O ressentimento de Snape



 


Capítulo 14 - O ressentimento de Snape


- Vamos fazer uma pausa no fim desse capítulo? – pediu Harry.


- Mas já? – perguntou Dorcas.


- Sim, preciso fazer algo – todos o encaram confusos. Menos Regulus. Que sabia que ele estava falando da aula para aprender a fazer um Patrono. Ficou grato por Harry não dizer o que era ainda.


Ninguém na Torre da Grifinória dormiu àquela noite.


- Não é uma surpresa.


- As pessoas custam perder o sono quando acham que tem uma assassino a solta perto delas.


- O medo acorda as pessoas – falou Regulus.


Harry deu um sorriso encorajador para ele, sabia que o Black devia estar pensando em alguns problemas dele.


Todos sabiam que o castelo estava sendo revistado novamente


- Alguma coisa o colégio ter que fazer – falou Lily – Para quando realmente entrar alguém perigoso eles saberem o que fazer.


e os alunos da casa permaneceram acordados na sala comunal,


- É tudo um bando de vagabundo.


- Não posso negar essa afirmação – falou Jorge.


esperando para saber se Black fora apanhado.


- Ainda bem que não – Harry sorriu para o padrinho.


A Profª. Minerva voltou ao amanhecer para informar que, mais uma vez, ele escapara.


- Ninguém alcança Sirius Black – Lene sorriu.
Durante todo o dia, onde quer que fossem, os garotos percebiam sinais de uma segurança mais rigorosa;


- Estranho seria se continuasse a mesma – falou Alice.


o Profº. Flitwick podia ser visto, às portas de entrada do castelo, ensinando-os a reconhecer uma grande foto de Sirius Black;


- De aula ninguém quer saber – falou Sirius.


E apesar de todo o clima sério, todos não conseguiram se encarar e cair na gargalhada. Não podiam imaginar Sirius falando uma frase dessas.


- Eu devia ter gravado isso – Lene chorava de tanto rir.
Filch,


- Ele não – choramingou Harry.


de repente, andava para cima e para baixo nos corredores, pregando tábuas em tudo, desde minúsculas fendas nas paredes até tocas de camundongos.


- Ele sempre sonhou com algo assim que eu sei – falou James desconfiado.


Sir Cadogan fora demitido.


- Não fará falta – resmungou Snape.


Repuseram seu retrato no solitário patamar do sétimo andar e a Mulher Gorda voltou ao seu lugar.


Lene tinha esperanças que colocariam uma pessoa menos dramática no lugar. Fora competentemente restaurada,


- Deviam ter a melhorado.


mas continuava nervosíssima


- Como sempre.


e só concordara em voltar ao trabalho com a condição de receber mais proteção.


- Até parece que é gente – falou Lyssi.
Um bando de trasgos carrancudos tinha sido contratado para guardá-la.


- Contratam seres para protegerem um retrato e não contratam ninguém para protegerem crianças de um suposto assassino – Frank bufou. Hogwarts estava longe do lugar ideal de segurança.
Eles percorriam o corredor em um grupo ameaçador,


- Não sei, eles não me parecem tão ameaçadores desde que vocês derrotaram um no primeiro ano – falou Josh.


falando em rosnados e comparando o tamanho dos seus bastões.


- Uma inteligência superior.
Harry não pôde deixar de reparar que a estátua da bruxa de um olho só, no terceiro andar, continuava sem guarda nem bloqueio.


- Vocês precisam falar para alguém sobre ela – Lily falou.


- Lily! – falou James assustado.


Parecia que Fred e Jorge tinham razão


- Sempre temos, não sei por que a dúvida.


em pensar que eles e agora Harry Potter, Rony e Hermione eram os únicos que conheciam a passagem secreta a que a bruxa dava acesso.


- Isso que é ser especial.


- Não mais – falou Lene, sorridente e depois se virou para o namorado – Eu vou te matar por não ter me contado sobre ela antes.


- Desculpe, não podia, segredo dos marotos – falou Sirius.


- Eu preferia não saber – Lily resmungou – Só de pensar no que vocês podem fazer com ela...


- Ei, sabemos faz anos e Hogwarts ainda tá de pé – protestou Remus.
— Você acha que devemos contar a alguém? — perguntou Harry a Rony.


- É claro que ele dirá que não – bufou Hermione.
— A gente sabe que Black não está entrando pela Dedosdemel — disse Rony descartando a idéia. — Saberíamos se a loja tivesse sido arrombada.


- Vocês acham que conseguiram saber se Sirius passa para um lugar pelo qual vocês mesmos passam e ninguém nota? – perguntou Alex, crítico.


- Eu estava dizendo que Sirius precisaria arrombar a Dedosdemel para usar a passagem ou estar em Hogwarts – explicou Rony.
Harry ficou contente que Rony pensasse como ele.


- Almas gêmeas – ironizou Gina.


Se a bruxa de um olho só também fosse fechada com tábuas, ele não poderia voltar a Hogsmeade.


Até Lily teve que concordar que isso seria péssimo. Era tão difícil para Harry ser um garoto normal e ainda tiravam as chances dele quando podiam.


Rony se transformara numa celebridade instantânea.


- Daquele tipo que ascende rápido, cai mais rápido ainda – provocou Gina.


Rony corou quando se lembrou do quanto ficou arrogante nessa época. Poder realmente não combinava com ele.


Pela primeira vez na vida, as pessoas prestavam mais atenção a ele do que a Harry


- Seria bem melhor se sempre fosse assim – resmungou Harry.


- Não reclame – falou Regulus sério. Por mais terrível que fosse ter que atender as expectativas de todos o tempo todo era pior nem ser lembrado.


- Eu sempre prestei atenção a você – protestou Hermione.


- Mas não mais que Harry – ele disse – O que faz sentido. Nós dois erámos amigos seus e você não gostava de mim ainda.


e era evidente que ele estava gostando bastante da experiência.


- Admito que eu aproveitei – falou o ruivo.


Embora ainda estivesse muito abalado com os acontecimentos da noite anterior,


- Justificável – falou Josh.


ficava feliz de contar a quantos perguntassem o que acontecera, com riqueza de detalhes.


Sirius não conseguir evitar de mandar um olhar de desgosto para Rony. Ele era um pouco louco, não? Gostava de reviver uma aventura com um suposto assassino?


- Era algo bem diferente – Rony falou.
—... Eu estava dormindo e ouvi barulho de pano cortado e achei que estava sonhando, sabe?


- Por que alguém sonharia com um pano cortado?


- Por que não?


Mas aí senti uma correnteza de ar... Acordei


- Espera, você estava dormindo ou acordando? – Alice perguntou confusa.


e vi que o cortinado de um lado da minha cama tinha sido arrancado... Me virei... E vi Black parado ali...


- Por que ele estava parado?


Como um esqueleto, os cabelos imundos...


- Nossa, pareço fantástico – falou Sirius.


Segurando um facão comprido,


Lene olhou preocupada para Sirius. As coisas não pareciam boas para o lado dele.


devia ter uns trinta centímetros... E ele olhou para mim e eu olhei para ele, então eu soltei um berro


- Corajoso.


e ele se mandou.
— Mas por quê? — Rony acrescentou para Harry quando o grupo de garotas do segundo ano,


- Ficando popular hein – provocou Jorge.


que estivera escutando sua história enregelante, se afastou.


- Não podia as deixar ouvirem – perturbou e Hermione brigou.


— Por que foi que ele correu?


- Olha aí que tem algo estranho em toda essa história – Lene falou satisfeita.


- Porque você não é um assassino – Harry falou encarando Sirius.
Harry andara se perguntando a mesma coisa.


- Mentes brilhantes pensam igual – falou Rony.


- Mente brilhante então não é a sua – falou Jorge.


- Obrigado pelo apoio, irmão – ironizou Rony.


- De nada.


Por que Black, ao verificar que escolhera a cama errada,


- Primeiro, porque ele não iria à uma hora que tivesse menos gente? Ou quando Harry tivesse voltando de um treino, por exemplo? – sugeriu Gina – Porque Sirius não é um assassino.


não silenciara Rony e procurara Harry?


- Esse silenciara não soou muito bem – tremeu Dorcas.


Ele já provara doze anos antes que não se importava de matar gente inocente,


- Não foi você – Harry disse firmemente para Sirius. Odiava que o padrinho tivesse que ouvir isso.


e desta vez só precisava enfrentar cinco garotos desarmados,


- Principalmente um sendo Rony – brincou Fred.


- Muito engraçado.


- Foi mesmo.


quatro dos quais adormecidos.
— Ele devia saber que ia ter problemas para sair do castelo depois que você gritasse e acordasse todo mundo


- Ou não. Ele podia fazer um feitiço silenciador antes – falou Alex.


— disse Harry, pensativo. — Teria que matar a casa toda para passar pelo buraco do retrato...


- Nem todos. Sempre tem alguém que só descobre algo no outro dia.


E teria dado de cara com os professores...


- Complica.
Neville caiu em total desgraça.


Alice olhou triste para o filho. Obviamente, não queria isso para ele.


A Profª. McGonagall estava tão furiosa com ele que o banira de todas as futuras visitas a Hogsmeade,


- Tu a irritaste mesmo, porque isso nem nós conseguimos – falou James impressionado e meio... invejoso.


lhe dera uma detenção


- Isso não é tão ruim – falou Frank para o filho.


e proibira todos de lhe informarem a senha para a torre.


- Tá, isso é ruim – falou Snape. Todos concordaram.


O coitado era obrigado a esperar do lado de fora da sala comunal, todas as noites,


- E o sono dele? Ninguém liga não? – perguntou Dorcas.


até alguém deixá-lo entrar,


- Isso é crueldade – Alice choramingou.


enquanto os trasgos da segurança caçoavam dele.


- Até eles? – perguntou Dorcas com pena.


Nenhum desses castigos,


Sirius deu um sorriso irônico. Castigo não chegava nem perto disso.


porém, chegou nem próximo do que sua avó lhe reservara.


Frank olhou culpado para o filho. Sabia que a mãe dele podia ser muito exigente. Nem sempre era fácil amá-la.


Dois dias depois da invasão de Black,


- Foi um tempo longo – falou Frank em pânico. Quanto mais sua avó pensava em um plano, pior ele era.


ela mandou a Neville a pior coisa que um aluno de Hogwarts podia receber na hora do café da manhã: um berrador.


- Isso não – gemeu Josh, que já tinha passado por essa experiência.


- É horrível – falaram Rony e Neville.


- Eu já recebi alguns, já me acostumei – falou James divertido.


- Eu estou surpresa que Walburga nunca mandou um, Sirius – falou Lene.


Ele deu de ombros, indiferente.


