raiva ao olhar para Snape. Como um homem podia ser assim tão sem coração?


SAIA DA FRENTE, POTTER!


- Acho que Harry não irá ouvir - murmurou Neville, que conhecia o amigo.


Harry se decidiu em uma fração de segundo.


- Isso que é pensamento rápido - resmungou Dorcas.


Antes que Snape pudesse sequer dar um passo em sua direção, o garoto ergueu a varinha.


- Agora sim - murmurou Gina orgulhosa. Esse era o seu Harry.


- Você realmente é rápido - murmurou Regulus admirado.


— Expelliarmus — berrou, só que sua voz não foi a única a gritar.


- Não me diga que chegou mais alguém - comentou Frank incrédulo.


Houve uma explosão que fez a porta sacudir nas dobradiças; Snape foi levantado e atirado contra a parede,


- Isso foi um poderoso expelliarmus.


depois escorregou por ela até o chão, um filete de sangue escorrendo por baixo dos cabelos.


- Parece um boneco.


Fora nocauteado.


- Você nocauteou um professor? - Lily disse quase em pânico. Seu filho estava perdido.


- Não sozinho - disse Harry sorrindo.


- Quem...?


- Leia.


Harry olhou para os lados. Rony e Hermione também tinham tentado desarmar Snape exatamente no mesmo instante.


- Isso é que sincronia - falou Lene impressionada.


A varinha do professor voou no ar descrevendo um arco e caiu em cima da cama, ao lado de Bichento.


- Um pouso perfeito.


— Você não devia ter feito isso — censurou Black olhando para Harry.


- Nunca imaginei que um dia veria isso - Dorcas falou admirada.


- Sirius sendo responsável... - Lene parecia chocada.


— Devia tê-lo deixado comigo...


- Agora está mais normal - falou Dorcas.


Harry evitou o olhar de Black.


- Eu sei que eu sou lindo demais para se olhar - brincou Sirius.


Não tinha certeza, mesmo agora, de que agira certo.


- Isso é um pensamento prudente - falou Regulus - Até porque fora inconsequente antes.


— Atacamos um professor...


- Essa não é a maior preocupação agora.


Atacamos um professor... — choramingou Hermione,


- E foi assim que Hermione teve um colapso.


- Muito engraçado - Hermione fez uma careta para Gina.


olhando assustada para o inconsciente Snape.


- Eu não conseguia entender o que tinha acabado de acontecer - admitiu.


— Ah, vamos nos meter numa confusão tão grande...


- Vocês já estão metidos - corrigiu Neville.


- Se bem que com Dumbledore como diretor... - refletiu Regulus.


Lupin lutava para se livrar das cordas.


Remus ainda não conseguia superar como isso era humilhante.


Black se abaixou depressa e o desamarrou.


- Nada como trabalho de equipe.


O professor se ergueu, esfregando os braços onde as cordas o tinham machucado.


Lily lançou um olhar frio a Snape.


— Obrigado, Harry — agradeceu.


- Educação é tudo.


— Não estou dizendo com isso que já acredito no senhor — disse o garoto.


- Mas está demonstrando que quer escutar e é isso que eu queria - murmurou Remus.


— Então está na hora de lhe apresentarmos alguma prova.


- Então vocês tinham uma prova todo esse tempo? - exclamou Dorcas.


Você, garoto... Me dê o Peter,


- Ah, ele é a prova - Dorcas parecia menos animada agora.


por favor. Agora.


- Alguém está impaciente.


- Mas é claro.


Rony apertou Perebas mais junto ao peito.


- Adolescentes e suas manias de serem contrários a tudo.


— Nem vem — disse o garoto com a voz fraca.


- Você se impôs, Rony - zoou Fred.


— O senhor está tentando dizer que Black fugiu de Azkaban só para pôr as mãos em Perebas?


- Sim, e eu fugiria mil vezes - rosnou Sirius. Estava muito irritado com Peter ainda.


Quero dizer... — e olhou para Harry e Hermione à procura de apoio


- Sempre um trio unido - falou Alex.


— tudo bem, vamos dizer que Pettigrewpudesse se transformar em rato,


- Ele pode - afirmaram Remus, James e Sirius juntos.


há milhões de ratos, como é que Black vai saber qual é o que está procurando se estava trancafiado em Azkaban?


- Eu tenho minhas conexões - brincou Sirius embora estivesse realmente curioso pela pergunta.


- Essa é uma boa pergunta.


— Sabe, Sirius, a pergunta é justa — disse Lupin, virando-se para Black com a testa ligeiramente franzida.


- Aposto que você não pensou nisso antes - murmurou Rony orgulhoso.


— Como foi que você descobriu onde estava o rato?


- A pergunta de um milhão de dólares - murmurou Lene.


Black enfiou uma das mãos, que lembravam garras,


- Agora isso já é exagero - falou Sirius irritado, enquanto os outros riam.


dentro das vestes e tirou um pedaço de papel amassado,


- Isso é que eu chamo de estar prevenido - brincou Rony.


- Não o que eu chamo - James falou. Lily fez uma careta.


que ele alisou e mostrou aos outros.


- Hora da discussão política - brincou Jorge.


Era a foto de Rony com a família,


- Porque isso não é nem um pouco assustador - murmurou Gina.


- Eu vou ter que concordar, amor - disse Lene.


que aparecera no Profeta Diário no último verão,


- Um pouco menos assustador, mas ainda assim - murmurou Gina.


e ali, no ombro de Rony, estava Perebas.


Rony estremeceu. Era doentio pensar que passara tanto tempo com outro ser humano sem saber.


— Onde foi que você arranjou isso?


- Apareceu nas minhas mãos - Sirius deu de ombros.


— perguntou Lupin a Black, perplexo.


- Sempre fazendo perguntas - James balançou a cabeça para Remus.


- Eu não sei como eu ainda consigo me surpreender com você - resmungou Remus para Sirius.


— Fudge — disse Black. — Quando ele foi inspecionar Azkaban no ano passado,


- Eu ainda não acredito que ele teve coragem de ir até lá - murmurou Harry.


me cedeu o jornal que levava.


- Provavelmente teve medo que você o obrigasse a dar - murmurou Hermione.


- Sirius não estava em condições de fazer isso - disse Harry.


E lá estava Peter, na primeira página...


- A única vez na vida que ele foi o primeiro - falou James.


no ombro desse garoto... Reconheci-o na mesma hora...


James olhou preocupado para o amigo. Para ele reconhecer Peter assim... Ele devia estar pensando bastante nele. Isso não era saudável.


Quantas vezes o vi se transformar?


Inúmeras - murmurou James enquanto as lembranças passavam pela sua mente. Como Peter pudera fazer isso?


A legenda dizia que o menino ia voltar para Hogwarts...


- Essa foi uma das legendas mais importante do mundo - comentou Rony.


Onde Harry estava...


- Somente você para fugir de Azkaban para salvar meu filho - falou James orgulhoso.


- Claro, tenho que fazer tudo pelo mei afilhado - disse Sirus e sorriu para Harry.


- Eu não acredito que você não escapou de lá assim que pode -murmurou Regulus, meio admirado, meio preocupado.


- Talvez eu não soubesse que conseguia fugir - Sirius disse.


Ou talvez você se sentisse muito culpado para isso, murmurou Harry.


— Meu Deus — exclamou Lupin baixinho, olhando de Perebas para a foto no jornal e de volta ao rato.


É para ver se tem filtro - brincou Lyssi.


— A pata dianteira...


Hermione fez uma careta. Ainda não podia acreditar no que aquele covarde fizera pata escapar.


— Que é que tem a pata?


- Juro que estou me sentindo num veterinário - murmurou Lene sendo ignorada


— disse Rony em tom de desafio.


- Esse é o meu irmão - Gina sorriu orgulhosa.


— Tem um dedinho faltando — afirmou Black.


Sirius não podia nem imaginar isso. Seu amigo... sem alguma parte do cotpo. Ex-amigo, no caso.


— Claro — murmurou Lupin. — Tão simples... Tão genial...


Você parece admirado - falou Harry enjoado para Remus


Ele mesmo o cortou?


- Isso é doentio - murmurou Frank já entendendo tudo.


— Pouco antes de se transformar — confirmou Black.


