Mistérios, Logros e Surpresas



CAPÍTULO V



Mistérios, Logros e Surpresas.



 


Estavam na aula de Adivinhação, e "Madame", como a professora gostava de ser chamada, dividira a turma em grupos, para examinarem as folhas de chá. Os Donovan formaram um grupo, enquanto Lílian foi se juntar a algumas amigas, que andavam reclamando que ela as vinha ignorando.



Enquanto fingiam fazer a lição, os primos passaram a "conversar".



"E então, Sebastian? O que nossos pais nos enviaram?"



"Deve ser muito importante, ou não mandariam Osíris"



"Concordo, Ana, por isso o escondi tão rápido", respondeu Sebastian. "E é por isso que acho melhor só verificarmos o que eles querem quando não houver ninguém por perto"



"Um coisa é certa: é algo muito valioso. Osíris é o melhor guardião de nossa casa", afirmou Kristyn.



Continuaram "conversando", sem perceber o interesse de outro grupo ali perto.



********************************



- Vejam, eles estão fazendo de novo! - Lupin chamou a atenção dos amigos, num sussurro.



Tiago e Sirius prestaram atenção ao grupo e concordaram. Eles estavam mesmo se comunicando apenas com o olhar.



- Mas, dessa vez é diferente das outras. - observou Lupin, a testa franzida.



- Diferente por quê? - perguntou Tiago, curioso.



- Das outras vezes, eles pareciam estar brincando, rindo das pessoas a sua volta. Agora, parecem estar discutindo algo muito sério. - explicou aos amigos.



- Deve ser sobre o "correio" de hoje cedo. - opinou Sirius, observando atentamente o grupo do outro lado da sala.



- Temos que descobrir o que tinha naquele pacote! - disse Tiago, decidido.



- E como vamos fazer isso, pode me dizer, sr. Pontas? - perguntou Remo, sarcástico.



- Simples, meu caro Aluado, - retrucou Tiago, arrogante - algo me diz que eles só vão verificar o conteúdo da mensagem quando não houver ninguém por perto.



- Ainda não vi o que tem de simples.



- Não vê? Agora que conseguimos "fechar" nossas mentes, vou usar minha capa da invisibilidade e "grudar neles". Quando abrirem o embrulho, eu estarei ao lado para ver o que é! - concluiu animado.



- Brilhante, Pontas! - apoiou Sirius.



- Não sei, não. – duvidou Remo - Ainda não sabemos se podemos realmente "fechar" nossas mentes para eles.



- Como não?! - rebateu Sirius, indignado. - Hoje de manhã nós tivemos a prova!



- Hoje de manhã - começou Remo, com quem fala a uma criança – nós conseguimos evitar uma sugestão mental. Isso não quer dizer que podemos impedi-los de sentir nossa presença. Vocês viram o que eles fizeram com o salão inteiro!



- Você pode até ter razão, Remo, mas é a única chance que temos. - concluiu Sirius, olhando pensativo para os Donovan.



Pararam a discussão ao perceberem que a professora se aproximava, para verificar como estavam indo. Ainda tinham que inventar algo sobre as folhas de chá.



*****************************



Mais tarde, naquela noite, só restavam os três Donovan no salão comunal da Torre da Grifinória. Era muito tarde, e Lilly tinha acabado de se recolher, desistindo de esperar os amigos, que estavam sem sono.



- Sebastian, o que nossos pais queriam? - perguntou Kristyn, displicente.



- É mesmo, Sebastian, você esqueceu de nos contar. - ajudou Ana.



Sebastian estendeu um pergaminho para Kristyn, que o abriu, lendo em voz alta.



- "Meus queridos, espero que estejam se adaptando bem, blá blá blá...", ei!, diz aqui que eles pedirão ao diretor que nos libere no dia das bruxas, para passarmos nosso aniversário com eles.



- Duvido que consigam. - opinou Ana, fazendo sinal para que continuasse.



- "... estamos enviando uma caixa de chocolates feitos por Juliana..." – Kristyn interrompeu a leitura novamente, olhando feio para o primo - Então é isso! Você escondeu a caixa pra ficar com o doce só pra você, não foi? - acusou.



- Não seja injusta, prima. - retrucou Sebastian, sorrindo. - Vocês nunca comem chocolate.



- Não seja falso, Sebastian! - agora era Ana quem chamava a atenção do rapaz. - Você sabe muito bem que nós só comemos os maravilhosos chocolates da tia Ju.