- Ela nunca se importou o suficiente para mandar.
As corujas da escola entraram voando pelo Salão Principal trazendo o correio, como de costume,


- Só que algo muito mais perverso se escondia ali... – James narrou dramático.


e Neville se engasgou quando a enorme coruja pousou diante dele com um envelope vermelho preso no bico.


- Foi horrível – Neville disse com um sorriso triste.


- Não foi tão ruim assim, Nev – Gina o consolou.
Harry e Rony, que estavam sentados em frente,


- Sempre perto nos melhores momentos.


reconheceram imediatamente que a carta era um berrador.


- A experiência do ano passado fora traumática o suficiente para isso – falou Harry e Rony concordou.


Rony recebera um da Sra. Weasley no ano anterior.


- Ainda bem que foi só ele.


- Nós só recebemos uns três – falou Jorge.
— Apanha ela logo, Neville — aconselhou Rony.
Neville não precisou que lhe dissessem duas vezes.


- Meu filho pensa rápido – brincou Frank.


Agarrou o envelope e, segurando-o à frente como se fosse uma bomba,


- Era uma bomba, só que de outro tipo – falou Neville, obviamente ainda traumatizado.


saiu correndo do Salão em meio às explosões de riso da mesa da Sonserina.


- Não teve nada de engraçado! – protestou Alice, furiosa.


- Foi uma cena um pouco engraçada – replicou Hermione.


Alice bufou.


Todos ouviram o berrador disparar no saguão de entrada.


- Ops, acho que você não conseguiu ir rápido o suficiente – falou Sirius.


A voz da avó de Neville, com o volume normal magicamente ampliado cem vezes,


Frank estremeceu. Coitado do seu filho.


bradava que ele envergonhara a família inteira.


Houve um silêncio repentino, toda a diversão se perdera.


- Neville... – falou Frank – Você sabe que nunca nos envergonhou, nem envergonharia certo?


Neville queria responder que sim, mas passara tanto tempo pensando que não e ainda agora não tinha certeza disso.


- Querido, nós te amamos por quem você é – Alice respondeu quando viu que Neville ficou calado – E nunca vamos deixar de amar, independente do que faça.


Neville sorriu para os pais. Ele amava momentos como aqueles porque nessas horas podia ter certeza de coisas que devia saber desde sempre, mas não sabia.
Harry estava tão ocupado sentindo pena de Neville


Neville deu um sorriso fraco para o amigo. Enquanto não gostava de pena, aprovava a preocupação do amigo.


que nem reparou imediatamente que havia uma carta para ele também.


- Uma carta? – estranhou Lyssi. Quem escreveria para Harry quando todos os amigos dele estavam em Hogwarts?
Edwiges atraiu sua atenção beliscando-o com força no pulso.


- Eu amo a sua coruja – falou Alice apaixonada.
— Ai! Ah... Obrigado, Edwiges.
Harry rasgou o envelope enquanto a coruja se servia dos flocos de milho de Neville.


- Desculpa, cara.


- Tudo bem.


O bilhete dentro do envelope dizia o seguinte:


Caros Harry e Rony
Querem vir tomar chá comigo hoje à tarde por volta das seis?


- Não sei, depende muito de quem for – falou Sirius.


Irei buscar vocês no castelo.


- Ok, já está valendo a pena.
ESPEREM POR MIM NO SAGUÃO DE ENTRADA; VOCÊS NÃO PODEM SAIR SOZINHOS.


Lily aprovou essa atitude. Finalmente uma pessoa que parecia preocupada com a segurança.
Abraços, Hagrid.
James sorriu.
— Ele provavelmente quer saber as novidades sobre Black — disse Rony.


- Ou ele só quer visitar os amigos dele – sugeriu Snape.


- Acho que alguém está muito metido.
Assim, às seis horas daquela tarde, Harry e Rony saíram da Torre da Grifinória,


passaram pelos trasgos de segurança


- Nunca vou me acostumar com eles ai – falou Dorcas.


e rumaram para o saguão de entrada.
Hagrid já estava à espera.


- Perfeito.
— Está bem, Hagrid! — exclamou Rony. — Imagino que você queira saber o que aconteceu no sábado à noite, é isso?


- Nossa, não precisa se adiantar – falou Lyssi.
— Já soube de tudo — disse Hagrid,


- E isso foi um balde de água fria.


abrindo a porta de entrada e levando-os para fora.
- Finalmente sair desse castelo – falou Rony.


— Ah — exclamou Rony, parecendo ligeiramente desconcertado.


Rony corou.
A primeira coisa que viram ao entrar na cabana de Hagrid foi Bicuço estirado em cima da colcha de retalhos de Hagrid,


- Uma organização enorme.


as enormes asas fechadas junto ao corpo, apreciando um pratão de doninhas mortas.


- ECA! – as meninas fizeram coro e até alguns meninos parecerem enjoados.


Ao desviar o olhar dessa visão repugnante, Harry viu um gigantesco traje peludo e uma medonha gravata amarela e laranja pendurados no alto da porta do armário.


- Não vou nem perguntar.
— Para que é isso, Hagrid? — perguntou Harry.


- Harry, não era para você perguntar.


- Desculpa?
— O caso de Bicuço contra a Comissão para Eliminação de Criaturas Perigosas.


- Não me diga que ele vai usar isso – falou Regulus horrorizado. Imagem era muito importante em momentos como esse.


Nesta sexta-feira. Ele e eu vamos a Londres juntos.


Que passeio lindo.


Reservei duas camas no Nôitibus...


- Nôitibus é uma confusão mesmo hein? – falou Dorcas.
Harry sentiu uma pontada incômoda de remorso.


- O que você fez?


Esquecera-se completamente que o julgamento de Bicuço estava tão próximo


- Ok, dessa vez foi mancada, filho – falou James.


Harry se sentiu mais culpado ainda.


e, a julgar pela expressão constrangida no rosto de Rony, ele também.


- Boa – Hermione bufou. Ela não tinha esquecido.


Os dois tinham se esquecido igualmente da promessa de ajudar Hagrid a preparar a defesa de Bicuço;


- Mas sendo vocês, Hagrid está até melhor sem essa ajuda – falou Gina.


- Obrigado – ironizou Rony.


- Nada.


a chegada da Firebolt tinha varrido a promessa do pensamento dos garotos.


- Claro que uma vassoura é mais importante que a promessa de ajudar um amigo.


- Não é assim, mãe, mas é que nos deixou muito animado e acabamos esquecendo de todo o resto.
Hagrid serviu chá e ofereceu um prato de pãezinhos aos garotos, que tiveram o bom senso de não aceitar;


James e Lily suspiraram aliviados.


- Então, esse é o segredo de vocês para sobreviverem todos esses anos – falou Neville.


Lily estreitou os olhos. Tinha a sensação de que todos esses anos incluíam os próximos.


tinham muita experiência com a culinária do guarda-caça.


- Hagrid é uma ótima pessoa, mas a comida dele... – James parecia enjoado.
— Tenho uma coisa para conversar com vocês dois


- Nunca vem algo bom depois disso.


— disse Hagrid sentando-se entre os garotos, com o ar anormalmente sério.


- Mais um problema? - suspirou Alice. Ela não aguentava mais.
— O quê? — perguntou Harry.
— Mione — respondeu Hagrid.


- Eu? – a morena se assustou.
— Que é que tem a Mione? — perguntou Rony.


- Tem que ela é o amor da sua vida – falou Fred – Mas você fica brigando com ela – revirou os olhos.
— Ela está num estado de cortar o coração, é isso que tem. Veio me visitar muitas vezes desde o Natal.


Hermione sorriu ao se lembrar das visitas ao amigo.


Se sente solitária.


- Claro que eu me sentia solitária sem meus melhores amigos.


Primeiro vocês não estavam falando com ela por causa da Firebolt,


- O que foi uma estupidez – Lily comentou.


Hermione sorriu para ela.


agora vocês não estão falando por causa do gato...


- Não foi o nosso melhor ano – admitiu Harry.
—... Que comeu Perebas! — interpôs Rony, zangado.
— Porque o gato dela fez o que todos os gatos fazem


Frank concordou. Era só a ordem natural das coisas.


— insistiu Hagrid. — Ela já chorou muito, sabem. Está passando por um mau momento.


Harry encarou a amiga tristemente. Sentia-se um idiota agora.


Abocanhou mais do que pode mastigar, se querem saber, todo o trabalho que está tentando fazer.


Hermione corou.


- Eu só queria muito aprender tudo.


E ainda arranjou tempo para me ajudar no caso do Bicuço,


- Ao contrário de vocês dois – Lily falou irritada.


vejam bem... Encontrou um material realmente bom para mim... Acho que ele terá uma boa chance agora...


Hermione sorriu tristemente.
— Hagrid, nós devíamos ter ajudado também,


- Deviam mesmo.


desculpe... — começou Harry, sem jeito.
— Não estou cobrando nada — disse Hagrid, dispensando as desculpas. — Deus sabe que você teve muito com que se ocupar.


- Ele não falou nada de você, Rony.


Vi você praticando Quadribol todas as horas do dia e da noite,


James sorriu orgulhoso enquanto Lily revirava os olhos.


mas tenho que dizer uma coisa, pensei que vocês davam mais valor à amiga do que a vassouras e ratos.


- Damos – falou Harry e Rony firmemente.


- Afinal, vocês são o Trio de Ouro – falou Neville.


É só isso.
Harry e Rony trocaram olhares constrangidos.


- Aquele momento de culpa compartilhada entre você e seu amigo.
— Bem nervosa ela ficou, quando Black quase esfaqueou você, Rony.


Jorge de um sorriso malicioso.


Ela tem o coração no lugar, a Mione, e vocês se recusando a falar com ela...


- Ainda não entendi porque Harry não tá falando com você – falou Lene.


- Nem eu – respondeu Hermione.
— Se ela ao menos se livrasse daquele gato, eu voltaria a falar com ela!


- Pedir que ela se livre do animal de animação dela é horrível – falou Alice.


— disse Rony, zangado. — Mas ela continua do lado do Bichento. É um maníaco e ela não quer ouvir nem uma palavra contra ele!


- Quem quer ouvir as pessoas falando mal de algo que amam? – perguntou Regulus.
— Ah, bem, as pessoas podem ser obtusas quando se trata de bichos de estimação


- Exatamente.


- É como família.


— disse Hagrid sabiamente.
Às costas dele, Bicuço cuspiu uns ossos de doninha em cima do travesseiro.


Alice fez uma careta.
Os três passaram o resto da visita discutindo a nova chance de Grifinória concorrer à Taça de Quadribol.


- Mudança total de assunto, não imagina – ironizou Alex.


Às nove horas, Hagrid acompanhou-os de volta ao castelo.
Um grande grupo de alunos se achava aglomerado em torno do quadro de avisos quando eles chegaram à sala comunal.