- Não sei como ele teve coragem de fazer isso - murmurou James. Peter tinha medo de tudo.


— Quando eu o encurralei, ele gritou para a rua inteira que eu havia traído Lily e James.


- Nada como ser discreto - murmurou Josh.


- Nada como ser um mentiroso filho da mãe - murmurou James.


- Eu ainda não acredito que ele fez isso e te deixou levar a culpa - Remus falou triste. Não queria acreditar em nada daquilo, porém sabia que nada nos livros era mentira. Além disso, bastava olhar para Harry para confirmar que tudo era verdade. Um ódio desse tamanho não podia ser fingido.


Então, antes que eu pudesse lhe lançar um feitiço,


- Era para ser um bem forte - disse Lene com ódio. Aquele homem que ela acreditava ter conhecido tinha sido responsável por deixar seu namorado apodrecer na cadeia por anos.


ele explodiu a rua com a varinha escondida às costas,


- Ele sempre foi bom em fazer as coisas escondidamente - Sirius disse com desprezo. Odiava covardes que não assumiam suas próprias ações e agora Peter era um deles.


matou todo mundo em um raio de seis metros,


- Como Peter foi poderoso o suficiente para fazer isso eu nunca entendi - murmurou Rony.


- Uma boa questão - concordou Frank. Precisaria de grande poder para isso.


- Talvez ele tenha tido um esgotamento mágico após? - sugeriu Alice.


e fugiu para dentro do bueiro com os outros ratos...


- Ele tinha que se juntar a família dele um dia - murmurou James, com repulsa.


— Você já ouviu falar, não, Rony? — perguntou Lupin.


- Claro que eu já ouvi. Estava em todo lugar - murmurou Rony, enjoado. Não tinha ligado Harry a Peter antes, mas o ataque de "Sirius Black" era incrivelmente conhecido.


— O maior pedaço do corpo de Peter que acharam foi o dedo.


- O único - corrigiu Harry friamente.


— Olha aqui, Perebas com certeza brigou com outro rato ou coisa parecida!


- Uma briga bem violenta - ironizou Regulus.


- Como você nunca tinha percebido isso antes? - Alice perguntou. Que tipo de pessoa não nota que falta um dedo no seu animal de estimação.


- Eu nunca tinha pensado nisso - Rony deu de ombros - Ele era de Peter antes.


Lily fez uma careta. Não normal falar de Peter como se ele pertencesse a alguém, por pior que o traidor fosse.


Ele está na minha família há séculos, certo...


- Nada como se esconder com uma família boa - falou Neville, fazendo uma careta. Essa história toda de Peter tinha sido uma das coisas mais perturbadoras que ele já tinha ouvido e agora agradecia por não ter sido tão próximo do trio naquela época.


— Doze anos, para sermos exatos — disse Lupin.


- Como alguém consegue viver sob forma de animal por doze anos? - Lyssi perguntou.


- Alguém que não tem outra escolha - murmurou Regulus, embora ele mesmo não conseguisse acreditar em tal tipo de vida. Se um dia chegasse a um ponto em que sua única opção de vida seria viver como animal o tempo todo, ele iria preferir o suicídio. Não corajoso ou covarde o suficiente para aguentar aquele tipo de vida.


— Você nunca estranhou que ele tenha vivido tantos anos?


- Rony não sabe o tempo médio de vida de um rato - Gina revirou os olhos.


- Nem você sabia, querida irmã - ironizou Rony.


— Nós... Nós cuidamos bem dele!


- Mesmo assim - Alice falou - É um tempo de vida longo para a espécie dele.


— Mas ele não está com um aspecto muito saudável no momento, não é?


Nada que ele não merecesse, pensou Harry.


— comentou Lupin. — Imagino que esteja perdendo peso desde que ouviu falar que Sirius fugiu...


- Agora tudo faz sentido - murmurou Dorcas.


- Tantas discussões podiam ter sido evitadas se eu soubesse disso - murmurou Harry.


— Ele tem andado apavorado com aquele gato maluco!


- Meu gato não é maluco! - protestou Hermione.


- Claro que não, amor - falou Rony - Ele é só... diferente.


— justificou Rony, indicando com a cabeça Bichento, que continuava a ronronar na cama.


- Ele é o mais confortável de todos dai - murmurou Lene.


Mas isso não era verdade, ocorreu a Harry de repente...


- Você está vendo a verdade - Sirius suspirou aliviado. Claro, sabia que Harry aceitara em algum momento que ele era inocente. Mas preferia que isso foi mais cedo do que tarde.


Perebas já estava com cara de doente antes de conhecer Bichento... Desde que Rony voltara do Egito... Desde que Black escapara...


Sirius deu um sorriso cruel, satisfeito consigo mesmo. Dava uma sensação boa saber que Peter o temera tanto que começara a ficar a doente. E deveria temer, porque as coisas que faria com o assassino de Lily e James... Eram horríveis até de pensar.


- Sirius? - Regulus falou para o irmão preocupado. Não gostava nem um pouco da expressão que ele tinha no rosto. Ele estava igual ao resto da família, especialmente Bellatrix. Estava parecendo um louco.


Sirius então voltou a realidade, se dando do que estivera pensando antes e ficando horrorizado. Ele não queria... Ele não devia... Ninguém merecia coisas assim. E Sirius não era esse tipo de pessoa. Ele não viraria um verdadeiro Black. E ainda mais, por pior que fosse, Peter tinha sido seu amigo. Nunca o machucaria de tal modo.


— O gato não é maluco — disse Black, rouco.


- Não sei se vamos acreditar agora - murmurou Neville.


Ele estendeu a mão ossuda e acariciou a cabeça peluda de Bichento.


- Nunca soube que você gostava de gatos - murmurou James, surpreso.


Sirius deu de ombros. Não os adorava nem desprezava.


— É o gato mais inteligente que já encontrei.


- Não deixe Minerva ouvir isso - murmurou Lily.


Reconheceu na mesma hora o que Peter era.


Hermione sorriu orgulhosa.


E quando me encontrou, percebeu que eu não era cachorro.


- Faz sentido, considerando que ela também reconheceu Peter - murmurou Alice.


Levou um tempinho para confiar em mim.


- Ah, por isso que ele é inteligente - Lene provocou.


- Olha quem fala - murmurou Sirius, sorrindo.


Lene sorriu de volta e o beijou rapidamente.


- Nunca disse que eu confiava em você - disse, mas sorria amplamente, mostrando a mentira.


No fim eu consegui comunicar a ele o que estava procurando e ele tem me ajudado...


- Ajudar Sirius Black. Lá se foi toda a inteligência do animal - brincou Lily.


- Só quero lembrar que você me escolheu como padrinho do seu filho - disse Sirius - Acho que isso diz algo.


- Que eu sou uma péssima mãe? - sugeriu Lily.


- É por isso que eu amo essa mulher - murmurou James, sorrindo de lado a lado. Gostava de ver seu melhor amigo e sua namorada interagindo.


— Como assim? — murmurou Hermione.


- Hermione também não acredito que seu pobre animal foi enganado a tal ponto que teve que lhe ajudar, Sirius - brincou Remus.


Sirius revirou os olhos.


— Ele tentou trazer Peter a mim, mas não pôde...


- Então, todas aquelas brigas eram isso - murmurou Alice.


Então roubou para mim as senhas de acesso à Torre da Grifinória...


- Seu gato é assustador - murmurou Josh.


- Não! - a dona retrucou.


Pelo que entendi, ele as tirou da mesa-de-cabeceira de um garoto...


- Talvez um pouco - concordou Hermione.


O cérebro de Harry parecia estar fraquejando sob o peso do que ouvia.


- É muito para receber - concordou Jorge.


Era absurdo... Contudo...


- Sua vida é absurda - concluiu Dorcas.


— Mas Peter soube o que estava acontecendo e se mandou...


- Mais esperto que agora - murmurou James.


— falou Black. — Este gato... Bichento, foi o nome que lhe deu?...


- Um nome bem ruim - resmungou Rony.


Hermione o bateu.


Me disse que Peter tinha sujado os lençóis de sangue... Suponho que tenha se mordido... Ora, fingir-se de morto já tinha dado certo uma vez...


- E ele não é criativo o suficiente para pensar em mais nada - murmurou Remus. Não gostava de falar mal das pessoas mas depois do que Peter tinha feito.