- É, você não tinha o direito de ficar com tudo só pra você. São os chocolates da minha mãe. - criticou Kristyn, guardando a carta no bolso, emburrada.



- Deixem de ser bobas! Acham mesmo que eu faria isso? Só se fosse suicida! - brincou, tirando do bolso uma caixinha. - Aqui estão seus chocolates, suas gulosas! - rindo, jogou a caixa para Kristyn, que a apanhou com uma exclamação de alegria.



Ana tinha se virado para a escada do alojamento masculino, e agora voltava-se novamente para eles.



- Ele já foi.



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Tiago entrou no dormitório muito irritado.



- E então? - perguntou Sirius, assim que o viu. Pettigrew roncava na cama ao lado.



- E então? - devolveu a pergunta, sarcástico. - E então que perdemos uma noite por nada. Nada!



- Eles não abriram a carta? - perguntou Remo, desapontado. Queria desvendar aquele mistério.



- Oh, abriram, abriram sim. Era uma bela carta dos pais, com tudo aquilo que tem nas cartas de qualquer pai.



- E o embrulho? - perguntou Sirius.



- Uma caixa de chocolates caseiros! Devem ser muito gostosos, pois estavam brigando por eles. - comentou, irônico. - Francamente, isso realmente me aborreceu! Perder horas do meu precioso tempo, para isso?! - Tiago estava mesmo muito frustrado.



- Esquece isso, Pontas. - recomendou Sirius, aborrecido. - Vamos dormir, que amanhã a primeira aula é da McGonagall.



- É exatamente isso que eu vou fazer! Boa noite! - jogou-se na cama e fechou o cortinado, no que foi imitado pelos amigos.



"Eles são realmente muito espertos", pensou Lupin consigo mesmo, sorrindo.



************************



- Até que enfim! - exclamou Kristyn, bufando. - Pensei que ele não fosse desistir nunca!



- Conseguiu descobrir quem era, Ana? - perguntou Sebastian, sério.



- Não tenho certeza, Sebastian, mas acho que era o Potter.



Sebastian fez um gesto de assentimento com a cabeça.



- Deve ser. Faz algum tempo que eu não consigo ler a mente dele, nem as dos seus amigos, exceto por aquele Pettigrew.



- Temos que ter cuidado com eles.



- Bom, agora que estamos sozinhos, Sebastian, - disse Kristyn - cadê a carta?



Sebastian tirou outro pergaminho do bolso, o verdadeiro daquela vez, e passou a ler silenciosamente o que seu tio Owen, pai de Kristyn, havia escrito, sua voz ecoando na mente das primas. Todo cuidado era pouco.



"Olá, crianças!


Sinto muito chamar tanta atenção para vocês, mas Osíris era o único a quem eu confiaria esta tarefa. Vocês só poderão usar este presente após seu aniversário, mas, como até lá já teremos voltado para o Brasil, resolvemos mandá-lo a vocês agora. Não deixem que ninguém o veja, e guardem-no sempre com vocês.


Dumbledore sabe desse nosso ato, e prometeu cuidar tanto de vocês como dele.


O poder das trevas está ficando cada vez mais forte no mundo mágico, e logo atingirá também o mundo trouxa. Fiquem sempre atentos, não baixem a guarda nunca! ELE não pode saber sobre vocês, ou estará tudo perdido.


Lembrem-se de quem são!


E lembrem-se de que estaremos sempre com vocês.


Com amor,


Owen Donovan."



Sebastian acabou de ler e levantou os olhos para as primas. Sabia o que elas estavam pensando. Só havia uma coisa a que o tio pudesse estar se referindo. E se eles se arriscaram a mandá-lo para ali, ao invés de aguardar para entregá-lo pessoalmente, era sinal de que as coisas realmente estavam críticas.



Apanhou o pacote no seu bolso, e o desembrulhou, sob o olhar ansioso das garotas. Era um objeto de forma geométrica, triangular, com três lados sobre uma base cristalina. Em cada lado viam-se inscrições e desenhos celtas.



- Gaworn. - murmurou Ana, tocando um dos lados do objeto, onde se via o desenho de um olho, com uma safira no meio.



- O Talismã da Tríade! - completou Kristyn, os olhos fixos no objeto.



Os três se entreolharam, assustados com o que aquilo significava.



- A Guerra está para começar! - concluiu Sebastian, sombriamente.




 


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