- Espero que seja uma coisa boa dessa vez.
— Hogsmeade no próximo fim de semana! — disse Rony, se esticando por cima da cabeça dos colegas para ler o aviso.


- Me senti baixinho – resmungou.


— Que é que você acha? — acrescentou em voz baixa quando os dois foram se sentar.


- Claro que Harry iria querer sair quando tem um possível assassino atrás dele.
— Bem, Filch não mexeu na passagem para a Dedosdemel... — ponderou Harry, ainda mais baixo.


Lily revirou os olhos. Harry teria que aprender a ser mais coerente. Tudo culpa dos genes de James.
— Harry! — disse alguém bem no seu ouvido direito.


- Como assim? Quem é? De onde surgiu?


Harry se assustou e, ao se virar, viu Hermione, que estava sentada à mesa logo atrás deles e abrira uma brecha na parede de livros que a escondia.


- Que coisa estranha – murmurou Sirius. Os outros concordaram (fora Remus e Lily, claro).
— Harry se você for a Hogsmeade outra vez... Vou contar à Profª. McGonagall sobre aquele mapa! — ameaçou ela.


- Não acho que esse tenha sido o melhor modo de começar uma conversa, Mione – falou Lene.
— Você está ouvindo alguém falar, Harry?


- Sim, eu não sou surdo – brincou o moreno.


— rosnou Rony, sem olhar para Hermione.


- Quanta agressividade.
— Rony, como é que pode deixar ele o acompanhar?


- Bem, Rony não ia conseguir impedir muito mesmo.


Depois do que o Sirius Black fez a você, quero dizer,


- Ele não chegou a fazer nada – murmurou Lene, irritada. Esse livro era muito dramático.


vou contar...
— Então agora você está tentando provocar a expulsão do Harry!


- Claro que não é isso.


— disse Rony, furioso. — Não acha suficiente o mal que você já fez este ano?


- Não vi esse mal – falou Frank, frio. Era um exagero como Ronald estava tratando uma menina que era amiga dele, mesmo estando irritado.
Hermione abriu a boca para responder, mas com um assobio suave, Bichento saltou para o seu colo.


- Proteção 24 horas.


A garota lançou um olhar assustado à cara que Rony fazia,


- Você tem que aprender a se controlar – reclamou Hermione – Um dia posso não perdoar.


Rony se sentiu mal só de pensar nessa possibilidade.


recolheu Bichento e saiu correndo para o dormitório das meninas.


Alice olhou para Hermione com pena. Ela não merecia isso.
— Então, e aí? — perguntou Rony a Harry como se não tivesse havido interrupção.


- Isso já é doença.


- É sério que vocês vão fingir que nada aconteceu?- Remus perguntou incrédulo.


Harry deu de ombros.


- Eu não sabia o que dizer.


— Vamos, da última vez que fomos você não viu nada. Você ainda nem entrou na Zonko‘s!


Remus entrou em delírio pensando em todos os chocolates que podia ter.
Harry espiou para os lados para verificar se Hermione não estava por perto ouvindo.


- Saiba decisão – rosnou ela.
— Tudo bem. Mas desta vez vou levar a minha Capa da Invisibilidade.


- É bom saber que ela está sendo bem utilizada – sorriu James.
Na manhã de sábado, Harry guardou a Capa da Invisibilidade na mochila, meteu o Mapa do Maroto no bolso e foi tomar café com todo mundo.


- Do lado de fora, tudo parecia normal, mas por dentro Harry estava sentindo várias emoções – narrou Lene.


À mesa,


- Ele resolveu comer?


Hermione não parava de lhe lançar olhares desconfiados,


- Isso só prova que eu te conheço – resmungou ela.


mas ele evitou encarar a amiga


- Isso se chama culpa.


e teve o cuidado de deixar que ela o visse subindo a escadaria de mármore no saguão de entrada,


- Harry está finalmente parecendo um Maroto – Sirius sorriu de emoção.


- Obrigado.


quando os outros alunos se dirigiam às portas de entrada.


- Que rebelde.
— Tchau! — gritou Harry para Rony. — A gente se vê quando você voltar.


Rony sorriu e piscou um olho.


- Falsos.
Harry correu ao terceiro andar, tirando o Mapa do Maroto


Os Marotos sorriram.


do bolso enquanto subia. Agachado atrás da bruxa de um olho só, ele o abriu.


James deu um sorriso aprovador.


Um pontinho vinha se movendo em sua direção.


- Sempre tem alguém nas piores horas.


Harry apertou os olhos para enxergar melhor.


- Você é muito cego.


- Eu sei.


A pequena legenda ao lado informava que era Neville Longbottom.


- Eu.
Harry puxou depressa a varinha, murmurou "Dissemdium!" e enfiou a mochila na estátua,


- Nada suspeito.


mas antes que pudesse entrar Neville apareceu no canto do corredor.


- Desculpe, Harry.


- Você não sabia.
— Harry! Eu me esqueci que você também não ia a Hogsmeade!


- Ops...
— Oi, Neville — disse Harry, afastando-se rapidamente da estátua


- Agora já é tarde.


e empurrando o mapa para dentro do bolso.


- Cuidado para não perder – falou Remus em um tom autoritário.


— Que é que você vai fazer?


- Beber – zoou.


Alice o encarou.


- Brincadeira, mãe.
— Nada — disse Neville encolhendo os ombros. — Que tal uma partida de Snap Explosivo?


- Seria ótimo, se eu não tivesse tentando escapar para ir para Hogsmeade..
— Hum... Agora não... Eu estava indo à biblioteca fazer aquela redação sobre os vampiros que Lupin pediu...


- Não peça redações – repreendeu Sirius.


- Eu preciso. Só assim para eles aprenderem.
— Eu vou com você! — disse Neville, animado. — Eu também não fiz!


Frank encarou o filho.


- Espero que não deixe de fazer.


- Não deixei.
— Hum... Espera aí, ah, me esqueci, já terminei ontem à noite!


- Que mentira ótima – disse Alex com ironia.
— Que ótimo, então você pode me ajudar! — disse Neville, o rosto redondo demonstrando ansiedade.


Alice deu um sorriso triste, odiando a situação tanto por Harry quanto por Neville.


— Não consigo entender aquela história do alho,


- Isso é fácil – falou Frank.


eles têm que comer ou...


Ele explicou detalhadamente tudo sobre alho e vampiros.


Sirius quase caiu no sono.
Com uma pequena exclamação, ele se calou,


- Alguém chegou.


espiando por cima do ombro de Harry.
Era Snape.


Olhares para o Sonserino.


Neville deu um passo rápido para trás de Harry.


Todos começaram a rir do medo de Neville, porque viam o Snape de 17 anos e ele não era assustador.
— E o que é que vocês estão fazendo aqui?


- Eles estão fazendo algo que não é a da sua conta – retrucou James – Não estão fazendo nada contra regras.


- Ainda – falou Snape.


— perguntou Snape. Que parou e olhou de um garoto para o outro.


- É para ter mais efeito dramático – falou Sirius.


— Que lugar estranho para se encontrarem...


- Nem todos os encontros acontecem em lugares normais – Lily deu de ombros.
Para imensa inquietação de Harry, os olhos negros de Snape correram para as portas ao lado de cada um deles e em seguida para a bruxa de um olho só.


- Você já suspeitava de algo? Da passagem? – perguntou Remus.


- Agora? Não... Mas aí aparentemente sim.


- Com certeza, Harry confirmou todas as suas suspeitas – falou Lily.


Snape assentiu.


- As pessoas tem mania de olharem para o que não querem que os outros descubram.
— Nós não... Marcamos encontro aqui.


- Mas podiam ter, não é contra as regras – falou Lene.


Dorcas a encarou.


- O quê?


- Você fala como se seguisse regras...


- Algumas.


Só nos encontramos, por acaso.
— Verdade? Você tem o hábito de aparecer em lugares inesperados, Potter,


- Obrigado.


e raramente sem uma boa razão...


- Nem tudo tem uma razão – filosofou o moreno.


Sugiro que os dois voltem à Torre da Grifinória que é o seu lugar.


- Essa sugestão soou mais como uma ordem – falou Lyssi.
Harry e Neville saíram sem dizer mais nada.


- Uma brilhante ideia – falou Hermione.


Quando viraram um canto, Harry olhou para trás.


- Não! Nunca olhe para trás – Sirius falou dramaticamente.


Snape estava passando a mão na bruxa de um olho só,


Todos os meninos – menos Snape – tiveram ataques de riso pensando no segundo sentido da frase.


- Cara, essa foi a coisa mais escrota que já ouvi! – murmurou Sirius entre risos.


examinando-a atentamente.


- Tem que dar atenção para sua amada – zoou Fred.


Snape o lançou um olhar mortal.
Harry conseguiu se livrar de Neville no retrato da Mulher Gorda,


- Desculpa – pediu.


dizendo-lhe a senha, e, depois, fingindo que deixara a redação na biblioteca, deu meia-volta.


- E nunca mais voltou – falou Neville falsamente magoado. Embora tivesse sido realmente ruim na época.


Uma vez longe das vistas dos trasgos de segurança,


- Não que aqueles ali sirvam para alguma coisa.


ele tornou a tirar o mapa do bolso e segurá-lo bem junto ao nariz.


- Ok...
O corredor do terceiro andar parecia estar deserto.


- Nunca confie no parecia.
Harry examinou o mapa cuidadosamente


- Agora sim.


e viu, com uma sensação de alívio, que o pontinho Severo Snape voltara à sua sala.


- Eu não iria ficar lá para sempre – falou Snape.
Correu, então, até a bruxa de um olho só, abriu a corcunda, desceu o corpo por ela


- Ok, hoje é o dia de frases estranhas.


e se largou para ir ao encontro de sua mochila no fim do escorrega.


- E continua.


Apagou, então, o Mapa do Maroto


- Muito bem.


- Eu quero um – reclamou Alice.


- Desculpa, produto exclusivo dos Marotos – James sorriu.


e saiu correndo.
Harry, inteiramente escondido sob a Capa da Invisibilidade,


James deu um sorriso enquanto se lembrava de todas as coisas que já tinha feito debaixo da capa.


saiu à luz do sol à porta da Dedosdemel


- Finalmente liberdade.


e cutucou Rony nas costas.
— Sou eu — murmurou.
— Que foi que o atrasou? — sibilou Rony.


- Qualquer um se irritaria se tivesse que esperar o que eu tive – falou.
— Snape estava rondando o corredor...
Os garotos saíram andando pela rua principal.


- Não deve ser fácil andar por lá com a capa – falou Lily.


- Não é – concordaram James e Harry.
— Onde é que você está? — Rony perguntava toda hora pelo canto da boca.


- É muito estranho não ver a pessoa que está do seu lado.