Essas palavras sacudiram o torpor mental de Harry.


- Essas? - Sirius franziu o cenho.


— E sabe por que é que ele se fingiu de morto? — perguntou o garoto impetuosamente.


- Esse é o meu Harry - brincou Fred.


— Porque sabia que você ia matar ele como tinha matado os meus pais!


- Jamais - sussurrou Sirius.


— Não — disse Lupin. — Harry...


— E agora você veio acabar com ele!


- Não - sussurrou James. Por mais que quisesse matar Peter por entregar Lily a Voldemort, não queria que Sirius o fizesse.


— É verdade, vim — disse Black, lançando um olhar maligno a Perebas.


Não, a Peter, corrigiu Harry.


— Então eu devia ter deixado Snape levar você! — gritou Harry.


- Seria o mais sensato - murmurou Frank - Mas tenho a sensação que você nunca saberia a verdade.


— Harry — disse Lupin depressa — você não está vendo?


- Não. Ele está ouvindo.


Todo este tempo pensamos que Sirius tinha traído seus pais


- Nunca - James murmurou para Sirius.


e que Peter o perseguira... Mas foi o contrário, você não está vendo? Peter traiu sua mãe e seu pai... Sirius perseguiu Peter...


- Isso é confuso - disse Dorcas, se colocando no lugar de Harry.


— NÃO É VERDADE! — berrou Harry.


- Começou - reclamou Fred.


— ELE ERA O FIEL DO SEGREDO DELES! ELE DISSE ISSO ANTES DO SENHOR APARECER.


- Nada que Sirius fale sem a minha presença conta - brincou Remus - Ele não consegue pensar por si próprio.


- Claro que não. É para isso que eu te pago - Sirius disse e piscou para o amigo.


ELE CONFESSOU QUE MATOU MEUS PAIS!


- Eu nunca... - Sirius disse, mas não conseguiu terminar.


- Nós sabemos - falou Hermione suavemente.


O garoto apontava para Black, que sacudia a cabeça devagarinho; de repente seus olhos fundos ficaram excessivamente brilhantes.


Parece Bellatrix, pensou Regulus, mas preferiu ficar quieto.


— Harry... Foi o mesmo que ter matado


- Não, não foi. De jeito nenhum - disse Harry firmemente.


Sirius sorriu grato.


— disse, rouco. — Convenci Lily e James a entregarem o segredo a Peter no último instante,


- Nós aceitamos. Foi nossa decisão - falou Lily, olhando diretamente nos olhos de Sirius.


- Nós somos capazes de lidar com as consequências - assentiu James.


Sirius deu um sorriso leve, mas ainda sentia-se culpado.


convenci-os a usar Peter como fiel do segredo, em vez de mim...


- Você fez o que achava melhor.


E olha aonde isso levou, Sirius pensou.


A culpa é minha, eu sei... Na noite em que eles morreram, eu tinha combinado de procurar Peter para verificar se ele continuava bem, mas quando cheguei ao esconderijo ele não estava. Mas não havia sinais de luta. Achei estranho.


Lene deu um sorriso amargo. Eles viviam em um mundo que encontrar uma casa vazia e sem sinal de luta era estranho.


Fiquei apavorado. Corri na mesma hora direto para a casa dos seus pais.


James deu um leve sorriso. Era bom saber que sempre podia contar com Sirius.


E quando vi a casa destruída e os corpos deles...


James e Lily estremeceram. Pensar na própria morte não era nada divertido.


Percebi o que Peter devia ter feito. O que eutinha feito.


- Você não fez nada, Sirius - disse Lene.


Mas ele só deu de ombros.


A voz dele se partiu. Ele virou as costas.


Sempre se escondendo, pensou Regulus, Sirius odiava que o vissem vulnerável.


— Basta — disse Lupin, e havia um tom inflexível em sua voz que Harry nunca ouvira antes.


- Isso não é um bom sinal - murmurou Dorcas.


— Tem uma maneira de provar o que realmente aconteceu.


- Vá logo - disse Lyssi.


Rony, me dê esse rato.


— Que é que o senhor vai fazer com ele se eu der? — perguntou Rony, tenso.


- Eu ainda achava que ele era só um rato naquela hora - murmurou Rony, triste.


— Obrigá-lo a se revelar — disse Lupin. — Se ele for realmente um rato, não se machucará.


- Estou vendo que alguém prestou atenção a aula de Minnie - murmurou James.


- Não é só você que gosta da aula dela - retrucou.


Rony hesitou. Então, finalmente estendeu a mão e entregou Perebas a Lupin. O rato começou a guinchar sem parar, se contorcendo, os olhinhos negros saltando das órbitas.


- Acho que isso já diz muito - murmurou Lene.


— Está pronto, Sirius? — perguntou Lupin.


- Você sabe que eu nasci pronto - murmurou Sirius.


Black já apanhara a varinha de Snape na cama.


- Olha o desespero - resmungou Sirius.


- Não é você que teve sua varinha suja pelas suas mãos - resmungou Snape.


Aproximou-se de Lupin e do rato que se debatia e seus olhos úmidos pareceram, de repente, arder em seu rosto.


- O choro de desespero começou - murmurou Gina. Odiava gente que chorava sem parar.


— Juntos? — perguntou em voz baixa.


— Acho melhor — confirmou Lupin,


Dorcas sorriu. Achou isso fofo, como mesmo depois de todos esses anos eles ainda preferiam fazer as coisas juntos.


segurando Perebas apertado em uma das mãos e a varinha na outra.


- Não tem como escapar agora - murmurou Alex.


— Quando eu contar três. UM... DOIS... TRÊS!


Lampejos branco-azulados irromperam das duas varinhas;


Frank olhou interessado para Sirius e Remus. Esse não era o feitiço que ele estava pensando.


por um instante, Perebas parou no ar, o corpinho cinzento revirando-se alucinadamente. Rony berrou,


- Eu fui mordido - defendeu-se sob os olhares estranhos que estava recebendo.


o rato caiu e bateu no chão. Seguiu-se novo lampejo ofuscante e então...


- Então Peter apareceu - concluiu James.


Foi como assistir a um filme de uma árvore em crescimento.


- Harry e suas comparações - Jorge e Fred começaram a rir enquanto pediam para Harry falar mais sobre o assunto.


Surgiu uma cabeça no chão; brotaram membros;


- Isso é uma frase estranho - murmurou Frank.


um momento depois havia um homem onde antes estivera Perebas, apertando e torcendo as mãos. Bichento bufava e rosnava na cama;


- Esse seu gato... - Alice comentou.


os pelos das costas eriçados.


- Parece preparado para lutar.


- Talvez estivesse - admitiu Hermione.


Era um homem muito baixo,


- Ele sempre foi baixinho - falou Remus.


quase do tamanho de Harry e Hermione.


James olhou preocupado para o filho. Os Potters não eram exatamente baixos e nem Lily era, então não entendia bem o que acontecera com Harry. Podia estar relacionado a falta de nutrição dele?


Seus cabelos finos e descoloridos estavam malcuidados


- Também, depois desse tempo - comentou Lene.


- Não que ele tenha sido muito cuidado antes - murmurou James.


e o cocuruto da cabeça era careca.


- Isso é novidade - murmurou Sirius.


Tinha o aspecto flácido de um homem gorducho que perdera muito peso em pouco tempo.


- Deve ter acontecido isso - falou Neville.


A pele estava enrugada, quase como a pelagem do Perebas,


- O rato e o homem estão se confundindo.


e havia um ar


- Ainda bem, porque ficar sem respirar não dá.


- Cala a boca, Lene.


- Desculpe, não pude resistir.


ratinheiro em volta do seu nariz fino e dos olhos muito miúdos e lacrimosos.


- Resumindo, ele parece bem acabado.


Ele olhou para os presentes, um a um,


- Avaliando as chances de fuga - resmungou Alex.


respirando raso e depressa.


- É difícil voltar para o corpo humano - admitiu James - Imagina depois de tanto tempo.


Harry viu seus olhos correrem para a porta e voltarem.


- Sim, você está sem saída - falou Rony.


— Ora, ora, olá, Peter — saudou-o Lupin educadamente,


- Sempre educado.