— Ainda está aí? Que coisa mais estranha...
Eles foram ao correio; Rony fingiu estar verificando o preço de uma coruja para Gui no Egito


Os Weasley todos ficaram com saudade do irmão mais velho.


para que Harry pudesse dar uma boa olhada em tudo.


- Isso que é amizade.


As corujas estavam pousadas e piavam baixinho para ele, no mínimo umas trezentas;


- É coruja que não acaba mais – concordou Alice, feliz.


desde as cinzentas de grande porte até as muito pequenas


- São as mais fofas.


("Somente para entregas locais", que eram tão mínimas que caberiam na palma da mão do garoto.


- É um absurdo que elas ainda trabalhem.


Depois, visitaram a Zonko‘s, que estava tão apinhada de estudantes que Harry precisou tomar um cuidado enorme para não pisar em ninguém e, com isso, desencadear o pânico.


- Seria muito assustador – falou James – Principalmente se todos já estão assustados.


Havia logros e brincadeiras para satisfazer até os sonhos mais absurdos de Fred e Jorge;


- Não sonhe tanto, Harry – disseram os gêmeos com sorrisos marotos.


Harry cochichou ordens para Rony e lhe passou um pouco de ouro por baixo da capa.


Sirius aprovou. Um menino era obrigado a comprar algo na primeira vez que ia.


Os dois deixaram a Zonko‘s com as bolsas de dinheiro bastante mais leves do que quando entraram,


Lily balançou a cabeça desaprovando, mas por dentro estava feliz por Harry agir de uma forma normal.


mas os bolsos iam estufados de bombas de bosta,


- Clássico.


soluços doces, sabão de ovas de sapo e, para cada um, uma xícara que mordia o nariz.


- Nunca entendi para que essa xícara serve – murmurou Hermione.
Fazia um tempo firme, de brisa suave, e nenhum dos garotos tinha vontade de ficar dentro de casa, por isso eles passaram direto pelo Três Vassouras


- Lá é para o final do passeio – concordou James.


e subiram uma ladeira para visitar a Casa dos Gritos, o lugar mais mal-assombrado da Grã-Bretanha.


Os Marotos olharam uns para os outros e começaram a rir.


Os outros acharam estranho, mas sabiam que eles não iriam contar se eles perguntassem.


Ficava um pouco mais alta do que o resto do povoado,


- É para ser isolada – falou Sirius com um sorriso brincando nos lábios.


Lene sorriu de o ver tão feliz assim.


e mesmo durante o dia provocava certos arrepios,


- Isso é psicológico.


com suas janelas fechadas com tábuas e um jardim úmido e malcuidado.


— Até os fantasmas de Hogwarts evitam a casa — disse Rony quando se debruçavam na cerca para apreciá-la.


- Nada como apreciar algo assustador.


— Perguntei a Nick Quase sem Cabeça... Ele diz que soube que mora ai uma turma da pesada.


Remus conteve o riso, assim como James e Sirius.


Ninguém consegue entrar.


- Não ninguém – murmurou Sirius.


- Vocês conseguiram? – perguntou Fred surpreso.


Sirius, James e Remus apenas riram enquanto Snape os olhava com desprezo, se lembrando do quinto ano.


Fred e Jorge tentaram, é claro, mas todas as entradas estão tampadas...


- Não acredito que vocês não conseguiram – falou James decepcionado.


Fred e Jorge coraram de vergonha. Era horrível decepcionar o ídolo deles.


- Vocês vão ensinar como entrar – falaram.


- Talvez um dia – falou Remus trocando olhares com Sirius e James.
Harry, cheio de calor por causa da subida estava pensando em tirar a capa por uns minutinhos


- Não acho uma boa ideia.


- O único problema da capa é o calor mesmo – falou James. Amava a capa muito.


quando ouviu vozes que se aproximavam. Havia gente subindo em direção à casa pelo outro lado da elevação;


- Sempre tem gente visitando.


momentos depois, Malfoy apareceu, seguido de perto por Crabbe e Goyle.


-... Só que nem sempre precisa ser um trio de idiotas.


Malfoy vinha falando.


- Eu ficaria surpresa se soubesse que Goyle sabe falar – disse Gina.
—... Devo receber uma coruja do meu pai a qualquer hora.


- E é claro que o pai dele está na fala dele – Lene revirou os olhos.


Ele teve que ir à audiência para depor sobre o meu braço...


- Não sei como o importante Lucius Malfoy tem tempo para falar sobre isso.


Que ficou inutilizado durante três meses...


- Inutilizado uma ova.
Crabbe e Goyle riram.


- Claro, eles são treinados para isso – falou Hermione.
— Eu bem que gostaria de ouvir aquele paspalhão grisalho se defender... "Ele não tem uma natureza má",


- Hagrid tem princípios. Algo que você não tem.


honestamente aquele hipogrifo pode se considerar morto...


- Matar um hipogrifo só porque um menino machucou um pouco o braço – Alice disse irritada. Odiava isso. Odiava a injustiça.
Malfoy de repente avistou Rony.


- Ele estava muito ocupado fazendo um monólogo antes – falou Regulus.


Seu rosto pálido se abriu num sorriso maldoso.


- Odeio esse sorriso – Harry resmungou.
— Que é que você anda fazendo, Weasley?


- E te interessa?
Malfoy ergueu os olhos para a casa em ruínas,


Sirius sorriu. Todas as memórias que tinha dali...


às costas de Rony.
— Acho que você gostaria de morar aqui, não, Weasley?


- Acho que alguém já está ficando ridículo – falou James.


Sonhando com um quarto só para você?


- Não seria ruim – falou Rony.


Ouvi falar que a sua família toda dorme em um quarto só, é verdade?


- Esse ouvir falar tá tão claro que só foi invenção para não dizer que ele mesmo falou.


- E é claro que é verdade – disse Gina irônica – Até porque todos os Weasley estão morando na mesma casa.
Harry segurou as vestes de Rony pelas costas para impedi-lo de pular em cima de Malfoy.


- Uma altitude necessária – rosnou Rony. Malfoy era detestável.
— Deixe-o comigo — sibilou ao ouvido de Rony.


James deu um sorriso. Já podia ver uma brincadeira vindo daí.


- O que você fará? – questionou Sirius.


Harry só riu.
A oportunidade era perfeita demais para ser desperdiçada.


Os gêmeos lançaram olhares orgulhosos para Harry.


Harry caminhou silenciosamente até as costas de Malfoy, Crabbe e Goyle,


- Essa frase soou um pouco estranha – comentou Hermione.


se abaixou e apanhou no caminho uma mão bem cheia de lama.


- Você não irá... – falou Regulus, mas ele tinha um grande sorriso no rosto.


- Sim, eu irei – concordou Harry, sem que outras palavras precisassem ser ditas.
— Estávamos mesmo discutindo sobre seu amigo Hagrid


- Uma coisa não tem nada a ver com a outra.


— disse Malfoy a Rony. — Tentando imaginar o que ele está dizendo à Comissão para Eliminação de Criaturas Perigosas.


- Você não tem nada para fazer mesmo para ficar imaginando isso – comentou Lene.


Você acha que ele vai chorar quando cortarem...


- Não mais que você chora com qualquer coisa.
SPLASH!
A cabeça de Malfoy foi empurrada para frente quando a lama o atingiu;


Todos começaram a rir sem controle.


- Malfoy tem uma mente muito frágil – falou Sirius.


e, de repente, de seus cabelos louro-prateados


- É muito bonita a cor – comentou Lene e Sirius lançou um olhar de ciúme para ela.


começaram a escorrer lama.


- Malfoy deve ter tido um ataque do coração.
— Quem...?
Rony teve que se segurar na cerca para não cair de tanto rir.


- Não podemos te culpar – falou Alex, sorrindo.
Malfoy, Crabbe e Goyle se viraram no mesmo lugar, olhando para todos os lados,


- Desistam. Vocês não irão achar ninguém.


agitados, enquanto Malfoy tentava limpar os cabelos.


- Não sei por que eu nunca usei um feitiço contra o cabelo de Malfoy- Hermione disse pensativa – Ele ia ficar com tanto medo de acontecer de novo que nunca mais falaria com a gente.
— Que foi isso? Quem fez isso?


- Um fantasma.
— É muito mal-assombrado isso aqui,


- Tão te chamando de assombração, Harry.


- Tudo bem.


não é, não? — falou Rony, com ar de quem está comentando o tempo.


- Ora, eu só estava fazendo uma observação – falou.
Crabbe e Goyle ficaram assustados.


- Que surpresa – falou Josh irônico.


Seus músculos avantajados eram inúteis contra fantasmas.


- Quem manda não pensar?


Malfoy examinava, furioso, a paisagem deserta.


- Ele deve achar que a pessoa vai se revelar porque ele é um Malfoy – Frank zoou.
Harry se esgueirou pelo caminho até uma poça particularmente cheia de lama esverdeada e malcheirosa.


- Esse é meu garoto – James falou orgulhoso.


Com certeza, pensou Snape.
SPLASH!
Desta vez os atingidos foram Crabbe e Goyle.


- Justo. Eles também não são as melhores pessoas – falou LilY – E é só lama.


- Se fosse eu fazendo isso você me matava – James reclamou.


- Harry não faz isso o tempo todo.


- Nem eu.


- Mas você só não faz porque eu não deixo. Ele não. Ele é responsável – replicou a ruiva.


Goyle deu pulos frenéticos, tentando tirar a lama dos olhos miúdos e inexpressivos.


- Eu não acho que você terá sucesso.
— Veio dali! — disse Malfoy, limpando o rosto e detendo o olhar em um ponto a uns dois metros à esquerda de Harry.


- Não foi uma localização perfeita.


- Ainda mais quando eu posso mudar de lugar.
Crabbe avançou inseguro, os braços compridos estendidos à frente, como um morto vivo.


- Porque isso vai funcionar – Lyssi disse irônica.
Harry rodeou Crabbe, apanhou um pedaço de pau


Os meninos não contiveram o riso depois dessa frase. Não tinha como não pensar merda.


e arremessou-o contra as costas dele.


- Harry! – gritou Lily.


- Não era um pedaço grande – se justificou.


E se dobrou com risadas silenciosas quando o garoto fez uma pirueta no ar,


- Essa é uma cena que eu nunca imaginaria.


tentando ver quem o atacara.


- Acho que não será possível – falou Fred com um tom falsamente desapontado.


Como Rony foi a única pessoa que ele viu, foi para ele que Crabbe avançou,


- O que só demonstra a inteligência dele – falou Hermione irônica.


- E eu só me ferro. Não tinha feito nada – reclamou Rony.


- Sim, mas você ficou bem feliz.


- Isso eu não posso negar, Harry.


mas Harry esticou a perna.


- Que baixo – falou Regulus, mas sorria. Harry estava brincando de um jeito bem sonserino.