- Minha mãe dava muita importância a educação.


como se fosse frequente ratos virarem velhos colegas de escola à sua volta.


- Você sempre teve o dom para manter a calma nas piores horas - murmurou Dorcas.


Remus apertou a mão dela, sorrindo.


— Há quanto tempo!


- Não tempo o suficiente - falou Sirius.


— S... Sirius R... Remus. — Até a voz de Pettigrew lembrava um guincho. Novamente seus olhos correram para a porta. — Meus amigos... Meus velhos amigos...


- Ele não consegue nem fingir - resmungou Remus.


A varinha de Black se ergueu, mas Lupin agarrou-o pelo pulso, lançando-lhe um olhar de censura,


- Essa olhar não é bom - resmungou James, tendo sido o alvo dele muitas vezes.


depois tornou a se virar para Pettigrew, com a voz leve e displicente.


- Você tem que ser muito calmo para conseguir isso depois de tudo - murmurou Alex.


Remus deu de ombros.


— Estávamos tendo uma conversinha, Peter, sobre os acontecimentos da noite em que Lily e James morreram.


- Não tinha um assunto mais feliz? - reclamou Lene, para evitar o silêncio tenso.


Você talvez tenha perdido os detalhes enquanto guinchava na cama...


- Você pode ser frio quando quer - murmurou Alice, surpresa.


Remus deu de ombros.


— Remus — ofegou Pettigrew, e Harry observou que se formavam gotas de suor em seu rosto lívido


É assim que o pânico se parece, pensou Harry.


— Você não acredita nele, acredita...?


- Claro que sim - murmurou Remus. Sirius sorriu para ele.


Ele tentou me matar, Remus...


- Não - rosnou Sirius - Eu nunca teria feito isso a um amigo - falou revoltado. Ele admitia que era um idiota ás vezes, mas nunca machucaria um amigo, muito menos matá-lo.


— Foi o que ouvimos dizer — respondeu Lupin, mais friamente.


Regulus olhou para Remus impressionado. Não imaginava que Lupin conseguia ser frio assim, mesmo sabendo que ele era o mais calmo dos Marotos.


— Eu gostaria de esclarecer algumas coisas com você, Peter, se você quiser ter...


- Não acho que seja muito bem uma escolha - murmurou Dorcas.


- Não é - falou Remus.


— Ele veio tentar me matar outra vez!


- Outra vez não - corrigiu Sirius - Só desta.


— guinchou Pettigrew de repente, apontando para Black,


- Você não merece nem olhá-lo depois do que você fez - falou James. Queria matar Peter pela infelicidade que ele tinha causado ao seu irmão¹. Qualquer um que fizesse Sirius sofrer merecia morrer.


e Harry percebeu que o homem usara o dedo médio, porque lhe faltava o indicador.


- Talvez não seja essa a razão - murmurou Lene, inocentemente.


— Ele matou Lily e James e agora vai me matar também...


- Que mate - falou Rony, estressado. Já bastava ter passado por todo isso uma vez.


Você tem que me ajudar, Remus...


- Eu não tenho que fazer coisa nenhuma para você - contradisse Remus calmamente.


O rosto de Black parecia mais caveiroso que nunca


- Eu nunca foi assim - protestou Sirius.


- Não agora - falou Harry.


ao fixar os olhos fundos em Pettigrew.


Provavelmente a primeira vez que eu pensei realmente que teria minha vingança,murmurou Sirius.


— Ninguém vai tentar matá-lo até resolvermos umas coisas — disse Lupin.


- Ninguém vai matá-lo e ponto final - falou Lily.


Sirius olhou surpreso para ela.


- Claro que eu estou com raiva de Peter, na verdade morrendo, mas mesmo assim... Vocês não assassinos. Matá-lo somente os fará mal - disse Lily - Não quero que vocês sejam presos... No seu caso, novamente, Sirius.


Harry sorriu, orgulhoso para a mãe. Era bom saber que ela era sensata assim. Embora Harry ainda sentisse-se tentando a matar Peter.


— Resolvermos umas coisas? — guinchou Pettigrew, mais uma vez olhando desesperado para os lados,


- Não tem como fugir - falou Fred, alegremente.


registrando as janelas pregadas e, mais uma vez, a única porta. — Eu sabia que ele viria atrás de mim!


- Quem é culpado sempre sabe - falou Sirius.


Sabia que ele voltaria para me pegar!


- Pode ter certeza que eu voltaria - rosnou Sirius.


Estou esperando isso há doze anos!


- E mesmo assim não se preparou? - Regulus levantou uma sobrancelha - É mais burro que eu pensei.


— Você sabia que Sirius ia fugir de Azkaban?


- Claro que sim. Ninguém me segura - brincou Sirius.


— perguntou Lupin, com a testa franzida.


- Aparentemente, Peter é um vidente e eu não sabia - murmurou Remus.


— Sabendo que ninguém jamais fez isso antes?


- Sirius sempre fez o impossível - disse James.


- Não mais do que você. Conquistar a Evans? - brincou Sirius.


- Mesmo assim, esperar que você fugisse de Azkaban... - Alice balançou a cabeça.


— Ele tem poderes das trevas com os quais a gente só consegue sonhar! — gritou Pettigrew com voz aguda.


- Deve ser por causa da mentira - falou Snape - Qualquer pode ver que Sirius não tem poderes desconhecidos das trevas - era além do estúpido crer nisso.


— De que outro jeito fugiria de lá?


- Com a forma de cachorro - falou Lene - Bem a cara dele, na verdade.


Suponho que Aquele-Que-Não-Deve-Ser-Nomeado tenha lhe ensinado alguns truques!


- Ele está ficando cada vez mais desesperado - apontou Frank.


Black começou a rir,


Lene olhou preocupada para Sirius.


uma risada horrível,


- Essa não é a risada de Sirius - protestou Lily. A risada dele conseguia fazer com qualquer um risse também. Era uma coisa muito bonita, na verdade. Uma das coisas que fazia Sirius tão... Sirius.


sem alegria,


Harry se perguntou se Sirius algum dia achou a alegria novamente. Não parecia que sim.


que encheu o quarto todo.


- Harry, agora estou imaginando uma risada literalmente enchendo um quarto - Fred bufou.


Harry riu.


- Não é minha culpa se você é viajado.


- Assim você me magoa - falou Fred - Jurava que éramos grandes amigos. E você me trata assim.


— Voldemort me ensinou alguns truques?


- Como se Voldemort ensinasse algo a alguém - murmurou Regulus, com desprezo.


Pettigrew se encolheu como se Black tivesse brandido um chicote contra ele.


- Mas eu nem comecei - protestou Sirius, sorrindo malvadamente.


— Que foi, se apavorou de ouvir o nome do seu velho mestre?


- Só mais uma demonstração de como é normal seguir Voldemort - falou Harry.


— perguntou Black. — Não o culpo, Peter. O pessoal dele não anda muito satisfeito com você, não é mesmo?


- Aposto que eles adoraram o modo como Peter se escondeu, enquanto eles foram presos ou julgados - falou Dorcas.


— Não sei o que você quer dizer com isso, Sirius...


- Exatamente o que você entendeu - resmungou Sirius.


— murmurou Pettigrew, respirando mais rapidamente que nunca.


- Nem para mentir serve - falou Dorcas.


Todo o seu rosto brilhava de suor agora.


- Nem um pouco nojento - falou Hermione.


— Você não andou se escondendo de mim esses doze anos. Andou se escondendo dos seguidores de Voldemort.


- Bom saber que esse foi o tipo de vida que ele conseguiu - murmurou James friamente.


Eu soube de umas coisas em Azkaban, Peter...


- Até lá, você fofoca - Lene revirou os olhos.


- Eu não fofoco! - protestou Sirius.


Todos pensam que você está morto


- Ninguém imagina que você fosse conseguir sobreviver.


ou já o teriam chamado a prestar contas...


Alice estremeceu. Mesmo odiando Peter agora, não queria isso para ele. Ou para ninguém.


Ouvi-os gritar todo o tipo de coisa durante o sono.


Lene, James e Remus olharam preocupados para o Black.


Parece que acham que o traidor os traiu também.


- Somente justo - murmurou Frank.


Voldemort foi à casa dos Potter confiando em uma informação sua... E Voldemort perdeu o poder lá.