O garoto tropeçou e seu enorme pé chato


- Como um pé é chato – Dorcas questionou.


se prendeu na barra da capa de Harry.


- Essa não – gemeu James, já sabendo o que podia acontecer.


Este sentiu um grande puxão e a capa escorregou do seu rosto.


Todos resmungaram.


- Vai dar merda agora.


- Logo na frente de Malfoy? – reclamou Gina.
Por uma fração de segundo, Malfoy arregalou os olhos e o fitou.


- Eu entendo porque ele estava em choque – falou Snape.


- Eu também – concordou Lily.
— HARRRRRY! — berrou ele,


- Não era Potter para você? – questionou Alex, embora Draco não tivesse lá para respondê-lo.


apontando para a cabeça de Harry.


- Pelo menos sabemos que ele não é cego agora – murmurou Lyssi.
Então, deu as costas


- Não aceito que ninguém dê as costas para o meu filho! – falou James dramático.


e fugiu a toda,


- Isso que é coragem.


morro abaixo, com Crabbe e Goyle nos seus calcanhares.


- Claro que os dois idiotas estariam juntos.
Harry puxou a capa para cima,


- Agora não adianta mais – falou Regulus.


mas o estrago já estava feito.


Harry sorriu para Regulus.
— Harry! — chamou Rony, avançando aos tropeços até o ponto em que o amigo desaparecera.


- É horrível não saber onde você está – falou Rony e Hermione concordou


— É melhor você correr!


- Acho que ele já sabe disso.


Se Malfoy contar a alguém, é melhor você já ter voltado ao castelo, depressa...


- Espero que você seja mais rápido que Malfoy – falou Lupin.
— Vejo você mais tarde — disse Harry e, sem mais uma palavra,


- Isso, não perca tempo.


desceu correndo pelo caminho, em direção a Hogsmeade.


Lily sorriu com a menção ao povoado. Amava muito aquele lugar. Lá fora onde ela tivera seu primeiro encontro com James também.
Será que Malfoy acreditaria no que vira?


- Bem, eu acho muito provável – confessou Sirius.


Será que alguém acreditaria em Malfoy?


- Ahn... Na verdade eu acho que muitos adultos acreditariam – murmurou Alice. Capas de invisibilidades não eram comuns, mas a maioria sabia que ela existia.


Ninguém sabia da existência da Capa da Invisibilidade,


- Da sua – corrigiu Frank.


ninguém exceto Dumbledore.


- Sim, mas Dumbledore te protege – falou Neville num tom de é óbvio.


Harry iria dizer que não, mas não havia como negar que o diretor o dava um tratamento especial.
O estômago de Harry deu cambalhotas, o diretor saberia exatamente o que acontecera,


- Mas ele nunca faria nada com um aluno só por isso – murmurou Lene.


- Ao não ser que ele seja sonserino – resmungou Snape.


E um intenso debate sobre o quanto Dumbledore favorizava ou não os grifinórios começou.


se Malfoy dissesse alguma coisa...


- Ele vai dizer, se tiver uma chance de isso te prejudicar.
O garoto voltou à Dedosdemel, à escada que levava ao porão,


- Essa escada é horrível – reclamaram os gêmeos. Já passaram por ela várias vezes.


atravessou a distância que o separava do alçapão e entrou, então tirou a capa, meteu-a debaixo do braço e correu,


- Espera, você só começou a correr agora? – perguntou Lene, desapontada.


desabalado, pela passagem... Malfoy chegaria primeiro...


- Mais uma competição entre você e Malfoy – falou Sirius.


Quanto tempo levaria para encontrar um professor?


- Depende da sorte e do desespero.


Ofegante, uma dor forte do lado,


- Que dor é essa? – questionou Lily.


Harry deu de ombros.


- Você está correndo mais rápido do que quando foge do perigo para estar com essa dor – falou Lene, em uma voz de "mas que merda?".


- Não podia deixar Malfoy falar primeiro.


Harry não diminuiu a velocidade até alcançar o escorrega de pedra.


James deu um aceno de aprovação.
Teria que deixar a capa ali,


Sirius arregalou os olhos. Deixar a capa ali?


James também estava em choque. Cuidar tão bem do seu bebê para o seu filho fazer isso? Era um absurdo.


seria muito bandeiroso se Malfoy tivesse avisado um professor.


- Espero que ele não tenha conseguido – murmurou Josh.
Escondeu-a num canto escuro


- Você tem que se lembrar de onde está depois – ameaçou James.


- Eu lembrei – falou Harry tranquilizador.


e começou a subir, o mais depressa que pôde,


- O que é algo – murmurou Hermione.


suas mãos suadas escorregando na borda do escorrega.


Sirius o lançou um olhar preocupado.


Quando chegou à corcunda da bruxa tocou-lhe com a varinha,


Todos tiveram ataques de risos se lembrando de antes.


enfiou a cabeça para fora e deu um impulso para sair.


- Assim até parece difícil.


- Mas não é não – respondeu Harry, sobre o olhar de Lily.


A corcunda se fechou e na hora que ele saltou de trás da estátua ouviu passos que se aproximavam apressados.


- Bem na hora – murmurou Remus.


Era Snape.


- Não é a melhor pessoa para Malfoy te ido – resmungou Alice. Snape odiava Harry, por motivos claros.


Rapidamente o professor alcançou Harry,


- Eu estava motivado.


as vestes pretas farfalhando,


- É para efeito dramático.


e parou diante dele.


- Atrás dele é que ele não iria ficar, né.
— Então — falou.
O professor tinha uma expressão de triunfo reprimido no rosto.


- Pelo menos eu tentei – se defendeu.


Lily deu um sorriso tranquilizador para Snape, dizendo que estava tudo bem.


Harry tentou parecer inocente,


- Já vi que você estragou tudo – resmungou Jorge.


embora muito consciente do seu rosto suado e das mãos enlameadas, que ele escondeu depressa nos bolsos.


- Nada suspeito.
— Venha comigo, Potter — disse Snape.


- Depende. Ele tem escolha?
Harry o acompanhou até o andar de baixo, tentando limpar as mãos no avesso das vestes, sem que Snape notasse.


- Duvido que eu não note isso – falou Snape.


Dali desceram masmorras


Regulus deu um sorriso.


e à sala de Snape.
O garoto só estivera ali antes uma vez


- Já é mais do que eu gostaria – reclamou James.


Snape lançou um olhar irritado para ele.


- Eu também não sou o maior fã da ideia de um Potter na minha sala.


e fora também por um problema muito sério.


- Quando algo com você não é sério? – perguntou Dorcas.


- Bem... Nunca? – falou Harry hesitante.


Desde então Snape adquirira mais umas coisas horríveis e viscosas conservadas em frascos,


- Também chamadas de ingredientes – falou Lily irritada. Queria que seu filho respeitasse poções.


todos arrumados nas prateleiras atrás de sua escrivaninha,


- Eu sou organizado.


refletindo as chamas da lareira e contribuindo ainda mais para tornar a atmosfera ameaçadora.


- Aposto que foi de propósito – falou Sirius.
— Sente-se — mandou Snape.
Harry se sentou.


- Boa decisão.


O professor, no entanto, continuou em pé.
- É bom que gasta caloria – falou Lene.


— O Sr. Malfoy acabou de vir me contar uma história estranha, Potter.


- E o que meu filho tem a ver com isso? – perguntou James inocentemente.
Harry ficou calado.


- A melhor defesa é ficar calado – falou Frank – Menos pelo fato que você pareceu culpado agora.


Harry olhou indignado para o Longbottom.
— Ele me contou que estava na Casa dos Gritos quando deparou com Weasley, aparentemente sozinho.


- Sozinho – corrigiu James – Só estava Rony. Harry estava em Hogwarts.


Todos reviram os olhos.
Ainda assim, Harry não falou nada.


- Você é bem teimoso.
— O Sr. Malfoy diz que estava parado, falando com Weasley,


- Mais como xingando Weasley – corrigiu Neville.


quando um pelotaço de lama o atingiu na nuca.


Harry deu um pequeno sorriso se lembrando da cena.


Como é que você acha que isso aconteceu?


- Lembre-se, Harry, inocência. Você não sabe de nada.
Harry tentou parecer levemente surpreso.


- Bom rapaz.


- Mas acho que ficaria mais real se você ficasse um pouco feliz com a notícia – falou Dorcas – Afinal, todo mundo sabem que vocês se odeiam.
— Não sei, professor.
Os olhos de Snape perfuravam os de Harry.


Frank e Sirius se remexeram desconfortáveis. Os dois desconfiavam da mesma coisa: oclumência.


Era exatamente a mesma sensação de tentar dominar um hipogrifo com o olhar.


- Você está me comparando a um hipogrifo?


- Tem coisas piores.


O garoto fez força para não piscar.


Sirius pensou que se ele estivesse certo, isso só estaria piorando as coisas.
— O Sr. Malfoy então viu uma extraordinária aparição.


- Eu não chamaria de extraordinária – falou Harry com um sorriso arrogante.


Você pode imaginar o que teria sido, Potter?
— Não — respondeu Harry, agora tentando parecer inocentemente curioso.


- Não acredito que você engane ninguém, Harry – falou Fred.
— Foi a sua cabeça, Potter. Flutuando no ar.


- Nossa, porque essa é uma frase normal.


- Tem coisas na vida que você acha que nunca vai ouvir.
Fez-se um longo silêncio.
— Talvez seja bom ele ir procurar Madame Pomfrey


A maioria começou a rir descontroladamente. Tinha sido uma saída até inteligente e muito engraçada.


— sugeriu Harry. — Se anda vendo coisas como...
— Que é que a sua cabeça estaria fazendo em Hogsmeade, Potter?


- Claro que ele aceita logo essa versão do que a minha – falou Harry.


- Eu estava certo, não estava? – falou Snape.


-... Isso não importa.


- Então pare de me mentir que talvez eu acredite – resmungou.


— perguntou Snape suavemente. — A sua cabeça não tem permissão de ir a Hogsmeade.


- Essa conversa não está normal – falou Lene, com uma sobrancelha levantada.


Nenhuma parte do seu corpo tem permissão de ir a Hogsmeade.


- O que você classifica como corpo? – perguntou Sirius.
— Eu sei, professor — respondeu Harry, tentando manter o rosto despojado de culpa ou medo.


- Se você puxou a mim – falou Lily– Você não irá conseguir – e todos concordaram escondido.


— Parece que Malfoy está sofrendo alucina...


- Olha que sendo parte da vida de Harry, eu até não duvidava – falou Hermione.


- Ele não é parte da minha vida – reclamou Harry.


Hermione só o encarou.
— Malfoy não está sofrendo alucinações — rosnou Snape,


- Você conseguiu tirar minha paciência.


se curvando com as mãos apoiadas nos braços da cadeira de Harry,


- Tá estranho isso.


de modo que os rostos dos dois ficaram afastados apenas trinta centímetros.