- Irônico que ele tenha ajudado a destruir Voldemort - murmurou Gina.


E nem todos os seguidores dele foram parar em Azkaban, não é mesmo?


- Aposto que não.


Ainda há muitos por aí, esperando a hora, fingindo que reconheceram seus erros...


- Lucius foi um deles - murmurou Harry.


Regulus notou o uso do passado. Será que Lucius tinha morrido?


Se chegarem, a saber, que você continua vivo, Peter...


- Talvez não continue realmente vivo - falou Gina.


— Não sei... Do que está falando... — respondeu Pettigrew, mais esganiçado que nunca.


- O desespero está atacando.


Ele enxugou o rosto na manga e ergueu os olhos para Lupin.


- Um desperdício de tempo - falou Remus.


— Você não acredita nessa... Nessa loucura, Remus...


- Na sua? Realmente não - murmurou Remus - Mas em Sirius, sempre.


— Devo admitir, Peter, que acho difícil compreender por que um homem inocente iria querer passar doze anos sob a forma de um rato.


- Um bom argumento - murmurou Frank.


— Inocente, mas apavorado! — guinchou Pettigrew. — Se os seguidores de Voldemort estivessem atrás de mim, seria porque mandei um dos seus melhores homens para Azkaban, o espião, Sirius Black!


- Não acho que tenha esse nível de companheirismo.


O rosto de Black se contorceu.


- Nova habilidade, Black? - zombou Snape.


- Não. Devo ter aprendido a fazer quando olho para você - retrucou Sirius.


— Como é que você se atreve? — rosnou ele, parecendo de repente o cachorro do tamanho de um urso que ele fora há pouco. — Eu, espião do Voldemort?


- Nunca - disse Sirius.


Quando foi que andei espreitando gente mais forte e mais poderosa do que eu?


- Sempre. Você correu atrás de mim - brincou James.


- Claro - ironizou Sirius.


Agora você, Peter, jamais vou entender por que não reparei desde o começo que você era o espião;


- Nós éramos amigos dele - consolou James.


você sempre gostou de amigos grandalhões que o protegessem, não é mesmo?


- Isso é verdade - Lily já tinha notado isso várias vezes.


Você costumava nos acompanhar... A mim e ao Remus... E ao James...


- Os melhores alunos do ano - disse Frank. Fora as notas exemplares, eles eram queridos por vários alunos e professores. Todos sabiam que eles eram.


Pettigrew tornou a enxugar o rosto; estava quase ofegando, sem ar.


- Há cada segundo mais desesperado - murmurou Sirius.


— Eu, espião... Você deve ter perdido o juízo...


- Talvez - admitiu Sirius - Estive em Azkaban, afinal. Mas nunca falaria isso sem saber.


Nunca... Não sei como pode dizer uma...


- A verdade deve ser dita.


— Lily e James só fizeram de você o fiel do segredo porque eu sugeri


- Mas não foi culpa sua.


— sibilou Black, tão venenosamente que Pettigrew deu um passo atrás. — Achei que era o plano perfeito...


- E seria, se Peter não fosse um covarde traidor.


Um blefe... Voldemort com certeza viria atrás de mim, jamais sonharia que os dois usariam um sujeito fraco e sem talento como você... Deve ter sido a hora mais sublime de sua vida infeliz quando você contou a Voldemort que podia lhe entregar os Potter.


- Provavelmente foi - falou Harry acidamente.


Pettigrew resmungava, perturbado; Harry entreouvia palavras como "extravagante" e "demência",


- Não sabia que ele falava sozinho sobre ele mesmo.


mas não conseguia deixar de prestar mais atenção à palidez do rosto de Pettigrew e ao jeito com que seus olhos continuavam a correr para as janelas e a porta.


- Você é bom em notar essas coisas - murmurou Regulus - E elas são mais importantes do que qualquer palavra que sairá da boca dele.


— Prof. Lupin — disse Hermione timidamente. — Posso... Posso dizer uma coisa?


— Claro, Hermione — disse Lupin cortesmente.


- Parece até que vocês estão tomando um chá da tarde.


— Bem... Perebas... Quero dizer, esse... Esse homem... Ele dormiu no quarto de Harry durante três anos. Se está trabalhando para Você-Sabe-Quem, como é que ele nunca tentou fazer mal a Harry antes?


- Ele não tem coragem o suficiente para isso. E não acho que ele odiasse o meu filho. Ele só queria poder - murmurou James.


- Também iria atrair muita atenção.


— Taí! — exclamou Pettigrew com voz esganiçada, apontando para Hermione a mão mutilada.


- Um gesto inconsciente.


— Muito obrigado! Está vendo, Remus? Nunca toquei em um fio de cabelo de Harry! Por que iria fazer isso?


— Vou lhe dizer o porquê — falou Black. — Porque você nunca fez nada, nem a ninguém nem para ninguém, sem saber o que poderia ganhar com isso.


- Peter sempre foi meio egoísta - murmurou Remus.


Voldemort está foragido há doze anos, dizem que está semimorto. Você não ia matar bem debaixo do nariz de Alvo Dumbledore, por causa de um bruxo moribundo que perdeu todo o poder, ia? Não, você ia querer ter certeza de que ele era o valentão do colégio antes de voltar para o lado dele, não ia?


- Peter precisa crer que está no lado vencedor.


Por que outra razão você procurou uma família de bruxos para o acolher?


- Não acredito ainda que ele viveu conosco - murmurou Jorge, enjoado.


Para ficar de ouvido atento às novidades, não é mesmo, Peter? Caso o seu velho protetor recuperasse a antiga força e fosse seguro se juntar a ele...


- Eu estaria morto - murmurou Harry.


- Felizmente, isso não aconteceu - falou Lyssi.


Pettigrew abriu a boca e tornou a fechá-la várias vezes. Parecia ter perdido a capacidade de falar.


- Não que ele fosse bom nisso antes.


— Hum... Sr. Black...


- Essa é nova - falou Sirius, divertido. Orion iria morrer de desgosto se visse alguém o chamando assim.


Sirius? — disse Hermione.


Black se assustou ao ouvir alguém tratá-lo assim, com tanta polidez, e encarou Hermione como se nunca tivesse visto nada parecido.


- É estranho - disse Sirius - Ser chamado de Sr. Black. E todos sempre me chamaram informalmente.


— Se o senhor não se importar que eu pergunte,


- Acho que eu não tenho que não me importar com nada - murmurou Sirius.


como... Como foi que o senhor fugiu de Azkaban, se não usou artes das trevas?


- Usando um conhecimento que aprendi para ajudar um amigo - sorriu.


— Muito obrigado — exclamou Pettigrew, acenando freneticamente com a cabeça na direção da garota. — Exatamente! Precisamente o que eu...


- Cala a boca. Ninguém quer ouvir - resmungou Gina.


Mas Lupin o fez calar com um olhar.


- Obrigada - Gina murmurou.


- De nada.


Black franziu ligeiramente a testa para Hermione, mas não porque estivesse aborrecido com ela.


- Meu temperamento não é tão ruim assim.


Parecia estar considerando a pergunta.


- Isso é mais que já fiz em qualquer aula.


Lily revirou os olhos.


— Não sei como foi que fugi


- Mas o quê?


— disse lentamente. — Acho que a única razão por que nunca perdi o juízo é porque sabia que era inocente. Isto não era um pensamento feliz, então os dementadores não podiam sugá-lo de mim... Mas serviu para me manter lúcido e consciente de quem eu era...


Talvez não totalmente, disse Harry.


Me ajudou a conservar meus poderes quando tudo se tornava... Excessivo...


Remus não queria nem pensar no que o amigo estava falando. Para Sirius dizer que algo era excessivo...


Eu conseguia me transformar na cela... Virar cachorro. Os dementadores não conseguem enxergar, sabe... — Ele engoliu em seco. — Aproximam-se das pessoas se alimentando de suas emoções... Eles percebiam que os meus sentimentos eram menos... Menos humanos, menos complexos quando eu era cachorro... Mas achavam, é claro, que eu estava perdendo o juízo como todos os prisioneiros de lá, por isso não se incomodavam.


Frank ficou impressionado por isso. Era uma coisa que nunca tinha imaginado. Era interessante.