James olhou irritado para Snape.


Se a sua cabeça estava em Hogsmeade, então o resto do seu corpo também estava.


- Você não tem provas disso.
— Estive na Torre da Grifinória. Como o senhor me mandou...


- Tá, agora é que ele não acredita – falou Remus.
— Alguém pode confirmar isso?


- Eu poderia mentir se você quisesse – Neville deu de ombros.
Harry não respondeu. A boca de Snape se torceu num feio sorriso.


- Não vejo diferença.


- Sirius – ralhou Lily.
— Então — disse ele se endireitando. — Todo mundo,


- Não generalize.


do Ministro da Magia


- Nem me fale dele – Harry revirou os olhos.


para baixo, está tentando manter o famoso Harry Potter a salvo de Sirius Black.


- Sem necessidade.


Mas o famoso Harry Potter faz as suas próprias leis.


- Até que eu queria – murmurou Harry.


- Acho que o mundo seria um lugar melhor se você que fizesse as leis – falou Gina pensativa.


- Já pensou em ser um advogado? – questionou Hermione.


- Não, é muito parado – falou o Potter.


Hermione revirou os olhos.


Que as pessoas comuns se preocupem com a sua segurança!


- Eu nunca pedi a ajuda de ninguém – resmungou Harry frio, lembrando-se de todas as pessoas que tinham morrido por sua culpa. Tudo culpa dele.


- E deveria pedir – falou Gina – Sempre que precisar.


O famoso Harry Potter vai aonde quer, sem medir as consequências.


- Tá, isso admito que eu faço um pouco – falou emburrado.
Harry ficou calado. Snape estava tentando provocá-lo a dizer a verdade.


Frank sorriu com a inteligência de Harry.


Pois ele não ia dizer.


- Teimoso.


Snape não tinha provas, ainda.


- Ainda – repetiu Lily.
— É extraordinário como você se parece com o seu pai, Potter


- Obrigado.


- Mas também a mim! – protestou Lily, triste por ter sido excluída.


— disse Snape de repente, os olhos brilhando.


- Saudades de mim? – provocou James.


– Ele também era muitíssimo arrogante.


- Se você fosse perfeito como eu, você também seria. Mas já que não é fica se lamentando – falou James.


Um pequeno talento no campo de Quadribol o fazia pensar que estava acima dos demais.


- Não era só isso e não era assim – protestou.


- James tem uma facilidade incrível para muitas coisas – concordou Lily.


Severus tinha que admitir que doía ver Lily defendendo o Potter.


Exibia-se pela escola com seus amigos


Remus e Sirius sorriram.


e admiradores...


- Não é culpa minha que todo mundo me ame – falou James.


A semelhança entre vocês dois é fantástica.


- Uma semelhança que a maioria das pessoas não vê – comentou Remus.
— Meu pai não se exibia


- Ok, talvez isso seja mentira – falou James – Eu sou convencido mesmo.


- É, mas eu não te conhecia.


James perdeu o sorriso dele.


— disse Harry, antes que pudesse se refrear.


- Snape está conseguindo te atingir – falou Regulus.


— E eu também não.


- Você realmente não é – falou Gina – E eu te amo por isso.


- Também te amo – respondeu Harry antes de a beijar.
— Seu pai também não ligava para as regras


- Para a maioria delas – corrigiu James.


— continuou Snape, aproveitando a vantagem obtida,


- Eu não iria desperdiçar.


seu rosto magro cheio de malícia.


- Visão horrorosa.


- Quieto, Sirius


— Regras foram feitas para meros mortais,


- Bem, para seres divinos é que não foram – retrucou Alex.


não para vencedores da Taça de Quadribol.


- Isso soa como inveja.


Era tão cheio de si...


- Você pode ser cheio de si quando se é James Potter.


Lily revirou os olhos, tentando lembrar porque namorava com esse idiota.
— CALE A BOCA!
Harry, de repente, se levantou.


- Não – gemeu Fred – Harry com raiva não.


- Harry gritando é a pior coisa – concordou seu gêmeo.


Harry corou.


- Ele parece outra pessoa quando está com raiva – falou Hermione.


- É porque ele não se irrita normalmente, e quando ele chega a um ponto que ele não aguenta mais, ele quebra.


Uma raiva como ele não sentia desde a última noite na Rua dos Alfeneiros


Caretas a menção daquela rua.


atravessou seu corpo.


- Eita, agora fudeu – falou Rony.


- Rony! – Lily reclamou.


O ruivo olhou para James em busca de apoio, mas ele só deu de ombros.


Ele não se importou que o rosto de Snape tivesse enrijecido,


- Ninguém liga – falou James.


Lily o repreendeu.


que os olhos negros lampejassem perigosamente.


- O que mostra o quanto você está irritado – falou Neville.
— Que foi que você disse a mim, Potter?


- Você é surdo? – perguntou Sirius para Snape.


- Até queria ser só para não ouvir as porcarias que você fala – ele retrucou.
— Disse para parar de falar do meu pai!


- Obrigado, Harry, mas desnecessário. Snape não me atinge.


— berrou Harry.


- E essa é a história de como Snape ficou surdo – falou Fred.


— Conheço a verdade, está bem?


- Mais ou menos.


Ele salvou sua vida.


James e Snape se remexeram desconfortáveis. Nenhum deles gostava de lembrar-se disso.


Dumbledore me contou!


- Dumbledore falou então é verdade – falou Frank, encarando Snape que não respondeu.


O senhor nem estaria aqui se não fosse o meu pai!


- Não sabe o quanto eu me arrependo – resmungou James.


- James – falou Lily, de olhos arregalados – Nem pense isso.


- Calma, amor, estava só brincando.


- Não brinque com isso – falou a ruiva – Não precisamos de mais morte nenhuma.


O clima da sala ficou tenso.
A pele macilenta de Snape ficou da cor de leite azedo.


- Só você repara na cor das pele das pessoas no meio de uma discussão – falou Josh, lançando um olhar esquisito para Harry.
— E o diretor lhe contou as circunstâncias em que seu pai salvou a minha vida?


Remus ficou branco. Snape não contaria, não é?


— sussurrou. — Ou será que considerou os detalhes demasiado indigestos para os ouvidos delicados do precioso Potter?


- Possível – falou Sirius, incomodado. Ele lembrava bem dessa noite.
Harry mordeu o lábio.


Gina deu um suspiro.


Não sabia o que acontecera


- Então você não devia ter mencionado – falou Regulus.


- Foi mal.


e não queria admiti-lo,


- Isso é culpa dos seus pais – falou Remus.


Lily e James coraram, mas nenhum deles negou. Sabiam que era verdade.


mas Snape parecia ter adivinhado a verdade.


- Bem, você não é exatamente o melhor mentiroso.
— Eu detestaria que você saísse por aí com uma idéia falsa sobre seu pai, Potter


- Ou com uma ideia de que James presta – falou Lene acidamente.


— disse ele, com um sorriso horrível deformando-lhe o rosto.


- Harry!


- Eu não escrevi os livros, mãe.


— Será que você andou imaginando um glorioso ato de heroísmo?


- Não sei se Harry teve tempo para imaginar nada – falou Dorcas.


Harry concordou com a cabeça.


Então me dê licença para corrigi-lo:


- Dou não.


o seu santo paizinho e seus amigos me pregaram uma peça muito divertida


Remus sabia que aquela noite tinha sido tudo menos divertida.


que teria provocado a minha morte


Quase todos pareciam chocados. Nunca tinham pensando que os Marotos fariam algo assim e não puderam evitar o olhar julgador que lançaram.


Lily se virou irritada de verdade para os Marotos.


- O que vocês fizeram? – perguntou.


Nenhum deles ousou responder. Olharam um para outro.


- Digam.


- Nós nos arrependemos, Lily... – falou James – E você verá.


Tremendo, Lily continuou a leitura.


se o seu pai não tivesse se acovardado no último instante.


- James não se acovardou – falou Sirius.


- Claro que é isso que você acha mais importante – falou Snape, revirando os olhos.


Não houve coragem alguma no que ele fez.


- E mesmo assim você está vivo por causa disso – falou Alex.


- Eu não estaria em risco em primeiro lugar se não fosse por eles – murmurou Snape.


Estava salvando a própria pele junto com a minha.


James deu um sorriso culpado enquanto era encarado. Nunca quis que Snape morresse, mas também tinha errado.


Se a peça tivesse chegado ao fim, ele teria sido expulso de Hogwarts.


- E isso é pior que a morte – falou Rony rindo da cara da namorada.


- Você não precisa ficar lembrando disso – resmungou – Eu tinha onze anos.


Harry riu com eles, tentando deixar o clima mais leve.
Os dentes irregulares e amarelados de Snape estavam arreganhados.


- Esse livro me odeia – resmungou.


- Não é só ele – falou Sirius baixinho.
— Vire seus bolsos pelo avesso, Potter! — disse ele, de súbito, e com rispidez.


- Muito normal isso.
Harry não se mexeu.


- Não vai adiantar.


Sentia o sangue latejar nos ouvidos.


- Tudo isso porque você não podia ficar em Hogwarts – Lily se lamentou.
— Vire seus bolsos pelo avesso ou vamos ver o diretor agora!


- Na verdade, era melhor para você lidar com o diretor do que com Snape – falou Alice, pensativa.


Pelo avesso, Potter!


- E frases incomuns continuam – disse Lyssi.
Gelado de medo, Harry tirou do bolso a saca com artigos da Zonko‘s e o Mapa do Maroto.


- Não deixe meu mapa na mão desse ser – falou James.


- Eu sou uma pessoa.


- Não tenho certeza.
Snape apanhou a saca da Zonko‘s.


- Ufa.
— Foi Rony que me deu — informou Harry, rezando para ter uma chance de avisar Rony antes que Snape o visse.


- Com a sua sorte, eu não sei não.


— Ele... Trouxe para mim de Hogsmeade da última vez...


- E ficou aí esse tempo todo? – perguntou Frank, revirando os olhos. Harry arranjara uma péssima desculpa.
— Verdade? E você anda carregando isso desde então?


Frank deu um pequeno sorriso para Snape.


Que comovente...


- É uma linda história de amizade.


E o que é isto?


- Uma coisa.
Snape apanhara o mapa.


James fuzilou o filho com os olhos.


Harry tentou com todas as forças manter o rosto impassível.


- Você tem que aprender a mentir – falou Jorge e tinha um brilho decidido nos olhos. Harry resolveu nem perguntar.
— Um pedaço de pergaminho


- Isso é verdade. Não deixa de ser pergaminho.


— disse, sacudindo os ombros.
Snape revirou-o, mantendo os olhos fixos em Harry.


Sirius teve mais certeza que nunca que ele estava usando oclumência. O que era uma péssima coisa.
— Com certeza você não precisa de um pedaço de pergaminho tão velho?


- Só porque é velho não dá para usar agora é? – perguntou Lene.


— comentou. — Por que não... Jogá-lo fora?


- Isso é um teste.
Ele estendeu a mão para a lareira.


- Eu duvido que um professor possa queimar qualquer coisa de um aluno, mesmo um pergaminho velho.
— Não! — exclamou Harry depressa.


- Você se entregou.
— Então — disse Snape com as narinas trêmulas. — Será que é mais um precioso presente do Sr. Weasley?


- Na verdade, é. Só não desse Weasley – falou Lyssi.


— Ou será que é outra coisa?


- Uma coisa não anula a outra, sabe? – falou Dorcas.


Uma carta, talvez, escrita com tinta invisível?


- Quem escreveria para mim com tinta invisível? – falou Harry.


Snape deu de ombros.


Ou instruções para ir a Hogsmeade sem passar pelos dementadores?


- Como você adivinhou? – murmurou Lily.


Harry piscou. Os olhos de Snape brilharam.


- Harry, você realmente precisa aprender a mentir – falou Regulus – Eu vou te ensinar.


- Você tem muita prática nisso, não? – perguntou Sirius com ciúmes. Não aguentava mais ver como seu irmão se dava bem com o seu afilhado, enquanto ele parecia mais um idiota.


Regulus se irritou com o comentário do garoto.


- Nem todos precisam ser sinceros o tempo todo e ferrar com as suas vidas por isso, Sirius.


Regulus atingira um ponto sensível em Sirius. Esse fechara a cara.


- Regulus... – pediu Harry, mas o Black se recusou até a ouvi-lo – Sirius... Por favor.


O mais velho também não respondeu.


Harry suspirou. Parecia que teria que lidar com a briga dos irmãos depois.
— Vejamos, vejamos... — murmurou ele, puxando a varinha e alisando o mapa em cima da escrivaninha.


- Ele é muito complexo para você – falou James com desprezo.


— Revele o seu segredo! — disse, tocando o pergaminho com a varinha.


James revirou os olhos. Era claro que não iria funcionar.
Nada aconteceu.


- Claro que não. O mapa é de qualidade – falou Sirius.


Harry fechou as mãos para impedi-las de tremer.


Lily olhou preocupada para o filho.
— Mostre-se! — disse Snape, dando uma batida forte no mapa.


- Calma, o mapa é precioso demais para sofrer – falou James.
O mapa continuou em branco.


Remus sorriu orgulhoso. Eles realmente tinham feito um belo trabalho.


Harry inspirou profundamente para se acalmar.


- Uma boa ideia. Você devia tentar mais vezes – sugeriu Hermione.
— Severo Snape, professor desta escola, ordena que você revele a informação que está ocultando! — disse ele, batendo no mapa com a varinha.


- Isso soa como desespero.
Como se uma mão invisível estivesse escrevendo,


- Eu adoro esse efeito – comentou Sirius, orgulhoso.


começaram a surgir palavras na superfície lisa do mapa.


James se endireitou empolgado. Isso iria ser bom.

"O Sr. Aluado apresenta seus cumprimentos ao Profº. Snape e pede que ele não meta seu nariz anormalmente grande no que não é de sua conta".


Sirius riu. Não podia imaginar que o de Remus seria tão engraçado. Mal podia esperar pelos outros.


E ele não era o único que estavam rindo, todos os outros (menos Snape e Regulus), estavam também.

Snape congelou.


- Não tinha como ele imaginar que seria isso – falou Lily.


Harry arregalou os olhos, para a mensagem, aparvalhado.


- Foi um dos momentos mais engraçados da minha vida – falou Harry – A cara de Snape.


Mas o mapa não parou aí.


- É só o começo – sorriu James.


Outras frases apareceram embaixo da primeira.


- Espero que sejam tão boas quanto a primeira – falou Neville.

"O Sr. Pontas concorda com o Sr. Aluado


James sorriu para Remus.


e gostaria de acrescentar que o Profº. Snape é um safado mal acabado".
Todos riram.


Neville arregalou os olhos. Sentia-se vingado por todas as humilhações que Snape o fizera passar.


O pior, pensou Lene, é que é verdade.
Teria sido muito engraçado se a situação não fosse tão grave.


- Na verdade é engraçado mesmo a situação sendo grave – falou Rony.


E havia mais...


"O Sr. Almofadinhas gostaria de deixar registrado o seu espanto de que um idiota desse calibre tenha chegado a professor".


Sirius sorriu. Honesto como sempre.


Era realmente chocante como um homem amargurado tinha acabado sendo professor de umas das melhores escolas de magia do mundo.
Harry fechou os olhos horrorizado.


Snape sentiu uma ponta de simpatia por Potter. Pelo menos alguém era humano.


Quando os reabriu, o mapa tinha dito a última palavra.


Harry sentiu o ódio dentro de si crescer enquanto se lembrava de quem era a última palavra.
"O Sr. Rabicho deseja ao Profº. Snape um bom dia e aconselha a esse seboso que lave os cabelos".
- Um conselho que eu já dei há muitos anos – falou Fred.


- Com certeza não faria mal – falou Jorge maldosamente.


Snape sentiu vontade de matar esses gêmeos.
Harry esperou a pancada atingi-lo.


- Você não tem culpa.
— Então — disse Snape suavemente.


- Eu corria.


— Veremos...
O professor foi até a lareira, agarrou um punhado de pó brilhante e atirou-o nas chamas.


- Vai chamar ajuda é? – desdenhou Sirius.
— Lupin! — gritou Snape para o fogo. — Quero dar uma palavrinha com você!


- Tá, essa eu não esperava.


- Espero que ajude meu filho – ameaçou James.


Remus deu de ombros. Não sabia o que fez.
Absolutamente perplexo,


- O que é compreensível.


Harry olhou para o fogo. Surgiu uma sombra enorme que rodopiava muito depressa.


- Remus é rápido.


Segundos depois, o Profº. Lupin saía da lareira, sacudindo as cinzas das roupas enxovalhadas.


- Não precisa falar da minha roupa toda vez que eu apareço – murmurou Lupin constrangido.


- Harry parece até consultor de moda – falou Jorge.


- Só que ele não tem estilo – disse Lily, analisando o filho.


- Obrigado – ironizou.
— Você me chamou, Severo?


- Não, chamou teu clone – Lene revirou os olhos.


— perguntou Lupin suavemente.
— Claro que chamei — retrucou Snape, o rosto contorcido de fúria ao voltar para sua escrivaninha.


- Isso não ajuda tua imagem.


— Acabei de pedir a Potter para esvaziar os bolsos.


- E por causa disso você me chama? – Remus fingiu revirar os olhos.


Ele trazia isto com ele.


- Mais respeito com o meu pergaminho.


Snape apontou para o pergaminho, em que as palavras dos Srs. Aluado, Rabicho, Almofadinhas e Pontas ainda brilhavam.


- Seria uma onda mostrar isso para os outros alunos – falou Jorge sonhador.


- Mas deixaria o mapa muito exposto.


Uma expressão estranha e reservada apareceu no rosto de Lupin.


- Eu devia estar me lembrando de quando eu fiz o mapa – sorriu ele – E com quem.
— E daí?
Lupin continuou a olhar fixamente para o mapa.


- É como surgir um fantasma do meu passado – falou ele.


Harry teve a impressão de que ele estava avaliando a situação muito rapidamente.


- Tem que ser rápido para sobreviver – filosofou Remus.
— E então? — insistiu Snape. — Este pergaminho obviamente está repleto de magia negra.


- Só porque não gostou do que ouviu.


Pelo visto isto é a sua especialidade, Lupin.


- Sinto a inveja.


Onde você acha que Potter arranjou uma coisa dessas?


- E como ele vai saber? Tem vários lugares que se pode conseguir coisas não muito corretas.
Lupin ergueu a cabeça e, com um levíssimo relanceio na direção de Harry, alertou-o para não interrompê-lo.


- Uma boa ideia, considerando de quem é filho – falou Lene.


- Ei! – a família Potter protestou.
— Repleto de magia negra? — repetiu ele. — É isso mesmo que você acha, Severo?


- Não. É o só o orgulho ferido falando.


A mim parece apenas um mero pedaço de pergaminho que insulta quem o lê.


- Que mentira – riu Sirius.


James encarou Remus orgulhoso.


Infantil, mas com certeza nada perigoso.


- Nada perigoso mesmo – concordou James para Lily.


Imagino que Harry o tenha comprado numa loja de logros e brincadeiras...


- Remus, o melhor em soluções rápidas.
— Verdade? — O queixo de Snape tinha endurecido de raiva.


- Você precisa se controlar – falou Lily.


Snape não respondeu a amiga.
— Você acha que uma loja de logros e brincadeiras podia ter vendido a ele uma coisa dessas?


- Na verdade, acho.


- Seria um bom produto – falaram Fred e Jorge se encarando.


Você não acha que é mais provável que ele o tenha obtido diretamente dos fabricantes?


- Então você ainda lembra quem nós somos. Por isso me chamou – falou Remus.


- Claro que lembro – retrucou Snape – Vocês fizeram impossível esquecer – havia rancor na voz.
Harry não entendeu o que Snape dizia. E, aparentemente, Lupin também não.


- Você é um ótimo mentiroso – falou Dorcas.


Remus não quis dizer que teve que aprender a mentir para todos que amava.
— Você quer dizer, do Sr. Rabicho ou um dos outros? Harry, você conhece algum desses homens?


- Essa é uma questão complicada.
— Não — respondeu Harry depressa.


- Eu estava feliz em ajudar Lupin – falou Harry.
— Está vendo, Severo? — disse Lupin voltando-se para Snape. — A mim parece um produto da Zonko‘s...


- Obrigado, cara – falou James.


- Nada, James.
Bem na hora, Rony irrompeu pela sala.


- Chegando para o resgaste.


Estava completamente sem fôlego


- Eu fui correndo.


e parou diante da escrivaninha de Snape, a mão apertando o peito, tentando falar.


- Parece até que está morrendo – criticou Gina.
— Eu... Dei... Isso... A... Harry — disse sufocado. — Comprei... Na Zonko‘s... Há... Séculos...


Harry sorriu para Rony.
— Bem! — disse Lupin batendo palmas e olhando à sua volta animado.


- Eu consegui te ajudar – Remus sorriu.


- Obrigado – falou Harry.


— Isso parece esclarecer tudo!


- Menos como Rony sabia disso tudo.


Severo, vou devolver isto, posso?


- O mapa é do meu filho, não dele – falou James.


- Acredite, Potter, eu não quero nada seu.


Ele dobrou o mapa e o guardou nas vestes.


- Não parece que você irá devolver.
— Harry e Rony, venham comigo, preciso dar uma palavra sobre a redação dos vampiros, você nos dá licença, Severo...