Mas eu fiquei fraco, muito fraco, e não tinha esperança de afastá-los sem uma varinha...


James fez uma careta ao pensamento do amigo não ter uma varinha.


Mas, então, vi Peter naquela foto...


- Tudo por causa de um sorteio - murmurou Rony, pensando no que teria acontecido se sua família nunca tivesse ganhado o sorteio e saído no jornal.


E compreendi que ele estava em Hogwarts com Harry... Perfeitamente colocado para agir, se lhe chegasse a menor notícia de que o partido das trevas estava reunindo forças novamente...


- Mas não estava... - falou Gina. Por enquanto.


Pettigrew sacudia a cabeça, murmurando em silêncio,


- Ele está louco - murmurou James.


mas todo o tempo seus olhos se fixavam em Black como se estivesse hipnotizado.


- Eu tenho esse efeito nas pessoas - brincou Sirius.


... Pronto para atacar no momento em que se certificasse de que contava com aliados... E para entregar o último Potter.


- Não basta ter me traído, não? - falou James, acidamente. Estava com raiva de Peter por tudo que ele fizera. Mas tentar matar Harry? O deixava cego de ódio.


Se lhes entregasse Harry, quem se atreveria a dizer que traíra Lord Voldemort?


- O próprio Lord. Ele o mataria assim que matasse Harry - falou Regulus, sem nem piscar.


Peter seria recebido de volta com todas as honras...


- Nem um dos outros comensais iriam gostar disso.


- Mas não teriam que gostar - completou Snape.


Então, entendem, eu tinha que fazer alguma coisa.


- Ainda bem que fez - murmurou Harry.


Era o único que sabia que ele continuava vivo...


- Irônico como um preso é o único que sabia de um acontecimento que foi depois da prisão.


- É a vida.


Harry se lembrou do que o Sr. Weasley contara à mulher: "Os guardas dizem que ele anda falando durante o sono... sempre as mesmas palavras...Ele está em Hogwarts".


- Então era sobre você que eu falava - disse Siruis, aliviado.


— Era como se alguém tivesse acendido uma fogueira na minha cabeça, e os dementadores não pudessem destruí-la...


- Fico feliz por isso.


Não era um pensamento feliz... Era uma obsessão...


James olhou preocupado para Sirius.


Mas isso me deu forças, clareou minha mente.


- Não se você é a melhor pessoa para julgar isso – murmurou Dorcas.


Então, uma noite quando abriram a porta para me trazer comida,


Remus balançou a cabeça. Essa tinha sido uma das frases mais tristes que ele ouvira.


eu passei por eles em forma de cachorro... Para eles é tão difícil perceberem emoções animais que ficaram confusos...


- Também ninguém irá culpar os dementadores por te confundirem com um cachorro. Eu confundo também às vezes – brincou James.


Eu estava magro, muito magro... O bastante para passar entre as grades...


Regulus olhou preocupado para o irmão. Sirius era magro, mas nada parecido com isso.


Ainda como cachorro nadei até a costa... Viajei para o norte e entrei escondido nos terrenos de Hogwarts, como cachorro.


- Você deve ter ficado exausto.


- Eu sobrevivi; isso que importa.


- Por pouco – Lily resmungou.


Desde então vivi na floresta, exceto nas horas em que saía para assistir ao Quadribol, é claro.


- Não acredito – murmurou Lily – Você sempre será tão viciado? Isso é ridículo!


- Você está com inveja – retrucou Sirius – Porque você só tem os seus livros chatos.


Lily revirou os olhos.


Você voa bem como o seu pai, Harry...


- Melhor, na verdade – murmurou Sirius.


Harry riu baixinho.


James recusou-se a aceitar essa verdade.


- Ele está certo – sussurrou Regulus para Harry que somente riu mais, balançando a cabeça.


Black se virou para o garoto, que não evitou seu olhar.


- Estou sentindo que eu já fiz uma evolução na minha relação com Harry – murmurou Sirius.


— Acredite em mim — disse, rouco. — Acredite em mim, Harry. Nunca traí James e Lily. Teria preferido morrer a traí-los.


- Faríamos o mesmo por você – murmurou Lily. James somente acenou com a cabeça, sabendo que Sirius sabia disso.


- Eu sei. Nós somos família, certo?


- Claro que sim – respondeu James e puxou Sirius para um abraço inesperado.


- Vocês são muito gays – resmungou Remus.


- Olha quem fala! – Sirius implicou, batendo no ombro do amigo depois.


E, finalmente, Harry acreditou.


- Também né, já estava tarde.


- Desculpe se eu não acredito de primeira em um cara que supostamente queria me matar!


- Dessa vez tá perdoado, Harry, mas da próxima...


- Cala a boca, Sirius! Não irá ter próxima.


- Certo, Lily, certo.


A garganta apertada demais para falar, fez um aceno afirmativo com a cabeça.


- Um aceno de morte – murmurou Snape.


— Não!


Pettigrew caíra de joelhos como se o aceno de Harry fosse a sua sentença de morte.


- Porque é.


- Não façam nada – implorou Alice. Preocupada com Remus e Sirius. Não se importava com o que aconteceria a Peter.


Arrastou-se de joelhos, humilhou-se,


- Ele está acostumado já. Humilha-se desde o dia que nasceu – murmurou Regulus.


as mãos juntas diante do peito como se rezasse.


- Nessa hora, todos viram religiosos – disse Dorcas com desprezo. Odiava essas pessoas que não tinham religião.


— Sirius... Sou eu... Peter... Seu amigo...


- Agora é tarde demais para lembrar-se dessa amizade – murmurou Sirius.


Você não...


- Nunca diga um não a um Black – reclamou Frank, que conhecia bem o suficiente a família para saber disso. Sirius e Regulus trocaram olhares bem humorados.


Black deu um chute no ar e Pettigrew se encolheu.


- Essa tem coragem – ironizou Snape.


— Já tem sujeira suficiente nas minhas vestes sem você tocar nelas — exclamou Black.


- Para Sirius admitir que está sujo, a coisa está ruim – brincou Lene.


— Remus! — esganiçou-se Pettigrew, virando-se para Lupin, implorando com as mãos e os joelhos no chão. — Você não acredita nisso...


- Claro que acredito.


Sirius não teria lhe contado se eles tivessem mudado os planos?


- O objetivo era o segredo – Remus deu de ombros.


— Não, se pensasse que eu era o espião, Peter.


- Eu não... Eu não pensei isso – falou Sirius, incerto. Ele queria dizer que sempre acreditaria nisso. Mas parece que a amizade dele dera toda errada com os Marotos. Como poderia dizer que não desconfiaria de Remus no futuro, por mais impossível que isso parecesse? – Eu confiaria minha vida a você – falou sincero.


- Eu sei, Almofadinhas – Remus sorriu – Também confiaria minha vida a você.


Presumo que foi por isso que você não me contou, Sirius? — perguntou ele, pouco interessado, por cima da cabeça de Pettigrew.


- Você é muito frio – Dorcas brincou.


- Não com você – sussurrou Remus para ela, que sorriu amplamente.


— Me perdoe, Remus — disse Black.


— Tudo bem, Almofadinhas, meu velho amigo — respondeu Lupin, que agora enrolava as mangas das vestes.


James olhou desconfiado para Remus. O conhecia bem o suficiente para saber que viria mágica.


— E você me perdoa por acreditar que você fosse o espião?


- Já está perdoado – murmurou Sirius.


— Claro. — E a sombra de um sorriso perpassou o rosto ossudo de Black. Ele, também, começou a enrolar as mangas. — Vamos matá-lo juntos?


- Isso não fez nem um pouco perturbador – murmurou Lene.


— Acho que sim — concordou Lupin sombriamente.


- Remus, você não tem a desculpa de ter ido para a prisão para estar agindo inconsequentemente – brigou Lily.


- Desculpa, mã... Lily.


Lily estreitou os olhos.


- Eu sei que eu sou ótima mãe, Remus, mas não pense em me chamar de mãe só para perturbar.


- Foi um erro honesto.


- Não há essa de erro honesto com vocês.


Remus, Sirius e James não responderam.


— Vocês não me matariam... Não vão me matar... — exclamou Pettigrew.


- Nem ele acredita mais nisso.


E correu para Rony. — Rony... Eu não fui um bom amigo... Um bom bichinho?


- Só de pensar nisso, eu me sinto doente – disse Gina.


- E como você acha que eu me sinto? – replicou Rony.


Você não vai deixá-los me matarem, Rony, vai...


- Vou sim.


Você está do meu lado, não está?


- Não.


Mas Rony olhava Pettigrew com absoluto nojo.


- Claro. Aquele homem era doente.


— Eu deixei você dormir na minha cama! — exclamou ele.


- Isso não era algo que nós precisássemos saber – Jorge disse, enjoado.


- E agora eu nunca vou me esquecer disso – completou Fred.


— Bom garoto... Bom dono... — Pettigrew se arrastou até Rony — você não vai deixá-los fazerem isso... Eu fui o seu rato... Fui um bom bicho de estimação...


- Eu acho que ele nem enxerga o quão doente ele é – murmurou Alex, totalmente enjoado.


— Se você foi um rato melhor do que foi um homem, não é coisa para se gabar, Peter — disse Black com aspereza.


- Por um milhão de motivos – concordou Lyssi.


Rony, empalidecendo ainda mais de dor, puxou a perna quebrada para longe do alcance de Pettigrew.


- Não acho que o covarde vá tentar nada, mas o desespero... – Lene falou, deixando a frase incompleta.


Ainda de joelhos, este se virou e cambaleou para frente, agarrando a bainha das vestes de Hermione.


- Espero que você tenha comprado outra depois – murmurou Gina.


— Garota meiga... Garota inteligente... Você... Você não vai deixar que eles...


- Talvez não. Mas eu vou deixar a justiça ser feita – murmurou Hermione.


Me ajude.


- Ajudo quem merece só – disse Hermione, friamente. Peter tinha sorte que tudo isso tinha acontecido quando eles pequenos. Se acontecesse agora, no tempo de guerra...


Hermione puxou as vestes para longe das mãos de Pettigrew e recuou contra a parede, horrorizada.


- Se serve de consolo, você provavelmente é mais poderosa que ele – falou Frank.


Pettigrew continuou ajoelhado, tremendo descontroladamente, e foi virando lentamente a cabeça para Harry.


- Nem tente – ameaçou James, irado. Não ligava que Peter não estivesse lá para ouvir.


— Harry... Harry... Você é igualzinho ao seu pai... Igualzinho...


- Então você devia saber que é inútil falar com ele – rosnou James – Ele consegue ver quem você realmente é.


— COMO É QUE VOCÊ SE ATREVE A FALAR COM HARRY? — rugiu Black.


- É uma boa pergunta.


- Peter não tem um pingo de decência – murmurou Josh.


— COMO TEM CORAGEM DE OLHAR PARA ELE? COMO TEM CORAGEM DE FALAR DE JAMES NA FRENTE DELE?


- Ele não tem morais ou honra – disse Regulus, dando de ombro.


— Harry — sussurrou Pettigrew, arrastando-se em direção ao garoto, com as mãos estendidas.


- Ele devia estar mesmo desesperado para achar que eu o tocaria – murmurou Harry.


— Harry, James não iria querer que eles me matassem...


- Talvez não – admitiu James – Mas só pelo que aconteceria a eles.


James teria compreendido, Harry... Teria tido piedade...


- Seu filho da puta – rosnou James – Mentiroso. Qualquer pessoa nesse mundo, saberia que eu não teria um pingo de piedade pelo monstro que matou Lily e ameaçou a vida do meu filho!


- Se você tivesse sobrevivido, você provavelmente caçaria o bastardo você mesmo – concordou Sirius.


Black e Lupin avançaram ao mesmo tempo,


- É bom saber que ainda estamos em sincronia.


- Sempre.


agarraram Pettigrew pelos ombros e o atiraram de costas no chão.


- Nada como um belo trabalho em dupla.


O homem ficou ali, contorcendo-se de terror, olhando fixamente para os dois.


Snape perguntou-se se Peter se lembrou de tudo que os dois já tinham feito a ele, inclusive os piores momentos.


— Você vendeu Lily e James a Voldemort — disse Black, que também tremia.


- Era o meu momento de vingança – murmurou Sirius.


— Você nega isso?


Pettigrew prorrompeu em lágrimas.


- Acho que isso é resposta suficiente.


A cena era terrível, ele parecia um bebezão careca, encolhendo-se.


Harry lembrou-se de como mesmo assim ele só sentia nojo pelo homem.


— Sirius, Sirius, o que é que eu podia ter feito? O Lorde das Trevas... Você não faz ideia...


- Todos temos – protestou Alice, fechando os olhos. Não aguentava mais nem abrir os jornais nesses dias.


Ele tem armas que você não imagina... Tive medo, Sirius, eu nunca fui corajoso como você, Remus e James.


- Sempre soubemos disso.


- Uma pena só que não notamos antes como você era mentiroso – murmurou Remus.


Eu nunca desejei que isso acontecesse...


- Bem, isso não trará Lily e James de volta, trará? – murmurou Alice.


Aquele-Que-Não-Deve-Ser-Nomeado me forçou...


- Muito fácil dizer isso agora – murmurou Alice.


— NÃO MINTA! — berrou Black. — VOCÊ ANDOU PASSANDO INFORMAÇÕES PARA ELE DURANTE UM ANO ANTES DE LILY E JAMES MORREREM!


- UM ANO INTEIRO? – James explodiu. Lily tentou o acalmar.


Regulus, Sirius, Remus, Dorcas, Frank e Alice se entreolharam, chocados. Ninguém tinha esperado que fosse ser tanto tempo assim.


VOCÊ ERA ESPIÃO DELE!


- A única coisa na qual Peter seria útil – disse Harry, com desprezo.


— Ele estava assumindo o poder em toda parte!


- Mas ninguém é invencível – falou Frank.


— exclamou Pettigrew. — Que é que eu tinha a ganhar recusando o que me pedia?


- A vida dos seus amigos – gritou Sirius – Mas suponho que isso não valha nada para você.


— Que é que você tinha a ganhar lutando contra o bruxo mais maligno que já existiu? — perguntou Black, com uma terrível expressão de fúria no rosto.


Regulus olhou para o irmão. Conhecia aquela expressão bem demais. Sirius agiria de modo totalmente inconsequente depois disso.


— Apenas vidas inocentes, Peter!


- Não importa para ele – disse Snape.


- E para você importa? – perguntou Lily, séria.


- Sim – murmurou Snape, depois de um tempo de silêncio.


— Você não entende! — choramingou Pettigrew. — Ele teria me matado, Sirius!


- Seria melhor – falou Remus friamente.


— ENTÃO VOCÊ DEVIA TER MORRIDO! — rugiu Black. — MORRER EM VEZ DE TRAIR SEUS AMIGOS!


- Como você faria – falou James.


- Claro.


COMO TERÍAMOS FEITO POR VOCÊ!


Sirius ficou enjoado ao pensar em como qualquer deles teria dado a vida por Peter. E nenhum desconfiava de como o amigo era na verdade.


Black e Lupin estavam ombro a ombro, as varinhas erguidas.


- Mais uma vez – Remus sorriu levemente. Quantas vezes já tinham ficado lado a lado do amigo, se preparando para enfrentar quem fosse?


— Você devia ter percebido — disse Lupin com a voz controlada — que se Voldemort não o matasse, nós o mataríamos.


Remus se perguntou que tipo de pessoa ele era no futuro, que falava de assassinato tão friamente. Mas também sabia que Peter merecia ser morto por tudo que fizera.


- Não façam isso – imploraram Lily e Lene juntas.


Sirius deu de ombros.


Adeus, Peter.


Já foi tarde, pensou Regulus com desprezo. Odiava o tipo de covardia de Peter. Odiava pessoas que traíam aqueles que a amavam.


Hermione cobriu o rosto com as mãos e se virou para a parede.


Hermione ficou envergonhada ao perceber que já naquela época não faria nada para impedir um assassinato, mesmo que o de um homem como Peter.


— NÃO! — berrou Harry.


James suspirou aliviado. Por mais que odiasse Peter, não queria que fosse Remus e Sirius os assassinos.


E se adiantou, colocando-se entre Pettigrew e as varinhas.


- Isso foi corajosamente estúpido – murmurou Regulus.