- Isso foi uma desculpa esfarrapada.
Harry não se atreveu a olhar para Snape ao deixarem a sala do professor.


- Uma boa ideia.


- Mas eu queria ver como estava sua cara – falou Lene.


Ele, Rony e Lupin voltaram ao saguão de entrada antes de se falarem.


- Manter uma distância segura.


Então Harry se dirigiu a Lupin.
— Professor, eu...
— Não quero ouvir explicações — disse Lupin aborrecido.


- Rem, não se irrite com o meu filho – pediu James.


- Isso foi há anos.
Espiou o saguão vazio e baixou a voz.


- Lá vem segredo.
— Por acaso eu sei que este mapa foi confiscado pelo Sr. Filch há muitos anos.


- Por acaso nada.


É, eu sei que é um mapa — disse ele aos surpresos garotos.


- Remus sabe todos os segredos.


— Não quero saber como você o obteve.


- Ainda bem – falaram os gêmeos.


Estou abismado, no entanto, que não o tenha entregado a alguém responsável.


Hermione sorriu satisfeita.


- Nós somos responsáveis – brincou Rony.


Especialmente depois do que aconteceu na última vez em que um aluno deixou uma informação sobre o castelo largada por aí.


Neville corou.


E não posso deixar você ficar com o mapa, Harry.


James e Sirius encaram o amigo chocado.


- Eu achava que ele estava em perigo – Lupin se justificou.
O garoto esperara isso


- Como você teve tempo para esperar qualquer coisa é um mistério.


e estava demasiado ansioso por informações para protestar.


- O que é uma coisa boa considerando sua teimosia – falou Remus.
— Por que Snape achou que eu tinha obtido o mapa dos fabricantes?


- Porque eu sou o seu pai – falou James.
— Porque... — Lupin hesitou


- Agora Harry já sabe que você sabe.


—, porque a intenção desses fabricantes de mapas era atraí-lo para fora da escola.


- Não era assim – resmungou James.


Teriam achado isso muitíssimo divertido.


- Bem, é mais divertido sair do colégio do que ter aula – falou Sirius.
— O senhor os conhece?


- Bem mais que isso. Sou um deles.


— perguntou Harry impressionado.


James se sentiu orgulhoso.
— Já nos encontramos — disse o professor com rispidez.


Sirius e James se sentiram magoados, mas não falaram nada sabendo da situação difícil.
Olhava para Harry mais sério do que jamais olhara.


- E isso é impressionante – falou Lily.
— Não espere que lhe dê cobertura outra vez, Harry.


- Pode esperar – sussurrou James para o filho que riu.


Não posso fazer você levar Sirius Black a sério.


- Ótimo, lá vou eu de novo – falou Sirius.


- Ninguém pode levar você a sério – falou Lene, tentando animar o namorado.


Mas eu teria pensado que o que você ouve quando os dementadores se aproximam teria produzido algum efeito em você.


- Remus! – falou Dorcas horrorizada – Como você pode dizer isso? É claro que tem efeito nele.


Os seus pais deram a vida para mantê-lo vivo, Harry.


- E faríamos de novo – falou Lily suavemente.


- Não quero que façam de novo – falou Harry.


É uma retribuição indigente, trocar o sacrifício deles por uma saca de truques mágicos.


- Remus, assim você vai deixar meu filho em depressão – falou James, sabendo como as palavras iriam pesar.
O professor se afastou, deixando Harry se sentindo muito pior do que em qualquer momento que passara na sala de Snape.


Sirius fez uma careta para Remus.


- Ei, você não fez nada de errado, certo? – falou Lily procurando os olhos do filho que assentiu – Só tome mais cuidado com a própria vida.


Lentamente, ele e Rony subiram a escadaria de mármore. Quando Harry passou pela bruxa de um olho só, lembrou-se da Capa da Invisibilidade que continuava lá embaixo,


James encarou Harry irritado.


mas ele não se atreveu a ir buscá-la.


- Melhor não – falou Lyssi.
— A culpa é minha — disse Rony sem rodeios.


- Sou assim, direto mesmo.


- Mas não foi culpa sua, foi uma decisão minha – falou Harry.


— Eu o convenci a ir.


- Eu já queria ir mesmo.


Lupin tem razão, foi uma estupidez e não devíamos ter feito isso...


- É só não fazer de novo.
Ele parou de falar; tinham chegado ao corredor onde os trasgos de segurança estavam patrulhando


- Já disse que nunca vou me acostumar com eles lá?


e Hermione vinha ao encontro dos dois.


Harry sorriu para a amiga.


Uma olhada no rosto dela convenceu Harry de que ela ouvira falar do que acontecera.


- Essa amizade de vocês é anormal – comentou Alice.


Sentiu um peso no coração. Será que ela contara à Profª. McGonagall?


- Espero que não – falou Josh.
— Veio tripudiar?


- Calma.


— perguntou Rony ferozmente quando a garota parou diante deles.


- Não dá para acreditar que vocês se amam. Ou dá para acreditar de mais – falou Dorcas.


— Ou acabou de nos denunciar?


- Não seria culpa dela se ela fizesse isso – falou Lily.
— Não — respondeu Hermione. Ela segurava uma carta nas mãos e seus lábios tremiam.


Gina olhou preocupada para a amiga.


— Só achei que vocês deviam saber... Hagrid perdeu o caso.


- Não...


Regulus pensou que isso era óbvio, considerando com quem ele iria contra. Alguns casos estão vencidos antes mesmo de entrar no tribunal.


Bicuço vai ser executado.


- Isso é horrível – falou Alice e todos concordaram, se sentindo mal.


Ficaram um tempo em silêncio e então Harry se levantou, indo embora. Regulus o seguiu.


Todos acharam isso um pouco estranho, mas sabiam que Harry e Regulus eram muito amigos e deixaram para lá.


Harry e Regulus tiveram mais uma aula sobre Patronos e Harry estava orgulhoso de dizer que Regulus já estava melhorando.


Em mais uma pausa para Regulus recompor as energias, Harry decidiu falar o que o estava incomodando.


- Regulus... Eu acho que você deveria falar com Sirius.


- Por quê? – o outro pronunciou, fechando a cara.


Harry o encarou.


- Você sabe que esse momento está sendo difícil para ele.


Regulus ficou calado. Mas não achava justo estar ajudando o irmão quando esse já tinha quem o ajudasse. E quando Sirius tinha o deixado sozinho no momento mais difícil da vida dele.


- Você tem que estar lá para ele – e olhando para a expressão do Black acrescentou – Mesmo que ele não tenha estado lá para você.


Regulus o encarou surpreso.


- Como você sabe que ele não me ajudou?


- Sirius valoriza demais as amizades, mais até que a família, e ele é muito temperamental. Um pouco egoísta até, ás vezes. Ele não iria te ajudar sobre os comensais. Ele te julgaria por isso. Por não ver as coisas do jeito que ele vê – falou Harry – Mas isso é só porque ele não entende ainda como foi difícil para você e que vocês são muito diferentes também.


Regulus deu um suspiro.


- Ele é o meu irmão e eu o amo, mas é difícil estar perto dele sem saber se um dia ele me perdoará por ter feito o que eu fiz.


- Para ele te perdoar você só precisar mostrar mesmo que está arrependido e que quer as coisas diferentes – falou Harry – Por favor, Regulus, o ajude. Eu estou tentando, mas não é a mesma coisa. Afinal, ele nem me conhece há muito tempo. É complicado.


Regulus ficou em silêncio pensando em tudo que Harry falara e chegara a conclusão de que o outro estava certo. Era hora de lutar pelo seu irmão.


- Eu vou tentar, Harry.


- Agora de volta a prática que eu não quero corpo mole – falou Harry sorrindo e Regulus voltou a tentar fazer um Patrono.


Enquanto isso, James e Sirius tinham uma conversa séria.


- Sirius, me diga o que está acontecendo. Sei que você implicou com o seu irmão por um motivo – falou James sério.


Sirius suspirou, mas decidiu contar. Afinal, James era o seu irmão.


- Eu queria ter uma amizade com ele como ele tem com Harry. Mas não consigo. Não é fácil conversar com ele e ás vezes sinto que ele nunca me perdoou completamente. Nem eu o perdoei – confessou.


- Sirius, apesar de tudo, ele é a sua família. Você não ter que ser amigo dele, tem que ser irmão e essas coisas só vem com o tempo.


- Mas e se eu tiver destruído todas as chances de ficar bem com o meu irmão? – perguntou Sirius assustado.


James suspirou.


- Você não destruiu. Está na cara que ele ainda te admira muito. Só que agora vocês cresceram e são muito diferentes e vão ter que lidar com isso.


Sirius concordou com James.


- Vou lá fora esfriar a cabeça – falou.


Não muito tempo depois, Sirius sentiu alguém se sentar do seu lado.


- Desculpa – pediu Regulus e Sirius se virou surpreso – Eu sei que deveria estar te ajudando agora.


Sirius deu um meio sorriso.


- Não é como se eu tivesse te ajudando antes.


- Por que somos assim? – questionou Regulus, encostando a cabeça na perna do irmão.


- Porque nós somos Black. Nascemos para sermos intensos e acabamos destruindo tudo que amamos – falou Sirius, com a voz deprimida.


- Nem tudo – protestou Regulus – Você não destruiu sua amizade com James.


- É só uma questão de tempo, Reg – falou Sirius.


- Eu não vou te deixar fazer isso.


- Ótimo – falou Sirius e os dois ficaram em silêncio por mais um tempo até que ele resolveu falar de novo – E me desculpa também. Fiquei com ciúmes de como você se dar bem com Harry.


- Harry é como um irmão para mim também – falou Regulus sincero e doeu ouvir isso – Mas você não deixa de ser meu irmão por isso. Por mais que você tente negar o seu sangue, você é Sirius Black.


- Eu sei – falou Sirius por fim – Ás vezes, queria não ser.


- Aprenda a ter mais orgulho de quem você é, Sirius – alertou Regulus – E não falo dessa sua falsa arrogância. Digo orgulho de verdade.


Sirius sentiu os olhos ficarem marejados. Aquilo era exatamente o que precisava ouvir.


- Obrigado por ser o melhor irmão possível, Regulus – falou Sirius – Desculpa por falhar com você.


- Tudo bem. Contanto que não se afaste.


- Eu não vou.




Nota Bia: Espero que essa cena final não tenha ficado muito confusa para entender, mas amei escrever.

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Comentários (1)

  • Izabella Bella Black

    Adorei o capitulo, principalmente o final, acho que agora os irmãos Black se intenderam. Adorei a conversa do Frank, Alice e Neville, foi muito legal ver eles valando que não se envergonhariam dele e tudo o mais. Beijos.

    2015-09-02
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