- Você quer dizer simplesmente que eu fui estúpido – Harry revirou os olhos.


- Talvez – provocou Regulus.


Harry riu.


— Vocês não podem matá-lo — disse afobado. — Não podem.


Lily, Lene, Alice e James suspiraram aliviados.


Black e Lupin fizeram cara de espanto.


- Relaxe, nós só estamos julgando sua sanidade – falou Remus.


- Só leia. Eu vou explicar – disse Harry.


— Harry, esse verme é a razão por que você não tem pais — rosnou Black.


- Eu acho que ele entendeu isso – falou Gina.


- Mas não é a única razão – comentou Neville.


- Ninguém conseguiria parar Voldemort – concordou Fred.


— Esse covardão teria olhado você morrer, sem levantar um dedo.


- Não que ele pudesse fazer muito se quisesse.


Você ouviu o que ele disse. Dava mais valor à pele nojenta do que a toda sua família.


James olhou para baixo, triste ao ouvir isso. Estava magoado pela traição de Peter.


— Eu sei — ofegou Harry. — Vamos levar Peter até o castelo. Vamos entregar ele aos dementadores.


Sirius assentiu, pensando que isso era pior que morte.


Ele pode ir para Azkaban...


- Nada menos que o merecido.


Mas não o matem.


Harry pensou melancólico sobre esse momento. Daqui a pouco tudo começaria a dar errado, mas por alguns poucos segundos ele estava feliz.


— Harry! — exclamou Pettigrew, e atirou os braços em torno dos joelhos de Harry.


Neville fez uma careta.


— Você... Obrigado... É mais do que eu mereço...


- Definitivamente.


Obrigado...


- Agradeça se entregando – murmurou Hermione.


— Tire as mãos de cima de mim — vociferou Harry empurrando as mãos de Pettigrew, enojado.


- Entendo o sentimento – murmurou Rony.


— Não estou fazendo isso por você.


- Ele já devia ter percebido isso – murmurou Alex.


Estou fazendo isso porque acho que meu pai não ia querer que os melhores amigos dele virassem assassinos...


- Não ia mesmo – concordou James.


Frank achava aquilo meio ridículo. Afinal, eles estavam em uma guerra. Parecia improvável que pelo menos Remus não tivesse matado ninguém já.


Por sua causa.


- Exatamente – falou James – Não vale a pena matar Peter.


Ninguém se mexeu nem fez qualquer ruído exceto Pettigrew, cuja respiração saía em arquejos, e ele levava as mãos ao peito.


- Uma última tentativa de reza? – sugeriu Lyssi.


Deve ter funcionado, pensou Harry.


Black e Lupin se entreolharam.


- Acho que estávamos surpresos com a sua maturidade – murmurou Remus.


Então, com um único movimento, baixaram as varinhas.


James sorriu orgulhoso para o filho.


— Você é a única pessoa que tem o direito de decidir, Harry — disse Black.


- Privilégio de ser o filho – brincou Harry, sem humor.


— Mas pense... Pense no que ele fez...


- Duvido que ele esteja pensando em qualquer coisa fora isso – murmurou Dorcas.


— Ele pode ir para Azkaban


- Ele não deve sobreviver lá mesmo.


— repetiu Harry. — Se alguém merece aquele lugar é ele...


- E não você – completou Harry para Sirius que sorriu levemente.


Pettigrew continuava a arquejar às costas do garoto.


- Ninguém liga.


— Muito bem — disse Lupin. — Saia da frente, então.


Harry hesitou.


- Você não confia em mim? – perguntou Remus, magoado.


- Bem, naquele momento eu não confiava muito em ninguém – admitiu Harry.


— Vou amarrá-lo — disse Lupin. — Só isso, juro.


- Pode confiar em Remus, ele é extremamente certinho – Sirius disse.


Harry saiu do caminho.


- Assim se foi a última proteção de Peter.


Cordas finas saíram da varinha de Lupin, desta vez, e no momento seguinte Pettigrew estava se revirando no chão, amarrado e amordaçado.


- Não foi um feitiço ofensivo – Snape revirou os olhos.


— Mas se você se transformar, Peter — rosnou Black, a varinha também apontada para Pettigrew — nós o mataremos.


- Assim ele não vai arriscar.


- Uma pena.


Concorda, Harry?


Regulus olhou para Harry ansioso. Esperava que o garoto dissesse sim. Ele tinha que perceber que isso era só para amedrontar Peter.


Harry olhou a figura lastimável no chão e concordou com a cabeça de modo que Pettigrew pudesse vê-lo.


Lily olhou para o filho com pena. Harry não devia ter que passar por isso.


— Certo — disse Lupin, subitamente eficiente.


- Você estava dizendo que eu era ineficiente antes?


- Eu não disse nada.


— Rony, não sei consertar ossos tão bem quanto Madame Pomfrey, por isso acho melhor só imobilizar sua perna até o entregarmos na ala hospitalar.


- Isso é que um professor responsável – murmurou Harry, lembrando-se do segundo ano. Todos estremeceram com a memória.


Ele foi até Rony, se abaixou, tocou a perna dele com a varinha


- Finalmente alguém foi curar o meu irmão – falou Gina.


- Desculpe.


e murmurou:


— Férula! — Ataduras se enrolaram à perna de Rony e a prenderam firmemente a uma tala. Depois, o professor ajudou o garoto a se levantar; Rony, desajeitado, apoiou no chão o peso da perna e não fez careta.


- Esse é o meu irmão – disseram Jorge e Fred orgulhosos.


— Está melhor. Obrigado.


- Qualquer hora.


— E o Prof. Snape? — perguntou Hermione com a voz fraquinha,


- Eu já tinha me esquecido dele – murmurou Dorcas.


- Obrigado – falou Snape sarcástico.


- Desculpe.


contemplando o professor encostado à parede.


- Aposto que ele parece mais idiota que o normal – implicou Sirius.


— Ele não tem nenhum problema sério — disse Lupin se curvando para Snape e tomando seu pulso. — Vocês só se entusiasmaram um pouquinho demais.


O Trio sorriu culpado, enquanto os outros riam. Fora Snape, claro.


Continua desacordado. Hum... Talvez seja melhor não o reanimarmos até estar a salvo no castelo.


- Remus, Remus – reprendeu Lily.


Podemos levá-lo assim...


Lupin murmurou:


— Mobilicorpus!


- Adoro esse feitiço – disse Josh, empolgado.


- Obviamente, você nunca esteve no efeito dele – disse Snape.


— Como se fios invisíveis tivessem sido amarrados aos pulsos, pescoço e joelhos de Snape, ele foi posto de pé, a cabeça pendendo molemente, como a de um títere grotesco. Ele flutuava a alguns centímetros do chão, os pés frouxos sacudindo.


- Nada como um passeio – murmurou Regulus.


Lupin apanhou a Capa da Invisibilidade e guardou-a em segurança no bolso.


James olhou desconfiado para o amigo. Remus tinha que devolver a Harry.


— E dois de nós devemos nos acorrentar a essa coisa — disse Black, cutucando Pettigrew com o pé. — Só para garantir.


- Sensato Black.


- Obrigado Snape.


— Eu faço isso — disse Lupin.


- Mais confiável do que os feitiços de Sirius – brincou Lene.


- EI! – protestou.


— E eu — disse Rony decidido, mancando até o prisioneiro.


- Você tem que descansar – murmurou Neville preocupado.


- Eu não estava cansado – retrucou.


Black conjurou pesadas algemas do nada; e logo Pettigrew estava novamente de pé, o braço esquerdo preso ao direito de Lupin, o direito preso ao esquerdo de Rony. O garoto estava muito sério.


- A única vez na vida que Rony estava sério.


- Acho que você está me confundido com um deles – Rony falou e apontou para os gêmeos.


Parecia ter tomado a verdadeira identidade de Perebas como uma ofensa pessoal.


- Foi uma ofensa pessoal – retrucou.


Bichento saltou com leveza da cama e abriu caminho para fora do quarto, o rabo de escovinha elegantemente erguido no ar.


- Esse gato é estranho – comentou mais uma vez Alice.
---------- 


¹ - Sim, James e Sirius não são realmente irmãos. Mas eles pensam neles mesmos como se fossem, então...




 

Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.